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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

A S S I F I C A Ç Ã O DE S U P E R F I C I E S

SERGIO ELI CRESPI

ABRIL - 198 2
A G R A D E C I M E N T O S

Agradeço aos responsáveis por minfia formação , Josê


e Santina, meus pais.

À Janete, pelas horas que d è l a t i r é i para poder reali­


zar este trabalho. . •
Esta tese foi julgada adequada para a obtenção do título de

"MESTRE EM CIÊNCIAS"

especialidade em Matemática e aprovada em sua forma final


pelo Curso de Pos-Graduação.

Banca Examinadora:

Prof. William Glenn Whitley, Ph.D,

Orientador

rof. Joao Bosco P. de Carvalho, Ph.D

Prof. Donald Morison SilbergerV Ph.D,


0 objetivo deste trabalho ê estudar e classifica

as variedades compactas de dimensão dois (superfície) com

fronteira e sem fronteira.

No decorrer desta classificação, apresentaremos al^

guns invariantes numéricos que completam a classificação de

Homeomorfismos destas superfícies.


ABSTRACTS

The objective of this dissertation is to present a


study of the classification problem for compact two
manifolds with and without boundary.
We present some numerical invariants which completely
determine the homeomorfism class of these manifolds
INDICE

INTRODUÇÃO............................................ vi

CAPÍTULO I - COMPLEXOS SIMPLICIAIS ................ . 1

CAPITULO II - VARIEDADE TOPOLO GI A. ................ 12

CAPÍTULO III - SUPERFÍCIES................. ........ 20-

CAPlTULO IV - TEOREMA DA CLASSSIFICAÇAO DE SUPERFÍ­

CIE COMPACTA...'....................... 51

CAPÍTULO V - VARIEDADES COM FRONTEIRA;;............ 73

BIBLIOGRAFIA .................................. ...... 89


vi

INTRODUÇÃO

O conceito topológico de superfície ou variedade de d

mensão 2 é uma abstração matemática do conceito familiar de super

fície feita de papel. Uma variedade de dimensão 2 é um espaço to­

pológico com as mesmas propriedades do plano cartesiano.

Definiremos e daremos alguns exemplos de variedade n-di

mensional mas dedicaremos a maior parte deste trabalho para o ca­

so n = 2 .

A existência de um teorema de classificação de varieda­

des compactas de dimensão 2 , faz com que nossos conhecimentos so­

bre variedades de dimensão 2 sejam mais completos, que nossos co­

nhecimentos sobre os casos de dimensões superiores.

Este teorema nos mostra como obter todas as variedades

compactas de dimensão 2. Definiremos invariantes que nos permitem

determinar se duas variedades compactas de dimensão 2 são ou não

homeomorfas. Até hoje não se conhece nenhum teorema que classifi­

que variedades compactas de dimensão 3, e os especialistas em ló­

gica provaram que não podemos esperar nenhum resultado completo

de variedade n-dimensional n 4.
CAPÍTULO I

COMPLEXOS SIMPLICIAIS

Trabalharemos com subespaços especiais de Rn munido da

topologia dada pela distância euclidiana.

1) Definição:

Sejam P e Q pontos de R . Um segmento PQ é o subconjun

to da reta gerado por P e Q formado pelos pontos T = K P + L Q com

K + L = l , K » 0 e L^O.

A medida que K e L variam o ponto T = K P + L Q descreve o segmen­

to P Q .

2) Exemplo:

Seja P = (2,2)

Q = (6 ,6 )

T = (x,y)

T = KP + LQ

(x,y) = j < 2 ,2 ) + “ (6 ,6 )

T = (4,4)

3) Definição:

Um conjunto L(^ Rn é chamado convexo se para todo par

(P, Q) de pontos de L, o segmento P Q está inteiramente contido

em L.
2

Exemplos:

.n -
4) 0 disco D é convexo,

5)

L não é convexo

6 ) Definição:

Um conjunto {pQ ,p^,...,Pm } de vetores de Rn é convexo

independente ou C - independente, que denotamos por C - I ,.se o

conjunto {p^ - pQ , p 2 - P0 '***'Pm “ P0 ^ ® linearmente independen­

te. Pela forma que definimos, parece que a ordem dos elementos

do conjunto influencia a C - independência do conjunto, o que não

ocorre como mostraremos a seguir.

Seja L = {pQ , P]_/***/Pm } 11111 conjunto C - I, isto é,


m
{P D• - P o
~ }•
j = li e L - I.

Vamos mostrar que para cada i ^ 0 o conjunto

L' = (P0 - P ± f P x - P ± , P 2 - P ± f•-•'Pi.! " P ± / P i + 1 "

- P i 7 Pm - Pj_) é L - I , isto é,

se Z a . (p. - p .) = 0 teremos a. = 0 V. / i,
j^ i D D

Assim 0 = Z a . (p. - p ) = Z a. (p. - p + p - p ) =


j^i D D 1 3 D o o 1

= 2, a. (p - p )- E a. (Pt -P_)
jjíi,0 D 1 o j^i D 1 o
3

= E a. (p.-p) + (-E a .) (p. - p ) .


3^ 1/0 J J 3^.1 J

Portanto sabemos que a. = 0 se j / 0,i e E a. = 0,


3 j^i 3
Desta forma a soma 0 = E a. reduz-se a 0 = a0 .
--------------------------- ------- - -VQ.

Concluimos que todos os são nulos. Logo

{p.-p.}.#. e L — I.
D 1 D

Exemplos:

7) Seja o conjunto: S = {(1,0,0),(0,1,0),(0,0,1)}


■-- ,---' I--- -— -j i--- ,-- 1
P« Pl P2

Pl - P0 = (-1 ,1 ,0 )

P 2 “ P0 = (-1,0,1)

Resolvendo o sistema de equações lineares homogêneas vemos que a

única solução é trivial. Logo S é C - I.

8 ) Qualquer subconjunto não vazio de um conjunto C - I

é C - I. Seja {pQ/p 1 ,-- 'Pn #pn+1#--- ,Pm^ um'conjunto C - I , isto


, ,m „ ,
e, ÍPj _ P0 ^j_2. e L - I . Sabemos que qualquer subconjunto de um

conjunto L - I é L-I, logo o conjunto {p^ “ P0 ^_]_ ® L-I, con­

cluimos assim que o subconjunto {pQ ,p^, . . . ,Pn ) é C - I .

9) Seja S = {p^,p2 ,..•,p } um conjunto L - I , -então o

conjunto s U { 0} e C - I , isto é, basta fazer pQ = 0 obtendo assim

Pl " Po = Pl

P 2 " Po = P 2
• • •
• • •
• • •

P n - pQ = p n temos que {p^ ” Po }j^0 é L-I logo SÜ. {0} é C-I.


4

10) Qualquer conjunto L - I não vazio é C - I .

11) Definição:

Seja S um subconjunto de Rn .

Definimos a casca convexa de S como sendo o conjunto


n
T = { £ a. p. com n <£ N / p, £ S, a. 5> 0 e £ a. = 1 } .
i=l 1 1 1

12) Lema

Seja S e T como na definição anterior, então T é conve­

xo .
n m n
Seja P = £ a.p. e Q = £ b.q. onde a.^ 0 £ a. = 1
i=l 1 1 j=l 3 3 1 ±=1 1
m

n. m
Então se 0 $ t $ 1 , tp + (1 - t)q = t_ £ a.p..+ (1-t) £ b.q. =
i=l 1 1 ' ~ j=l 3 3
n m n+m
= £ a.tp. + £ b (l-t)q. = £ C WD . onde:
i =l 1 " 1 j=l 3 3 R=1 R R

f~CR = ait para R = l,...,n ,t

Cn+j = 3 = •,

Wn = Pi para i = 1 , . . . ,n

Wn +1 = 3 j para j = í , ...,m .

n+m
Para £ C W.Í pertencer a T é suficiente que:
R=1 K R

n+m
CD ^ 0 e £ C_ = 1 .
R R=1

Mas CD > 0 pois a. 0 e b. 0 além disso,,


K 1 3
5

n+m n m n m
Z C = Z r + Z C = Z a t + Z (l-t)b.
R= 1 K R=1 K R=n + 1 K R=1 1 j= l

n m
= t Z a. + (1 - t) Z b.=
i=l 1 R=n+1 D

= t . 1 + (1 — t ) .1 = t + l - t = 1

Logo T é convexo.

13) Definição:

Seja S = {V0 '***/Vn > um conjunto C - I em Rn , sua cascâ

convexa an será chamado o n-simplexo fechado com vértices

{v , . . ., v } .
o n

14) Lema:

n n
x ^ o se e somente se x = Z t .v. com t. 0 ~>e Z t. =1
n i=0 1 1 1 i=l 1
isto ê, x £ an se e somente se for uma combinação convexa de ele

mentos de S. Além disso os t^ são unicamente determinados pelos

v^ e são chamados, as coordenadas baricêntricas de x relativo aos

vértices .v ,v ^ ,...,vn '.

Demonstraçao:

A primeira parte deste lema decorre da definição de cas

ca convexa. A unicidade dos elementos t^ iremos provar a seguir.

n n
Seja Z t .v.. = Z s .v.
i=0 1 1 i=0 1 x

n n
mostraremos que t. = s.. Assim Z t.v. - Z s.v. = 0 ou
1 1 i=0 1 1 i =0 1 1
6

n
Z (t - s .)v . = 0 .
i _ 0

Suponhamos que algum - s^ £ 0. Por simplicidade ire­

mos demonstrar para o caso i = 0 , isto é, t - s ^ 0 .


^ ’ o o
n t® - s?
Então resolvemos a equação para v = Z (— — r— )v.,
° i=l so ~ o 1
deste modo

n t -s. n t .~ s . nt.-s.
Z (r - _ ) ( v -v ) = E - -E °
1=1 o o 1=1 o o 1=1 o o

nt.-s. nt.-s.
- vo - <.£. ir- rir^o •
1= 1 O O 1=1 o o

n n n n
Mas Z t. = 1 = Z s. Z t. - Z s. = 0
i =0 1 i =Q 1 i= 0 1 i=0 1

n n
z t. - z s . + (t -■ s ) = o
i=l 1 i =l 1 ° °

n nt.-s.
Z (t. - s .) = s - t — S z ~ — ™ = 1
. , ' i i o o —/ . , s -1 '
1=1 1=1 o o

n t .- s .
1 - Z — — ~ = 0 .
1=1 o o

Deste modo concluimos que:

n t.- s.
I — -- (V. - V ) = 0 ,
i=l so - 1 °

t. - s.
e . -L-— i = o pois {v_,...,v } é c - I.
so o o n

Âssiiii t^ = s^arai - l/.../n.'

n n
Coiíid Zt. e 1 e Z s. = 1 temos
1=0 i=0 1
7

n n n
t + Z t. = 1 rfS t = 1 - Z t. = 1 - Z s.=s
o . . i / o . , a . , i o
i=l i=l i=l

logo tQ = sq , chegamos a uma contradição pois admitimos que

^ - so * °-

15) Definição:

Seja an um n-simplexo fechado com vértices {vQ ,...,vn ) .

Definimos o n-simplexo aberto o com vértices {v }


c n o n
como sendo o conjunto

16) Exemplos:

a = a é um ponto,
o o c
é um intervalo aberto (v0 /v ]_) e c^ é um intervalo

fechado [v0 /v i í •

a2 é o interior de um triângulo e cr2 = cr2 V Fr ^a2 ^‘

a-, é o interior de um tetraédro e c 0 = V F (o0) .


j J ô r .J

17) Definição:

Seja c?n um n-simplexo aberto^ou fechado^com vértices

VQ ,...,vn e q um inteiro 0 ^.q^n.

Uma q - face fechada (aberta) com vértices v. /...,v. é um sub-


_ q 10
conjunto de cr formado pelos pontos Z t,v., com 0 ^ t, $ 1
k=0 K 1K ' K
(0 < t ^ ^ l ) e Z t ^ = l .

