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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GIANPAOLO POGGIO SMANIO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 04/05/2018 às 18:32 , sob o número 20902996220188260000.
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EXCELENTÍSSTMO SENHOR DOUTOR PROCURADOR GERAL DE JUSTIÇA
Do MTNISTÉnro púnltco Do EsrADo DE sÃo p.Lur,o
nB sÃo PAUL'
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Data 14050502
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sõARtA ot Fòro AoMIN.- PR0ï0c010 GERAL
Ârrunto:
PTOIOO OT PROVDINCIAS
InÈar.!ardo !
stiúo srouernr JUNoR E oUTRoS
SILVIO SIQUEIRA JUNIOR, inscrito no CPF/MF no 103.095.938-24,
portador da cédula de identidade RG no 16 272.380-5, residente e domiciliado na Rua
Euclides da Cunha, 189, Jardim Ribamar, Peruíbe-SP, CEP 11750-000; SILVANA
RIBEIRO SIQUEIRA, inscrita no CPFA4F n" 312.344.048-69, portadora da cédula de
identidade RG no 2.642.959-5, residente e domiciliada na Rua Euclides da Cuúa, 189,
Jardim Ribamar, Peruíbe-SP, CEP 11750-000; BRUNO NERf, inscrito no CPFiÌvtF n"
301.513.888-0ó, portador da cédula de identidade RG n" 3.246.958-5, residente e
domiciliado Rua José Romualdo Mendes, ó60 Jardim Ribamar, Peruíbe-SP, CEP I1.750-
000; DIEGO PALMA PENDON, inscrito no CPF/MF no 385.450.298-29, portador da
cédula de identidade RG no 43.555.413-x, residente e domiciliado na Rua São Paulo, 31,
Stella Maris, Peruíbe-SP, CEP 11.750-000; nRMÊnIO PEREIRA, inscrito no CPF/MF
ì no 332.683.479-91, portador da cédula de identidade RG no 37.169.380-9, residente e
domiciliado na Avenida Marginal Fepasa, 80 Jardim lcaraíba, Peruibe-SP, CEP I1.750-
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000; SÉnGIO DA SILVA, inscrito no CPF/MF n" 415.91 8.794-34, portador da cédula de
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identidade RG no 1.010.856 SSP/PB, residente e domiciliado na Rua Duque de Caxias,66
Jardim Ribamar, Peruíbe-SP, CEP 11.750-000; CLAUDIA BICUDO CAMARGO,
inscrita no CPF/MF n" 899.415.001-34, portadora da cedula de identidade RG no
36.888.453-3, residente e domiciliada na Av Padre Anchieta, 3035, Apto. 22, Edificio
no

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Tropical , Balneário Samburá; LINDALVA BORGES DE JESUS, inscrita no CPFiÌvÍF
293. 028.718-78, portadora da cedula de identidade RG no 36. 227.260-8, residente e
domiciliada na Rua Paschoal D'amore, 182, Baino Caraminguava, Peruíbe-SP; SIDNEY
CLEY GOMES inscrito no CPF/MF no 331.293.712-49, portador da cédula de identidade
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RG no 5.643.916-2, residente e domiciliado na Avenida Padre Anchieta, 3.035 Apto.22
Jardim Samburá, Peruíbe, CEP I1.750-000; ÁlVlnO ANTONIO DE JESUS, inscrito
no CPFiMF no 058.190.938-01, portador da cedula de identidade RG no 2.046.424-2,
residente e domiciliado na Rua Paschoal D'amore, 182, Caraminguava, Peruíbe-SP, CEP
11.750-000; SABRINE KRETSCIIMER, inscrita no CPF/Ì\4F no 443.646.938-71,
portadora da cedula de identidade RG n" 45.682.7ó3-8, residente e domiciliada na Rua
Francisco de Castro Moura, 185, Jd. Itatins, vem à presença de V.Exa., com fundamento
no art. 37 da Constituição Federal, art. 97,lll, da Constituição do Estado de São Paulo, e
art. 103 da Lei Complementar no 73411993, REPRESENTAR conra a CAMARA
MUNICIPAL DA ESTÂNCIA BALNEARIA DE PERUÍBE, inscTita no CNPJ/MF n"
d 71.555.205/0001-81, e contra os vereadores ANDERSON GASPAR DE OLMIRA,
HELIO SUSSUTT{U ABE, INGRAM DE SOUZA MENEZES, JOSÉ PEDRO GONIES
DE OLIVEIRA, LOURTVAL SAMPAIO COSTA, LUCIANA CASTELLAN
I
VIEIRA, MARCOS MOHAI SZABÓ, todos com domicilio na cidade de Peruibe-SP, na
Rua Nilo Soares Ferreira, 37, Centro, CEP I1750-000, pelos motivos a seguir expostos.
I- Sonnne CorupsrÊxcn n o Clnnannro nnsre RnpnnsnrvrlcÃo
l. Não se tem neúuma dúvida quanto ao cabimento desta representação
para apuração dos gravíssimos fatos abaixo denunciados, os quais, como se verá adiante,
consubstanciam-se em violação aos princípios que regem a atuação da Administração
Pública, especialmente, os da legalidade, impessoalidade, moralidade, previstos no art.37
da Constituição Federal :
I
U,
Aït. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidsde. impessoalidade. moralidade, publicidade e eficiência
e, tambem, ao seguinte:
r)
AÍt.129. São funcões institucionais do Ministério Público:
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II - zelsr nelo efetivo resneiúo dos Poderes Públicos e dos servicos de
relevância pública aos dircitos assesurados nesta Constituicão. -4
nromovendo as medidas necessárias a sua garsntia,
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Ill - promover o inquérito civil e a scão civil pública, para a proteção do
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e
colctivos;
IV - oromover a acão de inconstitucionalidade ou renresentscão oara fins
de intervencão da União e dos Estados. nos casos oreüstos nesta
Constituicão;
2. Com efeito, induvidoso o cabimento e a competência deste Ministério
Público Estadual, como órgão de controle da administração pública, responsável pelo
combate à improbidade administrativa e fiscalização dos serviços de relevância pública,
competente para averiguar as ações da Administração Pública Municipal, a fim de evitar o
CA comprometimento do interesse coletivo, neste caso, nos termos do art. 97, lll, da
Constituição do Estado de São Paulo, e art. 103 da Lei Complementar no 73411993 (Lei
Orgânica do Ministério Público do Estado de São Paulo):
o CONSTITUICÃO DoESTAD0 DE sÃo PAULo:
Artigo 97 - Incumbe ao Ministério Público, além de ouffas firnções:
,I lll - recebcr oeticões. rlclamscõss. nenresentacões ou queixas de oualouer
\ pessoa ou entidade reoresentstivs de classe. por desrespeito aos direitos
asseeursdos na Consúituicão Federal e nesta Constituição, as quais serão
encaminhadas a quem de direito, e respondidas no prazo impronogável de trinta
dias.
LEI ORGÂNICA Do MIMSTÉRIo PÚBLIco Do ESTADo DE sÃo PAULo:
Art. 103. São funcões institucionais do Ministério Público, nos termos da
legislação aplicável
5 I - nromover a dcfesa do rsgime domocrótico e dos inúGrcsses sociais e
individusis indisooníveis ;
II - nronor acão direta de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos
estnduais ou municipais. em face da Consúituicão Estadual;
III - nronor acão direta de inconstitucionalidsde por omissão de medida
necessória nara tornar efetiva norma ou orincípio da Constituicão
Estadual;
IV - nromover a reoresentacão de inconstitucionalidade nara efeito de

