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JUIZADOS ESPECIAIS

Prof. VICENTE I Caderno Roberta Requião


Faltas: 23.03/ 06.04/

02.03.2018

Terminologia original: pequenas causas. Dificuldade em imaginar “pequenas causas


federais”. Se a pessoa trabalha a vida inteira na roça, mas o INSS nega o benefício porque o
cidadão não tem documento que comprove que fazia o trabalho rural. Terá que entrar no juizado
porque o valor da causa não supera 60 Salários Mínimos, apesar disso é difícil considerar como
“pequena causa”.
Professor indaga se as ações previdenciárias deveriam ser tratadas no juizado.
Sistema do Juizados Especiais Estaduais estariam mais atrelados a esta lógica de pequenas
causas.
“Atermação”: fazer termo nos juizados. Ideia de ingressar com uma ação sem advogado.

09.03.2018

Livros: D. Metidiero “Colabòração do processo civil – 3ed” e processo civil pragmático.


Evolução Epistemológica do Dureito Processual 1) sincretismo; 2) processualismo; 3)
instrumentalismo; 4)neoprocessualismo.

(1)Sincretismo: pré-história do direito processual. Ação que hoje é uma categoria do dirieto
processual que não depende da existência do direito material, no período sincrético não havia essa
separação. Neste período se destaca Savigny.
“A ação é a metamorfose do direito material – quando ocorre a violação do direito material”,
Savigny. – a ação é o próprio direito material reagindo à sua violação. Não se concebia ações
preventivas.

(2) História começa, de fato, com o processualismo: começa na metade do século XIX. Já existia
o processo, mas não a autonomia. Antes do século XIX, a ação era um atributo, uma parte do
direito material. Só foi possível pensar em um direito processual autônomo quando romperam com
esta ligação. Começa com os juristas alemães: direito e ação são juristas diferentes. Polêmica:
Winscheid X Muther: debate sobre a natureza jurídica da “actio”romana. Windscheid falou como se
a ação foi equivalente à pretensão – direito de exigir o cumprimento pelo réu. Mas a pretensão é
uma categoria de direito material.Muther: na ação as partes tinham o direito de pedir ao pretor a
“fórmula”- seria algo como o direito de ir ao juízo, o direito de ir ao pretor. Um direito em face do
Estado. Quem deve a prestação jurisdicional é o Estado. Windscheid, ao final, reconheceu a crítica
feita por Muther – estavam, em verdade, discutindo direito romano. Esta polêmica deu condições
ideológicas para a separação ação / direito.
Outro alemão Aldolf Wach que traz uma ideia muito simples, mas que mostra como as coisas
são separadas. Demanda declaratória negativa: você quer que o juiz declare a inexistência de
relação material. Juiz diz que entre autor e réu não existe direito. A ação não depende da existência
do direito material. Wach foi o grande mestre da obra de Chiovenda, pai do direito processual civil.
O pai do direito processual civil, o inaugurador, foi o cara que disse que o processo não é
uma sequência de atos, mas uma relação jurídica diferente da relação jurídica de direito material.
A relação jurídica de direito processual tem pressupostos próprios, pressupostos processuais –
Bülow. Estes caras foram os responsáveis por inaugurar a primeira fase metodológica do direito
processual. Chiovenda foi o cara que bolou a palavra “preclusão”.
Precisava de uma maior contato com a realidade social. Conclusão é que o processo não
podia mais ser estudado como um fim em si mesmo, precisava ser visto como um instrumento a
serviço do direito material.

Instrumentalismo: Mauro Cappelletti. Relatório estatístico das condições mundiais do acesso


à justiça. Preocupação deixa de ser elaborar conceitos e se preocupa com os resultados
(efetividade). Isto tem muito a ver com os juizados. Por que criamos os juizados? Porque nos
preocupamos com a efetividade, com os resultados. Reação a esta perspectiva foi muito intensa.
No Brasil o instrumentalismo foi capitaneado por Candido Rangel Dinamarco, que aproveitou o
momento e escreveu um livro chamado “A instrumentalidade do processo”, referência da escola
paulista, o professor Candido diz que para atender a esta máxima da efetividade nõa poderia mais
se pautar nas categorias da ação, pois seria um direito disponível. Para garantir a efetividade do
processo, seria preciso o Estado. Neste livro diz que a ciência processual precisava mudar o
suporte metodológico. Categoria – jurisdição. Construíram regras e princípios a partir do poder
estatal e a consequência disso foi colocar as partes em um campo subalterno – participação das
partes em um plano secundário. A jurisdição seria capaz de atender às necessidades processuais.
Processo pensado a partir da figura do juiz. “Decisão-surpresa”: juiz decide sem ouvir ninguém. O
juiz era um verdadeiro oráculo. O juiz revelador, mítico. O importante é a efetividade do processo.
Favoreceu o autoritarismo do processo penal. Art, 9º proíbe decisão surpresa – cpc em um novo
momento metodológico.

