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Números Complexos PDF
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Números Complexos
z = x + iy. (1.2)
Em (1.2) observamos que um número complexo é composto de duas partes: dizemos que x
é a parte real de z , e escrevemos Re(z) = x. Por outro lado, y é a parte imaginária de z , e
escrevemos Im(z) = y .
1
eixo imaginário
6
b a z = a + bi
µ
¡
¡
¡
¡
¡
¡
¡
¡ -
a eixo real
Exemplo 1.2 O número complexo z = 3 + 2i pode ser escrito como z = (3, 2).
eixo imaginário
6
b a z = a + bi
¡
¡
¡
¡
¡ -
@ a eixo real
@
@
@
−b @a z = a − bi
3 A cada número complexo está associado um único ponto do plano, e a cada ponto do plano está associado
um único número complexo. Lembre-se que em coordenadas polares tal associação não é biunívoca, uma
vez que um dado ponto do plano possui innitas coordenadas polares.
2
1.5 Operações com Números Complexos
Considerando os números complexos z1 = x1 + iy1 e z2 = x2 + iy2 , temos:
• Adição: a soma z1 + z2 é obtida pelas somas das respectivas partes real e imaginária,
ou seja
z1 + z2 = (x1 + x2 ) + i(y1 + y2 ).
z1 − z2 = (x1 − x2 ) + i(y1 − y2 ).
Evidentemente não é necessário memorizar a fórmula em (1.3); a razão deve ser obtida
simplesmente multiplicando-se o numerador e o denominador pelo conjugado do de-
nominador e simplicando-se ao máximo o resultado.
4 Atenção: para números complexos não se dene relações de ordem, ou seja, desigualdades do tipo z < z
1 2
ou z1 ≥ z2 não possuem qualquer signicado.
5 A prova deste resultado será deixada a cargo do leitor.
3
1.6 Propriedades
Dados z1 , z2 e z3 , temos
• comutatividade
z1 + z2 = z2 + z1 (1.4)
z1 z2 = z2 z1 (1.5)
• associatividade
(z1 + z2 ) + z3 = z1 + (z2 + z3 ) (1.6)
(z1 z2 )z3 = z1 (z2 z3 ) (1.7)
• distributividade
z1 (z2 + z3 ) = z1 z2 + z1 z3 (1.8)
Estas leis seguem imediatamente das correspondentes leis para números reais e das operações
algébricas denidas anteriormente para os números complexos.
1+i 2 1+i 2
(a) (1 + i)2 (b) ( 1−i ) (c) ( 1−i ) − ( 1−i
1+i )
2
(a) z 2 + 9 = 0 (c) z 2 + 2z + 5 = 0
(b) z 2 − 2z + 2 = 0 (d) z 2 + z + 9 = 0
(7) Calcule
4
(13) Seja z = x + iy . Determine
z1
(9) Prove o resultado em (1.3). Sugestão: faça z2 = z , onde z = u + iv e resolva a equação
resultante em termos de u e v .
As provas destes resultados são imediatas e cam como exercício para o leitor.
x = rcos(θ) e y = rsen(θ),
5
eixo imaginário
6
y a z = x + iy = r [cos(θ) + isen(θ)]
µ
¡
¡
¡
r ¡
....¡
.
¡ ........
...
¡ ...
...
¡ θ . -
x eixo real
eixo imaginário
6
b z1 = i, θ = π
2
zb 4 = −7, θ = π zb 3 = 4, θ = 0 - eixo real
b z2 = −2i, θ = − π
2
6
Multiplicação e divisão
A forma polar é particularmente útil para a multiplicação e divisão dos números complexos.
Consideremos os números
£ ¤ £ ¤
z1 = x1 + iy1 = r1 cos(θ1 ) + isen(θ1 ) e z2 = x2 + iy2 = r2 cos(θ2 ) + isen(θ2 ) .