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intervencão do Estado nos Municípios;
V - nromover a renresentação destinada a intervencão do Estado nos
Municínios oara assesurar r cxmucão de lei. ordem ou decisão iudicisl; /'-
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VII - exercer a defesa dos direitos asseeurados nas Constituições Federal e
Estadual. semnre oue se cuidar de garantir-lhes o resneito:
a) pelos podores estaduais ou
municinris;
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VIII - Uromover o_inouérito civil e a acã a
prevenção e a reparação dos danos causados ao patrimônio público e social, ao
meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico, e a outros interesses difusos. coletivos.
homosêneos e individuais indisooníveis;
t...t
$ 2o - Cabe ao Ministério Público receber renresentacão ou peticão de
cualquer nessoa ou entidsde renresentativa de classe. nor desresneito aos
dircitos sssc{u[lNdos ne Constifuicão Federsl c ns Consúituicão Estadual, as
quais, obedecido o disposto no parágrafo seguinte serão respondidas no prazo
-\ impronogável de 30 (trinta) dias.
3. lgualmente, ninguém poderia dissentir quanto à competência do Exmo.
Sr. Procurador-Geral para atuar na representação que ora se propõe e que, no futuro,
ooderá desasuar numa acão civil nública de improbidade administrativa. ou em acão
direta de inconstitucionalidade (ADINì, esta última medida de sua exclusiva
competência, nos termos do art. I16, VI e VII, da Lei Orgânica do Ministerio Público do
Estado de São Paulo:
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9 Artigo I 16 - AléÍn de ouffas preüstas em noÍïnas constitucionais ou legais, são
atribuicões processuais do Procurador-Geral de Justica:
VI - pronor acão de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual
ou municipal, contestados em face da Constituição Estadual e ação de
inconstitucionalidade por omissão em face de preceito da Constituição Estadual;
VII - nropor renresentacão oara fins de intervencilo do Estado nos
Municípios para sssesurar r observância dos nÌincínios indicrdos na
Constituicão do Estado, bem como para prover a execução de lei, de ordem ou
decisãojudicial;
4. Portanto, não resta nenhuma dúvida quanto ao cabimento e a
competência deste douto Ministério Público para processar a representação ora proposta.
II- Dos Flros: PRoposrcÃo nn Eprnnnl n Pno;nro nn Lu

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U.
5. Em 18.10.17, realizou-se na Câmara Municipal da Estância Balnearia de
Peruíbe a leitura em plenário do Projeto de Emenda à Lei Orgânica do Município no
0312017 (doc. 01) e do Projeto de Lei n" 4612017 (doc. 02)1.
6. Ambas proposições visam a proibir a instalação de empreendimentos
industriais cuja atividade envolva a queima de combustíveis fósseis sólidos, líquidos ou
gasosos, nos seguintes termos:
o PROJETO DE EMENDA À I,NT ONCÂNICA DO MTJNICÍPIO N" O3/20I7:
Art. 1". A Lei Orgânica do Município de Peruibe passa a vigorar acrescida do
\ artigo 79-A, com a segúnte redação:
AÍt. 79-A. No municipio são vedadss todas e quaisquer instalacões
industriais ou emnreendimentos cuia atividade envolva a queima dç
combustíveis fósseis sólidos. líquidos ou sasosos.
Y
ü Paragrafo único - Também são vedadas todas e quaisquer instalações ou
ô ernpreendimentos industriais cujas plantas de produção emitam como efluentes
gasosos Óxido de Nitrogênio (NOx) e Óxido de Enxofre (SO2 e SO3ì.
independentemente de sua concentracflo (NR)
?
a PROJETO DE LEI x'462,0172
Art. lo. Fica vedada a emissão,de poluentes primários e secundários
que são potenciais causadores de chuva ócida e do efeito estufa no ar,
decorrentes da queima de combustíveis fosseis em usinas termoeléhicas.
AÍt.2o. Para efeito desta lei são considerados agentes poluidores as
ernissões de óxidos de nitrogênio íNOx) e enxofre (SOx). os quais silo
convertidos em ácido nítrico (HNO3ì. ácido nitroso (HNO2) e ócido
sulfúrico (H2SO4ì.
Art. 3o. Esta Lei enüará em vigor na data de sua publicação.
I
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7. Conquanto as referidas proposituras espirem ares de legalidade, o que se
veráadianteéqueaCâmaraMunicipaleseusvereadorespretendem,9!!.@

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e moralidade. imnedir a
desrespeito aos orincípios da leqalidade. imnessoalidade
imnlantação da Usina Termelétrica prevista no Proieto Verde Atlântico Enersias. em
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I
Filmagem da leitura das proposições: Irllp5.//u,1ry lhcebr)o-k,corÌVt{urjo-qçltr 7/vicleos/1721 llÌ(ri4.l55tÌ0(r5/
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manifesto desvio de Íinalidade da lei que. embora fundamentada na nrotecão
ambiental. é. na verdade. claramente direcionada contra empreendedor particular
esnecífico.
8. Neste ponto, resta evidente que a maténa objeto das proposições não
estÍÍo revestidas da generalidade necessária que devem ser contempladas para o alcance da
lei. 4o contrário verifica-se. que as nronosições iá possuem vício de origem na medida
em que são motivadas por claro interesse em imnedir a efetiva implementacão do
Proieto Verde Atlântico Energias.
III- O PRolnro Vnme ArlÂnrrco Ennncns
9. E fato notório no município de Peruíbe que as referidas propostas

legislativas têm como único propósito impedir a implantação do empreendimento Projeto
Verde Atlântico Energias (doc. 03)2, tendo sido viabilizadas por meio do contato com os
vereadores de uma pequena minoria de pessoas que integram movimento contra o Projeto:
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implantação Atlântico Energias:
2 Pagina do Facebook contÍa a do Projeto Verde
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10. Sobre o referido Projeto, apenas a título de contextwlização e de acordo
com informações extraídas do Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto
\l Ambiental protocolados na CETESB (doc. 043), o Projeto Verde Atlântico Energias ira
.il abranger os municípios de Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente e
d Cubatiio. Ele prevê a construção de uma usina termelétrica (UTE) a gás natural proveniente
de terminal offshore (marítimo) de recebimento de gás natural no litoral sul do Estado de
São Paulo, mais especificamente em Peruíbe/SP, conforme se observa da figura abaixo
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Cuja cópia encontra-se disponível para download no site da Cetesb
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t ll. Ainda a título de contextualização, o empreendedor por trás do referido
Projeto é a GASTRADING. A Usina Termelétrica a ser implantada terá capacidade
instalada de 1.700 MW, e sua energia seú escoada por meio de uma linha de transmissão
de 345 kV, em um traçado de cerca de92,5 km até a Subestação Baixada Santista/CTEEP,
e então se conectani ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
12. O Projeto ainda contará com um gasoduto de distribuição, que conduzirá
' o gás natural desde o terminal até as instalações da Comgás, em Cubatiio/SP, paÍa sua
comercialização, sendo que seu traçado acompaúará a faixa de domínio da rodovia Padre
Manoel da Nóbrega (SP-055).
13. Estima-se que no pico das obras de implantação serão serados 4.590
emnreeos diretos na baixada santista, 431 indiretos e 353 empregos efeito renda. Além
desses, serão gerados 8.441 empregos em outras regiões (Estado de São Paulo, pais e
internacional).

