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PERFURAÇÃO

DIRECIONAL

João Carlos R. Plácido


jcrp@petrobras.com.br
Bibliografia
• Livro Perfuração Direcional, Luiz Alberto
S. Rocha et all, 2006, Editora Interciência.
Tortuosidade em
Poços Verticais
• Controle da verticalidade em poços verticais
– Não existe poço rigorosamente vertical.
– Acima de 5 graus deve-se tomar uma ação corretiva.
– O poço vertical que apresenta muitos desvios desta
ordem chama-se tortuoso.
– Causas de tortuosidade:
• Variações das características das formações.
• Mudança brusca de peso sobre a broca.
• Diâmetro de poço grande para comandos pequenos.
• Coluna não estabilizada adequadamente.
Tortuosidade em
Poços Verticais
– Conseqüências da tortuosidade:
• Desgaste dos elementos da coluna por fadiga.
• Perigo de prisão devido a formação de chavetas.
• Dificuldade para descer elementos mais rígidos
(revestimento por exemplo).
PORQUE SOMENTE VERTICAIS?
Perfuração Direcional
• A perfuração direcional é a técnica de,
intencionalmente, desviar a trajetória de um
vertical, para atingir objetivos que não se
encontram diretamente abaixo da sua
locação na superfície.
Perfuração Direcional

Finalidades
Perfuração Direcional
Finalidades
• Poço de alívio
• Reservatórios localizados abaixo de locações
inacessíveis, tais como rios, lagos, cidades, etc.
• Desviar de acidentes geológicos, tais como domos
salinos e falhas.
• Perfurar vários poços de uma mesma locação,
como no caso de uma plataforma de produção
marítima, ou um cluster em regiões terrestres de
difícil acesso.
• Desviar poços que tiveram um trecho perdido,
como por exemplo por prisão da coluna.
Perfuração Direcional
Finalidades
• Dificuldade para instalação da sonda diretamente
sobre o alvo
• O poço original foi abandonado e um desvio (side
track) é realizado para atingir novo objetivo
• Campanha exploratória complementar:
– Poço direcional perfurado de uma plataforma já
existente.
– Poço direcional usado para delimitar a fronteira
de um reservatório.
• Poços Direcionais para Resolver Problemas
Específicos
– Perfuração no topo de reservatórios altamente
fraturados como uma alternativa para retardar a
produção de água.
Perfuração Direcional
Finalidades

Dificuldade para
instalação da
sonda diretamente
sobre o alvo
Perfuração Direcional
Finalidades

Campanha exploratória
complementar:
-Poço direcional perfurado
de uma plataforma já
existente.
- Poço direcional usado para
delimitar a fronteira de um
reservatório.
Perfuração Direcional
Finalidades
Utilização de Clusters
• Redução de investimentos pela
utilização de sondas de perfuração
colocadas em plataformas fixas.

Cluster
Perfuração Direcional
Finalidades

Poços Direcionais para


Resolver Problemas
Específicos
• Perfuração no topo de
reservatórios
altamente fraturados
como uma alternativa
para retardar a
produção de água.
Perfuração Direcional
Finalidades

Combate à Blowouts
• Perfuração de poço de
alívio para controlar
blowouts.
Elementos de
um Poço Direcional
• KOP ( Kick-off Point).
• Curvatura
– dog leg severity: build up ou drop off.
• Inclinação dos trechos inclinados (slant).
• Afastamento horizontal.
• Direção locação-objetivo.
• Profundidade vertical final do poço
POÇOS
INÍCIO DO GANHO DE ÂNGULO (KOP)
DIRECIONAIS
TRECHO DE GANHO DE ÂNGULO (BUILD UP)

TRECHO RETO (SLANT)