Isto é, S é uma q - face aberta (fechada) de 'cr .se S ê um q-sim -

plexo aberto (fechado) com vértices escolhidos entre os de'cr.


8

Agora introduziremos o conceito de simplexo orientado

através da orientação de seus vértices.

18) Definição:

Um'simplexo é chamado um simplexo ordenado se munirmos

o conjunto de seus vértices com uma ordem (total). Por exemplo,

se on é. formado pelos vértices ív0 ,...,v } podemos munir os vérti

ces com a ordem v < v, < .... <v.


o 1 n
Seja o simplexo tendo como vértices {vq , v i' v 2 ^ e

t^ tendo os mesmos vértices.

Seja a ordem de r vq < v^ < v 2 , e a ordem de

v. < v„ < v, .
1 2 ô
Estes simplexos não são iguais como simplexos ordenados,

mas são iguais como simplexos geométricos.

19) Definição:

Seja on e xn dois simplexos ordenados com os mesmos

vértices {v ....,v } com as seguintes ordens: ví < .... < ví e


o n j-o n
VjQ < .... < Vj^ respectivamente.

Dizemos que as ordens em o e t determinam a mesma orientação se


n n
a permutação de (i ,...,in ) para (j , — ,j ) dos inteiros (0 ,... ,n)

é uma permutação par. Caso contrário as ordens determinam orienta

ções diferentes.

Se as ordens de an e rn são equivalentes, isto é, deter

minam a mesma orientação, dizemos que a e t são iguais como sim


n n . —
plexos orientados, caso contrário dizemqs que an = - xn *

Se a é um simplexo com vértices v ,v.,...,v , o símbolo


o 1 n
< v0 '***'v n ''> significará o simplexo o com qualquer ordem equiva­
9

lente a v < v, <..... < v ,


o 1 n

Exemplo:.

p2

$2 ® determinado por < pQ/p^ ,p2 > e t2 ® determinado po:r:< p^,p2,p^>

Portanto o'2 = - t2

20) Definição:

Um complexo simplicial K, é um conjunto de simplexos


00

abertos o , de R , tais que:

i - Se cr é K f todas as faces abertas de o também per


m m —
tencem a K.

ii - Dois simplexos distintos de K são disjuntos»

iii - Dois simplexos distintos de K não tem todas as fa~

ces coincidentes, ou equivalentemente simplexos

distintos.não tem os mesmos vértices.

iv -• Se a é"um siraplexo de K, x í o e { x } , é uma


n ^ c n 1 n n -1
seqüência de pontos que converge para x e todos es­

tão contidos em simplexos de dimensão n, então even

tualmente todos os {xn } são elementos de o‘n .

SjJ
O conjunto dos pontos de R que pertencem a algum com-
10

plexo K é denominado poliédro, e é indicado por {K j » e K é chama­

do urna triangulação de jK j »

A dimensão do complexo K ê dada pela dimensão do maior

simplexo, se existir.

O complexo ê dito finito, se possui só um número fini

de simplexos.

21) Exemplos:.

P2 p6

Temos os seguintes simplexos:

0 - simplexo pQ ,px ,p2 ,p3 ,p4 ,p5 ,pg ,P ? .

1 - simplexo P0 'P1 /P0 P 2 'Pi P 2 ' P 2 p 3 /P4'p 5 /P4 p 6'p 5 p 6'


P 6 .P7 rP5 P 7 .

2 - simplexo P0 P 1 .P2 'P4 P 5 P 6 /P4'.P6 P 7 fP4.-P5 -P7 fP5 -P6.P7


3 - simplexo p 4 p 5 p g p y .

)
11

22)

Seja o conjunto {pQ ,PX ,P2 »P3 »P4 /PQ Pi'P0 ‘p 2'p l ,p2'p 3*p 4*

Este conjunto não define um complexo, pois os simplexos

p^ -P2 , p^ P 4 não são disjuntos.

No 19 exemplo o conjunto (po ,Pi,P2 fP0 Pi'P2 ^ nao define

um complexo simplicial, pois o simplexo pQ p^ p2 não tem as faces

P0 Pjy PQ P2 * Px Pertencentes a K.

23) Seja o conjunto ÍP0 ^P1 ^P2 PQ 'p ljP 1 'p 2'P0P 1P2 *

Pi

não é complexo pois pQ p^ P 2 não possui todas as faces no conjun­

to.
12

CAPITULO II

VARIEDADE TOPOLÕGICA

Definiremos e daremos alguns exemplos de variedades

n-dimensional, mas dedicaremos a maior parte deste trabalho para

o caso n = 2 .

1) Definição:

Seja n um inteiro não negativo. Uma variedade topológi-

ca ou C°, n-dimensional é um espaço de Hausdorff, tal que cada

ponto P tem uma vizinhança aberta homeomorfa a bola aberta n-di -

mensional Un = { x £ Rn / |x| <1}.

2) Observação:

É fácil ver que se U é aberto em Rn e x € U, então exis

te uma bola aberta com centro em x que está contida em U. Portan­

to podemos enfraquecer a condição na definição a ser:

"Cada ponto possui uma vizinhança homeomorfa a um aber-


„n
to em R .

Exemplos:

3) 0 espaço euclidiano Rn é uma variedade n-dimensio­

nal. Basta verificar que a função identidade é um homeomorfismo

de Rn sobre um aberto de Rn , ele mesmo.

4) A esfera Sn de dimensão n é uma variedade n-dimensio

nal.

Seja P = (0,0,...,!) £ Sn . Construiremos um aberto D em


13

Sn que contém o ponto P, e uma função f: D -*■ N , sendo N um aberto

de Rn e provaremos que f é um homeomorfismo.

P
i

Definimos:

S. = { (x1 ,x2 ---- 'xn + l ^ x l + x2 + x 3 + * * * + xn = *

N = { (x1 ,x2 , . . . ,xn , 0) é Rn + 1 / Exí < 1 } Q Rn .

e D = { (x1 ,x2 ,...,xn + 1 ) ^ S / xn+1 > 0}

Escolha x € D.

Seja r o segmento de reta que passa por x e -p, então:

rx = {tx + (1 - t) . (—p ) / 0 t ^ 1} . Como x = (x1 ,x2 ,. •/xn+i^

então: rx = {t (x1 ,x2 ,. . . ,xn + 1 )+ (1 - t) . (0 ,0 .,-1)/O^t^ 1 } =

{ (tx1 ,tx2 , . . . /txn + 1 ) + (0 ,0 ,...,t-l) / O í t á l ) =

'{(tx1 ,tx2/ — ftxn / txn+1 + t - 1 ) / 0 ^ t ^ 1 } .

Definimos f(x) a ser o ponto onde r atravessa o plano


X
14

x ,, isto é, quando tx , + t - 1 = 0.
n +1 ^ n +1
x, x. X
Portanto f(x) = ( n
).
1 + xn+l ' 1 * xn +1 1 + X n +1

A verificação que f é contínua é imediata pois cada função coorde

nada é contínua.

Temos que

2
n (x.) n
*x i J
|f (x) = E — ---- . E (x.) .
■i_ i (1 +
+ x l)2 (1 + xn + 1 )2 i=1
i=l xn+

n 2 2 n 2 ' 2
Desde que E (x.) + (x ,) =1 sabemos que E (x.) = 1- (x ,) ,
i=l 1 n+ x i=l 1 n+1

Substituindo na primeira equação temos:

f (x) | = — --- i--- -5- . 1 - ( x ,)2


(1 + xn + 1 )^ n +1

(1 - x , ) 1 - x
_n+l n +1
< 1
^ + xn + l >2 ' (1 + Xn+l) 1 + xn + 1

o que mostra que f(x) £ N.

Portanto f é uma função contínua de D em N.

Seja (a1 /a2 / ...fa ) £ N.

Provaremos que o sistema de equações

x.
1 “ 1 + X n +1

x.
1 + X n +1

n +1
15

tem solução com (x1,x»,....x ,) A D.


1 2' ' n +1 c
Se tiver soluçao/^^ = a^.íl + xn+^) /

x2 = a2 * (1 + xn + l * '
• • • •
• • •

xn = V *1 + xn.l>-

Precisamos determinar xn+ ^ e provar que a solução é elemento de D,

Sabemos que se (x^ , . . ./xn+^ é" D . é solução, então:

1 = (X i )2 ) ♦ (xn+ 1 )2 = a í < l + x n + 1 ) * <xn +l>2 =

9 n 2 ?
= (1 + x ,) . E a . + (x n)
n+jL i—1 n+1

n 2
Seja a = £ a. e x = x
i=i 1 n+1

Substituindo na equação acima temos:

1 = (1 + x) 2 . a + x 2 ou (a + l)x2 + 2a x + ( a - l ) = 0.

Resolvendo a equação do segundo grau obtemos as seguin­

tes raízes:

"I
-2a ± v/~4a*~ - 4 (a + 1 ) . (a - 1 ) = -2a ± 2
X 2 (a + 1 ) 2 (a + 1 )

. -a + 1 ,, -a - 1
x ’ = -- — - x" = ---- -
a + 1 a + 1

Como tem que ser positivo, escolhemos a seguinte

raiz da equação:

1 — a *

x '1 = ----- > 0 desde que 0 < a .< 1 .


n +1 1 + a ^

Verificaremos que (x ^'x2 '‘ *,Xn+l^ ^ D *

;
16

Y lv \2 /v \2 ? / l2 /I " a >2
(xi> + n +1 = .Z
=l (xi> + ÍTTi) =

n 2ü , « <i \^ x n í-\ /* \2
= Z (— i )2 + — = --- --- r 2 a + l 1-~ g i - =
i = l 1+a (1 + &) (1 + a) i=l 1 .(1 + a )

4a + 1 - 2a + a2 _ 1 + 2a + a2 _ ^
(1 + a )2 (1 + a )2
(

assim mostramos que (x^,x2 ,.../xn +i) 6 D*

Logo podemos definir uma função

g: N ■+ D
n 2
2a-^ 2a2 2a ^ ai
(a1 ,a2/.../an )~* Ít-t n Z ' 5 2'’’’' 5 ? ' " 7 *
1 + E a. 1 + E a 1 + E a 1 + E a
i=l 1 i=l 1 i=l 1 i=l 1

É imediato que g é contínua, desde que cada função coordenada é

contínua.

Agora calcularemos a composição de f com g.

a) g o f

g o f ,x2 ' • • • 'xn +i) ~ Çf ( x ,2^2 , • * * , ) ) =

1 2 n
1 + x„ l1
cn+l 1
1 +
+ x v
xn+l 1 + xn+l
n Xi 2
2,xl/1 +xn+l 2*xn/1 + xn+l 1 ill 1 + ^n+l ,
, n x 2'” " n x. 2 ' n x. 2
l + z (----i-- )z 1 + E (---- Í-- r l + z (— i---)
i=l 1 + *n+l i=l 1 + ^n+1 i=l 1 + *n+i

n (x.)2 n 2 2
fazendo x = E --- :------ - temos que E (x. ) = 1 - (xn + ^)
i=l (1 + x ,) i =l
n +1

ou
17

x
1 ~ (xn+l> = ±_______
n +1
x =
(1 + (xn + 1 ))2 1 + xn +1

1 - x
n +1
1 + x = 1 +
1 + xn+l 1 + xn+l

1 + x
n +1
1 + x

:^ xn+l
1 + X. 2x 1 + x.
1 - X n +1 n +1 n +1
1 + X 1 + xn +1
1 + xn +1

Portanto g o f (x1/x2,...,xn+1)

2 x, 1 +x , .2 x 1+x ..
. 1 n+1 n n+1 -m— „ v
- \_ r • " / • • • i • 2Í I

1 + xn +l 2 l t x n+l 2 n+1

“ ^x l'x 2 '* * *'xn+l^ ‘

Calculamos agora f o g .

b) f o g

fog (a1 ,a2 f. . . #an ) = f (g (a1 ,a2 , . . . ,a ) ) =

n 2
2 a, 1 - .2, aI •
- f /______ ^ \
n 0 ' ’*‘' n 0 ’
1 + £ a 1 + Z a
. , 1 . , 1
1=1 1=1

n 9 n x.
2a,/l+ E a 1 - Z (— - --- )2
/____________ i = l j_i 1 + x n + i
n x, n x. 0 '
i + z (-— r i +• s (-— -— )
i=l + xn+l i=l + xn+l
18

2 an

, £ 2
n (x.)2 , + . ai
Sabemos que x = Z. 1 X 1_
i=l + xn + l^ 2 1 + x
n 2
1 + Z a
i= l 1

n 2
i 2•5 a
a 1 + .Z , az
i
1 - x _ ______n ____ i=l
1+x n * 2 an
1 + Z af
i=l 1

n 2
1 - Z a^
Portanto 1 + x = 1 + —
n p n ?
1 + Z a 1 + Z a
1• = 1n 1 1=1 • i 1

n 2
0 1 + Z aT
2 a, . . i
fog 1
(a1 ,a2 ,...,an ) = (----- ---- i =l
1............ .....an )
1 + Z a
i=l 1

Provamos assim que g é a função inversa de f. Como am­

bas são contínuas concluímos que f é um homeomorfismo, provando

assim que a esfera de dimensão n é uma variedade n-dimensional.