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14. Durante a fase de operação, estima-se que serão gerados na baixada
3 santista 350 empregos diretos, 1.400 empregos indiretos e 630 empregos efeito renda.
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Tambem serão gerados 5.600 empregos indiretos e 11.970 empregos efeitos renda em
outras regiões.
15. Peruíbe se beneficiará também com o aumento da arrecadação tributária:
estão previstos inicialmente R$ 9 milhões por ano, a partir do início das operações, que
poderão dobrar nos primeiros cinco anos.
ry- Dnsvro on ['nvlr.rDADn Dn los PnrncÍpros nl AnunusrnlcÃo
;Í Púnuc,l,
d) \ 16. Não há como discordar que a edição de legislação Municipal com o fim
casuístico e precípuo de inviabilizar atividade lícita de particular fere de morte as regras
mais comezinhas do Estado Democrático de Direito contemplado na Constituição da
República Federativa do Brasil, especialmente os princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, previstos no art. 37:
O princípio da impessoalidade, referido na Constituição de 1988 (art. 37, caput),
nada mais é que o clássico princípio da finalidade, g_qgrump0g__gg
administrador núblico que só nratioue o ato oara o seu fim legal. E o fim
legal é unicamente aouele oue a norma de direiúo indica exoressa ou
virtualmente como obietivo do ato. de forma imnessoal.
(Meirelles, Hely Lopes Direito Administrativo Brasileiro, 40u Ed 2013, pag.95)
17. Denota-se que o princípio da impessoalidade prevê que o ato legislativo
deve ter destino genérico, buscando sempre a coletividade, sem privilegios ou imposição
de restrição de características pessoais. Nesse sentido são os ensinamentos de CELSO
ANTONIO BANDEIRA DE MELLO:
No princípio da impessoalidade se traduz a ideia de que a Administrscão tem
que tratar a todos os administrados sem discriminacões. benéficas ou
defiilnentosas. Ncm favoritismo nem nerseguicões são toleráveis. Simontias
ou animosidades oessoais. uolíticas ou ideolósicas não podem interferir na
atuscão administrativa e muito menos interesses sectários. de faccões ou

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srupos de qualouer espécie. O princípio em causa é senão o próprio princípio
da igualdade ou isonomia
(MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito adrninistrativo. 29. ed.
São Paulo: Malheiros, 201l) 4
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18. Estando plenamente caracterizada a violagão ao princípio da
impessoalidade, resta evidente o desvio de finalidade dos Projeto de Emenda à Lei
Orgânica do Município n'03/2017 e Projeto de Lei n" 4612017, que a despeito de estar
seguindo os trâmites legais para sua edição e estar fundamentado na suposta preservação
do meio ambiente local, esconde o caviloso propósito de proibir a implantação do Projeto
,Y Verde Atlântico Energias.
CIg
19. Neste caso, resta nitidamente caracteizado o desvio de finalidade das
referidas proposições. A esse respeito, confiram-se os ensinamentos de HELY LOPES
MEIRELLES, CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO C ADILSON ABREU
DALLARI:
\:--- O uso do poder é prenogativa da autoridade. Mas o poder há que ser usado
nonnalmente, sem abuso. Usar normalmente do Poder é empregá,lo segundo as
noÍïnas legais, a moral da instituição, a finalidade do ato e as suas exigências do
interesse público. Abusar do poder é empregá-lo fora da lei, sern utilidade
A
l pública. O poder é confiado ao adminisüador público para ser usado em
beneficio da coletividade administativa, mas usado nos justos limites que o
bem-estar social exigir, A utilizacão desnronorcional do noder. o empreso
arbitrário da forca. a violôncia contra o administrado. constituem formas
de uso do noder estatal. não tolefadas nelo Direito e nulifrcadoras dos súos
que as encerram [...].
t...1 é a violação ideológica da lei, ou por outras palawas, a üolação rnoral da
lei, colimando o adminishador público fins não queridos pelo legislador, ou
utilizando motivos e meios imorais nara a nrática de ato administrativo
aparentemente lesal [... ].
(MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 33 ed. São
Paulo: Saraiv4 2006. p. I 12-113)
[,..] o que vicia não e o defeito de intenção, quando existente ainda que
-
atravésdistoseposs4muitasvezes,perceberovício-,@9
obietivo entre s Íinalidade do ato e a finalidade da comnetência.
9, (MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. l8o ed.
)/ Revista e atualizada até a Emenda Constitucional 45, de 8.12.2004. São Paulo,
Ed. Malheiros, 2005. p. 378)

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[...] o desvio de noder nunca ó confessado. somente se idenúifica oor meio
de um feixelle indícios conversentes. dado que é um ilícito caracterizado
oor um disfarce. pelo embuste. nela aoarência da lesalidade. nara encobrir
ft
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tlL
o pronósito de atinsir a um Íim confrário ao direito. e4ieindo um cspecial
cuidado por parte do Judiciário [... ]
(DALLARI, Adilson Abreu. Desvio do Poder na Anulação do Ato
Administrativo. Instituto de Direito Público da Búia. Revista Elehônica de
Direito do Estado. Número 7 - julho/agosto/setembro, 2006)
20. Acrescente-se, ainda, que o desvio de finalidade tambem pode ser
constatado nos atos emanados do legislativo, na medida em que eles não seguem os
preceitos constitucionais a que estiio "assujeitado,s", nas palavras de CELSO ANTÔNIO
BANDEIRA DE MELLO:
Tanto pode existir desvio de poder em ato adminishativo quanto em ato
legi slativo ou jurisdicional.
Assim como o ato administrativo está assujeitado à lei, às finalidades nela
prestigiadas, a lei está assujeitada à Constituição, aos desideratos ali
consagrados e aos valores encarecidos neste plano superior.
Demais disto, rssim como um ato administrativo não pode buscar escono
distinto do que seia asrrecífco à esnecíllca normn leeal oue lhe sirya de
arrimo. também não pode a lei buscar obietivo diverso do oue seia inerente
ao esnecíÍico dispositivo constitucional a que esteja atrelada a disposição
legiferante expedida. Ou seia. se a Constituicão habilita leeislar em vista de
dado escono. a lei não node ser nroduzida com traicão a ele.
(MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. l8u ed.
Revista c atualizada até a Emenda Constitucional 57, de 18.12.2008. São Paulo,
.\ Ed. Malheiros, 2009. p. 971)
\
21. Evidentemente que as violações aos princípios constitucionais que regem
a Administração e o nítido desvio de finalidade das mencionadas proposições não passarão
despercebidos pelo crivo deste douto Procurador-Geral de Justiça QUe, após o
processamento desta representação e respectiva instauração de inquerito civil para apurar
os fatos aqui denunciados, poderá futuramente ajuizar a competente ação direta de
inconstitucionalidade (ADIN), para impedir a promulgação das leis manifestamente
ilegais.
r$
v 22. Sobre a ADIN como remédio constitucional para combater as leis que

