Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A Inteligência Competitiva
modelando o Sistema de
Informação de Clientes –
Finep*
Maria da Glória Botelho INTRODUÇÃO Os clientes da Finep são clientes es-
Battaglia peciais, porque estão ligados direta-
A Financiadora de Estudos e Projetos mente ao desenvolvimento científico,
(Finep) é uma empresa pública, vincu- tecnológico e industrial do país e inse-
lada ao Ministério de Ciência e Tecno- rem-se no macroambiente, isto é, go-
logia, criada com o objetivo de fomen- verno, empresas, universidades e a
tar técnica e financeiramente estudos, sociedade. A relação Finep-cliente é o
pesquisas, projetos e programas de im- próprio movimento do desenvolvimento
portância para o desenvolvimento cien- científico e tecnológico, explicitado por
tífico e tecnológico do país, de acordo meio da informação. A relação com os
com as metas e prioridades setoriais clientes é de importância capital para
fixadas pelo governo federal. É o prin- a Finep, sendo, portanto, necessário
cipal órgão responsável pela seleção, melhorá-la em face das exigências da
análise e financiamento de projetos na globalização.
área de inovação industrial, ciência e
tecnologia, desde a fase de pesquisa O objetivo maior deste estudo é a pro-
básica até a etapa de industrialização posta de construção de um modelo de
e comercialização. Pela natureza de Sistema de Informação de Clientes da
suas atividades, a Finep acumula infor- Finep, a partir dos elementos da inteli-
Resumo
mações relevantes em C&T contidas em gência competitiva. Além da grande
A Finep, cuja missão é « fazer da ciência e
documentos que caracterizam suas mudança que a nova estrutura de da-
tecnologia instrumentos para construir o operações de financiamento de proje- dos vai trazer na relação com os clien-
futuro do Brasil », necessita hoje de um tos: trata-se de informações tanto cien- tes, alguns benefícios serão alcança-
sistema de informação modelado para tíficas, quanto tecnológicas e indus- dos de imediato e ao mesmo tempo
atender, ao mesmo tempo, os clientes que
buscam financiamento e a sociedade/
triais, geradas pelos seus clientes. será possível também tornar disponí-
comunidade de C&T, enquanto atores do veis, para a comunidade de C&T, infor-
desenvolvimento, de onde novas demandas mações sobre as instituições e empre-
de financiamento são apresentadas. Este sas clientes da Finep, além, natural-
estudo propõe um sistema de informação
de clientes pautado nos componentes da
mente, de aumentar o grau de informa-
inteligência competitiva, para que a ções da Finep sobre o potencial de
empresa Finep desempenhe, cada vez seus clientes e a possibilidade de
melhor, a sua missão de apoio financeiro à acompanhar o movimento dos diversos
área de C&T, orientando as próprias
demandas com base no movimento dos *
Este artigo foi extraído da monografia elabo-
setores econômicos e, ao mesmo tem-
diversos setores inseridos nesse mundo rada para obtenção do DEA – Diplome d’Etudes po, oferecer estas informações nos
globalizado e gerenciando melhor suas Approfondies pela Universidade de Marseille vários níveis para a tomada de decisão.
operações contratadas. O Sistema de III em Inteligência Competitiva e teve a orienta-
Informação de Cliente para a Finep, uma ção dos professores:
vez em funcionamento, constituir-se-á Lena Vania Ribeiro Pinheiro, doutora em
também em suporte para a estruturação de Comunicação e Cultura, mestre em Ciência da
uma unidade de inteligência competitiva, a Informação, prof. do Curso de Pós-gradua-
fim de apoiá-la nas ações inerentes à ção em Ciência da Informação da Escola de
execução de seu negócio, dos planos de Comunicação da UFRJ e chefe do Departa-
negócio de suas unidades e na sustentação mento de Ensino e Pesquisa do Instituto Brasi-
de suas vantagens competitivas. leiro de Informação em Ciência e Tecnologia -
IBICT e Maria Fátima Stollenwerk, mestre
Palavras-chave em Gestão Tecnológica e DEA em Ciência da
Informação e Comunicação e técnica da Pe-
Financiadora de Estudos e Projetos trobrás. M. Henri Dou Professeur Directeur
(Finep); Sistema de Informação; Sistema du CRRM – Université Aix – Marseille III e M.
de Informação de Clientes; Inteligência Luc Quoniam Maître de Conférence, CRRM
Competitiva; Clientes-Finep. – Université Aix – Marseille III
INFORMAÇÃO: CHAVE PARA O nológica é o insumo para atividades de las é a revista científica, ou seja, o
DESENVOLVIMENTO DA pesquisa científica e tecnológica e para periódico. Nesse contexto, o periódico
INTELIGÊNCIA COMPETITIVA a aplicação em desenvolvimento eco- científico é o meio de comunicação for-
nômico e industrial “3 . Para aprofundar mal mais importante, porque registra e
A inteligência competitiva é fundamen- os conceitos “científico” e “tecnológi- divulga a produção científica.
tada em duas grandes bases: a infor- co” e sua contribuição em ICT, anali-
mação e a velocidade de seu uso. Es- samos cada um de per si, associan- O ciclo de informação na área tecnoló-
tes dois componentes são chave para do-os ao conceito de informação. Ci- gica é diferente. O segredo é funda-
o entendimento da inteligência compe- ência é considerada por Longo como mental para o seu desenvolvimento e
titiva, pela simples razão de que a in- “um conjunto organizado dos conheci- para protegê-la existem as patentes,
teligência competitiva faz uso de tipos mentos relativos ao universo, envolven- cujo sistema é estruturado com infor-
e fontes diversas de informações em do seus fenômenos naturais, ambien- mações tecnológicas das mais relevan-
uma velocidade muito grande para tais e comportamentais” 4. A geração tes possíveis, favorecendo o país pro-
monitorar desenvolvimentos de produ- do conhecimento científico se faz por prietário da tecnologia.
