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Jovens e Adultos
2º Trimestre de 2000
TEXTO ÁUREO
VERDADE PRÁTICA
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Lc 14.33
Renunciar a tudo para ser discípulo de Jesus
Terça - Gn 22.12
A primazia de Deus sobre os filhos
Quarta - Mt 8.22
Deixando os mortos para seguir a Jesus
Quinta - Mt 19.27
É preciso deixar tudo por Cristo
Sexta - Mc 10.21,22
Alguém que não quis deixar tudo
Sábado - Lc 9.23
Tomando a cruz de cada dia
Lucas 9
23 - E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e
tome cada dia a sua cruz, e siga-me,
24 - Porque qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas qualquer
que, por amor de mim, perder a sua vida a salvará.
25 - Porque que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se
ou prejudicando-se a si mesmo?
26 - Porque qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar,
dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória e na do
Pai e dos santos anjos.
Lucas 14
33 - Assim, pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem não
pode ser meu discípulo.
PONTO DE CONTATO
Esta lição nos permite avaliar nossa situação como discípulos de Cristo.
Estamos realmente dispostos a pagar o preço da obediência ao senhorio de
nosso Salvador? Estamos conscientes da opção que um dia fizemos, de
seguirmos o caminho da cruz, mesmo sabendo que o custo desta escolha pode
ser a própria vida, entregue ao martírio e à causa do Mestre diariamente?
Em suma, o que Cristo nos ensina é que, morrer para o “eu” é viver, perder
a vida que desejamos é achar a verdadeira vida. Quando seguimos e servimos
a Cristo, não ao eu, nos tornamos disponíveis a servir aos outros. E assim,
realizamos a vontade de Deus.
OBJETIVOS
SÍNTESE TEXTUAL
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
1. Ter vontade. Jesus respeita a vontade da pessoa, e essa é uma das mais
impressionantes características do seu relacionamento com o homem. Em sua
pregação ele disse: “Se alguém quer vir após mim...” (Lc 9.23a). Ele não impôs
sua vontade sobre os sentimentos dos pecadores. Nas Escrituras vemos esse
traço da sua personalidade. Numa festa, em Jerusalém, dentro do templo, Ele
disse: “Se alguém tem sede, que venha a mim e beba” (Jo 7.37). Na carta à
igreja de Laodiceia, Jesus escreveu: “Eis que estou à porta e bato; se
alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei,
e ele, comigo” (Ap 3.20) [Grifo nosso]. Jesus não empurra portas, não força a
vontade humana. É preciso segui-lo voluntariamente.
2. Renunciar a si mesmo. É o mesmo que negar-se a si mesmo. Jesus
disse: “negue-se a si mesmo...” (Lc 9.23b). E isso não é fácil. A natureza
humana, após a Queda, tornou-se egoísta, insensível, individualista,
personalista. O “eu” tornou-se uma espécie de “deus”. Poucas pessoas
conseguem romper com a natureza carnal, a fim de renunciar a si próprias e
darem lugar a Deus. Na parábola do semeador (Lc 8.4-15), vemos que uma
parte da semente caiu entre os espinhos, e Jesus explicou que são aqueles que
recebem a Palavra com alegria, mas depois, “são sufocados com os cuidados, e
riquezas, e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição” (Lc 8.14). A
natureza humana, mesmo a do cristão, tende a acomodar-se à velha vida, aos
velhos costumes. Mas para ser discípulo de Jesus, é imprescindível renunciar
às práticas antigas e más (vide 2 Co 5.17).
3. Renunciar bens, pai, mãe e amigos (Mc 10.28-30). Um jovem
rico entristeceu-se por Jesus ter-lhe dito que deveria vender tudo o que tinha
e segui-lo (Mc 10.17-23). Pedro, então, disse: “eis que nós tudo deixamos e te
seguimos” (Mc 10.28). Jesus deu uma resposta de sublime sabedoria, dizendo
que “ninguém há que, tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe,
ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, que não
receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãos e mães, e
filhos, e campos, com perseguições, e, no século futuro, a vida eterna” (Mc
10.29,30). Notemos que, aqui, não há um ensino impositivo, no sentido de
sempre alguém ter que deixar bens, pais e parentes para seguir a Jesus. Mas
Ele disse que não há ninguém que, fazendo isso, tenha prejuízo, mas que será
recompensado, tanto nesta vida, quanto no porvir (ver Lc 14.33). Na realidade,
o que Jesus não aceita é que alguém ame ao pai, à mãe ou a filhos mais do que
a Ele.
4. Tomar cada dia a cruz. “...tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lc
9.23c). Só toma a cruz quem já decidiu seguir a Cristo. Tomar a cruz significa
renunciar ao seu próprio “eu” (o viver segundo a carne, fazendo a nossa própria
vontade), e de bom grado sofrer por amor de Cristo. E isso acontece com todo
o crente fiel, sincero, humilde e obediente. Jesus disse: “...no mundo tereis
aflições...” (Jo 16.33; ver 2 Tm 3.12). A cruz inclui aflições, tribulações,
perseguições, de modo claro e explícito. Há crentes, infelizmente, que,
dominados pelo relativismo e pelo modernismo, entendem que a vida deve ser
de tal forma que não tenha qualquer sofrimento. Muitos são adeptos da falsa
Teologia da Prosperidade, que prega o paraíso na terra, sem pobreza, sem
doença, sem aflições, contrariando a Palavra de Deus.