• O produto z1 z2 ca
z1 z2 = r1 cos(θ1 ) + isen(θ1 ) r2 cos(θ2 ) + isen(θ2 )
= r1 r2 cos(θ1 ) + isen(θ1 ) cos(θ2 ) + isen(θ2 )
= r1 r2 cos(θ1 )cos(θ2 ) + icos(θ1 )sen(θ2 ) + isen(θ1 )cos(θ2 ) − sen(θ1 )sen(θ2 )
= r1 r2 cos(θ1 )cos(θ2 ) − sen(θ1 )sen(θ2 ) + i cos(θ1 )sen(θ2 ) + sen(θ1 )cos(θ2 ) ,
obtemos £ ¤
z1 z2 = r1 r2 cos(θ1 + θ2 ) + isen(θ1 + θ2 ) (1.15)
z1
• A razão z2 ca
z1 z 2 r1 r2
= cos(θ1 ) + isen(θ1 ) cos(θ2 ) − isen(θ2 )
z2 z 2 r22
r1
= cos(θ1 )cos(θ2 ) − icos(θ1 )sen(θ2 ) + isen(θ1 )cos(θ2 ) + sen(θ1 )sen(θ2 )
r2
= r1 r2 cos(θ1 )cos(θ2 ) + sen(θ1 )sen(θ2 ) + i sen(θ1 )cos(θ2 ) − cos(θ1 )sen(θ2 ) ,
obtemos
z1 r1
= [cos(θ1 − θ2 ) + isen(θ1 − θ2 ) (1.16)
z2 r2
A partir de (1.16), observamos que o módulo da razão é a razão dos módulos, ou seja,
z1 |z1 |
| |= ,
z2 |z2 |
7
Potências
Utilizando (1.15) e indução matemática, observamos que
z n = rn [cos(nθ) + isen(nθ)], (1.17)
expressão válida para todo n ∈ Z. A partir de (1.17) podemos escrever
© ªn
r[cos(θ) + isen(θ)] = rn [cos(nθ) + isen(nθ)]
da qual, fazendo r = 1, obtemos a fórmula de de Moivre 6
[cos(θ) + isen(θ)]n = cos(nθ) + isen(nθ) (1.18)
(8) Represente no plano complexo a região representada pelas seguintes equações e ine-
quações
π π
(a) |z| = 1. (c) Re(z 2 ) = −1. (e) 4 ≤ arg(z) ≤ 4.
(b) |z − 1| = 1. (d) Im(2z) = −1.
8
Capítulo 2
Funções complexas
z−1
(2) Dada f (z) = z+i determine
z 2 −1
(3) Dada f (z) = z 2 +1 determine
1
(a) f (z) = z 2 − 3z + 4 − i (d) f (z) = z−1
z
(b) f (z) = 3z 2 − 2z (e) f (z) = z+1
z−1
(c) f (z) = z 3 − z 2 (f) f (z) = z+1
(5) Suponha que z varie em uma região R do plano complexo. Determine a região S cor-
respondente às imagens de w = f (z). Esboce as duas regiões sobre o plano complexo.
© ª
(a) f (z) = iz , onde R = z ∈ C | Re[z] ≥ 0
© ª
(b) f (z) = 3z − 1, onde R = z ∈ C | − 1 < Re[z] < 1
© ª
(c) f (z) = z 2 , onde R = z ∈ C | 0 ≤ arg[z] ≤ π/4, |z| ≤ 1
© ª
(d) f (z) = z 2 , onde R = z ∈ C | 0 ≤ arg[z] ≤ π/2, 1 ≤ |z| ≤ 2
(6) Determine todos os valores das raízes a seguir e represente-as no plano complexo.
√ √ √ √
(a) i (d) −25 (g) 3
−i (j) 1+i
√ √ √ √
(b) −1
3
(e) i
3
(h) 8
1 (k) 1 + i
3
√ √ √ p √
(c) −i (f) 4 1 (i) 7
−128 (l) 1 − 3i
(7) Determine todos as soluções das equações a seguir e represente-as no plano complexo.
9
(a) z 4 + 81 = 0 (c) z 2 − 6z + 13 = 0 (e) z 6 − 7z 3 − 8 = 0
(b) z 3 − 64 = 0 (d) z 4 + 5z 2 − 36 = 0 (f) z 4 −(1−4i)z 2 +4i = 0
f (z + ∆z) − f (z)
f 0 (z) = lim . (2.1)
∆z→0 ∆z
Exemplo 2.1 Usando a denição (2.1) a derivada da função complexa f (z) = z 2 ca
(z + ∆z)2 − z 2
f 0 (z) = lim
∆z→0 ∆z
z 2 + 2z∆z + (∆z)2 − z 2
= lim
∆z→0 ∆z
2z∆z + (∆z)2
= lim = 2z
∆z→0 ∆z
∆Z(2z + ∆z)
= lim = 2z.
