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Resumo dos dez significados do Alef-Bet

1. Conceito
O princípio conceitual subjacente associado com a letra.

2. Significado
O significado literal do nome da letra.

3. Formato
A associação visual primária relacionada ao formato das letras.

4. Número
O valor numérico da letra segundo calculado pela Guematria.

Correspondências básicas nas três dimensões de:

5. Espaço
Os elementos físicos, os corpos celestiais e os signos do zodíaco.

6. Tempo
As estações, os dias da semana e os meses do ano.

7. Alma
Os membros e órgãos do corpo humano, responsáveis por mediar experiências relacionadas
com o "eu".

Associados:

8. Qualidade, dom ou sentido


Expressões inatas ou adquiridas de experiência vivida, controlada pelos membros acima e
órgãos da alma.

9. Arquétipo
Figuras arquetípicas da história de Israel.

10. Canal
Os canais horizontais, verticais e diagonais conectando as Dez Sefirot.

Alef
Conceito Paradoxo, o selo Divino no ser humano.
Significado Um boi; um milhar; ensinamento; um campeão.
Formato Duas tendências polares (os yud superior e inferior) juntos por uma força
mediadora (o vav).
Número 1
Espaço A atmosfera entre o céu e a terra.
Tempo A estação intermediária entre inverno e verão, quando a terra está
saciada de chuvas.
Alma O torso superior, especialmente o peito e o sistema respiratório.
Qualidade Grande compaixão.
Arquétipo A manifestação definitiva da alma de Mashiach.
Canal De chessed a guevurá.

Bet
Conceito O propósito da Criação: uma morada para D'us neste mundo inferior.
Significado Casa.
Formato Um cercado de três lados, aberto no lado esquerdo, "lado norte".
Número 2
Espaço Lua.
Tempo Domingo.
Alma Olho direito.
Dom Sabedoria.
Arquétipo Avraham.
Canal De chochmá a chessed.

Guimel
Conceito A busca de recompensa e punição no contexto do mundo físico.
Significado Um camelo; uma ponte; desmame; benevolência.
Formato Um corpo (o vav) caminhando (o yud ligado, como um pé).
Número 3
Espaço Marte.
Tempo Segunda-feira.
Alma Ouvido direito.
Dom Riqueza.
Arquétipo Yitschac.
Canal De biná a guevurá.
Dalet
Conceito A anulação do "eu" que acompanha qualquer mudança básica na
orientação existencial de alguém.
Significado Uma porta; um homem pobre; extração,
Formato Uma alma ereta (o vav vertical) ligada a sua Divina Fonte (o vav horizontal
pairando acima).
Número 4
Espaço Sol.
Tempo Terça-feira.
Alma Narina direita.
Dom Descendentes.
Arquétipo Yaacov.
Canal De keter a tiferet.


Conceito A capacidade de auto-expressão através do pensamento, palavra e ação.
Significado Ser quebrado; pegar sementes; contemplar.
Formato A "janela" tri-dimensional da consciência, composta de um eixo horizontal
e vertical (o dalet) com um ponto solto (o yud) aludindo à coordenada de
profundidade.
Número 5
Espaço Cordeiro (Aries).
Tempo Nissan.
Alma Pé direito.
Sentido Fala.
Arquétipo Yehudá.
Canal De keter a chochmá.

Vav
Conceito O poder de conectar e correlacionar todos os elementos dentro da
Criação.
Significado Um gancho.
Formato Um pilar ereto.
Número 6
Espaço Boi (Taurus).
Tempo Iyar.
Alma Rim direito.
Sentido Contemplação
Arquétipo Yissachar.
Canal De keter a biná.

Zayin
Conceito O poder de "or chozer" (luz Divina refletida rumo ao Alto pela Criação)
para ascender além de seu próprio ponto de origem.
Significado Uma arma; uma coroa; uma espécie; nutrir.
Formato Um vav com uma coroa.
Número 7
Espaço Gêmeos (Gemini).
Tempo Sivan.
Alma Pé esquerdo.
Sentido Movimento.
Arquétipo Zevulun.
Canal De chochmá a guevurá.

Chet
Conceito A dialética de "ir e vir" entre a unidade absoluta de D'us e a aparente
pluralidade da Criação.
Significado Medo; força da vida.
Formato As forças opostas do vav e zayin ligadas no topo por um arco.
Número 8
Espaço Caranguejo (Câncer).
Tempo Tamuz.
Alma Mão direita.
Qualidade Visão.
Arquétipo Reuven.
Canal De chessed a tiferet.
Tet
Conceito A "inversão," ou ocultamento, da benevolência de D'us neste mundo.
Significado Uma inclinação; um cajado; abaixo; uma cama.
Formato Um recipiente com uma aba invertida: uma bolsa-d'água.
Número 9
Espaço Leão (Leo).
Tempo Menachem Av.
Alma Rim esquerdo.
Sentido Audição.
Arquétipo Shimon.
Canal De chochmá a tiferet.

Yud
Conceito A concentração do infinito dentro do finito.
Significado Uma mão; impulsionar.
Formato Um ponto suspenso, com uma ponta projetando-se para cima e um
apêndice seguindo para baixo.
Número 10
Espaço Virgem (Virgo).
Tempo Elul.
Alma Mão esquerda.
Qualidade Ação.
Arquétipo Gad.
Canal De tiferet a netsach.

Caf
Conceito A capacidade de alguém realizar seu potencial.
Significado A palma da mão de alguém; uma nuvem; suprimir.
Formato Um cercado de três lados com cantos redondos, assemelhando-se à
coroa de uma cabeça em perfil lateral. O caf final: A mesma figura, com
sua base caída em extensão vertical.
Número 20
Espaço Vênus.
Tempo Quarta-feira.
Alma Olho esquerdo.
Dom Vida (boa saúde).
Arquétipo Moshê.
Canal De chessed a netsach.

Lamed
Conceito A ânsia do coração para interiorizar o conhecimento.
Significado Aprender, ensinar.
Formato Um vav em formato de torre pousado sobre um caf.
Número 30
Espaço Balanças (Libra).
Tempo Tishrei.
Alma Vesícula biliar.
Sentido Toque físico e intimidade.
Arquétipo Efraim.
Canal De hod a yessod.

Mem
Conceito O brotar da sabedoria na fonte do supraconsciente.
Significado Água; uma mancha.
Formato Um tanque, com uma ligeira abertura em seu canto inferior esquerdo. O
mem final: Um tanque completamente fechado.
Número 40
Espaço Terra.
Tempo Inverno.
Alma Torso inferior, especificamente o abdômen.
Qualidade Amor expressando-se como água.
Arquétipo Mashiach ben David.
Canal De netsach to hod.

Nun
Conceito A queda do altruísmo até a auto-conscientização.
Significado Um peixe; reino; um herdeiro real.
Formato Um ângulo oblíquo (o servo curvado) com uma coroa em seu topo. O nun
final: a mesma figura com sua base caída na extensão vertical.
Número 50
Espaço Escorpião (Scorpio).
Tempo Cheshvan.
Alma Intestinos.
Sentido Olfato.
Arquétipo Menashe.
Canal De netsach a yessod.

Samech
Conceito A natureza cíclica da experiência, e a equanimidade que ela traz.
Significado Apoiar; confiar; ordenação; forma de construção (em gramática).
Formato Um círculo completo ou anel.
Número 60
Espaço Arco (Sagitário).
Tempo Kislev.
Alma Estômago inferior.
Sentido Sono.
Arquétipo Binyamin.
Canal De tiferet a hod.

Ayin
Conceito A constante vigilância de D'us sobre todo elemento da Criação.
Significado Um olho; cor; uma fonte; carneiro (em aramaico).
Formato Um nun aberto à força (o servo humilde), com um vav (Fluxo Divino)
cunhado dentro.
Número 70
Espaço Cabrito (Capricórnio).
Tempo Tevet.
Alma Fígado.
Sentido Raiva.
Arquétipo Dan.
Canal De biná a tiferet.


Conceito Comunicação oral do conhecimento.
Significado Uma boca; aqui.
Formato Uma cabeça em perfil lateral, com a boca aberta e um dente superior
invertido. O pê final: a mesma figura, com sua base caída na extensão
vertical.
Número 80
Espaço Mercúrio.
Tempo Quinta-feira.
Alma Ouvido esquerdo.
Dom Autoridade.
Arquétipo Aharon.
Canal De guevurá a hod.

Tsadi ou Tsadic
Conceito A fé dos justos.
Significado Um justo; um lado; caçar; caos (em aramaico).
Formato Um yud (a vitalidade da sabedoria) cunhada na parte traseira superior de
um nun curvado (o humilde servo). O tsadic final: a mesma figura, com
sua base caída na extensão vertical.
Número 90
Espaço Jarro (Aquárius).
Tempo Shevat.
Alma Estômago superior.
Sentido Paladar.
Arquétipo Asher.
Canal De guevurá a tiferet.
Cuf
Conceito O paradoxo da santidade: a expropriação da força de vida Divina
transcendente pelo reino material.
Significado Um macaco; cercar; tocar; força; o fundo de uma agulha (em aramaico).
Formato Um resh que paira (transcendência Divina) suspensa acima de um zayin
(centelhas caídas de santidade).
Número 100
Espaço Peixe (Pisces).
Tempo Adar.
Alma Baço.
Sentido Risada.
Arquétipo Naftali.
Canal De biná a chessed.

Resh
Conceito A capacidade de iniciar o processo de retificar o "yesh" ("algo",
fisicalidade) da Criação.
Significado Cabeça ou início; um homem pobre.
Formato A parte de trás da cabeça em perfil lateral.
Número 200
Espaço Saturno.
Tempo Sexta-feira.
Alma Narina esquerda.
Dom Serenidade.
Arquétipo Yossef.
Canal De tiferet a yessod.

Shin
Conceito O mistério de como a bruxuleante inconstância de todas as coisas
emanam de uma Fonte eterna e invariável.
Significado Um dente; um ano; mudança; escarlate; serenidade; dormir; ensinar;
dois; afiado; velho; vice-rei.
Formato Três vav levantando-se simetricamente como chamas, de um único ponto
na base.
Número 300
Espaço Céu.
Tempo Verão.
Alma Cabeça.
Qualidade Amor expresso como o fogo.
Arquétipo Mashiach ben Yossef.
Canal De chochmá a biná.

Tav
Conceito A impressão de que a fé na onipresença de D'us faz sobre experiência da
realidade no supraconsciente da pessoa.
Significado Um sinal; uma impressão; um código; mais (em Aramaico).
Formato Um dalet fazendo uma impressão na coroa de um nun.
Número 400
Espaço Júpiter
Tempo O Shabat.
Alma Boca.
Dom Graça.
Arquétipo David.
Canal De yessod a malchut.

O Mês de Nissan
Nissan é o primeiro dos doze meses do calendário judaico.