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ferem os princípios da Administração, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo já
constituiu extenso rol de precedentes, conforme se vê abaixo:
&-
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Ação direta de Inconstitucionalidade - Lei no 1.980 de 30 de juúo de 2010, do
Município de Divinolândi4 que disciplina matéria atinente à inserção dos
nomes dos vereadores autores de projetos de lei e das respectivas siglas
partidarias nas publicações Afronta ao nrincípio constitucional da
-
imnessoalidade - Inconstitucionalidade declarada - Ação procedente.
(TJSP; Direta de Inconstitucionalidade 0029076-89.2011.8.26.0000; Relator (a):
Antônio Carlos Malheiros; Orgão Julgador: Orgão Especial; Tribunal de Justiça
de São Paulo - N/A; Data do Julgamento:06107/2011; Data de Registro:
t3/07/201t).
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE LEI
COMPLEMENTAR N" 80, DE 4 DE ABRIL DE 2016, DO MUNICÍPIO PB
g\9 ELIAS FAUSTO, QUE DISPOS SOBRE A INCORPORAÇÃO DE
GRATIFICAÇÃO DOS SERVIDORES EFETIVOS E DEU OUTRAS
í1
PROVIDÊNCIAS NORMA OUE NÃO ATENDE O INTERESSE
L/\ púst,rco. NBN{ as nxrcÊNcrAs uo snRvrco púnt.rco n
(/') CONTRARIA OS PRINCÍPIOS DA IMPESSOALIDADE.
(-/ MORALIDADE E ISONOMIA. VIOLANDO OS ARTIGOS E I28 DA IIl
coNsTrTurcÃo ESTADUAL - AÇÃO PROCEDENTE, COM EFETTO EX
TUNC E SEM MODULAÇÃO Pg EFEITOS.
(TJSP; Direta de Inconstitucionalidade 2135062-85.2017.8.26.0000; Relator (a):
Ferraz de Arruda; Orgão Julgador: Órgão Especial; Tribunal de Justiça de São
Paulo - N/A; Data do Julgamento:04/10/2017;Datade Registro: 05/1012017).
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - Lei no 3.815, de 23 de
setembro de 201l, com redação dada pelas Leis nos. 3.853112, 3.975/13,
4.128/15 e, por arrastamento, da Lei 3.941112, todas do Município de
Pirapozinho: cRIAÇÃo DE PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA AO
DESEMPREGADO. CONTRATAçÃO TEMPORÁRIA DE PESSOAL
Ausente excepcional situação de interesse público, tampouco verificada
situaçãodeurgênci4 transitoriedadeeindispensabilidade(arts. lll e l15, Xe
II da Constituição Estadual) Ofensa aos princípios da isonomia.
moralidade. impcssoalidadc e eficiência; Tema que já foi objeto de
Repercussão Geral no âmbito do C. STF - Valores recebidos irrepetíveis- -
Ação procedente.
(TJSP; Direta de Inconstitucionalidade2l15lT2-63.2017.8.26.0000; Relator (a):
Salles Rossi; Orgão Julgador: Orgão Especial; Tribunal de Justiça de São Paulo
I; - N/A; Data do Julgamento: 18/1012017; Data de Registro: 2011012017\
,r'\
j
DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. Lei Municipal no 967 de 20 de
setembro de 2002 de Caraguatatuba que altera a redação da lei Municipal no
739/99 para pennitir a denominação de vias, logradouros e de próprios

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municipais com nome de pessoa viva. Vicio formal de inconstitucionalidade.
nor desvio do Poder Lesislativo. Violncão aos orincípios da moralidade e
da impessoelidade, permitindo a prática de atos com finalidade de promoção
pessoal. Ofensaaosartigos 5o'.47,11eXIV; I ll, I 15 $ l'e 144 daConstituição
Paulista. Inconstitucionalidade configurada. Ação procedente.
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(TJSP;Direta de Inconstitucionalidade 0176537-94.2013.8.26.0000; Relator
(a): Péricles Piza; Orgão Julgador: Órgão Especial; Tribunal de Justiça de São
Paulo - N/A; Data do Julgarncnto: 12/0212014; Data de Rcgistro: 13/0212014).
23. A noção de ilegalidade do ato legislativo não se restringe apenas à
violação frontal aos princípios constitucionais, abrangendo também afronta aos interesses
mediatos por ela visados e aos princípios da Administração Pública, explícitos ou
implícitos no sistema jurídico brasileiro.
24. A tutela do interesse público, designio precípuo das leis direcionadas à
-J Administração Pública, deve ser objetivo basilar dos entes representativos do Estado,
d rechaçando'se, assim, qualquer finalidade alheia àquela visada pelo legislador no momento
de sua realizaçáo. Neste caso, como já ressaltado, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica do
Município no 03/2017 e o Projeto de Lei n" 4612017 tem o notório e manifesto propósito de
prejudicar o empreendedor do Projeto Verde Atlântico Energias, por meio da proibição da
implantação da Usina Termeletrica.
25. Assim, embora ardilosa, deve-se buscar ao máximo identificar e
combater a ocorrência do desvio de finalidade uma vez que, como vício que é, o mesmo
{
retira a legitimidade da conduta do legislador, colocando-o na ilegalidade e, por
consequência, a própria atuação do Estado em xeque, enquanto representante dos anseios
sociais respaldados pelo interesse público contido nas leis.
26. Mais do que isso, além do desvio de finalidade a ser apurado e
eventualmente impugnado por V.Exa. por meio de ADIN, também se aÍisura imneriosa
a verificacão de eventual cometimento de imnrobidade administrativa nor narte dos
vereadores que ora subscrevem as referidas nroDosicões.
27. Nesse sentido, o art. I I da Lei no 8.429192 caracteriza a improbidade
administrativa como qualquer ato que atente contra os princípios da administração pública,

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dentre eles os principios da legalidade, impessoalidade, moralidade:
AÍt. ll. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os
nrincípios da administracão oública qualquer acão ou omissão que viole os
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deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade iàs instituições, e
notadamente:
I - praticar sto visrndo Íim nroibido em lei ou resulamento ou diverso
daquele nreüsto. na regrr de competência;
28. E justamente nesse sentido que, ao permitir o desvio de finalidade e a
violação dos princípios inerentes à Administração Pública, o agente público pode incorrer
em atos tipifïcados como improbidade administrativa.
29. Cumpre-nos destacar que nos termos do caput do art. 37 da Constituição
dY Federal, a Administração Pública está submetida aos princípios da legalidade,
4
impessoalidade, moralidade, nos seguintes termos:
Art. 37. A Administracão Pública direta e indireta de oualauer dos Poderes
da União, Estados, do Disnito Federal e dos Municípios obedecerão aos
nrincínios dc lcqalidade. impessoalidade. moralidade, publicidade e
eficiência e, tambún, ao seguinte:
\
\J 30 Nesse sentido, deve-se ter em mente que as obrigações assumidas
vereadores do Município de Peruíbe, investidos de cargo eletivo, referem-se, em última
análise, à consecução do interesse público primário.
31. É nesse sentido que os vereadores têm o dever de propor e editar suas leis
em estrita observância aos princípios constitucionais mencionados acima, de forma
impessoal e sem casuísmos ilegais. Nesse contexto, vale transcrever as lições de MARÇAL
JUSTEN FILHO:
Se a Administração deixar de exercitar seu poder, estará atuando mal e gglu!,
asentes poderão ser resnonsabilizados oelo descumorimento de seus
deveres funcionais.
(JUSTEN FILHO. Marçal. Comeníárìos à Lei de Licitações e Conlratos
Ádministralivos, l50 edição. Dialética. São Paulo: 2012,p.843)
J

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32. Ora, não se poderia aceitar que os referidos vereadores, para atender
cerca de 700 munícipes que integram o movimento contra o Projeto, propoúa, sem
fundamentação adequada, leis com o propósito direto de atingir empreendimento privado
que ensejarâ a cnação de inúmeros empregos na região, contribuindo^ para o seu
â.A
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desenvolvimento social e econômico. Não nos parece justo, portanto, que o restante da
população de Peruíbe e região seja prejudicada pela não geração dos milhares de empregos
que a UTE certamente proporcionará.
33. Com efeito, após o transcurso do devido inquerito civil a ser instaurado,
sua conclusão poderá desdobrar-se em ADIN, como ressaltado acima, e também na
imperiosa responsabilização dos agentes públicos, por meio de ação civil pública por ato
de improbidade adm inistrativa.
ú Y v- Manlrnsro Dnsnuspuro À CoxsrrrurcÃo n UsunpecÃo on ConnpnrÊxcre
0 Lnclsl,ltlvl
34. A respeito dos Projeto de Emenda à Lei Orgânica do Município no
0312017 e Projeto de Lei n'4612017 mencionados acima, que proíbem "o licenciamento, a
instalação e a construção de empreendimentos que produzam gases ou elementos químicos
\ formadores de chuva ácida no Município de Peruíbe ", deve-se, ainda, analisar a manifesta
ì ausência de competência do Município para legislar sobre essa matéria ambiental.
35. Em questões de direito ambiental, há que se considerar a existência
simultânea de competência legislativa, ou seja competência para legislar sobre questões
relativas à defesa, conservação e proteção do meio ambiente; e competência material, ou
executiva, que dignifica o poder para executar medidas concernentes às matérias
ambientais.
36. Com relação à competência material ambiental, a Constituição Federal de
1988, em seu art. 23 determina ser comum à União, aos Estados-membros, ao Distrito
Federal e aos Municípios a competência para proteger o meio ambiente e combater a
poluição.
37. A competência legislativa, que se refere ao poder para efetivamente

