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JORNAL DA ALERJ

A S S E M B L É I A L E G I S L AT I VA D O E S TA D O D O R I O D E J A N E I R O
Ano V N° 157 – Rio de Janeiro, de 1° a 15 de agosto de 2007

Walter Santos/Jornal O Porta-Voz

Presidente do Sindicato Rural de Miracema, Heloísio Machado planta eucalipto e hortaliças e espera aumentar os negócios com o ZEE

Lei para combater o deserto


Discutido e aprovado na Assembléia, o Zoneamento Ecológico-
 NESTE NÚMERO Econômico começa a ser implantado nas regiões Norte e Noroeste do

C
estado ainda este ano e deve estar concluído em dezembro de 2008
Frei Betto é
homenageado pela onsta nos livros de História que o existentes”, informou Minc, que, atualmente,
Alerj com a Medalha Brasil já viveu importantes ciclos é secretário do Ambiente.
Tiradentes econômicos, dois deles diretamen- Antes de ser aprovado na Casa, o projeto
PÁGINA 3 te ligados à agricultura e ao meio ambiente: foi muito discutido. O Plenário Barbosa Lima
o da cana-de-açúcar e o do café. Ambos são Sobrinho chegou a ser palco de calorosas ma-
Ônibus de Defesa do muito criticados por terem estimulado a mo- nifestações sobre a questão. Com os deputados,
Meio Ambiente fará nocultura, ou seja, o monopólio de um único legítimos representantes da população, não
medições na Baixada tipo de plantio. Estas são as mesmas críticas poderia ter sido diferente: muitos apoiaram o
PÁGINAS 4 e 5 feitas por quem é contra o Zoneamento Eco- zoneamento, acreditando no desenvolvimento
lógico-Econômico, projeto de autoria do então econômico de regiões empobrecidas, como o
Sheila Gama fala deputado Carlos Minc que foi aprovado na Norte e o Noroeste fluminenses, mas outros
dos desafios da Alerj e virou lei. Mas o Governo do estado, foram duros em suas críticas. A polêmica, sau-
Comissão de Defesa que irá implementar o ZEE, garante que dável para a consolidação da democracia, está
dos Portadores de faltam informações aos críticos da lei sobre nas páginas centrais do JORNAL DA ALERJ,
Deficiência seu objetivo. “Não estamos incentivando que explica o que é o ZEE e mostra quem é
PÁGINA 12 a monocultura. O zoneamento será uma favorável ou contrário.
cartilha. Não vamos dar fim às culturas já PÁGINAS 6, 7 e 8
2 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de agosto de 2007 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de agosto de 2007 3

FRASES CONSULTA POPULAR EXPEDIENTE


HOMENAGEM

“ É necessário
combater a
criminalidade, mas
 Gostaria de saber como proceder em caso de au-
mentos abusivos de taxas. Tenho o direito de negociar?
João Silva – São Gonçalo Luta de Frei Betto reconhecida
é fundamental a
Rafael Wallace
presença do Estado caminhar notificação para
Medalha Tiradentes é entregue
dando a todos que o fornecedor justifique o
em noite cheia de referências
infra-estrutura Deputada aumento do preço, sob pena ALERJ políticas e descontração
social e urbana, Cidinha de configurar prática abusiva ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
com a garantia Campos prevista no artigo 39, V, X do
dos direitos de (PDT) Código de Defesa do Consumi- Presidente

B
cidadania, com dor (CDC). Nesta notificação Jorge Picciani
E VERTON S ILVALIMA
políticas sociais será solicitada uma planilha 1ª Vice-presidente
Coronel Jairo
amplas nessas que justifique o aumento impe- andeiras de Cuba e de outros


2º Vice-presidente
comunidades  O principio da solida- trado pela empresa. Acredita- Gilberto Palmares países da América Latina, ima-
riedade social na relação de se que a solução amigável é a 3º Vice-presidente gens de Che Guevara, presença
Rodrigo Neves (PT), sobre a
questão da criminalidade no Rio. consumo derrota o conheci- melhor forma de composição Pedro Fernandes Neto maciça de militantes do Movimento dos
mento do outro como sujeito da questão mas, se não for 4º Vice-presidente Sem Terra (MST) e um plenário lotado,
Gerson Bergher
de direitos. A solidariedade possível, o consumidor deverá entoando um dos hinos da resistência à di-


1ª Secretária
Se tem o social é muito estilizada pelos ingressar em juízo com Ação Graça Matos tadura militar, a música Pra não dizer que
Estatuto do fornecedores como justificativa de Modificação ou Revisão de 2º Secretário não falei de flores. Com diversas referências
Torcedor, o para aumento do preço pago Cláusula Contratual. Zito ao socialismo, a cerimônia de entrega da
Ministério Público, pelo consumidor pelo serviço Para mais informações, 3º Secretário
Dica
Medalha Tiradentes, a principal comenda
que se sente tão ou produto adquirido. É com o cidadão pode procurar a
4ª Secretário
conferida pelo estado, ao reverendo Frei
independente, não base neste argumento – manu- Comissão de Defesa do Con- Betto, no último dia 13, na Alerj, também
pode precisar da tenção do equilíbrio econômi- sumidor da Alerj através do 1a Suplente
Renata do Posto
teve momentos de descontração. A ho-
Casa para cumprir co-financeiro do contrato – que Disque-Consumidor (0800 28
2 o Suplente
menagem, de iniciativa da deputada Inês
as suas funções os fornecedores aumentam 27 060) ou diretamente no Armando José Pandeló (PT), começou com a denúncia
administrativas e tarifas, mensalidades escola- guichê de atendimento da 3º Suplente de “nepotismo ético”. “Todos aqui, eu, a
as suas obrigações res, mensalidades de planos comissão, no Centro Admi- Pedro Augusto deputada Inês e até mesmo aquele que
funcionais

Paulo Melo (PMDB), durante
a votação de projeto que criaria
de saúde e outros.
O consumidor deverá en-
nistrativo da Alerj, na Rua da
Alfândega, 8, Centro.
4º Suplente
Édino Fonseca

