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TEOLOGIA SISTEMATICA II

Capítulo 1
Os seres humanos em todos os lugares vivem a procura de respostas para as grandes
perguntas da vida. Existem vários sistemas de pensamentos tanto seculares como religiosos,
que oferecem respostas as indagações.
Uma das grandes perguntas é a respeito de nós mesmo: o que é um ser humano? Quem
sou eu?
Materialismo é uma filosofia crescente do mundo e exerce uma influência forte sobre o
conceito do ser humano. O materialismo não acredita que exista algo, exceto a matéria, aquilo
que pode ser percebido com os cinco sentidos.
Para o ateísmo, a origem do hoem é um processo evolucionista: tudo começou com uma
explosão e o ser humano é o produto mais complexo deste processo milenário.
 Para o ateísmo, o ser humano é uma criatura sem propósito
 Para o ateísmo, a nossa liberdade de escolha é ilusória porque somos fruto do meio. O
comportamento é determinado por um processo de causa e efeito. As decisões e atitudes
foram anteriormente determinadas pela nossa genética e o meio em que vivemos.
 O nosso valor é minado pelo ateísmo: O Materialismo / ateu procura disfarçar esta
desvalorização, mas se for coerente co, sua ideologia acaba tirando o valor do ser humano.
O existencialismo secular é a filosofia que surgiu nos séculos 19 e 20, é outra vertente
de materialismo que também oferece uma alternativa fútil à visão cristã do ser humano. É uma
tentativa de amenizar o desanimo provocado pela desvalorização do ser humano.
O exitencialismo diz que cabe ao individuo, mesmo sabendo que não tem valor, criar
um valor para si. Cada pessoa precisa procuram significados em experiências próprias e em
sentimentos que engendram em senso de valor.
Humanismo secular é uma terceira vertente materialista que tira Deus do centro do
Universo. O Humanismo substitui Deus pelo próprio ser humano – o universo do humanista é
antropocêntrico.
Resumindo, o humanismo secular:
 Se opõe à religião teísta;
 Crê que tudo no universo se explica por leis naturais;
 Afirma que a humanidade cria seus próprios valores morais;
 Crê que o ser humano é autossuficiente.

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Ao tirar Deus de sena, o ser humano deixa de ser imagem de Deus e mais uma vez não
passa de um animal evoluído.
Existem outras alternativas religiosas que respondem à pergunta “O que é o ser
humano?” As religiões e filosofias orientais, agora se encontram competindo no mercado
religioso com o Cristianismo, oferecendo sua visão do ser humano.
Panteísmo é um denominador comum entre as várias religiões de origem oriental,
incluindo as mega religiões como hinduísmo e budismo. Panteísmo é a idéia de que “tudo é
Deus e Deus é tudo”. Esta crença é bem diferente do ateísmo ortodoxo que afirma que “Deus
fez tudo”.
Em relação ao ser humano surge a mesma idéia: segundo as religiões panteísta, o homem
é Deus porque tudo é Deus. No Hinduismo, por exemplo, o deus panteísta, a realidade final e
impessoal que engloba tudo que existe, chama-se Brama. Segundo o hinduisamo, todo ser
humano é Brama, porque o universo é Deus e Deus é o universo.
Exitem inúmeras religiões e sistemas filosóficos no mundo, cada um com seu conceito
do ser humano.
Conceito contrastado do Ser Humano
Entidade Impessoal Seres Vivos
- Conhecimento como coisa: impessoal, - Conhecimento como pessoa: íntimo,
observado, desligado, mensurado e relacional, envolvido, amoroso, doador.
controlado.
- Valor pessoal: vendável, produtivo, - Valor pessoal: intrísico como ser por quem
consumidor. é em si.
- Relacionamentos: egocêntrico, controlador, - Relacionamentos: restaurador, doador,
manipulador, competidor, vingador, odioso, servo, carinhoso, amável, inclusivista, dá a
exclusivo, violento. vida.
- Posicionamento: invulnerável, - Posicionamento: vulnerável, generoso,
autogratificante, frieza, dureza, duvida, ternura, compaixão, amor, esperança.
medo.

Conclusão: “Quem é o ser humano? Em contraste com este capítulo, a Bíblia nos afirma
que somos de inestimável valor por sermos criados a ‘imagem e semelhança’ de Deus (Gn.
1.26).

