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NOVA PROFISSÃO: OS “YOUTUBERS” GANHAM DINHEIRO POSTANDO VÍDEOS NA INTERNET

PARA SER UM “YOUTUBER” É NECESSÁRIO TER CONSCIÊNCIA DE QUE O YOUTUBE É UM SITE SÉRIO E
PROFISSIONAL

Texto: Beatriz Santini Quando o canal é aprovado no


(beatrizfsantini@gmail.com) Imagens: programa, o Youtube
Reprodução Instagram e Youtube - 18 coloca anúncios no vídeo ou perto dele,
de novembro de 2014. e o dinheiro é gerado a partir dessa
publicidade. O valor dos ganhos

U
ma nova profissão ganhou força
depende do tipo e dos preços
no Brasil no último ano. São os
dos anúncios que aparecem com seus
“youtubers”, pessoas que
vídeos, e da quantidade de
ganham a vida (às vezes muito bem)
visualizações. O Youtube também não
postando diversos tipos de vídeo no
exige que o conteúdo lá postado seja
youtube. O mercado
exclusivo, então o
se fortaleceu através
Youtuber pode distribuir
de iniciativa do
seu conteúdo também em
próprio site em
outras plataformas sem
investir no nosso
nenhum problema.
país através de
propagandas, No último mês, o
parcerias e Youtube Brasil distribuiu
workshops. por conta própria
anúncios em cartazes
Para ganhar
nos pontos de ônibus,
dinheiro postando os
outdoors, estações de
seus vídeos e se A “youtuber” Camila Coelho ao lado do seu
próprio banner em São Paulo metrô e relógios de rua.
tornar um youtuber é
A intenção da empresa é
preciso ter um canal
mudar a percepção das pessoas em
no site de compartilhamento de vídeos e
relação ao Youtube e mostrar que o site
participar do Programa de Parceria do
tem conteúdo sério e profissional. No
Youtube, monetizando
lançamento da campanha a empresa
o conteúdo através de anúncios e
declarou que “O país é o segundo maior
assinaturas. É preciso atender à
mercado do YouTube no mundo em
algumas características para ser aceito
termos de visualizações, mas ainda não
nesse programa: todo o conteúdo deve
é reconhecido como uma parte
ser original e feito pelo Youtuber, deve
importante do ecossistema audiovisual
ser indicado para anunciantes, possuir
no Brasil. Esperamos aumentar a
documentação que comprove os direitos
percepção de que o YouTube é um
comerciais e o conteúdo deve estar de
destino para entretenimento de
acordo com o Termos de Serviço e as
qualidade”.
Diretrizes do Youtube.

http://cotidiano.sites.ufsc.br/nova-profissao-os-youtubers-ganham-dinheiro-postando-seus-videos-na-internet/
EXAGERO DE TECNOLOGIA DEIXA Programa Integrado dos Transtornos do
CRIANÇAS E ADOLESCENTES Impulso (Pro-Amiti) do Instituto de
DESCONECTADOS DO MUNDO REAL Psiquiatria do Hospital das Clínicas da
ESPECIALISTAS REFORÇAM QUE PAIS DEVEM FICAR
Faculdade de Medicina da Universidade de
ATENTOS PARA O COMPORTAMENTO DOS FILHOS QUANDO HÁ São Paulo (USP).
USO DE TECNOLOGIAS POR PERÍODO PROLONGADO. EM
CASOS EXTREMOS, ATÉ O SONO FICA COMPROMETIDO. Calcula-se que a cada cinco crianças
e adolescentes, um sofre de um transtorno
POSTADO EM 25/05/2014 00:12 / ATUALIZADO EM
25/05/201407:12 - POR SANDRA KIEFER que necessita de tratamento especializado
por se tornar antissocial, sofrer de insônia e
O Brasil já apresentar queda no
conta com 22 milhões rendimento escolar. Por
dos chamados nativos mês, quatro novos
digitais, nascidos e casos de compulsão por
criados a partir da games batem à porta do
década 1980, na era consultório do psiquiatra
dos games e da José Belisário Filho, em
internet. Contrariando Belo Horizonte. “É
prognósticos de que a preciso entrar com
tecnologia apenas medicação em alguns
ajudaria a multiplicar casos. Mas, felizmente,
informações e o em outros é só uma
círculo de amizades, questão de reorganizar
muitas crianças e adolescentes nunca o sono e melhorar a atividade física”, diz o
estiveram tão desconectados do mundo. médico.
Parecem hipnotizados por seus aparelhos J.P., de 14 anos, passou por quatro
móveis, perdendo a vontade de estudar, de psicólogos e chegou a ser expulso de seis
brincar ao ar livre e até de conversar entre colégios de BH até receber o diagnóstico.
si e com os familiares, sem intermediação “Sou prova de que existe o vício. Não
das telas. conseguia me controlar, discutia muito e
uso patológico dos