OBJETIVO
Tipos de Poços Direcionais
• Tipo I - O KOP é raso e o trecho inclinado
prossegue até o objetivo.
• Tipo II (tipo S)- O KOP é raso e o trecho
inclinado prossegue até se atingir o afastamento
lateral projetado. O poço é então trazido para a
vertical e assim prossegue até o objetivo.
• Tipo III - Semelhante ao tipo I, porém o objetivo é
atingido na fase de crescimento de inclinação
(build up).
Tipos de Poços Direcionais
Instrumentos de Orientação
• Single shot - Instrumento lançado dentro da coluna, que se
aloja dentro do K-monel (comando não magnético), para
registrar, numa única foto, a inclinação e direção do poço,
através de uma bússola e um pêndulo. Após a foto, o
instrumento é retirado a cabo.
• Multishot - Possui um filme fotográfico, permitindo tirar
várias fotos durante a retirada da coluna.
• Giroscópio - A bússola é substituída por um giroscópio,
que não sofre interferências magnéticas, como nos poços
revestidos.
Instrumentos de Orientação
• Steering Tool - Um cabo elétrico transmite as informações
desejadas durante a fase que um motor de fundo está sendo
utilizado. Utiliza um side entry sub para proteção do cabo
elétrico.
• MWD (Measurement While Drilling) - Envia as
informações de inclinação e direção através de pulsos de
pressão no fluido de perfuração.
Operação de Desvio
(Steerable System)
• Ao atingir o KOP, a coluna de perfuração é retirada e
desce-se para iniciar o desvio uma coluna montada com
motor de fundo, bent sub, MWD, comandos e tubos de
perfuração.
• Pode-se também iniciar o desvio com um equipamento
chamado whipstock ou com jato direcionado.
• Quando o operador julgar que o poço já se encontra na
trajetória correta, retira esta coluna e desce uma coluna
normal de perfuração, com estabilizadores.
• Quando o controle da trajetória é crítico, deve-se utilizar
um sistema navegador (steerable system), que é
composto por um motor de fundo com bent housing
(steerable system) e um MWD.
Operação de Desvio
(Steerable System)
Operação de Desvio
(Steerable System)
MOTOR DE FUNDO
SISTEMA "STEERABLE"

MWD + LWD + MOTOR DE FUNDO


SISTEMAS ROTARY STEERABLE

• Permite a alteração da trajetória do poço em perfuração sem necessidade de parar a


rotação da coluna.
• Há basicamente dois métodos de atuação desses sistemas:
• Push-the-bit
• A alteração da trajetória é feita através de um empurrão que a
ferramenta exerce contra a parede do poço, através da atuação de um
pistão ou braço articulado.
• Exige a utilização de brocas com capacidade de corte lateral (active
gauge) e a intensidade da alteração ou Dog Leg Severity resultante é
muito influenciada pela competência das formações sendo perfuradas e
da qualidade do poço próximo à broca.
• De uma maneira geral, a qualidade do poço sendo perfurado não
diferencia muito de um poço perfurado com motor de fundo steerable.
• Point-the-bit
• A broca é apontada na direção desejada.
• Gera-se uma flexão no eixo rotativo conectado à broca que permite
desviar o poço de forma constante e uniforme, na intensidade desejada.
Neste sistema a qualidade do poço perfurado é superior à gerada pelos
outros siistemas.

• A evolução desses sistemas caminha para ferramentas controladas a distância ou


automáticas. Neste último caso, a ferramenta recebe a informação da trajetória do
poço e, praticamente sem interferência de operadores, faz toda a curva e navegação
no reservatório como se fosse uma perfuração convencional.
SISTEMAS ROTARY STEERABLE

Push the Bit

• Força defletora lateral (push the bit)


• Pads se estendem de um housing rotativo
• Curvatura definida por 3 pontos de contato
• Orientação através de pulsos na lama
SISTEMAS ROTARY STEERABLE

Push the Bit

Pad saindo Pad entrando


SISTEMAS ROTARY STEERABLE

Push the Bit


Sistema Rotary Steerable
Point the Bit
SISTEMAS ROTARY STEERABLE

Point the Bit


SISTEMAS ROTARY STEERABLE

Point the Bit

Princípio de Operação

Eixo Anéis
excêntricos
flexionam o eixo

Mancal de A broca se inclina na


rolamento plano direção oposta à inclinação
Mancal de
previne a do eixo gerando uma “Tool
rolamento
descentralização do Face”
esférico permite
eixo acima deste
que a broca se
ponto
incline
SISTEMAS ROTARY STEERABLE

