Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Humana, o inconsciente é formado por 2 vertentes, uma vertente pessoal (inconsciente pessoal), e
outra vertente, coletiva (inconsciente coletivo). Parte do inconsciente pessoal fazem parte
conteúdos ditos pessoais, muitas vezes reprimidos, que passaram pela experiência consciente do
sujeito. Desta maneira podemos assumir que estes conteudos experienciados são de natureza
pessoal, na medida em que foram adquiridos através da existencia individual. Os conteúdos
psicologicamente incompativeis serão reprimidos mas podem ser mantidos conscientes quando
reconhecidos na consciência. Já parte do inconsciente coletivo, faz parte todo o material psiquico
que nunca passou pelo consciente, ou seja, conteúdos herdados, através da nossa herança genética,
que contemm os nossos instintos e vontades humanas universais, como por exemplo vontade de
atingir status, instinto de reprodução, receio da morte e outros medos inatos.
Deste modo considera-se que a mente humana não é apenas um fenómeno separado e
individual em si (é tambem coletivo em si), em que certas funções sociais e instintivas podem ser
opostas aquelas dos indivíduos em si, e que o próprio experienciou. Isto normalmente resulta num
conflito intrapsíquico, principalmente quando surge também uma necessidade de desenvolvimento
psiquico pessoal, em que a razão descobre a natureza irreconciliável dos opostos, podendo muitas
vezes resultar em neurose, como já referido. Ao longo do filme, são mencionadas estas dicotomias
psiquícas, como quando Alma pergunta a Elizabeth, depois de ter contado a história da sua orgia,
se seria possível “ser duas pessoas ao mesmo tempo”, por ter traído o marido e estar arrependida
com isso, mas ter uma parte dela que gostou de o ter traído.
Quando se fala em Persona, fala-se fundamentalmente neste Eu social que se cria, nesta
máscara motivada por fatores sociais, que vêm tanto do exterior como interior. Quando se tenta
analisar a Persona, descobre-se que o que parecia individual é no fundo coletivo, uma máscara da
psique coletiva, não real. É um compromisso entre o indivíduo e a sociedade, dando um parecer
para o homem adoptar. Pode-se ganhar um nome, um título, uma profissão, representar e pertencer
algo, tal como Elizabeth tem a sua Persona principal, de atriz. Talvez no seu caso ainda atinga um
nível mais complexo, já que por ser atriz, intrepreta também várias personas, dentro do teatro. O
próprio mundo exterior convida a uma identificação com a Persona, já que dinheiro, respeito e
poder são a conquista daqueles que podem desempenhar bem e de modo consistente este papel
social. No entanto, a Persona, quando muito acentuada, pode muitas vezes tornar-se uma
substituição da individualidade.
Para Kernberg (1984), citando Mahler (1971), ocorre desenvolvimento do self em períodos
de elevada frustração e experiências dolorosas ou traumáticas. Estas experiências determinam a
formação de representações fundidas do self, sob o patrocínio da frustração e dor. Estas
representações investidas com agressão, mais tarde evoluirão para experiências amedrontradoras,
agressivas e desvalorizadoras do self e para representações amedrontoras, afressivas e sádicas dos
objetos. Eventualmente levam à existência de múltiplas e contraditórias representações de self, que
tanto desafiam o desenvolvimento durante a separação-individuação. Assim, a integração normal
do self contraditório e relações objetais marca a transição da separação-individuação para a
constância do objeto. Estas concepções de Kernberg (1984) vão de acordo com as já expostas, em
relação à neurose e função depressiva de Elisabeth permitirem a integração de conteúdos do self
que estariam em contradição, que levam posteriormente ao desenvolvimento de uma constância
de objeto e permite o processo de individuação.