19

Algumas propriedades sobre variedades topológicas

5) Seja M uma variedade m-dimensional e N uma variedade

n-dimensional, o espaço produto M x N é uma variedade (m + n) di­

mensional .

Mostraremos que dado um ponto Z £ M x N existe um aber­

to U x U £ M x N homeomorfo a um aberto em Rm + n .
P q
SejaZ = (p,q) £■ M x N, como M é uma variedade m-dimen­

sional existe um homeomorfismo xLi: U -»■ Rm sendo U uma vizinhança


y P P
aberta de P em M, analogamente para N existe -> Rn .

O conjunto Up x Uq ® 111113 vizinhança aberta de Z = (p,q )

em M x N : e a função f: x + ,Rm x Rn = Rm+n definida por

f(a,b) = (ijj(a), Y (b)) é um■homeomorfismo de U x U sobre Rm + n .


p q

6 ) Como exemplo desta propriedade temos:

S^ x S^ x .... x S 1 = Tn é uma n-variedade desde que

S^ é 1 - variedade.

7) Se M n é uma variedade n-dimensional, qualquer aber­

to V de M n é também uma variedade n-dimensional. Escolha P é V C Mn,

existe U vizinhança aberta de P em M tal que f: U Rn é um


P M P
homeomorfismo.

Então f/U U C W + f (U f\ V) é um homeomorf ismo de


PAV p p
uma vizinhança aberta de P em V sobre um aberto em Rn . Logo V é

uma variedade n-dimensional.


CAPÍTULO III

SUPERFÍCIE

I) Definição:

Superfície é uma variedade topológica conexa de dimen -

são dois, isto é, um espaço topolõgico de Hausdorff, tal que,, ca-


2
da ponto tem uma vizinhança aberta homeomorfa a um aberto de R .
Uma técnica para determinar quando duas superfícies..são

homeomorfas, que explicitaremos mais a frente, pode ser visualiza

da assim:

Dada uma superfície S^ podemos abri-la através de . um

corte, deformá-la e obter uma nova superfície 82# através da iden

tificação dos pontos onde houve o corte.

Espaço quociente

2) Definição:

Seja 'Vj uma relação de equivalência em um espaço topolõ­

gico A. Chamamos o conjunto quociente de A pela relação de equiva

lência 'v., denotamos por A/^, ao conjunto de todas as classes de


equivalência de isto é:

A/^ = {x / x £ A} onde x é a classe de equivalência do


21

elemento x em relação a 'v ou, x = {a ç A / a ^ x}.

3) Observamos que a função n: A -»■ A/^ n(x) = x é so­


bre jetiva. Assim dizemos que U C A / ^ é aberto se e somente se

(U) é aberto em A. A/£^ munido com esta topologia é chamado o

espaço quociente de A por ^ . 0 espaço quociente responde a nossa

idéia intuitiva de formar um novo espaço topolõgico identificando

certos pontos de um espaço topolõgico dado. Corresponde a noção

de colar juntos dois ou mais espaços topológicos. É um método im­

portante para formar novos espaços topológicos a partir de uma

coleção de espaços dados. Por exemplo, começamos com os espaços

Xj e X2 e passamos a sua união disjunta X = X^ ü X2 . Depois defi­

nimos de maneira conveniente uma relação de equivalência rJ que


identifica alguns pontos de X^ com outros de X2 em X, a colagem

serã X/^u. Usaremos este método para definir algumas superfícies


que aparecerão no decorrer deste trabalho.

Exemplos de superfícies:

4) Esfera S2

S2 = {(x,y,z)£ R^/x2 + y2 + z ‘' = 1} para demonstrar


2
que S ê uma superfície, basta analisar o exercício n9 4 pag. 12
para n = 2 „

5} 0 toro T ê uma superfície

Seja X = [0,1] x [0,1]. Definimos a seguinte relação de

equivalência o. em X:

^ = ((x,y),(x,y)/(x,y) £ x} t/{ (x,0),(x,l)/x £ [0,l]}IJ{(0,y),(l,y)/y£ [0,1]}.

O toro T é o espaço quociente X/^.


22

Devemos mostrar que o toro T é uma 2-variedade, isto é,

se Z pertence a T existe uma vizinhança de Z em T que é homeomor-


9 - _
fa a um aberto de R". Isto e obvio se Z e representado por um pon

to (x,y) no interior de X. Falta verificar os pontos representa -


dos por elementos da fronteira. Para verificar isso, usaremos a

seguinte proposição.

Seja A = (a,b] x (c,d) e B = [e,f) x (c,d) com

(a,b] [e,f) = 0 .
Defina 'u a sei' a menor relação de equivalência em A U'B

que identifica (b ,y) com (e,y) para y £ (c ,d) . Então A U é


2
homeomorfo a um retângulo aberto de R .

Demonstração:

Se (x,y) é A U B, [(x,y)] representará a classe de equi

valência de (x,y) em A ü B/^.

Seja P: A U B A U B/^ a projeção natural que leva o


ponto Z na sua classe de equivalência [Z].

Seja D = (a,b + f- e)x(c,d). Definimos duas funções

A D e \p2 : B D P°r

i|;1 (x,y) = (x,y) e ip2 (x,y) = (x - e + b, y) .

As funções ^ e ip2 determinam assim a função

^ ^2: A U B ->- D definida por;

\p3 U 412 (Z) \pj (Z) se Z £ A

Í>2 (Z) e Z£ B

Claramente as funções e ^ U 4>2 são contínuas.

Mostraremos agora qu.e 4* = (ipj_ U \p2 ) 0p-1 é uma função de ,A ü B/^


23

ein D e portanto uma função contínua. Isto é, mostraremos que para


cada ponto Z £" A U B/^ (ip^ U \p2 )C>p~^(Z) consta de um único ponto

de D.

Tome Z e A U BA ' "' '

Caso 1:

Z = [(x,y)] com (x,y) £ (a,b) x (c,d)

neste caso p"“ (Z) = { (x,y)} e y(Z) consta unicamente do ponto

ip} (x,y) = (x,y) .

Caso 2%

Z = [(x,y)] com (x,y) £ (e,f) x (c,d)

Do mesmo modo como no caso 1, y(Z) consta de um único ponto

\p2 (X t Y) = (x - e + b, y) .

Caso 3:

Z = [(b,y)]

Neste caso p (Z) = { (b,y),(e,y)}. Portanto

V (Z) = (b,y) / (e/Y) } = { (b,y), (e - e + b,y) } = { (b,y)}

logo y (Z) consta unicamente de um ponto.

Caso 4:

Z = { (e,y)}

Este caso está incluido no caso 3.

Assim y ê uma função contínua de A U B/^ em D.

Agora mostraremos que ¥ é injetora.

Seja e £ D tal que zx ^ Z2 e ^^zi^ =

Seja (x^, yx),(x2 , y2) é A U B tal que


24

Zx = rCxx, y1)3

Z2 “ I(x2 > y2)]

Desde q u e :.
r
^ CZ1 ) = C^-j_ U ip2 ) o p ' 1 Cx^ , y ^ ) = Cxi, y^) se x 1 g (a, bj
~J

(xx + b - e , y x) x 1 £ [e,.f)'

"1 í *
(Z23 = (i/i-j U tj)2)o p (x2> y2) = I (x2, y2) se x2 <£ (a, b(!I
sw
(x2 + b - e, y2) se x2 g [e-, f)J

tem-se que y^-=.y2

Se x^ e x 2 estão em (a, b] ou ambos em [e, £) segue que

as primeiras coordenadas de ¥(Z^) e 4'(Z2) são iguais, isto é,

x i - x 2 0u x l t b * e . x 2 + b . e.

De qualquer modo x^ = x 2 , com isto ocorre uma contradição. Portan

to podemos supor que x^ ^ (a, b] e x 2 £ [e, £).

Assim lembrando que y^ = y2 , temos que

Cx^ > ~ ^ 2 s ^1^ = ^ ^ 1^ = ^ ^"2) ~ ^2 ^x2 * ^1^ = ^x2 ^ ~ ® >^1^

Desde que a < x^, <c b_ tem-se que a < x2 + b - e ^ b ou (a - b) + e <

mas e 4 x2 < f com isto segue que x2 = e substituindo

em = x2 + b - e r) x ^ = e + b - e ^ x ^ = b . Portanto

Z1 = [ ( b , y x ) 3 = [Ce, y ^ ] = Z2 -

0 que e uma contradição, logo 'F é injetora.

Vamos mostrar que y ê sobrejetora.


Como p -^, ^ ^ 2 ’ s^° funÇ°es sobrejetoras

4* = U 4*2 ) 0 P~^ © sobrejetora.

Desde que A U B/^ e localmente compacto, D é Hausdorff e ¥ é con­

tínua e bijetora, T e um homeomorfismo e a proposição estã demonjã

trada.

Voltamos ao problema de construir vizinhanças planas no

toro, se Z £ T e é representado pelo ponto Co, y) em X, podemos

escolher c, d Ç ÇO,13 tal que c < y < d.

Seja A = (|, 1] x (c, d) B = [0, |) x (c,d). ^

A proposição mostra que A U B/^ ê uma vizinhança aber­

ta de Z no toro que é homeomorfa a um retângulo aberto do plano.

Os outros casos de pontos representados na fronteira são resolvi

dos de maneira semelhante. Do mesmo modo mostramos que as seguin­

tes 2 - variedades são superfícies.

6) Faixa de Moebius.

Em Q = [0,1] x (0,1) definimos a seguinte relação de

equivalência.

a) se x / 0 e x' ^ 1 então (x, y ) ^ (x1, y ’) se e

somente se x = x 1 e y = y 1.
’ 3 e- a
b) (o,y) ^ (1, 1 - y ) . O modelo de Q/^ em R faixa

de Moeb iu s .

(°,y)

( 1 , 1 -y) t
/_ ^
26

7) Garrafa de Klein K

Q = [0/1] x [0,1]/ defina a relação de equivalência:

a) Se x, x ' £ 0,1 e y, y' 4 0,1 então (x,y) ^(x'y') se


x - x ' e y = y 1.

b) (x,0) a. (x*/1) se x = x'

c) (0 ,y) 0/(1 ,y') se y + y1 = 1 y1 = 1- y

8) Plano projetivo

a) Definimos o plano projetivo P2 como sendo o espaço


2
quociente da esfera S obtido pela identificaçao de cada par de

pontos diametralmente opostos.

Outra definição de plano projetivo.

2
b) Seja T = { (x,y ,z) ^ S / z 0} o hemisferio supe-
2
rior fechado de S .
O
Ê evidente que, de cada par de pontos de S t diametral­

mente opostos, ao menos um se encontra em T.