Point the Bit


SISTEMAS ROTARY STEERABLE

POINT THE BIT x PUSH THE BIT

• PUSH THE BIT


– Tecnologia antiga
– Muito afetada pelo calibre do
poço próximo à broca
– Partes móveis em contato
com o poço – esforços
cíclicos, desgaste, menor
MTBF

• POINT THE BIT


– Não há partes móveis em contato com o poço – maior MTBF.
– Maiores DLS
– Curvas mais regulares e contínuas
Estabilização de Colunas de
Perfuração Direcional
• COLUNAS PARA AUMENTO DA INCLINAÇÃO DO POÇO (BUILD-UP)
Estabilização de Colunas de
Perfuração Direcional
• COLUNAS PARA PERDA DE INCLINAÇÃO DO POÇO (DROP-OFF)
Estabilização de Colunas de
Perfuração Direcional
• COLUNAS PARA MANTER A INCLINAÇÃO DO POÇO
EQUIPAMENTO PARA
MONITORAMENTO MWD (ou LWD)
Coordenadas (retangulares) UTM
Universal Transverse Mercator
Para o Meridiano Central é atribuído o valor Y=500.000.
Para o Equador é atribuído o valor X= 10.000.000 (Hemisfério Sul).
De posse das coordenadas UTM da Sonda (Base) e do Objetivo, calcula-se o
afastamento da sonda (base) ao objetivo e a direção deste plano.
Cálculo da Trajetória Direcional
Trajetória Tipo Slant (Tipo I)
Trajetória Tipo “S” (Tipo II)
Cálculo da Trajetória de
um Poço Direcional Tipo I
Condições:
• Método do Raio de Curvatura
• Build up no plano e na forma de um arco de
circunferência.
Nomenclatura
V1: profundidade vertical do KOP
V2: profundidade vertical no fim do build up
Vp: profundidade vertical de um ponto no trecho reto
V3: profundidade vertical do objetivo
V4: profundidade vertical final
D2: afastamento no final do build up
Dp: afastamento de um ponto no trecho reto
D3: afastamento do objetivo
D4: afastamento vertical final
M2: Profundidade do poço ao fim do build up
Mp: Profundidade do poço em um ponto no trecho reto
M3: Profundidade do poço no objetivo
M4: Profundidade final do poço
α: ângulo máximo de desvio
BR: Gradiente de build up (graus / 100 pés)
R: Raio de curvatura do build up
Projeção Vertical Tipo I
M.R.

R O
M1= V1
α
R

D2 M2 β
V2
δ
α
Dp
Vp
Mp
D3
V3
D4 M3
V4 M4
18000
R =
π . BR
⎛ ⎛ ⎞⎞
α = arcsen ⎜
R
cos ⎜ arctg D −R3 ⎟ ⎟ ± arctg D −R3
⎜V −V ⎜ V −V ⎟⎟ V −V
⎝ 3 1 ⎝ 3 1 ⎠⎠ 3 1

V 2
=V 1
+ R sen α

D 2
= R (1 − cos α )
100 α
M 2
= M 1
+
BR
= +
(
V p
−V 2
)
M p M 2
cos α

D p
= D 2
+ (V p
−V 2
).tg α
= +
(V 3
−V 2
)
M 3 M 2
cos α

D 4
= D 3
+ (V 4
−V 3
).tg α

= +
(V 4
−V 3
)
M 4 M 3
cos α
Exemplo: Planejamento de um
Poço Direcional

• Coordenadas UTM da plataforma:


X= 8.783.845,38 m ; Y=726.725,75 m
• Coordenadas UTM do objetivo (Formação “E”):
500000 726700 726725,75
X=8.783.190,00 m ; Y=726.700,00 m
• Dados gerais da plataforma:
MR ao fundo do mar = 53 m 10000000 Equador
MR ao nível do mar = 32 m
Lâmina d´água = 21 m
8783845,38
P
• Cotas dos Topos das Formações: *
“A” (Fundo do mar) = -21 m
“B” = -500 m 8783190
“C” = -1730 m
O*
“D” = -1750 m
“E” (Objetivo) = -2030 m
Programa de Revestimento:
• Condutor de 30” assentada na profundidade de 120 m.
• Revestimento de superfície de 20” assentado 40 m dentro da formação
“B”.
• Revestimento intermediário de 13 3/8” assentado no topo da formação
“C”.

