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O pitoresco em Graciliano Ramos

Escrito por Pr. Dr. Ricardo Nogueira

Resumo por Luiz Paulo de Souza Prazeres

A obra, de fato, traz a união do pitoresco com a elegância. Como uma dança com
as palavras, esse conjunto segue por todo o texto representada pela interessante frase do
Graciliano Ramos, de que não há talento que resista à ignorância da língua. Isso porque
a ignorância do escritor está exposta em cada situação retratada no texto, sob a forma do
pitoresco, e mesmo assim ele ainda é um mestre icônico na literatura.
Antes de tudo, a abordagem do pitoresco no artigo amplia os limites do espaço-
tempo para tornar o texto mais leve. Diálogos do início do século XIX com o jornalista
Joel Silveira, e do fim, com a entrevista por Lêdo Ivo, foram resgatados de forma natural
e cotidiana, permitindo aproximar os leitores e o Graciliano, criando uma atmosfera
familiar.
Em seguida, o autor do artigo discorre o pitoresco de forma bibliográfica na vida
do Graciliano. A sequência inicia com a firmeza na postura de prefeito do escritor diante
das infrações jurídicas de seu pai, em 1928. Também descreve a importância da
habilidade de escritor no cargo da prefeitura, entre 1929 e 1930, que resultou em sua
imortalidade.
Acrescentando dinamicidade, o autor recorta trechos dos relatórios, que tinham
tom de conversa, mas que permitiram a fama do escritor. No trecho, fica clara a
cordialidade e clareza utilizada para acusar os problemas do funcionalismo público, como
o desvio do dinheiro público e a presença de profissionais sanguessugas, que por vezes
usam o recurso da politicagem para fazer o trivial.
Para concluir o artigo, o autor parece retomar a estratégia inicial, trazendo o
pitoresco cotidiano de forma gradual. Contudo a abordagem tem maior carga de conteúdo,
ressaltando, por exemplo, o modo de vida, hábitos e estilo de escrita de Graciliano. Além
disso, expõe as principais máximas e ideais do Graciliano quanto à política, educação,
além do pragmatismo em relação à situação precária dos escritores à época.

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