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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA


KASSANDRA KEILA FERNANDES COSTA BATISTA
RAFAEL BARROS FERREIRA

LOGÍSTICA REVERSA: Compreendendo o processo de reaproveitamento e/ou


descarte de geladeiras

Teófilo Otoni
2016
KASSANDRA KEILA FERNANDES COSTA BATISTA
RAFAEL BARROS FERREIRA

LOGÍSTICA REVERSA: Compreendendo o processo de reaproveitamento e/ou


descarte de geladeiras

Trabalho de conclusão de curso apresentada ao curso


de graduação em Bacharelado em Ciências e
Tecnologia da Universidade Federal dos Vales dos
Jequitinhonha e Mucuri, como requisito parcial para
a obtenção do título de Bacharel.

Orientador: Prof. Msc. Gustavo Carvalhal Santos

Teófilo Otoni
2016
KASSANDRA KEILA FERNANDES COSTA BATISTA
RAFAEL BARROS FERREIRA

LOGÍSTICA REVERSA: Compreendendo o processo de reaproveitamento e/ou


descarte de geladeiras

Trabalho de conclusão de curso apresentada ao curso


de graduação em Bacharelado em Ciências e
Tecnologia da Universidade Federal dos Vales dos
Jequitinhonha e Mucuri, como requisito parcial para
a obtenção do título de Bacharel.

Orientador: Prof. Msc. Gustavo Carvalhal Santos

Data de aprovação ___/___/___

__________________________________________________
Prof. Dr. André Santiago Afonso
Instituto de Ciência, Engenharia e Tecnologia-UFVJM

__________________________________________________
Prof. Esp. Oseas Teixeira
Instituto de Ciência, Engenharia e Tecnologia-UFVJM

__________________________________________________
Prof. Msc. Gustavo Carvalhal Santos
Instituto de Ciência, Engenharia e Tecnologia-UFVJM

Teófilo Otoni
RESUMO

A elevação do consumo de produtos com durabilidade estendida, como os eletrodomésticos,


proporcionou o aumento de um lixo mais complexo no ponto de vista da logística reversa.
Nos últimos anos, a logística reversa adquiriu maior importância, tanto no contexto
internacional quanto nacional. Motivados pela importância e potencial de crescimento desta
área, o presente trabalho apresenta uma visão geral sobre a logística reversa, seus conceitos e
aplicações em uma empresa no tocante ao processo de descarte, reciclagem e/ou
reaproveitamento de refrigeradores/geladeiras. Foi realizado um estudo de caso em uma
empresa, cujo nome será mantido em sigilo, no município de Teófilo Otoni, Minas Gerais,
com o objetivo de identificar e compreender, através dos conceitos de logística reversa, o
processo de reaproveitamento e/ou descarte de geladeiras. O método utilizado foi a pesquisa
qualitativa de caráter exploratório e descritivo, além de um estudo de caso. A pesquisa
realizada baseou-se em publicações científicas a qual compreendeu as áreas de logística,
logística reversa, reciclagem, metodologia científica e na Constituição Federal do Brasil de
1988. Foi possível a partir da conjuntura dos conceitos de logística, logística reversa com
informações obtidas da empresa, utilizando a técnica de entrevista, ter uma visão geral de
como funciona o processo de logística reversa e como a empresa a integra no conceito e
operacionalização da logística convencional aplicada ao foco de reciclagem e descarte.

Palavras Chave: Logística reversa, consumo, reciclagem, descarte, Teófilo Otoni


ABSTRACT

The increased consumption of products with high durability, such as home appliances,
provided an increase of a more complex rubbish at the point of view of reverse logistics. In
recent years, reverse logistics become more important, both international and domestic
context. Motivated by the importance and growth potential of this area, this work presents an
overview of reverse logistics, concepts and applications in a company regarding the disposal
process, recycling and / or reuse of fridgers / refrigerators. A case study was carried out in a
company, whose name will be kept secret, in the city of Teófilo Otoni, Minas Gerais, in order
to identify and understand, through the reverse logistics concepts, the process of recycling and
/ or disposal refrigerators. The method used was exploratory and descriptive qualitative
research, as well as a case study. The research was based on scientific publications which
comprised the logistics, reverse logistics, recycling, scientific methodology and the Federal
Constitution of Brazil from 1988. Was possible from the situation of logistics concepts,
reverse logistics with information obtained from the company, using the interview technique,
an overview of how the reverse logistics process and how the company integrates the concept
and operation of conventional logistics applied to the focus of recycling and disposal.