Se os dois pontos se encontram em T , então estarão sobre o equa -

dor que é a fronteira de T. Assim podemos definir também o plano

projetivo ?2 como o espaço quociente de T Qbtido pela identifica­


ção de pontos diametralmente opostos da fronteira de T.

O teorema abaixo mostra que T/% e S^/o, são homeomor -

fos .

9) Teorema;

Seja X um espaço topológico compacto, ^ uma relação de equivalên

cia em X e A um subconjunto fechado de X. Seja % a.relação de equivalência em


27

A induzida por tal que a^ % a,. a^, Q_ A^ e 'a^ ^ . como elemento-

de X. Se caia classe de equivalência de 'V intercepta A, então X/% e A/ffe são


homeomarfos.
Demonstração:

Sejam i': A-> X a função inclusão, P: X X^j e P: A/#


a projeção natural. Mostraremos que P o i induz um homeomorfismo4*

de A/$ em x/rj .

po 1
P p

A/# x /a /

a) Vamos mostrar que (poi) op" ê uma função contín

Sejam a^, a2 é A com p (a^) = p (a2 ) e (a^^ a2)

(po i) a-j = P (a^) = P (a2 ) = (p o i) a2 e segue que ¥ (poi) o p


é uma função contínua de A/# em Xfa .

b) y é injetora.

Escolha Z1 , 2>2 é. A/# tal que (Z^) = (Z2) .

Escolha a^, a2 £ A tal que p(a^) = Z^ e p(a2) = ^


Assimj

P^a^) = (poi) (a^) = y(Z1) = ^(Z2) = (poi) (a2 ) = P(a2 ).

a^ e a2 são elementos de A que s ã o ^ equivalentes, portanto 96

equivalentes, logo = Z2 .

c) ('F é sobrejetora,

Escolha Z £ X/,^ . Existe a é A tal que P (a) = Z


28

Segue imediatamente que ¥ (p(a)) - Z .

d) f é um homeomorfismo.

Desde que A é fechado em X e X é compacto, ambos X/^ e

A/% são compactos, logo ¥ é um homeomorfismo.

10) Corolário:

As duas construções de plano projetivo definidaas ante­

riormente determinam espaços homeomorfos.

Triangulagão de superfícies compactas

...11) Definição:

Uma triangulação de uma superfície compacta S consiste


em complexo simplicial K e um homeomorf ismo f = /K/ S.

Os subconjuntos de T ^ S que são imagem por f de 0-sim~

plexos fechados, 1-simplexos fechados e 2-simplexos fechados, cha

mam-se vértices, arestas e triângulos. Dois triângulos, ou são

distintos ou tem um sõ vértice em comum, ou tem toda uma aresta

em comum.

Algumas situações que não são permitidas em uma triangu


lação:
Surge a pergunta:

Toda superfície pode ser tíiangulada?

T. Radõ em 1925 foi o primeiro a demonstrar que isto é

possível. Para demonstrar este teorema necessita-se do uso de uma

forma forte do teorema da curva de jordam.

Esta demonstração é dada no primeiro capítulo do texto

de Ahlfors y Sario,,ver referência [2],

A triangulabilidade das 3-variedades, provaremos na par

. te final d e s t e .trabalho e não se sabe ainda se as variedades de

dimensão superior podem ou não ser trianguladas.

Podemos imaginar uma superfície S triangulada, como sen

do construida colando de uma certa forma os triângulos distintos.

Visto que os triângulos distintos não podem ter os mesmos vérti -

ces, podemos determinar completamente uma triangulação enumerando

os vértices e especificando que terna de vértices são vértices de

um triângulo.

Com esta lista de triângulos, determinamos completamen­

te a superfície S junto com a triangulação dada. Usaremos a trian

gulação para provar um dos teoremas mais importante deste traba­

lho, que é o teorema da classificação de superfícies compactas,

para o cálculo de um importante invariante topológico, a caracte-

rística de Euler e também para definir a orientabilidade de uma

superfície co,mpacta.

Exemplos:
30

Exemplos:
1 2 3
12) Seja a esfera S 2 , consideramos a se-
2 3 4 guinte triangulaçao para S 2 dada a.o

3 4 1 lado „

4 1 2

1
31

13) Uma triangulação para o toro é:

38 9 85 1 5 9 2

2 3 9 8 13 52 1

2 37 31 4 12 6

2 7 6 3 4 7 16 4

67 8 4 7 5 4 6 9

68 9 7 5 8 4 9 5

9 8 5 9
32

14} Em uma faixa de Moébius podemos t.er a seguinte tria


angulação:

014 125 230

034 145 250


33

15) Seja a seguinte triangulação do plano projetivo;

12 4 2 3 5 13 4

2 4 5 15 6 2 3 6
12 6 3 4 6 13 5
4 5 6

Podemos concluir que:

a) Cada aresta é exatamente comum a dois triângulos. Is

to segue da nossa demonstração que T é 2-variedade onde demonstra


mos que a colagem de duas quadras semi-fechadas ao longo de seu

lado fechado, dá um aberto em R2 .


- 2
Logo sera impossível colar um terceiro e montar um aberto em R .

b) Escolha um vértice v de uma triangulação.

Podemos ordenar o conjunto de todos os triângulos que

tem o vértice v ciclicamente, T ,T,,...,T = T , de maneira que


o 1 n o ^
34

para 0 4 i Ti e Ti + 1 tenham uma aresta em comum.

Superfícies orientáveis e não orientáveis

16) Definição:

Seja K uma triangulação para uma superfície S.

S é orientável se é possível escolher orientações para

os triângulos que venham a induzir na aresta comum aos triângulos,

dois a dois adjacentes, orientações opostas. Çaso contrário dize­

mos que a superfície S é não orientável.

Seja <a,b,c > um triângulo orientado, isto será reprei-

sentado graficamente pelo desenho.


\

• a

c b

onde a seta interior segue a direção a para b para c, ou (b para

c para a ) .

Também se tivermos um triângulo a b c com uma seta


\

a
35

A mesma determina uma orientação < b,c,a > = < c,a,b > = <a,b,c>

orientando os vértices no sentido da seta.

Exemplos:

2
17) Seja a triangulaçao da esfera S dada no exercíc

n9 12 pag. 30.

Tomando como orientação do triângulo 1.2 4 a seta no sen

tido anti-horário, o mesmo ocorrendo com os demais triângulos,

ela induz na aresta comum aos triângulos, dois a dois adjacentes,


2 -
orxentaçoes opostas, portanto S e orientavel.

18) Seja a triangulação do toro.


36

Escolhida a orientação horário para os triângulos, notamos que

os triângulos dois a dois adjacentes induzem na aresta comum

orientações opostas, logo o toro é orientável.

19) Usando a triangulação do plano projetivo do exerc

cio número 15 pág. 33, temos:

3
37

Escolhida a orientação para o triângulo 1 2 6 como sendo a seta

no sentido horário, o mesmo tem que acontecer com os triângulos

restantes, mesmo assim nos triângulos 1 2 6 e 1 2 4 as orien­

tações na aresta comum, 1 2 , são iguais, portanto o plano proje­

tivo não é orientãvel. Se mudarmos a orientação inicial, novamen

te teremos orientações iguais sobre a aresta comiam a dois triân­

gulos .

20) Usando a triangulação da faixa de Moébi u s, t

mos:

3 4 5 0

I
38

Escolhida a orientação para o triângulo 0 3 4 como sendo a seta no

sentido horário o mesmo ocorrendo com os demais triângulos. Mas

nos triângulos 0 3 4 e 0 32 as orientações na aresta comum 0 3

são iguais; portanto a faixa de Moébius é não orientãvel.

0 0

Se mudarmos a orientação inicial, novamente teremos orientações

iguais sobre a aresta comum a dois triângulos.

21) Seja a triangulação da garrafa de Klein, com a se

guinte orientação sobre os triângulos.

4 8 3 4
p-— <— 5----f----

\ ^ -
r \ N
•' T \
... r» ✓ * / \ a

í V > -
'' / í
J% /V
yk
S\J \\
t A )

. A / ,

/ j ' ‘
--- j— - V _ > ----
4 8 3 4 ’

Escolhida a orientação para o triângulo 3 4 7 como sendo a seta

no sentido anti-horário o mesmo ocorrendo com os demais triângu -

los. Nos triângulos 1 4 3 e 14 5 temos na aresta comum 1 4 a

mesma orientação, portanto a garrafa de Klein é não orientãvel.

Se mudarmos a orientação inicial, novamente teremos o-orientações

iguais sobre a aresta comum a dois triângulos.


39

Soma conexa de superfícies

22) Definição:

Dadas duas superfícies S^, S2 disjuntas, definimos a so

ma conexa representada por S2 , da seguinte maneira:

fazemos um pequeno buraco circular em cada superfície e em segui­

da colamos (identificamos) as superfícies ao longo da fronteira

destes buracos.

Uma definição mais precisa:


Sejam os conjuntos D^ C S 1 e D2 C"S2 , sendo D 1 è D.
2
2
discos fechados (isto e, homeomorfos a E = { (x,y)g R /x +y <1».

Seja S| o complemento do interior de D^ em S. i = 1,2.

Escolhemos um homeomorfismo h da fronteira de D^ sobre

a fronteira de D 2 .

Então S S 2 é o espaço quociente de S| U S^ obtido

identificando os pontos x e h(x), para todo x pertencente a fron­

teira de D-^, com S ^ : ^ S2 resultando uma nova superfície. Daremos

alguns exemplos que servem como preparação para a demonstração

do teorema da classificação de superfícies compactas.

Exemplos:
1
\

Soma conexa de toros

23) Seja e T 2 toros, representados cada um, por

retângulo com os lados opostos identificados segundo as setas,

sendo os quatro vértices de cada quadrado identificados em um só

ponto no toro correspondente.

Primeiramente faremos um buraco circular, em cada toro,

designando por C 1 e C2 as fronteiras destes buracos, que estão


40

identificados segundo as setas na figura 1-a.

Podemos representar as fronteiras dos buracos em ambos

os toros pelos pentágonos da figura 1-b.

Identificamos, os segmentos c^ e , obtendo o octágono

da figura 1-c, no qual os lados estão identificados aos pares, se

gundo as orientações dadas as arestas.


41

Usando este mesmo processo, verificamos que a soma cone

xa de três toros é o espaço quociente do dodecãgano, onde as ares

tas estão identificadas aos pares, segundo as orientações dadas.

Procedendo deste modo, por indução podemos concluir que


a soma conexa de n-toros é homeomorfa, ao espaço quociente de um

polígono de 4 n lados, cujas arestas estão identificadas aos pa­

res obedecendo a orientação das arestas nos polígonos.

24) Soma conexa de planos .projetivos

Lembramos que o plano projetivo é definido, como .sendo

o espaço quociente de um disco circular, identificando os pontos

diametralmente opostos da fronteira. Escolhendo um par de pontos


da fronteira diametralmente opostos como vértices, o círculo do
disco fica dividido em dois segmentos.

Assim podemos considerar o plano projetivo como obtido


a partir de um polígono de dois lados ao identificá-los. O método

para. obter a soma conexa de dois planos projetivos P^ e P2 basi­

camente é o mesmo usado no problema anterior.

al
42

De modo análogo, a soma conexa de três planos projeti

vos é o espaço quociente de um hexágono com os lados identifica


dos aos pares, como mostra a figura abaixo.
43

Novamente usando indução, podemos concluir que a soma

conexa de n-planos projetivos é o espaço quociente de um polígono

de 2 n lados, com os lados identificados aos pares, obedecida a

orientação das arestas de polígono.

al al

25) Soma conexa de esferas

A soma conexa de duas esferas nos dá uma esfera. Repre­

sentamos a esfera como o espaço quociente de um polígono com dois

lados identificados aos pares como nesta figura:

Podemos imaginar uma esfera, como uma bolsa que tenha a abertura

com um feiche chair, se o feiche estiver aberto a bolsa^pode tor­


nar-se plana.

