Você está na página 1de 45
Way Ces AV AO Wea PU Wan] s19) (04 eu CoCo) Coes PSICOLOGIA SOCIAL Pere BENKIAN webdey Quando abrimos as paginas de um jornal encontramos sempre declaragdes que nos reme- tem para posigées diferentes face a diversos assuntos: slo pessoas que esto a favor ou contra ‘o casamento de homosexuais, pessoas que esto 1 favor ou contra a construgao de determinado tempreendimento, a favor ou contra a legalizagao dda eulanisia, 0 agrivamento das penas por crimes sexuais, 0 realojamento forgado de uma comunidade de ciganos, etc. Também quando falamos com os nossos amigos, confrontamos posigdes relativamente a outras pessoas, a0 seu ‘comportamento ou a determinados aconteci- Imentos sociais. Qualquer destas divergéncias se * geferem a situagBes face &s quais € impossivel determinar qual 6 a posigio “correcta” ou “verdadeira”, No entanto, cada posigio é ssustentada com base em valores, sentimentos, ‘crengas e experiéncias diferentes, e muitas vezes traduzem-se também em comportamentos diferenciados. Para além disto, assistimos fre~ quentemente a esforgos no sentido de difundir determinada posigio ou de mudar as opinides ‘das pessoas, quer isso seja feito em discussdes informais enite amigos, quer seja feito em psontinann chsh SEMI ah nn RN a en CAPITULO V AAV fodss : whicc= Coser ox: fate sa lee pire i Maria Luisa Lima e Isabel Correia campanhas piblicas. Neste capitulo vamos abordar a forma como a Psicologia Social encara estas divergéncias, isto é vamos falar de atitudes. © conceito de atitude € um dos mais antigos mais estudados em Psicologia Social. Primeizo, 0 conceito de atitude(fazendo a ponte entre disposigdes individuais ¢ ideias social ‘mente partithadas) e, depois, as suas formas de rmedigdo (as escalas de atitudes) serviram para dar identidade & Psicologia Social. De facto, em 1918 Thomas e Znaniecki chegaram mesmo a definir a Psicologia Social como o estudo cientifico das atitudes. Para estes autores as atitudes explicavam as diferencas de comporta- ‘mento entre os camponeses polacos que viviam na Polénia e os que tinham emigrado para os EUA. Desde 0 principio do século até agora, este conceito foi sobrevivendo aos diferentes paradigmas e niveis de explicagio dominantes na Psicologia Social, embora, como acontece fem qualquer processo de desenvolvimento, 202 tenha tido as suas fuses de apogeu e as suas crises. Uma consequéncia da histéria rica deste conceito foi a dificuldade de encontrar uma definigZo consensual para ele. A Caixa | apre- senta definigdes que apareceram na literatura, © gue ligam as atitudes a diferentes perspectivas te6rieas. Em 1993, Eagly e Chaiken apresent ram no livre The Psychology of Attitudes um trabalho impressionante de anise e sistemati- zagio da vasta literatura das atitudes, e procura- am encontrar uma definigdo que se ajustasse as diversas perspectivas existentes sobte este tema, Desde entio, a literatura consagrou esta defini- ‘¢20, 2 qual vamos também utilizar neste capitulo. De acordo com Eagly € Chaiken (1993), atitude € um constructo hipotético referente a “tend ia psicoldgica que se expressa numa aliagio favorivel ow desfavorivel de uma centidade especifica” (p, 1). Analisemos entdo em maior detalhe os diferentes elementos desta definigio. ‘A definigio atitudes como um constructo hhiporético indica que as atitudes iio sio directamente observiveis, isto é, sio uma varidvel latente explicativa da relago entre situaglo em que as pessoas se encontram e 0 comportamento, Trata-se assim de uma inferén- ei colégicos internos de lum individuo, Feita a partir da observagiio dos seus comportamentos (verbais ow outros). Este processo é semelhante ao processo de inferGneia que fazemos na nossa vida quotidian uma pessoa que requisita sistematicamente no clube de video filmes de artes marciais (com Portamento) podemos inferit que essa pessoa zBosta de artes marviais (atid. ily € Chaiken (1993) explicitam ainda que as atiudes so uma rendéncia psicaligica, 0 que fos permite distinguir as atimdes de outrus ‘construetos hipotéticos, No exemplo que denies cima, podiamos inferir do comportaments fobservado, no uma atitude (gosta de aries ‘mareins), mas um trago de personalidad (& uma pessoa agressiva, violent), que também & construct hipotético, Por tendéncia psicoligiea entende-se um estado interior, com alguma est bitidade temporal (e data sua diferengarelatva. mente aos tragos de personalidade que seriam mais estiveis © aos estados emocionais. que seriam mais passageiros). A grande maiora dos autores considera as atitudes como aprendidase, Porianto, atrives As attudes expressam-se sempre através de sum julgamento avaliaivo. A. importincia da dimensio avalitiva foi aliés um