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GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA

RELATÓRIO IV DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA

CRICIÚMA, 2018

INTRODUÇÃO
O sistema proposto, tem a finalidade de identificar os bacilos Gram negativos,
oxidase negativa e fermentadores da glicose. Essa identificação é realizada através de
10 provas bioquímicas a partir de 5 meios de cultura, que associados à leitura da
fermentação da lactose, permitem uma identificação segura da bactéria questionada
(LABORCLIN, 2004).
Os 5 tubos de meios de cultura, fornecem a leituras das seguintes provas
bioquímicas (NEWPROV, 2018):
 Desaminação do L-Triptofano (LTD) ou Triptofano-Desaminase (TRI)
 Produção de gás sulfídrico (H2S)
 Fermentação da glicose (GLI)
 Produção de gás a partir da glicose (GAS)
 Descarboxilação da L-Lisina (LIS)
 Produção de Indol (IND)
 Descarboxilação da Ornitina (ORN)
 Motilidade (MOT)
 Utilização do citrato como única fonte de Carbono (CIT)
 Fermentação da Rhamnose (RHA)

MATERIAIS E MÉTODOS

Materiais:
1. Placa com o cultivo da bactéria a ser identificada.
2. Minikit de provas bioquímicas para enterobactérias.
3. Bico de Bunsen.
4. Alça bacteriológica.
5. Agulha bacteriológica.
6. Óleo mineral estéril.
7. Reativo de Kovacs

Métodos:
1. Escolher uma colônia isolada e, com auxílio de agulha bacteriológica flambada,
recolher metade desta colônia.
2. Inocular no primeiro tubo por picada e estria na superfície inclinada do meio,
deixando a tampa frouxa.
3. Sem flambar, semear o segundo tubo por dissolução, selar com óleo mineral
estéril e fechar bem a tampa.
4. Ainda sem flambar, semear o terceiro tubo, com picada central única, deixando
a tampa do tubo frouxa.
5. Recolher a outra metade da colônia e semear no quinto tubo através de
dissolução; selar com óleo mineral estéril e fechar bem a tampa.
6. Voltar ao quarto tubo com a agulha bacteriológica e estriar a superfície. Este
tubo deverá ser deixado por último para receber inoculo leve, assim como para
evitar arraste de nutrientes do meio original com a agulha, uma vez que estes
nutrientes poderão dar reações falso positivas. A tampa do tubo deverá
permanecer frouxa.
7. Incubar os 5 tubos a 35º ± 2º C por 18 a 24 horas. (LABORCLIN, 2004).

Leitura:
TUBO 1 - MEIO DE EPM (ágar inclinado verde):
Permite a leitura das provas do LTD, Glicose, Gás e H2S. O LTD (desaminação
do L-Triptofano) é evidenciado pelo desenvolvimento de cor verde-garrafa no ápice do
tubo. A leitura da Glicose é feita pela observação de coloração amarela na base do tubo,
com ou sem produção de gás, evidenciado pela ruptura do meio ou a formação de
bolhas. A produção de gás sulfídrico é verificada pelo aparecimento de cor negra.

TUBO 2 - CALDO LISINA (caldo púrpura):


Permite a leitura da reação de descarboxilação da L-Lisina. A cor amarela
brilhante revela uma reação negativa e qualquer cor diferente de amarelo é considerado
positivo.

TUBO 3 - MEIO DE MIO (meio semi-sólido púrpura):


Permite a leitura das provas de Motilidade, descarboxilação da Ornitina e
produção de Indol. A motilidade é observada pela turvação do meio, enquanto se houver
crescimento somente na picada a prova é considerada negativa. A interpretação da
Ornitina é semelhante à da Lisina, ou seja, cor amarela indica prova negativa e qualquer
outra cor é considerada positiva. O Indol é revelado pelo acréscimo de algumas gotas
do reativo de Kovacs após incubação de 24 horas: a formação de anel de cor vermelha
significa que houve a produção de Indol, portanto a prova é positiva.