∆z→0 ∆z
É importante observar que ∆z pode tender a zero por qualquer caminho (Figura 2.1); logo
a existência da derivada em (2.1) implica que o valor deste limite é o mesmo, independente
do caminho tomado.
Im ............................ z + ∆z = (x + ∆x) + i(y + ∆y)
...... .
y + ∆y 6 ....
...... ..........r
......... ....
..... ........... ...... ....
.. ..... . .
... ....
... ........ ...
.. . ... .
... ......... .. ..
.
.. .. ...
. ..
.... ..... .
. ..
.
. ..
. .
.. ... ... ..
.. ... ... ..
.... ..... ..... .
.
. . ... ...
.. ... .... ...
.. ... .... .....
........ .
.. .....
.. ..... .......
..... ....... .........
y ..r..............................................................
z = x + iy
-
x x + ∆x Re
10
Pelo caminho II da Figura 2.2 inicialmente ∆x → 0 e a derivada da equação (2.2) ca
−i∆y
f 0 (z) = lim = −1.
∆y→0 i∆y
Logo, como o limite por caminhos diferentes resulta em valores diferentes a derivada não
existe.
Im
y + ∆y 6
II¾ r z + ∆z = (x + ∆x) + i(y + ∆y)
y ?
r¾ ?I
z = x + iy
-
x x + ∆x Re
Estabeleceremos agora um critério simples para vericar se uma dada função complexa
f (z) = u(x, y) + iv(x, y) é analítica, isto é, se possui derivada. Inicialmente supomos que
nossa função f é analítica em um certo domínio D, logo sua derivada
f (z + ∆z) − f (z)
f 0 (z) = lim
∆z→0 ∆z
existe para todos os pontos em D. Reescrevendo esta derivada usando as partes real e
imaginária de f obtemos
Pelo caminho I da Figura 2.2 inicialmente ∆y → 0 e a derivada dada pela equação (2.3) ca
11
Pelo caminho II da Figura 2.2 inicialmente ∆x → 0 e a derivada dada pela equação (2.3)
ca
u(x, y + ∆y) + iv(x, y + ∆y) − u(x, y) − iv(x, v)
f 0 (z) = lim
∆y→0 i∆y
u(x, y + ∆y) − u(x, y) v(x, y + ∆y) − v(x, v)
= lim +i
∆y→0 i∆y i∆y
∂v ∂u
= −i . (2.4b)
∂y ∂y
Pela hipótese de f ser analítica f 0 existe e é única, independente do caminho tomado, logo
os resultados dados pelas equações (2.4a) e (2.4b) são iguais. Igualando as partes real e
imaginária de (2.4a) e (2.4b) obtemos
∂u ∂v ∂v ∂u
= e =−
∂x ∂y ∂x ∂y
ou, usando uma notação mais econômica,
ux = vy e vx = −uy (2.5)
Teorema 2 Para todos os pontos onde as funções reais u = u(x, y) e v = v(x, y) possuem
derivadas parciais de primeira ordem contínuas e satisfazem as equações de Cauchy-Riemann
a função complexa f (z) = u(x, y) + iv(x, y) é analítica.
ux = 2x e vy = 2x,
vx = 2y e uy = −2y.
Uma vez que as derivadas parcias ux , vy , vx e uy são contínuas para todo ponto (x, y) ∈ R2
e também satisfazem as equações de Cauchy-Riemann, ux = vy e vx = −uy , a função
f (z) = z 2 é analítica para todo z ∈ C.
ux = 1 e vy = −1.
Uma vez que ux 6= vy todo ponto (x, y) ∈ R2 a função f (z) = z não é analítica para todo
z ∈ C.
