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SHHOSHSHSHSHSSHSHSHSHSHSHSHSSHHSHHSHHSSHSHSHSHSHHSHESHHHHSESEHOOO GUTI COPY Cépias & Encadernacées Ltda. APOSTILA SALVADORA DE DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO II Prof. Claudia Lima Marques od DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO II 1.. PESSOA FISICA Vamos ‘ver 0 Direito Civil @ 0 Direito Comercial de novo pois sempre se usa a mesma parte geral do Direito Civil para a andlise do caso de DIP: 0 estatuto das pessoas. © CCB tem influéncia germAnica, da pandectistica. Criaram um Direito Civil generico. Escada pandectistica - possivel fazer um Direito Civil com os conceitos organizados num crescente: | contrato oneroso i contrato | ato jur. strictu sensu declaragao de vontade ato jur. latu sensu O estudo da capacidade, dos atos juridicos, a protecdo desses atos esta na parte geral do CC: Art. 81. Todo 0 ato licito, que tenha por fim imediato adquirir, resquardar, transferir, modificar ou extinguir direitos, se denomina ato juridico. O Code Civil de 1804 esta organizado em: pessoa, coisa ou ato misto. Tudo esta nessa divisdo para os franceses. Ou "x" é coisa, ou suj (0 de direitos ou ato misto. ‘A nossa parte geral também tem isso: pessoas, coisas atos. A parte especial especifica - sucessao, contratos etc. A parte geral do Direito Civil influencia também o Direito Comercial pois a pessoa fisica é sempre a mesma. A construgdo mental 6 a mesma. e e e e e e e e e e e e e e e e e ® e e e e e e e e e ® e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e@ oe Pessoa jjuridica pode ter natureza civil ou comercial. A idéia é a mesma — ato juridico que passa a ser sujeito de direitos (ex.: fundago). O Direito Civil nessa rea 6 0 mais importante. O DIP tem a forma da teoria dos estatutos. INTRODUGAO LEI PESSOAL ~ LEX DOMICILIAE Hoje nos submetemos a lei da nossa nacionalidade — nosso domicilio. Hoje no: mundo € importante a lei da nacionalidade e do domicilio. No Brasil a lei do domicilio comegou com a vinda dos imigrantes, era necessario aplicar alguma lei no territério — @ no a lei dos imigrantes — portuguesa etc. Essa foi a saida para aplicar a nossa lei aos imigrantes. Teoria de Mancini — Teoria da Nacionalidade. Italia, séc. XIX. A maioria dos paises europeus aplica a lei da nacionalidade. Savigny, 1848, Teoria da sede da pessoa — que influenciou também no Brasil - leva a teoria do domicilio. Nao foi aceita quando da elaboragao do CCB. Os que fizeram 0 CCB partiram do pressuposto de que estévamos unidos pela nacionalidade brasileira. Com a LICC em 1942, passou-se a usar, enfim, 0 elemento de conex4o DOMICILIO. Mudou a técnica. A professora diz que a pessoa pode ter mais de 1 domicilio. Para o DIP deve ser Unico. Por isso a Europa procura elementos de conexao mais flexiveis, como o domicilio com intuito de permanéncia, residéncia. LIC, art. 7° - domicilio — elemento de conexao: Art. 7° A lei do pais em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre 0 comego € o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de familia. |— CAPACIDADE DE DIREITO om CASO DE DIP: Argentino Banco no Brasil conta corrente (contrato bancario simples) A base do contrato e os requisitos de validade esto no art. 82 do CC: capacidade, forma prescrita ou ndo defesa em lei, e objeto licito. Se o contratante no for sujeito de * direitos, o contrato nao passa ao plano da existéncia. Estamos com um caso concreto com um elemento de estraneidade. Aquela pessoa é sujeito de direitos? Tem capacidade? E "pessoa"? Ha um problema para diferenciarmos a capacidade de direito e capacidade de exercicio. No Direito Civil, capacidade de direito significa poder ser sujeito de direito e obrigagdes, enquanto capacidade de exercicio é a medida da aptiddio para exercer sozinho tais atos e obrigagées. Em DIP, a capacidade de direito (idéia de personalidade, que no Direito Civil inicia no nascimento com vida) se liga, inicialmente, ao domicilio do nascimento, assim como © fim da personalidade se da pelo domicilio que a pessoa tinha a época de seu falecimento. A- DIREITOS DA PERSONALIDADE A lei brasileira define todos os homens como sendo sujeitos de direitos. Essa nogdo traz um absoluto: ndo se 6 mais ou menos pessoa, isso é um “quid”. No Brasil qualquer pessoa, indio, velho, crianga ... 6 pessoa. Nao existe mais ou menos. Agora, hd, sim, maior ou menor capacidade. Sou totalmente pessoa mas posso no ser totalmente capaz. O “quantum” da capacidade também é regulado pela lei. Ha um conflto: Lei brasileira X Lei argentina B- LEI APLICAVEL SOHO HHHSHOCHHHEHOHHOHHOHHHHHHOHSCHHOOHHHOHHESHHOOSHOEO 08, Art. 7°, caput ~ a lei do domicilio rege a capacidade, pessoa etc. Resposta: No caso, a lei argentina diz se aquele contrato é ou ndo pessoa, tem ou nao capacidade. Um embrido congelado é “ser” ou “coisa”? A lei pée a salvo desde a concepgao. Nao 6 nascituro ainda porque ndo esté no utero materno, ainda ndo é uma pessoa. A lei indica 0 INICIO (nascimento com vida) e FIM (morte cerebral, 0 que & importante para o caso dos transplants) da personalidade. Art. 11 CC. Morte conjunta. Diz quem morreu antes. Se dois argentinos morrem no Brasil a solugdo se dard com a lei do domicilio — argentina — e sera diferente da que a lei brasileria daria. A lei ainda trata dos direitos autoriais e da propriedade intelectual, além dos direitos da personalidade. i - CAPACIDADE DE EXERCICIO Ja sabemos que ele é um sujeito de direitos. E quanto a capacidade de exercicio? Qual a lei aplicavel quanto a capacidade? A- LEI APLICAVEL R.: allei argentina. Se 0 individuo tem personalidade, tem capacidade. Se ¢ totalmente pessoa, € totalmente capaz, em tese. A lei ou sentenga (registrada), apenas, é que podem limitar, restringir a capacidade. & possivel, ainda, a retroatividade dependendo da boa-fé nas relagées. No caso, a lei argentina é que diz se a pessoa é capaz. Diz qual a idade necessaria etc. Capacidade de exercicio 6 a aptiddo de exercer, por si proprio, os atos da vida civil. O principio, em direito civil, ¢ a capacidade sendo excegao a incapacidade. 06 B- PROBLEMAS ESPECIAIS 1 - Convengées especiais — lei da Letra de Cambio e da Nota Promissoria estabelece normas de capacidade. Uma excegao ao art. 7° é a capacidade cambial, que é regida pela lei da nacionalidade. 2 — Emancipago — ato juridico perfeito, direito adquirido. Se o estrangeiro foi emancipado assim sera considerado no Brasil. ‘A emancipagéo é um ato juridico perfeito, gerando direito adquirido, devendo, entéo, ser reconhecida porque o DIP reconhece o direito adquirido, Somente ha excegao quando hd ofensa a ordem publica. 