2 6) Lema:

A soma conexa de dois planos projetivos, é homeomorfa

a uma garrafa, de Klein.


44

Demonstração:

Como vimos na página 41, podemos representar o plano

projetivo pelo seguinte polígono:

a
Fazendo um pequeno buraco no plano projetivo, através de um dos
vértices, vem:

Abrindo no vertice escolhido

vb

Colando ao longo das fronteiras dos planos projetivos representa­

dos por c, temos o seguinte polígono:

Seccionando o polígono através da linha c^ temos:


45

Colando ao longo da aresta b resulta o seguinte polígono:

Identificando as arestas iguais,obtemos a representa -


ção usual da garrafa de Klein. Podemos obter a garrafa de Klein

de outro modo.

Usaremos a técnica de cortar e colar (identificar) para a demons­

tração deste lema.

27) Lema: Plano projetivo, menos um disco D é

homeomorfo a faixa de Moébius e a fronteira do disco ê homeomorfo


a fronteira da faixa de Moébius.

Seja S. um plano projetivo e D. CL.S. um disco fechado

com i = 1,2, retirando o interior de obtemos S| que é homeomor


fo a faixa de Moébius, para mostrar isto vamos tomar uma triangu­

lação do plano projetivo S,. .


1 a

a
46

Cortando ao longo da aresta c f, e retirando , obtemos a se-


guinte figura

Cortando ao longo da aresta e c, resulta a seguinte figura:

Identificando as arestas c a b c obtemos o seguinte polígono:

Identificando as arestas e c f obtemos a faixa de Moébius.


47

28) Corolário:

A garrafa de Klein é duas faixa de Moébius coladas ao

longo de suas fronteiras. Com estes exemplos de soma conexa obser


vamos que:

a) Não existe distinção entre S2 e s2 ^ts^, isto


ê, S1 ip S2 5 S2f â S 1 .

Demonstração:

Sejam D^ e D2 discos fechados de S-^ e S2 respectivamen­


te. Sejam as funções:

hs 3D^ -»• 8 D2 homeomorfismo

h 3 D-2 9D,1 homeomorf ismo sendo 3 D.i com i : =1,2


'
a
fronteira de D,.
x
Pela definição de soma conexa temos:

S1 # S2 = (S2 - Ó2 > Uh <S1 - °1>

S2:^ rS^ = (S^ - D^) ^S2 “ ^2^ sendo Èk interior

de Di -

Definimos em (S2 - È>2 ) U (S^ - D^) a seguinte relação

de equivalência

C = {(x,x)/x £ (S2 - D 2) U (S1 - D 1)} U {(x,h(x))/x£ d D ^ U

{(h(x)x)/x £ 3 Di> assim ê o espaço quociente de

(S2 - Ò2) U (S^ - D^) pela relação de equivalência C.


Ds modo análogo definimos outra relação de equivalência.
48

E = {(y#y)/y£- U (S2 -Ô2)}U {(h-1 (y) ,y)/y e 3D2 } u

u {(y,h-1(y))/y^ 3D2}

S2 fé S-j é o espaço quociente de (S-^ - ) ü (S n - D^) pela relação

de equivalência E. Desde que h e h”^ são homeoraorfismos entre

3 (D^) e 9{D2 ) vemos que as duas relações de equivalência em

(S^ U D^) ü (S2 - f>2) são iguais. Portanto os espaços quocientes

S^.#: S2 e S2 são iguais.

b) (S2 # s3) s (s1 ^ s 2 ) # s3. '


A demonstração deste fato é um corolário de uma proprie
dade de assoeiatividade de adjunções, ver referência [6], página
61- 6 2 ;.

Lema:

Sejam X^, X2 e Y espaços topolõgicos, H um homeomorfiss


mo de X^ em X2 •.

Seja A um subconjunto de X2, f; A -* Y uma função, seja

B = Hf1 (A) «C.X1 e g = f o H/B: B + Y.

Então Y Uf X- = Y U X.
£ *■ . 9

Demonstração:

Consideremos o seguinte diagrama

p
Y U X2 --- L -- ^ Y U X1 --- — 2---> Y u X1

Pf

V
Y Uf X,
49

onde ]p (Z) =| Z, Z £ Y
Pf, P projeções.
X2 g

Vimos que P o ^ o P ^ é uma função e portanto uma função

contínua que denotamos por $. Do mesmo modo se definirmos


ji = Y U X1 + Y U X2 , por \p(Z) = j Z, Z £ Y

H(Z) , Z £ X1

teremos uma função contínua $ = P^ o ipo P~^.

Segue que í> o $ = P^ P^ ip P“^ = id e

$o <P = P,f í■ P-1


g iyp p“1
f = id

Logo $ e 0 são homeomorfismo, um inverso do outro.

29) Corolário:

2 ?
Seja S uma superfície qualquer e S a esfera, S # S ' = S.
2
Seja D^ e discos fechados de S e S respectivamente.

Seja Y = (S - Dx)

X1 = D1

X2 = (S2 - D2 )

h: 3D2 ->• 3D^ homeomorf ismo. Existe uma extensão de h a um homeo-

morfismo H: (S2 - Ê>2 ) "v Di *


Assim aplicando o lema anterior temos:

.2
S#S- . Y 0id Dx S Y UH (S2 - D2 ) = S # S

S fe. S 2 = (S - C^) Uh (s2- i>2)=Y Uh X2 S Y U X1 =S

onde g = h o lrf^/3D^ = id,


50

Veremos agora uma maneira bem simples de indicar os pa­

res de arestas identificadas em um polígono.

Seja um polígono no qual esteja indicado como se identi


ficam as arestas, partindo de ura determinado vértice, percorremos

a fronteira deste polígono, anotando em seqüência uma a uma, as

letras que aparecem no polígono.

Se a flecha de uma aresta indica a mesma direção em que

percorremos a fronteira, então escrevemos a letra correspondente

a esta aresta sem expoente, se a flecha .indicar dirèção contrária-a le­


tra correspondente a esta aresta será representada com expoente

menos um.
Observando os exemplos anteriores podemos escrever:

a) Esfera a a“^

-1 -1
b) Soma conexa n toros a, b. an bn .... a b a--1 b-1
1 1 1 1 n n n n

c) Soma conexa de n planos projetivos


a, a. a_ a_ ...... a a
1 1 2 2 n n

Obtemos assim novas superfícies com o auxílio de somas


conexas.

O teorema principal deste nosso trabalho, nos garante


i

que, com estes exemplos esgotam todas as possibilidades de cons -

truir novas superfícies, nos dando a classificação completa das

superfícies compactas.
51

CAPITULO IV

1. TEOREMA DA CLASSIFICAÇÃO DE SUPERFÍCIE COMPACTA

Toda superfície compacta é homeoraorfa a uma esfera, a

uma soma conexa de toros, ou a uma soma conexa de planos projeti­

vos .

Demonstração:

Demonstraremos o teorema em partes, provando que a su -

perfície S ê homeomorfa a um polígono com as arestas identifica -


das aos pares, segundo alguns dos símbolos da lista dada na pâg_i

na 50.

Primeira Parte

Seja K uma triangulação de uma superfície S. Enumeramos

os triângulos'{T^,T2 ,Tn) de modo que o triângulo T^ tenha uma

aresta e i comum com ao menos um dos triângulos T., ,T2 ,.. .,T^_^
2 í i í n,

Para demonstrar isto, escolhemos um triângulo qualquer

do conjunto acima a ser T-^, escolhemos como T^ qualquer triângulo

que tenha alguma aresta comum com T^, T^ qualquer triângulo que

tenha uma aresta comum com T^ ou T2 . Suponhamos que, era^algum pon

to não fosse possível continuar este processo. Logo teríamos dois

conjuntos de triângulos '{T^ ,T2 ,T^.} e > •••/ T ) tal que


nenhum triângulo do primeiro conjunto teria uma aresta ou vértice

comum com nenhum triângulo do segundo conjunto, com isto teríamos

uma partição de S em dois conjuntos fè.chados disjuntos è. não"- var


52

zios, o que vem contra a hipótese de quç S é conexa.

Utilizaremos a ordenação dos triângulos T^,...,Tn junto

com a escolha das arestas e2 ,e3 '••*'en / Para construir um modelo


da superfície S no plano cartesiano, este modelo será um polígono
cujos lados estão identificados aos pares.
Sabemos que, para cada triângulo T^, existe um triângu

lo ordinário T! em R 2 e um homeomorf ismo \b. âe Tl sobre T..


X YX 1 3,

Suponhamos que os triângulos ,T^,•.., T ^ são disjuntos

dois a dois, se não forem, podemos transladar alguns deles para


2 n
outras partes do plano R . Seja T 1 = U Tl, ..T" e um subconjunto
2 1=1 1
compacto de R ,

Definimos a aplicação \p: T’ S como sendo i^/T^ = .


A aplicação ij) ê contínua e sobrejetiva.

Como T ’ é compacto e S é um espaço de Hausdorff, \p ê

uma aplicação fechada. Portanto, S tem a topologia quociente de­

terminada por ]p. Com isto temos a idéia intuitiva de que consegui,
remos uma triangulação de S colando os triângulos ao longo de
suas arestas apropriadas.

0 polígono desejado será construido como um espaço quo­

ciente de T*. Para cada i, 2 ^ i^n, escolha uma aresta e^ d<? T.. ,

que é também aresta de algum T_. , 1 ^ j ^ i.


-1
Entao ip (e.) consta de duas arestas, uma de T xí e outra de Tl.
1 3
Identificamos estas duas arestas dos triângulos Tj e

Tj do seguinte modo: Identificando aqueles pontos que sé aplicam

por ip em um mesmo ponto de e.. (intuitivamente, colamos os tpiângu

los T! e T M . Fazendo estas duas identificações para cada uma das

arestas t ,*t•,en , obtemos o espaço quociente de T' que repre­


sentaremos por p. Como D é o espaço quociente de T ’, ip: T1 S in
duz uma aplicação d de D em S . Como Q é compacto e S ê de Haus-
\
53

dorff, a ê fechado. Concluimos que S tem a topologia quociente in

duzida por a».

D é topologicamente equivalente a um disco fechado. A

demonstração desta afirmação depende de duas considerações;

a) Tomamos dois espaços disjuntos E^ e E2 , topologica -

mente equivalentes a um disco fechado

E2 == { (x,y) g R2/ (x2 + y2 ^ 1) }.

Sejam A^ e A2 , subconjuntos da fronteira de E^ e E2 ,


meomorfos ao intervalo [0,1] e h : A^ A2 um homeomorfismo.,

Identificando os pontos de E^ e E2 , através de h obte -


mos o espaço quociente de E^ U E2. Então o espaço quociente tam­
bém é topologicamente equivalente a um disco. Isto sig.pifica que

se colarmos dois discos ao longo de um segmento comum, a suas

fronteiras, obtemos um novo disco.

b) Ao formar o espaço quociente D de T ', podemos fazer

as identificações de uma vez, ou primeiro a identificação corres­

pondente a e2 , em seguida a e^/ etc.


Apõs estas considerações provaremos que D é um disco da

seguinte maneira:

e T2 são topologicamente equivalentes a um disco

fechado, portanto o espaço quociente U T-J obtido ao identifi -


car pontos de $"^(e2) é novamente um disco segundo {a).

Formajnos um espaço quociente da união deste disco com

fazendo as identificações, correspondentes a aresta e^, e assim

por diante, naturalmente S é obtido de D identificando certos pa­

res de arestas da fronteira de D.


54

Segunda Parte

Eliminação das arestas adjacentes de primeira espécie.

Faremos a identificação das arestas de um polígono D, que dã ori­


gem a uma superfície, por meio de letras.

Se a letra que indica um par de arestas aparece no sím­

bolo com os dois expoentes +1 -1 dizemos que este- par de arestas

é de primeira espécie, caso contrário de segunda espécie.

