Volume 2
Livro de
atividades
©Shutterstock/Raquel Pedrosa
metrificação: contagem
do número de sílabas
existentes em cada
verso
2 Volume 2
Estrutura da narrativa
psicológico: subjetividade do
personagem ou narrador
Narrador-personagem:1.ª pessoa,
ponto de vista participa da história, narra o que observa e
o que sabe a partir de seu ponto de vista
Figura de linguagem
Figuras de linguagem
Literatura 3
figuras de linguagem
metáfora metonímia
Intertextualidade
Referência direta ou indireta a outro texto, com intenções distintas: homenageá-lo, criticá-lo, ironizá-lo, relê-lo.
Períodos literários
4 Volume 2
Atividades
1. Leia o poema a seguir de Manoel de Barros e responda às questões de 1 a 5 a respeito do texto e das estruturas do
gênero poético.
Matéria de poesia
I Tudo aquilo que a nossa
Todas as coisas cujos valores podem ser civilização rejeita, pisa e mija em cima,
disputados no cuspe à distância serve para poesia
servem para poesia
Os loucos de água e estandarte
O homem que possui um pente servem demais
e uma árvore O traste é ótimo
serve para poesia O pobre-diabo é colosso
[...]
Tudo que explique
As coisas que não levam a nada o alicate cremoso
têm grande importância e o lodo das estrelas
serve demais da conta
Cada coisa ordinária é um elemento de estima
[...] Pessoas desimportantes
dão pra poesia
Tudo aquilo que nos leva a coisa nenhuma qualquer pessoa e escada
e que você não pode vender no mercado Tudo que explique
como, por exemplo, o coração verde a lagartixa da esteira
dos pássaros, e a laminação de sabiás
serve para poesia é muito importante para a poesia
[...]
O que é bom para o lixo é bom para a poesia
BARROS, Manoel de. Matéria de poesia. São Paulo: LeYa, 2013. p. 9-12. (Biblioteca de Manoel de Barros)
a) Esse poema é metalinguístico. Para explicar esse conceito, basta perceber a constante repetição de um único verso
no poema e sua relação com o que está sendo dito pelo eu lírico. Informe, a seguir, que verso é esse e explique o
assunto de que trata o texto.
O verso que foi repetido durante todo o poema é “serve para poesia” e mostra, desde a primeira estrofe, que o assunto do poema
é o próprio poema, ou melhor, o fazer poético para o eu lírico. Metalinguístico, nesse contexto, pode ser explicado como um texto
poético que delimita as maneiras de se fazer poesia, ou o que “serve para poesia”.
b) Para o eu lírico, o que “serve para poesia”? Assinale (V) para as respostas verdadeiras e (F) para as falsas.
I. ( F ) Acontecimentos heroicos. VI. ( V ) Tudo o que for inútil.
II. ( V ) Coisas de pouco valor. VII. ( F ) Histórias de uma nação.
III. ( V ) Uma planta. VIII. ( F ) Civilizações antigas e impérios.
IV. ( F ) Figuras políticas importantes. IX. ( V ) O que é renegado pela sociedade.
V. ( F ) Sentimentos nobres. X. ( V ) Toda sujeira descartável.
Literatura 5
c) Comente o título do poema tendo em vista o assunto tratado no texto.
O título Matéria de poesia faz referência ao material, conteúdo de que é feito ou do que poderia ser feito um poema, de acordo com
o eu lírico. O poema, portanto, é uma enumeração em verso desses possíveis materiais a serem utilizados.
d) Informe as estruturas (estrofe, verso, metrificação, rima e ritmo) utilizadas no texto Matéria de poesia, de Manoel
de Barros.
São 11 estrofes (do trecho transcrito) não regulares, ou seja, cada uma possuindo uma quantidade variável de versos. A metrificação
não é padrão. Cada verso, portanto, tem uma quantidade específica de sílabas melódicas. Rimas não foram utilizadas neste
poema. Embora não haja um padrão de versos nem de sílabas melódicas, há um ritmo próprio no poema, principalmente pela
e) Manoel de Barros faz uso da figura de linguagem chamada anáfora, que é a repetição de uma palavra, ou de frases
ou versos, de modo parcial ou total em um texto. Explique como esse recurso aparece e como é utilizado.
