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11 Portanto, lembrai-vos de que, outrora, vós, gentios na carne, chamados incircuncisão por
aqueles que se intitulam circuncisos, na carne, por mãos humanas,
12 naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças
da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.
13 Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue
de Cristo.
14 Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação
que estava no meio, a inimizade,
15 aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse,
em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz,
16 e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a
inimizade.
17 E, vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe e paz também aos que estavam perto;
18 porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito.
19 Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de
Deus,
20 edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a
pedra angular;
21 no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor,
22 no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito.
Introdução
- Francis Schaffer disse que, “em toda interação com outras pessoas, devemos sempre nos lembrar
de duas coisas. Por um lado, o outro é criado à imagem de Deus, e assim merece ser tratado com
toda dignidade, que reflita o valor infinito que ele recebeu de Deus. Por outro lado, o outro é
pecador, carente do amor e da justiça de Deus, assim como de nossa paciência, amor e perdão.
Nunca devemos ficar abalados quando alguém cai, mesmo se for uma pessoa muito estimada.
Também não devemos nos enganar, achando que somente o outro que pode cair e não nós
mesmo. A doutrina do pecado deve manter-nos vigilantes, e em dependência total de Deus, em
nossa luta para vencer o pecado”.
Como John Stott trabalha sua exposição da Epístola aos Efésios esboçando a carta da seguinte
forma:
Introdução – Ef 1.1-2;
I – Vida nova – Ef 1.3-2.10;
II – Uma nova sociedade – Ef 2.11-3.21;
III – Novos padrões – Ef 4.1-5.21;
IV – Novos relacionamentos – Ef. 5.21-6.20;
Conclusão – Ef 6.21-24.
Ou seja, a partir da “metade” do capítulo 2 de Efésios, após Paulo nos mostrar que de Mortos Vivos
que éramos, pelo Grande Amor e Graça de Deus nos tornamos Vivos em Cristo... Não PELAS
obras e sim PARA as boas obras...
É interessante como Stott faz a introdução dessa sessão, pois, ele parte do que seria a palavra
chave que nos conduz ao entendimento do texto.
A palavra grega é apallotrioo que, em trazendo para o português podemos traduzi-la como
“Alienação”.
Stott trás a lume a situação de uma grande maioria de pessoas no “mundo desenvolvido” que estão
desiludidas com o “sistema”, se apresentando como alienados, levando alguns a trabalhar por
reformas, outras a conspirarem contra o sistema vigente e outras ainda que se isolam diante dessa
realidade que nos cerca.
Muitos em nossos dias associam a palavra Alienação ao pensamento do alemão Karl Marx que,
sob a influencia de Ludwig Feuerbarch, trata da alienação do trabalhador, não apenas de sua
realização com a devida recompensa, mas também do exercício do poder, especialmente na
tomada de decisões. Ou seja, o termo adquiriu uma associação mais política e nos remete a um
senso de desgosto com a realidade existente e também, um senso de incapacidade para mudar
essa realidade.
Stott complementa esse pensamento dizendo que “Esse é um sentimento generalizado nos países
democráticos do ocidente e os cristãos seriam insensatos se não o levassem em conta”.
Porém, para o nosso proposito nessa exposição gostaria de olhar para o conceito de Alienação
associado à SOCIEDADE.
Vamos ao texto...
1 – Antes de Cristo éramos alienados... – v11 a 12
11 Portanto, lembrai-vos de que, outrora, vós, gentios na carne, chamados incircuncisão por
aqueles que se intitulam circuncisos, na carne, por mãos humanas,
12 naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças
da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.
v11
Lembrai-vos...
Vós (gentios) outrora...
Por nascimento (incircuncisos e não judeus)...
Judeus – os que se chama da circuncisão – na carne pelas mão do homem (não do coração)...
“Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade,” Efésios
2:14
Mas os gentios eram fisicamente proibidos de acessar os pátios internos do templo por uma barreira
de 1,4 metro de altura (o “muro de inimizade”, de Efésios 2:14). O historiador judeu Flavio Josefo
informa que 13 placas de pedra com inscrições em grego e em latim foram colocadas ao longo da
barreira, advertindo os gentios a que não entrassem.
