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Orientador:
Rio de Janeiro
Setembro, 2016
APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL DE TÉCNICAS E FERRAMENTAS DE
PLANEJAMENTO E CONTROLE, BASEADOS NO CONCEITO DA CONSTRUÇÃO
ENXUTA.
Examinada por:
ii
Costa, Joyce Dias da
iii
Dedico esse trabalho à minha filha Lara
Costa, que mesmo tão pequena já é uma guerreira.
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus, por me dar força em todos os momentos que preciso, por ter estado
ao meu lado nesta caminhada, e por ser a razão de minha existência.
Aos meus pais, Jorge e Márcia, por sempre estarem ao meu lado, me confortando, me ensinando os
verdadeiros valores da vida e por ser exemplo para eu me tornar o que sou hoje. Vocês são meus
eternos amores, minha base, tudo que sou devo a vocês.
A minha filha Lara por ser, simplesmente, a razão do meu existir, por ser esta jóia rara, um anjo
enviado por Deus para iluminar e alegrar a minha vida.
Ao meu marido e eterno namorado Hamilton, por todo incentivo e força nos momentos mais difíceis.
Pela companhia nas noites em claro, por além de tudo ser tão compreensivo e amoroso.
As queridas avós Eunice e Carola, que hoje representam meus amados avós (Odila, Antero e Hilton),
que já partiram desta vida, mas que com certeza estão orgulhosos de mim de onde estiverem. Se em
alguma vez pensei em desistir, foi pensando neles que mudei de ideia.
A minha família, por confiarem que eu seria capaz e por sempre entenderem as minhas ausências
nos eventos familiares.
A minha sogra Sandra e a prima Edilene, que me ajudaram a tomar conta da Larinha para que eu
pudesse concluir este ciclo em minha vida.
Em especial, à minha orientadora e amiga Elaine, por sempre ter acreditado que eu conseguiria e ter
me orientado. Por todo tempo e dedicação dispensadas a mim. Sem a sua ajuda, este trabalho não
teria sido possível.
Aos professores da Escola Politécnica da UFRJ, que estão representados em minha banca pelos
professores Fialho e Qualharini, e que se tornaram especiais em minha formação acadêmica. Minha
escolha não poderia ter sido mais assertiva.
Aos meus eternos chefes Luiz Eduardo e Vivian, por terem acreditado no meu potencial e terem me
dado uma oportunidade profissional. Devo a vocês todo o aprendizado prático que obtive.
Aos meus amigos, que estiveram ao meu lado na conclusão desta jornada, em especial aos amigos:
Letícia, Ivana, Ulisses, Victor, Laize, Naiala, André e Amanda.
A todos que de alguma forma contribuíram direta ou indiretamente para conclusão deste trabalho.
v
“Não desista enquanto ainda é capaz de um esforço a mais.
Nada termina até o momento em que se deixa de tentar”
vi
Resumo do Projeto de Graduação apr esentado à Escola Politécnica/UFRJ
como parte dos requisitos necessár ios para a obtenção do grau de
Engenheiro Civil.
Setembro / 2016
Com atual situação econômica do país as empresas têm investido cada vez mais no
visando uma construção com menos desperdícios e levando a seus clientes a melhor
com o menor custo. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é de apresentar técnicas e
construção enxuta, que utilizadas na construção de edifícios, irão agregar valor ao produto
ferramentas que foi realizada em uma construtora que tem como principal lema a melhoria
vii
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial
f ulf illment of the requirements f or the degree of Engineer.
Setembro / 2016
Considering the current economic situation of the country and due to the housing shortage,
companies have increasingly invested in the planning of the construction process and
controlling the execution of their projects, aiming at a building with less waste, leading to their
customers the best cost-benefit ratio. The idea is to build more, in less time and with lower
cost. Thus, this study aims to present planning and cost control tools that can be used in the
buildings, the tools add value to the final product, helping to ensure a smaller execution
timeframe, lower the costs and maximize the quality of the construction execution. A
improvement will be presented, and how this application contributed in improving results.
viii
SUMÁRIO
1. Introdução ...................................................................................................................... 1
1.1. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 1
1.2. Objetivo ................................................................................................................... 3
1.3. Justificativa do trabalho ........................................................................................... 3
1.4. METODOLOGIA ..................................................................................................... 4
1.5. Estrutura do Trabalho.............................................................................................. 5
2. CONSTRUÇÃO ENXUTA .............................................................................................. 6
2.1. PLANEJAMENTO DE OBRAS ...............................................................................10
2.1.1. FERRAMENTAS DO PLANEJAMENTO .........................................................19
2.2. CONTROLE DE OBRAS ........................................................................................21
2.2.1. FERRAMENTAS DO CONTROLE DE OBRAS ...............................................24
3. APLICAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE EM UMA
CONSTRUTORA..................................................................................................................29
3.1. HISTÓRICO DA EMPRESA EM RELAÇÃO A CONSTRUÇÃO ENXUTA E
PLANEJAMENTO .............................................................................................................29
3.2. O CICLO PDCA NA CONSTRUTORA ...................................................................29
3.3. IMPLANTAÇAO DA GESTÃO DE CANTEIRO ATRAVÉS DO PDCA ....................35
3.4. O PLANEJAMENTO APÓS O PDCA .....................................................................38
3.4.1. APLICAÇÃO DAS FERRAMENTAS................................................................38
3.5. CONTROLE DE OBRAS DA CONSTRUTORA ......................................................43
3.5.1. APLICAÇÃO DAS FERRAMENTAS................................................................44
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................................52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................54
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Ciclo Do Planejamento ..........................................................................................12
Figura 2: Gráfico de Gantt ....................................................................................................20
Figura 3: Exemplo Curva S ..................................................................................................21
Figura 4: Exemplo Curva “ABC” ...........................................................................................28
Figura 5: Definição de Método..............................................................................................31
Figura 6: Definição de Metas ................................................................................................31
Figura 7: Definição de Problema ..........................................................................................32
Figura 8: Definição do diagrama de Ishikawa .......................................................................33
Figura 9: Exemplo do diagrama de Ishikawa ........................................................................34
Figura 10: Ciclo a ser seguido na construtora ......................................................................34
Figura 11: Ciclo PDCA implantado na construtora................................................................35
Figura 12: Etapas da gestão de canteiro - PDCA .................................................................35
Figura 13: Iceberg Gerencial ................................................................................................36
Figura 14: Cronograma macro - Gantt ..................................................................................39
Figura 15: Curva acumulada de produção – curva S ............................................................39
Figura 16: Curva mensal de produção..................................................................................40
Figura 17: Histograma de mão de obra ................................................................................40
Figura 18: Por que se deve estimar a produção mensal .......................................................42
Figura 19: AMP estimativa x real ..........................................................................................42