A anáfora, no poema, está mais presente na repetição do verso “serve para poesia”, mas também na repetição, no início de duas
Calça literária
É assíduo leitor de blusas, camisas, saias, calças estampadas. Não lhe escapa um exemplar novo. Parece
desligado, e observa tudo. Segundo ele, as peças de indumentária, masculina e feminina, ostentando
símbolos e nomes de universidades americanas, manchetes, páginas de jornal, retratos de Pelé e Jimi
Hendrix, apelos ao amor que não à guerra, etc., há muito deixaram de ser originais. [...] Hoje, lê-se mais
nos tecidos do que nos livros, e não é ler apenas, é ver cinema e televisão, pois os corpos, ao se moverem,
dinamizam as figuras estampadas.
[...]
− Ontem eu li uma calça comprida, de mulher, que à primeira vista não tinha nada de especial. Estava
escrita como tantas outras. Mas o texto (não confundir com textura) me chamou a atenção. Geralmente,
calças e blusas não são literárias. Trazem notícias, anúncios, slogans, mas versos, ainda não tinha visto.
Pois essa tinha poemas em português, de Camões ao Vinicius.
[...]
− Foi a primeira calça literária, totalmente poética, do meu conhecimento. Feita em São Paulo? Talvez.
Caracteres pretos sobre fundo branco. Versos em todas as direções. De Bilac, de Cecília, de Bandeira, de
Castro Alves, de Fernando Pessoa. Uma antologia, bicho. Sem ordem, naturalmente. Escuta aí: Onde vais
à tardezinha, morena flor do sertão? O que eu adoro em ti é a vida. Aqui outrora retumbaram hinos. Oh
abelha imaginativa! O que o desejo inventa... Vou-me embora pra Pasárgada. Amor é fogo que arde sem
se ver. Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho. No monte de amor andei, por ter de monteiro fama,
sem tomar gamo nem gama. Clorindas e Belindas brincam no tempo das berlindas. Eu tenho amado
tanto e não conheço o amor. Estrela Vésper do pastor errante. ’Tamos em pleno mar: dois infinitos ali se
alteiam...
textura: tecido.
monteiro: aquele que caça nos montes.
tomar: capturar.
gamo: veado.
6 Volume 2
[...] Mas que seja infinito enquanto dure. Cantando espalharei por toda parte. Tudo não escondido
perde a graça. O cinamomo floresce em frente do teu postigo. Crisântemo divino aberto em meio da
solidão... Tinha uma pedra no meio do caminho.
[...] Os poetas que tratem de defender seus direitos autorais. A menos que considerem uma honra
vestir de versos as mulheres.
cinamomo: arbusto.
postigo: pequena janela.
ANDRADE, Carlos Drummond de et al. Para gostar de ler: crônicas. São Paulo: Ática, 1979. p. 62-64.
2. No trecho “Hoje, lê-se mais nos tecidos do que nos livros...”, o autor
a) afirma que calças e blusas não têm que ser literárias.
X b) amplia o conceito de leitura.
c) considera uma honra vestir de versos as mulheres.
d) entende que as peças de indumentária masculina e feminina devem informar mais que os livros.
e) vê que a leitura só se dinamiza com as figuras estampadas.
3. Em “Calça Literária”, o verso citado de Vinicius de Moraes, “mas que seja infinito enquanto dure.”, extraído do famoso
“Soneto da fidelidade”, expressa as ideias de temporalidade do amor e desejo de aproveitar a vida, enquanto é pos-
sível. Essas ideias também se encontram em alguns dos versos de “Marília de Dirceu”.
(Trechos extraídos de GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu. 31. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.)
Literatura 7
(FGV – SP) Texto para a questão 5.
(Cecília Meireles)
Esse trecho faz parte de um poema de Cecília Meireles, intitulado “Destino”, uma espécie de profissão de fé da autora.
5. Considerando-se as figuras de linguagem utilizadas no texto, pode-se dizer que
a) as duas estrofes são uma metáfora de um pleno sentimento de paz.