O videogames já é mencionado
na quinta edição do Manual
Estatístico e Diagnóstico dos
deixava de fazer tarefas para mexer no
computador”, reconhece o garoto, que se
sente aliviado com o monitoramento
familiar. Há um ano e meio, ele foi
Transtornos Mentais, espécie de cartilha da medicado contra ansiedade e, com ajuda
psiquiatria, lançada em janeiro. A da mãe, reduziu a frequência de acesso
“dependência de internet” aos eletrônicos.
está a um passo de se tornar a mais nova
classificação psiquiátrica do século 21. “Na Mãe e filho sofreram para chegar a
China, tornou-se problema de saúde uma combinação de horários para o uso de
pública, com a abertura de 150 centros de tecnologia. No início do processo, ela teve
tratamento para dependentes de de instalar um programa de controle no
games. No Brasil, muita gente não sabe computador, além de senhas no celular.
que a dependência virtual é um problema”, “Hoje, já posso deixar a senha com meu
alerta Cristiano Nabuco, coordenador do filho”, conta a fisioterapeuta A., aliviada.
Grupo de Dependências Tecnológicas do
TECNOLOGIA EM EXCESSO AFETA A SAÚDE FÍSICA E MENTAL DAS CRIANÇAS
“As que passam mais de quatro horas conectadas diariamente são as que mais correm riscos, que
vão desde problemas sociais, passando por depressão, ansiedade e baixa autoestima”.
por Rafael Campos - Encontro BH 29/05/2014 15:30

As mãos pequenas das crianças podem anos. Com a mulher, a agente de viagens Carolina
catar as letras miúdas das telas touchscreen de Hirata, 35 anos, Claudeci decidiu estabelecer
forma bem mais ágil que os dedos maiores dos regras quando percebeu que a rotina de estudos do
adultos. Nascidos no período em que a internet é filho já estava prejudicada. Agora, Vinícius só pode
tão comum quanto a televisão — até mais, no ligar o tablet quando ele termina as obrigações.
universo de alguns deles —, os pequenos se Esse é o caminho trilhado por muitas famílias. Elas
assustam quando algo não pode ser acionado concordam com a necessidade de que os filhos não
apenas com o indicador e dão baile nos pais cresçam à margem desse univerno, mas sabem
quando estes sofrem para conseguir encontrar que a tecnologia não pode ser a única fonte de
alguma funcionalidade naquele aparelho de última diversão das crianças.
geração. Eles usam Whatsapp para conversar com Em artigo publicado pelo site americano Huffington
as mães, postam selfies no Instagram e a grande Post, a terapeuta ocupacional pediátrica Cris
maioria está no Facebook — mesmo sendo, Rowan listou, depois de várias pesquisas, 10
teoricamente, proibido para menores de 13 anos. razões que justificariam a proibição de aparelhos

V
etar o uso é praticamente impossível. móveis para crianças de até 12 anos. Entre os
Afinal, até mesmo os pais estão motivos, que vão do atraso no desenvolvimento até
aficionados pelo que tablets e a doença mental, alertado também pelo Public
smartphones são capazes Health England, Rowan
de fazer. Porém, entre as explica que a tecnologia tem
vantagens e as causado mudanças
possibilidades do meio significativas na capacidade de
virtual e de seus as crianças prestarem
acessórios, há revezes que atenção.
começam a ser Várias escolas já têm
contabilizados. Relatório percebido que o uso das
divulgado no último dia 16 tecnologias para melhorar o
pela Public Health England, ensino não é o mesmo que
agência responsável por permitir aos seus alunos
definir os parâmetros do ficarem conectados o tempo
sistema de saúde público inteiro em seus tablets e
britânico, apontou que CAROLINA E CLAUDECI LIMITARAM O USO DO TABLET DEPOIS smartphones. A diretora
DE VEREM QUE ESTAVA ATRAPALHANDO OS ESTUDOS DE
crianças que passam muito VINÍCIUS. pedagógica do colégio Seriös,
tempo na internet estão (FOTO: ZULEIKA DE SOUZA/CB/D.A PRESS Andrea Bichara, garante: a
desenvolvendo problemas melhor decisão ainda é
de saúde mental. restringir o uso. “Do sexto ao nono ano, fizemos
De acordo com matéria publicada pelo site uma experiência em 2014: eles puderam acessar
do jornal inglês The Telegraph, o relatório garante nos intervalos e no horário de almoço. Foi
que aquelas que passam mais de quatro horas desastrosa. Ninguém conversava com mais
conectadas diariamente são as que mais correm ninguém. Havia um isolamento que contrariava o
riscos, que vão desde problemas sociais, passando que a escola acreditava, que são as relações
por depressão, ansiedade e baixa autoestima. Os interpessoais.” Agora, os alunos podem usar seus
dados foram considerados alarmantes e reforçam o aparelhos durante 15 minutos após o almoço e
temor de pais e educadores quanto à dificuldade mesmo essa decisão está sendo repensada. “Eles
em fazer com que as crianças consigam se desligar deixam de interagir entre si para focar em uma tela.
desses aparelhos. “Não podemos privá-los desse Acabam crescendo sem conseguir desenvolver a
contato porque essa é a realidade. Mas temos de capacidade de lidar com o outro. Isso dificulta a
criar regras para que isso não se torne um capacidade de trabalhar os conflitos. Com o celular,
problema”, garante o analista de sistemas Claudeci basta desligá-lo”, avalia Andrea.
Espeçamilha, 43 anos. Ele é pai de Vinícius, 7
http://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2014/05/29/noticias-saude,192330/tecnologia-em-excesso-afeta-a-saude-fisica-e-mental-das-criancas.shtml

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