(4) Neoprocessualismo: reação ao autoritarismo do instrumentalismo. A proposta do novo CPC


é refazer o formalismo processual a partir de novos valores. Temos que disciplinar o direito
processual a partir de novos valores: normas fundamentais estabelecidas na CF. Antigamente não
se falava em direitos fundamentais. Formalismo-valorativo. O objetivo é a cooperação: nova
guinada metodológica: não é mais ação e nem jurisdição. PROCESSO passa a ser o centro –
processo cooperativo.
16/03/2018
Capítulo 5 do Livro do professor Candido: abertamente diz que a jurisdição deve ser o polo
metodológico da ciência da jurisdição, e que é a partir dele que a efetividade do processo pode ser
atingida.
Decisão surpresa é aquela que não é precedida de contraditório.
A participação das partes tem relevância secundária, porque a jurisdição é o centro.
Por isso é que se justificou um novo discurso metodológico: para tirar a jurisdição do centro.
Dever mútuo de cooperação e de diálogo – O centro como dendo o PROCESSO justo e
cooperativo. Art. 1º como proclamação metodológica – renúncia ao instrumentalismo.

JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS DA 9.099/95

O juiz dirigirá o processo com liberdade das provas a serem produzidas.

-Art. 5 e 6º da 9.099/95 está alinhado com o momento instrumentalista.


-Art. 46: Turma Recursal pode manter a sentença pelos seus próprios fundamentos.
-O juiz leigo no juizado faz tudo. Pode produzir o processo, as provas e proferir a sentença. O juiz
togado apenas ratifica.
-Art. 59: não se admitirá ação rescisória.

Juizados Especiais Cíveis aderem a ideia de processo justo, se o contraditório é mitigado, o


juiz não tem o dever substancial de fundamentar os julgados. Ao professo é nítido que esta Lei foi
pensada de um ponto de vista instrumentalista.

Constituição – Juizados é um mundo em separado, um microssistema processual autorizado


constitucionalmente.

1) togados ou togados + leigos


2) Causas cíveis de menor complexidade *** todas as outras são características são possíveis em
decorrência desta.
3) Procedimento oral e sumaríssimo
4) Transação;
5) Julgamento de recursos pelas turmas recursais – juízes de 1º grau.

A 9.099 foi além da Constituição. Acrescentou um 6º: o juizado é uma opção do demandante.
Ninguém seria obrigado a propor a sua demanda no juizado, sempre há opção do juízo comum.
Cabe tutela antecipada no juizado? A 9.099 não prevê. É um ponto controvertido, mas o
professor não parece que suprimir esta figura seja tão diferenciado, pois já se sabe que está diante
de um sistema diferente.
As simplificações que a 9.099 apresenta estão em consonância com a CF. Esta é a ideia
central dos juizados.
Como trabalhar direito processual fundamental no âmbito dos juizado? Exemplo – direito
fundamental à prova.

Art,98, CF.

Será que dá para tolerar decisão sem motivação?


Professor que tem algumas coisas que deixam claro que que esta lei foi produzida nesta
ideologia. Professor questiona se dá para continuar nesta mesma vertente metodológica.

23.03.2018: Faltei
30.03.2018: Feriado
06.04.2018: Faltei

13.04.2018

Decisão judicial não é mais produto apenas da inteligência do juiz, mas da participação
argumentativa das partes. Os argumentos começam na petição inicial.

Lei 9.099 elaborada em um momento diferente do atual. O constitucionalismo é tardio, é


recentíssimo. Não se falava em neoconstitucionalismo, nem em neoprocessualismo, muito menos
em formalismo valorativo. Jurisdição estava ao centro: era possível e admissível decisão surpresa.
9.099/05: lema de resgatar a efetividade das pequenas causas. Foi xonstruida sob o ponto de vista
de eficiência das pequenas causas.

Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, para
apreciá-las e para dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica.

Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins
sociais da lei e às exigências do bem comum.

Estes artigos são uma proclamação instrumentalista: o juiz tem liberdade para adotar a
decisão que achar melhor. As partes são irrelevantes. Tem liberdade em relação a determinação
de provas: poder discricionário.

Os juízes do juizado são os juízes do instrumentalismo. Participação das partes


absolutamente secundária. Permite que as partes vão ao judiciário sem o advogado.

Concentrar todo o processo dentro da ótica de que o juiz é o responsável para conduzir o
processo, cada vez mais fica demostrado na prática que é falho.

Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros,


preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com mais de cinco
anos de experiência.

Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante os Juizados
Especiais, enquanto no desempenho de suas funções.

O juiz leigo é auxiliar da justiça, não é juiz togado – não é exclusividade do direito brasileiro.
Nos EUA: Magistrate judge “small claims”. O juiz leigo tem atribuição apenas na 9.099 mas não no
juizados federais ou da fazenda, em função da complexidade da causa, o que ao professor é um
contrassenso e justifica porque não deveria existir juizado especial federal.

Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá sua decisão e imediatamente a submeterá
ao Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir outra em substituição ou, antes de se manifestar,
determinar a realização de atos probatórios indispensáveis.

A sentença do juiz leigo é inteira. O juiz togado “copia”a sentença e inclui “homologo a
sentença”. Isto é admitido pela CF para causas de baixa complexidade. O que acontece é pior. No
JEC o juiz leigo profere a sentença. No juizado federal não existe a figura do juiz leigo, mas do
conciliador. Seria possível um conciliador realizar atos de instrução processual? Obvio que não.
Mas acontece. Na conciliação não deveria discutir a lide, porque o objetivo é o acordo.
Alternativamente: o juiz não faz a produção de provas, mas afz a chamada “justificação
administrativa”. Quem colhe as provas? O próprio réu – o INSS. O juiz profere a sentença de mérito
com as provas colhidas na agência do INSS. Isso é mais rotineiro ainda e continua sendo possível.
Não é o juiz que preside a audiência...

IRDR 17 TRF4:
É possível dispensar a produção de prova testemunhal em juízo, para comprovação de labor rural,
quando houver prova oral colhida em justificação realizada no processo administrativo e o conjunto
probatório não permitir o reconhecimento do período e/ou o deferimento do benefício previdenciário?

A prova colhida na justificação administrativa não é suficiente. Tem o direito de pedir a


produção de provas em juízo? O juiz pode dizer que julga improcedente o pedido por falta de
provas, quando colhidas exclusivamente no âmbito de demandas repetitivas. Não permitiu a
produção de provas em juízo.
Debate: se a parte estava acompanhada de seu advogado na justificação administrativa, é a
mesma coisa?
Quem colhe a prova oral é um servidor do INSS. O segurado é intimado para a audiência e pode
se fazer presente o advogado. Se este está presente, pode fazer perguntas.
Em muitas situações é baseada exclusivamente com a prova colhida nesta justificação, com o juiz
negando a prova oral e dizendo que esta já foi produzida. Baseado na presunção de legitimidade.
A produção da prova é presidida pelo réu (óbvio que só nos juizados).

Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, conforme
dispuserem as normas de organização judiciária.

Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais forem
realizados, atendidos os critérios indicados no art. 2º desta Lei.

§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo. § 2º A prática de atos
processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de comunicação.§ 3º
Apenas os atos considerados essenciais serão registrados resumidamente, em notas manuscritas,
datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais atos poderão ser gravados em fita
magnética ou equivalente, que será inutilizada após o trânsito em julgado da decisão. § 4º As normas
locais disporão sobre a conservação das peças do processo e demais documentos que o instruem.

Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do
Juizado.

Isto se chama atermação.

§ 1º Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível:

I - o nome, a qualificação e o endereço das partes; II - os fatos e os fundamentos, de forma


sucinta; III - o objeto e seu valor.

§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar, desde logo, a extensão da
obrigação.

§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado o sistema
de fichas ou formulários impressos.

§3º É o mais específico no que tange a atermação.


Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão ser alternativos ou cumulados; nesta
última hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o limite fixado naquele dispositivo.
No CPC não precisa que os pedidos sejam conexos, desde que seja o mesmo réu.

Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de distribuição e autuação, a


Secretaria do Juizado designará a sessão de conciliação, a realizar-se no prazo de
quinze dias.

Procedimento sumaríssimo. Esta audiência de conciliação é o primeiro ato.

04/05/2018

Conteúdo prova:
L9.088: art. 1º a 31.
L10.259: art 1º a 6º
L12.153: art. 1º a 6º

Termo  CitaçãoAudiência de Autor não Comparece Sentença art. 485


ou Conciliação  Réu não comparece Revelia-- Sent. art.
Petição Inicial  Acordo-------------------------Sentença art. 487, III
Sem acordo------- AIJ-----
(respostas do réu)