dos poucos Pontos consensuais a0 longo das diversas deli higdes que este conceito ja teve. Por exemplo, podemos abordar a despenalizaeio do consumo de drogas sem manifesta atitudes se, eventual mente, quisermos saber se existem ou nao efeitos do consimo de drogas leves para a said. Mas a4 atitudes acerca deste tema expressam-se media tamente, porque é muito difeil manter uma pos io newra relativamente a um tema to debatido socialmente. Logo nas fontes que eseothermos para obter essa informagio, podemos estar 4 expressar as nossas atiudes (como sabemos, consumo de drogas leves foi despenalizado na Holanda hit anos: assim, se formos pedir infor maglo a Embaisada Holandesa em Portuga estamos a enviesar a informagdo que obtemos, provavelmente devido a uma attude favorivel 4 despenalizagioy; ou podemos estar aindy a expressar as nossa aitudes através da justifies «20 que damos para procurar informagdo (por exemple, “Quero estudar melhor isso, porgue ddespenalizaga das drogas & ums eoisa que me ascusta imenso"). Assim, a atitule expresso no primeiro exemplo por meio de uin compen tamento © nos rato exemple por interned 202 tecoha tido as suas fases de apogeu ¢ as suas crises. Uma consequéncia da historia rica deste conceito foi a dificuldade de encontrar uma verte conceavo = Neg Noe Naw swemlivcl —¢ Beano wagradivel Brasco ® = beaco esgradivel¢ esgrive olmmie —oCoumney opr © plane Stephanie ita 0 Peasy Sheen © Pores © Elo oSeesilen =o Lauren alleen 9 Tao © wens 2 Minle Sri o ‘Stanieo oTemks =o Megan sete tendo Michelle 0 Neney "Nota: As tects a caregar segundo as istrugtesdadas 2s participants ext inicadas em cralos sombreados. a respstas comers esto indicadas em circus abertos. ‘em relagio a diferentes grupos étnicos (Lima, 2002: Lima, Machado, Avila, Lima e Vala, 2006) € aos homossexuais (Pereira, 2009). este teste pode ser utilizado, entre outros, para medir a auto- estima € 0 autoconceito (Greenwald © Famhamn, 2000). Para coneluir, a investigagio sobre medidas incetas de atitudes tem sido, segundo Fazio & (2003), quase exelusivamente guiada por neste sas deixande por responder uestdes teéricas essenciais como: a natureza dos consirictos subjacentes que ax medidas iplicitas medem (Fazio e Olson, 2003); 0s con- digdes cm que as medidas implicitas de uma tite estardo mais associadas is medidas expi- citas ou drectas dessa mesma atitude (Hofmann, ‘Govronski, Gschwender. Le. © Schmitt, 2005: Kapinski, Stcinman e Hilton, 2005: Nosek, 2005 para trabalhos recentes). 0 tipo dé com portamento que cada tipo de medida pred (De Hower, Custers,e De Clereg. 2006; Spruyt, Hermans, De Hower, Vandekerekhove, e Eelen, 2007); ea sensibiidade das medidas implictas a0 contexto (Gawronski, Deutsch, e Seidel, 2005) 3 Aadtelme do obtesy ‘Nas duas primeiras partes deste capitulo ilu- dimos algumas das grandes controvérsias. no dominio das atitudes, como forma de simplifi- car a introdugio ao tema. Vames agora abordé- -las brevemente, © primeiro grande debate prende-se com a dimensionalidade das attudes, isto ¢, com a forma como os diferentes teéricos das atitudes respon- dem & seguinte questo: a representagio mental da atitude reproduz 0 continuum de favora dadeldesfavorabilidade por que ela se expressa? apoio empirico para as visdes dimensionais das atitudes vem do facto de o tempo de proces- samento de afirmagées radicais ser inferior a0 tempo de processamento de afirmayies mais neutras (Judd e Kullik, 1980) e dos estudos que sustentam a teoria da avaliagio social proposta pelo casal Sherif e colaboradores (1965). Esta lltima perspectiva pressupde mesmo a existén- cia de uma escala de referéncia interna, que cada pessoa divide em trés zonas consoante a sua propria posigdo: zona de aceitagio, que inclui as erengas que o individuo considera aceitiveis; zona de rejeigdo que inclui as que so inaceitiveis; ¢ zona de nfo comprome- timento onde se encontram as crengas que S20 consideradas nem accitiveis nem inaceitaveis. ‘As visdes ndo dimensionais das atitudes no assumem esta representagdo interna das atitudes, mas consideram que as expresses das atitudes num continuum sio, ou o resultado da recuperagio em meméria das associagies relativas aos objectos de atitudes — sendo entéo 2 atitude o resultado das associngdes entre 0 ‘objecto de atitude e avaliagdes ou proposicaes diversas, como prope, com base numa concepei0 reticular da memria, Fazio (1986, 1989) -. ou o resultado da soma das expectativas associadas ao objecto de atitude pesadas pelos seus valores, como propem os diversos. modelos de expectativa-valor dos quais, no dominio das atitudes, o mais eonhe- cido é 0 de Fishbein (1967). Apesar de muito diferentes noutros aspectos, qualquer destas duas