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FUNDAGAO UNIVERSIDADE DE BRASILIA Resor ‘Timothy Saetin Mulholland Vie-Retor Edgar Nobuo Mami ComscthoEditrial Ae Betis de eit Sales ; Dione Oliveira oara UnB Henryl Sewiesd Direor Jade Soares Marino Fo Henry Siewierskt La Zanotta Machado Dineor Exccativo Maria José Moreica Serra da Silva Alexandre Lima Paulo César Coelho Abrantes Ricardo Sees Berardes Suzete Ventuell FENDAGAO DE EMPREENDIMENTOS CIENTIFICOS ETECNOLOGICOS -FINATEC ‘De29/042006 a 2/04/2008 Coyseino Surnsi0R Pret Pol dato Manse! Dias Henrie Conseticros: Pot Ande Pacheco de Ast Dat Ars ims Crs Teen Prat Apt Cs encurt Per Prat Fernand ge Rodgon Nees Fra Gudlsrme Sates Seuesde Azevedo Melo ra ran Mares de Tledo Cag Pro ad Manel Das Pier Pho Je Marca Sao ores da Moms Pro! Mirco Nunes lor Aran Olen Prof toa La Sauer rl Vda gprs Feo Consexo Fiscat Denies Pi Neon Marin Conselicros: Pro Jos cas Tar Pro Robert Franc oben Meda ~The Pro Eon al Sha Saplene rf Fla Lery Neto Spent Pros Zalmis Guero Lace —Suplete Duzronia Fxecunva Dovorbstee Fol Sask Casomo Aba aro Dor Sects Prof Cato Aber Bese Tae Distr nos Prof ances ero ds Cath @. “Se Denilson Lopes A delicadeza: estética, experiéncia e paisagens Tecro: Aula ) Brasilia, 2007 [A DELICADEZA: ESTETICA, EXPERLENCIA E PAISAGENS Nélia Rodrigues, Néstor Garcia Canclini, Orlando Mollica, Patricia ‘Moran, Paul Miller (Dj Spooky), Paulo Sérgio Duarte, Paulo Fran- chet, Paulo Paniago, Paulo Reis, Pedro Tapajés (DJ the six), Rachel Esteves Lima, Raul Antelo, Renato Cordeiro Gomes, Ricardo Cutz, Robert tam, Roberto Machado, Rodrigo Duarte, Simone Pereira de Si, Sonia Roncador, Susanne Stemmler, Tania Rivera, Tereza Negrao, Vera Follain, Vladimir Safatle, Walter Menon, Wander Melo Miran- da, bem como as discusses que ampliaram as possibilidades deste trabalho feitas na UnB, UFBA, UFPE, UFRJ, PUC-Rio, UER], UFIE, UEMG, UFSC, New York University, Cornell University, Princeton University, Ohio State University, Ilinois State University ¢ nos congressos da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema, da Asso- ciaga0 Nacional de Pés-Graduagdo em Comunicacio, da Associagio Brasileira de Literatura Comparada e da Latin American Studies Association. Muitos desses encontros possibilitaram a publicagio de versdes destes textos em diferentes periddicos como Alea-Estudos Neolatinos, fcone, Contracampo, Cinemas, ECO-POS, Grumo, Luso- Brazilian Review, Margens/Margenes, Niimero e suplemento Pensar do Correio Braziliense. Agradeco a seus editores. Agradego a minha familia, 20s meus amigos, aos oolegas da Facul- dade de Comunicagao da Universidade de Brasilia, que me apoiaram, especialmente no meu periodo de pés-doutoramento, Agradeco a0 CNPq, pela bolsa de produtividade cientifica, 2 CAPES, pela bolsa de pés-doutoramento, ¢ ao Centro de Estudos Latino-Americanose Caribenhos da New York University, por me ter acolhido, Agradeco aos meus alunos, primeiras vitimas destas idéias, especialmente aos meus orientandos, que desenvolveram trabalhos ‘mais préximos a esta pesquisa: Décio Gorini, Denise Moraes, Ma- noel Bastos, Maria Villar, Layo de Barros, Pablo Martins, Leonardo Fernandes, Gustavo Falleiros, Camila Garcia, Elizabeth Medeiros e Cicero Bezerra. aS Por uma estética da comunicacao: Para Claudio da Costa Somente a diegio nobre poderia a tais alturascon- solar-me, Mas nda o ritmo seco dos didtios que me cexigem, Ana Cristina Césse ‘na passagem do eixo de debates da Escola de Birminghan para a explosio multiculturalista nos EUA dos anos 80 ¢ 90 do século passado, uma das questdes mais subestimadas foi a da estética (SARLO, 2003, p. 32). Considerada como espaco do cand- nico, do prazer individual e despolitizado, aparentemente pouco se avancou nesse terreno, embora, desde o inicio, “os Estudos Culturais nao tivessem procurado destruir a estética, mas ampliar a defini- 0 de arte ao considerar seriamente a cultura populae” (FELSKI, 2005, p. 32). E “confundir um interesse pela cultura popular com ‘uma énfase sociolégica no conteiido é desconsiderar a esséncia do projeto dos Estudos Culturais” (idem, p. 33). ‘A proposta deste livro é resgatar esse caminho silenciado. Con- tudo, ndo se trata mais de procurar “o popular que nos interpela a partir do massivo” (BARBERO, 1997, p. 308), mas radicalizar as F m meio as polémicas que os Estudos Culturais enfrentaram "Uma versio anterior deste ensaio foi publicada em