O primeiro mandamento dado à recém-nascida nação de Israel antes do Êxodo do Egito

foi:

"Este mês [Nissan] será para vós o primeiro dos meses" (Shemot 12:2)

Nissan começa, especificamente, o "período" (tekufá) da primavera. Os três meses desta

tekufá – Nissan, Iyar, Sivan – correspondem às três tribos do acampamento de Yehuda –

Yehuda, Issachar, Zebulun – que se situavam a leste). Na Torá, Nissan é chamado de

"mês da primavera" (chodesh ha'aviv).


Além disso, Nissan dá início aos seis meses de verão, que correspondem aos seis níveis

de "luz direta" (no Divino serviço – "despertar do acima"). Há uma alusão a isso no nome

aviv, que começa com as duas letras alef e beit, na ordem "direta" ou "reta" do alef-beit.

Refere-se a Nissan como "o mês da redenção". Segundo a opinião aceita de Nossos

Sábios: "Em Nissan nossos antepassados foram redimidos do Egito e em Nissan seremos

redimidos" (Tratado Rosh Hashaná 11a).

Nissan é um mês de milagres (nissim). O fato de o nome Nissan possuir dois nuns sugere,

segundo Nossos Sábios, nissei nissim – "milagres dos milagres." Sobre a redenção do

futuro é declarado: "Como os dias de vosso êxodo do Egito, Eu revelarei a ele maravilhas."

Na Chassidut, este versículo é explicado como significando que as maravilhas da

redenção do futuro serão assombrosas e miraculosas, equivalentes aos milagres do Êxodo

do Egito – "milagres dos milagres".

Letra: Hei

A letra hei é a origem fonética de todas as 22 letras do alef-beit.

Nossos Sábios ensinam que "com a letra hei, D’us criou este mundo", como é declarado

no início da segunda narrativa da Criação (que corresponde ao calendário judaico,

começando a partir de Nissan): "b'hibaram – b'hei bera'am." Assim, o mês de Nissan

significa a renovação anual da criação deste mundo.

Mazal: Talê (Aries – carneiro)

O talê simboliza o sacrifício de Pêssach, o primeiro sacrifício do povo judeu a D’us quando

da sua redenção. O próprio povo judeu é simbolizado como um cordeiro (dentre setenta

lobos). De todas as criações de D’us, o cordeiro possui a inata capacidade de despertar

misericórdia pela sua voz (a origem do sentido da fala do mês de Nissan).

Tribo: Yehuda
Yehuda é o rei (a "primeira") das tribos de Israel. Seu nome significa dar graças, na fala (o

sentido de Nissan). O rei governa seu povo pelo poder de suas palavras, como está

escrito: "pois a palavra do rei é sua lei." O mês de Nissan é "o ano novo para reis" (Mishná

Rosh Hashaná 1:1).

Sentido: Fala

O sentido da fala sugere a capacidade da pessoa de expressar seus mais profundos

sentimentos e opiniões ao próximo. Todas as formas de expressão são referidas

genericamente como "fala". "Este mundo" (criado pela letra hei de Nissan) está baseado

em comunicação (verbal). Personificando a sefirá de malchut (reino), é freqüentemente

chamado de "o mundo da palavra" (ou "o mundo revelado").

O próprio radical para "fala" significa também "liderar". Assim, o sentido da fala é

basicamente o sentido de liderança.

A principal mitsvá do mês de Nissan, na noite do sêder, é a narrativa da história do Êxodo

"quanto mais se narra o Êxodo do Egito, mais ele é louvável." Esta é a principal mitsvá da

fala de todo o ano. Dos 15 estágios do sêder (15 = a soma de todos os números de 1 a 5),

maguid – a narrativa da história do Êxodo – é o 5º estágio. 5 = hei. O estágio do maguid

começa com a palavra "hei" (hei lachma anya, "este é o pão do homem pobre").

A redenção do Egito (o estado existencial de "confinamento", a incapacidade de expressar

realmente a si próprio – "todos os exílios são referidos como Egito") simboliza a "liberdade

da fala"

Controlador: Pé Direito

Assim como "falar" significa "liderar", assim também o caminhar (com o pé direito, o pé da

confiança e segurança) dirige e controla o sentido da fala da pessoa, como se diz:

"andarilhos a caminho, falai" (Canção de Dvora, Juizes, 5:10). Falar palavras da Torá

enquanto caminhando na trilha inspira novo entendimento rumo aos segredos da Torá. E
assim, descobrimos que muitos dos segredos do sagrado Zohar foram revelados no

contexto de "caminhando na trilha."

O Mês de Iyar
Iyar é chamado o mês de "Ziv" – radiância.

Segundo o Sêfer Yetzirah, cada mês do ano judaico tem uma letra do alfabeto hebraico,

um signo do Zodíaco, uma das doze tribos de Israel, um sentido e um membro controlador

do corpo que corresponde a ele.

"Iyar" é o segundo dos doze meses do calendário judaico. Na Bíblia, Iyar é chamado o

mês de "Ziv" – radiância. Iyar é também cognato de luz.

Refere-se comumente ao mês de Iyar como o mês, um tempo propício para a cura

(natural), pois seu nome é um acrônimo para "Eu sou o Eterno, que te cura" (Shemot

15:26).

Esta característica provém da época em que o povo judeu encontrava-se no deserto após

a saída do Egito. Foi neste mês que o maná, denominado "a comida dos fortes", começou

a cair dos Céus. Nas iniciais hebraicas do mês, há uma indicação referente à cura: Iyar

forma a expressão: "Eu, D'us, Sou seu médico."

Letra: Vav

"Vav" é um elo. Iyar conecta os dois meses de Nissan e Sivan (pelo poder de "sefirat

haômer", que começa em Nissan, continua durante Iyar e termina em Sivan), o mês da

redenção e o mês da outorga da Torá. Somente estes três meses são referidos na Torá

como o primeiro, o segundo e o terceiro mês do "Êxodo de Israel do Egito."

Mazal: "Shor" (Touro-boi)


O "shor" (a face esquerda da Carruagem Divina) representa a origem espiritual da "alma

animalesca" do homem. Iyar é o mês em que o homem retifica sua alma animalesca, refina

seus traços inatos de caráter (cada dia de "sefirat haômer), enquanto se prepara para

receber a Torá em Sivan. Em hebraico, o radical "shor" também significa olhar, ou

observar. Iyar é o mês da introspecção, pelo mérito do auto-refinamento.

Tribo: Isaachar

Isaachar é a tribo dos eruditos de Israel. O Sanhedrin era na maior parte composto por

membros da tribo de Isaachar. Especificamente, Isaachar era o amo do "segredo" do

calendário judaico, como se diz sobre ele: "conhecedores de entender os tempos." Sua

natureza básica é contemplativa e ele serve como "conselheiro" de seus irmãos, as tribos

de Israel (em particular do rei, Yehuda).

Sentido: Pensamento

Pensamento aqui implica em contemplação e introspecção. Significa também o poder de

calcular (como no cálculo do calendário). Este é o mês da contagem ("sefirat haômer). O

radical "pensar" em hebraico "chashav", significa "cálculo numérico", "cheshbon", análise

introspectiva, contagem e peso dos atos.

Controlador: Rim direito

Nossos Sábios afirmam que "o rim dá conselhos". Especificamente, o rim direito está

relacionado ao conselho espiritual ou introspecção. Os rins agem de modo similar à

"consciência", como se diz: "À noite meus rins me castigam". Isso refere-se ao "cheshbon

nefesh", (introspecção) do mês de Iyar.

Fatos interessantes ligados ao mês


• Chassidut explica que Iyar é o único mês no qual cada um de seus dias faz parte

de uma Mitsvá, a de Sefirat Haômer contagem do ômer. O rei Salomão iniciou a

construção do Primeiro Templo em Rosh Chodesh Iyar Também os planos do

Segundo Templo foram formulados nesta mesma data.

• 14 de Iyar é chamado de Pêssach Sheni, isto é, o Pêssach do segundo mês

(sendo Nissan considerado o primeiro). Neste dia, comemos um pedaço de Matsá

para lembrar que D’us deu uma segunda chance às pessoas que não podiam

oferecer o cordeiro pascal na véspera de Pêssach (por estarem em estado de

impureza) para fazer esta oferenda e comê-la junto com Matsot um mês

depois.Geralmente sete dias são suficientes para a purificação; por que, no caso

de Pêssach Sheni há um mês de intervalo? Rabi Yacov Emden contou que a

resposta lhe foi revelada pelos Céus. As Matsot que o povo comeu na saída do

Egito, em 15 de Nissan, duraram 30 dias, até o final de 14 de Iyar. Em outras

palavras, a santidade de Pêssach se estende por 30 dias. Por isso, só um mês

depois é que se pode comemorar Pêssach Sheni.

• Dia 18 de Iyar é chamado Lag Baômer, por ser o 33º dia da contagem do ômer. É

um dia de alegria por marcar o final da peste que dizimou os alunos de Rabi Akiva.

Outro motivo da alegria é por ser a data do falecimento de Rabi Shimon bar

Yochai, que pediu para que todos festejassem a data, pois ele havia completado

sua missão na terra.

O Mês de Sivan
O formato da letra zayin é um vav com uma coroa na cabeça. Isso representa a
coroa que nós recebemos

Segundo o Sêfer Yetzirah, cada mês do ano judaico tem uma letra do alfabeto hebraico,

um signo do Zodíaco, uma das doze tribos de Israel, um sentido e um membro controlador

do corpo que corresponde a ele.

Sivan é o terceiro dos doze meses do calendário judaico, o mês da Outorga da Torá ao
povo judeu.

Letra: zayin

Sivan é o terceiro mês do ano que está conectado ao terceiro dos atributos Divinos que é a

misericórdia. O número três está associado aos eventos ocorridos neste mês: a outorga de

uma tripla Torá [Torá, Neviim e Ketuvim] a um povo triplo [Cohanim, Leviim e Israelim] no

terceiro mês [Sivan] por três [Moshê, Aharon e Miriam]" – o número que mais

destacadamente aparece em toda a Torá é o número sete, o valor da letra zayin.

A Torá foi outorgada no Shabat, o sétimo dia da semana. Segundo Rabi Yosi, a Torá foi

entregue no sétimo dia de Sivan. Zivebulun, a tribo de Sivan, começa com a letra zayn.

Nossos Sábios identificam o zayin com a palavra zeh ("isso"), significando o excepcional

nível de profecia de Moshê ("a vidraça transparente"), o doador da Torá (ele próprio

nasceu e faleceu a sete de Adar [o 12º mês do ano; 12 = zeh]).

As porções da Torá em Sivan são do início do Livro de Bamidbar. Na terceira porção –

Behaalotecha – aparece uma seção de dois versículos ("E quando a Arva viajava…") que

é separado do texto da Torá que o precede e que o segue (por dois nuns de cabeça para

baixo). Nossos Sábios nos ensinam que isso é para dividir a Torá em sete livros, ao invés

da divisão normal de cinco. Alude-se a este fenômeno no versículo: "Ela entalhou seu pilar

sete." Juntos, zayin (7) e hei (5), a divisão normal da Torá) formam zeh, o nível singular da

profecia de Moshê.

