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{ ‘2 c0sac a mairy 203 ASL LOUREIRO Professor ECHL OLverRsRawas Disciplina FLORENCCA FERRARL SMostixecko—— Fete dtr froreciram a ES 1.Ghena 2 Gana was rane | | |, senties ti RUA GENERAL JARDI, 770, 2° ANDAR IseReocriscomr 3 8 139 ae 16 TPrtO ClMLementne | Introdugdo Pazte1 A REPRESENTACO CLASSICA, DO MELODRAMA A trowta DE mrrcHcock Cinema: revelagio e engano caniroto 2 © lugar do crime: a nosio classica de representagio e a teoria do espetdculo, de Griffith a Hitchcock. caviroto 5 Melodrama ou a sedugo da moral negociada carirote 4 Paribolas crisis no século da imagem: alegoria e melodrama em Hollywood Parte 11 POLITICAS DA REPRESENTAGRO: “4 VIDA COMO ELA £” NO CINEMA B NA TELEYISRO Cinema politico e séneros tradicionais: a forgae os limites da matriz melodramatica cariruto 6 Da moral religiosa ao senso-comum pés-freudiane: imagens da histéria nacional na telefiego brasileira caninvto 7 Nelson Rodrigues no cinema (1952-99): anotagdes de um pereurso Cinema: revelagdo e engano | TESTEMUNHA DE MCCARTHY _ Hi quem tome o cinema como lugar de revelaglo, de acesso a uma ver~ dade por outros meiosinatngiel, Ha quem assuma tal poder revelatério ‘como uma simulago de acesso a verdade, engano que nao resulta de aci- dente mas de estratégia. £ preciso discutir essa questio ao especificar determinadas condigBes de leitura de imagenss para tanto, faco uma reca- pitulagio histérica, pois o bindmio revelagio-engano projeta-se no tem= po, referido a dois momentos da reflexio sobre cinema: 0 da promessa maior, na aurora do século xx, € 0 do desencanto, nos an0s 70-80. ‘Comento, de inicio, ume simagio extraida do documentitio Poine af Order {19653}, de Emilio de Antonio, filme que focaliza os processos € as se5Ges de tribunal no perfodo do macartismo nos Estados Unidos. Trata- se deuma remontagem da documentagZo colhida a0 vivo nos interrogatd- ‘ios. Em determinado momento, uma rstemuna de acusaso € inguirida pelo advogado de defesa de um militar acusado de atividades antiameri- ‘canas, Esse advogedo mostra uma foro & testemunha, Nessa foto se vé, numa tomada relativamente préxima, duas figuras: 0 rue, a0 seu lado, alguém jé comprometida,jé indexado na easa Bs bruxas. A imagem, 20 mostra os dois conversando em tom de corta intimidade, ésssumid pela ‘promotoria como pega importante da acusagio. O advogado pergunta & testemunha se considera a foro verdadeir. A resposta 6 “sim”. O advoga- do, ento, mostra uma foto maior em que aparece, numa reunigo ampla, uum grupo de pessoas — dente elas, algumas insuspeitas —e que traz num dos cantos a dupla anteriormente vista na foro menor, Entendemos sem filmes, exsperimenta o poder expressivo das diferentes velocidades; Dulae analisa as imagens do movimento animal e dos fendmenos natura, Fer- nand Léger explora as rlagBes e a forma dos objetos fora de sua insergio uulitiria no coridiano, Embora no totalmente afinado 20 einéme davant~ _garde,0 surtelismo torna-se o movimento de contestagio 20 cinema in- dda montagem come reve- ‘arn er pace eo Liao dinputes ons denjeeieetoncta nepal abo experincia fora do senso do —a sensibilidade efpefvamente moderna. A “inteligéncia da maquina” (Eon sree nt ela eesien emerge Jamendo consis carat cme trazer-nos de volta um encantamento do pfs oe ocaetansn gotta da sao penganatian cape, © hore ese eascinstrerna “epee iver cen da crn