Figura 20: AMP produção por atividade ...............................................................................43
Figura 21: Relatório de Discrepância – Resumo dos principais gastos.................................45
Figura 22: Relatório de Discrepância – Acompanhamento dos Custos dos Serviços ...........45
Figura 23: Relatório de Discrepância – Acompanhamento dos Custos dos Materiais...........45
Figura 24: Relatório de Discrepância – Acompanhamento dos Custos por atividade ...........45
Figura 25: Controle de medição de empreiteiro ....................................................................47
Figura 26: Evolução Com Custos com Materiais (Valores Por Apartamento) .......................47
Figura 27: Índices de fio .......................................................................................................49
Figura 28: Índices de Piso Cerâmico ....................................................................................49
Figura 29: Índices de Gesso .................................................................................................50
Figura 30: Índices de Argamassa .........................................................................................50
Figura 31: Índices de Textura ...............................................................................................51
x
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Motivos Para Se Ter O Planejamento ................................................................... 1
Quadro 2: Deficiências Do Planejamento .............................................................................. 2
Quadro 3: O Sistema 5S’s ..................................................................................................... 8
Quadro 4: Vantagens Do Planejamento. ..............................................................................11
Quadro 5: Razões Para O Planejamento Não Ser Seguido no Canteiro De Obras. .............13
Quadro 6: Falhas Na Aplicação do Planejamento. ..............................................................13
Quadro 7: Causas Da Deficiência no Planejamento. ............................................................14
Quadro 8: Estrutura do PDCA ..............................................................................................18
Quadro 9: Fases do PDCA ...................................................................................................18
Quadro 10: Objetivos do Controle. .......................................................................................22
Quadro 11: Quatro Etapas do Controle. ...............................................................................22
Quadro 12: Classificações do Indicador Global. ...................................................................25
Quadro 13: Finalidades do Diagrama De Pareto ..................................................................27
Quadro 14: Tipos de Diagrama de Pareto. ...........................................................................27
Quadro 15: Classificação da Curva “ABC”............................................................................27
Quadro 16: Antiga Ideia de Gestão ......................................................................................30
Quadro 17: Tipos de Problemas ...........................................................................................32
Quadro 18: Nova Ideia de Gestão ........................................................................................35
Quadro 19: Benefícios do Método PDCA na Gestão de Canteiro .........................................36
Quadro 20: Conclusões Após Aplicação Do PDCA na Gestão de Canteiro ..........................37
Quadro 21: Vantagens Que O Planejamento Trouxe Para a Construtora .............................38
Quadro 22: Razões para o Planejamento não ser Seguido no Canteiro de Obras. ..............41
Quadro 23: Objetivos do Controle Realizados pela Empresa ...............................................43
Quadro 24: Quatro Etapas do Controle na Realidade da Construtora ..................................44
Quadro 25: Causas do Aumento do Orçamento Relacionado ao Gasto com Material ..........47
Quadro 26: Medidas para Minimizar os Prejuizos com Materiais ..........................................48
Quadro 27: Itens a serem Desenvolvidos em Trabalhos Futuros .........................................53
xi
1. INTRODUÇÃO
Neste contexto, o planejamento da produção e controle dos custos na construção civil vem
sendo utilizado como principal ferramenta para que as construtoras alcancem seus
objetivos, que é de melhoria contínua em suas construções, exigência do mercado atual. O
quadro a seguir mostra os principais motivos pelos quais se faz necessário ter um
planejamento.
Lira (1996) menciona que as deficiências no planejamento têm sido apontadas como causa
do baixo desempenho de empreendimentos de construção. No quadro a seguir temos as
principais deficiências do planejamento listadas.
1
Quadro 2: Deficiências Do Planejamento
“O planejamento da produção não é encarado como processo gerencial, mas como o
resultado de uma aplicação de uma ou mais técnicas de preparação de planos e que,
em geral, utilizam informações pouco consistentes ou baseadas somente na
experiência e intuição dos gerentes” (LAUFER; TRUCKER, 1987);
“O controle não é realizado de maneira proativa e, geralmente, é baseado na troca de
informações verbais do engenheiro com o mestre de obras, visando a um curto prazo
de execução e sem vínculos com o plano de longo prazo, resultando, muitas vezes,
na utilização ineficiente de recursos” (FORMOSO, 1991);
“O planejamento e o controle da produção em outras indústrias são focados, em
geral, em unidades de produção, diferentemente da indústria de construção, na qual
eles estão dirigidos ao controle do empreendimento” (BALLARD; HOWELL, 1997);
“A incerteza, inerente ao processo de construção, é frequentemente negligenciada,
não sendo realizadas ações no sentido de reduzi-la ou de eliminar seus efeitos
nocivos” (COHENCA et al, 1989);
“Com frequência, existem falhas na implementação de sistemas computacionais para
planejamento, por vezes adquiridos e inseridos em um ambiente organizacional, sem
antes haver a identificação das necessidades de informações dos seus usuários”
(LAUFER; TUCKER, 1987);
“Existem dificuldades de se mudar as práticas profissionais dos funcionários
envolvidos com o planejamento, principalmente devido à formação que eles obtêm
nos cursos de graduação” (LAUFER; TUCKER, 1987 e OGLESBY et al, 1989).
Fonte: Adaptado de Bernardes (2003)
2
eficiência dos seus processos produtivos, através da criação de um ambiente de
transparência em seus canteiros de obras, utilização de ferramentas, práticas de
gerenciamento e controle de produção. Desta forma, a apresentação dos conceitos da
Construção Enxuta contribuíram com a formulação de estratégias de melhoria e apoio
gerencial para estas empresas (KUREK, 2005).
Apesar de existirem várias definições de planejamento, este trabalho admite o formulado por
Formoso et al (1999), segundo o qual, planejamento “é um processo gerencial, que envolve
o estabelecimento de objetivos e a determinação dos procedimentos necessários para
atingí-los, sendo somente eficaz quando realizado em conjunto com o controle”.
1.2. OBJETIVO
3
análise detalhada de acordo com as especificações da obra que irá se iniciar, não
garantindo o cumprimento do prazo e do custo orçado. Assim, durante o andamento da
obra, quando a empresa percebe que não terminará a obra dentro do prazo, tenta reverter a
situação tomando algumas decisões, como aumentar o número de funcionários na obra, o
que na maioria das vezes faz com que haja aumento de orçamento. Sendo assim, a
principal justificativa da realização deste trabalho, é conseguir demonstrar a importância de
se fazer uma programação dos serviços a serem executados, financeira e de logística de
canteiro.
Dando resposta aos gerentes de projeto de maneira rápida, precisa atender a necessidade
que as construtoras possuem de realizar o planejamento e controle de obras com prazo de
entrega e de fácil entendimento, possibilitando uma maior visibilidade para o controle das
ações no dimensionamento dos recursos humanos e nos canteiros de obra, com possível
ganho financeiro através de alternativas táticas de planejamento (HERNANDES, 2002)
Muitas obras de construção civil ainda são executadas com base na experiência, a maioria
dos profissionais do campo da construção não se preocupa com o controle de execução do
projeto, ou como máximo, usam sistemas informais para controlar a chegada e saída de
materiais na obra. Quanto ao controle de execução, são raros os casos de controle
formalizado. Ocorre, normalmente um controle informal, realizado pelos mestres de obra e
encarregados, extremamente variável de um profissional para outro. (SCARDOELLI et al.,
1994).