O formato da letra zayin é um vav com uma coroa na cabeça. Isso representa a coroa que

toda alma judaica recebeu (a qual, especificamente, consiste de dois níveis, duas coroas,

como ensinado por Nossos Sábios) sobre a Outorga da Torá. Os próprios Dez

Mandamentos contêm 620 letras = keter, "coroa".


Mazal: teomim (Gêmeos)

Os gêmeos simbolizam as duas "tábuas do pacto" idênticas, entregues a Moshê.

A Outorga da Torá a Israel é chamada de "casamento" (entre D’us e o povo judeu). No

Shir Hashirim (5:2), o nível mais elevado de casamento é mencionado como noiva e noivo

sendo gêmeos idênticos (tamati, que Nossos Sábios lêem teomati).

Os gêmeos arquétipos da Torá são os dois irmãos, Essav e Yaacov. Estes gêmeos não

somente não são idênticos, como são opostos. Mesmo assim, pelo poder da Outorga da

Torá no mês de Sivan, ambos os gêmeos são retificados e tornam-se capazes de se

unirem. Em todo judeu, Yaacov representa a boa inclinação, ao passo que Essav

representa a má inclinação. Somos ordenados a mar a D’us "com todo nosso coração" –

"com ambas as nossas inclinações". Nas duas tábuas do pacto, a da direita se refere

basicamente ao lado de Yaacov, ao passo que a tábua esquerda se dirige basicamente ao

lado de Essav ("Não matarás; Não cometerás adultério; Não roubarás…").

Tribo: Zivebulun

Zebulun é comumente retratado como "o homem de negócios", que sustenta o estudo de

Torá do seu irmão Isaachar. Na Cabalá, somos ensinados que sempre há algo mais

elevado numa "causa" que no seu "resultado". Segundo este princípio, o Arizal explica que

a origem da alma de Zebulun está em keter, acima daquela da alma de Isaachar, em

chochmá.

O nível da Torá em si revelado a nós no Sinai é o nível de keter (coroa) da Torá, como

indicado pelo fato de que os Dez Mandamentos possuem 620 letras = keter

(correspondendo às 613 mitsvot da Torá escrita juntamente com as 7 mitsvot dos Sábios),

como mencionado acima. O próprio Zebulun é ordenado a estudar Torá. Seu estudo da

Torá está ao nível de keter.


Sentido: caminhar (progresso, dinâmica)

Aqui, "caminhar" significa o sentido de contínuo progresso. Cada lei da Torá é chamada

uma halachá, da palavra "caminhar". Nossos Sábios interpretam o versículo: "as

caminhadas do mundo são para Ele" (Habakuk 6:4), que aquele que estuda halachá

diariamente com certeza merecerá o Mundo Vindouro.

A Torá nos proporciona a força para caminhar adiante, deixar nosso local de origem a fim

de encontrar e elevar as centelhas Divinas caídas presentes em toda a realidade. E assim

se afirma sobre Zebulun: Seja feliz, Zebulun, quando sair" (Devarim 33:18).

Enquanto os anjos, que não mereceram receber a Torá, são chamados

"espectadores"(pois não possuem a essencial dinâmica da vida) as almas de Israel (que

receberam a Torá) são chamadas "caminhantes entre os espectadores".

No que diz respeito à "força" da Torá em geral, é dito: "elas [as almas de Israel que

estudam a Torá e cumprem Seus mandamentos] prosseguirão de força em força" (Tehilim

84:8). Nossos Sábios interpretam que isso significa "os justos não têm descanso, nem

neste mundo nem no Mundo Vindouro." Na Chassidut é ensinado que no estado absoluto

de tranqüilidade e repouso do Mundo Vindouro, a alma do justo vive simultaneamente o

senso de progresso infinito " e "caminhar adiante" (o senso de tranqüilidade é o senso do

mês de Kislêv [o terceiro mês a partir de Tishrei], o mês que complementa Sivan [o terceiro

mês a partir de Nissan] no ciclo do ano.

Controlador: Pé esquerdo

Quanto a qualquer par de "direito" e "esquerdo", o direito é relativamente espiritual, ao

passo que o esquerdo é relativamente físico. Nas palavras de Nossos Sábios: "Ele

estendeu Sua mão direita e criou os céus e estendeu Sua mão esquerda e criou a terra."
Como vimos acima, a fala, o sentido de Nissan, é controlada pelo pé direito. Caminhar, o

sentido de Sivan, é controlado pelo pé esquerdo. A fala assemelha-se ao caminhar, pois

encontramos freqüentemente na Bíblia a expressão "língua caminhante". Apesar disso, a

fala é relativamente mais espiritual que o caminhar (embora ambos possuam uma

dimensão interior espiritual: fala – o sentido de liderança; caminhar – o sentido do

progresso).

Encontramos em Mishlê (10:9): "Aquele que caminha com sinceridade caminhará com

segurança." Sinceridade (temimut) é a propriedade do pé esquerdo (a sefirá de hod);

segurança (bitachon) é a propriedade do pé direito (a sefira de netzach; confiança dá à

pessoa a capacidade de falar claramente sem "gaguejar" [que na boca corresponde a

"tropeçar" para os pés]). Assim, o versículo sugere que a pessoa deveria caminhar

"esquerda, direita…," pois é o pé esquerdo que governa o ato geral de caminhar.

O Mês de Tamuz
Segundo o Sêfer Yetzirah, cada mês do ano judaico tem uma letra do alfabeto hebraico,

um signo do Zodíaco, uma das doze tribos de Israel, um sentido e um membro controlador

do corpo que correspondem a ele.

Tamuz é o quarto dos doze meses do calendário judaico. Tamuz dá início à estação"

(tekufá) do verão. Os três meses dessa estação, Tamuz, Av e Elul, correspondem às três

tribos do acampamento de Reuven – Reuven, Simeon e Gad – que estavam situadas ao

sul.

Tamuz é o mês do pecado do bezerro de ouro, que resultou na quebra das Tábuas.

Naquele mesmo dia, 17 de Tamuz, têm início o período de três semanas (terminando a 9

de Av) que assinala a destruição do Templo Sagrado em Jerusalém.


Este é o mês no qual os espiões enviados por Moshê viajaram pela Terra de Israel para

vê-la e relatar ao povo. (Eles retornaram na véspera de 9 de Av).

Letra: Chet

O formato da letra chet é composto de duas letras prévias do alfabeto hebraico, o vav e o

zayin (correspondendo aos dois meses prévios de Iyar e Sivan), conectados do alto por

uma fina "ponte". No que diz respeito ao sentido da visão, o formato do chet representa a

dinâmica de luz espiritual sendo emitida dos olhos (o vav) e a luz física retornando do

objeto observado, aos olhos (o zayin).

A palavra Tamuz se escreve em hebraico: "tam" – "conectar", "consumar" – vav zayin – as

duas letras que juntas formam o chet.

Mazal: Sartan (Câncer = caranguejo)

Um dos significados do radical de sartan, seret, é uma "tira" visual em geral ou, (como no

hebraico moderno) especificamente uma tira de "filme".

O sentido espiritual da visão de Tamuz é a capacidade de "ver através" da realidade física

para contemplar sua Fonte Divina. De acordo com este raciocínio, a palavra sartan é

entendida como sendo composta de duas palavras: sar tan – que literalmente quer dizer:

"remove o corpo" (a fim de revelar a alma), i.e., remover a "concha" exterior da realidade

(através do poder da visão concentrada) a fim de revelar o "fruto" da realidade interior e a

força de vida.

Tribo: Reuven

O nome Reuven vem do radical "ver", o sentido de Tamuz.

A pedra preciosa de Reuven no peitoral do Sumo Sacerdote é o odem, o rubi (de Reuven),

que devido à brilhante cor vermelha (odem significa vermelho) é a mais sensualmente

visível das pedras.


O vermelho é a mais sedutora de todas as cores, sugerindo ou a queda do homem (em

hebraico odem [vermelho]) tem a mesma grafia que adam [homem], como no pecado do

bezerro de ouro, ou a suprema elevação e retificação do homem, com a vinda de

Mashiach.

Sentido: Visão

O verão (a época de Tamuz) é o "feriado" dos olhos. É nessa ocasião que deve-se

"guardar" os olhos para ver somente aquilo que é bom (no mundo em geral e no próximo

em particular) e recatado. A capacidade de guardar e focalizar corretamente o olhar é o

"sentido" retificado da visão.

Ao final da bênção de Moshê a Israel ele disse (Devarim 33:28): "betach badad ein Yaacov

– certamente, sozinho, está o olho de Yaacov." A palavra betach, "certamente", é um

acrônimo para três palavras: bracha tov chayim, bênção, bem e vida. Estes são os três

pontos principais da visão retificada, como está escrito: (Devarim 11:26): "Vê, coloquei

diante de vós hoje a vida e o bem, e a morte e o mal… e escolhereis vida." Com relação a

estes três, deve-se treinar os olhos (tanto física quanto espiritualmente) para ver somente

a dimensão interior positiva da realidade e não se concentrar na realidade externa, a

"casca" negativa".

Este é o significado de "certamente, sozinho, está o olho de Yaacov". O sentido do olho

judeu ("o olho de Yaacov") é para apenas ("sozinho") ver aquilo que é "certamente" – a

bênção de D’us, o bem e a vida.

Controlador: Mão direita

A mão direita, em geral, e seu dedo indicador, em particular, serve para dirigir e focalizar a

visão da pessoa.

Ao ler o Rolo de Torá, é costume apontar para cada palavra com um "dedo" de prata. É

costume também usar a mão direita para fazer sinais que indiquem as nuançes de

entonação para o leitor da Torá.


O anel de casamento é colocado pelo noivo no dedo indicador da mão direita da noiva.

Isso eleva o casal ao nível de "minha pomba" (Shir Hashirim 5:2), a intensa expressão de

amor transmitida pelo incessante olhar um nos olhos do outro (deixando os olhos

vermelhos como um rubi) – "teus olhos são como pombas" – (Shir Hashirim 5:12).

O Mês de Av
Segundo o Sêfer Yetzirá, cada mês do ano judaico tem uma letra do alfabeto hebraico, um

signo do Zodíaco, uma das doze tribos de Israel, um sentido e um membro controlador do

corpo que correspondem a ele.

O mês hebraico de Av (ou Menachem-Av, o consolador de Av), é o quinto dos doze meses

do calendário judaico.

O nome Av literalmente significa "pai". É derivado do radical que significa "querer" ou

"desejar".

É o mês do "ponto baixo" do calendário judaico (o 9 de Av, o dia do pecado dos espiões e

a destruição tanto do primeiro quanto do segundo Templos em Jerusalém) bem como o

mês do "ponto alto" do calendário judaico (o 15 de Av – "não existe dia mais feliz para

Israel que o 15 de Av e Yom HaKippurim" (Mishná Ta'anit 26) – o dia de encontrar a alma

gêmea predestinada).

Isso está de acordo com o ensinamento de Nossos Sábios de que "Mashiach nasce a 9 de

Av".

Relativamente a todas as outras almas de Israel, a alma de Mashiach, que vem para

redimir Israel de seu estado de exílio (tanto físico quanto espiritual), é como um noivo para

sua noiva. Após seu nascimento em 9 de Av, ele se revela a sua noiva e se compromete

com ela a 15 de Av.