visdes no dimensionais das atitudes concordam que as representagGes internas ndo podem ser resumidas a uma nica escala interior. Aliés, muitos autores salientam o facto de as crencas dos individuos favoriveis a um determinado objecto de atitude nfo serem 0 inverso das dos individuos com atitudes contriras (e-., van der Pligt eEiser, 1984). Por exemplo, num estudo sobre as aitudes face & construgio de uma incineradora, Lima (1997) rmostrou que os individuos que eram favordveis a0 exprezndimento consideravam como mais provaveis € mais importantes consequéncias 0 aumento do emprego na zona ou a melhoria dos acessos rodoviérias a0 local, enquanto que os que estavam contra valorizavam o aumento da poluigdo ¢ a diminuigdo da qualidade de vida dos residents, ‘A segunda grande questio no dominio das atitudes prende-se com a consisténcia entre @ atitude e as suas trés formas de expresso, isto &, debate-se até que ponto hi uma correspondéncia entre a atitude do individuo as suas diversas, formas de expressio (afectiva, cognitiva © ‘comportamental). Algumas escalas de atitudes operacionalizam estas trés dimensées (e.g, Loureiro e Lima, 2009) e mostram correlagdes clevadas entre clas. Muita pesquisa sobre a consisténcia entre a atitude e as erengas, bem ocumentada nos trabalhos baseados nos 204 modelos de expectativa-valor que referimos cima, salienta também esta relagio. No entanto, 0s trabalhos sabre ambivaléncia atitudinal (e.g, ‘Thompson, Zana ¢ Griffin, 1995) salientam que esta consisténcia pode ser um artficio da forma de avaliagio das atitudes e tém sido desenvol- vidas téenicas de avaliar 0 grau de ambivaléncia interdimensbes (Batista ¢ Lima, 2010). eee ce ati)~ do ‘Sendo um produto cognitive tio comum, podemos perguntarme-nos, de um ponto de vista pragmético, para que servem as atitudes. ‘A resposta para esta pergunta tem sido encon- trada por quatro vias: as teorias que salientam as fungBes motivacionais das atitudes, as teorias ‘que salientam as fungies sociais das atitudes, as teorias que salientam as fungdes cognitivas das atitudes, e as teorias que salientam 0 papel de orientagio para a acgio. 4.1. Fungdes motivacionais das atitudes: Atitudes ¢ necessidades 0 primeiro tipo de abordagens teve origem fem autores de formag3o psicanalitiea como Katz (1960), e foi depois continuado por outros autores (e.g. MeGuire, 1969) que salientaram a importincia de estudar as atitudes no contexto ‘das fungBes que tém para o individuo. Nas palavras de Katz (1960), a sua perspectiva, que designa como funcionalista “representa a tent iva de compreender as razies que levam as pessoas a manter as suas atitudes. As razbes, no ‘entanto, esto ao nivel das motivagdes psicoli- fel do acaso de acontecimentos « cireunstincias exteriores, A menos que conhe ‘gam as necessidades psicologicas que sustentam ‘uma atitude, estamos em mé posigdo para predi 2zex 0 quando ¢ como da sua medigo."(p. 170). Katz. e outros autores definiram um grande nnlimero de fungdes especificas que as atitudes podem cumprir, que outros investigadores mai recentes (Herek, 1986) sistematizaram em duas grandes categorias: fungdes instrumentais ou avaliativas e fungées simbélicas ou expressivas. As primeiras prendem-se com uma avaliagio de custas ¢ beneficios da atitude, optando o indivi duo pela atitude que Ihe permita obter o melhor ajustamento social, maximizando as recompen- ‘sa8 sociais e minimizando as punig6es. Por ‘exemplo, podemos manifestar atitudes ambien- talistas a0 conversar com uma pessoa que quere~ ‘mos impressionar favoravelmente, € que sabe~ mos fazer parte da Liga de Proteccio da Natureza. As fungGes expressivas tém que ver ‘com a utilizagio das atitudes enquanto forma de transmitir os valores ou a identidade do sujeito, permitindo-Ihe proteger-se contra conflitos inter- nos ou externos, € preservar a sua auto-imagem. Assim, uma atitude moral muito conservadora ppodera cumprir a fungdo de disfargar a dificul- dade de relacionamento social, mantendo alta a auto-estima, Esta perspectiva ndo se tem mani festado muito heuristica, porque funciona apenas como descritora de resultados individuais, mas no permite a predigio de respostas a um nivel mais geral, embora Herek prometa desen- volver técnicas para medir as fungdes das atitudes. 