Keywords: Reverse logistics, consumption, recycling, disposal, Teofilo Otoni


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 7

2 OBJETIVOS ................................................................................................................................. 10

2.1 Objetivos gerais ......................................................................................................................... 10

2.2 Objetivos específicos .................................................................................................................. 10

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................... 11

3.1. Logística..................................................................................................................................... 11

3.2 Logística Reversa ....................................................................................................................... 12

3.2.1 Logística Reversa de pós-consumo ........................................................................................ 14

3.2.2 Processo de reciclagem de geladeira ..................................................................................... 17

3.2.2.1 Processo de Reciclagem em uma usina .............................................................................. 19

3.3 Impactos ambientais causados pelo descarte indevido de geladeiras ................................... 20

3.4 Legislação ................................................................................................................................... 23

4 METODOLOGIA......................................................................................................................... 28

4.1 Caracterização da pesquisa ...................................................................................................... 28

4.2 Universo e amostra .................................................................................................................... 29

5 COLETA E ANÁLISE DE DADOS ........................................................................................... 30

5.1 Coleta de dados .......................................................................................................................... 30

5.2 Análises de dados ....................................................................................................................... 30

6 ANÁLISE DA LOGÍSTICA REVERSA DE GELADEIRAS DA EMPRESA X ................... 32

6.1 O Processo de Logística Reversa da Empresa ........................................................................ 32

7 CONCLUSÃO............................................................................................................................... 35

REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 36

ANEXO I – QUESTIONÁRIO QUE NORTEOU A ENTREVISTA DA EMPRESA X.......... 40


7

1 INTRODUÇÃO

Observa-se atualmente que as consequências de uma enorme quantidade de


resíduos sólidos gerados diariamente são cada vez mais evidentes devido ao seu destino
impróprio, falta de atenção ao meio ambiente e aos impactos na saúde pública (SILVA, 2010).
Afim de atender as necessidades e minimizar os impactos causados pelo alto volume de
resíduos sólidos gerados, originou-se uma ferramenta nesse processo denominada logística
reversa.
A logística reversa pode ser expressa, resumidamente, como a fase final ou
complemento final do processo logístico tradicional. Isso significa que em um processo
logístico, onde existe um fluxo inicial, transformador, transitório e consumidor, seja de
produto ou serviço, existe outro fluxo complementar, ou não, onde há um retorno dos resíduos
gerados a fase inicial do processo ou é realizado o devido descarte desses resíduos. Portanto,
pode-se concluir que fluxos como reciclagem, descarte sustentável, realimentação direta na
cadeia produtiva de produtos são exemplos de fluxos reversos. Outra vertente onde se observa
este fluxo reverso seria também no setor de serviços e sistemas de informação. O fluxo de
informações, resultados, feedbacks também são formas de se interpretar como canais reversos.
De forma geral, a logística reversa surge para suprir uma necessidade que a
humanidade se deparou devido a geração de resíduos. Empresas passaram a utilizar conceitos
de logística reversa para atuar de forma mais sustentável, outras a agregar valor ao seu
produto e existem também empresas que oferecem serviços com soluções de logística reversa
como atividade primária. Outros utilizadores comuns dos conceitos de logística reversa
atualmente são instituições legisladoras. Muitas nações como Brasil, Estados Unidos da
América, Suíça e Noruega passaram a regulamentar o setor industrial com base na logística
reversa, no Brasil, por exemplo, foi criada a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (2010)
que tem o objetivo de atuar com mais rigor sobre diversos tipos de resíduos gerados pelas
indústrias.
A quantidade de resíduos gerados em sua totalidade pelo ser humano é
praticamente imensurável devido as diversas variedades e difícil controle e análise.
Entretanto, é possível se estimar, em alguns casos, a quantidade de resíduos gerados se
considerando apenas um segmento. Estratificar a análise sobre os resíduos não é uma
abordagem apenas facilitadora, mas também importante para se identificar os segmentos que
necessitam de atenção prioritária, possibilitando o desenvolvimento eficiente de soluções e
sensibilizando a sociedade. O segmento de refrigeradores, especificamente o de geladeiras
8