III. PERDENDO PARA GANHAR
1. Quem quer ganhar, perde (Lc 9.24). Jesus colocou diante dos
discípulos uma crucial decisão a ser tomada. Ele afirmou que “qualquer que
quiser salvar a sua vida perdê-la-á”. A vida humana, por melhor que seja, é
efêmera, passageira. Muitas pessoas apegam-se a ela de tal forma, que rejeitam
a Deus, a Cristo e a salvação. Há quem perca a salvação, mesmo tendo ouvido
a Palavra, por causa dos cuidados deste mundo, da sedução das riquezas (Mt
13.22). Há os que não admitem de modo algum deixar de lado a vida social,
com suas festas, encontros, reuniões de fim de semana; há os que não querem
perder a condição financeira, pois, se tornando cristãos, terão que renunciar
negócios escusos, sonegação de impostos, venda de produtos ilícitos (bebidas,
fumo, jogos, loterias, etc); há os que não querem deixar a fornicação, o
adultério, a prostituição, o homossexualismo, pois tudo isso é a vida que não
querem perder. E, assim, “salvando” a vida, acabam por perdê-la eternamente,
por rejeitarem a salvação em Cristo Jesus.
2. Quem perder, ganha (Lc 9.24b). Por outro lado, há pessoas que
“perdem” a sua vida para salvá-la, pelo fato de renunciarem às coisas terrenas,
e darem lugar às coisas de Deus, aceitando Cristo como Salvador, cumprindo
o que ensinou o Senhor; “mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua
vida a salvará”. Na vida espiritual, os que aceitam Jesus, sabem que estão
renunciando a muitas coisas, conscientemente, entendendo que em Cristo têm
muito mais a ganhar nesta vida e na eternidade (ver Mc 10.29,30). Paulo,
divinamente inspirado, exclamou: “Porque para mim o viver é Cristo, e o
morrer é ganho” (Fp 1.21).
3. O perdedor insensato (Lc 9.25). Neste ensino, Jesus fez uma
indagação de profundo significado espiritual e filosófico, após dizer que quem
quer ganhar a vida sem Ele, a perderá: “Porque que aproveita ao homem
granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?”. Ter
bens, ganhar dinheiro, comprar objetos, possuir terras, casas, propriedades, e
outras coisas mais, é o sonho da maioria das pessoas. De fato, há os que
querem “granjear o mundo todo”. Daí, porque tantos estão buscando o
enriquecimento ilícito, seja utilizando-se da jogatina, oficial ou não; seja
através de negócios escusos, nas empresas ou nos órgãos públicos, gerando
escândalos, que envergonham a nação. É a avareza, a ganância por dinheiro,
que conduz muitos à perdição. Paulo diz que “o amor ao dinheiro é a raiz de
toda espécie de males” (1 Tm 6.10), levando muitos a se desviarem da fé e se
prejudicarem a si mesmos, como previu Jesus. Testemunho diferente teve o
apóstolo Paulo, quando, em sua carta aos filipenses, escreveu: “Mas o que para
mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por
perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu
Senhor; pelo qual sofri perda de todas estas coisas e as considero como esterco,
para que possa ganhar a Cristo” (Fp 3.7,8).
CONCLUSÃO
VOCABULÁRIO
EXERCÍCIOS
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
Subsídio Teológico
“Jamais pedirá o verdadeiro líder aos seus seguidores o cumprimento de
algum dever que ele mesmo não esteja disposto a realizar. Da mesma forma,
Cristo apontou o próprio exemplo aos discípulos.
1. O espírito sacrificial de Cristo. ‘Pois o próprio Filho do homem não veio
para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos’. Cristo
nasceu em lar e lugar humildes; passou os primeiros trinta anos da sua vida
em absoluta obscuridade e, durante muitos anos, trabalhou como carpinteiro.
Embora soubesse ser o Filho de Deus, jamais reclamou direitos reais. A honra
e o serviço do mundo não foram colocados à sua disposição.
Seu serviço à humanidade não viera como fruto de posterior decisão: era
o propósito pelo qual veio ao mundo. Antes mesmo de sua vinda já fora
determinado: Cristo derramaria a sua vida em favor da humanidade.
A declaração de Jesus, conquanto transpirasse humildade, não lhe negava
a posição de Filho de Deus. Fosse apenas um carpinteiro, e seria presunção
dizer que não viera para ser servido — isto não seria novidade. Porém, vinda
de Cristo, a declaração é compreensível.
Note-se que o Antigo Testamento define o Messias como Servo (Is 52.13;
53.12).
2. O ato sacrificial de Cristo. ‘O filho do homem veio... para dar a sua vida
em resgate por muitos’. Tivesse o Senhor encerrado com as palavras ‘para
ministrar’, e seria mais um na longa lista de mestres que mostravam à
humanidade como viver e depois a deixava lutando no lamaçal do pecado.
Todavia Ele prosseguiu. Suas palavras confirmam ter vindo Ele não somente
para mostrar o caminho da salvação, mas para salvar a humanidade dos seus
pecados”. (Comentário Bíblico, Marcos, CPAD, pág. 100)