3 - Maior no pais de orlgem, muda pra 0 Brasil, se submete ao direito privado brasileiro e pode perder a capacidade, sofrer aqui uma capes diminutio. Um italiano de 18 anos, capaz na Italia, se se muda para o Brasil, tera diminuida sua capacidade, tornando-se relativamente capaz, pois 0 elemento de conexaio é o domicilio. A troca de domicilio implica a troca da lei, de modo que o que atoes era maior passa a ser menor, e, com isso, tem uma série de protegdes, podendo, inclusive, ter anulados contratos que firmou. 4- CC 157 — protege aquele que pensa que é maior. A jurisprudéncia usa a boa-fé na defesa do outro, Art. 187. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigagao anulada, pagou a um incapaz, se ndo provar que reverteu em proveito dele a importéncia paga. 5 - O art. 10, § 2° estipula que a capacidade para suceder é regida pela lei do domicilio do herdeiro. C000 O0OOOHSHHHHOEOHSOHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHOOHHESD SOCSHOHHSSSSHSHSHSHHHHOHSHHHHHHHHHHHEHOHHHOHEOHHOEECOOD oF 2-PESSOA JURIDICA INTRODUCGAO Para 0 DIP a pessoa juridica tem uma ligagao estreita com a ordem juridica. A pessoa juridica 6 uma unio de pessoas e/ou patriménio para uma finalidade licita, permitindo 0 direito que se forme uma pessoa diferenciada da pessoa e do patriménio dos sécios, sendo esse reconhecimento determinado em lei. Em DIP 0 problema surge quando muda a lei. Se uma pessoa juridica sai da Argentina e vem comerciar aqui no Brasil, como se da isso, se ela é uma ficgo argentina e atua como ente estrangeiro? Personalidade é a qualidade ligada a uma ordem juridica. E concedida a todas das pessoas fisicas e deve ser concedida as pessoas juridicas e deve haver aceitagao internacional? Em esséncia, a pessoa juridica é um contrato. Para nascer, como contrat, é preciso um ato juridico formalizado, um negécio juridico. Alem da manifestagdo de vontade, é necessario 0 ato de inscrig&o e, se for o caso, autorizagdo especifica. E ela, pois, um negécio juridico com uma formalizagao especifica. Com esses requisitos ela nasce. © nascimento da pessoa juridica se da sob a égide da lei de um pais, mas ela pode comerciar em outro. O nosso problema é determinar qual a lei aplicavel a ela. As teorias sobre a personalidade da pessoa juridica se confundem com a evolugao do Direito Civil, onde estudamos, também, a tematica da desconsideragao da pessoa juridica. Estas sao as trés mais importantes: TEORIA DA FICGAO, de SAVIGNY og Afirma que a pessoa juridica recebe uma personalidade por ficgao legal, uma ficgao de lei; essa teoria é muito criticada por estar jA superada. Mas devemos considerar que essa_teoria é a génese da ficgéio norte-americana da pessoa juridica, que permitiu © desenvolvimento atual da teoria da desconsideragéo da personalidade juridica; esta disregard, ou essa linha de desconsideragéio ou superamentto (como dizem 08 italianos), é uma linha que vive dessa idéia; afinal, a pessoa juridica 6 um conglomerado de coisas ou de pessoas os qu ito reconhece como Sujeito de direito; esses conglomerados consubstanciam-se em um outro sujeito de direito diferente daquele grupo de esforgos, ou daquele grupo de coisas, justamente porque esse grupo de pessoas ou grupo de coisas vai ser destinado a um fim diferente, a.um fim meritério, Surge ai uma ficgdo da lei em considerar que esse grupo de coisas ou de pessoas (universalidade) é sujeito de direito, diferente dos seus sécios. Lembremos daquelas quatro gavetas do pensamento: sujeito de direito, objeto e ato, ou ato misto; lembremos dos trés estatutos: estatuto pessoal, real, misto (como o estatuo do contrato dos d 's); aqui estamos discutindo como coisas podem ser sujeito de direito diferentes ou como um monte de sujeitos - como nos contratos multiplos ou nos contratos de sociedade — vdo dar razao a um sujeito diferente, de personalidade diferente daquela de seus sécios. A sociedade, a pessoa juridica, nada mais é do que um contrato, é um ato misto, um papel, 0 qual vira sujeito de direit ; nada mais justo entéo que o estudo das teorias da personalidade, o estudo da evolugdo dessa idéia comece com a teoria de Savigny. Savigny chega a concluséo de que tudo ndo passa de uma ficgdo da lei, do direito. O direito da uma bengao, uma qualidade de sujeito de direito a um objeto, ou ato mjsto, ou contrato, ou grupo de pessoas, os quais serdo um negécio diferente, uma pessoa juridica diferente. A critica que se faz a Savigny nao é quanto a essa utilizagdo atual do ordenamento juridico norte-americano, mas sim quanto ao préprio Estado; aquele que faz as leis 6 pessoa juridica de direito publico; entdo, se o Estado faz a lei, a lei é feita Por uma ficgao, a propria ficgao legitima uma ficgao ~ a lei; entdo nao faz sentido, néo funciona, porque tudo é pessoa juridica na nossa visdo - 0 Estado é pessoa juridica de SOCHOHHSSOCHSSHSHEHSSHSHSHSOHSHSHSHHHHSHSHSHSCSHOHHCHHOSCCHSEOOCOO SHCHSHSSSHSHSSSHSSSSSSHSSHHSHTHHHSHHSSHSHSHHSCSHHOEHOOCEHOEOD 03 direito publico, de direito intemacional — entao como é que o Estado que faz a lei vai ser ele mesmo uma fico? A partir disso, surgiram as outras teorias, teorias de meio, as novas teorias chamadas de Realistas, contrapondo as teorias da ficgao. TEORIA DA EQUIPARAGAO, de WINDSCHEID Na teoria criada pelo pandectista Windscheid, ha uma equiparagéio entre um grupo de patriménio, ou grupo de pessoas, a uma pessoa juridica diferente. Hd uma contraposicao @ teoria Savigny, no sentido de que nao é uma ficgdo, mas sim uma presungdo fatica, o que acaba quase dando na a mesma. Jhering também utiliza essa idéia base para dizer que as pessoas emprestam, nessa equiparagao, um pouco de sua personalidade para a pessoa juridica, e ela entao tera personalidade. Isso também nao funciona, por que na verdade, para Jhering, a pessoa juridica também pode .ser formada apenas por coisas ~ coisas nao tém personalidade para emprestar para outra. f Na teoria da equiparagao ha o mesmo fundamento da teoria da ficgdo legal de Savigny: 0 direito é que da forga a essa pessoa juridica, para o nascimento de uma pessoa diferente. TEORIAS REALISTAS As teorias Realistas tm como premissa justamente a premissa contraria - a de que a pessoa juridica é uma realidade, nao ¢ uma ficgdo, e que a personalidade delas é reconhecida pelo direito justamente por que ela é uma realidade. 