Fica entre a neurose a psicose. O indivíduo possui um senso interior de si
muito fraco, quer relacionamentos intensos, com desejo de “fundir-se” com o outro, sem muita noção de limites. Entretanto, termina relacionamentos de forma abrupta e foge de qualquer tipo de intimidade. Possui longos períodos de sofrimento psíquico, cheios de medo e depressão. Com frequência, possui impulsos suicidas, mas geralmente suas tentativas não terminam em morte, servindo apenas para alívio interno: o ato de cortar os pulsos ou fazer cortes na pele, por mais doloroso que seja, faz com que se sinta aliviado dos maus sentimentos conforme o sangue se esvai. A pessoa relata não sentir dor e convive com uma sensação constante de que será esmagada. Um dos sentimentos primários é o ódio, são indivíduos extremamente sensíveis à rejeição, envolvem as pessoas próximas em seus dramas pessoais e as classificam em boas ou más – não há meio termo. É comum aliviarem seus sentimentos com drogas ou álcool. Suas vidas são caóticas, sofridas, imprevisíveis e trágicas.
3.1.1 BORDERLINE VERSUS TDAH
Há várias semelhanças entre a personalidade borderline e as características
do TDAH. Como o senso interior de si do TDAH é distraído e fragmentado, rompe abruptamente relacionamentos, sai de sintonia em momentos onde isso não é esperado, busca estímulos fortes para se concentrar e não para aliviar-se de sentimentos dolorosos. Os dois transtornos são marcados por alto grau de impulsividade. A pessoa com TDAH carrega consigo muita raiva e sentimento de rejeição por não conseguir fazer suas atividades direitas, além de tendência a isolar-se. Em ambos os transtornos há: Instabilidade de humor; Baixo rendimento do seu potencial; Abuso de álcool e drogas como automedicação para alívio de seus sintomas.
Há registro de pacientes diagnosticados com borderline que, na verdade,
tem inicialmente TDAH. O tratamento é bem diferente nos dois casos, daí a grande importância do diagnóstico correto. 3.2 ÍNDICE DE ALGUMAS COMORBIDADES EM ADULTOS
Dentre os adultos que portam TDAH:
20 a 30% também possuem depressão;
20 a 30% também possuem transtorno de ansiedade; 20 a 30% também possuem distúrbio alimentar. 25 a 50% também possuem fazem uso de substâncias; 40% também possuem fazem uso do tabagismo; 25% também possuem sofrem com transtorno de personalidade antissocial; 75% também possuem sofrem com transtorno do sono.
Esses números são significativos pois referem-se a pessoas que já sofrem
de TDAH. A presença de comorbidades piora muito o prognóstico do TDAH. De acordo com o desenvolvimento, os sintomas apresentam diferentes predominâncias. Nos pré-escolares, revelam-se mais como hiperatividade, dificuldades em aceitar limites e tolerar frustrações. Na idade escolar, apresentam sintomas combinados e, na adolescência, tendem mais à impulsividade e desatenção. Apesar de o TDAH ser um transtorno comum e ser conhecido há mais de um século, pesquisadores e médicos mencionam muitos aspectos desconhecidos da doença, tais como: • critérios exatos dos sintomas para definição do TDAH; • gravidade dos sintomas para o diagnóstico; • grau de prejuízo funcional e sintomático para o TDAH de acordo com o sexo e a idade; • a forma como o transtorno muda com o passar do tempo e sua apresentação na idade adulta; • os tratamentos e suas combinações mais eficazes nas diferentes faixas etárias.
Assim, o diagnóstico do TDAH é complexo e delicado. É importante
considerar as múltiplas facetas do ser humano: intelectual, acadêmica, social e emocional. Outros problemas podem ter sintomas similares, como depressão, delinquência e impulsividade. Não existe um exame clínico feito em um laboratório, por exemplo, que possa diagnosticar o transtorno. Os pais e professores devem observar certos sintomas dentro do prazo de 6 meses e pergunta-se se a criança “é” assim ou “está” assim, pois pode apenas ter acontecido alguma mudança na dinâmica familiar. Deve-se verificar a presença de no mínimo seis sintomas de forma contínua e, pelo menos, em dois ambientes diferentes frequentados pela criança. Deve-se tomar um cuidado para não confundir a criança ativa da criança portadora do TDAH. 3.3 SINTOMAS DE DEFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE
As características padrão associadas ao TDAH são:
Desatenção; Distração; Hiperatividade; Incapacidade de adequar-se aos colegas; Impulsividade.
Os sintomas que aparecem pela primeira vez em adolescentes e adultos
podem ser reflexos de algum outro transtorno, como depressão e ansiedade. No entanto, algumas crianças podem não ter apresentado sintomas do TDAH no início da infância em função de vários fatores de proteção que mascaram o quadro. Algumas pesquisas revelam que problemas familiares ou com os pais reforçam o risco de desenvolvimento de transtornos, enquanto que ser bom aluno, dar-se bem com as pessoas e fazer atividades extracurriculares podem reduzir o risco de TDAH.