2
Ficha catalográfica
3
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO
2. O QUE É UM ATERRO EM VALAS
3. CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE ÁREAS
4. CÁLCULO DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO
5. IMPLANTAÇÃO DO PROJETO
6. OPERAÇÃO DO ATERRO EM VALAS
7. MUNICÍPIOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA ATERRO EM VALAS
8. PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS E FINANCEIROS
9. REFERÊNCIAS:
• LEGISLAÇÃO
• BIBLIOGRÁFICA
ANEXO: MODELO DE PROJETO EXECUTIVO DE ATERRO EM VALAS
4
1.APRESENTAÇÃO
O adequado gerenciamento dos resíduos sólidos gerados nos municípios, sejam estes
de pequeno ou grande porte, apresenta-se como um dos principais desafios a ser
enfrentado pelos administradores públicos.
O presente texto pretende oferecer subsídios aos prefeitos e técnicos municipais para
viabilizar a habilitação e a efetiva implantação do Programa Aterro Sanitário em Valas.
5
• não apresentação dos relatórios (Anexos) exigidos pelo Termo de Convênio;
• preenchimento incorreto dos relatórios exigidos pelo Termo de Convênio;
• falta de assinaturas dos representantes municipais designados para acompanhar a
execução do acordo, tornando sem efeito os relatórios e a prestação de contas
apresentados;
• descumprimento do Plano de Trabalho, tanto no que diz respeito à execução física
quanto aos prazos propostos para cada atividade inclusa no PT;
• utilização dos recursos com caráter indenizatório.
Por seu lado, o acompanhamento técnico realizado por meio de vistorias nos aterros,
permitiu à Coordenação Técnica constatar que cerca de 40% deles apresentaram
condições operacionais inadequadas ou irregulares. As desconformidades constatadas
com maior freqüência são as seguintes:
6
2. O QUE É UM ATERRO EM VALAS
Nas escavações das valas pode ser utilizado praticamente qualquer um dos
equipamentos que têm capacidade de escavação. Entretanto, deve-se ter em mente
que as comunidades de pequeno porte e escassos recursos financeiros dispõem
apenas de máquinas leves, como as retroescavadeiras, devendo, portanto, essa
7
operação estar condicionada aos limites de capacidade desses equipamentos (Figura
1).
Os resíduos são descarregados pelo lado livre das valas, sem o ingresso dos veículos
no seu interior, iniciando-se por uma das extremidades da mesma (Figura 2).
8
Figura 3
Assim que o primeiro trecho da vala estiver totalmente preenchido, passa-se para outro,
repetindo-se as mesmas operações. O nivelamento final da vala deve ficar numa cota
superior à do terreno, prevendo-se prováveis recalques. (Figura 4).
Figura 4
As instalações de apoio são estruturas auxiliares que têm por objetivo garantir o
funcionamento do aterro, dentro dos padrões estabelecidos pelas técnicas da
engenharia e do saneamento ambiental. Os aterros sanitários em valas, por serem
obras de pequenas dimensões, exigem um mínimo possível de instalações de apoio,
necessárias apenas ao correto funcionamento da obra. De forma geral, essas
instalações nos aterros em valas são compostas pelos seguintes elementos:
9
2.1.1. Isolamentos
Nas regiões onde são intensos os ventos, recomenda-se a instalação de uma cerca de
tela, de forma a interceptar os materiais leves que poderiam ser arrastados até os
terrenos vizinhos ao aterro. Essa cerca deve ser móvel, com a possibilidade de ser
deslocada na medida do avanço da frente de operação.
2.1.2. Portaria
Nos aterros em geral, sua função é controlar a entrada e a saída de veículos na área do
aterro, assim como dos materiais a serem aterrados, especialmente de resíduos que
poderiam prejudicar a adequada operação do aterro, colocar em risco a saúde dos
operadores, ou causar danos ao meio ambiente, como por exemplo: lodos tóxicos,
materiais graxos ou oleosos e líquidos em geral.