residenciais, é um exemplo onde se pode estimar a quantidade de resíduos gerados, uma vez
que se saiba a quantidade produzida e sua distribuição. Contudo, é necessário identificar e
compreender como e se é realizado o processo de logística reversa de geladeiras.
O objetivo deste trabalho é identificar e compreender através dos conceitos de
logística reversa se existe e, caso exista, como funciona o processo de reaproveitamento e/ou
descarte de geladeiras pela empresa X lotada no município de Teófilo Otoni, cidade polo no
nordeste de Minas Gerais. Contudo, existe a necessidade de investigar os impactos causados
ao meio ambiente pelas geladeiras como resíduos e compreender os aspectos legais que
normatizam esse setor.
Diante da necessidade de uma cultura sustentável em um mundo cada vez mais
modernizado, soluções eficientes devem ser desenvolvidas. O setor de geladeiras não é um
dos mais interessantes por parte da comunidade se comparado com o de latas, garrafas pet e
outros ligados ao desmatamento, queimadas, poluição de rios, ar, etc., ou seja, a atenção para
o segmento de geladeiras não está no topo das preocupações ambientais pela sociedade que
utiliza como justificativa a complexidade logística, degradação elevada dos componentes do
produto para reciclagem e o baixo retorno econômico. Porém, esse cenário provavelmente irá
mudar de forma radical nos próximos anos, uma mobilização mundial com mais de 200
países, realizada em Ruanda em 15 de outubro de 2016, oficializou um acordo para a redução
de emissão do gás hidrofluorocarbonos (HFC), um dos gases com alto nível de impacto
ambiental. Por ser o gás utilizado em refrigeradores, a demanda por soluções que amenizam
seus impactos se elevarão e a classificação dos interesses ambientais e econômicos no setor de
refrigeração como resíduo, poderá tornar-se prioritária nos próximos anos (ONU, 2016).
Para o desenvolvimento do presente trabalho foi utilizada a pesquisa qualitativa de
caráter exploratório e descritivo, além do estudo de caso. A pesquisa bibliográfica baseou-se
em publicações científicas das áreas de logística, logística reversa, metodologia científica e
também na Constituição Federal do Brasil de 1988. O estudo de caso foi desenvolvido, em
sua totalidade, envolvendo as características da empresa X no que se refere a prática de
logística reversa.
O trabalho de conclusão de curso estrutura-se em 8 capítulos, apresentando-se no
primeiro esta própria introdução. O segundo capítulo expõe os objetivos, geral e específicos
da pesquisa. O terceiro capítulo apresenta os conceitos de logística, a definição de logística
reversa e logística de pós-consumo, aborda ainda os impactos ambientais causados pelos
componentes das geladeiras, o procedimento de reciclagem e exemplifica o processo usando
uma indústria como exemplo. O capítulo é concluído citando as influencias legislativas e
9

normas impostas ao setor de geladeiras. No capítulo quatro é demonstrada a metodologia


aplicada na pesquisa. O quinto capítulo apresenta a coleta e análise dos dados encontrados no
decorrer da pesquisa com a finalidade de produzir meios para se chegar a concluir se foi
possível alcançar os objetivos propostos. O capítulo seis traz a análise do processo de
logística reversa da empresa X. O capitulo sete conclui o trabalho com as considerações finais
acerca do processo identificado na empresa estudada. O oitavo e último capitulo fornece as
referências utilizadas como fonte de pesquisa.
10

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Identificar e compreender através da Logística Reversa o processo de


reaproveitamento de geladeiras.