TUBO 4 - ÁGAR CITRATO DE SIMMONS (ágar inclinado verde):


Responsável pela leitura da prova de utilização do citrato como única fonte de
Carbono. Meio de cor original verde, tornando-se azul em caso de prova positiva e
permanecendo verde para provas negativas.
TUBO 5 - CALDO RHAMNOSE (caldo verde-claro):
Permite verificar se o bacilo gram negativo fermenta ou não este açúcar. Meio
com cor original verde, tornando- se amarelo em caso de prova positiva e
permanecendo verde para provas negativas.

A prova da Lactose (LAC) verificou-se nos meios CLED e MacConkey. No meio


de MacConkey a mudança da cor do meio de amarelo para rosa-avermelhado
corresponde a uma prova positiva, e sem a mudança ocorre uma prova negativa. O
mesmo ocorre no meio de CLED, em que a positividade corresponde da mudança do
azul para o verde.

RESULTADOS

Após as 24 horas na estufa observou-se os seguintes resultados nas provas do


mini-kit (FOTOGRAFIA 1):
 LTD: Não houve uma mudança da cor verde original para a cor verde-garrafa,
tornando-se assim um resultado negativo. Resultado negativo é compatível com:
Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Shigella flexneri, Salmonella
typhimurium e Klebsiella pneumoniae.
 GLI: A cor amarela observada na base do tubo indicou um resultado positivo.
Resultado positivo é compatível com todas as espécies da família
Enterobacteriaceae.
 GAS: Observou-se a formação de uma bolha no fundo do tubo, indicando prova
positiva. Resultado positivo é compatível com: Proteus vulgaris, E. coli, S.
typhimurium e K. pneumoniae.
 H2S: Não houve o aparecimento da cor negra no meio apresentando prova
negativa. Resultado negativo é compatível com: E. coli, P. aeruginosa, S. flexneri
e K. pneumoniae.
 LIS: O aparecimento da cor amarelo-bege indicou prova positiva para Lisina.
Resultado positivo é compatível com: E. coli, S. typhimurium e K. pneumoniae.
 MOT: A turvação do meio mostrou positividade para o teste. Resultado positivo
é compatível com: P. vulgaris, E. coli e S. typhimurium.
 IND: Observou-se um anel rosa, resultando positividade ao teste. Resultado
positivo é compatível com: P. vulgaris e E. coli.
 ORN: O surgimento da cor roxa no meio indicou teste positivo. Resultado positivo
é compatível com: E. coli e S. typhimurium.
 CIT: Observou-se a cor verde original do meio, apontando para o resultado
negativo. Resultado negativo é compatível com: P. vulgaris, E. coli, P.
aeruginosa e S. flexneri.
 RHA: A mudança da cor verde para amarela é considerada resultado positivo.
Resultado positivo é compatível com: E. coli, S. typhimurium e K. pneumoniae.
 LAC: Houve mudança na cor do meio de CLED e MacConkey, para verde e rosa,
respectivamente (FOTOGRAFIA 2). Resultando Lactose positiva. Resultado
positivo é compatível com: E. coli, K. pneumoniae

As características morfológicas da colônia observadas em meio de MacConkey,


foram: colônias achatadas, circulares, secas e opacas de cor rosa. Identificou-se o odor
de vinagre.
Com o somatório das características da colônia, lactose, odor e resultados
bioquímicos, podemos concluir que a bactéria questionada é sugestiva de Escherichia
coli.

REFERÊNCIAS
LABORCLIN. Kit para enterobactérias. Disponível em:
<http://www.interlabdist.com.br/dados/produtos/bula/doc/34248cac45c55984.pdf>
Acesso em: 05 de mai. de 2018.

MICROIMUNOLIGA. Identificação de enterobactérias. Disponível em:


<https://microimunoliga.blogspot.com.br/2016/09/14-identificacao-de-
enterobacterias.html> Acesso em: 05 de mai. de 2018.

NEWPROV. Kit para enterobactérias. Disponível em:


<https://pt.scribd.com/document/229669419/KIT-PARA-ENTEROBACTERIAS>
Acesso em: 05 de mai. de 2018.

ANEXOS
FOTOGRAFIA 1 – Tubos 1 ao 5 da esquerda para direita, após 24h na estufa.

FOTOGRAFIA 2 – Cultura em meio de MacConkey (Esqueda) e CLED (Direita).

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