A entrada desses materiais não deve ser impedida sumariamente, pois eles poderiam
vir a ser descarregados clandestinamente em outros locais, causando dano ainda
maior. Uma vez identificados os produtores e transportadores, devem ser prevenidas as
autoridades competentes para que sejam tomadas as medidas cabíveis.
Nos aterros em valas, esta instalação resume-se num portão de entrada com uma
guarita onde, se possível, deverá permanecer um vigia. Quando o aterro for localizado
distante de comunidades, sendo improvável a presença de catadores, é admissível que
a portaria resuma-se num portão fechado, ficando a chave de posse do motorista do
veículo coletor e do encarregado dos serviços de limpeza pública.
As estradas internas têm como função permitir a interligação entre os diversos pontos
da área do aterro, bem como garantir a chegada dos resíduos até as frentes de
10
descarga. Essas estradas devem suportar o trânsito de veículos mesmo durante os
períodos de chuva e, por isso, devem ser mantidas nas melhores condições de
operação. Os trechos que apresentam menor capacidade de suporte ou aderência
deverão sofrer mudança de solo ou revestimento com brita ou cascalho. Sempre que
necessário, em toda a sua extensão, deverão ser construídas canaletas de drenagem
para captação de águas de escoamento superficial, revestidas com material resistente
nos trechos de maior declividade.
Esses líquidos percolados são formados ainda pela umidade natural dos resíduos; pela
água presente em alguns materiais, liberada pela compactação ou pela própria
decomposição destes; pelos líquidos gerados no processo biológico de decomposição
de determinados tipos de resíduos; pela contribuição de nascentes, bem como pela
água de chuva precipitada sobre o aterro. As duas últimas parcelas são normalmente
muito superiores às demais, sendo que é comum a não formação desses líquidos nos
aterros implantados em locais secos, onde a taxa de evapotranspiração é maior que a
de precipitação.
11
ainda gases, entre eles o gás carbônico (CO2) e o metano (CH4 ), que é combustível.
Esses gases são gerados em grandes volumes, podendo acumular-se em bolsões no
interior dos aterros, sair de forma descontrolada pelos taludes e superfícies ou, mesmo,
infiltrar-se pelo solo e atingir redes de afastamento de esgotos, fossas e poços rasos
causando problemas dado o risco de explosões.
As instalações de proteção ambiental são, portanto, obras que têm por objetivo garantir
a condição de segurança e salubridade do aterro sanitário, impedindo o contato direto
dos resíduos aterrados e dos subprodutos de sua decomposição com os aqüíferos,
bem como assegurar a drenagem dos gases gerados. Didaticamente, essas estruturas
podem ser divididas nos seguintes sistemas, conforme descritos a seguir.
É aconselhável que na escolha da área sejam evitados os locais que apresentem solos
excessivamente permeáveis ou com lençol freático no seu nível máximo muito próximo
da superfície.
A camada de solo que servirá de base para o aterro deve ser a mais homogênea e
trabalhável (possível), isenta de blocos grandes e matacões, com permeabilidade em
-7
torno de K = 10 cm/s, como os depósitos de argilas, siltes e suas misturas.
A consistência ideal deve ser de média a dura (índice de consistência entre 0,5 e 1,00),
2
com resistência à compressão simples situada entre 0,50 e 4,00 kgf/cm .
O limite de liquidez deve ser maior ou igual a 30% (Ensaio de Determinação do Limite
de Liquidez — MB 30/1969 — ABNT) e o índice de plasticidade deve ser maior ou igual
a 15 unidades.
12
Esse projeto de norma estabelece que o sítio onde será implantado o aterro deverá
apresentar um manto de solo homogêneo de 3,0 (três) metros de espessura com um
-6
coeficiente de permeabilidade K = 10 cm/s. Contudo, é considerada aceitável uma
distância mínima entre a base do aterro e a cota máxima do aqüífero freático igual a 1,5
-5
(um e meio) metro, para um coeficiente de permeabilidade K = 5 x 10 cm/s. A critério
do órgão de controle da poluição ambiental, poderá ser exigida uma impermeabilização
suplementar, visando maior proteção do aqüífero freático. Estabelece ainda que, em
-4
áreas com predominância de solos com coeficiente de permeabilidade K = 10 cm/s,
não é recomendada a construção de aterros, mesmo utilizando-se impermeabilizações
complementares.