4.2. Fungdes sociais das attudes: Atitudes em relago a grupos socais Numerosas estudos da psicologia social mostraram iia influéneia da posigio dos outros fa formay de estimulos, 10s quer estruturadas (ver capitulo ia Social), Nesta linha, as atitudes ists como um posicionamento face rimulo (0 objecto de atitude), ¢ nesta perspectiva, sobressai 0 seu caricter eminen- temente social, tanto no provesso de apropriagao das atitudes 90 nivel individual, como fungdes que desempenbam. Dois dominios em aque sio salientes as fungBes sociais das atitudes que ultrapassam 0 ambito deste capitulo so 0 do desenvolvimento de atitudes positivas et relagio aos grupos sociais de pertenga em con paragdo com outros grupos, ou seja, a identi- io com o grupo ea diferenciagio intergrae pal (Ver os capitulos de Esterestipos ¢ 0 capitulo de Relagdes Intergrupais). podem ser 43. Fungées cognitivas das aritudes: Atitudes ¢ processamento da informagio ‘Autores mais recentes tém vindo a sa fas fungBes cognitivas das atitudes, ligadas forma como as atitudes influenciam 0 modo ‘como & processada a informagiio. Estas perspec= tivas actuais enraizam-se nos estudos dos autores cognitivistas dos anos 50, que, partindo de pressupostos motivacionais, procuraram ‘mostrar a importineia de determinados_prin- cipios gerais na forma como se organiza io humana, nomeadamente as atitudes. Referir-nos-emos aqui a dois desses principios, que provém de duas das mais importantes teorias ‘em psicologia socal: o principio do equilibrio e 0 principio da redugio da dissonancia © principio do equilibrio foi formulado por Heider (1958-1970) para definir © principio organizador do “ambiente subjectivo" do indivi duo, isto & a forma como cle percepciona 0 ‘meio em que vive. Podemos hoje considerar que a teoria do equilibrio se refere & forma como os indivi diferentes atin A tworia pressupse aque este ambiente sub- jeetivo pode ser repre- sentado graficamente soba fort (wer C: valor para 0 indivi- duo. Na linha de cima da figura da Caixa 10, podemos ver situagdes que Heider considera ccquilibradas, isto &, em que o individuo percebe concordincia de posi¢io em relagio a alguém de quem gosta, ou discordancia em relagio a alguém de quem no gosta (por exemplo: “A Maria gosta de ouvir a sua amiga tocar piano” & uma ilustrago do Caso 1 da Caixa 10). Na linha de baixo, as situagdes sto designadas desequi- libradas, e representam casos em que o indiv duo percebe discordancia em relagdo a pessoas de quem gosta ou concordincia em relagdo a pessoas de quem no gosta (num exemplo produzido pelo proprio Heider que ilustra a situagdo: “O Carlos acha que 0 Joa cestiipido e um chato de primeira elasse. Um dia © Carlos 1 uma poesia de que gosta e procura saber quem 0 seu autor, para o felicitar, Verifies que foi 0 Joio quem escreveu os poemas”), Heider (1958-1970) define estado cquilibrado como um “estado harmonioso em «que as entidades que esto na situ sentimentos se ajustam sem tensio” (p. 205). Assim, postula, em termos de principio ongani= rador da consirugio do ambiente subjectivo, que as situagdes equilibradas so preferidas a situages desequilibradas, por serem uma gestalt perceptiva e por evitarem a tensio, A aplicagdo deste principio levou desde logo ao apareci- mento de consequéneias priticas em termos de Fite Heider & muito 26 Catxa 10 [Bases da teoria do equilbrio (Heider, 1958) [Na deseriglo do ambiente subjectivo dos individuos, Heider utiliza tts conceit bisicos: + 0 de individu que percepciona, aquele que constréi o ambiente subjectivo ¢ que ‘ctivamente procura dar sentido 20 que o rodcia ~ este individuo & depois insrito nas representagées grificas como p. + 0 de entidade, isto & a poston ou 0 objecto Msico ov social existente no meio que ‘evolve o individvo ~ representado graficamente como o (se for uma pessoa) ou x (se for um ebjecto) + 0 de mlaglo, isto & a atitude positiva ou negativa que une duas pessoas ou uma pessoa ‘eum objecto~ representads graficamente por um sinal + ou por uma linha continua ‘no caso de ser um sentimento positivo (gosta de; concorda com; possui) ou por um sinal - ou wma links tracejads no caso de um sentimento negativo (no gosta de; iscorda de; nto possu). Esta relagSo pode assumir a forma de wma atiude favordvel 0 desfavorivel de p face axe a0. © ambiente subjectivo & descrito por esta toria como um conjunto de entidades ¢ das suas ‘elagdes, tl como sto percepcionadas por um individuo. Cada situaclo pode entio ser descrta _raficamente em termos de trades, situando as relagBes percebdas pelo individuo entre si proprio duas entidades, 0 que, em tcoria, permite a definigdo das 8 situacSes que se representam em seguida. Na linha de cima encoctram-se as triades equlbradas ea linha de baixo as wriades ddesequlibradas. BEES AAAA C06 Cot cao processamento de informagdo, que salientam a importancin das atitudes como sinalizadores da realidade: conhecendo duas relagdes entre as icles que constituem uma trade, tendemos 2 completar a situagdo de forma equilibrad: sinuagdes organizadas de uma forma equilibrada resistentes ‘mudanga, mantendo uma tendéncia 4 constineia das posigdes cognitivamente