Mita, cultura, comnicagio 2, organizado por Barbara Heller e outros, Editora Artes & Cignca, So Palo, 2003 A DELICADEZA: ESTETICA, EXPERIENCIA & PAISAGENS propostas sobre o hibridismo (processos socioculturais de interseccio ¢ transacio constituidoras de interculturalidades), evitando que 0 :multiculturalismo se torne um processo de segregagio (CANCLINI, 2001, p. 14 20), ou, como prefiro, afirmar uma cultura pop trans- nacional em que h4 espaco para diferengas ndo necessariamente decorrentes de especificidades nacionais Nesse contexto, nosso desejo vai, sobretudo, no sentido de ampliar as possibilidades da estética, menos como um manifesto do que como um gesto. Nao se trata de um retorno a tradigGes classicas, anteriores aos dilemas modernos, mas sua atualizagio dentro de uma sociedade midiatica. E necessario nao deixarmos esse campo apenas para um pen samento conservador’ que distancia a arte da vida e dos debates contemporaneos; nem persistir na mera culturalizagao da arte, impetrada por politicas de identidades estreitas. Para tanto, procurei fazer dialogar o Pragmatismo coma ética benjaminiana na busca de uma estética da comunicagio, mais centrada na experiencia do que na identidade, que se traduz numa poética do cotidiano, mediada pelos meios de comunicagao. Ao procurar revitalizar os Estudos Culturais com o resgate da tradigdo democratica pragmatista, penso que a estética é reafirmada duplamente nas suas dimensoes > Alberto Moreiras (2001) peegunta se os Fstuds Culturais podem desenvolver um ‘estilode pensamento que nie esteja mais associado com postulados estético-his- toricsta destinados construcio eao fortalecimento do Estado nacional-popular [Essa questao tambem me interessa nesta minha proposta que vai ens seutido dliferente do de Moreiras a0 resgatar a esttica do projeto modernoscandnico € atualizi-lo diante dos desafios de uma cultara midiitica » Jaimapeado no contexto norte-americano (BERUBE, 2005).Para uma visio que faz ‘um didlogo mas ico entre os Estudos Culturais,o pensamento pés-estruturaistae ‘uma perspectivalatino-americana, ver os cents livros de George Vidic (2005) ¢ Silvano Santiago (2005), bem como os rabalhos de Néstor Garcia Canclin (2005), Eneida Souza (1993, 2002), Beatriz Resende (2004) e Angela Prysthon (2002). Para apreender os processos dferenciados de constimicio dos Estudos Culturas ingleses e norte-americanos e evita orepetido discurso de wma volta “patriarcal” a Escola de Birminghan, como se aos trabalhos de Raymond Williams, Richard oggart. Start Hall estivessem "sua verdadeiraesséncia” (HALL, 2003, p. 199) € importante lembraro trabalho de Stanley Aronowitz (1893). Por usta estérica pa comusicagio individuais e coletivas. Primeira paisagem desta viagem que esté comecando. Beauty crowds me till I die, Beauty, mercy have on me! But if I expire today, Let it be in sight of thee. Emily Dickinson ‘Acestética entendida a partir do século XVIII como estudo do belo e da arte se viu logo bombardeada nas suas pretensbes uni versais e abstratas. A estética foi banida, colonizada pela politica pela economia, isolada nas suas préprias referéncias, © que me interessa no momento nao é tanto falar da fragilidade do valor ¢ da heterogeneidade contemporanea, como apontaram diferentes autores ao fazerem a critica de uma estética universal ¢ abstrata,* ‘quanto colocar a estética, na esteira de Foucault, como possibilidade de existéncia, praticas do sujeito, mas também uma “estética das condutas” (GALARD, 1997, p. 15) performativa, definida por uma ‘questio ética: como intervir no mundo. ‘A recuperacao da estética na atualidade passa menos pelo elogio monumentalizador das (neo)vanguardas do que pela aproximacéo da arte a uma vida cotidiana, marcada pelas imagens midisticas, fandamentais para entender a cultura contemporanea nio s6 a0 es de producao ¢ de recepgao, mas na analise do que antes chamivamos mensagem, produto, obra, Este é meu ponto de partida: uma estética da comunicacio. Ha uma diversidade de sentidos na forma como 2 expresso “estética da comunicagao” vem sendo utilizada, desde para traduzir © impacto das técnicas, midias massivas (COSTA, 1999, p. 17), es- pecialmente das novas tecnologias da comunicagao (COSTA, s.d. -38) até 0 processo generalizado da estetizagio da vida cotidiana + Ver HUNTER, 1992 p. 347-372; YUDICE, 1989 e 1997; MARQUES VILELA, 5. 186 ToS

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