tos, processos, serviços e posições de meio da pesquisa ou investigação ci-
mercado. Na realidade, a velocidade é entífica, seguindo as etapas do méto- Tecnologia é, em síntese, definida por
o grande desafio, porque mais que o do ou metodologia científica. Ainda o Longo como um conjunto ordenado de
desenvolvimento tecnológico, o marco mesmo autor define tecnologia como conhecimento, e a sua transferência é
fundamental do século XX é a velocida- o conjunto organizado de todos os entendida como a capacidade de do-
de com que as mudanças acontecem, conhecimentos científicos, empíricos mínio e uso desses mesmos conheci-
e a inteligência competitiva tem a fun- ou intuitivos, empregados na produção mentos, por outros países que não só
ção de monitorar estas mudanças para e comercialização de bens e serviços4 o detentor da tecnologia. Por analogia,
que as empresas mantenham seu po- .
A estreita ligação entre ciência e tec- a transferência de informação é a trans-
sicionamento e se tornem cada vez nologia fez surgir o binômio Ciência e ferência, de um país a outro, de infor-
mais competitivas no mercado global. Tecnologia (C&T) e a forma de se co- mação registrada em algum tipo de
No entanto, é necessário conhecer bem municar estes conhecimentos é por suporte material, em qualquer área.
os tipos e fontes de informação, seus meio da informação. Dentro desse en- Assim, a informação é um componen-
conceitos e onde são gerados, e é na foque, e com base no conceito de Agui- te fundamental para que a transferên-
ciência da informação que vamos en- ar, informação científica, por sua vez, cia de tecnologia e da própria ciência
contrá-los. é a expressão de todo o conhecimen- aconteça. Miranda considera que es-
to que envolve a pesquisa básica, apli- tamos em um mundo de países produ-
A ciência da informação é a disciplina cada e o desenvolvimento experimen- tores e exportadores de informação e
que faz da INFORMAÇÃO o seu obje- tal, objetivando o reconhecimento pela de países importadores, com baixo
to de estudo, considerando a sua pro- comunidade que os criou, a divulgação poder aquisitivo e com baixa capaci-
dução, análise, transferência e absor- do novo conhecimento obtido e a pro- dade de consumo, muitas vezes obri-
ção. Portanto, é da ciência da informa- priedade intelectual do pesquisador 2 . gados a importar base de dados ou
ção que vamos derivar os conceitos que A informação científica é gerada no coleções de documentos sem real uti-
explicitem o que é “informação” e quais meio acadêmico e se insere no ciclo lidade6 . O mesmo raciocínio é expres-
as suas formas de abordagem. Segun- pelo qual o pesquisador produz co- so por Menou, quando afirma que “ os
do Lena Vania Pinheiro, podemos con- nhecimento, comunica-o a seus pares países desenvolvidos ditam as diretri-
siderar a INFORMAÇÃO como objeto informal e formalmente, consome co- zes e subordinam, consciente ou in-
de estudo complexo e intangível, pro- nhecimento e volta a produzir novo co- conscientemente, pelo poder da sua
duzido e absorvido pelo homem, em um nhecimento, em um ciclo de auto- posição monolítica, a produção de co-
ciclo também complexo, uma vez que alimentação. Portanto, o cientista nhecimento e de informação, de acor-
envolve o processo cognitivo (1). É a gera e consome conhecimento. O pro- do com seus interesses” 7 .
partir deste contexto que podemos ar- duto da ciência é basicamente um
rolar alguns conceitos de informação, novo conhecimento, que é repassado A informação tem, portanto, poder de
especialmente aqueles ligados ao de- por meio da informação, tendo como dominação e é capaz de ditar regras
senvolvimento científico e tecnológico. suporte o documento5 . que sejam de interesse dos países
A Informação em C&T na definição da desenvolvidos para manter posição de
Unisist II, conferência promovida pela O domínio público da literatura científi- mercado e garantir vantagem competi-
Unesco, “é constituída de elementos ca faz parte do processo de comuni- tiva, a qual está ligada ao esforço con-
simbólicos utilizados para comunicar cação científica, sua atividade mais tínuo de atualização, cuja atividade de
o conhecimento científico e técnico, importante é a avaliação da produção monitoramento torna-se imprescindível.
independente de seu caráter (numéri- científica feita pelos pares, pelos refe- Segundo Figueredo, o problema se tor-
co, textual, icônico etc.), dos supor- rees, cujo resultado é determinante na muito mais complexo quando a
tes materiais e da forma de apresenta- para que a publicação ocorra e conse- transferência de informação é conside-
ção2 . Mautort considera a informação qüentemente para o seu reconhecimen- rada como transferência de tecnologia8 .
insumo para o desenvolvimento cientí- to. O cientista vive, por essas razões, Dentro desta ótica, Miranda considera
fico e tecnológico e adota a seguinte em torno de suas publicações e um transferência de tecnologia e de infor-
definição: “informação científica e tec- dos veículos usados para disseminá- mação termos xipófagos, complemen-
tares, indissociáveis6 . Como no proces- cidadãos e reduzir a distância entre as bens, o invento, a inovação, está, por-
so de transferência de tecnologia tam- nações dos que têm e as que não tanto, voltada para o desenvolvimento
bém a transferência de informação está têm”10. No entanto, a transferência de econômico. A experiência de trabalho
ligada à especificação de uma deman- informação por si só, não assegura a na Finep mostrou que o ciclo de infor-
da, detalhada por quem vai usá-la e é transferência de tecnologia, e Longo mação tecnológica é mais complexo,
no momento do uso que lhe vai ser atri- afirma que “o termo transferência de porque envolve sigilo e restrições, sen-
buído um valor. Pierson tem isto muito tecnologia” não expressa o que ocorre do inclusive condições expressas nas
claro, quando afirma que as necessi- no processo. O uso da palavra transfe- cláusulas contratuais. Evidentemente,
dades são determinantes para o uso, rência, e não compra, dá idéia de que o acesso é mais difícil, apesar de ser
e conseqüentemente o valor da infor- o cedente está realizando uma ação de suma importância, porque a infor-
mação sofre influência do próprio de- altruística, fornecendo ao receptor to- mação tecnológica, seja a recente, seja
mandante que pode ser o pesquisador, dos os conhecimentos que possui so- a retrospectiva, é o insumo necessário
o grupo ao qual pertence e a institui- bre determinado assunto, para ajudá- ao desenvolvimento.