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Capítulo 2
Qualquer biblioteca boa é testemunha da complexidade maravilhosa do ser humano.
Não precisamos de bibliotecas cheias para ver a profundidade da nossa existência; basta
olhar para si mesmo. Por isto o salmista declarou:
“Tu criaste o intimo do meu ser
E me teceste no ventre de minha mãe.
Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável
Tuas obras são maravilhosas!
Digo isso com convicção.” (Sl 139.13-14)

As primeiras palavras da Bíblia afirmam dois principios fundamentais para nossa fé: a
centralidadade de Deus e a origem divina de todas as coisas.
 O fato da criação divina. O relato da criação não explica como Deus criou, mas que era
um ato divino, apenas pela sua palavra; “disse Deus” e em seguida “e assim foi”.
 A visão teocêntrica da criação. Diferente de outras histórias antigas, não há vários
‘deuse’ envolvidos, correndo e brigando entre si: pelo contrario, Gênesis declara que há
um só Deus, de poder e santidade absoluta. A pessoa de Deus é a figura central do
universo, o soberano que cria tudo do nada.
 A perfeição da criação de Deus. Repetidas vezes o texto declaro que a criação foi boa.
Resumindo a satisfação de Deus.
 O ser humano como ‘pínaculo’ da criação de Deus. O construção do relato aponta para
a criação do ser humano como o ponto culminante da sua criação

O primeiro relato (1.26-30)


 O lugar especial do homem: “Façamos o homem a nossa imagem, conforme nossa
semelhança”. Esta frase mostra o lugar especial que o ser humano ocupa no universo.
 A proposta de Deus para o homem: O texto fala da proposta governante do homem.
“Domine ele...” e “Dominem sobre...” listando como súditos os reinos minerais,
vegetais e animais.
 Criado para multiplicação: seres humanos (e animais)são criados com o potencial e
prerrogativa de se multiplicar. Cabe ao homem e a mulher obedecer ao mandato divino
de popular a terra. A imagem de Deus abrange homem e mulher a abençoa a sua
sexualidade.

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 Promessa de alimentação: a natureza foi criada para suprir todas as necessidades básicas
do ser humano.

A primeira etapa nos deu uma visão geral de toda criação. A partir de 2.4, o autor entra
em mais detalhes sobre a criação humana.
O autor nos leva a um lugar árido onde Deus criou o homem. Enquanto a teologia
ortodoxa geralmente afirma a criação “ex-nihilo” no caso do homem, Deus “formou o homem
do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem tornou um ser vivente.
Deus soprou nele o “fôlego de vida”, a vida espiritual que o distingue dos demais. O ser
humano é uma criatura única, distinto dos anjos quanto dos animais.
 Animais – são corpos sem espíritos;
 Anjos – são espíritos sem corpo;
 Seres humanos – são corpo e espírito, uma criação inédita e especial!

O carinho de Deus, mais uma vez, é destacado, no seu preparo de um jardim


deslumbrante para sua habitação prazerosa. O nome do Jardim, Éden pode significar deleite.
Localizado numa região regada por quatro rios (2.10-13), havia ouro e pedras preciosas e todo
tipo de arvore para ele comer.
O homem é responsável pelo jardim, mas debaixo da autoridade do Deus criador. A sua
subordinação foi simbolizada por uma proibição única: “...não coma da arvore do conhecimento
do bem e do mal...” (1.17)
Deus declara,”Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e
lhe corresponda” (2.18).
Os judeus tinham uma visão diferente da criação do que os povos ao seu redor.
O povo de Deus, os judeus, acreditou que Gênesis contava o começo verdadeiro do
universo. Consideram Adão e Eva pessoas reais criadas por Deus.
Nessa época, como em outras épocas, havia varias idéias religiosas e filosóficas quanto
à origem do universo e do homem , mas tanto Jesus quanto os escritores do NT trataram a
criação de Gênesis como fatos históricos.
O autor de Hebreus (11.3) diz; Pela fé entendemos que o universo foi formado pela
palavra de Deus, de modo que aquilo que se vê não foi feito do que é visível.
Nesse período os pais da teologia surgiram a historicidade como relatada em Gênesis.
O Credo Niceno (4º século) é explicito na sua afirmação: “Creio em um só Deus, Pai todo-