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elaborar leis, pode ser: exclusiva, privativa, concorrente e suwlementp
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&
38 Em mÊtéria ambiental. a União tem comnetência legislativa nrivativa
e exclusiva. conforme os a 22^8único-e25.Eloe2o (a União pode legislar, e
nenhum outro ente federativo pode, sobre populações indígenas, sobre jazidas, minas, e
outros recursos minerais, atividades nucleares, por exemplo).
39. O artigo 24, incisos [, VI, VII e VIII, determina ser concorrente entre
União, Estados-membros e Distrito Federal a competência para legislar sobre materia
relativas à proteção do meio ambiente, conservação da natureza, defesa do solo, proteção
ao patrimônio paisagístico e responsabilidade por dano ao meio ambiente.
Y
d 40. Já o artigo 30, inciso I, da CF, dispõe serem os Municípios competentes
para legislar sobre assuntos de interesse local. E os artigos 24, ç2o, e 30, inciso II, preveem
a competência legislativa suplementar, atribuída aos Estados, Distrito Federal e Municípios
para que possam editar leis suplementares às leis gerais existentes, ou que suprem a
ausência ou omissão das mesmas.
41. Em resumo, aos Municípios compete legislar sobre assuntos de interesse
local e de suplementar a legislação federal e estadual, no que couber. Ou seja, quanto aos
Municípios, houve expressa exclusão relativamente às materias relacionadas no artígo 24
(competência legislativa concorrente), o que não significa, entretanto, que lhes tenha sido
negado o direito de legislar sobre aquelas questões,
condições estabelecidas pela nrónria CF. quais seiam: tratar-se de assuntos de
interesse local e resneitar o disnosto nas leqislacões estadual e federal.
' 42. Ademais, deve-se observar que no âmbito da legislação concorrente há
uma hierarquia de normas: a lei federal tem prevalência sobre a estadual e municipal, e a
estadual sobre a municipal.
b 43. I)esse modo. o fato de tratar-se de matéria de interesse local não
autoriza o Município a lesislar plenamente. ienorando as disposicões contidas em

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dinlomas federais e estaduais. &
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tg
44. No caso do das proposições apresentadas por vereadores do Município de
Peruíbe, considerando que versam sobre tema afeto ao direito urbanístico, conseryação da
natureza e proteção do meio ambiente, matérias arroladas nos incisos I e IV do artigo 24,
Ì da CF, cuja competência legislativa é concorrente entre União e Estados-membros, forçoso
concluir que a legislação municipal, ao tratar de semelhantes questões, não pode contrariar
a disciplina contida em regras federais e estaduais.
45. A respeito, vale transcrever os dizeres de M. LEUZINGER e A. GRAF:
"(E) certo que o Município detém competência legislativa supletiva em matérias relativas
a interesses locais, mas não se pode, através de interpretação extensiva da regra inscrita
no artigo 30, I, da Carta l;ederal, íornar inócuo o arL 24, pois, desse modo, qualquer lei
'1,/
federal ou estadual cederia perante a supremacia da legislação municipal em questões
0 4
onde hola não apenas interesse local, mas também regional e/ou nacional envolvidos".
46. Na mesma linha, adverte CELSO BASTOS a respeito das competências
expressas no artigo 30: "não devem estimular umn visfu
autonomia manicioal. (porouel üversas mntérias aí qolicitadas sofrem a restricão de
\
uma normatividade suoerlor. Q É tumbém o caso do inciso VIII, relativo à
do território, que deverá respeitar os planos nacional e regionais sobre e matéria".
47. No que se refere ainda aos aspectos urbanísticos, HELLY LOPES
I _-- . )
MEIRELLES ensina que "as limitações urhanísticas são da competência.simultânea das V
três entidades estatais (União, Estados-membros e Municípios), porque a todos eles
interessa a planificação físico-social do território nacional ... cabe aos Estados-membros
organizar o Plano Estadual de Urbanismo e estabelecer as normas urbanísticas regionais,
supletivas e complemenlares das federais".
48. Como já assentou o Supremo Tribunal Federal, "os regros em causa, sem
"{.
dúvida de elevado alcance, visam salvaguardar e preservar valores que se sobrepõem ao

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interesse meramente municipal, conslituindo, sim, um interesse comum ao Município e ao
eslado, que colaboram no planejamenlo integrado do desenvctlvimento econômico e social,
tendo em vista a saúde, a segurança, a comodidade da população, o patrimônio ecológico
e paisagístico, etc..., atendida,s as peculiaridades não somente locais, como da própria
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região. O valor político-administrativo dessas regras é abrangente dos ìnteresses do
Municípìo e do Estado. Por isso mesmo íran.ccendem o chamado peculiar interesse do
Município " (Representação No, 1.048-l ).
\,,t\ 49. lnclusive, no que diz respeito à orientação do Supremo Tribunal Federal,
o Tribunal entende que a legislação estadual não pode contrariar a federal, ainda que para
adotar padrões mais restritivos de proteção ao meio ambiente e à saúde. Entendeu-se que
não caracteriza suplementação o fato de a lei estadual proibir uma atividade que é
permitida pela lei federal.
50. Foi publicado no Informativo do STF No. 857, referente ao período de 13
al7 de março de2017, a seguinte informação sobre julgado da 2u Turma que tratou da
,Y competência legislativa dos Município em matéria de direito ambiental: "(O)s Municípìos
d podem legislar sobre Direito Ambiental, desde que o íaçam fundamentadamente. Oom
base nesse entendimento, a Segunda Turma negou provimento a agravo regimental. A
T'urma aJìrmou que os Municípios podem adotar legislação mais restritiva em relação aos
Estadtts-membros e à União. No entanto, é necessário que a notmu tenha a devida
\
\ motivação. (ARL 718206 AgMSC, rel. Min, Celso de Mello, julgamento em 11.03.2017.)".
51. No caso do Projeto de Lei municipal em comento, seu texto procura
proibir o licenciamento, a instalação e a construção de empreendimentos que produzam
gases ou elementos quimicos formadores de chuva ácida no Município de Perúbe, sendo
que são considerados agentes poluidores óxidos de nitrogênio (NOx) e de enxofre (SOx);
6 trata-se, portanto, de matéria eminentemente ambiental, no sentido de a lei buscar a
' proteção do meio ambiente, em especial às questões de emissões atmosféricas,
/Á, 52. A regpeito dessa matéria. verificamos oue no âmbito federal as
J Resolucões CONAMA Nos. 382/06 e 436/11. estabelecem os limites máximos de
emissão de poluentes atmosféricos nara fontes fixas. Tanto o óxido de nitroeênio
como o de enxofre são tratados pelas Resoluções.

