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“GOTAS DE UMBANDA”

“”Raciocinando a fé, buscando a essência.”

Não se trata de qualquer tipo de pretensão sobre todos os preceitos, fundamentos, histórias ou “causos” relativos à
Umbanda Sagrada, o ato de preparar, produzir e disseminar este material, que considero didático a meus filhos e amigos do Templo.
Também, de longe tenho a pretensão de trazer uma síntese da doutrina, já que tratamos a Umbanda como um Universo de
conhecimentos. Digamos que aqui vão algumas Gotas de Umbanda.
Ditado de depoimentos, alguns achados de cunho teológico, práticas e elementos rituais, um pouco de conteúdo literário, e
porque não dizer, muito do que vi e vivenciei, e acredito que, na prática, este material tem a finalidade simples de trazer algumas
“folhas” de Umbanda.
Para uma religião que até pouco tempo (ao menos uma década), não via seus ensinamentos divulgados em bons livros e
com suas lideranças religiosas ávidas de aprimoramento cultural acerca da doutrina, meu ponto de vista é de que muito a Umbanda
Sagrada e seus adeptos têm ganhado ao longo do tempo com esta evolução. Com isso, observamos que uma perda de adeptos no
passado agora vem contradizendo a transição positiva para nossa religião.
Sobre a codificação, vejo que acontecerá, talvez não a curtíssimo prazo. Ela trará mais respeito das outras denominações
com a Umbanda, trará polêmicas mil já que temos tantas escolas dentro de uma religião de legados diversos. Mas as divergências
levam também ao aprimoramento, afinal quem do Alto não facilitará esta “tradução”? Com a sua intercessão e para a glória dos
umbandistas e de Olorum, sim.
Uma matriz, tantos matizes, tantos elementos, sincretismos, tanta riqueza assim não passarão despercebidos. Polemizando
um pouco, acredito piamente que a era dos inúmeros adeptos sem argumentação frente às outras denominações religiosas está
findando, devido à anterior falta de cultura religiosa, já que antes bastava que o conhecimento viesse dos guias para seus médiuns.
Claro que sempre existirão as trevas da ignorância; os que ainda buscam o passe de mágica para assuntos amorosos, financeiros,
embargos com a justiça terrena, as malfadadas “demandas”, isso sem ao menos esgotar as causas internas em si, de seus karmas;
cito também os que só crêem na Umbanda se ela os favorecer, sem ao menos buscarem a Deus Supremo primeiro, se resignando no
que devem e lutando pra mudar o que lhes é dirigido, também os que acham que tudo é de âmbito espiritual e que o mundo trama
contra si - fatalistas. Os que acreditam que nada é espiritual com medo de descobrir a causa de suas dores. Também existem os que
crêem que os trabalhos com o mundo dos espíritos só são valorosos se pagarem muito bem ao guia ou ao dirigente, pois uma vela
acesa não produz nada (não crêem nem na magia divina nem em sua própria energia interior), há ainda os que só acreditam em
espíritos que produzem malabares, pirofagia e efeitos físicos incontestáveis aos seus olhos, e predizem cronologicamente o dia em
que terão o que desejarem sem ver seu próprio merecimento. Todos estes e muitos outros merecem lugar de destaque no campo do
desconhecimento da doutrina.
É chegada a era em que principalmente, os dirigentes e por conseguinte, os seus filhos, têm a certeza de que não são
meramente “cavalos”, (hoje mais sutilmente substituídos por “meu médium
””meu filho”, meu aparelho”, “meu menino” pelas próprias entidades suas que desejam tornar importante e complexo o trabalho
mediúnico) mas seres pensantes e únicos nesta via evolutiva, capazes de discernir e buscar o conhecimento e no quê crêem de fato,
para raciocinar a fé e buscar sua essência.
O movimento é ir à convergência.

Onile Alayeatiná de Oyá.

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