Dados gerais:
• A profundidade vertical final será 140 m abaixo do objetivo.
• A razão de ganho de ângulo no build up é de 1 grau por 10 m.
• Raio de tolerância = 50 m
Perguntas

1) Afastamento e Direção do objetivo.


2) Profundidade da sapata do revestimento de 20 pol.
3) Profundidade do KOP de modo que o ângulo máximo no final do build
up seja de 33 graus.
4) Profundidade vertical, medida e afastamento no final do build up.
5) Profundidade vertical, medida e afastamento na sapata do revestimento
de 13 3/8 pol.
6) Profundidade vertical, medida e afastamento no objetivo.
Solução

1) Afastamento e Direção do objetivo.

AfastamentoAlvo = (Dif .Coord .N − S )2 +(Dif .Coord .E − W )2


AfastamentoAlvo = (8783845,38 − 8783190 )2 +(726725,25 − 726700,00)2 = 655,89m

⎛ Dif .Coord .E − W ⎞
DireçãoAlvo = arcTg ⎜⎜ ⎟⎟
⎝ Dif .Coord . N − S ⎠
⎛ 726725,25 − 726700,00 ⎞
DireçãoAlvo = arcTg ⎜ ⎟ = 2,2 graus
⎝ 8783845 ,38 − 8783190, 00 ⎠
Direção do objetivo=S2,2W
• Dados:
V3= TVD Alvo = 2030+32=2062 m
BR=10 °/100m
D3=Afastamento Alvo = 655,89 m
V4=TVD Final=2030+32+140=2202 m

• Determinação de R
R=18000/π/BR=573 m

2) Profundidade sapata de 20”


500 + 32 + 40 = 572 m
3) KOP tal que α máximo igual a 33° no final do build up.
D2=R(1-cosα)=573(1-cos33)=92,44
tgα=(D3-D2) /(V3-V2) ; tg33=563,45/(V3-V2)
V2=2062-867,64=1194,36
KOP=V1=M1=V2-Rsenα=1194,36-573sen33=882,3 m

4) Prof. Vertical, medida e afastamento no final do build up


V2 = 1194,36 m
M2=M1+100* α /BR=882,3+100*33/10=1213,3 m
D2 = 92,44 m
5) Prof. Vertical, medida e afastamento da sapata do 13 3/8”
Vp = 1730+32 = 1762 m
Mp = M2+(Vp-V2)/cos α=
=1213,3+(1762-1194,36)/cos33=1890 m
Dp = D2+(Vp-V2)tg α=
=92,44+(1762-1194,36)tg33= 461 m

6) Prof. Vertical, medida e afastamento no Objetivo


V3 = 2030+32=2062 m
M3=M2+(V3-V2/cos α=
=1213,3+(2062-1194,36)/cos33=2247,8 m
D3= 655,89 m
Cálculo da Trajetória Real
Métodos de Cálculo da Trajetória
• Tangente
• Ângulo Médio
• Raio de Curvatura
• Mínimo Raio de Curvatura

Hipótese: O segmento AB é calculado assumindo que o


ponto “A” (profundidade, inclinação e azimute) é conhecido
e o ponto “B” deve ser calculado.
Métodos de Cálculo da Trajetória
• Método da Tangente
– “L” é a distância perfurada.
– Segmento AB é aproximado por
AB` paralelo a tangente no
ponto “B”.
– O ponto “B” é calculado com
base na inclinação e no azimute
medidos no ponto “B”.