Letra: tet
A letra tet, que se assemelha a um útero, é igual a 9, correspondendo aos 9 meses de

gravidez. No mês de Av os 9 meses são condensados e concentrados em 9 dias, de Rosh

Chôdesh Av (o Yahrtzeit – data de falecimento - de Aharon, o Sumo Sacerdote, cujo nome

vem da palavra "grávida") até o 9 de Av, o dia, que como foi mencionado acima é o dia de

nascimento de Mashiach.

Mazal: aryê (Leão)

O leão simboliza o poder supra-racional da vontade Divina (o significado do nome Av,

como foi mencionado acima). A manifestação inicial da vontade de D’us para destruir (o

Templo) na verdade foi puramente pelo mérito da reconstrução (o Templo com todo seu

significado espiritual e importância para Israel e o mundo inteiro) para toda a eternidade.

Nas palavras de Nossos Sábios (Yalkut Shimoni, Yermiyáhu, 259): "O leão

[Nevudchanetzar, ao qual a Bíblia se refere como um leão – Yermiyáhu 4:7] veio no mês

do leão [Av] e destruiu o leão [o Templo, ao qual a Bíblia se refere, especialmente no que

diz respeito ao segundo, como um leão], a fim de que o leão [D’us, de Quem se diz 'o leão

ruge, quem não sente medo' – Amós 3:8] vem no mês do leão e reconstrói o leão."

Este segredo está também refletido no valor numérico de aryê. Aryê em guematria = 216 =

guevurá ("severidade"). Guevurá é o poder Divino responsável por tzimtzum (contração e

diminuição da Divina luz e energia, como se afirma a respeito do início de Av: "Quando

entra Av, diminuímos em alegria" [Mishná Ta'anit 26:]) e destruição. Mas 216 = 3 x 72. E

72 = chessed (bondade), o poder Divino que "constrói" toda a realidade, como está escrito

(Tehilim 89:3): "o mundo é construído com [pelo poder de] chessed." Três vezes chessed

corresponde à construção de todos os três Templos, que estão todos contidos e

encontram sua consumação eterna no Terceiro Templo, para ser construído brevemente

em nossos dias por Mashiach. Por este motivo, o aryê aparece à direita, no lugar de

chessed, na Carruagem Divina (Ezekiel 1:10).


Tribo: Shimon

O nome Shimon vem da palavra "ouvir". O pecado dos espiões em 9 de Av resultou neles

falando mal da Terra de Israel e o povo aceitando – "ouvindo" – a maledicência. Assim a

retificação geral do mês de Av é a retificação da audição.

Shimon é a única tribo que Moshê não abençoou explicitamente no final da Torá. Isso se

deveu à sua "frustração" com a tribo de Shimon devido a seu envolvimento (mais que

todas as outras tribos) no pecado de Pe'or (prostituição com mulheres estrangeiras, que

resultou em idolatria). O nome Shimon se divide em duas palavras que se escrevem sham

avon, "existe iniqüidade".

Num certo sentido, Moshê (da tribo de Levi) era mais proximamente relacionado (em

espírito) a Shimon que a qualquer outra tribo. "Shimon e Levi são irmãos" (Bereshit 49:5)

disse nosso Patriarca Yaacov ao abençoar seus filhos. Os dois juntos (Shimon liderando

seu irmão mais jovem Levi) vingou-se pelo estupro de sua irmã Dina, e destruiu toda a

cidade de Shechem.

Na Cabalá, aprendemos que alma de Moshê era também a de Rabi Shimon bar Yochai,

ele que mais que qualquer outro dos Sábios revelou a dimensão interior da Torá de Moshê

(no sagrado Zohar).

A "degeneração" do poder de Shimon leva à destruição do Templo. A retificação e

elevação daquele mesmo poder provoca a eterna reconstrução do Templo.

A retificação de Shimon (a retificação dos pecados e iniqüidades de Israel que levaram à

destruição do Templo no mês de Av, o mês de Shimon) deu-se pelo seu apego ao atributo

mais essencial de Moshê – a humildade. A palavra avon (pecado) permuta-se para grafar

anav (humilde), o termo singular pelo qual a Torá louva Moshê (Bamidbar 12:3): "E o
homem Moshê era muito humilde [anav], mais que qualquer outro homem na face da

terra." O nome Shimon se transforma (no mês de Av) de "existe iniqüidade" (sham avon)

em "existe o humilde" (sham anav).

A habilidade de Shimon de assim "metamorfosear-se" depende de seu senso interior de

audição. Moshê se dirige a Israel com a declaração mais abrangente da Torá (Devarim

6:4): "Ouve [shemá] ó Israel…" Moshê fala a Israel por meio da alma-raiz de Shimon.

Audição interior (derher em iídiche) vem com o profundo senso de humildade na alma.

Embora Moshê não abençoasse explicitamente Shimon, Nossos Sábios nos ensinam que

ele aludiu a Moshê na primeira palavra de sua bênção a Yehuda (Devarim 33:7): "Ouve

[shemá] D’us a voz de Yehuda…" (Esta frase complementa o versículo "Ouve ó Israel…";

em guematria, "Ouve D’us a voz de Yehuda" = 602 = 7 x 86 [Elokim, D’us], "Ouve ó

Israel…" = 1118 = 13 x 86).

Na divisão da Terra de Israel entre as doze tribos, Shimon herdou sua porção dentro da

porção maior de Yehuda (este é o único exemplo em que uma tribo herda sua porção

dentro de outra). Quando os dois nomes Shimon e Yehuda são adicionados um ao outro:

466 mais 30 = 496 = malchut (reino). Assim aprendemos que o malchut de Yehuda

depende da "presença" e "parceria" de Shimon.

Yehuda corresponde ao mês de Nissan e ao sentido da fala. Shimon corresponde ao mês

de Av (as primeiras duas letras e "sub-radical" em hebraico da palavra aviv, o nome da

Torá para o mês de Nissan) e o sentido da audição. Av é o 5¼ mês a partir de Nissan, cuja

letra é hei = 5.

Os dois sentidos, falar e ouvir, são obviamente um par, assim como no pecado do povo

ouvir (aceitar) a "maledicência" falada pelos espiões, no pecado de 9 de Av.

Assim concluímos que o poder do mês de Av (o mês da [aparente] destruição) é para

"ouvir" a mensagem "falada" pelo mês de Nissan (o mês da redenção), e integrar o


primeiro e mais importante poder de Israel – a liderança – na consciência do povo judeu.

Este é o segredo da "gravidez" e "nascimento" de Mashiach (o líder quintessencial de

Israel) a partir de 1) de Av (o início de sua gravidez de 9 dias) até 9 de Av (seu

nascimento). Ele então se une completamente com a consciência do povo, a 15 de Av.

Sentido: audição

"Ouvir", em hebraico, significa "entender", integrar-se totalmente na consciência da pessoa

(no coração da pessoa, não apenas entender intelectualmente no cérebro). Ouvir o outro é

entender por completo seu dilema e ter empatia com ele. Ouvir é receber – cabalá

(primeiro revelada por Rabi Shimon bar Yochai).

No início de Yeshayáhu (lido no Shabat antes de 9 de Av), está escrito: "Se você desejar

[tovu, da palavra Av] e ouvir [o sentido de Av], partilharás da bondade da terra."

O sentido da audição é o sentido do equilíbrio interno, o alicerce da existência retificada.

(O desequilíbrio é a fonte de toda queda e destruição). Um ouvido bem equilibrado, um

sentido de audição bem orientado, possui a capacidade de discernir e distinguir em tudo

que se escuta a verdade da mentira, como está escrito (Job 12:11 e 34:3): "O ouvido

discerne palavras" – ozen malin tivchan (as iniciais desta frase escrevem emet –

"verdade").

Membro controlador: rim esquerdo

O "conselho" dado pelo rim esquerdo é como ouvir adequadamente e integrar a verdade

na própria consciência.

Segundo o princípio geral de que "direita" é sempre mais espiritual que "esquerda", o

sentido do raciocínio (do mês de Iyar), controlado pelo rim direito, é relativamente mais
espiritual que o sentido da audição, controlado pelo rim esquerdo.

Os dois rins são os conselheiros "masculino" e "feminino" da alma. O rim direito aconselha

como retificar os próprios traços de caráter por meio do processo de cuidadosa

introspecção ( o sentido de raciocínio do mês de Iyar). O rim esquerdo aconselha como

absorver a verdade na própria consciência (o sentido de audição do mês de Av).

A palavra para rim, kulyá, vem de kol = "tudo". Kol = 50. Nossos Sábios nos ensinam que

"à idade de 50, a pessoa está apta a dar conselhos." Os dois rins são dois conjuntos

complementares de 50 (como os 50 equivalem às 50 voltas dos dois conjuntos de cortinas

penduradas no Tabernáculo). 50 mais 50 = 100 = 10 ao quadrado, o consumado estado de

retificação, 10 (poderes da alma) "interincluídos" em 10.

O Mês de Elul
"Sou do meu amado e meu amado é meu"

Segundo o Sêfer Yetzirah, cada mês do ano judaico tem uma letra do alfabeto hebraico,

um signo do Zodíaco, uma das doze tribos de Israel, um sentido e um membro controlador

do corpo que correspondem a ele.

Elul é o sexto mês do calendário judaico.

Em Elul nos preparamos para a chegada dos Grandes Dias festivos, tocando o shofar

todas as manhãs, tendo nossas mezuzot e nossos tefilin examinados para ter certeza de

que ainda estão adequados, tendo mais cuidado com a cashrut e recitando selichot

especiais (preces penitenciais) à medida que se aproxima o final do mês.

Por que fazemos tudo isso no mês de Elul? Não podemos esperar até mais próximo de
Rosh Hashaná e Yom Kipur?

De qualquer forma, a maioria de nós "trabalha" melhor sob pressão!

Estas questões podem ser explicadas por uma bela parábola:

Uma vez por ano, um rei muito poderoso deixa seu palácio, seus guardas, seu luxo e vai

até o campo para encontrar seus súditos.

No campo, as pessoas podem perguntar o que quiserem ao rei. Não precisam esperar em

longas filas, passar por revistas de segurança, ser anunciados com cerimônia. Podem falar

com ele sem hesitação.

No entanto, uma vez que o rei tenha retornado a seu palácio, os súditos terão novamente

de passar por todos os tipos de protocolo para encontrá-lo. Portanto, obviamente, seus

súditos aproveitam a oportunidade ao máximo.

Elul é chamado "mês do arrependimento", "da misericórdia" e "do perdão". Elul segue os

dois meses anteriores de Tamuz e Av, os meses dos dois grandes pecados de Israel, o

pecado do bezerro de ouro e o pecado dos espiões.

As quatro letras do nome Elul são um acrônimo para as letras iniciais da frase em Shir

Hashirim (6:3): "Sou do meu amado e meu amado é meu."

"Sou do meu amado" em arrependimento e desejo consumado de retornar à raiz de minha

alma em D’us. "E meu amado é meu" com expressão Divina de misericórdia e perdão.