ção na qual está inserido. O autor afir- lo a resolver um problema. Na verdade,
ma, ainda, que a informação não tem o que ocorre é uma venda, na qual, O sistema de propriedade industrial
um valor absoluto, mas sim um valor quase sempre, o vendedor esconde os assegura não só o sigilo e as restri-
que é dependente do tempo em que conhecimentos e vende as instruções11. ções sobre a tecnologia, como permi-
chega ao usuário(9). Para Menou, o Nos países em desenvolvimento, o ter- te também que as informações possam
conceito de transferência de informa- mo “transferência de tecnologia” refe- ser usadas livremente, de forma a sub-
ção está diretamente relacionado à ade- re-se mais ao processo de importação sidiar novas pesquisas. Depois que
quabilidade da informação. Neste sen- de tecnologia. O proprietário da tecno- passa o tempo estabelecido pelo de-
tido, a informação segue os mesmos logia é protegido por um monopólio le- pósito legal, então a informação passa
passos e as mesmas exigências da gal, por meio do sistema de patentes. a ser disponibilizada nos sistemas de
própria transferência de tecnologia. Ela A transferência de tecnologia só acon- informações de patentes, nos órgãos
deve ser apropriada e para isto, a infor- tece quando no processo os pré-requi- oficiais de propriedade industrial e em
mação para ser considerada apropria- sitos necessários são estabelecidos e escritórios especializados. A patente
da para um país, para um pesquisador respeitados, ou seja : motivação para se inclui entre os direitos de proprie-
ou para um usuário comum deve ser a que seja de fato transferida; recursos dade industrial e pode ser definida
expressão de uma demanda, que sa- financeiros suficientes para assegurar como: “Um privilégio temporário que o
tisfaça às suas próprias necessidades, a viabilidade do projeto; recursos hu- Estado concede à pessoa – física ou
tradições, condições materiais e pa- manos adequados (mão-de-obra que jurídica – pela criação de algo novo,
drões culturais(7). Uma das razões para garanta habilidades técnicas, gerenci- com aplicação industrial, suscetível de
que a informação deva ser adequada é ais e de produção). Sem estes fato- beneficiar a sociedade”, ao mesmo
o fato de que a sua vida útil é curta, res, não há transferência de tecnolo- tempo, protege o titular e lhe confere o
em face da aceleração do processo de gia, ou ela é incompleta ou é impró- direito de impedir que terceiros, que
inovação e mudança instalado, rapida- pria12. A solução seria conhecer, domi- não tenham a sua licença, possam pro-
mente entra no processo de obsoles- nar, absorver e utilizar e/ou adaptar as duzir, usar, colocar a venda, vender, im-
cência. Ao mesmo tempo, o não co- tecnologias já disponíveis, para redu- portar o produto ou processo objeto da
nhecimento do que já é passado impe- zir o atraso tecnológico. O monitora- patente 13. Para a Organização Mun-
de a compreensão do contexto e das mento da evolução tecnológica e do dial de Propriedade Industrial (Ompi),
tendências futuras, além de ser a base progresso científico é fundamental nes- a patente é um documento expedido
para o avanço científico e tecnológico. te processo. E, para que este acom- por um órgão governamental, que des-
A informação tem, portanto, o momen- panhamento tenha sucesso, a informa- creve a invenção e cria uma situação
to certo para sua existência, para sua ção organizada, analisada e automati- legal, na qual a invenção patenteada
aplicação e para o seu uso. Se não for zada tem um papel relevante neste pode normalmente ser explorada (fa-
utilizada no momento certo, pode se contexto. O conceito de tecnologia bricada, importada, vendida e usada)
tornar obsoleta e perde o seu valor. O apropriada se relaciona com a infra- com autorização do titular. A caracte-
estudo de citação determina a curva estrutura de um país, com as necessi- rística principal do documento de pa-
de vida de uma informação. A sua ida- dades de seus usuários e com o meio tente é o requisito de patenteabilida-
de é fundamental para o seu uso. ambiente onde ela flui e que, depen- de, o que significa que só é patenteá-
Quanto mais nova, mais útil será, mais dendo dos objetivos, características, vel a invenção que atenda aos requisi-
valor terá. atuação, dá a ela funções específicas12. tos de novidade, isto é, que não tenha
sido divulgada antes, que seja inédita,
A capacidade de gerar e de absorver Na área tecnológica, o produto final portanto que não tenha existido ainda,
informação – conhecimento – é medi- não é o conhecimento sob a forma de que possua atividade inventiva e aplica-
da para se avaliar o desenvolvimento documento publicado ou não, e sim a ção industrial, passível, portanto, de ser
de um país. Neste contexto, Borko afir- própria tecnologia (incluindo o método, comercializada14. A invenção é consi-
ma que a “informação é um meio pelo processo, equipamentos, dispositivos, derada nova quando não está inserida
qual uma nação em desenvolvimento ou seja, o PRODUTO) industrializável no estado da técnica, e este é constitu-
pode aumentar o seu produto nacional e comercializável. Seu desenvolvimen- ído por todo o registro de acesso públi-
bruto, elevar o padrão de vida de seus to envolve diretamente a produção de co antes da data de depósito do pedido
de patente, por descrição escrita ou oral, samos na industrialização e nos tipos dentre outros”16 . É portanto, todo o co-
por uso ou qualquer outro meio, no país de informação que uma indústria ne- nhecimento que permite comparar con-
de origem ou no exterior. cessita para o seu desenvolvimento. A dições nacionais, oportunidades, ope-
informação tecnológica é, portanto, ori- rações internacionais e assim fornecer
O documento patente é tão importan- entadora da produção, mais do que isto, orientação aos investimentos públicos
te, que o seu conteúdo informacional ela gera novas informações, comple- e privados, subsidiando formulação de
está estruturado em três níveis. O pri- tando o ciclo de retroalimentação. políticas e tomadas de decisão. Porter
meiro nível diz respeito aos dados de considera que a informação represen-
identificação, que correspondem às A Federação Internacional de Docu- ta importante papel no processo de ino-
informações sobre país de prioridade, mentação (FID), define Informação Tec- vação, o qual muitas vezes resulta em
países de depósito, países designa- nológica como “todo o conhecimento investimentos simples em P&D. Fre-
dos, número de publicação, data de de natureza técnica, econômica, mer- qüentemente, resulta no esforço de
prioridade, nome do inventor, empresa cadológica, social etc., que, por sua olhar no lugar certo, não obstruído por
depositante, título da invenção, códi- aplicação, favoreça o progresso na for- suposições cegas ou pelo conheci-
gos da CIP (Classificação Internacional ma de aperfeiçoamento e inovação”15. mento convencional17.