JORNAL DA ALERJ
dá nome à medalha somos mineiros”,
brincou o frade dominicano. Além de
Frei Betto, a noite contou com mais um
Comissão Parlamentar de homenageado: o padre Paulo Quiquita de
Inquérito para apurar denúncias
de irregularidades na Federação
ALÔ, ALERJ “Fui muito bem atendida” Publicação quinzenal
do Departamento de Oliveira, das dioceses de Volta Redonda Frei Betto e Pandeló: homenagem entre mineiros com brincadeira sobre “nepotismo ético”
Fabiano Veneza Comunicação Social da
de Futebol do Estado do Rio.
Assembléia Legislativa do e Barra do Piraí, no Sul Fluminense, que
Fabiano Veneza
Estado do Rio de Janeiro recebeu o título de Cidadão do Estado do
Márcia Silva de Araújo, Jornalista responsável Rio de Janeiro. quem não se pode confiar. Esse movi- direção de José Celso Matinez Corrêa na
42 anos, recorreu ao
Fernanda Pedrosa mento foi um dos mais importantes de famosa montagem de O Rei da Vela, em
(MT-13511)
Alô, Alerj para resolver nossa memória libertária”, comentou. O 1967, um dos símbolos do tropicalismo.
uma cobrança indevida
na assinatura de serviço
Coordenação: Geiza Rocha

Reportagem: Everton Silvalima,


Luciana Ferreira e Fernanda Porto
“ Até onde sei, Jesus morreu
como prisioneiro político. Foi
preso, torturado e condenado
frade falou sobre seu envolvimento com
a política, citando as várias vezes em
que lhe perguntaram o porquê de ele
Entre 2003 e 2004, foi assessor especial
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
tendo coordenado o setor de Mobilização
de banda larga
Estagiários: Ana Beatriz Couto,
Bruno Fernandes, Fabiano Veneza,
Felippe Almeida, Jaqueline Cunha,
por dois poderes políticos
Frei Betto
” ter se envolvido com o assunto. “Porque
sou discípulo de Jesus e, até onde sei,
Jesus morreu como prisioneiro político.
Social do programa Fome Zero. É escri-
tor com livros consagrados pela crítica,
tais como Batismo de sangue (que virou
Karina Moura, Marcela Maciel,
“Todos os dias, tenho o seis meses voltaram as co- Natália Alves, Sérgio Jardim, Zô Foi preso, torturado e condenado por filme pelas mãos do cineasta Helvécio


Guimarães
Que possamos hábito de entrar no site da branças de R$ 149, referen- “No meu mandato tenho buscado dois poderes políticos: o romano e o Ratton) e Fidel e a Religião, coletânea
dar uma atenção Alerj. Através dele, descobri tes à assinatura do serviço. Fotografia: Rafael Wallace homenagear pessoas que se dedicam judaico”, explicou. de entrevistas com o líder cubano.
a essas crianças o Alô, Alerj, que me ajudou a Foi aí que resolvi testar o Diagramação: Daniel Tiriba a servir, a ajudar e a amar o próximo. Carlos Alberto Libânio Christo, o Também compuseram a mesa da
que chegam ao resolver meu problema com serviço. Entre a ligação para
Telefones: (21) 2588-1404/1383
E essas duas pessoas que estão a Frei Betto, nasceu em 1945, em Minas solenidade a subsecretária de estado de
segundo semestre a Telemar. Há oito meses, o Alô, Alerj e o contato da Fax: (21) 2533-6786 meu lado escolheram esse caminho há Gerais, e, quando jovem e frade da Direitos Humanos e Assistência Social,
sem aulas. liguei para solicitar o can- Telemar foram 20 dias. A Rua Primeiro de Março s/nº sala 406
CEP-20010-000 – Rio de Janeiro/RJ
tempos, pois querem a transformação Ordem Dominicana, participou de mo- Nelma de Azeredo; o vice-presidente
Não podemos celamento da assinatura Alerj me colocou em contato Email: dcs@alerj.rj.gov.br da sociedade e do Brasil”, discursou a vimentos pastoris e sociais, sendo um da Comissão de Direitos Humanos da
chegar ao final do serviço de banda larga, com a empresa para resolver www.alerj.rj.gov.br deputada Pandeló. Depois da brincadeira dos principais adeptos da Teologia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-
do ano com este o Velox. Por insistência do meu problema. O serviço foi ao agradecer a entrega da medalha, Frei Libertação. Enquanto lutava, durante a RJ), Carlos Henrique de Carvalho; a


Impressão: Gráfica da Alerj
problema atendente, aderi a um novo rápido e fui bem atendida. Coordenação: Leandro Pinho
Montagem: Bianca Marques e
Betto disse que estava muito feliz por ditadura militar, ao lado dos movimentos representante do Instituto Diocesano
plano, pagando R$ 9. Para Me senti satisfeita como Rodrigo Graciosa poder também corrigir um grave erro de esquerda, Frei Betto acabou preso por de Teologia (IDT) de Volta Redonda e
Jane Cozzolino (PTC), sobre o fato
de alguns estudantes de escolas minha surpresa, depois de cidadã fluminense.” histórico. “Chamam o grupo de Tiraden- duas vezes: em 1964 e entre 1969 e 1973. Barra do Piraí, Maria Joaquina Fernan-
Tiragem: 2 mil exemplares
públicas continuarem sem aulas. tes de os inconfidentes. Isso é um erro Não se limitou à luta política e também des Pinho, e o deputado Alessandro
Dúvidas, denúncias e reclamações: 0800 22 00 08 brutal, porque inconfidente é aquele em trabalhou como jornalista e assistente de Molon (PT).
4 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de agosto de 2007 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de agosto de 2007 5