mais simples Leon Festinger © principio da reduce da dissonincia cognitiva foi definido por Festinger (1957) ¢ postula que os individuos tém necessidade de encontrar consoniineia entre as diversas cogni- ges que tém a respeito de um mesmo abjecto. Ao contritio da perspectiva de Heider, a questio de Festinger nao se prende tanto com a questio da relagdo entre diferentes atitudes, mas com a consisténeia interna de uma mesma atitude, A dissonincia cognitiva refere-se assim & rela glo entre duas cognigdes incompativeis da ‘mesma pessoa face ao mesmo objecto: propinas clevadas nesta Universidade” ¢ Universidade & pouco prestigiada”. O principio biisico da teoria (ver Caixa 11) tem, como a perspectiva de Heider, bases motivaci postula que um estado de dissondncia counitiva psicologicamente desagradivel, constituindo uma motivagio, uma activagio do organismo no sentido da redugio ou da eliminagio da dis- sonincia (ver Fazio e Cooper, 1982, para uma éncia empirica da activagio psicofisiologica da dissondncia eognitiva). Esta activago & tanto maior quanto maior for a dissonineia cognitiva, © a dissonincia & vista como fungao de: Imporeicia Nino de Cognies Disa: Diseincia = Import « Nimo d Cogs Consonants Deste modo podemos perceber que nem todas as cognigSes incompativeis nos produzem dissonineia. Para que ela surja & preciso que as ‘cognigdes sejam percebidas como important (a nossa saide, a nossa auto-imagem, 0 nosso futuro, por exemplo) ¢ & preciso que nds nos vejamos como responsiveis pelas situagdes que ‘nos causam dissonincia (isto & percebendo liberdade na escolha do comportamento disso- ante), Para sair de um estado desagradivel de dissonincia, Festinger prope, dentro do mesmo modelo, das cstratégias: aumento do nimero ‘ow da importincin cognigies. consonantes efou na diminuigdo do nvimera ou da impor- tancia das cognigdes dissonantes. Deste modo, 0 processo de reduelo da dissondincia apresenta se como um exemplo da forma como as atitudes influenciam o processamento da informagao, especificamente, através da procura activa de formagdo relevante acerca do objecto de atitude ‘AS consequéncias das atitudes para o proces samento da informagio tém sido clarificadas © testadas empiricamente nos diltimos anos, mas traduzem-se todas num enviesamento selectivo congruente com a atitude, que se faz sentir tanto a9 nivel da exposigio a informagio, como da pervepeio e da meméria selectiv: A exposigio selectiva refere-se ao facto de individuos com uma atitude definida, relativa- mente a determinado objecto, procurarem 228 Camta U ‘Conceitos fundamentals na teora da disonineia cognitive Hi dois conceitos fundamentais nesta teoria: cognigSo e dissondncia, Por cogniglo, Festinger entende, tanto os pensamentos, ainades e crencas dos individuos, como 08 seus comportamentos, desde que sejam conscientes, ito é, que tenham wma representacio cognitiva. ‘Sto exemplos de cogniclo as seguintes frases: “Sou uma pessoa atenciosa”, “Acho que as eacolas sto instituigdes repressivas”,“Esqueci-me dos anos da minha mulher", ou “Sei que fumar provoca 0 cancro os pulmbes”. Por dissondinca entre as cognigles, Festinger entende a exisncia simultinea de cognigdes que no se ajustam entre si, iso é, em que a existéncia de uma cognigto implica a presenca do contri da ‘segunda cognielo. Por exzmplo, se um homem se considerar uma pessoa atenciosa e verificar que s© ‘eaqueceu dos anos da sua mulher, encoatra-se numa situagdo de dissondncia cogitiva. Se wma pessoa fabe que vive numa zona sismica e no adoptou qualquer acso preventive, enconta-se numa situago de dissonincia cognitive. Ou, para citar © mais clissico dos exemplos da teoria da diesondncia ‘copnitiva, se eu acreditar que fumar provoca 0 cancro dos pulmées ¢ se fumartrés magos de cigarros or dia, estou numa situagdo de dissonincia cognitiva (desde que nfo estejaa tentar cometersuicidio, Claro). Numa perspectiva pragmitica, Brown (1965) indica que algumas utiliagBes das conjuncées sdversativas (mas, porém, todavia, contudo) slo indicadoras da existéncia de dissondncia cognitive, tlertndo 0 receptor da mensagem de que o que se segue vai contra o que seria de esperar a parts da ‘Primera parte da frase: “Lisboa & uma zona sismica, mas 0 bairro em que eu vivo nunca sofrey nado ‘com os tremores de tera.” ‘A redso da dissonncla pode assumir as soguintes formas: 1. Diminuie 0 nimero ou a importincia dos argumentes dissonantes: Se 0 marido se esqueceu do niversirio da mulher, pode reduzit 2 sua dissonincia convencendo-se de que no tem sentido & ‘elebracto dos anos, ou de que a sua mulher até tera feado agradecida por nto the lembrarem que ela ‘esti mais velha. Se uma pessoa vive numa zona sismica, poder