40 As teorias realistas mais importantes, ¢ atuais, so aquelas que encontramos nos Manuais de Direito Civil - como as organicistas, as institucionais, as quais sao as teorias atualmente mais aceitas. A professora entende que aconteceré um “revival da Teoria de Savigny, jé que a tendéncia é a volta do reconhecimento da ficgdo legal; um dos fatores que levard a isto 6a internacionalizagao das pessoas juridicas; imaginemos, p. ex., 0 “Banco de Boston”, um “trust”, um negécio que nem conhecemos (que ndo é uma pessoa juridica, diga-se de passagem, mas que no sistema anglo-americano, tem a fungao da pessoa juridica); este banco importantissimo no mundo inteiro, que @ conhecido como uma pessoa juridica, atua como tal - 0 pais que reconhecer o trust estara aprovando esse sujeito de direito, a ficgéo legal desse sujeito de direito; essa ficgao anda pelo mundo inteiro, contrata nos varios Estados por que passa, o que leva ao entendimento de que éalei de cada um desses paises por que passa essa ficedo, que da reconhecimento a essa personalidade, diferente dos seus sécios, diferente das coisas que Ihe so 0 patriménio base. E um fendmeno util & sociedade, e por isso reconhecido, e é um fenémeno de DIP cada vez mais forte. A teoria da ficgéo € velha e superada, mas ganha forga em virtude da possibilidade de os Estados hoje, em determinado momento, desconsiderarem a personalidades das pessoa juridica, a disregard, “levantar o véu" e, em determinado momento, “colocar o véu" ~ reconhecer a pessoa juridica, ficando a ‘consideragao” ou a “desconsideragdo” da personalidade da pessoa juridica ao alvedrio legal. Conelui a professora dizendo que nenhuma das teorias explica a pessoa juridica de forma perfeita. Para o D.L.P., ndo importa tanto a teoria adotada (mas professora prefere as teorias realistas, assim como a maioria dos professores. brasileiros), e sim o reconhecimento das pessoa juridica como ocorre a bengdo que cada ordenamento juridico da as pessoas juridicas estrangeiras. 2.4. O RECONHECIMENTO DA PESSOA JURIDICA 00S 0OOSO8HHHHHHOEOHSOOHHHHHOHHHOHHHHHHHOOHHHOHOOO SOCHHHSHOHSSHHSHSHHSSSHSHSHHHSSHHOHOSSHSSHEOHHHSCHHOEEEEO 4a A EVOLUCAO NO BRASIL: A base legal no Brasil é muito falha — até 1916 nao havia previsao legal especifica, 0 que fazia com que se utilizasse a idéia do direito adquirido, o reconhecimento de qualquer pessoa juridica estrangeira que por aqui aportasse. A 1* ICC, em seus 22 artigos de introdugdo ao CC (no era propriamente uma lei, mas sé uma introdugéo ao CC somente), em seu art. 19 preceituava: “sdo reconhecidas no Brasil as sociedades juridicas que forem reconhecidas em seus paises de origem’, 0 que dava ampla margem ao reconhecimento. Mas este artigo teria sido revogado pela LICC de 1942. Contudo, esta esqueceu de repetir a disposigao do art. 19, o que fez com que se dividisse a doutrina brasileira. Parte da doutrina acredita que essa norma nao existe mais, j4 que 0 proprio art. 2° da LICC de 1942 determina que quando uma lei substitui outra totalmente, faz com que esta desaparega do ordenamento juridico ~ e a lei de 1942 revogou expressamente a anterior. Contudo, esqueceu de trazer um artigo que dispusesse sobre reconhecimento da pessoa juridica; 0 art. 11 no dispée sobre reconhecimento, mas tio somente sobre a lei aplicavel as pessoas juridicas em geral. Com isso, parte da doutrina brasileira considera que o art. 19 da 1° LICC continua em vigor, como Jacob Doringher ; (diga-se de passagem, o autor que melhor escreveu sobre pessoa juridica). O que se faz no Brasil, é utilizar o art. 11 em substituigdo ao antigo art. 19, apesar de ter 0 art. 11 da LICC 42 outra finalidade que nao o reconhecimento da pessoa juridica, entretanto, esta é a norma aplicavel as pessoas juridicas: Art. 11 — as organizagées destinadas a fim de interesse coletivo, como as sociedades, as fundagées, obedecem 4 lei do Estado em que se constituirem. © reconhecimento, na légica, continua 0 mesmo do antigo art. 19: uma vez reconhecido em outro pais que, por exemplo, o Banco de Boston é uma pessoa juridica, € um trust, como tal tera direitos e deveres; sera, na pratica, um sujeito de direito; entéo, se esta reconhecido pelo direito do pais estrangeiro (mesmo que, no caso do Brasil, que @ no reconhece a figura do trust), acabara atuando como uma pessoa juridica aqui no Brasil. Se é reconhecido pela lei do pais onde foi criado, entao sera reconhecido. e aqui. e Como resultado pratico, temos que um artigo que foi feito mais para o@ reconhecimento da capacidade de exercicio, acaba por ser utilizado para a capacidade @ de direito (a capacidade da pessoa juridica, equivalente a capacidade das pessoas fisicas disposta no art. 7°), B)___A NAGIONALIDADE DA P.J. Esta 6 uma expressao dificil; muitos contestam a existéncia da sua @ nacionalidade: por constituirem-se de conglomerados de outras pessoas, ou de @ Negécios juridicos, ou por serem simplesmente um grupo de coisas, nao teriam @ nacionalidade. Professora diz que as pessoas juridicas nao tém, é ébvio, a mesma nacionalidade das pessoas fisicas, por nao fazerem parte do povo de um pais; p.ex., a Petrobras néo faz parte do povo brasileiro. A pessoa juridica, na verdade, tem muitas @ nacionalidades e, ao mesmo tempo, nenhuma. 1* LINHA DE CRITERIOS: os critérios que existiam para atribuigdo de nacionalidade as pessoas juridicas antes do art. 11 da LICC/42 eram os mesmos @ critérios normais que ainda hoje temos. e e A. SEDE ESTATUTARIA: o mais importante desses critérios; a nacionalidade da @ pessoa juridica se daria pela localizagado de sua sede. Por exemplo, se a Coca-Cola e livesse sede nos E.U.A., entéo seria fiel aos E.U.A. Mas este critério tornouse @ insuficiente em virtude da internacionalizagdo das pessoa juridica, j4 que as empresas @ multinacionais passaram a ter muitas fliais em diversos paises do mundo. Em virtude da @ insuficiéncia desse critério, os europeus criaram 0 eritério da Sede Social SOCHHOSSHSHSHOHSHSHSSHHSHSHHOSHHSHHHHSHHHSSHSHSOHHESOHOHSEOCEO B._SEDE SOCIAL: uma evolugéo do conceito de sede. Por este critério, a nacionalidade da pessoa juridica é dada pelo local de tomada das decisdes da pessoa juridica, 0 local de sua sede social. A sede social seria onde ocorrem as atividades juridicas da vida civil. Buscou enfrentar o problema da criagéio de empresas em “paraisos fiscais”, onde eram criadas empresas a fim de conseguir um tratamento mais privilegiado; mas face a tal critério, pouco importa se a sede origindria da pessoa juridica esta localizada em Ménaco, p.ex.; se suas decisdes, a localizacao de sua diretoria estiver em Portugal, entdo essa pj. seré uma empresa portuguesa. Esta 6 uma idéia européia atual, consubstanciada no art. 85 do Tratado de Roma; nao é, contudo, a idéia de nacionalidade sobre nacionalidade brasileira. 