DEBATE DEBATE

Espaço para o diálogo


Fabiano Veneza
Regionais também não tem a aprova-
ção da Firjan. A PEC 54/05, do deputado
Glauco Lopes (PSDB), cria o fundo para
viabilizar a implementação de programas
e projetos que reduzam a pobreza e me-
lhorem os indicadores sociais nas áreas
de educação, infra-estrutura, habitação,
Firjan analisa e comenta projetos de lei na A atuação da Firjan na Alerj também é considerada legítima saúde, meio ambiente e saneamento bá-
segunda edição da Agenda Legislativa da pelo 2º vice-presidente da Casa, deputado Gilberto Palmares (PT). sico, nas regiões mais pobres do estado.
Indústria do Estado do Rio de Janeiro De acordo com o petista, a elaboração de leis deve ser alimenta- Segundo a Firjan, já existe no estado o
da por diversos setores, como sindicatos, indústria e comércio. Fundo Estadual de Combate à Pobre-
“A Alerj é um espaço de debate, de acolhimento de propostas za e às Desigualdades Sociais (FECP),


LUCIANA A LMEIDA
de todos os setores organizados. Devemos prestigiar qualquer que resultou no aumento da alíquota do

A
segmento que produza um trabalho como esse, de análise de ICMS, prejudicando a competitividade
projetos de lei”, avaliou. de empresas localizadas no estado. Além
Casa da Democracia, aberta ao diálogo de forma Um dos textos apoiados pela Firjan é o projeto de lei 2.878/05, disso, os resultados do FECP não teriam
permanente.” Deste modo o presidente da Fede- de autoria do deputado Armando José (PSB), que inclui no Pro- sido consistentes. “O objetivo da minha O deputado Coronel Jairo (centro) recebeu a Agenda Legislativa do presidente da Firjan,
ração das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro grama de Fomento à Atividade Econômica na Região do Porto de Proposta de Emenda Constitucional na- Edurdo Eugênio, e do presidente do Conselho de Assuntos Legislativos, Henrique Nova
(Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, se referiu à Assembléia Sepetiba os municípios de Itaguaí, Japeri, Paracambi, Queimados, da tem a ver com o Fundo Estadual de
Legislativa do Rio, durante o lançamento da Agenda Legislativa Seropédica, Mendes, Piraí, Pinheral, Barra do Pirai, Mangaratiba, Combate à Pobreza, ao qual é comparado na Agenda Legislativa assuntos tributários e econômicos; meio ambiente; trabalhista;
da Indústria do Estado do Rio de Janeiro 2007, no dia 9 de agosto, Angra dos Reis e os distritos industriais de Campo Grande e Santa da Firjan”, contesta o deputado Glauco Lopes, que diz concordar desenvolvimento urbano e políticas públicas; responsabilidade
no Palácio Tiradentes. Esta é a segunda edição da agenda da Cruz. Segundo o deputado, estes municípios estão localizados com a afirmação da Firjan de que o Fundo de Combate à Pobreza social; defesa do consumidor; e indicações dos setores de bebidas,
Firjan, que lista os projetos de lei considerados relevantes para o em território de abrangência das atividades do Porto de Sepetiba, não mostrou resultados significativos. “A PEC que apresentei, indústria farmacêutica, floricultura e horticultura, fumo, papel,
setor industrial em tramitação na Casa, indica o posicionamento mas ficaram fora da lista de beneficiados pela Lei 4.185/03, que no entanto, trata especificamente dos royalties do petróleo, que indústria moveleira, petróleo e gás, e construção. Estiveram pre-
da entidade e apresenta justificativas. Nesta edição são 25 as instituiu o programa. A Firjan se posiciona a favor do projeto na geram R$ 4 bilhões anuais, que ficam com o estado. A minha sentes ao lançamento da Agenda Legislativa os deputados Luiz
proposições discutidas pela Firjan, que apóia cinco projetos e Agenda Legislativa. Sua justificativa é de que o projeto é benéfico proposta é que este valor seja redistribuído para os municípios Paulo (PSDB), Nelson Gonçalves (PMDB), Gerson Bergher (PSDB),
demonstra sua preocupação em relação aos outros 20. “O diálogo ao desenvolvimento do estado por contribuir para a atração de investirem na educação, saúde, habitação e outras necessidades Tucalo (PSC), Dionísio Lins (DEM), Rogério Cabral (PSB), Wilson
entre indústria e Parlamento é crucial para o desenvolvimento novas empresas e a ampliação das já existentes, colaborando para básicas da população”, explica. Cabral (PSB), Chiquinho da Mangueira (PMDB), Dica (PMDB),
econômico do estado, e para o crescimento de empregos e da o aumento de empregos, da circulação de riquezas e do Índice Na Agenda de 2007, a Firjan analisou projetos nas áreas de Graça Pereira (DEM), Natalino (DEM) e Zito (PSDB).
renda. O volume de investimentos que o Rio está recebendo de Desenvolvimento Humano nas suas microrregiões. Segundo
não se deve somente ao charme do governador ou do presidente Armando José, o projeto foi pensado a partir de pedidos dos pró-
da República, mas a tudo que temos feito, resultado de nossas prios municípios para que fossem incluídos no programa. “A idéia Agenda Legislativa da Indústria do Estado do Rio de Janeiro
discussões e de nosso trabalho”, afirmou o é realmente muito boa porque os municípios
presidente da Firjan. que passaram a ser abraçados pelo projeto
Projeto de Lei Posição da Firjan
Para o 1º vice-presidente da Alerj, de-
“ A Alerj é um espaço de
putado Coronel Jairo (PSC), que recebeu a debate, de acolhimento de
Agenda Legislativa de Eduardo Eugênio, propostas, e a elaboração de
poderão ter um incentivo a mais para crescer
na saúde, educação, segurança, saneamento
e outras áreas”, comemora o deputado. O projeto 2.375/05, do deputado Pedro Augusto (PMDB), FAVORÁVEL
o debate permanente dos parlamentares leis deve ser alimentada por Já em relação ao projeto que cria a área institui o Pólo Moveleiro do Estado do Rio e autoriza o