0 diagrama abaixo explica como eliminar um par de are

tas adjacentes de primeira espécie, supondo que o polígono tenha

pelo menos quatro arestas.

W "

Continuamos este processo até que sejam eliminados to­

dos os pares deste tipo, ou até obtermos um polígono com dois la-
-1
dos, cujo símbolo e a a ou a a, sendo a esfera ou o plano proje
tivo.

Terceira Parte

Transformação em um polígono tal que todos os vértices


estão identificados a um só.

Mesmo as arestas de nosso polígono estando identifica-


55

dos aos pares, os vértices podem estar identificados em conjunto

de um, dois, três, ....

Diremos que dois vértices de um polígono são equivalen­

tes se estão identificados. Algumas classes de equivalência con -

tém um só vértice, enquanto outras contém dois ou mais vértices.

Suponhamos que realizamos a segunda parte quantas vezes

foram possíveis, obtendo um polígono S'. Mostraremos que podemos

transformar nosso polígono S ' em outro, com todos os vértiçes per

tencentes a uma só classe de equivalência. Admitimos que exista

pelo menos duas classes de equivalência distintas, logo existe

um par de vértices p e q adjacentes que não são equivalentes.

A figura seguinte mostra como devemos proceder.

Como por hipótese realizamos a segunda parte e os vér­

tices p e q não são equivalentes, então as arestas a e b não po­

dem ser identificadas.

Façamos um corte ao longo da linha C desde o vértice q1

até o outro vértice da aresta a (isto é até outro vértice de a,

distinto de p ) .

Colamos em seguida as arestas designadas por a, resul -

tando um polígono com um vértice a menos na classe de equivalên -

cia de P e uma a mais na classe de equivalência de q.

Se for possível realizamos novamente a segunda pàrte.

Então realizamos a terceira parte, para diminuir o número de vér­

tices da classe de equivalência de P.

Desta maneira alternando 2$ e 3? parte a classe de

equivalência de P será eliminada.


56

2) Exemplo;

Dado o polígono, qual a superfície que ele representei?

eliminamos os pares de arestas de primeira espécie

Q
57

Temos duas classes de equivalência, realizando a terceira parte

vem:

Eliminando o par de aresta de primeira espécie, obtemos o polígo­

no que é o plano projetivo.

hh, que é o plano proje


t ivo.

QuartaParte

Como fazer adjacentes, todo par de arestas de segunda

espécie. Podemos transformar nossa superfície de maneira que todo

par de aresta segunda espécie sejam adjacentes.

Seja o par de arestas de segunda espécie não adjacentes

no polígono abaixo, cortamos ao longo da linha pontilhada a, iden

tifiçamos as arestas b, obtemos duas arestas adjacentes.


58

Quando todos os pares de segunda espécie estiverem adja

centes, e se não existir pares de primeira espécie, o polígono

resultante terá como símbolo a^ a^ a^ a^. an an e P ° rtanto


a superfície é a soma conexa de planos projetivos.

Vamos supor que exista pelo menos um par de arestas de

primeira espécie, representado por c. Afirmamos que existe pelo

menos outro par de arestas de primeira espécie, tal que estes

dois pares sep^ram-se um do outro, isto é, ao percorrer a frontei

ra do polígono as arestas destes dois pares, aparecem alternada -

mente, o símbolo que representa o polígono será da forma


-1 -"1
c .... cl .... c .... cl ....

Para provar, esta afirmação, suponhamos que as arestas c

não estão separadas por nenhum outro par de arestas de primeira

espécie, isto é, A,B representam conjunto de arestas.


59

Observamos que nenhuma aresta de A está identificada

com uma aresta de B. Isto contradiz o fato de que os vértices ini

ciai e final de cada uma das arestas c devem estar identificadas,

devido a terceira parte.

Quinta Parte

Pares de primeira espécie.

Suponhamos que em nosso polígono existe dois pares de

primeira espécie que se separam um do outro. Podemos transformar

o polígono de maneira que os quatro lados em questão sejam conse-

cutivog ao longo da fronteira do polígono.

Ao longo da linha c, façamos um corte colamos ao longo

de b obtendo a figura.

--x}---*
b

fc “ ■

Feito isto ao longo de d e colamos ao longo de a, obtendo o polí­

gono desejado.
60

Continuamos este processo até que todos os pares de pri

meira espécie estiverèm em grupos adjacentes de quatro arestas,

tal como c d c " ^ d~^ .... , que representa o toro. Se não há pares

de segunda espécie, teremos o resultado procurado, o símbolo se-


, -1 ,-1 , -1 , -1 _ .
ra: a, b, a , b .... a„ b a b e a superfície e a soma
1 1 1 1 n n n n c
conexa de n toros.

Resta considerar o caso em que, depois de realizadas as

cinco partes, tenhamos pares de arestas de primeira e de segunda

espécie simultaneamente. O Lema seguinte resolve a situação.

4) Lema:

A soma conexa de um toro e um plano projetivo é homeo -

morfa a soma conexa de três planos projetivos.

Demonstração:

Seja o plano projetivo e o toro dado pelos símbolos:


61

wcb
b u-1 c -1

Para fazer a soma conexa retiramos um disco aberto em cada su­

perfície .

Identificando as arestas - 1 resulta o polígono.

Identifica.ndo as arestas a
b

O as
ai*est as

'°a n d o as
63

Obtemos finalmente o polígono e e . f f d d que represen

ta a soma conexa de 3 planos projetivos. Voltamos a demonstra -

ção do teorema.

Suponhamos que depois de haver realizado a quinta parte,

o polígono tenha m pares ( m > 0 ) de segunda espécie, tais que duas

arestas de cada par são adjacentes, em quaternas (n > 0 ) de ares­

tas, cada uma delas formada por dois pares de primeira espécie

que separam-se um do outro.

Então, a superfície resultante é a soma conexa de m

planos projetivos e n toros, que pelo lema anterior, é homeomorfa

a soma conexa de m + 2 n planos projetivos. Assim completamos a de

monstração do teorema.

Exemplo de classificação de superfícies.

5) A soma conexa de duas garrafas de Klein é homeomo

a soma conexa de toro e uma garrafa de Klein, mas a garrafa de

Klein é obtida da soma conexa de dois planos projetivos, logo

T # K - K # K - p ^ r p ^ p ^ p , demonstração:

Seja K-^ e K^ representado pelos retângulos e D^, D^

discos fechados de K-^ e K^ respectivamente.

Retiramos o interior dos discos e D 2 obtemos:


64

— ^ —
-------------- > -------------
' i
X

/ 1 N /
V ' 3
K 1 K2

--------------- > - ---------


-------------- > 7 —

Identificando as fronteiras c^ e c2 obtemos a seguinte figura:

Cortando ao longo da aresta a e lembrando que as arestas quatro

são identificadas obtemos a seguinte representação de K2 :

De maneira análoga iremos fazendo cortes e recolagens de modo a

modificar a representação de K2 .
b5
66

Este polígono representa, identificando os pares de

arestas, a soma conexa de um toro e uma garrafa de Klein:

.a c a~^ c"1, d b d-^ b j


1-----r— ---- x v---- j----- x
T K

Portanto K ^ # K2 - T ^ K , mas K - P ^ P

K1 'JpK2 - T # : P : # r P , pelo lema 4 pág. 69 temos t 4 È P = p-^frp^tp

finalmente - p ^ r p ^ t p^írp

6 ) Algumas outras aplicações do teorema da classifica-

çao:

a) K ^ - T 4frT - K # K T - P.^P^ P P#T -

- p^rp^t p = fjrp = f= f= p z tfrp zfzjrp .

b) P # ^ K # T - P^K^#K - P ^ I» # F#=- P ^ P .

Podemos enunciar o teorema da classificação de outro mo

do.

7) Teorema:

Toda superfície compacta orientãvel é homeomorfa a uma

esfera ou a soma conexa de n toros. Toda superfície compacta não

orientãvel é homeomorfa a soma conexa de uma superfície compacta


orientável com um plano projetivo, ou com uma garrafa de Klein.

Característica de Euler de uma superfície

0 objetivo de estudar este invariante topológico é mo

trar que os tipos de superfícies citados no teorema da classifica

ção não são topologicamente equivalentes.

8 ) Definição:

Seja S^ uma superfície com uma triangulação

{Ti,T2 ,...,Tn ) . Sejam V = número de vértices de S

a = número de arestas de S

T = número de triângulos.

A característica de Euler é definida por:

x(S)=V-a + T

Exemplos:

9) Seja o toro com a seguinte triangulação

--- »
V = 28

a = 84 ‘
/N
T = 56

x(S) =28.-84 + 56 = 0

10) A esfera S com a triangulação dada na pág. 30 tem

como x(S ): 4 - 6 + 4 = 2.
68

1 1 ) 0 plano projetivo tem como característica

x (P) = 6 - 1 5 + 10 = 1. Estes exemplos indicam que a característi.

ca de Euler independente da triangulação escolhida, dependendo

somente da superfície. A demonstração deste fato encontra-se em

Modern Algebraic Topology D.G. Bourgin referência n9 [8],

12) Seja a seguinte triangulação da garrafa de Klein

-- }

V = 9

a = 27

T = 18

x(K) = 9 - 27 + 18 = 0

--- >

13) Para a faixa de Moébius temos:

V = 6

a = 12

T = 6

x(M) = 6 - 1 2 + 6 = 0

14) Proposição:

Sejam S^, S2 superfícies compactas. As características

de Euler de S^ e S^ e de sua soma conexa estão relacionadas pela

fórmula

x ( S ^ S2 ) = x I S ^ + x(S2 ) - 2.
69

Demonstração:

Retirando o interior de um triângulo da cada superfí­

cie e identificando as arestas e vértices das fronteiras obtemos

S i *jj-£52 ■

Seja o número de arestas, vértices e triângulos de uma

triangulação de S^ dado por:

{ai , V x , T x}

Analogamente para S 2 :

ía2 , v 2 , T2 )

A característica de Euler d e :S^ e S2 é dada por:

x(s i) = V! - a 1 + T x x( S2 ) = V, - a 2 + T 2

Após feita a soma conexa S^ 4 ^ S2 o número de vértices,

arestas e triângulos na triangulação da superfície resultante é

dada por:

V = + V2 - 3 houve identificação dos vértices de

um triângulo de S^ com um de S 2 o

mesmo acontecendo com suas a arestas.

a = a ^ + a2 — 3

T = + T2 - 2 -*■ foram retirados o interior de dois

triângulos para ser feita a soma co­

nexa.

Logo a característica de Euler de S-^fc. S 2 é dada por:

x (S} s2 ) = V - a + T = v i + v 2 “ 3 " (a! + a2 ” 3 ) + T i + T2 “ 2


70

X S 2 ) = v i “ a i + Tj + v 2 - a 2 + T 2 “ 3 + 3 ~ 2

x(Sr ^ l S 2 ) = x f S ^ + x(S2 ) - 2 . c q d

Vamos fazer um estudo sobre a característica de Euler

de algumas superfícies compactas.

15) A soma conexa de n-esferas nos dá uma esfera. logo

X (S2 ) = 2.

16) Soma conexa de toros.

x (T^=-..... #T) = 2 - 2 n
V---- --^-;
------- '
n - vezes

Para provar isto usaremos o princípio da indução, Para

n = 1 temos x(T) = 0.

Suponhamos que para (n - 1) toros a expressão

x (T T^: . . . . ^ T ) = 2 - 2 (n - 1) seja verdadeira.


V------- v--------- '
(n - 1) vezes

Vamos provar que vale para n - toros.

x ( ( T j p --- ± n ) zftrT). = x (T 4=k..... # T ) + x(T) -


V------- - — ---- ---- ' L — — 7
n - vezes (n-ü.) vezes

x ( (T # : --- ;£t) ^pT). = 2 - 2 (n - 1) + 0 - 2

x ( (Tj# = --- #:T) 4^T) = 2 - 2n

17) Soma conexa de um plano projetivo e toros,

Sabemos que x(P) = 1


-74

x(P^bT) = x(P) + x (T) - 2 = -1

x(P;#r (T #=T) ) = x(P) + x f T ^ T ) - 2 = 1 + (-2) - 2 = - 3

• x (P:#l (T#r. . . . j#=T) ) = x(P) + x(T4f=.___ 4=j=T) - 2 =


l_____ — ^
---------y --------------------------------

n - vezes

1 + 2 - 2n - 2 = 1 - 2n.

