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01) ESTUDAR A ANATOMIA DO QUADRIL E DA COXA (MÚSCULOS, VASOS, NERVOS E LIGAMENTOS)

Gray’s para estudantes

02) ESTUDAR AS CAUSAS DA CLAUDICAÇÃO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES (DOENÇA DE PERTHES E


EPIFISIÓLISE) DE FORMA SUCINTA ENFATIZANDO A EPIDEMIOLOGIA E O QUADRO CLINICO

DOENÇA DE LEGG-PERTHES-CALVÉ

EPIDEMIOLOGIA: Foi descrita em 1910, independentemente, por Legg nos Estados Unidos, Perthes na Alemanha
e Calvé na França. É ocasionada pela necrose do núcleo epifisário femoral superior, ao que somam-se outras
alterações. Acomete crianças entre três e doze anos, predominantemente entre seis e oito anos. A incidência é maior
no sexo masculino numa proporção de 5:1. É bilateral em 20% dos casos. Quanto menor a idade do paciente, melhor
o prognóstico, quanto maior a idade pior o prognóstico.

FASES DA DOENÇA: No processo evolutivo da doença, que se extende por mais ou menos dois anos entre o
aparecimento e o seu final, destacam-se quatro fases:

 Inicial ou necrose óssea. Pela perda da vascularização da cabeça femoral, ocorre necrose (mortificação) em
parte ou em toda a cabeça femoral.
 Fragmentação ou revascularização. Com a revascularização da cabeça femoral tem início a absorção do
tecido necrosado, aparecendo áreas de fragmentação.
 Reossificação. Forma-se novo tecido ósseo.
 Deformidade residual ou cura sem seqüelas. Fase final.

QUADRO CLÍNICO: caracteriza-se por dor na face anterior da coxa e joelho. Os movimentos do quadril estão
limitados, principalmente a rotação interna e a abdução. A atrofia da coxa, por desuso, é comum e a marcha,
habitualmente, é claudicante.

CLASSIFICAÇÕES DA GRAVIDADE DA LESÃO: A classificação de CATTERALL permite o prognóstico, orienta o


tratamento e serve de comparação frente aos resultados obtidos. Engloba quatro tipos, considerando a gravidade
da lesão do núcleo epifisário femoral:

a) grupo I. Compromete o mínimo da epífise;

b) grupo II. O processo envolve até metade da cabeça femoral;

c) grupo III. Atinge até dois terços da cabeça femoral;

d) grupo IV. A epífise está totalmente acometida.

EPIFISIÓLISE

EPIDEMIOLOGIA: A epifisiólise tem como característica o escorregamento da epífise femoral proximal com a fise,
sobre a metáfise. Incide na adolescência durante o período de crescimento rápido, o enfraquecimento da fise em
sua junção com a metáfise, associado às forças de cisalhamento do peso corporal, ao que somam-se impactos,
conduz ao deslocamento, habitualmente, gradual. A faixa acometida está entre 13 e 15 anos no sexo masculino,
onde prevalece (3:2), e 11 e 13 no feminino.

QUADRO CLÍNICO: evidenciada dor no quadril e/ou região de coxa e joelho, marcha claudicante, acometimento da
função e atitude do membro inferior em adução e rotação externa. Os movimentos do quadril estão limitados,
sobretudo a rotação interna.

CLASSIFICAÇÃO: Do ponto de vista radiográfico pode ser classificada em quatro graus, medindo-se na radiografia
em AP, a extensão do escorregamento.

CLASSIFICAÇÃO DA EPIFISIÓLISE DE ACORDO COM O


GRAU DE DESLIZAMENTO, CRAWFORD (1988)

Grau 1 (pré-deslizamento). Quando ocorre o alargamento


da fise proximal do fêmur e áreas de rarefação óssea justa-
fisária. Não existe escorregamento.