com o setor industrial enriquece os projetos todos os setores de proteção ambiental da Bacia do Rio Pa- Executivo a conceder incentivos fiscais às empresas. A Para a federação, o Pólo Moveleiro é a resposta
apresentados. “A discussão promovida entre raíba do Sul, a Firjan tem posição contrária. finalidade do texto é estimular o desenvolvimento da indústria a uma demanda antiga do setor, e poderia gerar
deputados e as comissões técnicas dos De autoria do deputado Nelson Gonçalves de móveis. Dentre as atividades previstas estão a capacitação cerca de 3.500 empregos diretos.
conselhos empresariais são fundamentais no aprimoramento dos (PMDB), o projeto 2.813/01 cria uma faixa de proteção de 300 permanente de mão-de-obra, e o incentivo à implantação de
projetos de lei”, disse o deputado. O resultado da primeira edição metros de largura de ambas as margens, em toda a extensão incubadoras de empresas não-poluentes.
da agenda, em 2006, foi avaliado positivamente pelo presidente do Paraíba do Sul, nos limites do Estado do Rio de Janeiro. A
do Conselho de Assuntos Legislativos da Firjan, Henrique Nova. Firjan argumenta que, sob o ponto de vista ambiental, a região
Segundo ele, mesmo que alguns projetos de lei listados na primeira já se encontra protegida por leis e órgãos que atuam em defesa O projeto 3.095/06, do deputado Altineu Cortes (PMDB) CONTRÁRIA
edição não tenham sido votados, o objetivo principal, de discutir do meio ambiente, e do ponto de vista econômico, a proposta é obriga as distribuidoras de gás de cozinha (GLP) a
com os deputados caminhos para o desenvolvimento do Estado do prejudicial ao desenvolvimento do estado, já que desestimula possuírem, nos caminhões e em todos os pontos de venda Para a Federação, a indústria fluminense teria
Rio de Janeiro, foi atingido. “Acompanhamos permanentemente novos investimentos na região. “É de extrema importância que do estado, uma balança para que o consumidor possa ônus adicional com o projeto, o que contribuiria
o trabalho dos parlamentares, durante todo o ano. Quando um o Rio Paraíba do Sul seja protegido em toda a sua bacia, permi- pesar seu botijão de gás vazio e cheio, pagando apenas a para a evasão de empresas para outros estados.
projeto é de interesse do setor industrial, procuramos o parla- tido a melhoria da qualidade de suas águas, consumidas por diferença para a distribuidora.
mentar para discutir com ele a proposta. Se os interesses são aproximadamente dez milhões de habitantes do nosso Estado
convergentes, apoiamos o projeto, e se são divergentes, buscamos do Rio de Janeiro. A criação da área de proteção ambiental pre-
esclarecer nosso ponto de vista, apresentando pareceres técni- servará suas margens, evitando sua má utilização, e permitirá
cos que podem servir como subsídios aos deputados”, explicou que se tomem medidas regulamentadoras fundamentais para
O projeto 2.324/05, da deputada Graça Pereira (PSC), institui a FAVORÁVEL
Política Estadual de Incentivo à Floricultura e Horticultura no
Nova. A edição anual da agenda, segundo ele, é o momento de a sobrevivência de nossa população”, defende o parlamentar na Estas atividades apresentam elevada capacidade
Estado do Rio, voltado para pequenas e médias propriedades,
dar transparência a esta atuação legítima do setor industrial, um justificativa de seu projeto. de absorção de mão-de-obra e de diversificação de
para estimular a geração de emprego e renda no meio rural.
dos mais representativos da sociedade. A criação do Fundo Especial de Redução das Desigualdades
atividades aos pequenos produtores.
6 Rio de Janeiro, de 15 a 30 de agosto de 2007 Rio de Janeiro, de 15 a 30 de agosto de 2007 7

CAPA

Verde para pôr  Pingue-Pongue | Manoel Sanchez

Baseado no mapa do zoneamento agroecológio produzido pela Embrapa Solos em 2003


Zô Guimarães

fim ao deserto
JORNAL DA ALERJ analisa as vantagens e
o impacto da Lei do Zoneamento Econômico-
Ecológico na economia do estado do Rio
Assessor especial da Secretaria do Ambiente, Manoel
Sanchez é um dos principais defensores da lei do
zoneamento. Em entrevista, ele explicou em que fase

