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O Neo-concretismo foi o movimento das artes plásticas, genuinamente brasileiro, que começa em
1957, no Rio de Janeiro, alguns artistas aliam sensualidade ao Concretismo. Um expoente do
movimento é o artista Hélio Oiticica.
Os anos 60 favoreceram o declínio da abstração e o surgimento de uma produção artística que capta
o consumo e a comunicação de massa, sugeridos pela influência da Arte Pop americana, além de
promover opinião política e a militância por conta da repressão, da censura e pela referência do
Tropicalismo.
O momento de transição para a década de 80 foi marcado pela insígnia das diretas já, pela retomada
da pintura e pelas mudanças no panorama artístico, marcado por grandes exposições como:
Tradição e Ruptura, 1984; A Trama do Gosto, 1987 (organizadas pela Bienal de São Paulo); A Mão
Afro-Brasileira, 1988 (organizada pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo).
A arte efêmera também é fruto desse momento utilizando os mais diversificados materiais para
compor o objeto artístico. Para o poeta, ensaísta e crítico de arte, Ferreira Gullar (agosto,2002),
[...] A arte conceitual não propõe nada. Apenas adotou, como fundamento ideológico, o caráter
efêmero que o consumismo impôs à sociedade atual [...] fazer da arte expressão do efêmero é
chover no molhado. Efêmeros somos nós mesmos e quase tudo a nossa volta.
A arte contemporânea brasileira dos anos 90 desenvolve características da arte que está sendo feita
em outros países, como, por exemplo, fazer o público participar, até mesmo interferir na obra de
arte. Atitude apresentada nas diversas feiras internacionais de Artes Plásticas assim como nas
diversas bienais.
No Brasil, Adriana Varejão pinta fachadas de azulejaria portuguesa sangrando como se em carne
viva, criando um potente comentário sobre a história colonial e seus rastros de sofrimento. Ernesto
Neto constrói com náilon, espuma e enchimentos, verdadeiras metáforas de nossos órgãos e peles.
Dessa forma, pode-se concluir que todos os fatos sociais que envolvem a humanidade, acabam por
refletir na arte. A evolução humana é fator preponderante para o desenvolvimento e até mesmo para
a significação deste termo. Até pouco tempo atrás, estas manifestações artísticas que hoje são
consideradas arte, não o eram. Prova disso são as Bienais de arte que nos surpreendem a cada nova
edição.
Como o exemplo da artista paulista Renata Lucas, que interagiu a sua obra com a arquitetura. Para
a 27ª Bienal de São Paulo, Renata Lucas duplicou uma calçada na R. Brigadeiro Galvão, na Barra
Funda, zona oeste de São Paulo. Em cima da calçada original, ela fez outra. Duplicou também a
linha de postes de iluminação que já existia no local e o conjunto de arbustos e vegetação já
existentes. Diz a artista: “Meus trabalhos partem de uma característica do lugar (forma, material,
aspecto uso) e constroem algo quase igual, porém diferente. É uma realidade se sobrepondo a outra
em camadas de tempo; os eventos se embaralham, tornando-se mais ou menos reais”.
Felizmente, a arte tem essa liberdade, ou melhor, a arte é essa liberdade suprema de manifestação
do que se sente, se pensa e se vive.
Rubem Valentim