Este é o mês que "o Rei está no campo". Todos podem aproximar-se d'Ele, e Seu

semblante reluz para todos.


Elul é o mês de preparação para os grandes Dias Festivos de Tishrei. Foi neste mês que

Moshê ascendeu ao Monte Sinai pela terceira vez por um período de quarenta dias, de

Rosh Chôdesh Elul a Yom Kipur, quando ele desceu com as segundas "Tábuas do Pacto".

Nestes dias D’us revelou grande misericórdia ao povo judeu.

Na guematria, Elul equivale a 13, aludindo aos 13 princípios da Divina misericórdia que

são revelados no mês de Elul.

Letra: Yud

O yud é a primeira letra do tetragrama, o Nome essencial de D’us Havayah, o Nome de

misericórdia. É também a letra final do Nome Adnut, o Nome que encerra o Nome

Havayah para revelar e expressá-lo ao mundo. Assim, o yud é o início (da essência da

Divina misericórdia, Havayah) e o yud é o fim (da manifestação da Divina misericórdia,

Adnut).

Toda forma criada começa com um "ponto" essencial, de energia e força de vida, o ponto

da letra yud. O fim do processo criativo é também um "ponto" de consumação e satisfação,

um yud. "No princípio D’us criou…" é o ponto inicial; "e D’us concluiu no sétimo dia…" é o

ponto final.

A palavra yud significa "mão". Nossos Sábios interpretam o versículo: "Até Minha mão

fundou a terra, e Minha mão direita desenvolveu os céus" – que D’us estendeu Sua mão

direita para criar os céus e estendeu Sua mão esquerda para criar a terra." A mão direita é

o ponto de início; a mão esquerda é o ponto do final.

No versículo acima citado, a mão esquerda (à qual se refere como "Minha mão" sem

qualquer designação definida de esquerda ou direita) aparece antes da mão direita. Isso

combina com a opinião de Hillel de que "a terra precedeu [os céus]." A terra representa a

consumação da Criação – "o fim da ação vem primeiro no pensamento".


O yud de Elul é, especificamente, a mão esquerda, o controlador do sentido do mês, o

sentido da ação e retificação. Este é o ponto final da Criação atingindo seu supremo

objetivo e fim, o yud de Adnut refletindo-se perfeitamente na realidade criada, o yud de

Havayah.

Mazal: betulá (Virgem)

A betulá simboliza a amada noiva de D’us, Israel, a noiva do Shir Hashirim, que diz a seu

noivo "Eu sou do meu amado e meu amado é meu".

A palavra betulá aparece pela primeira vez na Torá (e a única vez na descrição de uma

mulher específica) em louvor de nossa matriarca Rivca, antes de seu casamento com

Yitschac.

Na Cabalá, a união de Yitschac e Rivca simboliza o serviço espiritual de prece e devoção

a D’us. Yitschac (Yitschac, 208) mais Rivca (Rivca, 307) = 515 = tefilá, "prece".

Na Chassidut, o versículo "Sou do meu amado e meu amado é meu" refere-se,

especificamente, ao serviço de prece do mês de Elul.

A "virgem" de Elul (Rivca" dá à luz [retroativamente, com respeito à ordem dos meses do

ano]) aos "gêmeos" de Sivan (Yaacov e Essav, os filhos de Rivca, como foi explicado

acima). As primeiras Tábuas, dadas em Sivan, foram quebradas (devido ao pecado). As

segundas Tábuas, dadas a Moshê em Elul (o mês do arrependimento) estão inteiras. O

arrependimento é identificado na Cabalá com "mãe" (em geral, e Rivca em particular).

"Mãe" é biná = 67 = Elul.

Na Cabalá, a "mãe" permanece para sempre (no plano espiritual) uma "virgem". Num

contínuo estado de teshuvá e tefilá, sua "sempre-nova" união com o "pai" jamais cessa –
"dois companheiros que jamais se separam." Com a vinda de Mashiach, assim será o

estado do noivo inferior e da noiva. ("Pai" e "mãe" correspondem às primeiras duas letras

de Havayah – "a união mais elevada"; "noivo" e "noiva" ou "filho" e "filha" correspondem às

segundas duas letras de Havayah – "a união inferior").

A betulah simboliza também a "terra virgem", a Terra de Israel destinada a desposar o

povo de Israel, como declara o profeta: "Como um jovem desposa uma virgem, assim os

filhos te desposarão [a Terra de Israel]" (Yeshayáhu 62:5). Vemos aqui que os filhos se

casam com a "mãe terra", que permanece " terra virgem ".

A terra representa a retificação da ação, o sentido do mês de Elul, como foi descrito acima.

Tribo: Gad

Gad significa "acampamento", como no versículo (a bênção de nosso Patriarca Yaacov a

seu filho Gad): "Gad organizará [literalmente. acampará] os acampamentos

[acampamentos do exército], e retornará com todos os seus campos" (Bereshit 49:29). O

talento especial de Gad é organizar uma "legião".

O nome Gad significa também "boa sorte". É realmente a "boa sorte" de Israel ser a

amada noiva de D’us, e sua "boa sorte" se revela através dos meios de nossas boas

ações, especialmente aquelas cuja intenção é retificar nossas falhas e nos embelezar,

como uma noiva para seu noivo.

A "boa sorte" de Gad tem relação, na Cabalá, aos treze princípios de misericórdia que são

revelados no mês de Elul, a fim de despertar a alma de sua raiz (sua "boa sorte") para

retornar a D’us.

Gad = 7. Gad foi o sétimo filho de Yaacov a nascer. Mazal, a palavra mais usada para

"boa sorte" = 77. A letra do meio de mazal é zayin = 7. Quando as duas letras gimmel dalet
que formam o nome Gad (=7) são substituídas pelo zayin (=7) de mazal, a palavra migdal,

"torre", é formada. O versículo declara: "Uma torre [migdal = 77] de força [oz = 77] é o

Nome de D’us, a ela correrá o tsadic e será exaltado." Na Cabalá, a "torre de força"

representa a noiva, a betulah de Elul, a alma-raiz e mazal do povo judeu. O tsadic, o noivo,

corre, com todas as suas forças, para entrar na "torre de força".

Sentido: ação

O sentido da ação é o "sentido" e "conhecimento" interior de que por meio de devotados

atoa de bondade a pessoa sempre é capaz de retificar qualquer falha ou estado imperfeito

da alma. Este é o sentido necessário para o serviço espiritual de Elul, o serviço de

arrependimento e verdadeira teshuvá a D’us. O sentido da ação é assim o sentido de

nunca desesperar. Este é o "ponto", o yud (de Elul), do serviço Divino. Sem ele a pessoa

não pode sequer começar (ou terminar) uma ação.

O sentido da ação é a inclinação de consertar um objeto quebrado ("salvar" uma situação)

em vez de jogá-lo fora.

Além disso, o sentido da ação é o sentido de organização e de gerenciamento de sistemas

complexos (como Gad, a tribo de Elul significa "acampamentos" e "legiões").

Sobre a letra yud de Elul afirma-se: "D’us com sabedoria [o ponto do yud] fundou [retificou]

a terra [o sentido da ação]."

Controlador: mão esquerda

Como foi mencionado acima, D’us estendeu Sua mão esquerda para criar a terra (e, como

citado acima: "D’us com sabedoria fundou a terra" [Mishlê 3:19]).

A mão direita (a mais espiritual das duas mãos, que criou os céus – "Levante os olhos e
veja Quem criou estes" – a dimensão interior, espiritual, da realidade) controla o sentido da

visão, ao passo que a mão esquerda (mais física) controla o sentido da ação.

A mitsvá (mandamento da ação) de tefilin shel yad é cumprida com a mão esquerda (a

mão direita o coloca sobre a mão esquerda, i.e., a "vê" sendo cumprida com a mão

esquerda).

É a mão esquerda que toca o coração. Isso nos ensina que toda ação retificada deriva das

boas emoções e intenções do coração.

O Mês de Tishrei
Segundo o Sefer Yetzirá, cada mês do ano judaico tem uma letra do alfabeto hebraico, um

signo do zodíaco, uma das doze tribos de Israel, um sentido e um membro do corpo que

corresponde a ele.

Tishrei é o sétimo dos doze meses do calendário judaico.

Tishrei começa com o "período" (tekufá) do outono (cujos três meses – Tishrei, Cheshvan

e Kislêv – correspondem às três tribos do acampamento de Efraim – Efraim, Menashe,

Benjamim – que estavam situadas a oeste).

Na Torá, Tishrei é chamado yerach ha’etanim, "o mês dos fortes" ou "o mês dos antigos".

No que diz respeito ao cálculo dos "anos", Tishrei é o primeiro mês do ano (antes da

Outorga da Torá a Israel, Tishrei era o primeiro mês do ano.

Tishrei permuta com reishit, "princípio", como está escrito [sobre a Divina Providência

sobre a Terra de Israel e o mundo inteiro]: "Sempre estão os olhos de Havayá ter D’us ali,

do princípio até o fim do ano").


Como o sétimo mês a partir de Nissan (o mês da redenção e independência judaicas),

Tishrei é o "mais querido" dos meses, como está escrito: "Todos os sete são queridos." A

palavra "sete" é cognata de "saciado", e assim é o mês de Tishrei referido como "o mais

saciado dos meses", pois mais que qualquer outro mês do ano ele está "repleto" de

mitsvot e dias festivos.

Tishrei começa os seis meses de inverno, que correspondem aos seis níveis de "luz

refletida" (no serviço Divino – "despertar vindo de baixo"). Isso é sugerido no nome Tishrei,

que começa com as três letras tav, shin e reish, na ordem "refletida" do alef-beit (do final

para o começo).

Letra: lamed

Lamed é a única letra do alef-beit cujo formato ascende acima do limite superior das letras.

Entende-se disso como refletindo a grande saudade existencial e a aspiração do lamed de

retornar à sua fonte suprema e absoluta na essência do Infinito Ser Divino. Esta é a

experiência da verdadeira teshuvá (retorno) de Rosh Hashaná e Yom Kipur.

A Infinita Luz de D’us desce e se torna manifesta nos dois lameds do lulav na Festa de

Sucot.

Mazal: moznayim (Libra – balança)

A balança simboliza o julgamento Divino de Rosh Hashaná e Yom Kipur. Todas as ações

do homem são pesadas em julgamento.

Moznayim, da palavra oznayim (ouvidos), implica equilíbrio e balanceamento (o sentido

interior dos ouvidos). Na Cabalá, o equilíbrio é o pré-requisito para a união conjugal, "face

a face". Este é o estado espiritual atingido em Tishrei.

No ciclo de 360 graus do ano, Tishrei "enfrenta" Nissan. Tishrei recebe e integra na

natureza (e suas leis imutáveis) a "redenção" de Israel (a "luz" de Nissan). Devido a isso,

D’us julga Israel em Tishrei com misericórdia.


Tribo: Efraim

Efraim é o filho de Yossef, a alma modelo do poder de procriar na união conjugal. O nome

Efraim deriva do primeiro mandamento de D’us a Adam no dia de sua criação – o primeiro

de Tishrei, Rosh Hashaná: frutifique e se multiplique" – a mitsvá abrangente de procriar.