Grau 2 (leve). Quando ocorre o deslizamento da epífise


junto com a fise, sobre a metáfise, em até 1/3 da largura da
metáfise do colo femoral.

Grau 3 (moderado). Quando o deslizamento encontra-se


entre 1/3 e 2/3 da largura da metáfise.

Grau 4 (grave). Quando o escorregamento encontra-se acima de 2/3 da largura da metáfise.

03) CITAR OS EXAMES COMPLEMENTARES E O TRATAMENTO PARA ESSAS DUAS AFECÇÕES

DOENÇA DE LEGG-PERTHES-CALVÉ

EXAMES COMPLEMENTARES: O estudo radiológico consta das incidências em AP e perfil. Este procedimento é
fundamental, pois, permite a confirmação diagnóstica, a avaliação da fase de evolução da doença e, ainda, orienta
o tratamento.

TRATAMENTO: O objetivo do tratamento é manter a cabeça femoral esférica e centrada. Para isso vários recursos
são utilizados dependendo da fase em que se encontra a doença, entre os quais destacam-se:

 a) Diminuir ou afastar as atividades de esforço para o quadril e observar o paciente;


 b) Retirar o apoio do paciente. A deambulação é permitida com muletas e, por vezes, ainda, com auxílio do
talabarte (dispositivo ortopédico que prende o membro inferior acometido, mantendo o joelho em flexão, com
uma cinta fixa à cintura e ao tornozelo);
 c) Imobilização em gesso com o quadril em abdução e semiflexão;
 d) Aparelhos que permitam a deambulação, com o quadril em abdução (Scottish Rite - órtese tipo Atlanta) e
apoio em ísquio (órtese trilateral);
 e) Cirurgias. As duas técnicas mais indicadas são a osteotomia femoral de varização e a osteotomia de
Salter.

As crianças com até quatro anos de idade, habitualmente, evoluem para a normalidade, mesmo não submetidas a
tratamento. Os pacientes acima deste grupo etário, apresentam tendência de evoluirem com incongruência do quadril
acometido, principalmente, naqueles acima de dez anos, sendo esta patologia uma importante causa de artrose
coxofemoral secundária. A fisioterapia tem indicação durante todo o curso da patologia para impedir atrofia e eventual
limitação de movimentos. Em períodos de dor desempenha ação analgésica e antiinflamatória.

EPIFISIÓLISE

EXAMES COMPLEMENTARES: No início do deslizamento da fise proximal do


fêmur sobre a metáfise, é possível descrever nas radiografias em AP uma linha
que pode ser traçada tangenciando a borda superior do colo do fêmur e deve
cruzar a epífise femoral. A ausência deste sinal é indicador que a epífise está
deslizando, ocorrendo perda de sua relação anatômica.

TRATAMENTO: Em geral, é cirúrgico com osteossíntese (fixação “in situ” - na posição em que se encontra a epífise
escorregada) com pinos rosqueados ou parafusos canulados se o deslizamento da cabeça femoral for de até 2/3 do
seu diâmetro. Quando o escorregamento for maior que dois terços, existe indicação de redução (incruenta ou
cirúrgica) seguida de fixação, o que pode evoluir com complicações, entre elas, a necrose do núcleo epifisário femoral
superior e a condrólise. A fisioterapia está indicada para recuperação da função muscular e ganho de mobilidade em
coxofemoral.

04) RECONHECER A IMPORTÂNCIA DE SABER DIAGNOSTICAR PRECOCEMENTE AS ALTERAÇÕES


ORTOPÉDICAS PARA PREVENIR A EVOLUÇÃO DA DOENÇA

As crianças com até quatro anos de idade, habitualmente, evoluem para a normalidade, mesmo não submetidas a
tratamento. Os pacientes acima deste grupo etário, apresentam tendência de evoluirem com incongruência do quadril
acometido, principalmente, naqueles acima de dez anos, sendo esta patologia uma importante causa de artrose
coxofemoral secundária.

Gradual

Etc

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