reduair a sua percepgto de risco se screditar que os fendmenos sismicos s80 regulaes, pevisiveis pelo homem ou controlaves por Deus. ‘Um furador evita cuidadosamente a sua exposigdo a informacio sobre os maleficios do tabaco, ¢ ‘quando nio a pode evitar (por exemplo, 20 ler 0 aviso existente em todos 0s magos de cigartos ‘acionais)contesta a relevincia da fonte. ou salienta 0 caricterhipottico da relagio entre o tabaco € 0 prejuizo para a sade. 2. Aumentar 0 nimero ou a importincia dos argumentos consonants. Se o marido esquecido pretende manter a sua imagem de pessoa atenciosa, vai aumentar 0 mimero de vezes quc convida a sua tnuther para sir. que the traz prendas. ou que Ihe leva © pequeno-almogo a cama. O Lisboeta que pretcnde continuar a viver na sua terra apesar de ser uma zona sismica, aumenta a sun percepcio das amagens de viver num grande centr urbano. Um fumador conhece sempre imensos casos de médicos ‘cde centagendrios que fama muito mais cigarros muito mais fortes do que os seus expor-se a informagio que confirme a sua atitude inicial, evitando a informagio contriria, Assim, um apoiante de um partido politico Procura mais assiduamente seguir a campanha éleitoral desse partido do que dos que no apoia. Este fenémeno foi explicado pela teoria da dis- sonincia cognitiva, como uma busca de cogni- ‘ses congruentes, e, embora possa haver factores situacionais que limitam a exposigo a informa- ‘20 contriria & atitude (Freedman e Sears, 1965), a exposigao selectiva teve um grande apoio empirico com a pesquisa desenvolvida por Frey (1981, 1986), que mostrou que ela esta particular- ‘mente presente em situagdes em que a dissonin- cognitiva é maior, ou em que as fontes de informagio sio crediveis. A percepgio selectiva refere-se a uma fase Posterior do processamento de informagia, ‘caracterizado por uma distorgao da percepgio, de modo a avaliar de forma mais positiva a informagao congruente com a atitude ¢ a desva- lorizar a informacao incongruente, Por exemplo, Fazio ¢ Williams (1986) mostraram que, nas cleigles presidenciais americanas de 1984, as atitudes anteriores dos individuos face aos can- didatos correlacionava significativamente com a ercepedo acerca do seu desempenho nos deba- tes na televisdo. No entanto, este efeito & tanto mais nitido quanto mais acessivel (Houston Fazio, 1989) e mais elaborada for a atitude (Cacioppo, Petty e Sidera, 1982), ‘A meméria selectiva, refere-se também a maior facilidade de memorizagdo da informacdo cconsistente com a atitude. No entanto, este efeito, {que parecia claro até aos anos 50, tem mostrado, nos estudos empiricos mais recentes, resultados ccontraditirios, embora as pesquisas sejam eis de comparar porque utilizam diferentes tarefas para o teste da meméria, e também porque a importincia da atitude para os sujeitos também € muito diversa, Zana e Olson (1982) utilizaram 29 lum procedimento experimental em que 0s part cipantes no eram levados a prever a necessi- dade de qualquer tipo de memorizagao do mate- rial apresentado, ¢ escolheram individuos com tum elevado grau de envolvimento em relagdo & atitude estudada (apenas individuos com atitudes fortes pré ou contra o aborto). Deste modo, confirmaram a existéncia de uma relagio entre atitude meméria, mas apenas para os partici- antes com determinadas caracteristicas de per- sonalidade, Assim, 0s individuos com maior auto-¢stima ¢ os individuos com um locus de con- trolo interno so aqueles que manifestam mais idade na memorizagao de frases correspon- dentes a sua atitude. Este resultado parece apon- tar para a importéncia das varidveis de persona- lidade na verificagao da hipotese da meméria selectiva. 4.4, Fungies de orientagio para a acgéio: atitudes e comportamento Impacto das atitudes no comportamento No inicio do estudo das atitudes, estava amplicita na perspectiva dos seus autores a coe- réncia entre atitudes e comportamentos, ¢ dai a grande énfase dado pelos psicélogos sociais & construgio de escalas de atitudes. Porém, a questio do poder preditivo das atitudes avalia- das por questionérios foi claramente colocada por LaPiere (1934), num estudo cléssico nesta rea, Nos anos 30, em que havia um forte pre- conceito contra os Chineses nos EUA (havia Jojas com uma placa a porta com a seguinte inscrigdo: “E proibida a entrada a chineses e a ies"), LaPiere, um psicdlogo social branco, Viajou pelos Estados Unidos acompanhado por uum casal de chineses, anotando as reacges dos funcionirios dos diversos estabelecimentos hoteleiros que utilizaram, Nesta viagem foram 230 atendidos em 66 hotéis¢ em 184 restaurantes € cafés, tendo apenas softido uma recusa num hotel. Algum tempo depois foi enviada uma carta a cada um destes