Espiritualmente, esta mitsvá é cumprida em estágios contínuos durante todos os dias

festivos de Tishrei, de Rosh Hashaná a Shemini Atsêret e Simchat Torá (os Dez Dias de

Arrependimento correspondem à "Sua mão esquerda está sob minha cabeça", os seis

primeiros dias de Sucot correspondem a "Sua mão direita me abraça"; o sétimo dia de

Sucot, Hoshaaná Rabá, corresponde, em particular, a "Ele me beijará com os beijos de

Sua boca"; Shemini Atsêret e Simchat Torá correspondem à verdadeira união em si, que

começa com o Divino estado de "gravidez" até o nascimento Divino de novas almas de

Israel no sétimo dia de Pêssach, o dia da abertura do Mar Vermelho para dar à luz novas

almas – novas consciências Divinas).

Sentido: tato (contato, casamento)

Em hebraico, a palavra para "tato" é cognata da palavras para "relações conjugais". Este é

o sentido que se relaciona diretamente ao nome Efraim, como foi explicado acima.

O sentido do tato é o único dos cinco sentidos que não está centralizado no "rosto" do

homem (mas sim na ponta dos dedos). O "tato" procriador ocorre num estado

existencialmente equilibrado de "face a face" mas "no escuro" (em decoro, tseniut), pois

sua suprema fonte está na "cabeça incognoscível" do keter.

Controlador: vesícula biliar

O "humor verde" fica na vesícula biliar. É a fonte de toda excitação sexual, como é

ensinado na cabalá.

O humor verde representa o estado bem-equilibrado ou misturado" (o estado de mizug,

cognato de zivug, união conjugal) entre o humor branco (que fica nos pulmões) e o humor
vermelho (que fica no fígado). Assim é o mês de Tishrei, o princípio do outono uma

"mistura" de verão e inverno. E assim aprendemos que o "tato" procriador (de Tishrei)

funciona melhor quando "equilibrado" entre quente e frio, de preferência à "meia-noite",

entre as duas metades da noite, etc.

Durante o intenso serviço espiritual de Tishrei, o humor verde da vesícula biliar é retificado

e bem equilibrado para controlar e permear todas as atividades do homem (durante todo o

ano vindouro) com a energia procriadora Divina.

O Mês de Cheshvan
Segundo o Sêfer Yetzirah, cada mês do ano judaico tem uma letra do alfabeto hebraico,

um signo do Zodíaco, uma das doze tribos de Israel, um sentido e um membro controlador

do corpo que correspondem a ele.

Cheshvan é o oitavo mês do calendário judaico. Na Bíblia, Cheshvan é chamado chôdesh

bul, da palavra mabul, "o dilúvio". O dilúvio começou a 17 de Cheshvan e terminou no ano

seguinte, a 27 de Cheshvan. No dia seguinte, Nôach ofereceu um sacrifício a D’us e D’us

prometeu jamais enviar um dilúvio sobre a terra novamente para destruir toda a

humanidade, e então revelou o sinal de Seu pacto com o mundo, o arco-íris.

Cheshvan é o único mês que não possui dias festivos ou mitsvot especiais. Aprendemos

que este mês "está reservado" para o tempo de Mashiach, que inaugurará o Terceiro

Templo.

Letra: nun

Nun é considerada como sendo a letra de Mashiach, como está escrito (com referência a

Mashiach): "antes do sol, está seu nome Ye-non [de nun]" (Tehilim 72:17). Como radical

do verbo, nun significa "reinar". Como substantivo, significa "o herdeiro do trono". O oitavo
mês é o mês de Mashiach, pois oito significa a eterna revelação do sobrenatural (o estado

consumado de natureza retificada é o segredo do número sete). Como a "harpa" deste

mundo possui sete cordas, a harpa de Mashiach possui oito cordas. Assim como 8

transcende o 7, assim também 50 (o valor numérico de nun) transcende 49,7 ao quadrado.

Neste mundo, o nun está curvado, confinado pelos limites da natureza. Com a vinda de

Mashiach, o nun "se endireita" (o formato do nun final), rompe os limites da natureza e

desce "abaixo da linha" até os reinos subterrâneos da realidade a fim de ali revelar a a luz

infinita e abrangente de D’us.

Mazal: Akrav (Escorpião).

Nossos Sábios ensinam que o escorpião é o membro mais mortal da categoria geral de

criaturas peçonhentas cuja figura modelo é a serpente primordial do Éden. A palavra akrav

deriva da palavra akev (calcanhar) como está escrito: "E tu [a serpente] o morderá [o

homem] no calcanhar" (Bereshit 3:15). Assim, o akrav simboliza a "mordida" consumada

da cobra no calcanhar do homem. De forma geral, o veneno da cobra é "quente", e o

veneno do escorpião é "frio". O Mashiach é a única alma que pode superar, matar e por

fim reviver a serpente primordial (a fim de convertê-la para o bem).

A alma de Mashiach e seu contínuo estado de consciência manifestam a suprema

retificação de "calor", "ardendo" somente em seu amor por D’us e Israel, bem como de

"frio" – "totalmente frio" às falsas vaidades desse mundo.

Este é o segredo da equação numérica: Mashiach (358) = serpente (nachash). Akrav (372)

= Mashiach (nachash mais David (=14); nun é a 14ª letra do alef-beit). As letras radicais de

Cheshvan permutam-se para escrever nachash (em Cheshvan o nun está "endireitado";

em nachash está "curvado".

Tribo: Menashe

Menashe é o primogênito de Yossef. Derivando da palavra "esquecer" (literalmente,

"saltar, para cima e para longe"), Menashe sugere o poder do tsadic (Yossef) de nos fazer
esquecer as provações, dificuldades e tribulações deste mundo, com a vinda de Mashiach.

Pelo poder e sentido de Menashe, todo o sofrimento deste mundo se transformará e

metamorfoseará no prazer da Era Messiânica. O nome Menashe permuta-se para grafar

neshamá (alma). Menashe representa o sentido de revelar a alma Divina em Israel.

Na Torá Moshê é chamado Menashe, pois Menashe é Moshê (Moisés) com um nun

adicional (a letra de Cheshvan). Sobre Moshê foi dito: "Ele é o primeiro redentor e ele é o

redentor final" (Veja Shemot Rabah 4:2; Zohar 1:253a; Sha'aar HaPesukim, Vayechi;

Torah Or, início de Mishpatim). Em sua primeira vida (como o "primeiro redentor") ele não

atingiu o "50º portal do entendimento" (o entendimento do Próprio D’us, por assim dizer, e

Sua mais profunda intenção na criação do universo). Quando ele retorna como Mashiach,

receberá para sempre o "50º portal", o nun de Mashiach, o segredo de Menashe (Moshe-

nun. No Zohar, aprendemos que quando Moshê pela primeira vez deixou este mundo,

recebeu o "50º portal" e foi "sepultado". Através do estudo da Mishná, (no tempo do exílio)

revelamos a neshamá de Israel e portanto merecemos a redenção de Moshê-Mashiach e a

revelação para todos na terra do "50º portal".

Sentido: olfato

O sentido do olfato é o mais espiritual de todos os sentidos. A palavra hebraica para

"olfato", rei'ach, é cognata àquela para espírito (ruach). Nossos Sábios ensinam que o

olfato é o único sentido que "a alma desfruta, e não o corpo".

"Alma" – neshamá – é uma permutação de Menashe, como foi mencionado acima. O

sentido do olfato é o único sentido (dos cinco sentidos comuns) que não participou, e

portanto não foi maculado ou corrompido no pecado primordial do homem no Jardim do

Éden. É o sentido que salvou o povo judeu na época de Mordechai e Esther, que são

chamados Mor veHadas ("mirra e murta" – as duas fontes primárias de fragrância). Está

declarado explicitamente que o sentido de Mashiach é o olfato. "E ele cheirará na

reverência a D’us" – "ele julgará pelo odor" (ao invés de pela visão ou audição. Yeshayáhu

11:3; Sanhedrin 93b). Por meio de seu sentido do olfato (seu ruach hacôdesh, "espírito
sagrado") Mashiach saberá como conectar cada alma judia à sua raiz Divina, e assim

identificar sua tribo (ramo) em Israel.

Controlador: Intestinos

A palavra para intestinos (dakin) deriva da palavra "pequena" (daká) ou "partícula" (dak).

Isso implica o poder de dissecar em partes pequenas e refinadas. No processo de

preparar o incenso para o Templo (a suprema expressão do sentido do olfato no serviço

do Templo), deve-se dizer (e repetir muitas vezes) "moa bem, moa bem" (hadek heitev,

heiteiv hadek: hadeik de dak). Todos os sacrifícios no serviço do Templo são para produzir

"um aroma satisfatório" (rei'ach nichoach) e agradar o Divino sentido de olfato, que implica

a Divina "satisfação" com o serviço de Seus filhos, Israel em particular e com Sua criação

em geral.

Nossos Sábios interpretam a expressão rei'ach nichoach como "Eu estou satisfeito (nachat

ruach), pois falei e Minha vontade foi cumprida". Esta satisfação Divina com o homem e a

criação foi primeiro expressa a 28 de Cheshvan, quando Nôach ofereceu seu sacrifício a

D’us. Devido à Sua satisfação, D’us prometeu a Nôach jamais destruir o mundo

novamente através do dilúvio. Como está expresso claramente nas leis da Torá, é a

gordura dos intestinos que quando oferecida sobre o altar produz o aroma "satisfatório"

para D’us. Por este motivo, considera-se que os intestinos controlam o sentido do olfato.

O Mês de Kislêv
Segundo o Sêfer Yetzira, cada mês do ano judaico tem uma letra do alfabeto hebraico, um

signo do Zodíaco, uma das doze tribos de Israel, um sentido e um membro controlador do

corpo que correspondem a ele.

Kislêv é o nono dos doze meses do calendário judaico.


Kislêv é o mês de Chanucá (o único dia festivo no calendário judaico que combina dois

meses: Chanucá começa no mês de Kislêv e continua e termina em Tevêt.

O nome Kislêv deriva da palavra hebraica para bitachon, "confiança". Há dois estados de

confiança, um ativo e outro passivo, e ambos se manifestam no mês de Kislêv (veja

Bitachon, confiança). O milagre de Chanucá reflete a confiança ativa dos Chashmonaim

(Macabeus) de se erguerem e lutar contra o império helenístico (e sua cultura).

O senso de sono de Kislêv reflete a confiança passiva que a providência de D’us sempre

vigia sobre Israel.

Na tradição da Chassidut, 19 de Kislêv, o dia da libertação e redenção de Rabi Shneur

Zalman, autor do clássico texto da Chassidut, o Tanya (discípulo do Maguid de Mezeritch,

sucessor do Báal Shem Tov) da prisão (onde foi colocado pela disseminação dos mais

recônditos mistérios da Torá) é chamado de "Ano Novo da Chassidut" (sugerindo que é

através do canal espiritual desse dia que a sabedoria interior da Chassidut e o poder de

integrar essa sabedoria à vida cotidiana da pessoa são trazidos a este mundo. O alicerce

do caminho da Chsssidut é a absoluta confiança e fé na onipresença de D’us, e a

onipotência de Sua Divina providência.