-Nos juizados da Fazenda é possível fazer acordo, na Fazenda não fazem acordo. INSS, na prática,
só fará acordo se perceber, de plano, que perderá a demanda.
-Na 9.099 isso é muito mais fácil.
-O não comparecimento a audiência no procedimento comum: ato atentatório à dignidade da
justiça.
-Aqui o não comparecimento do autor gera a extinção do processo, sem resolução de mérito:
poderá intentar novamente a demanda. Já o não comparecimento do réu enseja a revelia, mesmo
que esta audiência não se destine à contestação. Nesta fase, o juiz togado quase não atua: ou o
conciliador ou o juiz leigo.
-Se houver acordo a sentença será de mérito.
-Se não houver acordo, pode abrir desde logo a audiência de instrução e julgamento, produzir
provas e prolatar sentença. O limite para esta concentração de atos é o prejuízo para a defesa do
réu. As respostas de réu, em regra, acabam não sendo apresentadas na defesa de conciliação. Ou
seja, geralmente, se não realizado o acordo marca-se uma nova data para apresentação da
contestação e defesas e é prolatada a sentença.

Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do
Juizado.
§ 1º Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível:
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes
II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;
III - o objeto e seu valor.
§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar, desde logo, a extensão da
obrigação.
§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado o sistema
de fichas ou formulários impressos.

-§2º: trata-se de dificuldade inerente à natureza da obrigação.

Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão ser alternativos ou cumulados; nesta
última hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o limite fixado naquele dispositivo.
Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de distribuição e autuação, a Secretaria do Juizado
designará a sessão de conciliação, a realizar-se no prazo de quinze dias.
Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, instaurar-se-á, desde logo, a sessão de
conciliação, dispensados o registro prévio de pedido e a citação.
Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser dispensada a contestação formal e ambos
serão apreciados na mesma sentença.

-Art. 17: possibilidade de dispensar a citação e ir direito para a audiência conciliatória, se ambas as
partes estiverem no juizado. Possibilidade que na prática não existe.

Art. 18. A citação far-se-á:


I - por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria;
II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção,
que será obrigatoriamente identificado;
III - sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta precatória.
§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para comparecimento do citando e advertência
de que, não comparecendo este, considerar-se-ão verdadeiras as alegações iniciais, e será proferido
julgamento, de plano.
§ 2º Não se fará citação por edital.
§ 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou nulidade da citação.

Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou por qualquer outro meio idôneo
de comunicação
§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão desde logo cientes as partes.
§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do processo,
reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência da
comunicação.

-Réu citado pelo correio, com AR. Basta que seja entregue no endereço do citando, ao contrário
da citação do CPC em que o citando deve assinar o AR.
-Só haverá citação por oficial se houver informação de que se mudou.
-Não cabe citação por edital e nem por hora certa. Se o réu não for localizado, o processo será
extinto ou deslocado para o juízo comum.

Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à audiência de instrução e


julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo se o contrário resultar
da convicção do Juiz.

-Revelia o CPC: ausência de contestação X revelia no juizado: ausência de comparecimento. A


consequência é a mesma.

Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens
da conciliação, mostrando-lhes os riscos e as conseqüências do litígio, especialmente quanto ao
disposto no § 3º do art. 3º desta Lei.

Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou por conciliador sob sua orientação.
Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homologada pelo Juiz togado,
mediante sentença com eficácia de título executivo.

Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado proferirá sentença.

Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo juízo arbitral, na
forma prevista nesta Lei
§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de termo de compromisso, com a
escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver presente, o Juiz convocá-lo-á e designará, de
imediato, a data para a audiência de instrução.
§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.

Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz, na forma dos arts. 5º e 6º
desta Lei, podendo decidir por eqüidade.
Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subseqüentes, o árbitro apresentará o laudo ao Juiz
togado para homologação por sentença irrecorrível.
-Lei da arbitragem é de 96.
-Laudo arbitral não existe mais: tacitamente revogado.

Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á imediatamente à audiência de instrução e
julgamento, desde que não resulte prejuízo para a defesa.
Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização imediata, será a audiência designada para um
dos quinze dias subseqüentes, cientes, desde logo, as partes e testemunhas eventualmente presentes.

Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão ouvidas as partes, colhida a prova e, em seguida,
proferida a sentença.

Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes que possam interferir no regular prosseguimento
da audiência. As demais questões serão decididas na sentença.
Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados por uma das partes, manifestar-se-á
imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência.

Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda matéria de defesa, exceto argüição de
suspeição ou impedimento do Juiz, que se processará na forma da legislação em vigor.

Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu favor,
nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da
controvérsia.
Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu na própria audiência ou requerer a
designação da nova data, que será desde logo fixada, cientes todos os presentes.

-Percebe-se que a contestação acontecerá na audiência instrutória, porque menciona-se que


poderá ser oral ou escrita.
-Se o autor faltar a audiência de instrução e julgamento também enseja a extinção do processo
sem resolução de mérito. Art. 20 + art. 51 da 9.099/95.

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