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poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visiveis e invisíveis...”Crisóstomo (347
– 407), um dos grandes teólogos do período, escreveu: “Deus fez conhecido a Moisés a
revelação divina das origens e seu relato merece toda confiança”.
Calvino - “desta história aprendemos que Deus pelo poder de sua Palavra e de seu
Espírito criou o céu e a terra do nada.”
Lutero – cita o credo apostólico; e explica a criação humana: creio que Deus me criou
junto com todas as criaturas e me deu corpo e alma, olhos, ouvidos e todos os membros,
inteligência e todos os sentidos e ainda os conserva...”
Eles, de modo geral, seguem a visão histórica, ortodoxa e bíblica da criação: que o
universo não é fruto de uma explosão cósmica, mas foi tudo criado por Deus.
A partir do século 19 surgiu a teoria da evolução popularizada por Charles Darwin.
Apesar de existirem teorias evolucionistas desde os gregos antigod, foi Charles Darwin
(1809 – 1882 que proporcionou o mecanismo pelo qual a natureza evolui sempre em direção
de mais complexidade e utilidade a “seleção natural”.
Apesar de ser aceita e divulgada no sistema educacional, enfrenta questionamentos, de
ordem religiosa e cientifica.
O problema evolucionista do ser humano de ordem filosófica:
 Há evidencia de falta de objetividade na parte de pesquisadores: Se descartar de vez
qualquer possibilidade de uma participação divina nas origens do universo, você é
obrigado a achar outra explicação, mesmo não sendo plausível. A idéia que não há Deus,
torna-se um pensamento controlador em toda teorização e pesquisa, assim tirando a ]
objetividade do pesquisador.
Além dos problemas filosóficos, existem lacunas nas evidencias cientificar pela origem
evolucionista do ser humano.
 Vida provém de não vida: segundo materialismo, tudo começou com um ‘big bang’,
uma explosão de matéria sem vida – mas de onde veio a vida? “A ausência de vida não
pode produzir vida” diz Geisler (Enciclopedia. P. 328)
 Elos perdidod: observa que nos cento e trinta anos de Darwin, ainda assim falharam em
produzir um só exemplo convincente de um “tipo intermediario (ou transicional)
necessários ... para preencher as lacunas no registro fóssil entre espécies distintas de
animais.
 A complexidade das coisas “simples”: cientista ateu, Richard Dawkins admite que
mesmo num organismo ‘primitivo’, “...cada núcleo (de célula)... contem um banco de

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dados... maior em conteúdo de informação do que os 30 volumes da Enciclopedia
Britanica.”

Alem das dificuldades filosóficas e cientificas, a evolução apresenta outro problema:


tanto teoricamente, como praticamente, a aceitação do modelo evolucionário do ser humano
tem produzido conseqüências negativas para a humanidade.
 A extinção de normas morais: se formos produto do acaso, as nossas idéias sobre certo
e errado também são frutos do acaso e a variedade de códigos morais prova que não há
normas universais. Você decide aquilo que é certo para si... e não julgue as ações dos
outros!
 A justificação de comportamento animalesco: se formos meros animais mais evoluídos,
é justificável usar-se o modelo animal para explicar o comportamento humano. Alguns
evolucionistas têm chegado a sugerir que até
 A eliminação de vidas improdutivas: uma vez que o ser humano é meramente um animal
racional e que o alvo principal da evolução é a sobrevivência da espécie, a porta se abre
para eliminação dos que impedem o progresso – os mais fracos. Esta eliminação
acontece principalmente no inicio e no fim da vida.
 A utilização de pessoas em nome do progresso: na sua busca de evoluir e sem normas
morais, o individuo facilmente orna-se uma peça a ser utilizada pelos mais poderosos.
Para o capitalista ateu, essencialmente você é um consumidor de produtos e gerador de
lucros – uma peça na máquina de progresso econômico. Em alguns casos o trafico
humano escraviza mulheres e crianças em busca à igualdade - e pode ser sacrificado
para o bem deste processo.
Adão e Eva não passaram o dia todo orando e olhando as flores. Deus os criou para fazer
algo, para assumir responsabilidades e trabalhar. Logo após a criação foi dado a Adão a tarefa
de dar nome aos animais. “O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cultivar
dele e cultiva-lo” referindo-se à organização e embelezamento do jardim bem como o trabalho
de produção de alimentos para consumo humano.
Além de alienar o casal de Deus e da vida eterna, o pecado afetou profundamente todos
os aspectos da vida humana e afetou o exercício do seu papel. Notamos em Gn. 3.17-19 que a
maldição de Deus foi direcionada sobre a terra, não ao trabalho em si: teve consequências
negativas para o trabalho, mas não desfez seu valor bíblico. Mas, o trabalho humano foi afetado
pelo pecado e suas consequências.