1.4. METODOLOGIA
Foi realizada uma revisão bibliográfica para desenvolvimento deste trabalho, em torno do
histórico de planejamento e controle, focando na importância da existência dos mesmos
para o bom desempenho das empresas no que diz respeito a prazo e custo. Mostrando as
principais ferramentas e novas filosofias da área presentes no mercado de hoje. Para isso
foram utilizados artigos, conteúdos na internet, monografias e teses, além do material
didático utilizado durante o curso de graduação de Engenharia Civil. Após isso foi feita uma
4
aplicação das ferramentas de planejamento e controle em uma empresa e mostrado os
resultados obtidos.
Esta monografia está dividida em quatro capítulos, sendo eles: introdução, revisão da
literatura, estudo de caso e conclusões.
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2. CONSTRUÇÃO ENXUTA
A indústria da construção tem sido resistente à aplicação dos conceitos do Sistema Toyota
de Produção devido à concepção da indústria da construção ser bem diferente da
manufatura, à elevada complexidade dos projetos e ao elevado grau de incerteza que a
cercam (HOWELL, 1999). Antunes (1994 apud Isatto e Formoso, 1998) enfatiza que no
primeiro momento muitas empresas procuraram copiar esse sistema de produção. Antunes
afirma ser essa uma aplicação errônea, pois se deve compreender os princípios centrais
desse sistema de produção e adaptá-los às características locais, culturais e intrínsecas ao
tipo de indústria considerado.
Este sistema possui como princípio básico o estabelecimento de objetivos específicos para
o processo de entrega do bem ou serviço, almejando agregar máxima qualidade durante a
execução para satisfazer os requisitos dos clientes, ao mesmo tempo, em que busca a
redução dos desperdícios relacionados à produção e do seu tempo de entrega. Outro
princípio é a aplicação do controle da produção durante todo o desenvolvimento do produto,
desde o projeto à sua entrega (HOWELL, 1999).
Koskela (1992) salienta, visto que a indústria da construção civil é bastante antiga, que
muitos de seus métodos são considerados defasados, mas desde o final da Segunda
6
Guerra Mundial, diversas inovações tecnológicas foram introduzidas na indústria da
construção e diversas melhorias têm ocorrido. Alguns desses avanços foram a
industrialização nos canteiros de obra, o uso do computador como ferramenta essencial de
trabalho, a implantação de sistemas de gestão da qualidade total e o uso de ferramentas e
metodologias no planejamento e controle da produção.
A construção enxuta, de acordo com Faniran, Oluwoye e Lenard (1997), destaca a máxima
efetividade de um processo de produção, ao mesmo tempo em que procura a máxima
eficiência do processo. Para atingir este patamar de eficácia e eficiência, deve-se fazer uso
de ferramentas adequadas para o gerenciamento da construção. Uma ferramenta adequada
deve satisfazer às necessidades do planejamento, ou seja, deve ser adequada ao tipo de
projeto que pretende programar, deve maximizar a utilização dos recursos e deve ser capaz
de detectar as incertezas e apontar as causas dos problemas.
7
A construção enxuta, para Seymour, Rooke e Crook (1997), requer que as ocorrências
conhecidas do cotidiano das obras sejam vistas e revistas, e que as alternativas imaginadas
sejam transformadas em prática. Para que isto seja alcançado pode-se fazer uso de um
aparato conceitual, uma terminologia especializada e um jogo de ferramentas baseado
numa nova filosofia. Algumas dessas condições podem ser importadas de outros centros de
produção e outras são determinadas a partir de uma nova ênfase no processo construtivo,
como por exemplo, no fluxo de produção e nas atividades de conversão. Esses autores
sustentam um enfoque extremamente prático para as adaptações dos conceitos originários
da construção enxuta. No entanto, concordam que e também possível, necessário e útil
teorizar acerca dos conceitos e buscar meios para a difusão da nova filosofia de construção.
A construção enxuta tem como objetivo o fluxo contínuo procurando agregar valor e eliminar
todas as perdas do processo. A Toyota utiliza o sistema 5 S’s (ALONSO, 2002).
8
Aplicada à construção civil, a construção enxuta é uma filosofia utilizada na indústria civil
tendo como princípios reduzir a parcela da atividade que não agrega valor, aumentar o valor
do produto/serviço final, reduzir variabilidade, reduzir o templo de ciclo, minimizar o número
de passos e partes, aumentar flexibilidade de saída, aumentar transparência do processo,
focar o controle no processo global, introduzir melhorias contínuas no processo, equilibrar
melhoria de fluxo, benchmarking (SOUZA, 2010).
De acordo com Paladini (2000), a melhoria contínua é essencial. Dessa forma, a otimização
do processo, que engloba a racionalização de atividades produtivas, como a minimização de
custos defeitos, perdas e falhas; e a generalização da noção de perda, ou seja, toda ação
que não acrescenta valor ao produto acabado é uma perda, são fatores fundamentais para o
processo de melhoria contínua.
A produção de bens e serviços deve ser realizada de forma eficiente e com o mínimo de
recursos necessários para se entregar o que o cliente deseja e com o menor custo. Para
Ohno (1997), o desperdício é composto por todos os elementos da produção que não
agregam valor ao bem ou serviço entregue e apenas aumentam os custos e geram mais
desperdícios. O autor define categorias em que os desperdícios estão divididos por:
superprodução, tempo de espera, movimentação, transporte, processamento demasiado,
estoques e execução de produtos defeituosos. Ohno (1997) considera estoque em excesso
como um dos maiores desperdícios existente na produção, pois a empresa possuirá muitos
produtos para estocar necessitando disponibilizar espaço para armazenar esse material,
equipamento e mão-de-obra para transportá-lo e gerenciá-lo. Já o tempo de locomoção dos
trabalhadores na produção pode ser classificado em trabalho e desperdício. O desperdício
está relacionado aos movimentos desnecessários e repetidos, devendo ser identificado e
eliminado. O trabalho por sua vez está dividido em trabalho com valor adicionado e sem
valor adicionado. O primeiro tipo corresponde ao trabalho que efetivamente transforma o
formato ou a substância do produto, agregando valor ao mesmo. O segundo tipo é o
trabalho que não agrega valor ao produto, mas é necessário devendo ser diminuído o
máximo possível ou ser otimizado em termos dos recursos que emprega. Além disso, tem-
se como outro desperdício a superprodução. As empresas necessitam adquirir o bom senso
e produzir apenas o necessário, quando for necessário e na quantidade necessária.
A construção enxuta tem como propósito a eliminação dos reais desperdícios na produção
baseando-se em três visões básicas. A primeira é a visão do fluxo da produção que objetiva
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eliminar as perdas como os estoques, diminuir distâncias na movimentação durante a
produção, evitar retrabalho, fornecer as informações necessárias quando necessário para as
etapas de produção e redução do tempo de ciclo de produção dos materiais. Outra é sob a
ótica do valor que objetiva agregar valor ao produto a fim de atender aos requisitos dos
clientes. E a última visão é a conversão, ou seja, a realização da atividade de transformação
do produto com máxima eficiência em termos de uso dos recursos disponíveis (KOSKELA,
1998).
10
controle, com expressão direta no resultado dos exercícios, atual e futuros, necessários a
manter viva a empresa” (AVILA e JUNGLES, 2000).
A construção civil possui um dos processos produtivos de maior dispersão em torno do valor
esperado do prazo de conclusão ou do custo total de uma obra. O planejamento e controle
da produção são de extrema importância para o gerenciamento da construção e são
consideradas funções gerenciais básicas (LAUFER e TUCKER, 1987).