D
estão os trabalhos e desmistificou a argumentação de
E VERTON S ILVALIMA E NATÁLIA A LVES que o ZEE-RJ irá privilegiar a monocultura no estado.
Médio Paraíba
Baía da Ilha Grande A lei já foi sancionada pelo governador. O que
as dez mensagens enviadas pelo Poder Centro-sul Fluminense está sendo feito agora?
Executivo à Alerj durante o primeiro se- Metropolitana Estamos dando um passo de cada vez. Vamos fechar
Serrana
mestre de 2007, nenhuma provocou tanto acordo com o IBGE para que possamos comprar dados
Baixadas Litorâneas
debate quanto a que instituiu o Zoneamento Noroeste Fluminense
aerofotogramétricos do Rio e acertar os acordos com a
Econômico-Ecológico (ZEE-RJ). Aprovado Norte Fluminense
Embrapa, a Emater e a UFRJ, a fim de garantir a credi-
em 12 de junho por 39 votos contra 11, o projeto sancionado pelo bilidade acadêmica ao processo.
governador Sérgio Cabral transformou-se na Lei 5.067/07. O texto,
que modifica outra lei, a 4.063/03, de autoria do então deputado e Quando começam os trabalhos de campo?
- Pecuária de leite - Silvicultura
hoje secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, define critérios Começamos ainda este ano, pois a questão é mais ampla
para a implantação no estado do uso das florestas para geração de - Pecuária de corte
do que simplesmente agrícola – há o lado urbano, industrial,
- Reflorestamento
renda e satisfação de mercado, a silvicultura. Uma das principais de transportes, geológico e climático. Vamos fazer o levanta-
questões pontuadas nas discussões foi quanto aos riscos para o solo * Plantação de florestas para suprir as - Arroz - Impróprias para atividades agrícolas mento consultando a sociedade. Pretendemos terminar o ZEE
da disseminação da monocultura. “O eucalipto, a cana, a laranja, necessidades do homem/agricultor para as regiões Norte e Noroeste até fevereiro de 2008, quando
a soja ou qualquer monocultura apresenta impactos ambientais e - Hortaliças - Agroflorestas* mandaremos o resultado dos trabalhos para a Alerj.
** Combinação de árvore, pastagem e gado
sociais que devem ser evitados. Nossa intenção não é disseminar
a monocultura. É possibilitar a combinação de atividades, como a - Lavouras perenes - Sistemas silvipastoris** Muitos ecologistas reclamam do plantio do euca-
fruticultura, o fortalecimento da pequena produção e a recuperação lipto nessas regiões. Qual a posição da secretaria?
ambiental. A exigência de contrapartida de reflorestamento nativo A Organização das Nações Unidas para Agricultura e
para a silvicultura também é um avanço”, comemora Minc. giões hidrográficas do Baixo Paraíba do Sul e do Itabapoana, onde festejada como um dos grandes ganhos do projeto. Envolvidos na Alimentação (FAO) sugere o eucalipto para reverter casos
O secretário, que esteve na Casa em todas as audiências sobre o EIA-Rima será exigido para áreas acima de 400 hectares. “O elaboração do zoneamento, os secretários estaduais de Agricultura, de desmatamento. Muitos plantios já existem e as pessoas
o assunto, recebeu o apoio de muitos parlamentares e de grande zoneamento é muito importante e já poderia estar em andamen- Christino Áureo, e de Desenvolvimento Econômico, Julio Bueno, já vivem disso, da produção canavieira, de leguminosas.
parte da sociedade civil. Para o deputado André Corrêa (PPS), to. Agora, temos que cumpri-lo e fazê-lo de forma clara e rápida”, também estiveram na Alerj para defender seus pontos de vista. Não vamos obrigar ninguém a plantar eucalipto. Não
que já foi secretário de Meio Ambiente, o projeto chegou à Alerj comenta o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Alerj, “A legislação cumpre todos os requisitos ambientais e beneficia vamos privilegiar a monocultura. Vamos sugerir o mais
precisando dos ajustes que foram feitos. “Ele chegou sem prazo, deputado André do PV. setores econômicos como celulose, construção civil, moveleiro e adequado para cada área, levando em consideração tipo
e criei uma emenda para que o zoneamento seja implementado O ZEE-RJ terá início ainda esse ano, como garante o assessor siderúrgico. Com isso, vamos gerar emprego e renda em municípios de solo, clima e índice pluviométrico. O objetivo do ZEE
até dezembro de 2008. Ele será fundamental para regiões como o especial da Secretaria do Ambiente, Manoel Sanchez. De acordo mais pobres, elevando a arrecadação de impostos para aumentar é ser uma cartilha de melhor uso da terra.
Médio Paraíba, o Norte e o Noroeste fluminenses, áreas dizimadas com ele, os estudos para a implantação da lei nas regiões Norte e o investimento público em escolas e hospitais”, frisou Bueno.
pela monocultura do café. É uma alternativa que vai trazer ganho Noroeste deverão ser enviados para análise da Alerj em fevereiro O ZEE-RJ será implantado por regiões hidrográficas (Baía da Os ambientalistas dizem que plantar goiaba
ambiental de até 12% para essas regiões – isso é melhor do que de 2008. Atualmente, a secretaria mantém conversações com o Ilha Grande; Guandu; Médio Paraíba do Sul; Piabanha; Baía de seria melhor e mais rentável.
o deserto cinza que hoje existe lá”, pontua Corrêa. O percentual Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a compra Guanabara; Lagos e Bacia do São João; Dois Rios; Macaé e das Para fazer papel a goiaba é péssima! Temos 14 mi-
a que se refere o deputado pode ser maior e diz respeito à con- de dados aerofotogramétricos que o Governo do estado ainda não Ostras; Baixo Paraíba do Sul; e Itabapoana). E são, justamente, os lhões de habitantes no estado que consomem papel.
trapartida para o replantio de espécies nativas de Mata Atlântica dispõe. “O programa não tem esse impacto ambiental que apre- mais afetados que mais têm incentivado o projeto. Em Miracema, Precisamos definir locais adequados para plantar o
por empreendimento: varia de 12% a 16% no caso de cultivos de goam. É uma lei de incentivo à agricultura e vai gerar empregos na Região Noroeste, técnicos em meio ambiente e agricultores eucalipto. É uma árvore que nos permite fazer papel,
pequena escala, ou seja, até 50 hectares, e chega a 20% para os e ativar economicamente regiões que estão prejudicadas pelo defendem o zoneamento. “Já plantei maracujá e goiaba e não tive caso contrário, teremos que importar. Além do mais, o
de grande escala, acima de 50 hectares. desmatamento e a degradação. Vai criar o máximo de incentivos o retorno que pretendia. A silvicultura, para mim, é um inves- eucalipto tem uma função numa área deserta que é a
A lei também define que culturas implantadas em áreas supe- para o desempenho econômico do Rio”, declarou o deputado Pedro timento. Você planta agora e sabe que vai ganhar mais tarde”, de provocar o início de um processo ecológico, com a
riores a 200 hectares precisarão do Estudo de Impacto Ambiental Paulo (PSDB). Uma das principais bases do ZEE-RJ, a geração revelou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da chegada de pássaros e insetos.
(EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (Rima) – exceto nas re- de renda – tanto quanto o desestímulo ao êxodo rural – tem sido cidade, Heloísio Machado, destacando que a vantagem do ZEE
12
8 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de agosto de 2007 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de agosto de 2007 11
9

CAPA MEMÓRIA
 Maioria dos parlamentares acredita que o ZEE é uma necessidade
Rafael Wallace Rafael Wallace Rafael Wallace Rafael Wallace
Vida retratada pelos jornais Fabiano Veneza

Obra sobre Pedro Aleixo resgata, por meio das


matérias publicadas no periódico O Estado
de Minas, dirigido por ele até sua morte, a
participação do político na vida pública do País