2.2 Objetivos específicos

1. Verificar o processo de reciclagem e/ou descarte de geladeiras.


2. Investigar os impactos ambientais causados pelo descarte indevido de
geladeiras.
3. Compreender as leis que regem o processo de reaproveitamento e/ ou descarte
de geladeiras
11

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. Logística

Através de uma análise macro pode-se afirmar que a logística é o setor de uma
organização que gerencia o fluxo de informações e produtos desde sua aquisição até seu
consumo final. Seu gerenciamento e análise de resultados possui uma diversidade de
definições, ferramentas e técnicas tornando a logística singular, complexa ou não, a depender
das características de cada organização.
Segundo Novaes (2007, p. 31), a origem do termo logística está ligada às
operações militares. Os generais planejavam e destacavam uma equipe que realizava uma
determinada estratégia militar a fim de abastecer as tropas em campo de batalha na hora certa,
com munições, equipamentos, víveres e socorro médico. Por ser um grupo de apoio, a equipe
trabalhava nos bastidores da guerra e, consequentemente, não eram reconhecidos como os
outros setores (infantaria, cavalaria, etc.).
Análogo a este cenário militar, a logística nas organizações durante muitos anos
era de responsabilidade de equipes específicas, sendo estas, responsáveis pelo transporte,
armazenagem e distribuição dos produtos até o consumidor final. Por serem consideradas
equipes de apoio, assim como nas guerras, não eram dadas a devida importância, atenção e
reconhecimento.
A evolução da logística no mundo contribuiu para que diversas definições fossem
propostas. Conforme Faria (2011, p.15), a definição mais aceita no cenário profissional é dada
pelo Conselho dos Profissionais e Gestão da Cadeia de Suprimentos:

Logística é a parte do processo da cadeia de suprimentos que planeja,


implementa e controla, de forma eficiente e eficaz, a expedição, o fluxo
reverso e a armazenagem de bens e serviços, assim como do fluxo de
informações relacionadas, entre o ponto de origem e o ponto de consumo,
com o propósito de atender às necessidades dos clientes.

De acordo com Ballou (2006, p.27), a partir dessa definição, a logística engloba
em seu sistema a entrega de bens materiais, bem como fluxos de serviços prestados ao
consumidor final, integrando ainda mais valor ao sistema produtivo, considerando esse
conceito um processo que incorpora todas as atividades relevantes para permitir ao
consumidor bens e serviços quando o mesmo determinar como necessário.
12

A palavra logística é associada, preconceituosamente, apenas ao transporte


rodoviário de cargas por uma parcela considerável da sociedade e organizações. A falta de um
conhecimento mais aprofundado e técnico sobre a logística como função já é considerado um
atraso no ponto de vista de gerenciamento e competitividade. Segundo Gomes e Ribeiro
(2004, p.6), a logística atualmente é um elemento de diferenciação no mercado, destacando-se
pelo mundo cada vez mais globalizado, os avanços na tecnologia de informação e a
responsabilidade social e ecológica.

3.2 Logística Reversa

A expansão do comércio e o consumo se elevando a dimensões globais e,


consequentemente, gerando grandes fluxos de produtos e serviços, motivou uma série de
estudos relacionados à logística em razão do aumento de resíduos gerados. Segundo Pereira et
al. (2012, p. 2), a partir de 1980 a intensidade nos estudos sobre a logística reversa aumentou
nos meios empresariais e público, esses estudos abordam questões ambientais, ecológicas, de
ordem legal e econômica, etc. A logística reversa complementa um novo conceito de
logística, dando uma maior amplitude e a globalizando. Tendo um papel preponderante no
fluxo logístico geral, a logística reversa complementa ainda, o fluxo físico e informativo
tradicional (ponto de origem até o consumidor final).
Segundo Novaes (2007. p. 53), a logística reversa está relacionada ao fluxo de
materiais identificados a partir dos pontos de consumo de produtos até os pontos de origem,
tendo como principais objetivos agregar valor ou uma disposição final adequada para os
mesmos.
A evolução dos estudos referentes à logística reversa levou a diversas definições,
onde a mais aceita no cenário profissional, conforme Dias (2012, p.26) é dada pelo Conselho
dos Profissionais e Gestão da Cadeia de Suprimentos:

O processo de planejamento, implementação e controle da eficiência e dos


custos, dos fluxos de matérias-primas, produtos em processo, produtos
acabados e as informações relacionadas, desde o ponto de consumo até ao
ponto de origem, com o objetivo de recuperar valor ou realizar a reposição
adequada.