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O papel do homem pós-queda tem outra dimensão, o estabelecimento de nova criação,
a restauração das pessoas e a terra ao seu estado original.
Aguardamos o novo céu e a nova terra para ver a redenção completa da terra: Paulo diz
que “A natureza criada aguarda, com grande expectativa que os filhos de Deus sejam revelados”
e que “a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência...” (Romanos 1.18-
21). Não acredito que nosso destino seja de ficarmos tocando harpa em cima de uma nuvem
para toda eternidade! Há indícios bíblicos que podemos esperar trabalhos, não ausência do
trabalho.
O papel restaurador do homem é de suma importância: é o mandato missionário
resumido na Grande Comissão. É a nossa responsabilidade de levar o evangelho até os confins
da terra, fazendo discípulos de todas as nações, levando as pessoas a uma “recriação” pelo
Espírito Santo, restaurando-as à imagem de Deus.

Capítulo 3
Não podemos deixar de refletir sobre isso quando lemos as palavras em Gênesis1.26.
“Façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança”.
No versículo 27, notamos que a imagem de Deus tem uma dupla manifestação – é
composta de homem e mulher.
Jesus, no Novo testamento, é apresentado como a perfeita imagem de Deus. Mas, ele
faz questão de falar do grande valor dos humanos em relação ao reino animal, especificamente
em relação as aves: “Não tem vocês muito mais valor do que elas? (Mt. 6.26). Em outro texto,
afirmou também, que uma alma humana valia mais que o mundo (Mt. 16.26).
A ideia da dignidade especial do homem não era limitada apenas para os judeus. O
filosofo Sofocles escreveu: “O mundo é cheio de coisas maravilhosas mas nada que se compare
ao homem”.
Cristãos através da historia tem seguido o conceito bíblico e ensinado que seres humanos
são de valor inestimável porque somente eles foram criados à imagem de Deus.
O reformador Calvino falou de forma poética sobre a distinção entre o bruto e o ser
humano: “Enquanto os outros seres viventes vivem com o rosto voltado a terra, o homem
recebeu um rosto elevado, chamado a comtemplar os céus, sua face virada para as estrelas.”
John Wesley compartilhou o mesmo conceito do homem: ”Deus o fez para ser ‘uma imagem
da sua própria eternidade’ ...um retrato incorruptível de Deus da glória”.

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Durante séculos, é o criacionismo que tem levantado a bandeira do valor inestimável do
homem e a sua supremacia sobre o resto da criação.
Provavelmente a distinção entre estas duas palavras quase sinônimas – imagem e
semelhança – é de pouca importância, e pode ser apenas uma forma literária para dar ênfase a
posição especial do homem. O importante é que estas palavras atribuem a nós uma posição
privilegiada – não por causa daquilo que somos em nós mesmos, mas por causa de quem
espelhamos – o Criador de tudo.
Cristãos de modo geral não concordam que a similiridade seja física. Historicamente os
cristão tem visto a imagem de Deus no homem de 3 maneiras:
 Substantiva: a imagem consiste em certas características – físicas, psicológicas,
espirituais – da própria natureza da raça humana
 Relacional: a imagem não é algo inerente mas acontece na vivencia com Deus e com os
outros.
 Funcional: a imagem é aquilo que o homem faz que é semelhante a Deus.
Como Deus, somos pessoas. Deus não é uma força impessoal – um tipo de energia.
Dotado de características pessoais:
 Inteligencia – capacidade de pensar
 Autoconsciencia – sabemos que existimos e somos conscientes de nós mesmos
 Sentimentos – capacidade de sentir.
Possuimoa a qualidade de ser bons e maus. Deus é totalmente bom e santo – fomos
criados desta forma, moralmente perfeitos.
 Capacidade de entender, de distinguir entre o que é o bem e o mal
 Livre arbítrio – liberdade de escolha
“Deus é Espírito” disse Jesus (Jo 4.24). Somos semelhantes a Deus neste sentido
também, nas devidas proporções. Somos criaturas únicas, diferentes que um anjo ou um animal.
A nossa essência é espiritual; nossa alma ou espirito é invisível, imaterial e nunca será percebida
por um microscópio. Esta espiritualidade nos capacita a nos relacionar com Deus.
O domínio humano aumentou a produtividade da terra de tal forma que pode sustentar
sete bilhões de pessoas além de facilitar a vidas dos habitantes com novos meios de
comunicação, transporte, medicina etc.
O ser humano é essencialmente relacional. Além de nos relacionarmos com Deus,
precisamos uns dos outros; de conjugue, família, amigos e comunidade.
 Com Deus – 1:28 – 3:18 ( dialogo entre o casal e Deus)
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 Com outras pessoas – 2:18-25 (Disse Deus “Não é bom que esteja só”)
 Consigo mesmo – 2:15 -17; 3:10 (Vivia sozinho – a questão da culpa)
 Com a natureza – 1:26-31 (Simultaneamente de governar e ser sustentado por ela)
 Se tirar qualquer elemento, não é vida humana plena.

