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Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

Ano Lectivo: 2015/2016


Sara Rodrigues, Turma B, Subturma 14

I caso prático

No presente caso prático é-nos possível verificar a presença de um credor, Célia, e de um


devedor, Daniel, cuja prestação é levar uma certa quantidade de areia de construção do lugar onde
estava para outro lugar a 10 metros dali e trazer. Por outras palavras, podemos constatar que
estamos perante uma obrigação, como está tutelado no artigo 397º do Código Civil: “Obrigação é
o vínculo jurídico por virtude do qual uma pessoa fica adstrita para com outra à realização de uma
prestação”. Porém, é importante referir que esta noção encontra-se incompleta, uma vez que
existe duas vertentes da obrigação para uma posição tradicional: O devedor tem de cumprir a
prestação (dever de prestar) ao credor e caso não o faça, inicia-se o processo de responsabilidade
patrimonial (dever de indemnizar).
Retomando o caso prático, podemos afirmar que estamos perante o princípio da
autonomia privada, ou seja, da liberdade contratual, que está prevista no artigo 405º/1 do Código
Civil: “Dentro dos limites da lei, as partes têm a faculdade de fixar livremente o conteúdo dos
contractos (…)”, quando constatamos que Célia e Daniel acordaram que pelo serviço de levar uma
certa quantidade de areia, naquela tarde, Célia pagaria 50 euros. Neste sentido, é importante fazer
referência ao artigo 406º/1 do Código Civil: “O contrato deve ser pontualmente cumprido, e só se
pode modificar-se ou extinguir-se por mútuo consentimento dos contraentes ou nos casos
admitidos na lei”. Porém, o que observamos é que Célia declarou-se arrependida um bocado
depois de Daniel ter começado a trabalhar. Aqui devemos ter em conta que um dos princípios
gerais das obrigações é a boa fé, sendo que esta pode ser em sentido subjectivo (ignorância de
estar a lesar direitos alheios) ou em sentido objectivo (regra de conduta). Neste caso, podemos
afirmar que Célia não agiu em boa fé (em sentido objectivo), uma vez que fez crer a Daniel que a
obrigação ia ser cumprida, de tal modo que ele já se encontrava a trabalhar quando ela se
arrependeu. Portanto, deste modo, deve-se aplicar o artigo 437º/1 do Código Civil.

Página 1 || Resolução do caso número 1

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