Letra: samech

O nome Samech significa "apoiar". O sentimento de sentir-se apoiado corresponde à

confiança em D’us e em Sua providência associada ao mês de Kislêv, como foi descrito

acima. Assim encontramos expresso em Tehilim: "D’us apóia (somech) todos os caídos e

levanta todos os encurvados"; "Mesmo quando ele cai, não será deixado caído no chão,

pois D’us apóia (yismoch) sua mão."

O formato do samech é um círculo, que representa a abrangente onipresença de D’us e

Sua providência. O "grande círculo" da luz infinita de D’us é explicado na Cabalá e

Chassidut como refletindo Seu "braço direito" que abraça (e apóia por baixo) com grande e

infinito amor toda a realidade, como está escrito: "E por baixo, os braços do universo."
Mazal: "kesher" (Sagitário = arco)

O arco de Kislêv é o arco dos Macabeus. Simboliza sua ativa confiança em D’us para lutar

contra o império e a cultura que então governavam a terra.

Embora os próprios Chashmonaim fossem da tribo sacerdotal de Israel, a "arte" do arco é

designada na Torá à tribo de Benjamin em particular, a tribo do mês de Kislêv.

Os Cohanim (e Leviim) não são considerados como uma das doze tribos na

correspondência das tribos aos meses do ano (segundo o Arizal). Como uma abrangente

manifestação da alma judaica, os Cohanim contêm e refletem a fonte espiritual de cada

uma das tribos de Israel. Isso é especialmente verdade no que diz respeito à tribo de

Benjamim, pois em sua porção estava o Templo Sagrado onde serviam os Cohanim.

Assim, a relação dos Cohanim a Benjamim é similar àquela da alma com o corpo. Os

Cohanim lutam a guerra sagrada incorporada no arco de Benjamim.

O arco de guerra de Kislêv é na verdade projetado ("atirado") do arco (o arco-íris; em

hebraico ambos, "arco" e "arco-íris" são idênticos – keshet) da paz (entre D’us e a Criação)

do fim do mês anterior de Cheshvan, como foi explicado acima. Os dois arcos

(semicírculos) unem-se para formar o círculo completo do samech de Kislêv.

Tribo: Benjamim

Como foi mencionado acima, Benjamim é a tribo mais dotada da "arte" do arco. Em sua

porção está o Templo Sagrado em Jerusalém, como é declarado na bênção de Moshê a

Benjamim no final da Torá (a qual, segundo a explicação acima sobre o relacionamento

entre os Cohanim e Benjamim, segue diretamente a bênção a Levi e os Cohanim, e que

na verdade profetisa a guerra dos Macabeus contra os Gregos): "A Benjamim ele disse: o

amado de D’us, Ele habitará em confiança sobre ele, Ele paira sobre ele o dia todo, e entre

seus ombros Ele repousa" (Devarim 33:12). Aqui vemos explicitamente que Benjamim

simboliza tanto confiança quanto repouso, o sentido de Kislêv.


De todas as tribos de Israel, Benjamim foi a única tribo nascida na Terra de Israel. A Terra

de Israel é o local onde ,ais se sente a Divina providência e a total onipresença de D’us.

Nas palavras do Zohar: "Não há lugar vazio d'Ele".

Sentido: sono (sheina)

O sentido do sono é a tranqüilidade e repouso que vêm com a confiança e segurança em

D’us e Sua Divina providência. Assim vemos nas bênçãos ao final de Vayicrá (26:5-6): "E

habitarás com segurança em tua terra. E Eu darei paz à terra, e repousarás sem medo…"

Como a palavra "sentido" (chush) é cognata de "rápido" (chish), o sentido do sono sugere

a capacidade de dormir bem mas rapidamente (como se fala dos grandes tsadikim que

precisavam de pouquíssimas horas de sono por dia).

O próprio talento de Benjamim de atirar direto no alvo depende de um espírito tranqüilo.

Ele atira e acerta quase adormecido. D’us transporta sua flecha até o destino desejado.

Uma personalidade tranqüila é aquela com pouco desgaste e tensão interior. O sentido do

sono traz consigo a capacidade de liberar a tensão, confiante no apoio de D’us.

O sentido do sono traz também o sentido do sonho. Conforme nossa fé na Divina

Providência, especialmente manifesta relativamente à conexão entre as porções semanais

da Torá e o ciclo anual de meses e seus eventos, todos os sonhos da Torá estão contidos

nas porções que são lidas durante o mês de Kislêv.

Quando alguém possui completa confiança em D’us, tem sonhos bons com o futuro.

Sonhos bons à noite refletem bons pensamentos durante o dia, especialmente uma atitude

e a consciência otimista ensinada pela Chassidut (cujo Ano Novo é 19 de Kislêv): "Pense o

bem, e tudo sairá bem."

Controlador: barriga (keiva)

A keiva é um dos três presentes que somos ordenados a dar aos sacerdotes após abater

um animal casher. Nossos Sábios ensinam que todos os três presentes – "braço, faces e a
barriga" – aludem ao auto-sacrifício de Pinchás de matar Zimri (o príncipe de Simeon) e

Kozbi (a princesa de Midyan), e assim salvar os Filhos de Israel da peste que já tinha

começado entre eles. Ali, a palavra keiva refere-se ao útero de Kozbi.

Assim, vemos que keiva significa "barriga" num sentido geral, incluindo toda a região do

abdômen, seja o estômago, intestino (grosso) ou útero (similarmente, a palavra beten na

Torá significa tanto estômago quando útero). O útero, especificamente, relaciona-se com a

tribo de Benjamim, que na Cabalá personifica o segredo do yesod feminino (útero).

A relação entre a barriga (quando "repleta" e saciada) e o tranqüilo estado do sono é clara

(e explícita nos ensinamentos de Nossos Sábios).

A palavra keiva deriva de kav, que significa "medida". Sobre o notável sábio Tanniac, Rabi

Chaninah ben Dosa, afirma-se: "O mundo inteiro é alimentado pelo mérito de Rabi

Chanina ben Dosa, porém para Rabi Chanina ben Dosa uma medida (kav) de alfarrobas é

suficiente de uma sexta-feira à outra."

Uma barriga tranqüila é aquela que conhece sua medida certa. Este conceito aparecerá

novamente com relação ao mês de Shevat, seu sentido (o sentido de comer e do gosto) e

seu controlador (o etztomcha ou kurkavan, do esôfago ao estômago).

Na retificação dos traços de caráter da pessoa, a keiva retificada (e sentido do sono)

jamais está invejosa de outros. Nossos Sábios nos ensinam: "Um homem deseja uma

medida (kav) daquilo que é seu mais do que nove que pertençam a seu amigo." E assim

somos ensinados em Pirkê Avot: "Quem é rico? Aquele que está satisfeito com sua

porção."

Amplie seus conhecimentos...

• A revolta dos Macabeus abriu um precedente na história da humanidade: nunca

antes uma nação morreu por seu deus. Esta foi a primeira guerra religiosa e

ideológica da história da civilização.


• Tudo o que sabemos sobre a história de Chanucá é retirado dos dois Livros dos

Macabeus, encontrados numa coletânea chamada de Sêfer Hachitsonim, que

inclui outros livros que ficaram de fora da Bíblia, mas são mencionados no Talmud.

• O nome "Macabeu", apelido usados pelos cinco filhos de Matityáhu e aqueles que

lutaram com eles para defender o Judaísmo, deriva do acrônimo "Mi camocha bae-

lim Hashem", ou seja, "quem é como Tu dentre os fortes, Ó D'us". Este era o seu

lema!

• Não sabemos ao certo o tamanho do exército macabeu, mas mesmo os mais

otimistas estimam que contasse com doze mil homens. Este punhado de pessoas

lutou contra uma potência militar de quarenta mil soldados, equipados com

armamentos e elefantes- os tanques da época, e... os fracos venceram os fortes.

• A maioria das batalhas entre macabeus e gregos ocorreu na região entre as atuais

cidades de Jerusalém e Tel Aviv, inclusive num local chamado Modiin, situado a

oeste de Jerusalém, que pode ser visitado pela estrada Jerusalém-Tel Aviv.

• Da maneira como conhecemos a história, pensamos que a batalha contra os

gregos foi resolvida dentro de algumas semanas. No entanto, ela durou vinte e

cinco anos! No ano 167 AEC o exército grego invadiu a cidade de Modiin, e foi

apenas no ano142 AEC, que a paz foi restabelecida.

• No terceiro ano da batalha, os judeus reconquistaram a cidade de Jerusalém, e

então procuraram óleo para acender a Menorá do Templo Sagrado, profanado

pelos gregos. Foi então que ocorreu o conhecido milagre de Chanucá,

comemorado neste mês.

O Mês de Tevêt
Segundo o Sêfer Yetzirá, cada mês do ano judaico tem uma letra do alfabeto hebraico, um

signo do Zodíaco, uma das doze tribos de Israel, um sentido e um membro controlador do

corpo que correspondem a ele.


Tevêt é o décimo dos doze meses do calendário judaico.

Tevêt começa com o "período" (tekufá) do inverno (cujos três meses – Tevêt, Shevat e Adar –

correspondem às três tribos do acampamento de Dan – Dan, Asher e Naftali – situadas no lado

norte do acampamento).

Tevêt começa com os últimos dias de Chanucá (que tem seu ponto culminante no oitavo dia –

Zot Chanucá). Seu décimo dia – o décimo dia do décimo mês ("o décimo será sagrado para

D’us") – é um dia de jejum, em comemoração ao cerco de Jerusalém, o início da destruição do

Templo.

Os quatro dias de jejum que comemoram a destruição do Templo são (por ordem de ano): 17

de Tamuz (o 4º mês), 9 de Av (o 5º mês), 3 de Tishrei (o 7º mês), e 10 de Tevêt (o 10º mês).

Destes quatro dias (em seus respectivos meses) diz o profeta: "O jejum do quarto [mês] e o

jejum do quinto, e o jejum do sétimo, e o jejum do décimo [no futuro] serão para a Casa de

Yehuda júbilo, felicidade e dias festivos."

A soma dos quatro números – 4, 5, 7 e 10 – é 26, o valor do inefável Nome de misericórdia de

D’us, Havayá (os quatro dias dos quatro meses são 17 [de Tamuz], 9 [de Av], 3 [de Tishrei], e

10 [de Tevêt].

17 mais 9 = 26; 3 mais 10 = 13, o valor da palavra echad ["um"].

26 e 13 são portanto o valor numérico de Havayá echad ["Havayá é um"].

26 mais 13 = 39. 26 [o valor dos meses] mais 39 [o valor dos dias] = 65 = Adnut).

Os quatro números possuem uma progressão numérica ordenada, com diferenças finitas de 1,

2, 3. Os seguintes três números na progressão – 14, 19, 25 – totalizam 58 – chen ("graça").