Deus não é homem, nem mulher – ele transcende estas categorias humanas.
O homem sem a mulher se revela incompleto e carente de uma companheira.
Jesus é a imagem perfeita de Deus. Segundo o autor de Hebreus, esta imagem de Deus
é refletida de forma absoluta em Jesus: “O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão
exata do seu ser...” (Hb. 1.3).
A imagem de Deus é nossa herança – todos os seres humanos, mesmo pecadores, de
alguma forma refletem a imagem de Deus. Mas, também a imagem é o nosso destino – O
propósito original de Deus, mais uma vez possibilitado pela vinda de Jesus, é nos levar a ser
como Jesus, a perfeita imagem de Deus.

Capitulo 4
Fomos criados à imagem de Deus. Mas que é que constitui esta imagem? A Bíblia revela
no Antigo e Novo Testamento:
A unidade da nossa constituição: Deus não nos encara apenas como um corpo ou uma
alma, mas como uma pessoa.
Há uma distinção bíblica entre o corpo e a parte imaterial, entre o “homem exterior” e
o “homem interior”
A linguagem bíblica muitas vezes usa as palavras “alma” ou “espirito” indistintamente
e o numero de elementos na composição do ser humano tem sido o motivo de debate.
O povo hebraico, como revelado no AT, enquanto reconhecia a existência da parte
visível e a parte invisível do ser humano, enfatizava a sua unidade. Já entre os teólogos
posteriores ao NT, havia diferenças de opiniões sobre a complexidade. A controvérsia maior
foi e tem sido entre dicotomia e tricotomia.
Dicotomistas enxergaram apenas duas partes no ser humano; o corpo e o espirito (alma
e espirito são considerado sinônimos) é a posição adotada por teólogos de renome como Calvino
e Berkof. Esta posição predominante na igreja dos primeiros séculos e talvez seja a posição
predominante entre o protestantismos até hoje.

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Tricotomista enxergam uma complexidade maior na arte imaterial dando um total de três partes
no ser humano – corpo, alma e espirito. Além dos antigos como Clemente e Origines esta
posição foi divulgada por pessoas como Bancroft, Scofield e os grupos pentecostais.
Ao estudar constituição humana sob o prisma de três (ou dois) elementos precisamos
lembrar-nos da nossa unidade essencial – sou uma pessoa, não um conjunto de elementos. A
Biblia ensina que somos uma dualidade do material e imaterial, mas contra o dualismo grego
que desconsidera a importância do corpo.
Lembrando desta unidade essencial, precisamos da visão integra para a nossa vida:
precisamos crescer holisticamente, da mesma forma que Jesus (Lucas 2.52). Para o nosso
ministério, precisamos encarar o ser humano na sua totalidade – corpo, alma e espirito.

Capitulo 5
O Cristianismo é intensamente interessado no bem e no mal. São assuntos bem
enfatizados nos primeiros capítulos de Gênesis e na Bíblia toda. Segundo a Bíblia, o universo
– criado “bom” por Deus – tem um fundamento moral. A moralidade não é uma construção
humana: a lei moral está baseada em nada menos do que no caráter santo de Deus.
Por proceder de Deus a lei moral tem varias características importantes: é transcendente,
revelada, relacional, benéfica, subjetiva e universal. O Cristianismo apresenta normas absolutas
e universais de certo e errado que transcendem fronteiras culturais, temporais e geográficas,
justamente porque são oriundas de Deus.
Deus tem fielmente comunicado as suas leis a todos os seres humanos de duas formas:
pela lei “natural” - a lei no coração de todas as pessoas, mesmo as que não têm o evangelho, e
pela lei revelada – nos dez mandamentos e no ensino e exemplo de Cristo. Tanto os dez
mandamentos quanto o ensino de Cristo focalizam moralidade no relacionamento com Deus
(amar a Deus) e no relacionamento como outras pessoas (amar o próximo).
Em contraste com a posição Cristã, existem outros sistemas morais que procuram lidar
com o pecado de forma errada. Sistemas que negam o pecado e sistemas que relativizam o
pecado. O Niilismo nega o pecado porque a vida é absurda e o Panteismo nega o pecado porque
tudo é Deus.
As Filosofias que relativizam o pecado são muito comuns. No materialismo a sociedade
decide o que é o bem e o mal. No existencialismo o individuo decide. No pós-modermismo são
os poderosos. Em todos os casos, não há absolutos morais validos para todos porque a ideia do
certo e errado vem de homens, não de Deus.