Para execução de qualquer projeto é necessário que exista um planejamento, para definir o
método de execução do projeto; uma programação, que definirá o cronograma da execução;
e um controle, que permitirá o acompanhamento e verificação do andamento do projeto
(LOSSO e ARAÚJO, 1995). A realização de um empreendimento exige a combinação dos
fatores tempo, custo e recursos. O estabelecimento da alocação eficiente de recursos no
tempo e a possibilidade de controle somente serão possíveis através de um bom sistema de
planejamento e programação.
Por sua vez, na programação realiza-se a ordenação estruturada do problema, são fixadas
as datas para realização das atividades, onde se estabelece o cronograma da obra.
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O princípio básico que usualmente governa a programação de atividades a necessidade da
construção de um empreendimento encerrar no menor prazo possível e com os recursos
disponíveis. Além disso, deve-se buscar uma constância na composição das equipes ao
longo da obra e a continuidade da tarefa de cada equipe deve ser assegurada (MENDES Jr.
e LÓPEZ VACA, 1998). A figura a seguir ilustra o ciclo do planejamento:
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Quadro 5: Razões Para O Planejamento Não Ser Seguido no Canteiro De Obras.
Execução da obra no canteiro coordenada através de um planejamento de curto
prazo realizado pelo administrador da obra sem seguir o do escritório e em períodos
diferentes dos planos formais.
Dificuldade de atualização dos planos por parte dos responsáveis pelo
planejamento, por não disporem de informações do canteiro de obras para a
retroalimentação do planejamento.
Falta de integração vertical do planejamento.
Fonte: Adaptado de Laufer e Tucker, 1987.
Segundo Mattos (2010), algo que pode ser tristemente constatado no mundo da construção
civil é a ausência ou a inadequação do planejamento das obras. Esse fenômeno é sentido
muito mais nas obras de pequeno e médio portes, em sua maioria efetuadas por empresas
pequenas, por profissionais autônomos, ou mesmo pelos seus proprietário.
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Para Mattos (2010), a deficiência dos construtores se manifesta em graus variados. Há
empresas que planejam, mas o fazem mal; outras que planejam bem, mas não controlam; e
aquelas que funcionam na base da total improvisação. Enquanto algumas construtoras se
esforçam por gerar cronogramas detalhados e aplicar programações semanais de serviço,
outras crêem que a experiência de seus profissionais é o bastante para garantir o
cumprimento do prazo e do orçamento.
A deficiência do planejamento pode trazer consequências desastrosas para uma obra e, por
extensão, para a empresa que a executa. Não são poucos os casos conhecidos de
frustrações de prazo, aumentos de orçamento, atrasos injustificados, indisposição do
construtor com seu cliente (contratante) e até mesmo litígios judiciais para recuperação de
perdas e danos (MATTOS, 2010).
Como solução eficaz, Mattos (2010), discorre que a melhor maneira de minimizar esses
impactos é produzir um planejamento lógico e racional, pois assim se dispõe de um
instrumento que se baseia em critérios técnicos, fácil de manusear e interpretar. O autor
aponta que as causas da deficiência em planejamento e controle podem ser agrupadas em
função dos seguintes aspectos, mostrados no quadro a seguir.
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Mito do tocador de A falta de um planejamento global formal determina a inadequação
obras dos planos de médio de curto prazo, acarretando a utilização
ineficiente de recursos humanos e materiais da obra. Procedendo-se
assim, perde-se o conceito sistêmico de planejamento, com a visão
de longo prazo sendo obstruída pelo imediatismos das atividades de
curto prazo. De maneira geral, excessivas informalidade dificulta a
comunicação entre os vários setores da empresa.
Fonte: Adaptado De Mattos (2010)
Este tipo de atuação profissional é caracterizada pela tomada de decisões rápidas, sem um
envolvimento com o planejamento das atividades e com crescimento contínuo da empresa e
de seus profissionais (KOSKELA,2000). A existência de profissionais “tocadores de obra”
tem sido identificada como uma das barreiras para desenvolvimento do processo de
planejamento e controle da produção nas empresas da construção civil, visto que, como o
planejamento não é considerado uma tarefa prioritária, é necessária a existência do gerente
“tocador de obras” (ISATTO et al., 2000).
O planejamento de longo prazo se refere a datas globais da obra, tendo como produto
principal nessa fase um plano mestre e enfocando somente datas chaves, (por exemplo:
datas de entrega, conclusão de determinadas tarefas críticas) e que podem envolver as
etapas de coleta de informações, onde são necessárias para criar o plano mestre no início
da obra, e são oriundas em sua maioria da etapa de preparação do processo do
planejamento; e a de preparação do plano, onde são disponíveis várias técnicas tais como o
Diagrama de Gantt. O planejamento de médio prazo, o chamado planejamento tático, tem
como função ligar o planejamento de longo e de curto prazo. O planejamento de curto prazo
está relacionado à definição detalhada das atividades a serem realizadas, seus recursos e o
momento certo para sua execução, no dia a dia da obra.
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retrabalho no processo de preparação dos planos, visto que para horizontes muito grandes,
planos excessivamente detalhados estão mais sujeitos a erros e atualizações do que planos
menos detalhados (LAUFER e TUCKER, 1988).
A área de gerenciamento de materiais tem um importante papel dentro das empresas, tendo
como funções básicas a aquisição e armazenamento de materiais. Este setor assume
também, cada vez mais, um papel estratégico na empresa, na medida que envolve seus
diversos setores (planejamento, compras, financeiro, diretoria, etc.) e o relacionamento com
fornecedores externos (OLIVEIRA et al., 1995).
O planejamento deve ser visto como uma antecipação às ações do gerenciamento, mais do
que um mero processo de tomada de decisões. É um processo hierárquico, desenvolvido
através de uma linha geral de objetivos, que permitem viabilizar os meios e as obrigações
necessárias para a consecução de um roteiro detalhado de ações. Nelas, estão incluídas
partes ou toda a cadeia de atividades, compreendendo informações (busca e análise) e
desenvolvimento, análise e avaliação de alternativas (LAUFER et al., 1994).
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Ghobril (1993), discute o uso de sistemas de informação para o planejamento e controle de
empreendimentos na construção civil. Segundo este autor, o planejamento operacional na
maioria das empresas está limitado à elaboração de orçamentos onde a programação é feita
com gráficos de Gantt.
O PDCA (Plan, Do, Check, Action) é um método que visa controlar e conseguir resultados
eficazes e confiáveis nas atividades de uma empresa, podendo ser usado de forma contínua
para o gerenciamento das atividades de uma organização. Consiste em uma sequência de
procedimentos lógicos, baseados em fatos e dados.
Como define Werkema (1996) o ciclo PDCA é um método gerencial de tomada de decisões
para garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência de uma organização.
Segundo Falconi (2013), “o PDCA é o método de trabalho que leva as pessoas a assumir
responsabilidades, a pensar, a desejar o desconhecido (novas metas) e, portanto, a ter
vontade de aprender novos conhecimentos”.
Para Arruda (1997) o PDCA é um ciclo que, implementado de maneira constante num
processo de trabalho, proporciona níveis elevados de melhoria contínua de desempenho. O
PDCA é um método de gestão.