C
M ARCELA M ACIEL

om uma coletânea de mais de quatro mil registros,


o livro Pedro Aleixo retratado pelo Estado de Minas
foi lançado no dia 7 de agosto, no Saguão Getúlio
Vargas da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. A obra,
que foi organizada pelo padre José Carlos Brandi Aleixo, fi-
“O secretário Minc nos “O programa de “Fui favorável desde o início “Não foi a melhor lei, mas, lho do homenageado, faz uma retrospectiva da passagem de
vem com argumentos zoneamento previsto nesta ao Zoneamento Ecológico- com certeza, teremos mais Pedro Aleixo pelo jornal O Estado de Minas, exatamente no
de recuperação da Mata lei é excelente. Visa à Econômico. Pela urgência da segurança ambiental. Eu ano em que foram completadas sete décadas de sua posse
Atlântica na tentativa de preservação, à ocupação mensagem do governador destacaria que fizemos na presidência da Câmara dos Deputados, na época sediada
se justificar, já que sempre do solo e à atividade fiz uma emenda pedindo emendas que aperfeiçoaram no Palácio Tiradentes. Para o organizador, o maior objetivo do
foi contrário àquilo que econômica controladas. rapidez e prioridade na a lei, mas a principal foi a trabalho é estimular a pesquisa sobre a vida de Pedro Aleixo.
representa um atentado à Além disso, garante mais elaboração dos zoneamentos. de constar do zoneamento “Ele é um exemplo de homem público, fiel a seus princípios
preservação da natureza. incentivos à agricultura e O secretário do Ambiente um prazo para implantação. mesmo quando, para isso, precisava sacrificar suas posições”,
Imaginar a monocultura provoca a abertura de novos deverá dispor de um grupo É muito importante garantir afirmou padre José Carlos, ressaltando a probidade adminis-
em larga escala em áreas postos de trabalho, criando de trabalho que fará um para regiões do estado onde trativa do político.
degradadas, quando o máximo de incentivos mapeamento detalhado a degradação ambiental é O deputado Gilberto Palmares (PT), que abriu o lançamento,
existem inúmeras técnicas para o desempenho do lugar, desde o plantio maior uma alternativa que representando o presidente da Casa, deputado Jorge Picciani
de recuperação do solo, é econômico do estado e para de mudas exóticas até a trará ganhos ecológicos e (PMDB), lembrou a importância que o mineiro Pedro Aleixo
um absurdo.” a geração de renda.” instalação de uma indústria.” de renda.” teve no Parlamento quando foi eleito presidente da Câmara
Federal, aos 36 anos, em 1937. “É uma honra para a Alerj
Deputado Paulo Deputado Pedro Deputado André Deputado André sediar o lançamento de um livro sobre este grande homem e
Ramos (PDT) Paulo (PSDB) do PV Corrêa (PPS) democrata que foi Pedro Aleixo”, disse Gilberto Palmares. O Ary Kaye
mineiro foi o mais jovem presidente da história da Câmara e
também chegou à Vice-presidência da República, em 1966,
Para ecologistas, lei criará novo ciclo da monocultura econômica no estado na gestão do marechal Artur da Costa e Silva, pela Aliança
Renovadora Nacional (Arena).
Empreendimentos que explorarem a aqui representa uma empulhação. Abre Rede Alerta Contra o Deserto Verde, o Após ter seu mandato extinto, com o afastamento de
silvicultura econômica deverão contratar as portas para a silvicultura em larga ecologista Sérgio Ricardo garante que Costa e Silva da Presidência devido a uma trombose, Pedro
mão-de-obra local. Além disso, terão que escala”, argumentou o deputado Paulo qualquer outra cultura é economica- Aleixo tentou organizar, sem sucesso, o Partido Democrá-
dar prioridade ao plantio de oleaginosas Ramos (PDT). mente mais viável que o eucalipto. “A tico Republicano (PDR) que, mais tarde, deu incentivo aos
para a produção de biodiesel. Estas são as Um dos líderes do movimento que se rentabilidade líquida do eucalipto é de fundadores do Partido Social Cristão (PSC). O deputado
determinações que constam dos artigos opõe ao zoneamento e diretor da ONG R$ 200 por hectare/ano e a da goiaba, Marco Figueiredo (PSC), presente no lançamento, afirmou
15 e 16 da Lei 5.067/07. Mas é por exemplo, é de R$ que o partido surgiu inspirado nas ações públicas de Pedro
Fabiano Veneza
o artigo 18 que tem causado 30 mil por hectare/ano”, Aleixo e na sua coragem de lutar por um governo justo, com
polêmica. O texto recomenda informa. Segundo ele, a a efetiva participação popular. “Ele enfrentou o regime militar
para a Região Hidrográfica Assessoria Jurídica da posicionando-se contra o bipartidarismo. Foi a partir daí que
do Itabapoana, que engloba o ONG irá entrar com uma caminhamos para a democracia”, relembrou. Heloísa Aleixo
Norte e o Noroeste fluminen- Ação Direta de Inconsti- Lustosa, filha do homenageado, diz tê-lo, até hoje, como um Livro organizado pelo filho de Pedro Aleixo, o padre José Carlos
ses, a plantação de eucalipto. tucionalidade (Adin) no mentor. “Meu pai era sábio. Ainda agora quando me encontro Brandi Aleixo, lista as aparições do pai no jornal fundado em 1928
Entidades representativas de Supremo Tribunal Federal em uma situação nova e não sei como agir, páro e penso no
ecologistas, trabalhadores ru- para cassar a lei. “Depois que ele faria. Aí sim, tomo uma atitude”, declarou. um jornal onde pudesse denunciar as injustiças”.
rais e indígenas estiveram do café e da cana-de-açú- A atuação de Pedro Aleixo não parou na área política. For- O jornal faz parte do Grupo Diários Associados, da Fun-
na Alerj, no dia 16 de maio, e car, o ZEE-RJ vai criar o mado em Direito pela Faculdade de Direito de Minas Gerais, dação Assis Chateaubriand, que colaborou na organização
protestaram. Alguns deputa- terceiro ciclo de mono- ele também foi jornalista e um dos fundadores do jornal O e no lançamento da obra. O diretor-executivo da fundação,
dos também se manifestaram cultura econômica que, Estado de Minas, na década de 1920, impresso que dirigiu até Márcio Cotrim, ressaltou que a instituição resgata tudo que
contra o plantio do eucalipto. mais uma vez, vai acabar sua morte. O padre.José Carlos explicou o porquê do veículo tiver ligação com Chateaubriand e que é sempre prazeroso
“O zoneamento é uma neces- com o solo fluminense”, de comunicação: “Ao sentir os problemas da cidade, como ajudar no nascimento de uma pesquisa interessante como a
sidade, mas o que foi votado ONGs manifestaram a rejeição à lei durante audiência pública na Alerj reclama. advogado, Pedro Aleixo percebeu a necessidade de fundar realizada pelo jornal O Estado de Minas.
10 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de agosto de 2007 Rio de Janeiro, de 15 a 30 de agosto de 2007 11