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Apesar de ser popular, o relativismo moral tem sérios problemas: além de ser antagônico
ao ensino bíblico sobre absolutos morais, o relativismo não distingue entre sociedads más e
boas, não tem como resolver ideias morais conflitantes e não explica a similaridade entre os
códigos de conduta de sociedade separadas por tempo, cultura e geografia.

Capitulo 6
O universo é uma curiosa mistura do bem e do mal, de prazer e sofrimento, de beleza e
feiura. A resposta cristã para esta mistura é que vivemos num mundo que foi criado perfeito,
mas sofreu uma queda de proporções cósmicas. Como resultado, temos vestígios da perfeição
que são misturados com as pessoas e a natureza danificada.
Em contraste com os cristãos, alguns pensadores materialistas enxergam o mal como
parte da nossa herança evolutiva. Outros filósofos e religiosos explicam a coexistência do bem
e o mal pelo dualismo; o conflito entre duas forças iguais sempre existentes.
Quando começamos a ler a historia do pecado na Biblia, encontramos uma historia por
trás, a pré-história da queda de satanás e seus anjos. A Biblia fala pouco sobre sua origem, mas
tudo indica que satanás caiu por causa do orgulho.
A Biblia conta a história da queda humana em poucas palavras. Cremos que é um relato
histórico; assim os teólogos do passado acreditaram e os conservadores creem até hoje. Mas há
duas perguntas difíceis que sempre surgem: como é que um Deus bom e todo poderoso pode
coexistir com o mal e sofrimento? Como alguém pode fazer a loucura de trocar o paraiso por
uma fruta?
Para responder estas perguntas, precisamos observar duas advertências:
1) não podemos atribuir o mal ou a queda à determinação de Deus nem à sua fraqueza ou
indiferença.
2) devemos ter cuidado em não explicar demais o mal.
Para responder a pergunta: por que um bom e onipotente Deus coexiste com o mal? –
precisamos entender bem três termos: o mal; essencialmente, o mal não tem existência em si
próprio: é o bem estragado pelo homem... não é uma coisa, um ser, ou uma substancia.
Onipotencia – Não é negada pela queda; a fonte do mal não é o poder de Deus, mas o mal uso
da liberdade que Deus deu ao homem. Bondade – nem sempre significa a anulação de dor.
Para responder a pergunta: como alguém pode fazer a loucura de trocar o paraiso por
uma fruta? – Precisamos lembrar do livre arbítrio e os três desejos naturais do homem, expostos

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em Gn 3, Mat 4 e IJo2: O desejo de sentir prazer, de possuir coisas e de ser alguém de valor.
Estes desejos são bons, mas são vias de tentação que satanás procura explorar.

Capitulo 7
No Novo Testamento, Jesus aprofundou a verdade de que o pecado é só atos externos
mas vem do coração: precisa mudar a arvore para mudar as frutas. Paulo mostrou que a
humanidade esta debaixo do julgamento de Deus e que o pecado tem o poder de escravizar o
pecador. A libertação da escravidão do pecado é pelo legalismo mas somente pela graça e o
poder da Cruz. Apocalipse profetiza o fim do pecado.
Procuramos uma definição bíblica do pecado, uma definição simple, pratica e que
possibilite a santidade. Optamos para a definição de João: O pecado é a transgressão da lei.
(IJoão 3.4)
Em nossa tentativa de compreender a natureza do pecado, identificamos três
características dele: um ato voluntário – pecado provem de livres escolhas; Atitudes – atrás do
ato tem uma atitude básica de egoísmo; Carater – forjamos o que somos através de atos e
atitudes habituais.
Assim que o pecado funciona. Atos e atitudes pecaminosos viram hábitos com o tempo
e formam um caráter pecaminoso, o natural do pecador é pecar. Não pecamos, somos pecadores.
E assim ficamos presos, escravos do pecado.
O pecado é uma força no universo. Existem “potestade” entidades espirituais, satanás e
seus anjos.
Mas também existem os “poderes” – as estruturas humanas que foram contaminadas
pelos valores de satanás – governos, economias, mídias, sistema educacional, arte e cultura a
até a própria religião. Como cristãos temos que nos opor ao pecado em todas as suas dimensões.