De acordo com Falconi (2013), existem dois tipos de meta - metas para manter e metas
para melhorar. O PDCA utilizado para atingir ‘’metas padrão’’, ou para manter os resultados
num certo nível desejado, poderia ser chamado de SDCA (‘’S’’ para ‘’Standard” ou Padrão).
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grandes avanços, bem como a novos investimentos; ou fazendo-se sucessivas modificações
nos processos existentes. Este caso geralmente conduz a ganhos sucessivos obtidos sem
investimentos. O PDCA voltado para melhorias deve ser da seguinte forma:
Segundo Werkema (1995), para atingir metas de melhoria de resultados utilizamos o ciclo
PDCA, que nesse caso também é denominado Método de Solução de Problemas.
Segundo Marshall Jr. et al (2008) o PDCA é uma ferramenta gerencial para promoção da
melhoria contínua e reflete, em quatro fases, a base da filosofia do melhoramento contínuo.
Ele permite que os processos sejam ao mesmo tempo avaliados durante sua
operacionalização e forneçam subsídios para melhorias, através do giro contínuo do seu
ciclo.
A área de engenharia e a área gerencial das empresas utilizam o PDCA para novos
processos mais frequentemente. As unidades gerenciais básicas utilizam mais o PDCA para
os processos existentes. As principais fases do PDCA são mostradas no quadro seguinte.
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procurar alternativas para prevenir os efeitos indesejados. Neste último caso, volta-se a
primeira fase do PDCA e inicia-se o ciclo novamente.
Fonte: Adaptado De Falconi (2013)
Qualquer resultado que se melhora, deve, imediatamente, ser estabilizado nas operações
do dia a dia por meio da padronização e do treinamento no trabalho. Sempre que é preciso
gerenciar, deve-se utilizar o PDCA para melhorar em conjunto com o SDCA para manter.
Existem vários métodos de programação para a construção civil, dentre os quais pode-se
citar o Diagrama de Barras ou Gráfico de Gantt que será explicado posteriormente. Sua
utilização é necessária para evitar o inconveniente da tomada de decisões ao acaso e a
escolha de ações e soluções adotadas emergencialmente, facilitando também a
visualização da programação e melhorando o fluxo de informações em toda obra.
De acordo com Santoro (2007), esse tipo de instrumento serve para representar programas
de produção, mas vem sendo empregado intensivamente para programação. Apesar da
facilidade de operação, seu uso pode representar um fator de risco já que conta apenas com
a experiência dos executores do programa.
19
Os gráficos de Gantt representam o tempo e trabalho em um eixo só, diferentemente dos
gráficos cartesianos, onde tempo e trabalho são representados em eixos diferentes. A
comparação entre o que foi planejado e o que está sendo realmente executado torna
possível ações corretivas (MEDEIROS, 2007).
Algumas vantagens do uso destes gráficos são sua simplicidade, facilidade de entendimento
e um bom impacto visual. Porém, não representa relações de precedências, assim como
folgas e caminhos críticos (MEDEIROS, 2007). A seguir temos a ilustração do gráfico de
Gantt.
20
Figura 3: Exemplo Curva S
Fonte: Resende, 2013
2.2.1.3 BRAINSTORMING
Controle pode se definido como qualquer processo que orienta as atividades dos indivíduos
na direção da realização de metas organizacionais. Pode ser estratégico quando projetado
para apoiar os administradores na avaliação do progresso da organização com sua
estratégia e, quando existirem discrepâncias, na formulação de ações corretivas
(BATEMAN, 1998).
Já para Maximiano (1995), controle é o processo de produzir e usar informações para tomar
decisões, sobre a execução de atividades e sobre os objetivos. As informações e decisões
de controle permitem manter uma organização ou sistema orientado.
21
O controle de obras não constitui uma atividade avulsa, empírica, esporádica que explore
somente os pontos aparentemente críticos da construção, quando estes se nos apresentam.
Pelo contrário, é uma atividade que visa exatamente não permitir a ocorrência de pontos
críticos, evitar as distorções e desvios de parâmetros em relação ao programado. É,
portanto uma atividade que, em alcançando sua plenitude, será de caráter preventivo e
raramente corretivo (QUEIROZ, 2001).
Quanto mais racional e rigoroso o sistema de controle, maior segurança e confiabilidade nas
programações física e financeira e maior progresso nos índices de produtividade e redução
das perdas, melhorando os custos reais (QUEIROZ, 2001).
22
QUATRO ETAPAS DO CONTROLE
FASE DESCRIÇÃO
Comparação do Nela, o avaliador avalia o desempenho.
desempenho com o Desvios pequenos são aceitáveis, já grandes
parâmetro: desvios podem ser graves
Medidas corretivas: Esse passo garante que as operações sejam
ajustadas, para que sejam atingidos os
resultados inicialmente planejados.
Fonte: Adaptado de Medeiros, 2007.
Ohno (1997) faz uma analogia entre o planejamento e controle da produção com a coluna
vertebral do corpo humano, afirmando que o departamento de planejamento e controle é o
centro do sistema de produção, pois é quem determina seu presente e futuro através do pré-
estabelecimento de planos e metas.
Já Agopyan et al., (2000), cita, quanto à concepção, o caso de um projetista estrutural não
explorar adequadamente os limites que o conhecimento atual permite e gerar, assim, uma
23
estrutura com consumo de concreto por metro quadrado de obra muito elevado. O mesmo
pode ocorrer quando a definição do traço para a argamassa de contrapiso leva a um
consumo desnecessariamente alto de cimento.
Agopyan et al., (2000) cita também, para o caso da execução, que são várias as fontes de
perdas possíveis: no recebimento, o material pode ser entregue em uma quantidade menor
que a solicitada; blocos estocados inadequadamente estão sujeitos a serem quebrados mais
facilmente; o concreto, transportado por equipamentos e trajetos inadequados, pode cair
pelo caminho; a não obediência ao traço correto da argamassa pode implicar sobre
consumos na dosagem dela (processamento intermediário); o processo tradicional de
aplicação de gesso pode gerar uma grande quantidade de material endurecido não utilizado.
ି
ܲܫሺ%ሻ = ݔ100 Eq. 1
= ܥܫ Eq. 2
ொௌ
24
ூ
= ܲܫ −1 Eq. 3
ூ
Nesse sentido, define-se indicador parcial como a expressão dos valores de consumo ou
perda de materiais associados apenas a uma etapa do fluxograma dos processos. A
expressão dos valores das perdas e consumos associada a mais de uma etapa do
fluxograma dos processos denomina-se indicador global (Agopyan et al., 2000). O indicador
global pode ainda ser classificado em:
25
Indicador global de perda ou consumo de material por serviço pós-estocagem: consiste na
expressão do valor da perda ou de consumo de material considerando apenas as etapas do
fluxograma subsequentes ao estoque. Por exemplo, o caso das perdas de cimento no
serviço de contrapiso, ou o consumo de cimento por metro quadrado de revestimento
interno (emboço).