estabelecimentos, per- guntando se aceitariam chineses como clientes. Dos 81 restaurantes € 47 hotéis que responde- am, 92% disseram que nio, tendo os restantes afirmado que dependia das circunstincias, Estes resultados mostraram que € possivel haver uma Imanifestagio de tolerincia 20 nivel compor- tamental e, simultaneamente, uma expressio de intolerincia ao nivel atitudinal, pelo que foram interpretados como reflectindo uma incon- sisténcia entre atitudes e comportamentos. Esta iscrepaincia entre atitudes e comportamentos ‘esti bem ilustrada empiricamente, quer por réplicas do estudo de LaPiere (Kutner, Wilkins © Yarrow, 1952), com negros, por exemplo, quer Por estudos de orientagio psicométrica, rela- tivos a validade preditiva de escalas de atitudes (por exemplo, relacionar os resultados de uma escala de atitudes religiosa com a frequencia da igreja). Face a isto, a posigdo de alguns autores € a de salientar a inutilidade pritica do estudo das atitudes coma predivisaras do comport ‘mento humano, interessando-se apenas pelo seu Papel na justificagdo posterior do compor- tamento (na linha da tcoria da dissoniincia ‘cognitiva). Nas palavras de Abelson (197; “estamos muito bem treinados e somos realmente muito bons a encontrar razdes para aquilo que Fazemos, mas no somos grande coisa a fazer aquilo para que temos boas razies.” (p. 25). No entanto, a psicologia social de orientago cognitivista no podia accitar esta perspectiva de corte radical entre pensamento © acgii, & esenvolvew esforgas no sentido de explicar a slserepaineia entre atitudes ¢ comportamentos, ee arando dai colher ensinamentos qu perm Ise lagio entre estas dus E assim que se salienta o diferente grau de ‘generaidade com que, nos estudos que acima citimos, se avaliam o comportamentoe a atitu- des. As frases que constituem as escalas de atitudes apresentam o objecto de atitude a um nivel extremamente geral (um bom exemplo Pode ser visto no Quadro 5, com as instrugdes de resposta na escala de Bogardus) © quando referem situngdes, elas sio deseritas de uma forma tio simplificada que nada tém de concreto, Por exemplo, no estudo de LaPiere, Perguntava-se se aceitariam chineses como clientes, © que, com a sua formulacio geral, «via os respondentes para oesteredtipo de chinés «, aim do mais, podia ser ulizada pelos res- pondentes de forma a dar uma imagem respcité~ vel do esabelecimento, de acordo com as norms vigemtes. A situagdo observada, pelo contririo, ¢ cextremamente especifica: 08 chineses encon- ‘ram-se acompanhados por um branco, pro- vavelmente aparentavam um bom estatuto socioeconémico,tinham aspecto de saber com- Porar-se correctamente ¢ encontravam-se de Passagem. Isto é, possivelmente esses chineses ‘Mo tinham nada a ver com o chinés que os Fane cionrios do restaurante visualizaram quando responderam a escala de atitudes. O contraste entre o earicter geral do indicador aitudinal « especificidade da situagio observada parece mesmo, neste estudo, funcionar de modo a smaximizar a diserepancia entre alitude © com Portamento. ‘Atentativa de compaibilizaro gra se espe- idade do comportamento © das attudes foi ‘conseguida por duas vias diferentes. Assim, do Ponto de vista psivométrico, & desadequado Procurar-se a relagdo entre aitudes gerais nor- malmente medidas por escaas de aitudes com Iiltiplos itens © comportamentas especiticos. ‘meus apenas com ui inico indice, Deste ro, alguns autores procuraram ompatbiizar também 0 nivel de generalidade do comporta- mento, estendendo as observagics a diversos ‘comportamentos associados & atitude. Por excm- plo, Weigel e Newman (1976) mostram que as ites ambientais correlacionam de forma ‘mais significative com um indice de compor- tamentos pré-ambientais do que com o de com- portamentas especificas (coma o de reciclagem, ‘ou 0 de assinar uma petigdo a favor de causas ambientais). Estes estudos vim mostrar que no slo apenas as atitudes especificas face a ‘comportamentos que permite a previsio das ‘cgies, mas que as atitudes gers face a objectos ‘se relacionam sistematicamente com os indices ‘comportamentais. ‘Uma outra via de resposta as diferengas entre ‘© nivel de especificidade entre atitudes e com- Portamentos tem sido procurada noutras perspectivas. Fishbein e Ajzen (1975) afirmam que as atitudes sio importantes factores na previsdo do comportamento humano, mas dis- tinguem entre as atitudes gerais face a um objecto (atitudes em relacdo aos chineses, atitude religiosa) € as atitudes especificas face a um comportamento relacionado com 0 objecto de atitude (atitude em relagdo a servir um casal de chineses de classe média num restaurante acompanhados por um branco; aitude em rela- fo. ir missa no préximo domingo): enquanto