de Patentes), natureza do documento. O conceito da FID trata de todo tipo de
O segundo nível, retrata, por meio de informação ligada ao desenvolvimento É importante dizer que não há clara-
resumos, o conteúdo informacional téc- industrial, econômico e social, no que mente um divisor de águas nos vários
nico das patentes. Normalmente estes diz respeito tanto a uma empresa em conceitos que determinam a informa-
são elaborados, divulgados e dissemi- particular, quanto a uma nação. No ção científica e tecnológica. Elas se
nados com bastante atraso, impedin- entanto, a abrangência deste conceito complementam, estão associadas no
do que a informação de patentes cir- impede que se consiga reunir numa só momento do seu uso e de sua aplica-
cule com mais rapidez e responda com base de dados todas as informações ção. A informação científica é aberta,
mais precisão às exigências de rele- necessárias para que possa cumprir pela própria natureza do trabalho cien-
vância e pertinência. O terceiro nível é integralmente a sua função: a de pres- tífico. A informação tecnológica tem um
a informação completa, o documento tar informação tecnológica aos usuá- mercado, por isso mesmo é reserva-
inteiro, os textos completos. Estes, rios-alvo. da, muitas vezes tem caráter de sigilo.
normalmente, são disponibilizados pe- A informação para a indústria é o estí-
los organismos oficiais de propriedade O ciclo da informação tecnológica é mulo para o avanço tecnológico e tam-
industrial ou escritórios especializa- diferente da área científica, tem dina- bém um recurso estratégico, é uma
dos13. mismo próprio, especialmente porque commodity, um bem, porque tem valor
visa a uma aplicação industrial. Requer, de mercado, sobretudo na área tecno-
Nas bases de dados, o conteúdo infor- portanto, capital para investimento e, lógica e industrial. Para que a informa-
macional das patentes toma a forma como conseqüência, a exigência de um ção seja um recurso estratégico com
de referência bibliográfica, altamente acompanhamento muito de perto, até valor de mercado, precisa ser utilizada
padronizada, com ferramenta de recu- porque envolve muitas vezes a própria com rapidez e segurança.
peração própria e utilizada por todos sobrevivência da indústria ou a manu-
os países signatários da Organização tenção de sua vantagem competitiva. O volume de dados hoje existente e o
Mundial da Propriedade Industrial Klintoe define “informação para indús- crescimento exponencial da informação
(Ompi), que é a Classificação Interna- tria como o esforço intelectual para são exigências para a sua organização
cional de Patentes. Por esta razão, as estimular os administradores e técni- em sistemas de informação automatiza-
bases de dados internacionais de pa- cos de uma empresa, pública e priva- da voltados para atender às necessida-
tentes são de grande importância para da, no sentido de aperfeiçoar suas ope- des de seus usuários. Hoje, além dos
o monitoramento tecnológico e vanta- rações e inovar métodos, processos bancos de dados, são as novas tecnolo-
gem competitiva. É uma das principais produtivos e serviços, mediante a con- gias de informação que permitem traba-
fontes de informação estratégica utili- versão em resultados práticos de toda lhar com rapidez grandes volumes de
zadas pela Inteligência Competitiva. É a forma de conhecimento obtido por dados, com respostas precisas capazes
importante salientar, que, além das qualquer meio”16 . O mesmo autor dife- de antecipar mudanças e trazer vanta-
patentes, informações sobre inova- rencia, em termos conceituais, “infor- gens competitivas. Estas ferramentas
ções, contratos de transferência de mação para a indústria“ de “informa- são de fundamental importância para a
tecnologia, descrição de produtos e ção industrial” e conceitua informação inteligência competitiva.