aa” (pr ns expe de Wale Dein em et célebre ensaio de 1936, a0 falar de reproducio técnica, arte e cinema). [A formulagdo de Epstein-Dulac é questionivel quando examinada a pertcrnebasirde eager itn pe wins (ei dslinngmncmmnpriSe pjentio sms ian. thlno dao vena pacidade ds inagem pla ga excl de sent iemnes tse werden ow tna dS tenglo & moldura, 20 contexto de cada imagem). Sua intervengdo mais de- iv a eek pen al een EBS Gpecltcr abc an psanentet aura dow peson dene ove da expesncia da cena ond es Bean En te ratfrmagbes do rnd eid pel rovers cyt A nincmaspn a dlignd dora nie Ee erate cues Sagar nia omar ccieseatse casey ae > que procuraeealizar no cinema documentirio a verdade que desmascara a cul~ ‘ura guess eadcional. A especiicdade de Vertovdiante dos feancees a lign- slo que cle estabelece entre desmasearamenco e exposiglo dos processns eftivas da produsio social, dae rlages de clases, stravés da montagem cinematngrafcs, 8 i, olhar em sintonia com —impulsionan- \ he ‘A nalitico da imagem —retomam muito do repertéro da vanguarda dos anos 20, inserindo a caracterizagio do olhar do cinema numa relexio mais ara~ pla sobre técnica e cultura. Nessa reflexdo, a moldura éoutra mas prevalece ‘9 mesmo movimento de ressalar 0 papel subversiva,revelador, da foro- srafia e do cinema dentro da cultura européia, A promessa encio se reafie- sma, sem as premissas de “expressvidade total” e de retorno 8 natureza ‘Com Benjamin, ela assume um contorno histrico mais bem demarcado, é formalada por um pensamento mais sensivel& contradiglo e a0 carter das Forgas sociais em coaflito, Pensamento que nos trouxe uma avaliagdo da questio da arte dentro de uma articulagio mais licida com a conjuntura politica ea propria natureza das apostas em jogo na Europa dos anos 30, polarizada por uma confrontagio decisiva entre revolugio ereagio., A cRITICA DO OLRAR SEM CORPO No seu elogio ao aspecto revelador do olhar no cinema, o pensamento dos anos 20 eolocou o debate em termos de verdade (cinema) ¢ mentira (tradigzo culrual), edeu toda énfase cumplicidade entre cinema e natu- e1a, solidirios enquanto um organism e sua expressio visual, promos a ‘expulsar a simulagio desde que anova técnica fosse salva de sua adultera- «80 promovida pelo universo da mercadoria, Por esse caminho, a oposic fo entre um cinema desejado, objeto do recalque social, ¢ aquele que realmente impera (a pedagogia ds indstria cultural) orienta-se por uma teleologia: o presente € 0 momento dos entraves que impedem o desen- volvimento na diregio corseta, capaz de realizar as promessas da nova técnica; 0 futuro € 0 preenchimento dessas promessas que, desde, 35 van~ uardas anuneiam e preparam. Entre 1920 e 1969, 0s poderes reais i sistiram em repor o mesmo cinema dominante, o que trouxe em linhas ‘eraisa reiteragio da mesma matriz de contestagia. O conilito dominan- te/dominado, traduzido em termos de verdade e mentira, zefez-se a0 longo de eixos diversos. Quando prevaleceu um eixo politico, o polo da verdade (futuro) identificou-se a cultura revolucionria, o da mentira (presence), as misificagdes da reacio. Quando prevaleceu um eixo estéti- 4 ‘ngs sR anc naceRarenNiReelentn co, verdade foi poesia, originalidade, experimentagio; mentia foi a roti nado comércio, o kitsch industializado, 'Nio cabe agora a recapinulagio do que foram as diferentes versdes

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