2° LINHA DE CRITERIOS: INCORPORACAO: idéia inglesa da incorporacao: aplica-se a lei de acordo com o local da constituigéo da pessoa juridica, pais onde ela se cria, “toma corpo”. Este € 0 critério adotado no art. 11 da LICC/42. OUTROS CRITERIOS QUE ESTAVAM EXPRESSOS NA NOSSA CONSTITUIGAO: CRITERIO DO CONTROLE ACIONARIO: da-se a nacionalidade da pessoa juridica de acordo com a localizagdo da maioria do seu controle acionario. A CF 88, em seu art. 171 (revogado por uma emenda revisional) trazia essa idéia do controle Acionario: “pessoa juridica brasileira era aquela criada segundo a lei brasileira, com sede social no Brasil, com controle aciondrio no Brasif’; se nao estivessem presentes os 3 requisitos, essa pessoa juridica seria estrangeira, ou pessoa juridica brasileira de capital estrangeira (para diferenciar da pessoa juridica brasileira de capital nacional), Este artigo foi revogado principalmente em virtude do Mercosul, pois como fazer uma integragao econémica discriminando até 0 acionista estrangeiro da pessoa 4 juridica? Tomou-se dificil também a sustentacao desse critério face as constantes mudangas de controle acionario do capital especulativo, cada vez mais atuante no mercado brasileiro. Para 0 Direito Constitucional, restaram dois critérios, apés a emenda revisional: 0 da sede social e o da incorporacao. Todavia, 0 DIP sé pode ter um critério, s6 pode escolher uma lei a ser aplicavel; nao ha como resolver 0 caso concreto cumulando mais de 1 critério. Foi escolhido, entdo, 0 critério que esta no art, 11da LICC — o da INCORPORAGAO. Art. 11. As organizagées destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundagées, obedecem a lei do Estado em que se constituirem Para 0 Direito Civil ¢ para o Constitucional, dentro da idéia de “condigao juridica do estrangeiro”, ou seja, 0 que pode ou nao a pessoa juridica estrangeira fazer aqui no Brasil, aplica-se a CF e as leis especiais que disponham sobre a condigao juridica do estrangeiro, com a Lei das S.A.,,que em seu art. 70 trata desses dois critérios (0 da incorporagao e o da sede social), dispondo que ha S.A. nacionais e S.A. estrangeiras, havendo S.A. “nacionais do Brasil" (ex. da Ford do Brasil, G.E. do Brasil). Portanto, a nacionalidade da pessoa juridica 6 um termo aberto, indeterminado, que vai ser preenchido em DIP com a regra a ser a indicada aplicavel pelo art. 11. da LICC, Quanto a capacidade de exercicio, por exemplo, a lei aplicével 6 a do domicilio da constituigao. Em direito material (civil e constitucional), vai ser preenchido por dois critérios cumulativos: 0 da sede 0 da incorporagéio. Para o DIP, s6 0 critério da incorporacdo. As multinacionais, portanto, aplica-se a lei brasileira, nao importando para o DIP se so ou nao multinacionais, pois suas filiais sZio_criadas aqui no Brasil cofo pessoa Juridica, aplicando-se entdo a lei brasileira. ©0000 OOO8HOSHOHOHOHHHHHHHHHHHHHOHHHHHHHOHHHOOSEOSD SSCHSHHSHSHSHSHSHSSHHSSHSHHSSHHSHSHHHHSHSHSOHSHSESHSEHHOCOHCCO 15 2.2. FUNCIONAMENTO DA PESSOA JURIDICA NO BRASIL, A LEI APLICAVEL A pessoa juridica 6 reconhecida em DIP hoje com base no art. 11 da LICC, ou seja, pela lei indicada aplicdvel, que é a LEI DA SUA CONSTITUIGAO, DA SUA INCORPORAGAO. Por exemplo, se foi criada na China, e na China aquilo é uma pessoa juridica, aqui sera pessoa j ica também; se foi criada na Inglaterra um trust, la esse trust tem funges de pessoa juridica, aqui terd fungdes de pessoa juridica também. Nao confundir a questo da lei aplicavel & pessoa juridica no Brasil com a discusséo da nacionalidade, que é outra coisa, é uma discusséio de discriminagdo, de Giscussao da condicao juridica do estrangeiro, 0 que pode ou ndo o estrangeiro fazer aqui no Brasil, B)__PROBLEMAS PROBLEMA: liga um cliente para o escritétio dizendo que the ofereceram Proposta para importar facas Ghinzu do Japdo; qual a lei indicada aplicavel? Pode o cliente comerciar com esta pessoa? Respost: se essa pessoa juridica existe no Japdo, existe aqui no Brasil; o diretor dessa pessoa juridica pode assinar por ela? Depende do estatuto da pessoa juridica, depende da lei do lugar de constituigao, a lei japonesa. Entéo: Principio n® 1: para nortear 0 caso: reconhecemos a pessoa juridica. te Principio n® 2: a lel aplicavel & a lel do Japao, nao a do Brasil — geralmente é aplicada a lei do pais estrangeiro nesses casos. Isto € algo que cai muito nos concursos: quem 6 que representa a pessoa juridica no Brasil? A resposta esté no CC, no art. 16 e seguintes; este mesma matéria do art. 16 e seguintes ha de ser encontrada no direito japonés, tem de ser achada a disposicao sobre representagdio no ordenamento do pais estrangeiro, no ordenamento de incorporagéo dessa pessoa juridica. A lei aplicavel ¢ facil, 6 a do art. 11 da LICC; a pratica 6 que geralmente ha que se aplicar a lei da pessoa juridica estrangeira, porque ela foi constituida em outro lugar do mundo. Maiores problemas surgem de acordo com o nivel de aproximagao da pessoa a com o Brasil: 4° grau de contato: vem uma pessoa juridica estrangeira para fechar um contrato aqui no Brasil; é uma aproximagdo ainda esporadica. Obs: recomenda-se que nesse caso 0 diretor entre com visto de comerciante, e no com visto de turista, o que permitira que ele represente essa pessoa juridica estrangeira. Mas a lei aplicdvel continua sendo a do pais de origem nessa aproximagao esporddica (onde o representante vem ao pais, assina contratos e vai embora), 2° grau de contato: surge uma proposta de representaco dessa pessoa juridica estrangeira aqui no Brasil. O representante é auténomo, o qual possui um contrato especial com essa pessoa juridica estrangeira: um contrato de representagao. Nesse grau de contato, quando, p.ex., © representante viaja para o inteRior para vender as facas Ghinzu — aqui ja hd um contato maior dessa pessoa juridica estrangeira, ela esta comerciando com o Brasil com maior assiduidade. A essa pessoa juridica, entdo, jd vai se aplicar 0 §1° do art. 11. Estabelece tal norma: ©COOOOOOOHHHHHHHOHHHOHOHHEHHHHHHHOHHHHHHHHOCHHOOEEOO SOCHSHHSHSSHSHSHSHHSHSSHSHHSHSHHSSSHSHHHHSSOHSHSSSOHSOESSEHOLOE ndo poderao ter as pessoas juridicas estrangeiras filiais, estabelecimentos, antes de terem seus atos constitutivos aprovados pelo governo brasileiro, ficando sujeitas & lei brasileira. Quando essas pessoas juridicas, constituidas sob a lei de outro pais abrem aqui filiais ou estabelecimentos, passam a ficar sujeitas lei brasileira. Entdo, p. ex., quando a GM abre filiais aqui, aplica-se ento a lei brasileira. Mas esse §1° do art. 11 ndo responde pergunta sobre o representante, porque ele ndo é um estabelecimento, nem uma filial. A doutrina se divide. O prof. Rui Pilla Ribeiro considerava que o representante deveria se submeter, analogicamente, a esse §1° do art. 11. A professora, assim como parte da doutrina mais jovem brasileira, acha que isto 6 uma discriminagao das pessoas juridicas; o que se pretende 6 que, quando o representante_abre_um estabelecimento - comeca a comerciar em_um_grau_mais elevado, se tora quase como uma pessoa juridica, uma filial. Mas 0 normal é que esse Tepresentante comercial fechando contratos internacionais, sendo o representante simplesmente um mandatério dessa pessoa juridica. Esse representante tem de saber que esté se sujeitando a aplicagao da lei estrangeira dessa pessoa juridica, que o foro escolhido sera o do estrangeiro. 