X b) o texto revela a antítese entre dois universos de atuação, com diferentes implicações.
c) há, nos versos, comparação entre atividades agrícolas e outras, voltadas à pecuária.
d) o verso “Sabeis quando é tarde, sabeis quando é cedo.” contém uma hipérbole.
e) as estrofes apresentam, em sentido figurado, a defesa da preservação das ocupações voltadas ao campo.
6. (UFAM) Para responder à questão 6, leia antes o poema “Tecendo a manhã”, de João Cabral de Melo Neto, abaixo
transcrito:
8 Volume 2
Estão corretas:
a) apenas 2 e 4 c) apenas 2 e 3 e) 1, 3 e 4
X b) 1, 2 e 4 d) apenas 1 e 3
7. (UFRS – RS) Leia os versos abaixo, do poema “Chama e Fumo” de Manuel Bandeira.
Chama e fumo
1 Amor – chama, e, depois, 4 Gozo cruel, ventura escassa, 7 A cada par que a aurora enlaça,
fumaça... 5 Dono do meu e do teu ser, 8 Como é pungente o entardecer!
2 Medita no que vais fazer: 6 Amor - chama, e, depois, 9 O fumo vem, a chama passa...
3 O fumo vem, a chama passa... fumaça... [...]
Mãos dadas
1 Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
4 Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
7 Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
Não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
10 Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente
A obra literária em versos tem ritmo e metro distintos do texto em prosa. Com relação às características do texto
literário e tendo por base o poema MÃOS DADAS, julgue os itens a seguir:
0) O poema é composto por duas estrofes assimétricas.
1) Os versos não obedecem a um esquema métrico constante nem a um ritmo regular.
2) As estrofes são constituídas por versos brancos.
3) Há um paralelismo rítmico, com uma gradação semântica, em “o tempo presente os homens presentes, a vida
presente”.
Literatura 9
9. (FUVEST – SP)
“[...] Escobar vinha assim surgindo da sepultura, do seminário e do Flamengo para se sentar comigo à
mesa, receber-me na escada, beijar-me no gabinete de manhã, ou pedir-me à noite a bênção do costume.
Todas essas ações eram repulsivas; eu tolerava-as e praticava-as, para me não descobrir a mim mesmo e
ao mundo. Mas o que pudesse dissimular ao mundo, não podia fazê-lo a mim, que vivia mais perto de
mim que ninguém. Quando nem mãe nem filho estavam comigo o meu desespero era grande, e eu jurava
matá-los a ambos, ora de golpe, ora devagar, para dividir pelo tempo da morte todos os minutos da vida
embaçada e agoniada. Quando, porém, tornava a casa e via no alto da escada a criaturinha que me queria
e esperava, ficava desarmado e diferia o castigo de um dia para outro.
O que se passava entre mim e Capitu naqueles dias sombrios, não se notará aqui, por ser tão miúdo e
repetido, e já tão tarde que não se poderá dizê-lo sem falha nem canseira. Mas o principal irá. E o prin-
cipal é que os nossos temporais eram agora contínuos e terríveis. Antes de descoberta aquela má terra da
verdade, tivemos outros de pouca dura; não tardava que o céu se fizesse azul, o sol claro e o mar chão,
por onde abríamos novamente as velas que nos levavam às ilhas e costas mais belas do universo, até que
outro pé de vento desbaratava tudo, e nós, postos à capa, esperávamos outra bonança, que não era tardia
nem dúbia, antes total, próxima e firme [...]”.
A narração dos acontecimentos com que o leitor se defronta no romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, se faz
em primeira pessoa, portanto, do ponto de vista da personagem Bentinho. Seria, pois, correto dizer que ela apresenta-se:
a) fiel aos fatos e perfeitamente adequada à realidade;
X b) viciada pela perspectiva unilateral assumida pelo narrador;
c) perturbada pela interferência de Capitu que acaba por guiar o narrador;
d) isenta de quaisquer formas de interferência, pois visa à verdade;
e) indecisa entre o relato dos fatos e a impossibilidade de ordená-los.
10. (UEL – PR) A questão refere-se a uma estrofe, transcrita abaixo, do poema de Fernando Pessoa.