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53. Na esfera estadual, o Decreto Estadual No. 59.113. de 23 de abril de
2013. estabelece novos nadrões de oualidade do ar no Estado de São Paulo. Sequndo o
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JO
Decreto. a administracão da qualidade do ar será realizada nela CETESB. e nara o
serenciamento da qualidade do ar. o território do Estado de Sâo Paulo fica dividido
em reeiões denominadas Reeiões de Controle de Oualidade do Ar - RCOA. Cada
',,1
região terá um Plano de Controle de Emissões Atmosfericas. Para a classificação da
1l qualidade do ar são considerados, dentre outros, os poluentes dióxido de enxofre e dióxido
de nitrogênio.
54. Ademais, cabe destacar os termos do artigo 4o do referido decreto:
"(P)oderão ser esíabelecidos por decreto, padrões especiais tle qualidade do ar aos
municípios considerados estâncìss balneárias, hidrominerais ou climáticas, incluindo
exigências específicas para evitar a deterioração de sua qualidade do ar".
,.)í 55. Por todo o exposto acima, observa-se que as proposições apresentadas
c pelos vereadores do Município de Peruíbe (i) ultrapassam a esfera de competência do
Município conforme determina a Constituição Federal, (ìt) contradizem a lei
hierarquicamente superior que regulamenta a matéria tanto na esfera federal como na
esfera estadual, proibindo atividades permitidas pelas normas federais e estadual; (iii) alei
estadual já estabelece padrões e regulamentação em relação a qualidade do ar, e dispõe
especificamente com relação à estâncias balneárias; e (iv) a norÍna proposta não apresenta
qualquer j ustifi cativa/motivação.
\s
VI- Pnoroos
u .-)
56. Diante do exposto e considerando os gravíssimos fatos acima narrados,
requer-se ao Ministério Público o recebimento desta Representação, com instauração do
competente Inquérito Civil, bem como a adoção de providências para oficiar a Câmara dos
Vereadores para apresentar estudos e informações sobre Projeto de Emenda à Lei Orgânica
,'4 do Município no 0312017 e Projeto de Lei n' 4612017, com intuito de apurar os ilícitos
J acima denunciados, notadamente eventual inconstitucionalidade e improbidade na edição
das aludidas proposituras.

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Nestes termos,
Pede deferimento
t9
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DOC.01
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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GIANPAOLO POGGIO SMANIO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 04/05/2018 às 18:32 , sob o número 20902996220188260000.
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,1.Ò
ANEXO I
pRo.IETo DE EMIìNDA À Lnr oncÂNICA N' DE 201g.
Acrescenl.a dispositivo à Lei Orgânica cìo Município
clc Pcluíbc c dií outras plovidêrrcias.
A Cârnala Municipal clc Vereadore.s, 1Ì() uso cle suas atribuiçõles legais,
conferidas pelo alt,.11, da Lei Orgânica do Município dc Pcruíbe/.SÌ', faz.sabel a Lodus os
ll,
nrunícipe.s, que a Casa Lcgi.slativa rnunicipal áìpr()\riÌ o .seguinte:
Arl., lo. A I.,ei Orgânica do Município cle Peruílre pâssâ a vigorar aclescida clo
artigo 79-A, conr a seguiute lecìirçl'io;
Ârt. 79-4. N<l lrunicípio sí'to r,ecladas loclas e cluaiscluel instalaçltcs
inclustr'iiris eu erÌìpleeu<Jinreltos cuja atividadc' crrvolva a c;r.rcìnia tle
curnbns[ír,cis Íiísscis sólrdos, Ìícluidos ou gasosos.
Parágrafo único - Tambérn são vedarias todas e quaisqucr instaìaç:ões ou
crltrrleendirneltos inclustliais cujas pliìlìtâs de produção ernitarl cotrìo
efluentes gasosos Óxi<to <lc Nitlogênio (NOx) c (ixiclo clc llnxolic (SC)2
c SO3), iudependeutenrenl.c' dc .sur.Ì conccDllaçuo" (NÌì)
Al't.2oA prcsenl.c EutcttcÌa à Lci Olgânicu ertLra enr vigol ua dala dc sua
putrlicaçhcr
PLENÁIìIO DA (]ÂMARA DE VEììEADORES DE PERUÍtsE, DIl E
2018.
(As.sinatura de, uo mínimo, urrr terço dos Vercaclolc's)

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.IUSTIFICA'TIVA
A .stlcicdaclc civil olganizacla c os cidarlãtls diretamcnte interessados nir
llreservaçã<) clo lncio itmbiente piìt'iÌ iìíj gcrações presetÌtcs c fuluras, mcltriìiz,alarrì-sc n().senlicìo clc
elaborar a presenlc Ì)t:opostâ, cujcl.s dis;rositir,<ls estabclcccnr direl.r'rze.q bíisica.s pâra assegural cl dilcir<l

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ao meio anrbicnte ecokrgiciirncnl"e equililuaclo.
ô
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J5
Destaque-se quc o nrunicípio de Pcluíbc, dotado dc notrilia e leconltecicia
vocitçã.o turí.s[ica,;ro.ssui ítrea tolal de 32(l knr2, onde se localízarn irnpoltilntes sítios arcluerllrigictls c
unidades dc conselvação arnbicntal,
Deutre os sítio.s Alclueológicos existerìtcs no rnurricípio. ;rodcmos citar: :r.s
RuÍttas do Abarc'behê (prinreira igreja do Brasil), as Ruínas do Cuarauz,inho, oncle habitor"r o scsn'rcir-o
Pero Couêa; o Sanrbaqui do Guaraú; a.s Iìuína.s da Fazenda S[o João, datacla clo sécLrlo XVIII
(nraterial arqueológico potl"uguês), bcrn colno os Síticrs Piaçaguera (1, ll c Iìl), na áren cte 'l'aniguii,
conl.endo vestÍgio.s clo início do povoacìo.
Ettt cerciÌ de 5jclo de sua árca tclril.oliirl, cuconLratÌ'Ì-se .seLe uniciaclcs tte
cottservtlção antbicnÍ.41, em espccial, a Jureia-Itatin.s e o Parc;ue E.stadual ria Serra do Mar', cltras cjas
mais arnpla.s e ìmport:Ìnl.es iíretr.s cÌe Plescrvaçâo do estado de sãrl paulo.
Ilnporl"itnl.e legistrat'<1uc a [Jniciacle clc conserr,lrção "Estação Ectll<igica Jurcia-
Itatìns" abriga unta cla.s ntiìiole.s íuea.s resguirldadas do titoral pauìista, coberla p()r rnata atlâlltic.i,
planície.s qrltrviais,4()krn de praias, crtchoeiras c cclsÍ.<'ies rc'chosos, áreas de rììarguc e re.\tirìgil,
abrigaudo lugares cle incr'ível lteleta e ecossi.stcura cle iucornurn integricÌade; sotrrc a área cje rnara
atlântica, levela-.se dc suma inrpcurâncilt pol reunìr <Íivclsrrs espécics arrreaçaclas cie cxl"irrçiio cotìlo o
jacalandâ, ojequitibá, o ìpê, além de c''rquídeas e lrr.onrélias.
A par da exutrcrâncir r'tiÌtul'al e cxistência clc sítios rlclueol(igicos. o muricíltio
lantlrétrt integra as l-5 (qurnze) cÌcladc.s;rauli.stas consideraclzrs estâucias balneárias <JoEsrado de São
Paulo, por curtrprir clclcrminitdos pr'é-r:equisitos dcfinidos em Iei estadual. ì:is.se slatu.s Íìsscgtrrir. ir()s
município.s urnit veLbit tnai<ll poÌ p.ìrl"c drr li.stado paÍa íì prouroçãro do lurisnrrl rcgio:ral. A[énr disso. o
tnunicípio acÌcluirc o diLeito dc agregar o título de "e.stâncìa baÍneár'ia", ternro pclo qual pa.ssa a scr
designado tanto pelo cxpediente rnunicipal oÍÌcìal quanto pela.s rcfcrência.s e.stacluais.
0 rnunicípio prl.sstti LrÌ'ìÌa cxl.cnsa írrca verrle, cuja ocu;rlçã<l rri-ul iìplcsentou
dartos irrttbicntitis signiÍìcativos, Lendo clr vi.sta sua histórica vocação turística e dc vcranei<1, Isso