ΔN i = ΔM i sin θ i cos φi
ΔEi = ΔM i sin θ i sin φi
ΔVi = ΔM i cos θ i
θ = inclinação
φ = direção
M = profundidade
Métodos de Cálculo da Trajetória
• Método da Ângulo Médio
– “L” é a distância perfurada
– Inclinação e azimute no ponto “B” é
igual a média da inclinações e
azimutes em “A” e “B”.
– As projeções dos pontos “A” e “B”
são calculadas como as projeções
obtidas dos ângulos médios das
inclinações e dos azimutes.

⎛ θ + θ i −1 ⎞ ⎛ φi + φi −1 ⎞
ΔN i = ΔM i sin⎜ i ⎟ cos⎜ ⎟
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠
θ = inclinação
⎛θ +θ ⎞ ⎛ φ +φ ⎞
ΔEi = ΔM i sin⎜ i i −1 ⎟ sin⎜ i i −1 ⎟ φ = direção
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠
M = profundidade
⎛ θ + θ i −1 ⎞
ΔVi = ΔM i cos⎜ i ⎟
⎝ 2 ⎠
Métodos de Cálculo da Trajetória
• Método do Raio de Curvatura
– “L” é a distância perfurada.
– A distância perfurada é tratada
como como uma curva inscrita
sobre uma superfície cilíndrica
com eixo vertical.
– A projeção vertical e horizontal
de cada ponto são assumidas
como sendo arcos de círculos
cujos raios serão função da taxa
de ganho de ângulo e da taxa de
variação do azimute.
Métodos de Cálculo da Trajetória
• Método do Raio de Curvatura
180ΔM i
Rcv =
π (θ i − θ i −1 )
Ph = Rcv (cos θ i − cos θ i −1 )
Af = Ph(cosφo − cosφi )
180 Ph
Rch =
π (φ i − φ i −1 )
ΔN i = Rch (senφi − senφi −1 )
ΔEi = Rch (cosφi − cosφi −1 )
ΔVi = Rcv (senθ i − senθ i −1 )

θ = inclinação
φ = direção
φ o = direção ⋅ do ⋅ objetivo
M = profundidade
Métodos de Cálculo da Trajetória

• Método do Mínimo Raio de Curvatura


– “L” é a distância perfurada.
– A distância perfurada é
tratada como como uma
curva inscrita sobre uma
superfície de uma esfera
Métodos de Cálculo da Trajetória
• Método do Mínimo Raio de Curvatura
⎛ ΔM i ⎞
ΔN i = ⎜ ⎟(sin θ i −1 cos φ i −1 + sin θ i cos φ i ) f (α )
⎝ 2 ⎠
⎛ ΔM i ⎞
ΔE i = ⎜ ⎟(sin θ i −1 sin φ i −1 + sin θ i sin φ i ) f (α )
⎝ 2 ⎠
⎛ ΔM i ⎞
ΔVi = ⎜ ⎟(cos θ i −1 + cos θ i ) f (α )
⎝ 2 ⎠

α = arccos (cos (θ i − θ i −1 ) − sin θ i sin θ i −1 (1 − cos (φ i − φ i −1 )))

se α < 0,25 rd => f(α) = 1,0

f (α ) =
( 2)
tan α
(α 2 )
θ = inclinação
φ = direção
M = profundida de
Casos Particulares de
Poços Direcionais
• Poços de Grande Afastamento (ERW)
• Poços Horizontais
• Poços Multilaterais
Poços de Grande Afastamento
(ERW - Extended Reach Well)
• Poços onde o objetivo está bastante afastado
horizontalmente da sua locação na superfície.
• Define-se como ERW poços com uma relação
maior que 2 entre o afastamento horizontal e a
profundidade vertical (considera-se somente
rocha, ou seja, a lâmina d’água não é considerada
neste cálculo).
• Existem poços ERW onde o afastamento é maior
que 10 Km (Witch Farm).
POÇOS ERW
Grande Afastamento
POÇOS ERW na ALEMANHA
Dieksand - Campo de Mittelplate