MAR PORTUGUÊS
Ó mar salgado, quanto do teu sal Valeu a pena? Tudo vale a pena
São lágrimas de Portugal! Se a alma não é pequena.
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quem quer passar além do Bojador
Quantos filhos em vão rezaram! Tem que passar além da dor.
Quantas noivas ficaram por casar Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Para que fosses nosso, ó mar! Mas nele é que espelhou o céu.
PESSOA, F. Mensagem. In: Mensagem e outros poemas afins seguidos de Fernando Pessoa e ideia de Portugal. Mem Martins: Europa-América [19-].
Em relação aos mesmos versos da questão anterior [“Ó mar salgado, quanto do teu sal / São lágrimas de Portugal”],
ocorrem, respectivamente, duas figuras de linguagem nomeadas:
a) Metáfora e onomatopeia.
b) Catacrese e ironia.
c) Anacoluto e antítese.
d) Sinédoque e aliteração.
X e) Pleonasmo e metáfora.
10 Volume 2
04
Trovadorismo
etapas da
coita: dor de
aproximação
amor
amorosa
amor cortês
amor
eu lírico: voz inacessível
masculina
Literatura 11
Cantigas
origem provençal
eu lírico masculino
objeto de desejo: a dama (“senhor”)
de amor vassalagem amorosa
coita – dor de amor/amor cortês
mulher idealizada
ambiente palaciano
líricas
eu lírico masculino
crítica indireta
de escárnio
ironia e ambiguidade
não revela o alvo da crítica
satíricas
crítica direta
zombaria e difamação
de maldizer
temática e linguagem fescenina (vulgares)
menciona o alvo da crítica
Novelas de cavalaria
NOVELAS DE CAVALARIA
12 Volume 2
1. Os dois textos a seguir, que servirão de base para responder às questões de 1 a 5, estão separados por seis séculos,
entretanto, aproximam-se tematicamente. O primeiro é uma letra de música (“Sozinho”, de Peninha). O segundo texto
é de Nuno Fernandes Torneol, “Cantiga de amor de refrão”.
c) Na letra da música de Peninha, o eu lírico conjectura sobre o futuro do seu relacionamento, tal como na cantiga de
Torneol. Como são caracterizados os relacionamentos em cada texto?
Em cada um dos dois textos, o eu lírico está sozinho, sem a pessoa amada, sem entender o abandono (se é que a solidão dele pode
se configurar assim), desejando o reencontro com ela, e fala sobre o futuro, mostrando desespero e expectativa.
Literatura 13
d) Nos dois textos, há a utilização de anáfora. Que versos são repetidos em cada um deles e que ideias levantam?
Avalie as afirmativas a seguir, considerando o tema de cada canção em relação à figura de linguagem utilizada,
marcando (V) para verdadeiro e (F) para falso.
( F ) No primeiro texto, o verso repetido é “Onde está você agora?”, enquanto no segundo é “ó formosa! Que fa-
rei?”, e as ideias que levantam são, sobretudo, o desejo de solidão e dúvida sobre o que fazer com a liberdade
conquistada.
( V ) Na letra da música de Peninha, o verso repetido mostra a aflição da constante ausência da pessoa amada, do
desejo de tê-la por perto.
( V ) No texto de Torneol, o verso que se repete demonstra que ocorre incerteza sobre o que fazer do futuro diante
da possibilidade da distância entre os amantes, da partida de sua “senhora”.
( V ) O eu lírico da canção de Peninha questiona onde a amada está e o de Torneol pede conselho sobre o que fazer
de seu futuro sem a amada.
e) Para ser classificado como “cantiga de amor”, existem alguns elementos estruturais que caracterizam o poema. Ana-
lise-os no texto de Torneol.
F I. O eu lírico desdenha do amor e da presença da amada, mesmo com a possibilidade da perda.
V II. O trovador sempre se dirige à amada de maneira respeitosa, como pode ser observado pela menção à “senhora minha”.
V III. Há o sofrimento amoroso pela perda da amada, sem a qual o eu lírico não saberá o que fazer da vida.
F IV. Os elementos da poesia trovadoresca são o amor e a sátira, tal como acontece no poema de Torneol.