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úb
porquc o aproveil"amenl.() das ;:laias c caclrociras consolidaclo cor'ì'to principal atlativo nã<l corn;xonrctc
a qualiclade amlrien taÌ.
De ouÍ.r'o gilo,.sobre a cornpctôncia privaLiva do Chefe do Podcr'Éxccrrtiv<> e
da Clârnara Municipal, opoltuno Íhzelrnos a t"rausclição do.s arts.36 e l]7 clu Lei OLgânica ckr
Mu uicípri s, senão vcjarnos:
Art. 36. Conrpelc privativurrtcntc ao Prcl'cito a rniciativa dos ;llo.jetos de Lei c;Lre
rli.spouhanr sol>re :
I - criação, cxtinçãrl <-lu Llau.sfolnraçr'ro iie cargos, lìuçõc's ou eolplegos púbÌicos na
adrninistração clircta e indiret"a;
II - frxação ou aurncnto dc r'crrttuer'rtção clos scrviclolcs, bell ctlnro ctlncessi-r<l tla
Rcvisão Geral Anual, na folrna cloirrciso X do rfl. 37 da ConsÍituição Fcdel'al, na rtrcsrna tlata e,serl tlistiução
clc índiccs ;
lll - regime .jur'ídico, 1:r'ovirlenl.o cle calgos, avaìiaçãrl pcri(rtlica clc clescnrlnnhrl c
estnbilidacle dos .serviciores:
IV - olganização adrninistlativa, rnatéria llibutár'ia e or'çarlentíria, serviços públic<rs c:
pes soal da a rinri ni straç lr<.r ;
V - cliação, estl'ul.ulação e atribuiçõc.s dos (rrgãos da adurinistraçiro púbÌica rrrurrici;lal,
Alt. 37 E rla competêncio exclusiva da Câmala a irriciativa dos pro.ictos que
clisponham soble
I- cliação, extiDção ou tlausf'ot'rtração dc câÌ'gos, Iìrnçires ou eÌlìl)regos rlc scr,rs
,sel'vlços;
II - lìxaçãtl ()u au!'ìlerìto dc rclrrrlrcrirçãtr <Ìe ,serrs sen,rclore's;
III - <rr'gitltizaç:ão e fìnciolranrcrrkl ilos seus .serviços.
A luz dos rel'eri<los clispositivos legais,;xldeutos inlèrir quc íÌ proposta sotr
cxallÌe niÌo se enconl.ra nraculada peìo vício cle iniciativa, isso porque errvolve apenas a queilna de
combustíveis fti.sseis c a emi.s.são de eflucntes gasosos na a.tnrosfcla, ou seja, contxllc tìa poluiçiro
ambiental corn a íìnalìdade de obstar a poluição atmo.slërica, tÌÌalóÍia cuja conrpc'tência lcgi.slativa

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pocÍe ser excrcidir pelo Município.
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d+
Com efeito, as noÌ'rìÍÌs lcgars insculpidas na prcposta lcgi.slariva nrio uíl'crutaur
a conrpelêttcia privativa do Chele d<t Poder Executivo e da CârnarLr Municipal, lampouco extriipolaur
os lirnites de atuação itl'cra ao.s vcrcacltlres e iniciativa p<lptrlal.
Ììc.ssaltc'-se ainda quc' a juri.spnrciôncir pzítria jír .sedilncrrtrlu rl enterrclilrcrrto cle
clue-"o Murricí;lio ó competc'rrte para legi.slar soblc rrreio rurbient"c coftì Urliix) e F.stado, no linritc tje
seu itrtele.ssc local e desde quc tal regrírìlcrìl.o seja e harnrôrrico conr iì disciplina cstabelecida peltrs
clenrais enl.cs fedelados". nos [er]n()s dos afls. 24,VIc/c 30, ì e ll daConstituiçl1o lt<ler-al
Nesse senticìo, ccllacionamo.s o lufolnrar.ivo do STF no 8.57, ret'ercntc r.ro
fìeríoclo de I .ì a I 7 clc març<t de 201'l , cujo teor. .seguc.
"os fuÍttnÌ.cípirts podem legislur sobt'e Direiío Aniliental, lestlc que o .lttqtnt
.ftttrcluntcntorkrnl(nlc. ()tnt hrt.çt: t?(ssc etil(n(lìtncnto, u Sagutukt Trtntrrt nagou
p rot, i tttt' tt I t> o il !: t'ero rt g i nten I u l.
A 7)untq u[intu\r ílLK. os Municípitts podem qdotar legislação qnbieural mois
restrititn em rclação aos Eslados-Menbros e ò l|nião. No t,ntan[o, tí
ne<'c:;stírìo (.1!( ( tlonn(t trnht q dcvidu ntotituçtlo ARfl 74t206 AgMSC, rcl
Min. C<'l.so cfu Melkt,,julgunt<'rtto tu 11.3.2017, (ARE-74u20ír) " (griíìrs uossos)
A título de exent;tlo, podcmo.s nrcnclonar ainda o rccul'so cujcl tc'or discutia a
po.ssibilidade do município de Belo Holizoutc editar ler para t"ratar clir ernissã<l de gasc's polr.rcltes
(nratériit anrbiental). ocasião enque o clccano do SuprcnroTribunal Fedcral, nrirrist"l'o Cclso clc Mello,
no bo.ycr do Rcculstt Extraordinár'io :r" 194.704 MG, ao ploferir.seu voto, asscveroLr úìue:
"Assistc ao nrurricípio c.onrpetôncia constitucional para formrrlar regra.s e
legi,slar.sobre proteção c defe.sa do meio ambierrte, ntltadurlente na ír'ca rle
contr<lle da poluiç.ão ntnrosférica, cpre rcprcscrìÍa cncâlgo irlcur.rnciiÍvcl clrre
inci<le sobre lodos c cada uur ckrs cn[cs <pe integr-anr rl Bstarlo Fcr]crirl
lrrasileilo, inrpolrclo-sc obsel-vitr, no entanLo, por rrcccssÍír.io, clue c.\5a
atribuiçiìo para lcgis)ar so[:r'e o mcio ârlbreute cleve cl'ctivar-se uos ìilrrÌtcs <l<l