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∂v ∂v ∂x ∂v ∂y ∂v ∂v
= + =− r sen(θ) + r cos(θ) (2.6b)
∂θ ∂x ∂θ ∂y ∂θ ∂x ∂y
∂u ∂u ∂x ∂u ∂y ∂u ∂u
= + = cos(θ) + sen(θ) (2.6c)
∂r ∂x ∂r ∂y ∂r ∂x ∂y
∂v ∂v ∂x ∂v ∂y ∂v ∂v
= + = cos(θ) + sen(θ) (2.6d)
∂r ∂x ∂r ∂y ∂r ∂x ∂y
Fazendo (2.6a) + r(2.6d) obtemos
∂u ∂v ∂u ∂u ∂v ∂v
+r = − r sen(θ) + r cos(θ) + r cos(θ) + r sen(θ)
∂θ ∂r ∂x ∂y ∂x ∂y
· ¸ · ¸
∂u ∂v ∂u ∂v
= r sen(θ) − + + r cos(θ) + = 0,
∂x ∂y ∂y ∂x
∂v 1 ∂u 1
=− ∴ vr = − u θ . (2.6e)
∂r r ∂θ r
Fazendo (2.6b) - r(2.6c) obtemos
∂v ∂u ∂v ∂v ∂u ∂u
−r = − r sen(θ) + r cos(θ) − r cos(θ) − r sen(θ)
∂θ ∂r ∂x ∂y ∂x ∂y
· ¸ · ¸
∂v ∂u ∂v ∂u
= r sen(θ) − − + r cos(θ) − = 0,
∂x ∂y ∂y ∂x
∂u 1 ∂v 1
= ∴ ur = vθ . (2.6f)
∂r r ∂θ r
As equações (2.6e) e (2.6f) são as Equações de Cauchy-Riemann na forma polar.
∂2u ∂2u
∇2 u = + 2 = uxx + uyy . (2.7)
∂x2 ∂y
Teorema 4 As partes real e imaginária de uma função complexa f (z) = u(x, y) + iv(x, y)
analítica em um domínio D têm laplaciano nulo em D, isto é, se f é analítica, então
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Prova: pelas equações de Cauchy-Riemann temos
ux = vy ∴ uxx = vyx ,
logo
∇2 u = uxx + uyy = 2 − 2 = 0.
Assim, como ∇2 u = 0, temos que u é harmônica.
(b) Determine sua harmônica conjugada v = v(x, y).
Como ux = vy temos que vy = 2x, donde
Z
v(x, y) = 2x ∂y = 2xy + H(x).
1
(a) f (z) = z 3 +8z 2 −4z+2 (c) f (z) = (z 2 − 3z)3 (e) f (z) = 1−z
√ z 2 −1
(b) f (z) = z 4 − z 2 + 3 − i (d) f (z) = z 2 − z + 3i (f) f (z) = z 2 +1
1 O termo conjugada empregado aqui não tem nhenhuma relação com o conjugado de um número complexo
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1
(a) f (z) = 3iz 2 + 8z + 4i, zo = 1 + 2i (c) f (z) = 1−z , zo = 1
z−1
(b) f (z) = (z 2 − i)2 , zo = 3 − 2i (d) f (z) = z+1 , zo = 2 − 4i
(3) Para cada função a seguir calcule a derivada usando (2.4a) e também usando (2.4b).
Verique se os resultados coincidem.
z+1
(a) f (z) = 3z + 2i (c) f (z) = z 3 − 32 + z (e) f (z) = z−1
1 1
(b) f (z) = z + z (d) f (z) = 1−z (f) f (z) = (z 2 + 3z)2
(5) Determine uma função analítica f (z) = u(x, y) + iv(x, y) para a qual
(6) Mostre que cada função a seguir é harmônica e determine a função analítica f (z) =
u(x, y) + iv(x, y) correspondente
(7) Mostre que as funções são analíticas (sugestão: use a forma polar das Equações de
Cauchy-Riemann)
1
(a) f (z) = z 4 (b) f (z) = z4 , z 6= 0 (c) f (z) = ln(r) + iθ
(8) Para quais valores da constante k a função u(x, y) = sen(x)cos(ky) é harmônica? Para
cada um destes valores determine uma função complexa analítica tal que
15
Capítulo 3
(a) z = i π4 (c) z = i 3π
4 (e) z = −i π3 (g) z = 1 + i
(b) z = −i π4 (d) z = i π3 (f) z = 2+iπ
4 (h) z = 2 + i5π
16