3° grau de contato: o proprio §1° do art. 11, que dispée cobre a criagdo de filiais, estabelecimento de comércio de forma definitiva no Brasil. As filiais sao sedes brasileiras; quando surgem, ocorre um fendmeno de “recriagao” da pj. no Brasil, uma “re-incorporagao", agora sob a égide e os preceitos do direito brasileiro; apés a autorizagao governamental, com o estabelecimento da empresa aqui no Brasil, deixa- se de aplicar a lei da incorporagao do pais de origem dessa pessoa juridica, e passa-se a-aplicar a lei da sua “nova incorporagao”, a lei de comércio dessa pessoa juridica. CONCLUSAO Portanto, a lei aplicavel 6 simples de ser encontrada: s6 temos 0 art.'11 caput e seu §1°. O §2° do art. 11 nao é de DIP, sobre condig¢o juridica do estrangeiro (de compra e venda de iméveis pelo estrangeiro, o que podem ou nao fazer aqui no Brasil). 48. Conclui-se que a questéo da pessoa juridica 6 prévia a todos os contratos internacionais. Erro basico do aluno de DIP: aplicar o art. 7° caput; por que? Porque em DIP, tem preferéncia as normas especiais em relacdo as gerais. A do art. 11 caput e seu §1° sdo especiais, enquanto que a do 7 caput é geral. O DIP tem poucas normas, o que faz com as normas especiais tenham prevaléncia muito maior sobre as genéricas do que nos outros ramos do direito. O art. 7 manda aplicar a lei pessoal do domicilio - vale para as pessoas fisicas; art. 11 néo menciona “sede” da pessoa juridica. 3° AULA INTRODUCAO A FORGA NORMATIVA DA CONSTITUIGAO — influéncia do direito publico, da Constituigo no direito civil brasileiro. No direito de familia a influéncia do direito puiblico ¢ determinante, concretizada pelos arts. 226 227 da CF88 que determinam o espirito do Direito de Familia na nova ordem constitucional. O Direito de Familia é um direito privado, mas as relagdes apesar de privadas, tem uma relevancia, de modo que o Estado as regula de maneira cogente: € o fenémeno da Publicizagao do direito privado, criando tais normas de ordem publica. No art. 7°, caput, estd a indicagdo da lei aplicavel ao direito de familia, que é a lei do domicitio. © DIP tem uma idéia de ordem publica. E a aquela base do sistema. Sao os valores segundo 0 art. 17 LICC qye devem ser protegidos em DIP. A ordem publica esta prioritariamente na CF. A CIPDIP (convengao interamericana de normas gerais de DIP), expressamente menciona que a ofensa 4 ordem publica é aquela ofensa aos valores constitucionais, por que as normas constitucionais so normas de ordem publica. SPOHHHHSHSHSHHSKHSHSHHSHHSHSHSHSHHSHSHSHHSHHHOHHHSHSHHHOCHSSOEEES SPOCHRHOSHSHHSHSHHSHSHSHSHHSHSHSHHSHSHSHSHHSHHHOHSHSOHHSOHSCOESSEESOO 13 A CIDIP geral de 1979 traz a idéia do direito alemao de que a ordem publica esta concretizada, consubstanciada na Constituicdo nos direitos fundam. do cidaddo e nos demais direitos constitucionais. Hoje a ratio legis do direito de familia esté na constituigao. O direito infraconstitucional esta conforme a Constituigéo, e deve ser interpretado também conforme a Constituig&o. Isso influi e modifica fortemente o Direito de Familia. E dificil interpretar um Cédigo Civil individualista conforme a Constituigao, sendo esta interpretagéio contra legem. . Ex.: onde est escrito “filho ilegitimo” ndo se Ié a expressao. A presungao de falso casamento é presungdo que vai ser expandida a unido estavel. Nasceu um novo mundo com a CF88, que vai ser visto também no DIP. A. ESPONSAIS © noivado € denominado de esponsais. Clévis Bevilaqua em 1896 j& os considerava algo superado. No Brasil, segundo a professora, no existem mais. Nao ha norma especial de DIP ou Direito Civil quanto a eles. Todavia, em muitos lugares do mundo ha normas especiais (e isto 6 um problema) para a regulagao dos esponsais quanto & propria promessa de casamento assim como a violagdo dessa promessa. Em DIP 0 que se faz frente a uma relagdio dessas: Chilena € noiva de brasileiro. HA promessas .E caso atipico pois ela é chilena domiciliada no Chile, e ele 6 brasileiro, domiciliado no Brasil. lam se casar. Houve Preparativos, e quebrou-se a promessa. Resolugao do problema: ao 1° passo: Interessa ao DIP, é caso de DIP. Esse é o primeiro passo. Identificam- se os elementos de estraneidade. 2° passo: No segundo passo se faz a QUALIFICACAO. Vé-se quais séo as possibilidades. Art. 7° - a lei de onde esta domiciliada a pessoa determina a regra sobre 0 comego fim da personalidade, nome, capacidade e direito de familia. Art. 9° - para qualificar- se e reger as obrigagées utiliza-se a lei do pais onde se contituirem. Qualificar é classificar e incluir o caso na norma. E caso de direito de familia ou de obrigagbes? Resposta: obrigagées, direito das obrigagées. 3° passo: Qual a lei indicada aplicavel? Art. 9°. Qual o elemento de conex4o desse artigo? O local da constituigaéo das obrigagdes, que neste caso constituiram-se (prometeu casar) no Chile. Assim, a lei aplicavel é a lei chilena. O segredo esté na qualificaggo — qualifica-se, vé-se qual o artigo, qual o elemento de conexdo, interpretar o elemento de conexao. A qualificagao se dé sempre pela lex fori. Hd uma Unica excegdo: os alimentos, que qualificam-se pela lex causae art. 9° pode ser interpretado de maneira que se qualifica pela lex causae. O elemento de conexdo se interpreta pela lei brasileira. Acha-se o elemento de estraneidade etc. Lembrar da técnica. B. CASAMENTO ©0OOOOOOOHHHHHHHHHHOOHHHHHHHHHHOHOHOSEHHHOOHEOOEEOS SPOCHCHOHSHSSHSHSHSHSHSSSSHSOHSHSHHHSHOHSHSHHHHSHSHSOHCSHSHSHOSOSECHOSESEED © casamento foi regulado especialmente pelo DIP e portanto tem preferencia as leis especiais em relagado a norma geral do art. 7° caput. © casamento pode ser um fendmeno internacional, assim, também precisa ser qualificado, Faz parte do direito de familia. A regra 6 0 art. 7°, cujo elemento de conexaio 0 domicilio da pessoa. Aqui ha varias interpretagdes possiveis — domicilio comum dos Cénjuges, domicilio do casamento e © primeiro domicilio