processos são considerados informa- industrial como “o esforço de coletar,
ções tecnológicas por excelência. O avaliar e tornar disponível informações A recuperação da informação é deter-
relatório técnico e a carta-patente são sobre o setor industrial e suas opera- minante para a informação automati-
considerados documentos-chave na ções produtivas, gerando dados técni- zada. É de importância capital que seja
área tecnológica, outros, como normas co-econômicos, informações sobre planejada com cuidado, sobretudo no
técnicas, catálogos de equipamentos, tecnologias utilizadas, estrutura in- que diz respeito ao sistema de indexa-
especificações são também de impor- dustrial, produtividade setorial, estu- dores a ser utilizado como chave de
tância capital, porque, quando falamos dos de viabilidade, dados de investi- recuperação, porque por meio deles
em tecnologia associada ao processo mentos e retorno, implantação de in- serão definidas as consultas e relató-
de aperfeiçoamento e inovação, pen- dústrias, transferência de tecnologia, rios de saída. O processo de indexa-
ção objetiva estruturação e consolida- O conceito de inteligência competitiva co-financeiros, de mercado, cenários,
ção do sistema de informação, facili- surgiu na década de 80, como uma dis- clientes, fornecedores, transformados
tando não só o registro e recuperação ciplina capaz de integrar o planejamen- em “informação com valor agregado”
das informações, mas também a orga- to estratégico, atividade de marketing para a tomada de decisão e, ao mes-
nização das séries históricas. São fer- e de informação, objetivando o monito- mo tempo, monitora as metas estraté-
ramentas que precisam ser previamen- ramento constante do ambiente exter- gicas da empresa21.
te definidas, de forma a serem direcio- no, com respostas rápidas e precisas
nadas para atender às demandas dos à empresa no que diz respeito aos A informação organizada, sistematiza-
usuários e, ao mesmo tempo, agregar movimentos do mercado. O que torna da e automatizada tem papel relevante
valor à informação. Indexação é a re- o processo de inteligência competitiva nos dias de hoje, no mundo em que a
presentação do conteúdo temático dos diferente é a geração de resultados em hiperinformação é uma realidade, es-
documentos, utilizando termos de es- horas ou dias, em vez de semanas e pecialmente quando pensamos na In-
truturas hierárquicas, como tabelas, meses, normalmente requeridos com ternet, a maior rede mundial de com-
classificações, vocabulários controla- as metodologias tradicionais de pes- putadores, que diminui distâncias, der-
dos, listas de termos significativos e até quisa e planejamento, além da ênfase ruba fronteiras, com grande capacida-
mesmo a própria linguagem natural, de em perspectivas estratégicas em vez de de integração e é o próprio símbolo
forma a possibilitar o armazenamento, de exatidão numérica. O tempo para a de associação de velocidade, tecnolo-
as estratégias de busca, recuperação inteligência competitiva é fator funda- gia e informação. No entanto, é neces-
e pesquisa das informações, tendo mental para que seu uso possa ante- sário saber usá-la, não só no sentido
como ponto de acesso os termos que cipar. Caso contrário, a informação de nos mantermos atualizados, mas
lhes foram atribuídos18. deixa de ter um valor de agregação, de sobretudo porque se manter informado
inovação, de progresso, de estratégia. e saber usar bem a informação é uma
É interessante lembrar que a Inteligên- Na verdade, o valor da informação está vantagem competitiva, a inteligência
cia Competitiva faz uso de todos os ti- diretamente relacionado à otimização competitiva consolida esta afirmação.
pos de informação e de suas fontes do seu uso, e este é determinado por
diversas. Salientamos ainda que, além uma demanda e pela velocidade com A organização da informação em sis-
do conhecimento científico e tecnoló- que se aplica o resultado do levanta- temas e redes, tendo como ferramen-
gico, existem informações em forma de mento dos mais variados tipos de in- tas de suportes equipamentos de alta
indicadores que retratam o movimento formação. velocidade, com grande capacidade de
de setor de C&T e que são de extrema armazenamento e recuperação, provo-
importância para o acompanhamento Neste contexto, a inteligência compe- cou mudança de paradigma e nos le-
do desenvolvimento de um país e das titiva é sinônimo de capacidade de an- vou ao mundo encantado da informa-
quais a Inteligência Competitiva tam- tecipar as ameaças e novas oportuni- ção, onde praticamente o apertar de
bém faz uso. O Banco Interamericano dades por meio da informação valida- um botão muda a compreensão das
de Desenvolvimento, (BID) define indi- da para a tomada de decisão, em um coisas e nos leva a um mundo sem
cador como uma “especificação quan- processo contínuo em que a informa- fronteiras, mas altamente competitivo.
titativa e qualitativa para medir o atingi- ção é transformada em conhecimento Capra afirma que “pensar sistemica-
mento de um objetivo. Também é defini- no processo decisório da empresa, cujo mente” inverteu o paradigma científico:
do como a expressão numérica de um resultado final é na verdade “informa- onde se supunha que o todo era com-
objetivo”19. Neste contexto, a informa- ção com valor agregado”. Um sistema preendido a partir de suas partes, hoje
ção está sempre ligada aos conceitos genérico de inteligência competitiva o entendimento é a partir da dinâmica
de relevância e pertinência. De acordo deve ser capaz de contemplar as di- do todo. Ao mesmo tempo, o pensar
com Saracevic, relevância é o contato mensões tecnológica, econômica, po- sistêmico provoca a mudança do pen-
efetivo entre fonte e destinatário e per- lítica e social. Funciona como uma sar em termos de “estrutura” para se
tinência é a resposta adequada ao que antena na identificação de novas opor- pensar em termos de “processo”, onde
foi demandado20 . Finalmente, esta evo- tunidades e sinais de mudança do a estrutura é uma manifestação do pro-
lução de conceitos permite introduzir ambiente. Ao mesmo tempo, ajuda a cesso22. O pensamento sistêmico per-
uma classe de informações geradas empresa a não perder o foco estratégi- mite a relação de redes que represen-
através de um dos ciclos brasileiros de co no processo de coleta, armazena- tam os fenômenos em observação.