 CURTAS EXEMPLO MEIO AMBIENTE

Alerj em Valença
Humberto Medeiros

Sim à economia Fiscal sobre quatro rodas


Ações institucionais e o processo de criação e apresentação Comissão ganha mobilidade por meio dera o veículo uma excelente ferramenta para a população
individuais convergem para de emendas pelos deputados, evitando de ônibus que atuará contra a poluição fluminense no que se refere à educação ambiental.
o combate ao desperdício o uso de papel, o Departamento de sonora, dos rios e do ar no estado Segundo o parlamentar, a grande novidade do ônibus é
Apoio às Comissões viu seu trabalho o decibelímetro, que permitirá o recebimento de denúncias

A
facilitado pelo sistema criado pelo S ÉRGIO JARDIM contra a poluição sonora. “É dever de toda a população
Departamento de Informática que informar possíveis desmandos a esse respeito”, diz André

D
A Alerj esteve presente, nos dias F ERNANDA PORTO permite o acesso pelos secretários das Baixada Fluminense será a primeira parada do do PV, acrescentando que o ônibus contará ainda com uma
3 e 4 de agosto, em Valença, na 1ª comissões às transcrições da Taqui- ônibus da Comissão de Defesa do Meio Ambien- TV, que exibirá vídeos com informações para a população
Feira Fluminense de Oportunidades a campanha pela doação grafia. Com isso, eles podem corrigir te da Assembléia Legislativa do Estado do Rio sobre como se portar em casos de emergência, e palestras
de Políticas Públicas, organizada de papéis usados para a as atas no sistema, sem que haja a de Janeiro, que começa a funcionar na primeira quinzena ministradas por técnicos da comissão.
pela Associação Estadual das reciclagem, encabeçada necessidade do envio de várias cópias de setembro. Segundo o presidente da comissão, deputado Os equipamentos do ônibus foram conseguidos através
Câmaras Municipais, em parceria pelo deputado Glauco Lopes (PSDB), em papel. “Antes nós imprimíamos as André do PV, a primeira missão do veículo será medir os de convênios com laboratórios de universidades, que equi-
com o Sebrae e a Associação de às mudanças administrativas que pro- notas, corrigíamos, mandávamos de níveis de poluição do ar. “Vamos medir a qualidade do ar, parão o veículo de acordo com a necessidade da operação.
Prefeitos dos Municípios do Rio. moveram redução do uso do material, a volta. Depois voltávamos a imprimir pois recebemos muitas denúncias de pessoas que estão Além da estrutura do laboratório, o ônibus vem com guin-
“A feira é uma oportunidade de Alerj mostra sua disposição em servir com os acréscimos. Além de demo- sentindo dor de garganta à noite, e isso pode ser um reflexo cho, gerador próprio, freezer e compartimento para água
esclarecer o papel da Alerj na de exemplo na diminuição do desper- rado, era um processo dispendioso”, da poluição”, explica o parlamentar. potável, entre outros acessórios voltados para a análise.
aprovação de leis que beneficiam dício. No último dia 8, Lopes distribuiu explica a diretora do departamento, Preparado para ser um laboratório móvel que medirá No reboque será levado um bote motorizado para facilitar
a região”, afirmou o deputado no Plenário Barbosa Lima Sobrinho um Carla Pereira, que também faz blocos indicadores de qualidade da água, do ar, do solo, da flora incursões em locais de difícil acesso. “Faremos medições
Nelson Gonçalves (PMDB). No ofício aos parlamentares falando sobre com os rascunhos e doa papel para e da fauna, entre outros, o ônibus ecológico será utilizado da qualidade da água no Rio Paraíba do Sul e na Baía de
estande, foram distribuídos livretos as vantagens de aproveitar o papel usa- uma escola municipal no Bairro de pela comissão nos trabalhos de demanda induzida, para Guanabara. Este trabalho será árduo, mas tenho certeza de
com leis e projetos voltados para do nos gabinetes para reciclagem. “A Fátima, no Centro do Rio. averiguar dados em diferentes locais do estado, e em casos que trará resultados”, afirma o presidente da comissão, que
o desenvolvimento do estado, preocupação com o destino do grande Também no serviço de atendimento de demanda emergencial, para atender possíveis acidentes pretende usar o ônibus como contraponto às informações
cartilhas com os números 0800 e volume de papel acumulado em meu ao cidadão da Assembléia, conhecido que degradem o meio ambiente. “Quando a imprensa che- oficiais passadas pelo estado. “Vamos apresentar para as
exemplares do JORNAL DA ALERJ. gabinete fez com que eu procurasse como Alô, Alerj, mudanças estão sen- gar ao local, nós já teremos condições de apresentar um pessoas um trabalho pronto. Teremos especialistas que irão
uma organização não-governamental do realizadas para agilizar o trabalho, relatório com tudo o que aconteceu e apontar as possíveis circular por todo estado trabalhando pelo meio ambiente”,
Atletas aprovam ônibus que fizesse esta reciclagem. Além de gerando conseqüente redução do uso soluções para o acidente”, explica o deputado, que consi- garante o parlamentar.
evitar o desperdí- Rafael Wallace Rafael Wallace
Os atletas da seleção brasileira cio, esta iniciativa
de basquete e de atletismo se transforma em
medalhistas nos últimos Jogos trabalho e renda
Parapan-americanos, disputados para famílias de
na Argentina, conheceram as todo o município
instalações do ônibus de Defesa do Rio”, relata o
da Pessoa Portadora de Deficiência deputado, que já
(PPD), no dia 7 de agosto. “O ônibus levou 300 quilos
tem um trabalho importante de de papel para re-
levar informação a todos”, avaliou ciclagem. Agora
Anderson Souza, medalhista de ele espera que os
ouro no lançamento de dardo, de demais gabinetes
disco e no arremesso de peso. e departamentos
façam o mesmo.
Mapa da Educação “Pesq uisa ndo,
descobri que cada
Erradicação do analfabetismo, 50 quilos de papel O deputado Glauco Lopes em campanha pela doação de papel
melhoria na qualidade da usado, transforma-
educação básica e promoção de dos em papel novo, evitam que uma de papel. Segundo o diretor do depar-
formação profi ssional, alinhada árvore seja cortada. Imagina quantas tamento, Wellington Nascimento, as
ao desenvolvimento dos pólos árvores a Alerj não pode poupar em um demandas já são enviadas via e-mail a
econômicos do estado: foram ano?”, calcula. boa parte dos departamentos da Casa
estes os pontos destacados Institucionalmente, a Alerj já vem e a algumas ouvidorias de órgãos. “Com
pelo Mapa de Desenvolvimento adotando medidas de economia de o tempo, limitaremos o uso das corres-
Econômico e Social da Firjan papel há algum tempo. Três anos após pondências apenas aos solicitantes, que,
apresentado à Comissão de a aplicação, pela Comissão de Orça- em sua maioria, não têm computador
Educação, no último dia 8. mento, de um sistema que digitalizava em casa”, antecipa. Ônibus da comissão, que começará a circular no próximo mês, fará medições com a ajuda de convênios com laboratórios de universidades
12 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de agosto de 2007 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de agosto de 2007 11