conjugal. Nao é facil porque as normas especiais também multiplicam essas possibilidades. © caso mais simples é 0 de que a nacionalidade das pessoas seja diferente mas 0 casamento tem um domicilio comum - 1° domicilio conjugal. Aplica-se a lei desse pals. Ha casos mais complicados: diversos domicilios, as pessoas podem ter dois domicilios @ casarem e irem morar num 3° pais ~ 0 caso esta conectado a trés paises. Essa norma geral do art. 7°, por causa do domicilio do casamento, é aplicavel mas tem campo de aplicagdo muito restrito dado que os problemas foram todos regulados expressamente e as normas especiais de DIP tém prevaléncia sobre as normas especiais de DIP. Normas especi 1. Quanto a capacidade para casar Nao existe norma especifica sobre capacidade para casar. Todavia, a capacidade em geral é regulada pelo art. 7° mas o elemento de conexao ¢ diferente - domicilio da pessoa. Entao, se a chilena 6 domiciliada no Chile e o brasileiro 6 domiciliado no Brasil, a capacidade abstrata para casar é regulada no caso deles pela lei dos seus paises. Ha duas normas aplicaveis. 2. Forma e impedimentos dirimentes Quanto 4 forma e aos impedimentos dirimentes existe norma especial, 0 § 1° do art. 7°, que & norma unilateral. Assim, realizando-se 0 casamento no Brasil, sera aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e as formalidades da celebragao. As normas unilaterais néo tém elemento de conexdo mas é possivel bilateralizar essas normas. Bilateralizando o § 1° do art. 7°, nbs temos que redlizando-se © casamento na China aplicavel quanto & forma e impedimentos a lei chinesa. A lex fori diz 0 que é forma e 0 que so impedimentos dirimentes. Temos que saber a forma civil, religiosa, autorizada do casamento, os impedimentos dirimentes do art. 183 — absolutos, relativos ou proibitérios, que levam A nulidade absoluta e a anulabilidade. Os impedimentos proibitérios simples levam a um outro regime de bens. Existem, ainda, impedimentos proibitérios que ndo so dirimentes segundo a lex fori, estando, portanto, fora do § 1° do art. 7°, indo cair no geral. Dentro dos impedimentos dirimentes esta a capacidade para casar, quanto a idade para atuar sozinho. Se.é essa a capacidade que est sendo discutida, da idade, nos tem que estar nos impedimentos dirimentes. Se ser tratar de interditado, ou outro problema qualquer vamos para a norma geral de capacidade. Essa descoberta da questo juridica faz parte do caso de DIP, isto é, temos que entender 0 caso, visualizd-lo com varias cores. O DIP para cada caso com aquelas cores indica uma lei aplicavel. Em francés isso se chama depessage, é uma divisdo, fragmentago, o DIP fragmenta 0 caso concreto. Assim, um caso de casamento levanta problemas quanto a capacidade, forma e impedimentos de diversos tipos. 3. Condigées e invalidade § 3° do art.7° Tendo os nubentes domicilios diversos, regeré os casos de invalidade do matriménio a lei do primeiro domicilio conjugal. ©OOSOOHOOHHOOOHHHOHHOHHHHHHHHHHOHHHHHOHOOEOEOEOEO a Este é um pardgrafo bastante dificil. O elemento de conexdo é 0 primeiro domicilio conjugal. E um elemento de conexio diferente para uma hipétese legal também diferente, aplicada quando os tém nubentes domicllio diverso. Havendo domicilio comum, nao ha necessidade de uti 1agdo do § 3° do art. 7° © § 3° do art. 7° 6 dificil de ser aplicado. Se os nubentes (antes de casar, antes de ter um domicilio comum), tiverem domicilios diversos, 0 elemento de conexéo é o primeiro domicitio conjugal. Em matéria de casamento, ha varios possiveis elementos de conex4o conforme o caso: 1. Em matéria de forma e impedimentos, o elemento de conexao escondido ou bilateralizado é o lugar da celebragdo do casamento. 2. Em matéria de capacidade é o domicilio da pessoa. 3. Em matéria de condigées e invalidade e outras, 6 o 1° domicilio conjugal. Para cada um desses casos ha uma lei aplicavel. No caso concreto eles poderiam ser domiciliados em dois paises e 0 1° domicilio conjugal num terceiro. A invalidade é tratada no art. 82 do CC: Art. 82. A validade do ato juridico requer agente capaz, objeto licito e forma prescrita ou ndo defesa em lei. As invalidades que nao forem previstas como impedimento, forma ou capacidade vao ser requlados pelo § 3° do art. 7°. Essa norma néo tem utilidade direta, serve apenas 0 caso geral — se escolheria o Primeiro domicilio conjugal como elemento de conexao para o casamento - por que é de dificilima aplicagao. on E possivel que um impedimento proibitério leve a invalidade do casamento e isso tenha que ser decidido pelo § 3° do art. 7° no caso de os nubentes terem domicilio diferentes. 4. Efeitos pessoais Efeito pessoal é tudo o que no for patrimonial: fidelidade, deveres mutuos de alimentos que tém origem no casamento. Os alimentos que tiverem origem no casamento sao os tinicos casos de qualificagao pela lex causae. Essa 6 a excegdo da excegdo. Vamos aplicar a lei principal, a lei que vai reger 0 caso concreto. Se o alimento vem do casamento, a lei aplicvel ao casamento 6 que vai regular. Outro efeito pessoal importante hoje é a outorga uxéria — das autorizagées, a administragdo do patriménio, ¢ efeito pessoal. A outorga uxéria e a autorizagao que cada pais exige para disporem, para comprar etc. Os efeitos pessoais a lei a eles aplicavel fora os casos de alimentos, que sdo excegao, é a lei geral do casamento, considerada como 0 domicilio do casamento ou o 1° domi conjugal C. CASAMENTOS LIVRES - UNIAO ESTAVEL E a expressdo para nao se falar em concumbinato — coabitagdes entre pessoas no livres. No Brasil “casamento livre”, & unido estavel. “Concumbinato” & expresséio reservada para aqueles que néo podem casar, e nao para os que nao querem casar, como ocorre na unido estavel. a6 Neste sentido, chamado concumbinato puro, para alguns, nao é considerado direito de familia, Ha aqui um problema de qualificagao. Geralmente, os problemas de concumbinato puro em DIP nao so considerados Gireito de familia. Alguns casamentos intemacionais no s&o considerados direito de familia, como as parcerias entre homossexuais, que so obrigagSes. Com essa diferenga, o DIP chama a aplicagao do art. 9° para alguns desses tipos novos de unides. Todavia, ha alguns tipos de unio em que esse art. 9° nao pode ser aplicado — como @ 0 caso da uniao estavel. Essa unido, por forca constitucional, é direito de familia, aplicando-se o art. 7°, por forga do art. 226 da CF: Art. 226. A familia, base da sociedade, tem especial, 'protecaéo do Estado. () § 3° Para efeito da protegao do Estado, é reconhecida a unio estavel entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua converséo em