18) Soma conexa de planos projetivos

x (P P) = 2 — n

Vamos demonstrar isto por indução.

- Para n = 1 x(P) = 1

- Suponhamos que para n - 1 planos projetivos a caracte­

rística seja 2 - (n - 1).

Vamos provar que vale para n - planos projetivos a ex­

pressão acima.

x (Pqèjtr. . . .^iP^tP) = x (Pj^r. . . ..^f=. P) + x (P) - 2 =


l.--- ----- v— -
n ~ 1 vezes

2 - (n - 1) + 1 - 2 = 2 - n.

19) Soma conexa de uma garrafa de Klein com toros,

x (T) = 0

x(K) = x ( P ^ P ) = 0

x(K^rT) = 0 + 0 - 2 = -2

x ( K ^ b T =^T) = x(K) + x(T^T.) - 2 = 0 - 2 - 2 =- 4

x { K # z T ^ r : : : :^t-T) = x(K) + x (Tz#z . . . . ^=T) ~ 2 =

0 + 2 - 2 n - 2 = -2 n.
72

Concluímos que a característica de Euler de uma superf.í

cie orientável é sempre par, enquanto que a característica de

uma superfície não orientável pode ser par ou ímpar.

Os únicos tipos topologicamente distintos de superfí­

cies compactas orientáveis são: a esfera, o toro, ou a soma cone-

xa de n-toros.

Para as superfícies compactas não orientáveis: o plano

projetivo, ou a soma conexa de n-planos projetivos.

Citaremos um teorema que reduz o problema da classifica

ção de superfícies compactas ao determinar a orientabilidade e a

característica de Euler.

20) Teorema 2 0.

Sejam S^ e superfícies compactas. Então e S2 são

homeomorfos se e somente se suas características de Euler coinci­

dem e as duas superfícies são ambas orientáveis ou não orientã -

veis. Como exemplo temos S^ = Klein S0 = P ^ i P , ambas são não

orientáveis e com a mesma característica, portanto S-j e são

homeomorfos.
73

CAPÍTULO V

VARIEDADES COM FRONTEIRA

1) Definição:

Uma variedade n-dimensional com fronteira é um espaço

de Hausdorff, tal que todo ponto tem uma vizinhança aberta homeo-

morfa ao disco aberto Un ou ao meio plano {(x^,... ,3^) £ R11/ ^ ^ 0) «

O conjunto de todos os pontos que tem uma vizinhança aberta ho-

meomorfa a Un , recebe o nome de interior da variedade e o conjun­

to de pontos P que tem uma vizinhança aberta V tal que existe um

homeomorfismo h de V sobre {x£ \3n 5-0} com h (P ) = (0,...,0)

chama-se fronteira da variedade.

Se n = 2 dizemos que é uma superfície com fronteira, ao

invés de 2-variedade com fronteira.

Exemplo:

2) En = {x é Rn/ 1.x| ^ 1} é uma variedade n-dimensional

com fronteira. Veremos que Sn_1 é a fronteira de En e seu inte­

rior é o disco aberto que chamamos de Un . Vamos fazer uma análise

para n = 2, em duas etapas:


t

a ) ‘Interior da variedade.

E 2 = {x é R2/ /x/ < 1}

2
Seja P £ E com /P/ < 1, seja r > 0 tal que /p/ + r < 1,
2
obviamente D^ÍP) C.E e uma vizinhança de P homeomorfica (igual)
2
a um aberto de R .
74

b) Fronteira da variedade.

1 2 2 2
Seja P £ S seja 0^: E ' ■+ E uma rotaçao de E tal que
2 2
0 (P) = (1/0). Obviamente 0 e um homeomorfismo de E sobre E .
P P
Portanto para achar uma vizinhança V ou p e um homeomor

fismo h de V em um aberto de meio plano com h(P) = (0,0), basta

resolver o problema sõ para o ponto (1 ,0 ).

Seja U o lado direito do disco, isto é os pontos (a,b)


2
de E com a > 0.

Em coordenadas polares, U = { (r,0) /— ^ < 0 < ~, l > r > 0 } .

Definiremos a função:

2
U ->■ R por \jj(r,0) = ((1-r) cos0, sen0) .

Seja M = { (x,y) £ R 2/x2 + y 2 < 1, x :> 0} .

a) M é aberto no meio plano.

2
Seja o meio plano direito A = { (x,y) R /x ^ 0} e o di£
2 2 ?
co aberto B = .{ (x,y) é R“/x + y < 1), M é aberto pois é a inter­

secção de A com B, isto é, M = A A B.

b) if>(U) Ç.M.

Devemos mostrar que i|>(r,0) é um elemento de M. Se (r, 0)


\

é um elemento de ü, ijj(r,0 ) = ((1 - r ) cos0 , sen0 ) .

Para \p(r,Q) ser elemento de M, devemos mostrar:

19) ((l-r)cos 0)2 + (sen 0 )2 = ( 1 - r )2 cos2© + sen20 =

2 2 2 2 2
s (1 - 2r + r )cos 0 + sen 0; = cos 0. - 2 r cos 0 +

2 2 2 2 2 ?
+ r cos 0 + sen 0 = -2 r cos 0 + r cos 0 + 1 =
75

= cos20 (~2r + r2 ) + 1 .

Como 0 < r ^ 1 e - <0 < ~ temos que:


/L “

r (-*2 + r) < 1 logo cos20 (-2r + r 2 ) + 1 < 1 .

29) (1 - r )2 cos^G 5.0 pois 0 < r ^ l . Portanto i^(r,0) é

um elemento de M.

c) 1p é contínua, desde que cada função coordenada é cori

tínua.

d) ^ (1 ,0 ) = (0 ,0 )

4»(1 ,0 ) = ((1 — 1 ) cos© , sen© ) = (0 ,0 ).

Agora vamos definir a função:

V: M -+ R2

i/l 2
4;(p,q) = (í- -----z-^— , arc sen q) .
1 - q2

Onde y(p^q) é expresso em termos de suas coordenadas polares,

e) ¥ (M) CZ U seja (p,q) £ M.

/---- jp
V (P/Q) = (1 - ^— ^— -3- , arc sen, q) .
1 - q2

19) Sabemos que p 2 + q 2 < 1 logo p 2 < 1 - q 2 e p <■ / 1 - q 2

0 j E. ^ ~ q2' = _ P.„ . < | = X , logo 0 < 1 - ? -Ó r..Zl q_ í 1 .


1 ' <32 J T 7 ^ P 1 - q2

29) 0 = arc sen q q = sen©, pela definição de My0 per

tence ao primeiro ou quarto quadrante, logo - ~ < 0 ^ ■— .


76

• f) T é continua desde que cada função coordenada é co

tinua.

g) Calcularemos a composição:

19) (f o ip)

(¥ o ip) (r,0) = 'MiJ)(r/0)) = ^((1 - r )cose , sen0) =

1
(1
\ J- “- -
rL. )cos 0 y 1 - sen^0
U „ — ~— -------------- — / arc sen q) . =
/ V /U O KJ V _L — O C l i G

1 - sen20

2
(1 _ (1 - r )cosQ cos© gj ^1 _ (1 - r )cos 0 gj
1 - sen20 cos20

= (1 - 1 + r, 0 ) = (r, 0 )

29) (jp o Ÿ)

(ip o y ) (p ,q) = y/i


(Ÿ (p,q) ) = \p (1 - 2-- ~2 , arc sen q)
5---- 9—
1 - q2

p vi/i 2
(1 - (1 - —----i - ~q — )cos (arc sen q) , sen (arc sen q)
1 ~ q2

= (EA_LjlS?. cose, sen0 ) = ( R ^ l I s l _ y / T T ^ 2"^ g ) = (p,q )


1. - q z 1 - q2

Provamos assim que y é a função inversa de \p. Como ara-

bos sao continuas, concluimos que ip é homeomorf ismo. Portanto E ,

ê uma variedade, com fronteira.

Triangulação de uma superfície com fronteira

3) Definição:

Uma triangulação de uma superfície S com fronteira con­


77

siste em um complexo simplicial K e um homeomorfismo f: /K/ -*■ S.

No caso de superfície compacta sem fronteira, toda a aresta é

exatamente aresta de dois triângulos.

Na triangulação de uma superfície compacta com frontei­

ra, algumas arestas serão de apenas um triângulo. Essas prestas

estão contidas na fronteira. Existe um teorema que afirma; Toda

superfície copipacta com fronteira é triangulável (demonstração

feita no fim deste trabalho).

Orlentabilldade de superfície com fronteira

4) Definição:

Seja K uma triangulação para uma superfície S com fron­

teira. S ê orientãvel se ê possível escolher uma orientação para

os triângulos, de modo que a mesma venha a induzir na aresta co­

mum aos triângulos, dois a dois adjacentes, orientações opostas.

Caso contrário dizemos que a superfície S ê não orientãvel,

A orientabilidade de uma variedade com fronteira depende

essencialmente da orientabilidade de seu interior considerado co-


O
mo uma variedade não compacta. Observa-se que cada componente do

bordo de uma n-variedade é uma (n - 1 ) variedade que pode ou não

ser orientãvel, pode acontecer os dois casbs. Por exemplo a fron­

teira de K x [0,1] é uma 3-variedade cuja fronteira é duas cópias

disjuntas de K, (Kx {0} e K x {1}), o mesmo acontecendo com

T x [0,1]. Entretanto nem toda variedade com fronteira é da forma

M x [0,1] como por exemplo: dentro de um toro colocamos várias ou

tras superfícies, como mostra a figura, e consideramos a superfí­

cie entre os toros oca.


7-ff

Desta forma temos uma 3-variedade cuja fronteira é com­

posta de um toro, um bi-toro, um tri-toro. O estudo de problemas

do tipo: qual o tipo de variedade que pode ser componente da

fronteira da mesma variedade, chama-se cobordismo e tem implica -

ção profunda em topologia e geometria moderna, no entanto foge do

nosso interesse.

Classificação de superfícies conexas, compactas . com

fronteira.

Como foi feito para as superfícies, vamos classificaras

superfícies com fronteira construindo modelos através dos quais,

podemos comparar superfícies com fronteira. Sabemos que se em uma

superfície compacta, selecionamos um número finito de discos fe -

chados disjuntos e retiramos seus interiores, obtemos uma superfí

cie com fronteira, sendo o número de componentes da fronteira,

igual ao número de discos escolhidos. Reciprocamente, suponhamos

que M é uma superfície com fronteira compacta, cuja fronteira te­

nha K componentes, K > 1 . Cada componente é uma l~variedade conexa

compacta, isto ê, uma circunferência. Tomando K discos fechados

e colando a fronteira do i-ésimo disco a i-ésima componente da

fronteira de M, obtemos uma superfície compacta M * .


79

0 aspecto topológico da superfície resultante M* depen­

de somente do tipo topológico de M.

A recíproca não é tão óbvia. 0 tipo topológico da superfície com

fronteira M, depende somente do número de componentes da sua fron

teira e do tipo topológico da superfície M* obtida ao colar um

disco sobre cada componente da fronteira. Estabelecemos este re -

sultado através do teorema.

5) Teorema:
)

Sejam e M 2 superfícies conexas e compactas com fron­

teira, suponhamos que suas fronteiras tem o mesmo número de cortipo

nentes. Então e M 2 são homeomorfa? se e somente se são as su­

perfícies m£ e M * .