Portanto, a integração dos conceitos da logística tradicional com a logística


reversa permite que o ciclo logístico se complete e toda a cadeia de abastecimento se feche.
13

A logística reversa é uma alternativa ambiental, sustentável e econômica com a


finalidade de minimizar os impactos ambientais provocados pelo descarte inadequado de
produtos que estão na última etapa, o declínio, ou seja, no fim do ciclo de vida, assim como os
produtos obsoletos ou que apresentam avarias ou qualquer razão comercial que culmine no
retorno do mesmo ao ponto de origem. Dias (2012, p.26), foca na importância de recuperação
de produtos, ou pelo menos parte dos produtos, das embalagens e na insatisfação do
consumidor com os produtos comprados. Para o autor existem pontos importantes que
consolidam e torna a logística reversa um seguimento mais minucioso que requer cuidados
específicos, sendo estes: os problemas ambientais, a lotação dos aterros sanitários, a busca de
economia de matérias-primas e o consumidor mais exigente e criterioso.
Segundo Novaes (2007), a logística reversa cuida dos fluxos de materiais que se
iniciam nos pontos de consumo dos produtos e terminam nos pontos de origem, pretendendo
assim, recapturar valor ou a disposição final do mesmo. Marca-se então, um processo reverso
organizado por etapas específicas, que envolvem intermediários, pontos de armazenagem,
transporte, igualmente esquemas financeiros.
Leite (2003, apud NOVAES, 2007, p.54) separa os canais de distribuição reversos
em dois. Um deles é formado pelos canais reversos de pós-consumo, os produtos têm vida útil
variável, mas após um tempo de utilização, perdem suas características básicas de
funcionamento e têm de ser descartados. Por exemplo, uma geladeira usada, já sem serventia
para seu dono original, pode ser vendida para uma firma de conserto e comercialização de
equipamentos de segunda mão. Ela é transportada até a oficina, reparada e, uma vez
revendida, conduzida ao novo endereço. Por outro lado, a geladeira pode ser desmontada e
seus componentes comercializados separadamente, num processo de reciclagem (SANTOS,
2015).
Como exemplo de implantação da logística reversa, a Indústria Fox fundou a
fábrica de reciclagem de geladeiras e freezers em 2009 na América do Sul e possui uma
instalação de manufatura reversa em São Paulo, tendo como foco a proteção ambiental e o
gerenciamento adequado do fim do ciclo de vida útil de aparelhos de refrigeração por meio da
tecnologia de reciclagem, que além de produzir matéria prima, ainda oferece serviços de troca
e reciclagem dos refrigeradores, regulamentada em conformidade com a Política Nacional de
Resíduos Sólidos. A indústria FOX tem o apoio da Agência Suíça para Cooperação e
Desenvolvimento (DDC, sigla francesa) e da Fundação SENS Internacional, sendo a primeira
14

empresa sul americana a implantar o Swiss Charter 1, além de ter sido escolhida como
operadora do projeto de iniciativa Suíça de Proteção Climática (SCPI).

Através de sua associada Suíça, a Fox & Earth Industries AG, a Indústria
Fox tem acesso a uma rede internacional de fornecedores de tecnologia de
reciclagem, experiência em marketing de matéria-prima, ferramentas de
gerenciamento de fábricas e recursos humanos (SWISSCAM,
BRASIL,2016).