financiamento em C&T, ou seja, as in- mento e análise da informação. Neces- Hoje, as organizações são vistas como
formações de projetos financiados pela sita portanto, da estrutura de um pro- um todo orgânico, e esta nova forma de
Finep, definidas como um conjunto de grama sistemático de coleta e análise olhar é oriunda do trabalho de Bertalan-
dados, especificações técnicas e finan- de informação em fontes diversas, for- ffy23. Organizar a informação em siste-
ceiras de produtos, processos e servi- mais e informais e em redes de espe- mas e em redes permite que a informa-
ços, geradas pelos seus clientes e que cialistas. A Inteligência Competitiva tra- ção flua velozmente e, portanto, é de im-
retratam o movimento brasileiro rumo ta da informação estratégica para a portância capital para a sociedade da in-
ao desenvolvimento científico e tec- tomada de decisão, cuja coleta passa formação, para a empresa moderna e
nológico, no contexto deste estudo. por várias fontes e tipos de informação para a própria Inteligência Competitiva.
e a análise é elaborada por diferentes
A INTELIGÊNCIA COMPETITIVA especialistas. Envolve dados econômi- A Inteligência Competitiva está funda-
mentada na informação, na informação
• informações necessárias para a con- aos clientes, nos roteiros de financia- via Internet. Na verdade, é uma consul-
tratação: análise de crédito, análise mento, no Sistema de Informação Cor- ta que exige a divulgação prévia.
técnica, Decisão de Diretoria – Finep porativa, nos formulários de apresen-
e informações comprobatórias (certi- tação de solicitação de financiamento O instrumento de coleta de dados deve
dões negativas); e nos documentos da Finep. A figura 8 ser encaminhado aos diretores das
mostra a Estrutura de Dados que instituições, solicitando resposta com
• informações sobre linha de produtos comporá o Sistema de Informações brevidade. Caso a devolução não te-
e serviços e sua relação com o pro- de Clientes da Finep*. nha sido efetuada, mensagem de co-
cesso de inovação e transferência de brança deverá ser transmitida via cor-
tecnologia, informações relativas ao Inpi O universo das empresas e instituições reio. Um sistema em microcomputa-
(patentes requeridas, concedidas, con- será aquele que compõe a atual car- dor deve ser montado para o monitora-
tratos de transferência de tecnologia); teira de projetos da Finep, perfazendo mento da fase de coleta. Os dados
um total de 1.500 registros. Serão clas- serão globalmente atualizados a cada
• informações sobre atividades e infra- sificadas de acordo com o Sistema de dois anos. O Sistema de Informações
estrutura de P&D. Indexadores da Finep, excetuando-se de Clientes da Finep deverá estar dis-
a classificação de porte, que será a ponível em rede interna para toda a
Por último, deverão atender às neces- estabelecida pelo Sebrae. A coleta de Finep e via Internet só com as informa-
sidades de planejamento e operacio- dados será realizada por meio de for- ções consideradas não sigilosas. O
nais da Finep no que diz respeito a mulário eletrônico e em papel, acom- software será compatível com o siste-
análise de projetos; fomento; diagnós- panhado de seus anexos: tabelas e ma de informação corporativa, permi-
ticos setoriais; séries estatísticas; instruções para preenchimento. Deve- tindo a recuperação de informação
construção de cenários. se esclarecer a conveniência da es- a partir das chaves de busca especifi-
colha do meio para o fornecimento dos cadas a seguir. Deve permitir também
Estrutura de Dados dados, consultando o órgão sobre a for- recuperação mediante busca boolea-
ma escolhida: formulário, disquete ou na. As principais chaves de recupera-
A Estrutura de Dados é o resultado de ção serão planejadas de acordo com
pesquisa nos documentos referentes as necessidades internas e externas
*
Para melhor entendimento e especificidade
da Finep. É bom lembrar que, quando
dos dados ver:
BATTAGLIA, Maria da Glória Botêlho. A Inteli- falamos de recuperação, já estamos fa-
gência Competitiva como suporte para lando de Informação, sobretudo de in-
a construção de um modelo de Sistema formação com valor agregado porque
de Informação de Clientes para a Fi-
lhe foram atribuídas classificações e in-
nep. Rio de Janeiro / Marseille, CEIC /
DEA. Mémoire en vue de l’obtention du dexadores. A recuperação não traba-
Diplome d’Etudes Approfondies – lha com o dado, e sim com a informa-
DEA.,1998. ção, que já foi classificada, indexada,
e, portanto, oferece garantia de padro- quisa no mundo inteiro. Uma rede pode nos centros de excelência, nas univer-
nização e consistência. Quanto mais ser definida como uma organização de sidades e institutos de pesquisas e
precisa for a recuperação, mais valor coesão tênue de diferentes grupos li- empresas de consultoria que, na sua
agregado terá a informação. As cha- gados entre si por vínculos de nature- maioria, são clientes-Finep. A sistema-
ves de recuperação vão definir os rela- za diversa. Redes são tipicamente cen- tização de seus dados poderá se tor-
tórios de saída atendendo às necessi- tros “não-físicos”, que dispõem de mei- nar um subproduto do Sistema de Infor-
dades de informação estratégica, ope- os de comunicação avançados a fim mações de Clientes para Finep.
racionais e de algumas demandas ex- de promover a interação de participan-
ternas. Visualizam-se alguns resulta- tes com qualificações complementa- A atual Estrutura de Informações da
dos como produtos das chaves de re- res 31. O objetivo maior para a organi- Finep, a sua origem e o tipo de infor-
cuperação, a saber: zação das redes é reunir especialistas mação em que se inserem é retratada
diversos em torno de um objetivo co- pela figura 9, a seguir. É visível a inte-
1. As áreas de resultados poderão ter mum. As principais motivações para a gração de todos os elementos anteri-
insumos para construção de cenários, formação de redes incluem objetivos ormente elencados e suas inter-rela-
diagnósticos setoriais, formulação de estratégicos, preocupações de incer- ções dentro desta atual estrutura de
políticas, identificação de novas opor- tezas, fertilização cruzada, reduzir o ci- informações da Finep, os quais deve-
tunidades de financiamento; clo de desenvolvimento do mercado, rão ser considerados prioritariamente
monitorar oportunidades, mudanças quando da aplicação metodológica das
2. criação de novos produtos, séries nas tecnologias e no ambiente, com- etapas de construção de Sistema de
históricas e indicadores; partilhamento das competências, aces- Informação de Clientes com base nos
so ao mercado, posicionamento de pressupostos da Inteligência Competi-
3. as áreas operacionais serão benefi- mercado32. Tais questões devem ser tiva.