“Em 1897, o economista italiano Vilfredo Pareto apresentou uma fórmula mostrando que a
distribuição de renda é desigual. Uma teoria semelhante foi apresentada pelo economista
americano M.C. Lorenz, em 1907. O Dr. J.M. Juran aplicou o método gráfico de Lorenz
como uma forma de classificar os problemas de qualidade nos poucos vitais, e denominou
este método de análise de Pareto. Ele demonstrou que, em muitos casos, a maior parte dos
defeitos e de seus custos decorre de um número relativamente pequeno de causas” (KUME,
1993).
O Diagrama de Pareto é uma das ferramentas da qualidade e permite uma fácil visualização
e identificação das causas ou problemas mais importantes, possibilitando a concentração de
esforços para saná-los. É uma ferramenta que permite determinar as prioridades dos
problemas a serem resolvidos, de acordo com sua importância, através das frequências das
ocorrências, da maior para a menor, permitindo a priorização dos problemas. Isso não quer
dizer que nem todos os problemas sejam importantes, mas sim que alguns precisam ser
solucionados com maior urgência (RODRIGUES, 2015).
Para Cortivo (2005) um Diagrama de Pareto é uma descrição gráfica de dados em ordem
decrescente de frequência, para que, com a presente informação, se possam concentrar os
esforços de melhoria nos pontos onde os maiores ganhos podem ser obtidos.
26
Pimentel (2007) enumera as finalidades de um Diagrama de Pareto como:
Esta ferramenta baseia-se no principio do Diagrama de Pareto, onde estima-se que 80%
das problemas sejam provocados por 20% das causas. No entanto, Segundo o livro de
MATTOS (2006), a Curva recebeu este nome em decorrência da metodologia utilizada, pois
os itens são classificados como:
27
montar planos de ações que evitem desperdícios de tempo, esforço e dinheiro com
atividades e ou materiais que não compensam o investimento, como ilustra a figura a seguir
(Henrique, 2010).
28
3. APLICAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE EM
UMA CONSTRUTORA
A construtora ao longo deste último ano, identificou que para se manter entre as maiores
construtoras do país, precisava melhorar os prazos e custos de suas obras, para que não
fosse afetada pela crise e mantivesse o número de unidades em construção. Foi constatado
que os estoques dos empreendimentos não possuíam uma logística e que com uma
quantidade maior que o necessário, a forma de produção não estava padronizada e que
existia bastante desperdício (controle pouco efetivo). A construtora então quis implantar a
ideia da construção enxuta, focando em itens que agregassem valor. Sendo assim, a
empresa buscou uma forma de melhorar seu próprio sistema, e utilizou o método PDCA
para identificar problemas e traçar metas, como será demonstrado ao longo deste capítulo.
Após rodar o método PDCA, contratou uma empresa de consultoria com foco em
planejamento, e assim reestruturou a equipe, investiu em treinamentos e em novas
ferramentas que visam o cumprimento dos prazos e diminuição dos custos. Neste momento,
na empresa, foi criado o PDE (programa de desenvolvimento de engenheiros).
Foi constatado pela construtora que era necessário aumentar a capacidade crítica e
analítica das lideranças das obras para que estes pudessem conduzir a resolução de
problemas críticos e alcançar as metas planejadas.
Através de uma reunião (realizada no início de 2016) com os principais líderes e gerentes da
empresa foram levantadas três questões sobre o gerenciamento da empresa, conforme
29
listado no quadro a seguir:
Qual MÉTODO estamos aplicando nas obras para alcançarmos nossas metas?
Não temos. O método é importante para mostrar o caminho e juntar todos os esforços para
um mesmo objetivo.
Portanto, definiu-se a implantação da gestão de canteiro pelo método PDCA, e que está
demonstrado a seguir.
Foi adotada a estratégia de implantar um método (neste caso o PDCA) visando melhorar o
gerenciamento. Na definição da própria construtora, a gestão tem como objetivo principal a
resolução de problemas com foco no resultado. No contexto da Produção da construtora,
gerenciar é ATINGIR METAS garantindo a execução do projeto conforme o PRAZO, o
CUSTO e a QUALIDADE, planejados para cada empreendimento.
O método é o caminho para se alcançar uma meta (o método mostra o que fazer para atingir
o objetivo). Sem o método cada pessoa direciona esforços para um lado diferente, fazendo
com que cada um tenha sua própria prioridade, haverá pouca comunicação e alinhamento.
Desta forma fica muito difícil obter o resultado esperado. Baseado nisso, surge o
pensamento de existir um método comum, para que todos ajam da mesma forma e que o
objetivo comum seja alcançado. A figura a seguir ilustra este pensamento.
30
Figura 5: Definição de Método
Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto
A partir do momento que ficou definido que seria aplicado um método, e sabendo-se a
definição do mesmo, foi necessário introduzir a definição de meta, que é o resultado a ser
alcançado e assim foi mostrado como se deve determinar uma meta, conforme figura que se
segue:
31
Para determinação da meta (resultado a ser alcançado), é necessário entender o problema
o qual será necessário resolver, pois segundo a definição, problema é uma meta a ser
atingida. E conforme quadro a seguir, o problema pode ser dividido em dois tipos.
Problema ruim: Quando os resultados estão ficando abaixo da meta padrão por algum
motivo.
Com base nesta definição de problema, a construtora passou a identificar as falhas que
ocorriam para poder verificar como corrigir e melhorar. Como exemplo: O custo de alvenaria
alto em relação a meta é um problema (isto é um efeito indesejado). Este efeito indesejado é
causado no meio (canteiro de obra) por um conjunto de causas (material não chega na obra,
absenteísmo, funcionário ineficiente, logística ineficiente da obra etc.). É importante
identificar as causas raízes para que o resultado (efeito) indesejado seja impedido de
32
continuar ocorrendo.
A seguir, nas duas próximas figuras, são demonstrados o diagrama de espinha de peixe,
conhecido como, Ishikawa, que é utilizado para identificar as causas dos problemas.
Durante o brainstorming, são levantadas todas as ideias de todos os participantes, sem
preconceito ou eliminação.
Após isso, é feita a análise dos cinco porquês, onde as causas prioritárias vão sendo
exploradas com maior profundidade e detalhamento, buscando identificar a causa raiz. Após
isso é montado o diagrama com suas causas, conforme a figura a seguir
33
Figura 9: Exemplo diagrama de Ishikawa
Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto
Após chegar nas causas, montasse um plano de ação, onde é necessário ter as ações que
serão tomadas, quem será o responsável e os respectivos prazos.
34
Figura 11: Ciclo PDCA Implantado Na Construtora.
Fonte: Dados Informados Pela Construtora Xpto
O primeiro passo dado pela construtora após a consultoria sobre planejamento foi a
implantação o método PDCA em suas atividades e a primeira delas foi a gestão de canteiro.
Conforme figura a seguir, e descrição logo após no quadro 18, a gestão de canteiro ficou
divida em cinco etapas:
35
custo e qualidade);
O uso do método PDCA traz inúmeros benefícios para uma empresa. O quadro seguinte os
apresenta.
Com a aplicação do método PDCA foi possível analisar itens que antes era difícil de ser
enxergar, conforme divisão da figura a seguir.
36
Finalizando a aplicação do método PDCA na gestão de canteiro, a construtora realizou um
levantamento com os funcionários que foram treinados para que os mesmos listassem a
conclusão em torno de algumas perguntas. Estas questões estão apresentadas no quadro
seguinte.