casamento. Assim, a uniao estavel é regulada pela lei do seu domicilio. Mais fAcil seria Considera-la obrigacao aplicando-se a lei onde se constituiu, pois 0 local da constituigao da obrigagao é mais facil de ser definido do que o domicilio da unido estavel. Nos casos de unio estavel, na falta de domicilio, se utiliza a teoria do estatuto Pessoal mais fraco. Essa teoria foi criada em matéria de nacionalidade quando as Pessoas tinham nacionalidades diferentes. E mais constante as pessoas terem nacionalidades diferentes do que domicilios diferentes. No Brasil, temos imigrantes de todo 0 mundo mas com um mesmo domicilio, 0 brasileiro, por isso & que se aplica tanto o direito brasileiro no Brasil porque o elemento de conexao € 0 domiciio. Na Europa, aplica-se mais o direito estrangeiro porque o elemento de conexao deles ¢ a nacionalidade. E comum que o casal tenha duas nacionalidades. Temos que escolher uma ou outra. A teoria utllizada 6 a teoria do estatuto pessoal mais fraco, isto é, quem est4 pedindo alimentos, que é que esté pedindo o divércio, quem 6 que est com os filhos, enfim, aquele que & considerado mais'fraco, o estatuto dele, a lei pessoal dele vai ter prevaléncia (8 um critério). Outra possibilidade fazermos uma analogia com o § 3° do art. 7° considerando 0 1° domicilio da unio estavel como o domicilio “conjugal” e, portanto, domicilio do art. 7° caput. Isso geralmente nao ocorre aqui. Atualmente o que se utiliza, no maximo, € 0 art. 7° da lei de introdugdo. A unio estavel 6 caso de DIP também, nao sé 0 casamento. E a nova forma. Devemos nos dar conta que as duas leis sobre unido estavel tam campos de aplicagéo diferentes - uma se aplica a todo mundo, a outra 6 se aplica 4s pessoas que esto liberadas para casar. Uma assegura alimentos, outra, a sucessdo, Uma tem uma espécie de regime de bens, ou relago patrimonial regulada, e a outra, néo tem. Essas duas leis estéo num universo juntas, dialogando, cada uma com seu campo de aplicagao, para aquelas pessoas que ela queria regular, para aqueles casos que ela queria regular. A qualificagéo como uniao estavel ou como concumbinato implica na aplicagao do art. 7° ou do art. 9°, que significa na pratica outro elemento de conexdo, e, assim, outra lei indicada aplicavel. RELACOES PATRIMONIAIS O casamento e os institutos mais ou menos parecidos tém efeitos patrimoniais regulados na forma do regime de bens indicado pelo § 4° do art. 7° ©9 OOOOH HHOHHEH HH HOOHHHOHHHHOOHHHHHOHHHHOHOHHOS at §4°. O regime de bens, legal ou convencional, obedece 4 lei do pals em que tiverem os nubentes domicilios, e, se este for diverso, & do primeiro domicilio conjugal. E um norma alternativa: 0 regime de bens obedece a lei do pais do domicilio, ou e se esse for diverso, a do 1° domicilio conjugal. No caso da chilena e do brasileiro que se casaram, 0 regime de bens deles sera regulado pela lei do primeiro domicilio conjugal quando os nubentes tém domicilios diversos. O § 4° do art. 7° inspira cuidados porque é ALTERNATIVO, se os nubentes tém domicilios diversos antes de casar, 0 elemento de conexdo é 0 primeiro domictlio conjugal. Se eles tém domicilio comum como nubentes, 6 este domicilio comum dos nubentes que se aplica, ndo importando o primeiro domicilio conjugal. © regime de bens é legal ou convencional, se n&o houver pacto nupcial hd o regime de bens legal. Existe sempre um regime de bens. A lei que se aplica é que determina o regime de bens legal, se as partes ndo escolheram regime contratual. No Brasil existem quantos regimes de bens quantos quiserem os nubentes. Devido @ absoluta autonomia da vontade, podem-se criam quaisquer regimes de bens, sem ofensa a ordem publica. No CC ha os regimes de bens tipificados, esto dispostos, mas @ pessoa é livre para pactuar outros. A uniao estavel nao tem regime de bens, porque nao é casamento. O contrato de unido estavel regulado pela lei 9278/96. Art. 5° - menciona a possibilidade de um contrato de unido estavel. Legalmente hoje é possivel um pacto especifico sobre a relagao patrimonial da unido estavel. Nao ha limites, todos os bens podem ficar com uma ou com outro, nao quanto aos alimentos e sucessdo. E uma possibilidade de regulagao patrimonial da uniao estavel. Em DIP, qual a lei aplicével a essa regulamentagao da unido estavel? Nao é regime de bens, é um contrato de uniao estavel. Como a unido estavel é regulada pelo artigo 7°, pode-se regular esse regime de bens pelo art. 7° caput. Essa é a saida mais normal, geralmente vai dar na aplicagao da lei brasileira. a Outra opgéio é uma analogia ao § 4° do art. 7°. Todavia, em matéria de unido estavel também é complicado - onde era o domicilio dos companheiros futuros? Qual é © primeiro domicilio da unio estavel? O que significa realmente morar juntos? Existe ainda uma terceira corrente que é a mais simples de todas — vai se apegar nao na natureza de direito de familia da unio estavel, ou ndo nas suas caracteristicas semelhantes e, portanto, analégicas ao casamento, mas sim ao fato de ser esse relacionamento patrimonial requlado num contrat. Como é contrato, aplica-se o art. 9° e assim aplica-se a lei do lugar da constituigéo, que normaimente ¢ o Brasil (pois em nenhum outro poderia um contrato existir segundo essa lei da unido estavel), entéo aplica-se a lei brasileira com bastante simplicidade. Nao existe linha majoritaria ainda a esse respeito no Brasil até mesmo porque a unido estavel entre estrangeiros e brasileiros é um caso novo. A idéia os direitos do concumbinato vo passando para a unido estavel, através de uma norma de DIP. D, RELACIONAMENTOS ENTRE HOMOSSEXUAIS No Brasil no existe casamento entre homossexuais mas a jurisprudéncia jé traz leading cases interessantes. No RJ foram reconhecidas relagdes patrimoniais entre homossexuais, e no RS ha sentenga assegurando a sucesséo do companheiro homossexual morto por seu companheiro, que cuidou do doente por dez anos. No RS ha decisao do Tribunal Federal em causa que discutia 0 seguro satide em que um homossexual trabalhava na Caixa Federal e colocou 0 outro como dependente, ndo ganhou, justamente pela idéia de vinculo, de divisdo patrimonial. © ue se utiliza como analogia mais proxima para o DIP - como nao conhecemos @ parceria registrada que existe em outros paises — trata-se o relacionamento Patrimonial entre homossexuais no art. 9° da LICC, como obrigagao. O art. 9° tem como elemento de conexao, o lugar da constituigéo dessas obrigagdes, seria entao, o momento de parceria entre eles. 09 OOOOOOOHH HOH OHH HHHOHHHHHHHHH8OHOOHOOHHHOOHEHEEO aa Também no art. 9° estaria a impessoal idéia de sociedade de fato que foi muito utilizada em matéria de concumbinato, isto 6, a idéia de trabalho conjunto, e dessa maneira, o patriménio seria dividido por ambos, e nao ficaria com um s6, Em matéria de DIP vai dar no mesmo art. 9° da LICC. Em matéria de sucessées, fica mais dificil porque hoje so reguladas pelo art. 10, cujo elemento de conexéo é 0 domicilio do de cujus, ndo tendo nada a ver com a eventual parceria homossexual. Nao havendo aplicavel o direito brasileiro, é possivel levantar direitos preexistentes de sucessao para dizer que 0 individuo deve ser beneficiado, ao menos com o usufruto enquanto vivo do patriménio. Enquanto advogados, recomenda-se redigir testamento, contratos, doagées, enfim, algo que com a morte de um no possa ser diminuido. A parte de direito de familia em DIP é facil. E preciso que se saiba qualificar. 