ciadas nas atividades de análise, acom- acompanhadas pelas empresas para
panhamento, avaliação de projetos, fo- que se manterem competitivas, e este CONSIDERAÇÕES FINAIS E
mento, séries históricas e indicadores; monitoramento é feito sem dúvidas me- RECOMENDAÇÕES
diante análise de informações estraté-
4. a área de marketing se beneficiará gicas para a tomada de decisão cuja O Brasil, em face da globalização, está
para monitorar a satisfação do cliente, coletas é feita neste âmbito e as infor- hoje diante de um desafio: fazer da
a identificação dos clientes potenciais, mações analisadas pelos especialis- ciência e tecnologia e da atividade de
e para trabalhar as estratégicas de tas, hoje na sua maioria organizados P&D a alavanca para o salto qualitati-
marketing; em redes. Portanto, a formação de re- vo em seu desenvolvimento, no qual a
des é de fundamental importância para informação é um elemento vital. Por
5. atendimento das demandas exter- a Inteligência Competitiva, porque per- outro lado, ciência e tecnologia andam
nas de informação, no sentido de dis- mite a obtenção de respostas rápidas sempre juntas e são elos necessários
ponibilizar, no formato de referência do ambiente interno de uma organiza- de uma corrente que tem como objeti-
bibliográfica ou outro formato qualquer, ção, mas sobretudo do ambiente ex- vo o desenvolvimento econômico e so-
as informações que não tenham cará- terno, cujo monitoramento para as cial de uma nação. Nenhum destes
ter de sigilo ou reserva. empresas é indispensável para o posi- elos existe sozinho. Trata-se das fa-
cionamento de mercado e vantagem ses necessárias e interdependentes de
Redes de Especialistas competitiva. uma macropolítica capaz de alavancar
o seu macroambiente – universidades,
O compartilhamento e a otimização de Redes de Especialistas Internos empresas, organismos governamentais
recursos entre os usuários de compu- e não-governamentais.
tador fez surgir o conceito de rede. Será formada pelos técnicos Finep de
Segundo Freeman e Allon, redes de acordo com suas especialidades, com- A Finep, como principal agência de fi-
comunicação existem sempre que dois petências e experiências de trabalho. nanciameno em C&T, que, ao longo dos
ou mais equipamentos de processa- seus 32 anos, ajudou a consolidar o
mento de dados estejam aptos para a Especialistas externos ciclo de montagem do complexo de
troca de mensagens entre si30. As mu- C&T, encontra-se também diante do
danças nas condições econômicas, Será formada pelos consultores, parcei- mesmo desafio. Para a Finep, hoje, a
sociais e políticas, a aceleração nas ros e os próprios clientes, enfim todos informação é vital para o cumprimento
mudanças científicas e tecnológicas, os consultores já constituídos pela Fi- de sua missão e de seu negócio.
a necessidade de reduzir o ciclo pes- nep para não só dar parecer sobre seus
quisa-desenvolvimento-produto-merca- projetos, como também em qualquer A estruturação de um sistema de in-
do, a necessidade de interdisciplinari- assunto que ela venha precisar. Geral- formações de clientes da Finep vai per-
dade, o esgotamento da capacidade de mente, estes consultores encontram-se mitir o monitoramento do movimento
resposta de instituições isoladas, a brasileiro rumo ao desenvolvimento,
necessidade de estruturas leves e ágeis uma vez que são os clientes Finep ato-
levaram as instituições, empresas e res do próprio desenvolvimento científico
entidades governamentais a se organi- e tecnológico do país. Ao mesmo tem-
zarem em redes cooperativas de pes- po, as informações estratégicas serão
CO
T
ção, passa a ser uma das ferramen-
C&
Econômica e
NH
Financeira
tas para o Sistema de Inteligência Com-
em
EC
Ba Dado
DE
ica
nc s
IM
o
Re
petitiva para a Finep, conforme demons-
çã
os
EN
Dados
tís
la
ua
tó
Pr
a
tra a figura 10, a seguir.
TO
de
Cadastrais
al
At
rio
e S odu
Es
Ca o
pit
E
l e osiçã
s
er tos
BAS
vi
ço
de
So Comp
s
Indicadores
CLIENTES
Técnica
Análise
cia
Técnicas
DECISÃO
INFOR
nc os ,
ina mic os
Normas
FINEP
e F onô cnic
os
Da
eir
Ec s Té
MAÇÃO
Pr dos
NA
oj d
do
et o
o
ER
Da
Dados o
INT
Pa ã s.
re Jurídicos iaç õe
ce al aç ais
EX
res
Av
DE
rm i
TE
Inf Informações fo nc
In ere
RN
Bi or m Jurídicas G
bli aç
A
og õe
ráf s
ica
s
A
ES AD
TR M
AT TO
ÉG
I CA
PARA
10. BORKO, apud. 16. KLINTOE, Kjeld, apud. trodução às redes eletrônicas de co-
municação. C.Inf. Brasília,v.23,n.2,p.258-
BATTAGLIA, Maria da Glória Botelho. AGUIAR, AFRÂNIO CARVALHO. Infor- 263, maio/ago.1994.
Análise sistêmico documental e propos- mação e atividades de desenvolvimen-
ta de um sistema em C&T para a Finep. to científico, tecnológico e industrial: 31 WEISZ,J. & ROCO, M. C. Redes de pesqui-
Rio de Janeiro, UFRJ/ECO – DEP/IBICT, tipologia proposta com base em análi- sa e Educação em Engenharia nas Amé-
Dis.,1992. se funcional. IN:Ci.Inf.,Brasília,20 (1):7- ricas. Mimeo, [s.d] .