Record mundial de perfuração no sal ≈ 4000 m


Afastamento Lateral ≈ 8000 m
Profundidade Vertical ≈ 2000 m
Profundidade Total Medida ≈ 10000 m
Inclinação = 82°
POÇOS HORIZONTAIS
HORIZONTAL WELLS
• The idea behind horizontal drilling is to drill to
where the oil is, instead of letting the oil flow
through the formation to a vertical well bore
• Horizontal wells should be considered as a new
EOR tool and there is no doubt it has a bright
future ahead
• Every time you drill a well you should be
asking yourself: “Why am I not drilling it
horizontally ?” If you find good reasons not to
drill it horizontal, fine. Otherwise, may be you
should be drilling the well horizontally
Ref. Jacques Bosio (1988) - Interview by Pettroleum Engineer Int.
HORIZONTAL WELL
DRILLING
• The most important development of the 1980’s.
• Worldwide, over 10500 horizontal wells to date.
• Tends to become “common practice”.
• Every month: new tools, new technologies.
• Horizontal well technology: in a continuous
development.

Ref. M.T. Olanson - Audrix Petroleum Ltd. (1995)


POÇOS HORIZONTAIS - VANTAGENS
Acesso
Acessoaanovas
novasreservas
reservas Maior
Maiorexposição
exposiçãoao
ao Menor
Menorgradiente
gradientede
de
reservatório
reservatório pressão
pressão
Reserv.
Reserv.naturalmente
naturalmente
fraturados Melhor
Melhoreficiência
eficiênciade
de
fraturados
drenagem
drenagem
Poços Menor
Menorcone
cone
Poçosde
delongo
longoalcance
alcance Aceleração
Aceleraçãoda
da água/gás
água/gás
produção
produção
Reservatório
Reservatóriotipo
tipo
canal
canal Sinergia
Sinergiacom
comEOR
EOR Redução
Reduçãodada
produção
produçãode
de
Fraturamento
Fraturamentomúltiplos Menor areia
múltiplos Menornº
nºde
depoços
poços areia

Maior
Maiorganho
ganhototal
total Menor
Menorinvestimento
investimento Menor
Menorcusto
custode
de
explotação
explotação

Aumento
Aumentodo
dofluxo
fluxode
decaixa
caixa
com
commenor
menortempo
tempode
deretorno
retornododoinvestimento
investimento
Histórico
• 1950s : Russos perfuraram 43 poços
horizontais. Enfatizou-se os metros
perfurados ao invés da produtividade. A
técnica foi considerada anti-econômica.
• 1978 : Esso Canada perfurou um PH em
Cold Lake para testar a ação térmica do
vapor (“Steam Gravity Drainage”)
Steam Gravity Drainage
Histórico
• 1979 : Arco perfurou um PH nos EUA.
Aumentou a produção produzindo por
gravidade e estimulado com injeção de gás.
Resolveu problema de cone de gás.
• 1979-1983 : Elf perfurou 3 PH para testar
esta tecnologia em conjunto com IFP. Isto
permitiu a ELF perfurar o primeiro poço
offshore no Campo de Rospo Mare, na
Itália. IP foi 20 x dos poços verticais.
Histórico
• 1984 : Brasil perfurou seu primeiro PH em
Fazenda Belém (FZB-308H-RN).
• 1986 : Até então somente 50 PHs tinham
sido perfurados no mundo. O custo de um
PH era em torno 1.4 a 2 vezes a de um poço
vertical. A completação e estimulação eram
limitadas.
• 1987-1988 : The turning point !!!!
Histórico
• 1987 : São publicados métodos para análise
de teste para PH. Sada Joshi publica a
primeira equação para IP de poços
horizontais considerando anisotropia do
reservatório e a posição do PH no
reservatório. O número de PH aumenta.
• 1989 : O número de PH passa para 265.
• 1989-90 : Publica-se critérios para seleção
de reservatórios para aplicação de PH.
Histórico
• 1990 : O número de PH ultrapassa 1000. O
primeiro PH no Golfo do México é
perfurado pela Texaco.
• 1992 : Já são mais de 2500 PH no mundo,
sendo 75 % na América do Norte. Deve-se
considerar o campo de Austin Chalk, no
Texas (baixa permeabilidade).
Histórico
• 1993 - 1997 : Muito trabalho tem sido feito.
Pode-se destacar os seguintes : fraturamento
hidráulico, canhoneio, modelos de
computador (perfuração, produção e
reservatório), controle de areia, técnicas de
controle de direcional e perfilagem.
POÇOS HORIZONTAIS
Progressão do Número de Poços