Juntamente com 26 – Havayá – os primeiros sete números da progressão ("todos os setes são
queridos") totalizam Chanoch (cujo nome, da palavra para "educação" e "iniciação", é um

acrônimo para "a graça de Havayá", a sétima ("querido") querida geração a partir de Adam.

Todos os dias de jejum, quando observados corretamente, atraem a graça Divina da suprema

fonte de misericórdia, o Nome Havayá de D’us. A epítome desse processo (na ordem do ano,

como nas palavras do profeta acima citado) está em Dez de Tevêt (no segredo do "fim [último

dia de jejum do ano] está encravado no início [dos eventos que levam à destruição]"). Pela

Divina graça, o terceiro, eterno Templo, é construído, primeiro no coração de Israel, para

depois se tornar fisicamente manifesto na terra.

Letra: ayin

A letra ayin significa "olho". O mês de Tevêt é o mês da retificação e anulação do "olho mau". A

própria palavra Tevêt vem de tov, "bom", referindo-se a tov ayin, "o olho bom" (a fonte de poder

da bênção, como está escrito: "o olho bom abençoará"). Esta retificação começa quando eles

são completados no oitavo dia).

Todo o processo destrutivo começa com o "olho mau" do ódio, o ódio do profano para com o

sagrado (o segredo de dez, o número sagrado, como foi mencionado acima). Do ódio vem a

ira, o fogo da destruição. A letra do meio de ka'as, "ira", é a letra ayin. O ka'as negativo deve

primeiro ser retificado a seu correspondente positivo, como será explicado agora.

Mazal: "gedi" (Capricórnio – cabra)

Nossos Sábios nos ensinam que aos dez anos de idade (uma alusão ao décimo mês, o nível

de dez em geral) uma criança "pula como um cabrito." (Midrash Kohêlet) A natureza lúdica de

saltar para cima e para baixo "como um cabrito" reflete um estágio importante no processo de

crescimento. O mês de Tevêt, o mês da tribo de Dan, tem relação com o processo de

crescimento, de um estado de imaturidade a um estado de maturidade.


A imaturidade é caracterizada pelo "olho mau", ao passo que a maturidade, pelo "olho bom".

gedi = 17 = tov, "bom" ("o olho bom"). Deve-se brincar (e saltar como um cabrito) a fim de

retificar e suavizar a ira latente na alma animalesca.

Tribo: Dan

A tribo de Dan representa o estado inicial de imaturidade na alma que "cresce" durante o mês

de Tevêt. Dan significa "julgar". Inicialmente, ele julga a realidade e os outros criticamente, com

julgamento severo ("o olho mau"). Esta é a natureza de alguém espiritualmente imaturo. Dan é

comparado a uma serpente, que morde com o veneno da ira. O "olho mau" é o olho da

serpente.

A retificação de Dan é seu engajamento na batalha da ira sagrada contra a ira do mal. Nossos

Sábios nos ensinam que somente alguém originário da alma-raiz de Dan pode pular

espontaneamente e matar a serpente má – "alguém como ele, matou-o".

Nachash ("serpente") = 358 = Mashiach. O poder sagrado de Dan reflete uma centelha de

Mashiach. No Zôhar, aprendemos que o comandante-em-chefe do exército de Mashiach virá

da tribo de Dan.

Sentido: Ira (ka'as ou rogez)

O sentido da sagrada ira (a retificação do mês de Tevêt) é a capacidade da alma de despertar

a própria boa inclinação e enfurecer-se pela má inclinação. Isso Nossos Sábios nos ensinam

em seu comentário sobre o versículo em Tehilim: "Enfureça-se e não peque."

A ira positiva expressa o profundo cuidado e preocupação da alma que a realidade torna boa.

Embora mesmo nessa ira exista um certo elemento de imaturidade (pois maturidade absoluta,

aquela do Criador da realidade, vê [com o ayin de Tevêt (tudo como bom), apesar disso, sobre

isso se afirma: "pois Israel é [comporta-se como] um rapaz, e [portanto] Eu [D’us] o amo."
Na Chassidut aprendemos que a pessoa deve dirigir seu olho esquerdo (mau) para si mesma

(com a sagrada ira de seu bem inato contra seu mal inato), para rebaixar e subjugar seu ego,

enquanto simultaneamente dirige seu olho direito (bom) para a realidade exterior (por cujo

poder ele ajuda a realidade a aperfeiçoar-se).

Controlador: fígado (kaved)

Nossos Sábios ensinam que "o fígado é furioso". A função do fígado é purificar o sangue com o

qual está saturado. Na Cabalá, o fígado corresponde à serpente primordial, cuja retificação é

personificada por Dan. (Os três "governantes" do corpo e alma são o cérebro, o coração e o

fígado, que correspondem a Adam, Eva e a serpente, respectivamente).

A serpente, na Cabalá, representa o estado inicial de imaturidade da alma, como caracterizado

pelo atributo não retificado da ira. O veneno da serpente é quente (veja acima, o mês de

Cheshvan), como o fogo da ira. Quando convertido para o bem, o fogo (e o sangue do fígado)

servem para aquecer o mês frio de Tevêt.

Kaved = 26 = Havayá. Isso reflete o segredo mencionado acima, que a soma dos quatro meses

que "jejuam" pela destruição do Templo (pelo veneno da serpente primordial), que culminam

em Tevêt, juntos totalizam 26. Ao jejuar pela destruição, a pessoa retifica seu fígado – suaviza

a própria ira – e portanto "adoça" a ira de D’us (com Israel, a causa da destruição) e desperta a

misericórdia de Havayá para reconstruir o Templo.

O Mês de Shevat
Segundo o Sêfer Yetzirá, cada mês do ano judaico tem uma letra do alfabeto hebraico, um

signo do Zodíaco, uma das doze tribos de Israel, um sentido e um membro controlador do

corpo que correspondem a ele.


Shevat é o décimo primeiro mês do calendário judaico.

O décimo quinto dia de Shevat é o "Ano Novo das Árvores" segundo a Escola de Hilel;

segundo a escola de Shamai, o "Ano Novo das Árvores" é em Primeiro de Shevat. O "Ano

Novo das Árvores" é o dia a partir do qual o novo ano é calculado para o fruto das árvores

com respeito às mitsvot de ma'asser ("dízimos"; fruto que brota após esta data não pode

ser apanhado como um dízimo sobre os frutos que nasceram antes) e orlá (fruto com

menos de três anos de idade, que é proibido). É celebrado pela partilha de frutos,

especialmente as sete espécies pelas quais a terra de Israel é enaltecida.

O 15º dia do décimo primeiro mês alude ao segredo do inefável Nome de D’us Havayah,

cujas primeiras duas letras, yud e hei (que representam o nível oculto, mais elevado, de

unificação) totalizam 15, e cujas últimas duas letras, vav e hei, (que representam o nível

inferior, revelado, de unificação) totalizam 11. O segredo total do Nome Havayah é o

segredo da "Árvore da Vida", a árvore do mês de Shevat.

Letra: tsadic

A letra tsadic simboliza o verdadeiro tsadic ("o justo") e "o tsadic é o alicerce do mundo". O

tsadic consumado da geração personifica a Árvore da Vida no Jardim do Éden (onde todas

as árvores correspondem às almas dos justos).

A própria forma da letra tsadic (especialmente seu formato final, que representa a

verdadeira manifestação do tsadic no futuro) assemelha-se a uma árvore. Na Torá, o

homem é chamado Etz hasadê ("a árvore do campo"). Etz hasadê = 474 = da'at, a singular

propriedade do homem em geral e do tsadic em particular. Da'at é o poder de "conexão".

O mês de Shevat é o mês da conexão ao verdadeiro tsadic da geração, a Árvore da Vida

da geração.

Mazal: "deli" (Aquário – balde)


O Ano Novo das Árvores de Shevat é a época em que as águas das chuvas de inverno

começam a subir pelas veias da árvore e lhe trazem nova vida. A subida da água em geral

é representada pelo deli. O radical de deli significa "erguer", como no versículo "Meus

olhos estão erguidos para o céu"

– (quando o ayin – "olho" – de Tevêt é elevado para se conectar ao tsadic de Shevat, a

palavra etz – "árvore" – é formada).

O Báal Shem Tov declarou que quando se encontra um aguadeiro carregando barris

cheios de água, é um sinal de bênção. O tsadic é uma verdadeira manifestação de um

carregador de água. "Água refere-se à Torá." Refere-se a Shevat como o novo ano para o

estudo de Torá. O ato de se comer frutas em Shevat corresponde à partilha e integração

dos doces frutos da sabedoria da Torá. E assim, as águas de Shevat representam as

doces águas da Torá.

Tribo: Asher

O nome "Asher" significa "prazer" e "felicidade". Nosso Patriarca Yaacov abençoou seu

filho Asher: "De Asher vem o delicioso [lit. gordo] pão, e ele fornecerá as iguarias do rei."

Daí fica evidente que Asher representa o sentido do paladar e comer.

A árvore especial que Asher personifica é a oliveira, que fornece o excelente azeite com o

qual a porção de Asher na Terra de Israel foi abençoada. Das sete espécies da Terra de

Israel, a azeitona é a sexta, e na Cabalá corresponde à sefira de yesod, o "tsadic, alicerce

do mundo". O azeite de oliva representa a semente potente do tsadic de conduzir e suster

gerações abençoadas de almas judaicas.

Sentido: Paladar, comer (achila, ta'am)

O sentido retificado de comer é o sentido especial do tsadic, como está escrito: "O tsadic
come para satisfazer sua alma." O versículo continua: "mas o estômago do perverso está

sempre carente". O tsadic, orientado para a alma, sente-se "satisfeito" e feliz com pouco; o

rasha (perverso), que é orientado para o corpo, nunca está "satisfeito".

"

Ao comer da Árvore da Vida, o tsadic extrai grande prazer ("vida" na Torá significa

"prazer") das centelhas Divinas de luz e força de vida presentes no alimento que ingere.

Em seu estado de consciência retificado, ele está continuamente cônscio de que "não só

[dimensão física] de pão vive o homem, mas de toda palavra da boca de D’us."

A ocasião de maior prazer na partilha do alimento está no Shabat. A palavra para

"satisfazer [sua alma]" é cognata à palavra para "sete", aludindo ao sétimo dia de Shabat.

Um verdadeiro tsadic vive o prazer do Shabat durante toda a semana (no Zohar, o tsadic é

denominado Shabat). A própria palavra Shevat transforma-se em Shabat (pois as letras tet

e tav, ambas letras da língua, são foneticamente intercambiáveis).

Controlador: estômago [e esôfago] (etztomchá ou kurkavan)

A relação entre o estômago e o sentido do paladar e de comer é clara.

Nossos Sábios declaram: "o kurkavan mói." O processo de moer é essencial à

digestão. Dissecar a grosseira substância do alimento em pequenas partes é

necessário para libertar as centelhas de força de vida Divina contida no alimento. Ao

"moer" (similar ao "mastigar" da boca) o estômago "saboreia" a essência interior da

comida. Este sentido interior, espiritual, do paladar controla o sentido mais externo

do paladar.

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