15,jan./jun.1991.
11. LONGO, Waldemir Pirró e. Tecnologia e 32. WEISZ, J. & ROCO, M. C. apud.
transferência de tecnologia. Rio de ja- 17. PORTER, Michael E. Estratégia competiti-
neiro, (19... ) 1v. va: Técnicas para análise de indústrias LASTRES, Helena M.M. Inovação e o
nove paradigma das tecnologias de in-
e da concorrência. Trad. de Elizabeth
12. CASTOR, Belmiro Valverde Jobim. formação. Notas de curso, Escola de
Maria de Pinto Braga. 7ª ed., Campus,
Tecnologia apropriada: uma proposta de Rio de Janeiro, 1991
pós-graduação em Ciência da Informa-
critérios de avaliação e sua aplicação. ção da UFRJ, Mimeo, Rio de Janei-
Rio de Janeiro, Revista de Administra- 18. GUINCHAT, Claire & MENOU, Michel. Intro- ro,1995.
ção. V.18,nº.2, p.40-47, abr./jun.1983. dução geral às ciências e técnicas da
informação e documentação. Trad. Míriam 33. TAPSCOTT, Don. Mudança de Paradigma.
13. SANTOS, Raimundo N. Macedo dos. Pro- São Paulo, Makron Books, 1995.
Vieira da Cunha. Brasília, IBICT,1994.
priedade industrial e monitoramento
34. DRUCKER, Peter F. The coming of the new
tecnológico. IN: Curso de especializa- 19. BID. Oficina de Evaluación (EVO).
ção em inteligência competitiva. Rio de Evaluación: Una herramienta de gestión
organization. Harvard Bisiness Review.
Boston. V.88. n.1. p.45-53. Jan./Feb.
Janeiro, MCT/INT, CNPq/IBICT, UFRJ/ECO, para mejorar el desempeño de los
1997 proyetos. BID, Washington, 1997. 1988.
14. CABRAL, Ubirajara Quaranta. Proprieda- 20. PINHEIRO, Lena Vânia Ribeiro. Sistemas de 35. SAMPER, J. Philip. Senior managemente
de industrial. IN: Curso de especializa- Informação. IN: Curso de especialização commitement: Eastman Kodak’s policy
ção em inteligência competitiva. Rio de em inteligência competitiva. Rio de Janeiro,
on the use os information (market
Janeiro, MCT/INT, CNPq/IBICT, UFRJ/ECO, MCT/INT, CNPq/IBICT, UFRJ/ECO, 1997.
intelligence system). Planing Review,
Oxford, v.19, n.2, p. 47, Mar./apr., 1991.
1997.
21. STOLLENWERK, Maria Fátima Ludovico.
15. FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE DO- Gestão Estratégica e Inteligência 36. GILAD, Benjamin. The role of organized
CUMENTAÇÃO, apud. Tecnológica: Concepção e Desenvolvi- competitive intelligence in corporate
mento de um Sistema de Inteligência strategy. The Columbia Journal of Word
AGUIAR, AFRÂNIO CARVALHO. Informação Business. New York, v.24, n.4, p.29-
Tecnológica em uma Empresa de Pe-
e atividades de desenvolvimento cientí- tróleo. Rio de Janeiro / Marseille, CRRM / 35.1989.
fico, tecnológico e industrial: tipologia PETROBRÁS. Diss. 1997.
proposta com base em análise funcio-
nal. IN:Ci.Inf.,Brasília,20 (1):7-15,jan./ 22. CAPRA, F. O tao da física. São Paulo:
jun.1991. Cultrix,1988. 1v
23. BARTALANFFY, Ludwig von. The theorrrry
of open systems in Fhysics and Biology.
Science,v.111,p.23-29, 1950.
24. ROCKART, apud.
Competitive Intelligence
STOLLENWERK, Maria Fátima Ludovico.
fashioning: the client information Gestão Estratégica e Inteligência
system Tecnológica: Concepção e Desenvolvi-
mento de um Sistema de Inteligência
Tecnológica em uma Empresa de Pe-
Abstract tróleo. Rio de Janeiro / Marseille, CRRM /
PETROBRÁS. Diss. 1997.
FINEP business is supporting Science and
Technology as the tools for building the 25. Tayson........
future of Brazil, therefore it demands na 26. DOU, Henri. Veille Technologique et
information system modelled to attending, compétitivité: L’intelligence économique
both, his customers loking for investment au service du développement industriel.
and the technicians responsibles for the Paris, Dunod,1995.
scientific and technologic development ,
from where are emerging the new financing 27. FULD, Leonard M. The new competitor
demands. This article present a n intelligence. Jonh Willey & Sons,Inc.,
Information System for Customers –FINEP 1996.
shaped in the Competitive Intelligence
28. JAKOBIAK, François. Que sais-je?
components in order to allowing FINEP to
Information scientifique et technique.
move through data-intensive enviroment
Paris, Presses Universitaire de
and targeting the investment in science and
France,1995.
technology acording to the strategies of the
competitve arena, nowadays. The 29. TOFFLER, Alvin: TOFFLER, Heidi. Powers-
Information System will yield FINEP toward hilt: as mudanças do poder. Rio de Ja-
a dedicated office inside the company and neiro: Record, 1990. 613 p.
enhancing its goals. Maria da Glória Botelho Battaglia
30. FREEMAN,C. L. & ALLON, E. apud.
Keywords FERREIRA, Sueli Mara Soares Pinto. In- MSc em Ciência da Informação; DEA em Inte-
ligência Competitiva; técnica da Financiadora
Agency for the Financing of Studies and de Estudos e projetos (Finep).
Projects — Finep; Information system;
Clients’ information system; Competitive E-mail: bataglia@finep.gov.br
intelligence; Clients-Finep.