13
3. CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE ÁREAS
Topografia
• As áreas devem ter características planas, com inclinação máxima em torno
de 10%. Evitar terrenos em topos de morros.
Dimensões
• Devem ser coerentes com a vida útil pretendida. Como base de cálculo
primária, estimar 1 m² por tonelada de resíduo a ser aterrada por dia.
Solo
• Deve ter composição predominantemente homogênea e argilosa. Evitar
terrenos com matacões e rochas aflorantes.
Distância de residências
• Apesar de não existir legislação específica, recomenda-se distâncias
mínimas de 500m de residências isoladas e 2.000m de áreas urbanizadas.
Obstáculos naturais como elevações de terrenos e matas podem ser
consideradas atenuantes das interferências negativas.
Ventos predominantes
• A direção dos ventos predominantes não deve possibilitar o transporte de
poeira ou maus odores para núcleos habitacionais.
Outros
Deve-se, ainda observar:
• as legislações de uso do solo e de proteção dos recursos naturais;
• as possibilidades de fácil acesso em qualquer época do ano; e
• a menor distância possível entre a área escolhida e os geradores de
resíduos.
14
4. CÁLCULO DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO
Pode-se concluir que 19.210 m² : 10 anos = 1.921 m² ou seja, para cada ano de
vida útil do aterro são necessários aproximadamente 2.000 m² de área.
15
Exemplo:
10 anos - 20.000 m²
15 anos - 30.000 m²
16
5. IMPLANTAÇÃO DO PROJETO
1ª Fase
. Limpeza do terreno
. Cercamento da área / portão de entrada e saída
. Proteção vegetal
. Portaria
. Acessos, área para manobras e estacionamento
. Drenagem superficial
. Instalação de marcos de referência
2ª Fase
. Limpeza do terreno
. Implantação de acessos provisórios
. Drenagem superficial e proteção com grama
. Escavação e reaterro de valas
O material de limpeza do terreno deverá ser removido para local fora da área do
aterro sanitário.
17
o acesso dos caminhões coletores até a vala em operação e serão modificados de
acordo com a posição da mesma, seguindo a seqüência das valas estabelecida
em projeto.
90 3 1/2 90-100 -
76 3 - 100 -
4,8 #4 - 85-100
0,15 # 100 10 - 30 10 - 30
18
Poderá ser utilizado agregado com faixa contínua (graúdo e miúdo) substituindo
as faixas granulométricas acima, desde que atenda à seguinte granulometria:
PENEIRAS DE MALHAS
QUADRADAS PORCENTAGEM EM PESO QUE PASSA PELA PENEIRA
mm pol
100 4 100
90 3 1/2 90-100
76 3 50-100
64 2 1/2 25-100
50 2 15-100
38 1 1/2 10-75
25 1 5-40
19 3/4 4-30
12,5 1/2 4-25
9,5 3/8 3-20
4,8 #4 2-18
0,15 # 100 1-15
Este tipo de canaleta é implantado entre valas, logo que as duas valas estejam
encerradas (vide desenhos de projeto).
19
resumirá à canaleta, mas abrangerá toda a cobertura das valas e a área entre
elas.
• Caixas de passagem
• Tubulação em concreto
• Muro de ala em concreto
• Dissipador em pedra ou rachão
A escavação de vala terá início assim que sua locação estiver concluída, sendo
escavado cerca de 50% do comprimento da vala, com a manutenção de septos
impermeáveis com 1 m de comprimento a cada 9,5 m escavados.
20
a 1,70 m. Deve-se prever ainda, o armazenamento de uma quantidade de solo ao
lado da vala fechada para servir futuramente à cobertura diária dos resíduos da
vala que está sendo aberta.
No momento em que a vala já estiver coberta com solo até 1,70 m de altura e o
solo para cobertura diária já estiver armazenado, todo o solo restante deverá ser
removido, da área do aterro sanitário e encaminhado a usos e locais que não
causem quaisquer impactos ambientais.