6
Milhares de Poços

5
4

0
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
2000
POÇOS HORIZONTAIS
Desenvolvimento

Ê Conceito : até a Década de 60

Ê Validação : na Década de 70

Ê Otimização : na Década de 80

Ê Diversificação : na Década de 90
Planejamento do Poço Horizontal
Preliminar
• Trajetória : profundidade do objetivo,
comprimento do poço dentro do
reservatório, locação, tolerância
• Produção esperada
• Mecanismo de produção
• Tipo de Completação
Tipos de Curvatura
Classificação Quanto ao Raio de Curvatura

Classificação Build Raio


Rate (pés)
o
( /100 pés)
Longo 2-8 2865-716

Médio 8 - 30 716-191

Intermediário 30 - 60 191-95

Curto 50 - 200 95-28

1800
BUR =
πR
BUR => graus / 100 pés
R => pés
Raio Ultra Curto

Perfuração com
jato de alta pressão
Raio Curto

Utilização de comandos articulados


Raio Médio e Longo

Utilização de motor de fundo


Tipos de Completação
Completação Típica Offshore
MGL COM VÁLV.
OPERADORA

Rev. 36”

MGL PARA AMORTECIMENTO


Rev. 16”

MPDG

TSR

CAUDA INTERMEDIÁRIA
(7” OD)
VIF

Completação
Rev. 11 3/4 ” x 10 ¾”
de Poço Horizontal
TELA TB 5 ½”
(ou 9 5/8”)
Planejamento do Poço Horizontal
Perfuração
• Revestimento / Cimentação
• Estabilidade das paredes
• Fluido de perfuração / Hidráulica
• Projeto da coluna de perfuração : análise de
esforços (torque/drag), flambagem, fadiga
• Desgaste de revestimento
• Perfilagem : LWD
Problemas e Soluções na Perfuração
• Problemas:
– Atrito
– Navegação
– Peso sobre a broca
– Torque & Drag / Flambagem
• Soluções:
– Otimização da trajetória
– Steerable System, Rotary Steerable System
(estabilizador ajustável, Geopilot ou Autotrack)
– Redução de peso (coluna invertida)
– Lubricidade
– Rotação da coluna (top drive)
Problemas e Soluções
na Perfuração
• Limpeza do poço : fluidos visco-elásticos,
vazão, geometria do anular
• Cimentação : canalização (centralização)
• Desgaste do revestimento : redução de
esforços laterais, lubricidade, protetores,
motor de fundo, smooth hard facing
• Dano à formação : fluido tipo “drill in” (não
invasivo), menor densidade (under
balanced)
Protetores de Coluna
Tubo de Perfuração (Drill Pipe)
• Aplicação de smooth hardbanding no tool joint
Problemas e Soluções
na perfuração
• Instabilidade da parede do poço : peso do
fluido, reduzir vibração, inibição do fluido,
inclinação e direção do poço
• Prisão de coluna : comando espiralado,
reduzir peso do fluido, lubrificantes, evitar
parar o comando em frente zonas depletadas
• Perfilagem : LWD
• Ferramentas à cabo : bombear
Planejamento do Poço Horizontal
Reservatório
• Caracterização do reservatório : sísmica 3 D
• Definir comprimento do poço dentro do
reservatório (perdas de carga, interferência)
• Seletividade de zonas de produção
• Previsão de produtividade e recuperação
• Análise de testes
Por que não perfurar mais de um
poço horizontal a partir de uma
mesma locação ?
Resposta : Multilaterais
Multilaterais
O que é um poço Multilateral ?