37
3.4. O PLANEJAMENTO APÓS O PDCA
Após a construtora ter inserido o método para resolução dos problemas para atingir metas,
foi realizada a restruturação do setor de planejamento e controle, no que diz respeito a
equipe e ferramentas de trabalho.
Logo após, é realizada uma reunião com a equipe de engenharia da obra, para que seja
feita a programação de execução dos serviços e construção do PGO (planejamento geral de
obra), que é a ferramenta da empresa que mostra o Gantt dos serviços, a curva S e o
histograma de mão de obra. Neste momento é feito o book do empreendimento, que é uma
forma de apresentação do empreendimento e que mostra dos os itens analisados na pré-
obra.
38
obras, e que alimenta o Gantt) e automaticamente feita a reprogramação de forma que não
ultrapasse o prazo inicial da obra. O cronograma está apresentado a seguir.
39
A curva de produção mensal nos mostra os “picos de produção”, que é planejado, para que
seja feita a programação de material e mão de obra necessária para cumprimento daquela
meta. Nela também temos o real + projetado. A figura a seguir apresenta a curva mensal de
produção.
Com base nas curvas de produção (mensal e acumulada), é possível montar um histograma
de mão de obra, determinando através de produtividades que a empresa tem (base de
dados histórica da empresa), qual a quantidade de profissionais serão necessários para
cada atividade. A figura a seguir apresenta o histograma de mão de obra.
0
5 0 6
0
5 5
51 10 10 10
17 17 17
0
17 16 16 16
0
22 0 22 0 22 0 22 0
3
0 0 3
0 0 1
0 0 1
0 0
Prev Real Prev Real Prev Real Prev Real
jun/15 jun/15 jul/15 jul/15 ago/15 ago/15 set/15 set/15
Com esta nova ideia de planejamento sendo difundida pela empresa, e após ter sido
40
implantado o planejamento macro (longo prazo), mais uma etapa precisava ser
concretizada, que era a implantação do planejamento de médio e curto prazo baseado no
planejamento macro já feito, junto a equipe de obra, que anteriormente não seguia o
planejamento, conforme quadro a seguir.
Quadro 22: Razões para o Planejamento não ser Seguido no Canteiro de Obras.
Execução da obra no canteiro coordenada através de um planejamento de curto
prazo realizado pelo administrador da obra sem seguir o do escritório e em períodos
diferentes dos planos formais.
Dificuldade de atualização dos planos por parte dos responsáveis pelo
planejamento, por não disporem de informações do canteiro de obras para a
retroalimentação do planejamento.
Falta de integração vertical do planejamento.
Fonte: Adaptado de Laufer e Tucker, 1987.
E então, foi criada uma parceria entre o setor de planejamento que antes ficava no
escritório, para se ter um planejamento de curto prazo, chamado também de micro
planejamento, e este foi feito através de desdobramentos das metas globais em metas
mensais e até semanais, com a ferramenta chamada de AMP (acompanhamento mensal de
produção). Assim, com este acompanhamento, são realizadas reuniões semanais, onde é
possível verificar necessidade de aumento de mão de obra, analise da produtividade dos
funcionários (planilha de gente) e até se será necessário realizar uma reprogramação dos
serviços ou montar um plano de ação para resolver o problema.
A AMP (acompanhamento mensal de produção) é uma ferramenta que foi criada como
forma de se medir o que está sendo realizado e assim comparar com o previsto. Trata-se de
uma ferramenta que desdobra sua meta macro em metas micros, para que assim, os
gerentes de obra possam ver, a curto prazo, qual o foco a ser dado. Todo início de mês a
obra realiza uma reunião de produção e faz a estimativa do que pretende produzir. Durante
a reunião, levantam-se algumas ideias, como mostrado na figura a seguir.
41
Figura 18: Por Que Se Deve Estimar a Produção Mensal
Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto
Ao fim desta reunião, preenche-se a ferramenta com os serviços e quantidades que serão
realizados e a produção real vai sendo alimentada semanalmente, até que ao final do mês,
seja feito a análise do que foi feito versus o que deveria ter sido feito e então repete-se o
processo, e sempre verificando os problemas que ocorreram para que possam ser tomadas
ações para que os mesmos não se repitam. As figuras a seguir apresentam os
acompanhamentos mensais de produção.
AMP - RESUMO
42
BLOCO BLOCO BLOCO BLOCO BLOCO BLOCO BLOCO BLOCO BLOCO
ELEMENTO PEP / ATIVIDADE PESO (%) UNIDADE TOTAL
01 02 03 04 05 06 07 08 09
PERCENTUAL EXECUTADO 58,65% % 70,70% 79,04% 78,54% 93,54% 95,08% 83,78% 98,18% 87,03% 97,81% 87,05%
FUNDAÇÕES 3,94% % 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%
Atividade - Marco Início Fundação 0,00% Blc 0,00
Fundação em Estaca 3,94% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00
Execução de Estacas 95,00% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00
Arrasamento de Estacas 5,00% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00
BLOCO,CINTAMENTO,ARRIMO BLOCO, PISO POBR 4,49% % 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%
Blocos e Cintam entos 3,96% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00
Escavação 8,00% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00
Formas 30,00% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00
Armação 30,00% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00
Concretagem 30,00% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00
Aterro 2,00% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00
Piso Pobre 0,53% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00
Fiada Zero 17,32% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00
Aterro/Regularização 24,20% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00
Concretagem 58,47% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00
ALVENARIA,ESC,CANLT,VIGOT,VERG,PLAT,EMPE 10,60% % 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%
Alvenaria,degrau escad,canal,vig,ver,cve 10,31% Apt 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 450,00
Alvenaria Estrutural 86,41% Apt 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 450,00
Shaft a Apt 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 450,00
Grauteamento Canaleta 10,04% Apt 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 450,00
Alvenaria Convencional 0,00% Apt 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 450,00
Escada do Pavimento 2,23% Apt 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 450,00
Corrimão 1,32% Apt 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 450,00
E assim, para checagem para ver se o real está de acordo, foi implantada uma reunião em
todos os empreendimentos, chamada de “reunião de discrepância” onde nesta reunião foi
feita uma análise dos resultados, comparando-os com o planejado com intuito de determinar
o avanço, e detectando as discrepâncias ocorridas e estabelecendo condições para sua
correção, através de uma analise contínua do sistema de planejamento e controle. Nesta
reunião foi verificado o que de ruim pode ser eliminado e o que pode ser traçado um plano
de ação para reverter uma tendência de resultado ruim. O quadro 23 apresenta os objetivos
do controle, realizados na empresa. O quadro 23 apresenta as etapas do controle.
43
Realimentar o sistema com os novos dados ( )
obtidos de custo, prazo e produtividade.
Fonte: Adaptado de Queiroz, 2001
Ela é gerada entre a primeira e a segunda quinzena de cada mês, sempre contemplando
todas as informações da obra até o final do mês anterior.
Em síntese, neste documento é possível ver todos os materiais e serviços que já foram
realizados até a data base. Podem-se visualizar os materiais e serviços desejados tanto
separadamente, quanto por grupo. Por exemplo, pode-se ver tudo o que foi comprado de
brita 0, pedido por pedido ou verificar na aba resumo um apanhado de todo o grupo de
pedra britada que além de brita, engloba bica corrida, pó de pedra, entre outros materiais.