Procederemos demonstrando que M, e M,, são homeomorfas


i. z
a um polígono com certos pares de arestas identificados, chamada

"forma normal". Primeiramente explicaremos em detalhes as formas

normais.

a) Forma normal de uma esfera com K buracos.

Como sabemos uma esfera ê representada por um polígono

de 2 lados cujas arestas estão identificadas segundo o símbolo

a a’’^. Façamos K buracos neste polígono (fxgura abaixo a) .


80

b-i

Então, a partir de um vértice da fronteira, fazemos os cortes

c^ ,c2 , . . . ,c^. até a componente correspondente ••*/b^..

Abrimos cada-
1 corte até obter o polígono da figura acima, b. Gene­

ralizando obtemos um polígono, cujas arestas estão identificadas

segundo o símbolo:

(a a’"'*') (c^ b 1 o"1 ) (c2 b 2 c”1 ) (c^ b^ c” 1 ) . . . (c^ b^ c^') .

b) Fprma normal de uma soma conexa de n-toros com k

racos. Na figura abaixo temos o procedimento desta forma normal,

sendo n = 2 (número de toros) k = 4 (buracos). Geralmente o resul-

tado, é um polígono de 4 n + 3 k lados identificados segundo o sím

bolo.

-1 “1 -1
(a, b.. a. ) . . . (a b a b ) ..
1 1 1 n n n n

(C1 hl Cl1) ■ ■(o2 b2 C21 ) ’•• (ck b k Ck l!


81

c) Forma normal de uma soma conexa de n-planos projeti­

vos com k buracos.

Demonstraremos através da ilustração abaixo com n = 2 e

k = 4.

Generalizando obtemos um polígono de 2 n + 3 k lados, identifica­

dos segundo o símbolo:

--1 -1
(a ^ (a2 a2 ^ • • • • (a^ ^^"1 ^1 ^"1 ) • • • • ( bj^ c^ ) .
82-

Seja M uma superfície compacta com fronteira com uma triangulação

dada. Podemos supor sem perda de generalidade que são válidas as

seguintes propriedades: Se uma aresta tem os dois vértices na

fronteira, então toda aresta está contida na fronteira e nenhum

triângulo tem mais de uma aresta contida na fronteira.

Se e^ta condição não for possível, podemos conseguí-la

subdividindo çada aresta em duas arestas e cada triângulo em 6

triângulos, este [processo] recebe o nome de subdivisão baricên -

trica.

Exemplo:

Podemos subdividir baricentricamente novamente, , caso

for necessário, observamos que a nos$a triangulação verifiça a

seguinte situação:

Sejam T. e T. triângulos que tenham cada um uma aresta


! J '
contida na fronteira.

Então T\ e Tj são disjuntos, ou tem um vértice em co­

mum, que é um vértice da fronteira.

Designemos por ,b2 / . . ./b^. as componentes da fronteira. Se T é

um triângulo que tem parte comum com uma das componentes en­

tão existe duass arestas em T que tem um vértice em b mas não

estão contidas em b ..
i
83

Analogamente se e é uma aresta que tem um vértice em

h K , sem estar contido em b^ , então e é aresta de dois triângulos

que cortam ambos a -b .

Segue que as arestas e triângulos que tem parte comum

com b ^ , mas não estão contidas em b ^ , podem ordenar-se em um ou

mais ciclos de arestas e triângulos alternadamente.

T,,e1 ,T ,e 0 ,.,.,T ,e„,T + 1 = T, tal que cada e . é aresta de T.


1 1 2 / ' n n n 1 ^ 3 3
e T. , e cada T. tem a e. , e e. como aresta.
J+1 3 J-l J

Das condições impostas a triangulação de M, é óbvio que

a união dos triângulos que tem uma parte comum çqiíi b^

ê homeomorfa a uma região poligonal do plano, com um buraço.

Vejamos um exemplo para n = 17.

Teremos uma região poligonal destas, para cada componen

te b^ da fronteira, 1 ^ i ^ k.

Designamos por T^,...rT os triângulos restantes da

triangulação de M, não contidos em nenhum dos polígonos P.., l^i^k.

Com estes k polígonos e e triângulos, podemos realizar o processo

seguido na primeira parte da demonstração do teorema 1 pág, 51.


84'

Resulta ura único polígono no plano, que tem k buracos em seu inte

rior e as arestas que estão na fronteira do polígono estão identjL

ficados aos pares.

Podemos, se necessário, aplicar as outras partes da de­

monstração do teorema 1 pág. 51, a este polígono com buraco. No

final do processo obtemos um dos três tipos de polígono, no caso

Em cada caso, todos os vértices estão identificados a um só. Para

completar a demonstração devemos fazer cortes c^,c2 ,. . . ,c^. desde

o vértice inicial do polígono até a fronteira de cada buraco e

abrir cada um destes cortes, obtendo uma das três formas normais

possíveis, com a qual completamos a demonstração.


85

6) Característica, de Euler de uma superfície cora fron -

tei r a .

A característica de Euler de uma superfície com frontei.

ra, é definida do mesmo modo que a característica de uma superfí­

cie sem fronteira. Isto é a soma alternada de vértices, arestas

e faces de uma triangulação. Com a característica de Euler, pode­

mos dar um conjunto completo de invariantes para a classificação

de superfícies com fronteira compactas.

7) Teorema

Duas superfícies e M 2 compactas com fronteira são

homeomorfas se e somente se tem o mesmo número de componentes da

fronteira, são ambas orientáveis ou não orientáveis, e tem a mes­

ma característica de Euler.

Demonstração:

Usando o teorema n9 5 pág. 88 e n? 20 pág. 81 e tendo

como hipótese = M 2 é óbvio que: e M 2 tem o mesmo n9 de com­

ponentes da fronteira, são ambas orientáveis ou não, e tem a mes­

ma característica de Euler.

Seja M? com i = 1,2, a superfície compacta obtida co­

lando ao longo da fronteira de M^, i = 1,2 a fronteira de n-dis-

cos fechados. A característica de M* ê dada por:

■x(M*‘j = x(M^) + nx(D) - 2n, como x(D) = 1 temos rx (M*)) = x (M^) -n,

analogamente x (M*) = x(M2 ) - n. Como por hipótese x(M^) = x

mos: • x(M*) + n = \ x(M^) + n, pelo teorema n9 20, pág.81 .

M1 r M2 e Pel° teorema n9 5 pág. 8 8 , , cqd. Sobré mode

los de superfícies compactas com fronteira, ver referência [1],


86

pág. 4-3 • Outro invariante topológico é o grupo fundamental. Usan­

do o conceito de grupo fundamental, podemos demonstrar que duas

superfícies são homeomorfas, se seus grupos fundamentais são iso­

morfos, tendo o mesmo número de componentes e ambas orientáveis,

ou não orientáveis. Podemos usar este invariante para distinguir

entre as classes de superfícies compactas. Sobre o grupo fundamen

tal de uma superfície compacta ver referência [1 ] pág. 129.

Uma 3-variedade triangulada (com fronteira) é um comple

xo k que é também uma 13-variedade (com fronteira), k então tem uma

estrutura a fim fixada e funções linear por partes podem ser defi

nidas.

Teorema 8 :

Toda 3-variedade é triangulãvel.

Seja M uma 3-variedade, como as componentes c a de M

são localmente compacta (porque são compactas); elas são abertas e

fechadas.

Vamos provar que cada componente ê triangulãvel, pode -

mos sem perda de generalidades assumir que M é conexo pois

M = V c ■. De acordo com o corolário da pág. 225, da proposição 7


ai
pág. 226, proposição 23 pãg.;2r07 da referência [5] , concluimos que

sendo localmente compacto e métrico, M é então a união de um con-

tãvel número de conjuntos c a , compactos. Cada ponto de M tem uma


3
vizinhança Ep homeomorfa a E .

Para cada ponto P £ M, seja a e a 1 vizinhanças fecha-


P P
das de p, sendo e simplexos relativos a um fixo sistema de

coordenadas cartesianas em E , tal que a' d (a ).


P P P
Existe então unia subcoleção contãvel e localmente fini-
f
ta •O2 r ••./o 1 os quais cobrem M. Para cada i temos os conjun -
tos e , sejam os conjuntos e E^ correspondendo ã .

Seja k^ um 3-simplexo relativo a E ^ , estando em I ( ) e contendo

em seu interior. Suponhamos que seja dado um conjunto k^ que ê

uma 3-variedade triangulável com fronteira, tal que a' çr-j^ )

Sejam os simplexos o. e a! n na seguinte situação: Os ponjun-


1 +X 1 + 1.
tos K. f\ 3' (a. ,) e K. f~\3,(a.' onde 3 é a fronteira, são fe-
1 1 H" X X 1 H* X

chados e disjuntos.

Mostraremos que existe uma 2-variedade L com fronteira,

tal que L é um poliedro em K . , e L separa K. 3 ' (a. ,) de


«1« 1 • > X *1*X

K X. ‘ 3 1 (aj
X + JL
) em K X. , com 3' (L) C 3' (K1•) . Existe uma vizinhança

poliédrica fephada V de KL 3 ' (o|+1) em , tal que

U f\ K± f\ 3’ (üi+1) = 4>*

Juntando a V vizinhanças poliédricas, suficientemente pe

quenas (em K^) primeiro os vértices, em seguida as arestas e en­

tão as faces 2-dimensionais, obtemos uma vizinhança poliédrica V'

de V em K ., ,tal que 1 - V ' H K, A & M d . = d> ■é a.:. fronteira


-L X X +X

L' e V' em L ê uma 2-variedade com fronteira, tal que

3 “ (L') d 3' (K± ) .

0 conjunto procurado L é então L ‘ - a! ■, (= L' - I (a ! -,))


X +X X +X
e assumiremos sem perda de generalidade, que L ê irredutível com

respeito as propriedades dadas. Seja o fecho da união de todas

as componentes de K. - L que intersepta o' . Então K! C l (oj .


X X+ X X ,* +x

Seja kV o fecho de - K|. L então tem uma vizinhança fechada N

em K| tal que N é uma 3-variedade com fronteira e um poliedro re­

lativo para 1^, tal que N A o j +1 = <|> . U = I (N) , então tem uma

descomposição simplicial no qual todo 3-simplexo é um 3 - simplexo

relativo para .

Seja 4> como no teorema 2 referência [7] pág. 29' tal que
88

<j>(p) é contínua sobre N, tal que c|>(p) = 0 para cada ponto de

$' (N) , tal que para cada ponto p de U , <|>(p) é menor do que a dis-

tância de p para K ? . A hipótese do teorema 2 é então satisfeita,

K do teorema 2 sendo uma 3-variedade triangulada que contém

como um subcomplexo, K" do teorema 2 sendo E^ + 1, e o f do teore

ma 2 sendo a identidade em U.

Sej$ f conforme a conclusão do teorema 2.

Seja W uma vizinhança fechada de cr! em K! , tal


3~ 3 i
que W C I ( N ) Kj I (L) , tal que W é uma 3-variedade com fronteira e

um poliédro relativo para . Seja W igual a f ’ (W). Então

W 'n KV C l (L) .. Seja X uma vizinhança fechada de


»
'UI,, o C l ( K ! - W ’) U o! , em E . + ;1), Cl é o fecho, tal que
j — -L j X 1 t X 1

X é um poliédro relativo para E^ + 1, imposição geral relativa a

W e X K . , = K'.! ü W ' U X é então uma 3-variedade


i í +l i
com fronteira, homeomorfa a um complexo finito e I c o n t é m

U1 , a'*
3=1 3
A referência K^,K^,..., de 3-variedades trianguladas

com fronteira, definida por meio do processo anterior não é neces

sariamente monotonamente crescente.

De qualquer maneira torna-se finalmente fixo iia vi­

zinhança de qualquer ponto dado, no sentido que cada estágio

K^ + ^ - C +1 tem uma decomposição simplicial que usa todos

os simplexos da decomposição de K^ exceto a possibilidade para

aqueles que interseptam Portanto M é trianguiãvel'.


BIBLIOGRAFIA

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