• Basicamente um poço principal com


ramificações laterais.
• Estes laterais podem ser completados em
poço aberto ou com liners.
• Multilaterais reduzem o custo total do
poço pela utilização de uma complexa
arquitetura de drenagem, que aumenta a
exposição do reservatório.
Vantagens
• Produção de múltiplos reservatórios
• Injeção e Produção em um mesmo poço
• Otimizar o modelo de drenagem
• Aumentar exposição das fraturas
• Reduzir dano ambiental
• Reduzir equipamentos de superfície
• Reduzir efeitos de cones de água e de gás
• Ultrapassar zona de dano à formação
• Alternativa para método de estimulação
• Ferramenta de EOR
Drenando múltiplas camadas
Pé de Galinha
Tipos de Poços
Multilaterais
Tipos de Multilaterais mais Usados
Níveis de Completação
de acordo com a TAML
(Technology Advancement
Multilateral Group)
TAML
Classificação
Multilateral
por Níveis (6)
Níveis

Nível 1 – Poço aberto

Nível 4 – Junção selada

Nível 2 – Lateral a partir


de poço revestido

Nível 5 – Junção Nível 6 -


Nível 3 – com selo mecânico Junção com
Conexão sem com ID reduzido selo mecânico
selo hidráulico sem redução
de ID
Nível 1 Nível 2 Nível 3

Nível 4 Nível 5 Nível 6


Nível 1
• Poço principal e lateral abertos
• Sem integridade mecânica e
hidráulica na junção
• Formação consolidada
• Baixo custo de completação
• Acesso ao lateral limitado
• Controle de produção limitado
Nível 2
• Poço principal revestido e
cimentado
• Lateral aberto
• Baixo custo de completação
• Normalmente precisa de suporte
da formação
• Potencial de acesso ao lateral
Nível 3
• Poço Principal revestido
e cimentado
• Lateral revestido mas
não cimentado
• Suporte mecânico na junção
porém sem integridade hidráulica
• Produção conjunta
Nível 4
• Poços principal e lateral
revestido e cimentado
• Integridade mecânica na junção
• Pouco ou nenhum isolamento
hidráulico na junção
• Produção combinada
Nível 5
• Poços principal e lateral
revestido e cimentado
• Integridade mecânica
na junção
• Alto isolamento hidráulico
na junção
(só cimento não é aceitável)
• Produção combinada
ou independente
Nível 6

• Revestimento com 2 pernas


partindo de um único tronco
• Integridade mecânica
e isolamento hidráulico
na junção
Abertura
de
Janela
Evolução da Tecnologia
• 1979 : primeiras aplicações em Delaware
Basin, Anadarko Basin e Texas Panhandle
• 1988 : Gardes bate recorde mundial no
Norte da Lousiana perfurando 10 laterais
entre 500 e 1000 pés a partir de 1 horizontal
• 1991 : Petro-Hunt perfura um poço multi-
lateral com 2 pernas opostas em Austin
Chalk com resultados positivos
Evolução da Tecnologia
• 1993 : Shell Canada perfura 2 laterais
opostos através de janela pré aberta no
revestimento usando whipstock recuperável
• 1993 : Sperry-Sun desenvolve o sistema
Lateral Tie-Back System
• 1993 : Raghavam e Joshi publicam artigo
com diretrizes para avaliar produtividade
com poços radiais e com múltiplos poços de
drenagem
Evolução da Tecnologia
• 1995 : Sperry-Sun instala 7 sistemas RMLS
e 13 LTBS no Canada,Alska, Oman e Qatar
• 1995-96 : Texaco perfura 8 multilaterais (5
com 2 laterais e um com 4 laterais)
• 1996 : Speery Sun instala 50 sistemas e
Baker-Hughes completa um poço trilateral
• 1998 : Baker e Petrobras completam
primeiro poço multilateral em águas
profundas

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