que estas ltimas seriam iteis na previsio de um comportamento especifico, as primeins $6 0 influenciariam de uma forma indirecta, como ‘uma tendéncia para a acsdo, tal como ¢ expresso na definicdo de Eagly ¢ Chaiken (1993). Na teoria da acgao reflectida, Fishbein © Ajzen (1975) consideram que todo 0 comportamento & ‘uma escolha, uma op¢io ponderada entre virias alternativas, pelo que 0 melhor preditor do com- portamento ser a intencio comportamental, ‘como, por exemplo, Pires (2007) mostrou para o caso da predigho do exercicio fisico A atirude 2 specifica seria apenas um dos dois factores importantes na decisio (ver Figura; Caixa 12) Esta atitude face a0 comportamento & vista ‘neste modelo, de acordo com as perspectivas de cexpectativa-valor que referimos atrés, ou seja, como 0 resultado do somatério das crencas acerca das conscquéncias do comportamento (expectativa) pesadas pela avaliacto dessat consequéncias (valor). © outro factor impor- tante na definigio da intengio comportamental tenta integrar as pressies sociais refere-se 4 ‘norma subjectiva face ao comportamento, isto €, 4s pressBes percebidas por parte de outros signi- ficantes que afectam a realizaglo do comporta- ‘mento. Também esta norma subjectiva é vista como 0 resultado do somatério das crencas ‘ormativas (expectativas acerca do comporta- mento que os outros significantes pretendem ue © individuo adopte), pesado também pelo valor destas crengas (a motivacio para seguir cada um dos referentes). Os trabalhos que ope- racionalizaram este modelo (ver Eagly e Chaiken, 1993, para uma revisio), encontram correlagies bastante elevadas entre a intengdo e o comporta- mento (entre .75 ¢ .96), variando, no entanto, com a proximidade temporal do comporta- mento, da especificidade da situacio apre- sentada, e da experiéncia anterior do sujeito nna situagdo. As atitudes gerais do sujeito, tal como outras variiveis de nivel mais global, como 0 seu estatuto socioeconémico, por ‘exemplo, aparecem no modelo como preditores ‘elativamente fracos do comportamento especi- fico, relativamente & norma subjectiva ¢ a atitude especifica. Deste modo, a teoria da acgdo reflectida vé a atitude especifica como uum dos preditores do comportamento, podendo, ‘em certos tipos de comportamentos ou em ertas populagdes a norma subjectiva ter mais Peso na determinago da intencdo comporta- mental (por exemplo, Kashima et al, 1993, Fic t | 9 Modelo da acpo reflectda (Fishbein c Alvan, 1975) mn Sena aie A hws Sete! pases “Arto Ceo Imeocio |-+| compere spate pane pe Tintin fs Motvasio ae mostram que 0 methor preditor jo de utilizar o- preservative rio & a atitude mas a norma subjectiva refe~ rente 20 parceiro sexu). Por isto, © modelo da acgio reflectida inelui ainda una varivel i ‘média, referente a0 peso Martin Fishbein fae ice 0 da intengo comporta- mental. Esta varidvel remete para os estudos empiricas a defini destes dois componentes no ei 10 e de cada populugo a analisar Por exemplo, Manstead, Proffitt ¢ Smart (1983) ‘mostram que a inte o de amamentar 0 bebe prineipalmente determinada pela norma subjec= tiva nas maes primiparas, mas que & a atitude face i amamentagdo que tem um papel decisive na al das mies do Um outro comportamente, em que fill, pares tem grande impacto e em que, conse- quentemente, a norma subjectiva ¢ mais pre- Uitiva da intengo do que a atitude € 0 consumo ue alcool (e.g. Hutching, Lac ¢ LaBrie, 2008), © modelo da acgio reflectida teve um enorme éxito empitico, tendo sido aplicado com sucesso em muitos dominios, desde a psicologia Conner e Norman, 1995) até & psicologia politica, No entanto, muitos estudos m mostrar a importincia de Factores exteriores ao modelo da predigio dos comportamentos. Bentler ¢ Speckart (1979), testando 0 modelo da acgdo reflectida através da anilise de equagies estruturais, mostraram que 4 previsio de comportamentos de consumo de introduglo de uma variivel externa ao modelo ‘6 comportamento anterior do individuo, Tambéan Eiser © colaboradores (1989), num estudo acerca do consumo de tabaco na populagdo adoles- eente, mostraram que 6 comportamento anterior (© facto de fimar ou de no furnary & @ melhor preditor da inengio comportamental (lencionat Casa 12 ‘Operacionalizagio da tcoria reflectida de Fishbein © Ajzen, 1975 Passos a seguir na previsto do comportamento 1. Definir 0 comportamento, isto &, © canjunto de acsBes especificas que podem ser directamente ‘observadas, tengo: 1) Nio confundir o comportamento com as suas consequéncas (por exemplo,passar mum exame & uma consequéncia de um comportamento tal como estudiar, copar, ee): 2) Nao confundir 0 comportamento com categoria de comportamento (por exemplo, bater numa

Você também pode gostar