4° Aula METODOS/TECNICAS DE DIPv Ha cinco fases ou passos para a solugdo dos casos de DIPv: 1°) Detectar os elementos de estraneidade (lembrar de DIP |) — os elementos que tomam o caso atipico ~ atentar para esses elementos. BO 2°) Qualificagao — enquadrar 0 caso no respective setor do Direito. Ex.: casamento, sucessdo, contrato. A qualificagao se faz sempre pela lex fori e atinge: (1) questao principal e (2) questées prévias. Essas qualificagées sdo independentes, salvo excegao. 3°) Identificar a norma de DIP aplicavel. Ex: divércio (questo principal) — art. 7° Capacidade (questéo prévia) Casamanto (questéio prévia) Regime de bens (questo prévia) Filiagéio (questdo prévia) Alimentos (questéo prévia) 4°) Detectar os elementos de conexdo na norma - art. 7° caput — domici 7°, § 1° - local do casamento. 5°) Lei aplicavel. Exemplo: Tio Sam, americano e sua sobrinha Fannie, brasileira, ambos judeus e com domicilio em Nova York, pretendem casar-se. Como segundo as lei do Estado de Nova York hd um impedimento para seu casamento, eles vo até Rhode Island, onde o casamento celebrado entre judeus é valido, quando o grau de afinidade ou consangilinidade so permitidos pela sua religiéo. O casamento é ent&o 1A realizado Perante 0 rabino, sem escolha do regime de bens. Duas semanas de pois, eles retornam a NY, onde residem por 30 anos e tém seis filhos. Em 1990, Fannie, j4 muito doente e com saudades de sua terra natal, decide passar seus Ultimos meses de vida No Brasil e retorna com marido/tio Sam para casa de parentes em POA. Os filhos do 000 SOCOOOHOHHOHHO4HHHOHHHHOHO8OOHO460 HOOK OOHCORSEROEO 3h casal permanecem nos EUA. Fannie morre em 1991. Aberta a sucesséo no foro de POA, um dos filhos contesta 0 direito sucessério do Tio Sam, questionando a validade do casamento e 0 regime de bens. Considerando a hipétese de que em NY o regime de bens é o da comunho universal, e o de Rhode Island o da separagao, que argumentos vocé, como advogado, usaria para defender o filho € 0 pai? Resolugaio do problema: 1° passo: Identificar os elementos de estraneidade: 1- Tio Sam é americano. 2- Casamento em Rhode Island 3 -Domicilios em NY 4— Abertura da sucessdo em POA 5 — Os filhos permanecem nos EUA (questao previa) [= passo|3® passo @ passo 5° passo qualificagdo —das|identificar_normas identificar os|identificar qual a lei questdes prévias e|de DIP aplicaveis _ | elementos de|aplicavel da principal conexéo + Sucessio (questo Art. 10, caput Domicilio do de cujus |Lei brasileira Principal) Casamento (questéo|Ar. 7°, § _1®|Local da celebragdo Lei de Rhode Island prévia) bilateralizado Capacidade (questo |Art. 7° caput Domicilio NY prévia) Regime de bens|Art. 7°, § 4° Domicilio| NY 8 eoocce Fillagao (questo Art. 7°, caput Domicilio dos filhos [NY prévia) Capacidade _para|Art. 10, § 2° Domicilio NY suceder (questo prévia) Unido estavel| Art. 7°, caput Domicilio do casal__|(néo 6 considerad (questo prévia) pois concluimos o} casamento ser vavlido) Lembrar que a capacidade é sempre questo prévia. Conelusao: 1. © casamento 6 valido porque foi realizado em Rhode Island, onde era permitido de tal forma. 2. O regime de bens é 0 legal, j4 que nao foi escolhido um em especifico, determinado pelo domicilio dos nubentes, que era NY. Assim, utiliza-se a lei de NY, que determina a,comunhdo universal de bens. 3. A capacidade para o casamento ¢ regulada pela lei do domicilio, a lei do Estado de NY. 4. A capacidade para suceder, dos herdeiros, no caso do pai, vai ser regulada pela lei de POA, aplicando-se a lei brasileira. Para os filhos em NY, aplica-se a lei do Estado de NY. 5. Como 0 casamento é valido, nao ha de se questionar da unio estavel. 6. O regime de bens é a comunhao universal, devido a validade do casamento. O pai é meeiro (50%), 08 filhos herdam o resto. E possivel perquirir-se de fraude a lei e ofensa a ordem piiblica pois como houve a abertura da sucessao no Brasil, aplicou-se a lei brasileira, que beneficiou 0 esposo. Problema: Maria, brasileira, domiciliada em POA, vai ao Rio de Janeiro de férias, onde conhece Fritz, um alemdo, que estava de passagem a negécios pelo Brasil. Os dois se apaixonam e Maria decide viver com Fritz em Munique, na Alemanha, onde ele tinha domicilio. Como Maria teve dificuldades de adaptar-se a0 novo pais, decidem, apés uma ano, retomar ao Brasil onde estabelece3m domicilio definitive. Frtiz, compra uma casa e dois carros (um para si, outro para Maria), todos em seu nome. Depois de sete anos de convivéncia, Fritz apaxina-se pela sua secretdaria, Frida, alema, que faia um estagio de seis meses no Brasil. Fritz decide separa-se de Maria e deseja voltar & Alemanha com Frida, para casar-se com ela. Para tanto, vende todos os seus bens. Maria contesta a venda dos bens, alegando que, em fungao da convivéncia comum, estes também the pertenciam. Fritz, por sua vez, alega que os bens Ihe pertenciam & estavam em seu nome e que os comprou com o dinheiro do seu trabalho e que nada deve a Maria, jA que 0 direito alemao no reconhece a unio estavel. Maria procura voc8, como advogado para aconselhé-la quanto aos seus direitos. Quais seriam os seus argumentos para defendé-la. 7 passo 2 passo 3 passo a passo 5° passo elementos de | qualificagéo . |identificaras [elementos —_de|lei indicada estraneidade normas de DIP | conexaio aplicével |Fritz—alemao |capacidade Jomicilio —Fritz na Alemanha 1° dom. casal —|!mpedim. efArt. 7° § 1°|1° domicilio do Alemanha formal. casam. |bilateralizado —_| casal Moram juntos {Unido _estavel Domicilio do|Lei brasileira que for domiciiaga a pessoa determina 9s (questéo casal - Brasil ~ principal) ‘egras sobre o comero e!no momento da 0 fim 6a personalisode, © : nome, a capacidade e os | SCPAFAGAO direitos de familia

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