Capitulo 8
No Antigo Testamento, notamos claramente que o pecado trouxe conseqüências
desastrosas tanto para os pais da raça humana quanto para nós no século vinte e um. Todos os
personagens envolvidos na queda – Adão, Eva e a Serpente – foram julgados em conseqüência
do seu pecado. Os dez mandamentos foram acompanhados por promessas de benção e
maldição. O povo de Deus, mesmo quando advertidos pelos profetas, sentiram na pele as
conseqüências.

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No Novo testamento, Jesus, na parábola do filho prodigo, mostra graficamente
as conseqüências do pecado. Neste caso, as conseqüências não são punitivas, mas terapêuticas,
o levando a arrependimento. Paulo, no texto clássico a respeito da transmissão do pecado (Rm.
5.12-19), mostra que o pecado entrou no mundo por Adão e o remédio entrou por Cristo. O
pecado de Adão, sim , leva a humanidade para a corrupção, mas cada um individualmente torna-
se culpado “porque todos pecaram” (5.12).
Na história da Teologia, havia conceitos opostos sobre a transmissão do pecado:
Agostinho ensinou que todos pecaram ‘em Adão’ e nasceram culpados diante de Deus. Pelágio
negava que o pecado fosse transmitido de pai para fiho e atribuía a pecaminosidade à influencia
do meio. Os reformadores seguiram a idéia de Agostinho, mas outros como Arminio ensinavam
a transmissão da corrupção de Adão para o resto da humanidade, mas não da culpa.
As conseqüências do pecado podem ser resumidas na quebra de relacionamento.
O relacionamento harmonioso que Adão e Eva gozavam em todos os níveis – com Deus, um
com o outro, consigo mesmo e com a natureza – acabou se transformando em conflitos: conflito
com Deus, conflito com os outros, conflito com consigo mesmo e conflito com a natureza.
Todos concordam que Deus nos criou à sua imagem e que agora, o pecado
tornou-se universal. Qualquer explicação pela transmissão do pecado precisa evitar o extremo
de culpar o homem por aquilo que Adão fez (Agostinho) e na mesa hora não minimizar os
efeitos do pecado dizendo que homens são basicamente bons (Pelágio). A posição moderada
(Arminio) se baseia na seguinte proposição: a queda corrompeu Adão e todos seus
descendentes. As pessoas nascem “depravadas” com uma tendência para o mal e de fato pecam
por livre e espontânea vontade. Entretanto, não são culpadas pelo pecado de Adão, mas por
causa do seu próprio pecado.

Capitulo 9
Para o segmento materialista da população – os que não acreditam em coisas que
os cinco sentidos não podem perceber – em resposta à pergunta”Quem é Jesus” responderam:
uma figura lendária, ou um grande mestre, um exemplo altamente inspirativo ou uma figura
política de caráter revolucionário. Para os adeptos de outras religiões, Jesus às vezes é visto
como um profeta. Mas, certamente não vêem a sua singularidade, Jesus como “o caminho” para
Deus.
Diante da variedade de caminhos oferecidos para chegar até Deus, há três formas
do Cristianismo encarar a sua relação com as outras religiões: Exclusivismo – somente por

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Jesus que tem a salvação, a posição bíblica; Inclusivismo – De alguma forma Cristo é o único,
mas também por meio dele graça e salvação estão disponíveis através de outras religiões;
Pluralismo – A salvação deve ser reconhecida como presente e eficaz em todas as religiões,
cada uma à sua maneira.
O pluralismo é atraente porque se harmonia bem com a naturesa humana normal,
que tende a ser cordata. A maioria das pessoas gosta de evitar antagonismo, de fugir de
solucionar problemas difíceis e sente certo alivio com a idéia de que todos serão salvos.
Existem dois problemas com o pluralismo: O primeiro é a sua incoerência.
Notamos em nosso estudo de caso, as seguinte falhas: a igualdade moral quew dá suporte para
a igualdade das religiões não é comprovada pelos fatos – historicamente, culturas cristãs são
mais humanas; o “Real”, o suposto deus que une todas as religiões na verdade não passa de
panteísmo – tudo é deus; a suposta harmonia entre as religiões é forçada e finalmente ela acaba
distorcendo o Cristianismo.
O segundo problema com o pluralismo é a sua falta de suporte bíblico. Como
cristãos, não podemos ser pluralistas, achando que há muitos meios para chegar a Deus e a
salvação. Segundo a Bíblia, ele é o caminho, a verdade, a vida, o único nome que salva, o único
mediador e o único fundamento.
Ao confrontar o “novo escândalo” do evangelho - a singularidade de Cristo -
não estamos dizendo que desprezamos outras religiões nem que sabemos que é salvo ou como
Deus vai julgar as pessoas que nunca ouviram. Contudo, a Bíblia tampouco abre espaço para a
crença de que todos os caminhos levam ao mesmo Deus. Jesus é o caminho!