O mais interessante desta planilha é que ela faz projeções físicas e financeiras dos grupos
de materiais e serviços utilizados na obra, fazendo uma previsão se tal insumo trará
44
economia ou prejuízo ao final da obra, levando-se em consideração o saldo físico. Este
recurso permite que a obra fique em alerta e tente reverter a tempo a situação caso algum
material ou serviço esteja tendendo a estourar.
As figuras a seguir (19, 20, 21 e 22) apresentam os relatórios referentes aos custos de
acordo com as atividades ou grupo de materiais, estes relatórios são analisados
mensalmente nas reuniões entre setor de controle e engenheiro da obra
Descrição Unidade Orçado Realizado Saldo % Grupo Projeção Projeção % Saldo Projetado
Descrição Unidade Orçado Realizado Saldo % Grupo Projeção Projeção % Saldo Projetado
45
Você Poderia Desembolso Saldo
Descrição da Etapa Valor Orçado % Exec. Você Gastou ter Gasto Você Pode Gastar Projetado Projetado Status
EQUIPAMENTOS LOCADOS R$ 1.255.460,82 9,77% R$ 173.572,83 R$ 122.658,52 R$ 1.081.887,99 R$ 1.306.375,13 -R$ 50.914,31 ACIMA DO ORÇADO
ADMINISTRAÇÃO E DESPESAS R$ 2.397.577,63 9,77% R$ 373.382,30 R$ 234.243,33 R$ 2.024.195,33 R$ 2.536.716,60 -R$ 139.138,97 ACIMA DO ORÇADO
FUNDAÇÕES R$ 1.120.796,63 57,00% R$ 726.575,58 R$ 638.840,39 R$ 394.221,05 R$ 1.208.531,82 -R$ 87.735,19 ACIMA DO ORÇADO
BLOCO,CINTAMENTO,ARRIMO BLOCO, R$ PISO
672.397,25
POBR 33,00% R$ 88.532,41 R$ 221.902,25 R$ 583.864,84 R$ 539.027,41 R$ 133.369,84 OK
ESTRUTURA PILOTIS E CAIXÃO PERDIDO
R$ - 0,00% R$ - R$ 0,00 R$ 0,00 R$ - R$ 0,00 OK
ALVENARIA,ESC,CANLT,VIGOT,VERG,PLAT,EMPE
R$ 4.570.207,01 0,00% R$ 31.853,86 R$ 0,00 R$ 4.538.353,15 R$ 4.602.060,87 -R$ 31.853,86 ACIMA DO ORÇADO
LAJE TIPO E FORRO R$ 1.820.549,25 0,00% R$ 251.857,93 R$ 0,00 R$ 1.568.691,32 R$ 2.072.407,18 -R$ 251.857,93 ACIMA DO ORÇADO
ASSENT. MARCOS,JANELA C PEITORIL,PT
R$ ALUM
799.297,33 0,00% R$ - R$ 0,00 R$ 799.297,33 R$ 799.297,33 R$ 0,00 OK
MASSA INTERNA R$ 886.127,19 0,00% R$ - R$ 0,00 R$ 886.127,19 R$ 886.127,19 R$ 0,00 OK
GESSO CORRIDO R$ 676.829,33 0,00% R$ - R$ 0,00 R$ 676.829,33 R$ 676.829,33 R$ 0,00 OK
PISO,RODAPÉ,SOLEIRA,FILETE - APTOR$ 1.037.369,32 0,00% R$ - R$ 0,00 R$ 1.037.369,32 R$ 1.037.369,32 R$ 0,00 OK
PISO,RODAPÉ,SOLEIRA,FILETE - HALLR$ 76.307,85 0,00% R$ - R$ 0,00 R$ 76.307,85 R$ 76.307,85 R$ 0,00 OK
AZULEJO - APTO R$ 350.209,26 0,00% R$ - R$ 0,00 R$ 350.209,26 R$ 350.209,26 R$ 0,00 OK
FORRO GESSO,MOLDURA LAJE SOLTAR$-APT298.849,53
HALL 0,00% R$ - R$ 0,00 R$ 298.849,53 R$ 298.849,53 R$ 0,00 OK
Figura 24: Relatório de Discrepância – Acompanhamento dos Custos por Atividade
Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto
O objetivo desta tabela é fazer com que a obra tenha um controle maior sobre os serviços
executados no canteiro, ou seja, nela encontram-se todos os serviços que serão executados
durante o período de obras, evitando assim o risco de se pagar por duas vezes a mesma
tarefa.
À medida que os serviços vão sendo executados, o responsável pelo Controle na obra vai
preenchendo a planilha com o empreiteiro que realizou o serviço, o período no qual está
sendo medido tal serviço, a quantidade executada e o preço unitário praticado, gerando-se
um valor total.
46
Figura 105: Controle de Medição de Empreiteiro
Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto
Um dos itens que a construtora focou, baseado na construção enxuta, foi a implantação de
um estoque mínimo (ter apenas o necessário para que a produção não pare e que atenda
ao ciclo de produção, de acordo com a previsão de de entrega), visto que foi verificado que
as obras possuíam estoques altos o que demandava mais espaço para armazenamento e
possibilitava grandes perdas em movimentações e desperdícios de materiais.
Fazendo uma análise do orçado x real do custo com materiais por apartamento, obtivemos o
resultado conforme figura a seguir.
Figura 116: Evolução Com Custos com Materiais (Valores Por Apartamento)
Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto
47
Perda: ao transportar ou armazenar
Desperdício na execução
Assim, para minimizar o problema de perda de dinheiro dos principais materiais, foram
propostas algumas medidas e que a construtora adotou visando uma minimização dos
desvios do real x orçado.
Verificar nas demais regionais quais são os materiais que possuem menor índice de
consumo e comprar para a regional Rio de Janeiro
Dividir responsabilidade com o empreiteiro e dar preços especiais para aqueles que tiverem
menor consumo de material
Após estas medidas entrarem em prátrica, foram acompanhados alguns indices dos
principais materiais e serão apresentados alguns deles em seguida, sempre sendo
comparado ao valor orçado ou de referência.
48
Figura 27: Índices de Fio
Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto
49
Figura 13: Índices de Gesso
Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto
50
Figura 31: Índices de Textura
Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto
51
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi mostrado que a empresa a qual foi analisada, substituiu o antigo pensamento por esta
nova filosofia, mudando não somente as técnicas e aplicando novas ferramentas, mas
principalmente a forma de enxergar o processo de planejamento e controle, com relação a
desperdícios e melhorias no sistema de produção, que resultam em diminuição de prazo e
custo, passando a analisar o processo de produção como um todo, onde cada etapa
contribui com seu valor.
O presente trabalho demonstra como as construtoras podem pensar e agir sob a ótica dessa
nova filosofia, obtendo uma visão integrada, mostrando as ferramentas e métodos que
contribuem para o bom planejamento e controle, otimização dos processos, fundamentados
pela construção enxuta.
52
Para trabalhos futuros, e a partir de todos os conhecimentos que foram adquiridos durante a
realização dessa pesquisa, pode-se elencar itens a serem desenvolvidos, tais como
demonstrado a seguir:
53
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