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Introdução
Causa
Manifestações Clínicas
Tipos
Exames Complementares
Tratamento
Introdução
A atrofia muscular espinhal (AME) é uma doença das células do corno anterior da medula
(Figura 1) que leva a fraqueza e atrofia muscular com prejuízo de movimentos voluntários
como segurar a cabeça, sentar e andar. A AME com início na infância ocorre em 1 para 10
000 nascimentos vivos e a de início na idade adulta, em 1 para 100 000 pessoas.
Figura 1:
Causa
A causa é genética e a herança é do tipo autossômica recessiva. Isto significa que ambos
os sexos são afetados igualmente e que, para aparecer a doença, é necessário um gene
herdado da mãe e um gene herdado do pai. Quando os pais são portadores do gene, a
probabilidade de terem uma criança com AME é igual a ¼ ou 25 por cento. Em estudos de
DNA, em mais de 95 por cento dos casos de AME dos Tipos I, II e III encontra-se uma área
anormal (chamada deleção) no gene survival motor neuron (SMN).
Manifestações Clínicas
As principais manifestações são tônus muscular diminuído, fraqueza e atrofia muscular de
distribuição simétrica, diminuição dos reflexos tendinosos, fasciculações (pequenas
contrações localizadas) melhor observadas na língua e deformidades músculo-esqueléticas
secundárias.
Tipos
Existem diferentes tipos, que são classificados de acordo com a importância do
acometimento e a idade do início dos sintomas.
Tipo II ou atrofia espinhal intermediária. Neste tipo de atrofia espinhal, as alterações surgem
entre seis meses e dois anos de idade. Algumas crianças conseguem permanecer sentadas
se colocadas nesta posição e, mais raramente, ficam de pé e andam com apoio.
Tipo IV ou atrofia espinhal forma adulta. Este tipo de atrofia espinhal acomete adultos entre
30 a 40 anos de idade. O início dos sintomas é insidioso e a progressão é muito lenta.
Exames Complementares
1) Eletromiografia (EMG). Este exame mede a atividade elétrica do músculo. Pequenas
agulhas são introduzidas nos músculos a serem examinados e o padrão elétrico do músculo
é observado e gravado. Na AME, a EMG demonstra sinais de desnervação.
2) Biopsia muscular. Através de uma pequena incisão na pele, geralmente na coxa, retira-se
uma amostra de músculo para exame ao microscópio. Na AME as alterações observadas
são degeneração da fibra muscular em vários estágios e evidência histoquímica de
desnervação.
Tratamento
Nas formas graves (Tipo I), o tratamento consiste em oferecer suporte clínico à criança e
emocional à família.
Nos Tipos II e III os graus de envolvimento são variáveis e as condutas de tratamento são
estabelecidas de acordo com o nível de dificuldade de cada criança.
Tipo II
Prevenir complicações respiratórias (com medidas tais como variação da postura para
facilitar a drenagem de secreções) e exercitar a expansibilidade dos pulmões são objetivos
de tratamento para algumas crianças. A família deve também ser orientada quanto à
mobilização articular suave com o objetivo de retardar a instalação de deformidades e
melhorar a circulação sanguínea diminuindo a sensação de cãibras. Órteses curtas
envolvendo os tornozelos podem ser indicadas para prevenir deformidades dos pés.
Exercícios em piscina assistidos inicialmente pelo fisioterapeuta e posteriormente pela
família irão possibilitar a movimentação ativa da criança já que na água o peso do corpo
diminui.
Apenas as crianças com pouca fraqueza muscular conseguem andar, geralmente, curtas
distâncias. Neste caso haverá necessidade de órteses confeccionadas em material leve
envolvendo os joelhos e os tornozelos. Andador é o auxílio à locomoção mais
freqüentemente utilizado.
Figura 2:
Orientações quanto a atividades de vida diária (atividades do dia-a-dia de uma pessoa) são
importantes e incluem a utilização de uma cadeira apropriada para banho. Dependendo da
fraqueza muscular apresentada pela criança, ela poderá ter dificuldade para conseguir
realizar algumas atividades de maneira independente, necessitando auxílio dos familiares.
A escoliose (curvatura na coluna) ocorre em algum momento em toda criança com AME e,
quando acentuada, pode comprometer a função respiratória. Portanto, os cuidados relativos
ao posicionamento e com o suporte de tronco devem ter início precoce. Por causa da
fraqueza muscular, mesmo com cuidados adequados, pode haver agravamento importante
da escoliose com o crescimento e, neste caso, a indicação de tratamento cirúrgico deve ser
avaliada.
Atividades recreativas na água ou outras, mesmo que em cadeira de rodas, podem ser
incentivadas sempre que indicadas, respeitando-se os limites apontados pela criança.
Tipo III