ARIEL

O que eu queria mesmo... É ir para bem longe, conhecer a superfície, outros

seres. Mas meu pai não deixa. Diz que é perigoso. Sempre que posso vou a
superfície, lá é cheio de objetos diferentes. Eu tenho vários guardados em minha
coleção. Mas minha maior vontade é ter pernas. Poder andar, correr... Conhecer
um humano. Mas sei que isso é impossível, papai jamais deixaria. Será que ele
não entende? Faria qualquer coisa para tornar meu sonho realidade. Quer
saber... Não vou deixar ninguém decidir o que devo fazer! E pra começar vou
falar com o Sabidão... Sabidão!!!

LINGUADO
Arieeel! Arieeel, Ariel, que tal darmos o fora daqui? Sabe... Este lugar é muito
úmido. E pelo jeito eu acho que vou pegar um resfriado. (Sussurrando.) Ariel,
você acha que pode haver tubarões por aqui? Sabe, eu não sou frouxo. Eu gosto
de aventuras. Aliás, eu adoro esse perigo... Ariel, você está bem? Ah, legal! Se
você tá bem, eu também tô bem! Ariel, tá tudo bem mesmo?... Não tá? Oh oh! O
que foi isso, Ariel? Ariel? Arieeelll!

ÚRSULA

Ora ora, olha o que a minha concha cristalina me mostra... Isso! Corra, princesa.
Corra para bem longe. Não queremos perder a festinha do papai, não é verdade?
Chega! Olhe para mim. Jogada fora como quem não vale nada. Banida, exilada,
quase passando fome... Enquanto Tritão e seus peixinhos idiotas festejam. Mas
eu darei a eles o que festejar logo, logo! Pois eu serei a rainha de Atlântida!
(Gargalhadas.) Moréias! Minhas servas, quero que vocês fiquem de olho nessa
garotinha. Ela pode ser a chave para a queda de Tritão. Na primeira
oportunidade eu roubarei a voz desta garota. (Gargalhadas.)