21
6. OPERAÇÃO DO ATERRO EM VALAS
O acesso dos caminhões coletores à área será feito através de portaria, que
contará com uma guarita ocupada por funcionário que fará o controle de entrada e
saída dos coletores, bem com o registro das descargas. Deverá ser anotado o
horário de chegada do coletor e o número da vala onde será feita a descarga. Só
deverá ser permitido o acesso ao aterro dos coletores cadastrados na Prefeitura,
no horário estabelecido pela mesma e a descarga de resíduos domiciliares
provenientes da coleta do município.
A disposição dos resíduos na vala aberta deverá ser sempre iniciada pelo mesmo
lado que a vala começou a ser escavada, com o caminhão coletor se
posicionando de ré, perpendicularmente ao comprimento da vala.
Não deverá se utilizar o solo estocado sobre a vala anterior, e sim aquele
estocado entre as duas valas.
22
Os resíduos deverão ser sempre lançados em um mesmo ponto até que se atinja
o nível do terreno, quando o coletor se deslocará para a posição imediatamente
adjacente à anterior.
23
aterro.
Algumas culturas que não apresentam raízes profundas, não têm contato direto
com o solo, nem são consumidas in natura por pessoas, como por exemplo a
cana-de-açúcar e o milho, podem ocupar imediatamente a área após o
encerramento das atividades, facilitando a reintegração da mesma à paisagem
regional, reduzindo os custos do aterro e evitando a manutenção de estruturas de
isolamento e proteção do local. Outra opção interessante a ser considerada é a
possibilidade de aproveitamento da área à medida que o aterro vai sendo
executado. Alguns meses após o aterramento de um conjunto de valas, e tendo
sido o terreno convenientemente terraplenado, pode-se deslocar as cercas
diminuindo a área isolada, que fica restrita apenas ao trecho em operação e
àquele que ainda será utilizado. O trecho de terreno descartado, anteriormente
utilizado para o aterramento do lixo, pode ser absorvido pelas culturas do entorno.
Evidentemente, em cada situação particular, recomenda-se a consulta a um
engenheiro agrônomo, para avaliação exata da viabilidade desse tipo de
procedimento.
24
7. MUNICÍPIOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA
ATERRO EM VALAS
MUNICÍPIO
1 Apiaí
2 Barra do Chapéu
3 Barra do Turvo
4 Cajati
5 Cananéia
6 Eldorado
7 Iguape
8 Ilha Comprida
9 Iporanga
10 Itaoca
11 Itapirapuã Paulista
12 Itariri
13 Jacupiranga
14 Juquiá
15 Juquitiba
16 Miracatu
17 Pariquera-Açu
18 Pedro de Toledo
19 Registro
20 Ribeira
21 Sete Barras
22 Tapiraí
25
TABELA II - Decreto nº 45.001
MUNICÍPIO MUNICÍPIO MUNICÍPIO MUNICÍPIO
26
A implantação dos Aterros Sanitários em Valas está a cargo da Coordenadoria de
Planejamento Ambiental Estratégico e Educação Ambiental - CPLEA, conforme a
Resolução SMA nº 24, de 23 de maio de 2.003, e suas atribuições são
acompanhar, fiscalizar, controlar e avaliar o desempenho do Projeto, observada a
relação dos beneficiários constantes dos respectivos diplomas legais.
Até julho de 2005 foram celebrados 202 convênios, dos quais 74 ainda
permaneciam em trâmite na mesma data. Dos 128 convênios restantes, 38
tiveram todas as fases do plano de trabalho executadas com recursos do Estado.
Considerando a melhoria do IQR verificada nos municípios conveniados, conclui-
se que a ação da SMA alcançou resultados positivos.
27
8. PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS E FINANCEIROS
28
2. PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS E FINANCEIROS DURANTE A
EXECUÇÃO DO OBJETO DO CONVÊNIO
29
9. REFERÊNCIAS:
• LEGISLAÇÃO:
• BIBLIOGRÁFIA:
30
ANEXO:
MODELO DE PROJETO EXECUTIVO DE ATERRO EM
VALA
31
32
33
34