14 Volume 2
d) Valorizou recursos formais que tiveram não apenas a função de produzir efeito musical, como também a função de
facilitar a memorização, já que as composições eram transmitidas oralmente.
e) Tanto no plano temático como no plano expressivo, esse estilo de época absorveu a influência dos padrões estéti-
cos greco-romanos.
5. (PUC – RS) O paralelismo, uma técnica de construção literária nas cantigas trovadorescas, consistiu em:
a) unir duas ou mais cantigas com temas paralelos e recitá-las em simultaneidade.
X b) um conjunto de estrofes ou um par de dísticos em que sempre se procura dizer a mesma ideia.
c) apresentar as cantigas, nas festas da corte, sempre com o acompanhamento de um coro.
d) reduzir todo o refrão a um dístico.
e) pressupor que há sempre dois elementos paralelos que se digladiam verbalmente.
6. (UFMG) Nas mais importantes novelas de cavalaria que circularam na Europa medieval, principalmente como propa-
ganda das Cruzadas, sobressaem-se:
a) as namoradas sofredoras, que fazem bailar para atrair o namorado ausente.
X b) os cavaleiros medievais, concebidos segundo os padrões da Igreja Católica (por quem lutam).
c) as namorada castas, fiéis, dedicadas, dispostas a qualquer sacrifício para ir ao encontro do amado.
d) os namorados castos, fiéis, dedicados que, entretanto, são traídos pelas namoradas sedutoras.
e) os cavaleiros sarracenos, eslavos e infiéis, inimigos da fé cristã.
7. (PUC – RS) As narrativas que descrevem as lutas dos cruzados envolvem sempre um herói muito engajado na luta
pela cristandade, podendo ser a um só tempo frágil e forte, decidido e terno, furioso e cortês. No entanto, com relação
à mulher amada, esse herói é sempre:
a) pouco dedicado. X c) devotado. e) n.d.a.
b) infiel. d) indelicado.
(UEMS) Observe com atenção os poemas que seguem e responda à questão.
Literatura 15
Cantar de Amor
Quer’eu en maneyra de proençal
Fazer agora hum cantar d’amor ...
D. Dinis
Mha senhor, com’oje dia son,
Atan cuitad’ e sem cor assi!
E par Deus non sei que farei i,
Ca non dormhoá mui gran sazon.
Mha senhor, ai meu lum’ e meu bem,
Meu coraçon non sei o que tem.
Levando em conta a leitura dos textos elencados e mobilizando seus conhecimentos no que se refere à Evolução dos
Movimentos Literários, é correto afirmar:
a) Os Movimentos literários permanecem estanques dentro de um limite temporal definido, fato importante para a de-
limitação das principais características de cada movimento e, principalmente, para a constatação da imutabilidade
das tendências literárias.
b) Os Movimentos literários são definidos pelo cotejo das manifestações artísticas de um determinado período his-
tórico, sendo, portanto, natural que não existam possibilidades de movimentos complexos ou de uma gradativa
retomada de tendências anteriores em novos movimentos.
c) O poema “Cantar de amor” de Manuel Bandeira comprova que não existe evolução entre os Movimentos literários.
Estes se sobrepõem uns aos outros sem, contudo, estabelecerem uma mútua influência. Dessa forma, as ten-
dências permanecem confinadas a um dado período histórico, fato, inclusive, comprovado pela distância entre o
poema de João Soares Coelho e a obra de Manuel Bandeira.
X d) Os Movimentos literários, embora circunscritos a um determinado período histórico, apresentam um complexo jogo
de influências e interdependências, fato que possibilita pensar em um constante diálogo entre tendências e, con-
sequentemente, compreender que uma nova corrente se forma por meio da interação com uma ou mais correntes
anteriores, formando os elementos constitutivos da tradição literária.
e) O Trovadorismo perde sua importância na medida em que está restrito aos limites históricos do início do milênio. A
emotividade, o saudosismo, a busca pela religiosidade, entre outros comportamentos refletem uma tendência vista
somente nesse movimento literário. Essa ideia comprova a ingenuidade de Manuel Bandeira ao retomar, no século
XX, uma forma de composição usada no século XI.
16 Volume 2
Muito mais do que documentos
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Cancele quando quiser.