 ENTREVISTA SHEILA GAMA (PDT)


Fabíola Gerbase

“Mesmo sendo
maioria, ainda
enfrentamos este
preconceito”

E
JAQUELINE C UNHA

ducação e direitos dos portadores de deficiência física


e da mulher. Estas são as principais bandeiras da
deputada Sheila Gama (PDT). A parlamentar, que
ocupa o seu primeiro cargo público, foi eleita com 44.984 votos.
Pedagoga de formação, ela é casada com o ex-deputado estadual
e ex-prefeito de Nova Iguaçu Aloísio Gama. Como presidente
da Comissão de Defesa da Pessoa Portadora de Deficiência
(PPD), a parlamentar comemora os avanços conquistados a
partir da realização de audiências públicas para solucionar
a questão do Vale Social. “Somos o único estado que possui
um ônibus que percorre o estado para registrar reclamações
e isso tem contribuído muito no avanço das políticas para os
deficientes”, ressalta.

Por que a senhora resolveu empresas. Ela trabalha tanto para o nosso estado, porque não têm um transporte ade-
entrar para a política? quanto ou mais que o homem os pais têm que trabalhar quado ou um ônibus acessí-
Sou casada com um político, e continua ganhando menos. e as crianças têm que ter o vel. O Decreto 5.296 estabe-
o Aloísio Gama, e comecei a Mesmo sendo maioria nas apoio do poder público através lece que, até 2009, todas as
entrar nesse mundo acompa- universidades, enfrentamos da escola. Com essa escola empresas de ônibus terão
nhando-o como esposa quan- este preconceito em alguns integral, a criança iria pa- que adaptar seus veículos,
do ele foi prefeito de Nova órgãos públicos e particula- ra casa só de tardinha para mas acho que quando essa
Iguaçu, em 1988. A partir res. Inclusive, pensando no poder conviver com os seus lei foi elaborada ela teria que
daí, passei a me envolver em direito da mulher, fiz um pro- pais. Ela estaria dentro da ter sido gradativa. Em dois
ações sociais e vi a impor- jeto de lei para escola em horário anos 20%, mais dois anos
tância da mulher na política. criar o Hospital integral tendo uma 50% da frota, e assim por
Quando percebi, tinha me
candidatado à Prefeitura de
Nova Iguaçu, e fui a segun-
da Mulher do
“ O trabalho é a
Estado. Alguns principal barreira.
municípios, co- Hoje a mulher
boa alimentação,
atendimento peda-
gógico e de saúde.
diante, porque, do jeito que
está, vai chegar em 2009 e
não vamos ver nem 50% da
da mais votada. Outro fator mo Cabo Frio, ainda é preterida O outro é o Hospital frota adaptados. O mesmo
importante foi o meu envolvi- já têm hospi- em muitas de Reabilitação pa- decreto obriga os prédios
mento na Apae do município,
que fundamos com a ajuda de
amigos e voluntários. Hoje ela
tais assim. Pa- empresas
ra mim, o esta-
do deveria ter
” ra as pessoas porta-
doras de deficiência
(PPD), porque mui-
públicos a se adequarem às
PPDs, só que o prazo dado
pela lei já está vencendo e
é uma referência no estado e um hospital especializado no tas pessoas não têm acesso isso não está sendo feito.
tem uma escola regulariza- tratamento da mulher onde a fisioterapia ou a terapia
da no Conselho Estadual de ela pudesse fazer exames ocupacional. A idéia é permi- Qual a maior reclama-
Educação. de prevenção ao câncer de tir esse acesso para que elas ção recebida pelo Disque
mama e do colo do útero, possam apresentar melhoras PPD?
O direito da mulher está por exemplo. na locomoção, no tato. No início do ano recebemos
entre as prioridades da muitas reclamações sobre
senhora. Qual é a princi- Que projeto de lei a se- Qual a principal dificul- o Vale Social e realizamos
pal barreira enfrentada nhora apontaria como dade que os deficientes uma audiência para discutir
hoje pela mulher? prioritário? enfrentam hoje? o problema. Com isso, os pro-
O trabalho ainda é a princi- Seriam dois: o primeiro é O direito de ir e vir. As cessos passaram a sair com
pal barreira. Hoje a mulher sobre as escolas de horário in- pessoas, às vezes, não con- mais rapidez e a situação já
ainda é preterida em muitas tegral, que são fundamentais seguem sair de casa porque está normalizada.

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