Nas palavras de Josefo: “Havia uma divisão feita de pedra (…). Sua construção era muito elegante;
sobre ela, ficavam pilares, em distâncias iguais entre um e outro, anunciando a lei de pureza, em
grego e em outras letras romanas, dizendo que ‘nenhum estrangeiro deveria entrar no santuário’”
(Guerras, 5.5.2).
Os arqueólogos descobriram duas dessas placas de aviso, que dizem: “Nenhum estrangeiro tem
permissão de entrar na balaustrada em torno do santuário e do pátio. Quem for pego, será
responsável por sua decorrente morte”.
Esse muro divisor teve grande significado para Paulo, que foi preso em Jerusalém por
supostamente levar um gentio para o pátio interno do templo (Atos 21:16-30). Paulo e outros
cristãos judeus reconheciam que o Deus que havia anteriormente residido no templo havia entrado
na humanidade na pessoa de Jesus, o Messias. A morte de Jesus na cruz e sua ressurreição
haviam, na verdade, rompido o muro divisor, efetuando unidade espiritual entre judeus e gentios.
Como resultado, Paulo sabia, todas as pessoas tinham acesso garantido a Deus por meio da fé
salvadora em Jesus Cristo.
v12
Naquele tempo (outrora)...
Sem Cristo...
Separados... Alienados... Destituídos... (Ef 2.12 / Ef 4.18 / Cl 1.21)
Não comunidade de Israel
Estranhos à(s) Aliança(s)... Abraão, Moisés, Davi...
Sem esperança...
Sem Deus (atheos)... (Rm 3.23)
13 Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue
de Cristo.
14 Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação
que estava no meio, a inimizade,
15 aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse,
em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz,
16 e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a
inimizade.
17 E, vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe e paz também aos que estavam perto;
18 porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito.
v13
Em Cristo vós (gentios)...
De Longe para Perto...
Pelo Sangue de Cristo (Ef 1.7)...
v14
Cristo é a nossa Paz...
Gentios + Judeus = 1 Povo... (Igreja)...
Destruída a parede de separação (átrio dos gentios)...
Quebrada a barreira da inimizade...
Através da morde de Cristo na Cruz (na sua carne)...
v15
Cristo cumpriu cabalmente a Lei (sem pecado)...
Em Cristo somos um novo ser... (Ef 2.1-10)
A Paz em Cristo (Rm 5.1-2)
v16
Pela Cruz...
Reconciliados com Deus (gentios e judeus)...
Somos um só corpo (Igreja)...
v17
Vindo o Messias (Is 61.1-2 / Lc 4.18-19)
Cristo Evangelizou Paz
Paz para os de Longe – Gentios...
Paz para os de Perto – Judeus...
v18
Cristo como Mediador (por meio d’Ele)...
Temos acesso ao Pai (Rm 5.1-2)
Unidos em UM SÓ ESPÍRITO (Ef. 4.16)
O Espírito de Deus...
19 Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de
Deus,
20 edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a
pedra angular;
21 no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor,
22 no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito.
v19
O que éramos (outrora) já não somos mais...
- Estrangeiros
- Forasteiros
- Fora da aliança
- ALIENADOS
Agora somos...
- Concidadãos dos santos
- Membros da família de Deus
- A Família de Deus... (Igreja)
v20
Somos uma edificação
Um templo vivo
Nosso fundamento:
- os Apóstolos (NT);
- os Profetas (AT);
Sola Scritura / Tota Scriptura (2 Tm 3.14-17 / 2 Tm 4.1-5)
v21
A Igreja em Cristo...
- Encontramos o ajuste correto
- Crescemos espiritualmente
- Somo feitos Santuário/Templo do Espírito
- Dedicados/Separados PELO e PARA o Senhor... (1 Pe 2.9)
v22
Em Cristo a Igreja...
- Juntos (unidade)
- Somos edificados
- Somos morada de Deus
CONCLUSÃO / APLICAÇÕES
- A Alienação/Separação – (v11-12)
- A Aproximação – (v13a)
- A Paz (pelo Sangue e pela Cruz) – (v13b-16)
- O Espírito que une – (v17-19)
- O Fundamento e a Pedra Angular – (v20)
- O Edifício de Deus (v21-22)
Uma Nova Sociedade de Deus, em Cristo Jesus, para a Sua Glória (de agora e até que Ele venha).