Capitulo 10
Cristologia é a divindade de Cristo. A sua divindade tem sido contestada por
vários grupos durante a história; os judeus acharam que comprometia o monoteísmo por não
compreender a trindade; os romanos tinham receio de concorrer com a divindade do imperador.
Também, de dentro da igreja surgiram dois grupos qe distorceram a sua
divindade: o ebionismo – alegando que o espírito de Cristo uniu-se com Jesus por apenas um
período e o arianismo - que considerou Jesus uma Divindade intermediaria, inferior ao Deus
Jeová. Os mórmons e testemunhas de Jeová são versões modernas das mesmas heresias.
Ao olhar o registro podemos concluir que a divindade de Cristo é bem
fundamentada nas escrituras: Jesus mesmo afirmou a sua divindade e os apóstolos,

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especialmente João e Paulo, foram evidenciando sua igualdade com Deus. Só uma leitura
tendenciosa poderia mudar o veredito bíblico: Cristo é Deus.
A igreja através dos credos – apostólico e Niceno – combatias os grupos
heréticos, levandoo povo iletrado a decorar estas pequenas declarações de fé. Também a igreja
tem desenvolvido bons argumentos para desfazer a idéia popular que Jesus não era Deus mas,
sim um mestre moral. O trilema mostra que uma vez que Jesus afirmou ser Deus ou ele é de
fato Deus ou um enganador ou um lunático; um grande mestre não é uma opção viável.
As implicações da divindade são importantíssimas: se Jesus não for divino,
coigual com o Pai e o Espírito, ele não seria a revelação plena de Deus, não haveria salvação
para todos, ele não seria o objeto supremo da nossa adoração e não seria o Senhor sobre tudo e
todos. Jesus é Deus!

Capitulo 11
A obra de Cristo depende do fato que ressucitou e continua vivo. A verdade da
ressurreição é bem comprovada – as outras teorias para explicar o túmulko vazio não
convencem. A ressurreição é fundamental para toda obra de Cristo – comprovou a validade das
reivindicações de Cristo e garantiu um Cristo vivo que atua em nossas vidas hoje e um dia
voltará a reinar.
Cristo e sua obra, implícito ou explicitamento, tornam-se a espinha dorsal do
relato bíblico abrangendo as promessas, prefigurações e profecias do Antigo Testamento e a
realidade da sua chegada e obra no Novo Testamento. O registro começa ainda no jardim do
Éden com a promessa da derrota de satanás pelo “descendente “ da mulher, Jesus. O sistema
sacrificial prefigurou a expiação de Cristo e os profetas deram muitos sobre a sua obra,
principalmente em Isaias 53.
O Novo Testamento revela o significado da obra nas próprias palavras de Jesus,
na pregação dos apóstolos em Atos e nas epistolas, principalmente as de Paulo. A revelação é
muito ampla e variada por ser uma obra divina de implicações cósmicas.
Durante a história, coube aos teólogos a tentativa de unificarem os vários
aspectos da expiação revelados nas escrituras, procurando apresenta-los de forma coerente. Os
antigos realçaram mais a vitória de Cristo sobre o mal; os teólogos medievais enfatizaram a
expiação como satisfação da honra ferida de Deus, os reformadores a satisfação sintetizada com
outra teorias e Arminianos / Wesleyanos a bandeira da expiação para todos.

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Diante da testemunha bíblica e histórica concluímos que não existe uma única
teoria que explique todo o ministério da expiação. Apresentamos a obra de Cristo com uma
brilhante jóia de várias facetas – elementos que compõem uma obra que é muito profunda e
abrangente.
Finalmente, destacamos cinco facetas da esplendida obra de Cristo: propiciação,
reconciliação, vitória/resgate, substituição e revelação do amor de Cristo. Estas facetas
compõem uma obra que mudou a historia do mundo. Vamos meditar cada faceta com gratidão
e reverencia e espalhar as boas novas da salvação em Cristo para os quatro cantos da terra.

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