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itttcresse local". (griíos nossos)
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J$
Scltrte a rÌÌesnrzì rtratória, emirrentes Aul.tlres reco:rlrcccm a comlle[ôncia
municil>al par:a legislar sobrc a proteção ao;raÍ.rimônio arrrbienral, valendo clcstercu, nessc polÌto, iÌ
preci.sa otrservaçlto de ANDERSON t'URLAN e WILLIAM FRACALO.SSÌ ("Direito Aurbienral", p.
235, ìtcrn n. 61,2010, Foren.sc):
"O Município, as.sinr colïìo o.s dclnais componc'ntes da Fcderação,
possui a incunrbência corrstitucional dc pr.oteger. o nreio alnÌriente
(art,225). seja adnrinistrando, scja legislando. É na c'sl'ela municipal
quc os ploirlemas amhierrtais sc Lot'tÌarÌl mai.s vi.sívei.s, rcais, l-actívei.s,
sendo por isso cvidc'nte de.satino.subÍ.r'air dc'.s Municípios zr irrcurlbôrrcia
de Icgislar.srlbre o rncio anrbientc " (grifos no.ssos)
Cotrt cfeiÍ.o, itrocorrcndo tlualquer vÍcio dc iniciativa ou couflito entre o ârntrito
de atuação atlibuído à União FecÍcral c aos listado,s-rncnrbrr).s, rìos teÍÌnos dacloutlina,jurisprudôncia e
arcabouç<l legi.slativo vigelttes, o ctlrrl.r'rlle da poluiç?io anrtrien[al, e.spc'cialnrenle vocaci<luirdg a
impedil a clcgradaçiìo dos índice.s de qualicladc <lo trle olrstar o írgrâvarÌcrrto rlir poluição atmosfórica,
subnrcl.e-se àt esf'ela dc cornpetênciir legislativa dcr Murricípio, ob.sclvaclo, páìÌa e.sse el'cito, o inleressc
local,
Confiarrtes de quc a proposiçãro aprcseÍìÍ.âda asscgum o respeito ao rrreitl
ambientc ca get'ação dc ertrl>regos, crì(luâ1ìÍ.o ar;.uimora m lelaçõcs cntÍc os cidadãos c a C'asa
Legislatrva, subrnet"errros a uratéria iì corrsideração da Ca.sa l.cgislltiva,

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3l
PROJETO DE LEI N'46/2017
..DISPOE SOBRE A EMISSAO DE POLUENTES NO
AR CAUSADORES DE CHUVA ÁCIDA''.
Art. 1". Fica vedada a cmissão de poluentes primários e secundários que são
potenciais causadores de chuva ácida e do efeito estufa no ar, decorrentes da queirna de
combustíveis fósseis em usinas termoelétricas.
Art. 2n. Para efeito desta lei são considerados agentes poluidores as emissões dc
óxidos de nitrogênio (NOx) e enxofre (SOx), os quais são convertidos em ácido nítrico
(HNO:), ácido nitroso (HNOz) e ácido sulfúrico (HzSO+).
Art. 3". Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
JUSTIFICATIVA
A Lei Orgânica do Município de Peruíbe foi atualizada pela Cornissão
Especial criada através da Resolução n" 0l/2005, de 20 de janeiro de 2005.
Em seu art. 6o estabelece que é competência do Município, cm
cooperação com a União, com o Estado e com os demais Municípios, proteger o mcio
ambiente e combater a poluição em qualquer de suas ftrrmas e preservar as florestas clo Bioma
Mata Atlântica, fauna e flora, além dc estimular e disciplinar a pesca, a agricultul'a e a
agropecuária, bem como organizar o abastecimento de alimentos.
Essa proteção pode manifestar-se por meio de atos legislativos, como
leis, que envolvem a competência para legislar, e por meio de atos administrativos, que
envolvem a cornpetência material.
A matriz constitucional da proteção ao meio ambiente está positivada
no artigo 225 da Constituição Federalque estabelece, em seu cuput'.
Art. 225. Todos têm direito ao rneio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de def'endê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Ain<Ja, a Constituição Federal trata em artigos cliferentes a
competência para legislar no campo ambiental.
No que concerne à competência material comum, cabe à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios proteger o meio ambiente e combater a poluição

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em qualquer de suas formas (artigo 23, inciso VI, da Constituição Federal), e, no que diz
respeito à competência legislativa sobre meio ambiente, é concorrente entre a União, os
Estados e o Distrito Fedcral (art,. 24 da Constituição Federal).
- Segue -
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a{
- Fls. rrn 02, Cout. Pt'ojcto dc Lei n" 4(>l2Il7 ^
Por outro lado, o Municípicr pode legi.slar sobrc itssuttlos de inteles,sr:
Jocal c.supìcnreul"ar a Ìegislação federal e cstaclual, r)os tcl'r.ìl(ìs do art. -ì0, inciso.s I e II da
Con.sti tu ição FcdelaÌ :
Alt. .ì0. Compcl.c aos Municípios.
I- Ie gi.slar solrrc asstttrl.os de itrtetesse local;
ÌÌ - suplcrncntar a lcgislação fede ral e a e.sl.acluaÌ no quc couber':
Dcutre lìo.sso,s ilustlcs juri.stas, Machado re.s.salta quc o <Jeu<rnrinacitl
"iuteresse local" não plccisa inciilir ou corÌlprccnder, ncces.salianente, t<ldo o tcn'Ìtíxio clo
Municrllio, ÍÌtas unla locaiiclacle, or.l vírriir.s localidadc.s, dc quc se conrpÕe trtn Municí1tio.
lsso significa que é autoliz-ado eto tnuuicípio ìegislar .sobrc qucsl.lttr
arnbiental cle forma rr suplenrental a.s lcgi.slações federal e estadual, conr;llcnrcltLatt<Jo-as e
adaptando-as zìs suzrs par'licularidacle.s.
A diretriz juris;:rudencial filrnada pelo Suprenro Tlibunal Fcclelal
(.STF') enl.cnde quc a.ssistc ao Municíprct conrpetência constituciottal para íìutuulztr rcgras e
legr.slal scrbre proteção e defe.sa do meio anrbientc.
Assinr entendcu a Coftc Suplcura no bclo do lìecurso llxtrirordiniirio
n. 67-ì.681 SP, lrenr como no do Recurso Exu'aordinário n. 194.704 MG, cuja uratér'ia
discutida nesse últinrcì versoLÌ.sobre conrpetência do município para lcgisìar e atunr sobre
proteçro ambiental no que Lange à enrissão de gases poluentes,
No rncsnrr) .sctìtido clcprccndc-sc do Infolnrativo do STF n' [ì-57.
rel'ercutc ao pcríodo cìc ì-J a l7 dc nrar'ço dc 2017, nos.scguinl.cs lcrnros:
Os Municípios podcnr ìcgislar sobrc Dircito Amblcntal, dc.sdc quc o
façarn fundanrentuclanrenl.e. Cclrn trase nesse euterrdinrcnto, a Scguucìa'l'ulna Degou
provirnentr) a aglavo lcgirncnlal.
A Lci dc Política Nacional clo Meio Anrlricnte, Lei n 6,9:ì8, de 3l de
ago.sto de I981, dá uma aÌ:rangente dcfìnição dc poluíção ào prescÍevcr.
Art 3'- Ì>ala os firrs plevistos nestir I.ci, cntcndc-sc pori
(..J
Iìl - po)uição, ir degraclaçlto da quirlidade arthiental rcsultirntc dc atividirdcs
gue dileta ou irrdiretanrentc:
a) prejudiquent a saútÌc, iì seguratÌça e o benr-estitr <Ja popultçõo;
b) clierr con<liçõcs advcl'sas às ativiclades socliri.s c ecortôrnicas;
cj alctcrn dcslavoraveImentc a biota;
d) aÍ'c(crn as condições estéticirs ou sanilárias tltt nreio anrbierrte;
c) lancc'm uratéria.s ou clrcrgiit or'ì'ì clesacoltlo corn os 1>acltõc.s aurbicnluis
cstitbelecidos;

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Nesses lermos, .são abundan(e.s os cstudos que colÌìpl'ovaÌÌ) que il
cntissão cle óxido.s de nítrogênio (NOx) dcido nítlico (lìNOi; óxidos de enxolì'c (SOx), cste,
em cspccial, fonnador do írcido .sulíïr'ico (l'l:SO+r tem contribLlído para as precipitaçõe.s iicida.s
- Scgue -
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