3.2.1 Logística Reversa de pós-consumo

De acordo com Leite (2002, p.3), constituem-se bens de pós-consumo aqueles


produtos que encerram à sua vida útil ou mesmo usados, aqueles com possibilidade de
utilização e os resíduos industriais em geral. Objetiva-se agregar valor a um produto logístico
composto por bens com pouca utilidade ao proprietário original, ou por produtos que ainda
possuem utilização, por produtos descartados ao atingir o fim da vida útil e por resíduos
industriais. Portanto, a logística reversa de pós-consumo permite que produtos descartados
por diversos fatores possam fluir por canais reversos de reuso, desmanche e reciclagem e
disposição final.
Pereira et al. (2012, p.32), expõe que os canais de pós-consumo são praticáveis
devido a uma diversidade de fatores, tais como: exigências legais, revalorização econômica,
interesses mercadológicos, interesses ecológicos e ambientais, hábitos de consumo industrial
e da sociedade.

Denominaremos de Logística Reserva de Pós – Consumo à área de atuação


da Logística Reversa que igualmente equaciona e operacionaliza o fluxo
físico e as informações correspondentes de bens de pós – consumo
descartados pela sociedade em geral que retornam ao ciclo de negócios ou ao
ciclo produtivo através de canais de distribuição reversos específicos.
(LEITE,2002, p.3).

Leite (2002, p.4) propõe que a logística reversa de pós- consumo deverá planejar,
operar e controlar o fluxo de retorno dos produtos de pós – consumo ou de seus materiais

1
A Swiss Charter é um regulamento para projetos de proteção ao clima que define padrões de qualidade
no âmbito ecológico, social, econômico e tecnológico para a reciclagem de resíduos elétricos e eletrônicos,
especialmente os que utilizam gases CFC dos aparelhos de refrigeração nos países em desenvolvimento e
emergentes .Foi produzida pela fundação suíça, SENS International e se tornou uma “marca” de proteção ao
meio ambiente, que permite o investimento de milhões de francos em diversos países (SWISSCAM,
BRASIL,2016).
15

constituintes classificados em função de seu estado de vida e origem: “Em condições de uso”,
“Fim de vida útil”, e “Resíduos Industriais”.
A classificação dos bens de pós-consumo é avaliada pela duração da vida útil dos
mesmos, PEREIRA et al. (2012, p.32) menciona que a vida útil de um bem é considerada a
partir do tempo decorrido desde a produção inicial até o momento no qual o primeiro
proprietário o descarta. Mediante essa descrição, a logística reversa e a canais de distribuição
reversos pós-consumo (CDR-PC) conceitua três categorias de bens produzidos, descritos na
Tabela 1.

Tabela 1. Classificação de Bens Produzidos


PRODUTOS DESCRIÇÃO
DURÁVEIS Produtos ou bens que apresentam duração de vida útil média variando de alguns anos
a algumas décadas. Constituem-se bens produzidos para satisfação de necessidades
da vida social e incluem os bens de capital em geral. Exemplos: automóveis,
eletrodomésticos eletroeletrônicos, máquinas e equipamentos industriais, edifícios de
diversa natureza, aeronaves, construções civis, embarcações entre outros
SEMIDURÁVEIS Produtos ou bens que apresentam duração de vida útil média de alguns meses,
raramente superior a dois anos. Trata-se de uma categoria intermediária que ora
apresenta características de bens duráveis, ora de bens descartáveis. Exemplo:
baterias de automotores, óleos lubrificantes, e em geral, baterias de celulares,
computadores e seus periféricos, revistas especializadas, entre outros
DESCARTÁVEIS Produtos descartáveis: bens que apresentam duração de vida útil média de algumas
semanas, raramente superior a 6 meses. Constituem-se exemplos embalagens,
brinquedos, materiais para escritório, suprimentos para computadores, artigos
cirúrgicos, pilhas e baterias de equipamentos eletrônicos, fraldas, jornais, revistas,
etc.
Fonte: PEREIRA et al. (2012, p. 34). Elaborado pelos autores

Os produtos com fim do ciclo de vida, segundo Arima e Battaglia (2007, apud
Gonçalves 2007, p. 4) são conduzidos para sete principais destinos, conforme a Tabela 2.
16

Tabela 2. Principais destinos dos Produtos no final do ciclo de vida


DESTINO DESCRIÇÃO
MERCADO DE Direcionamento de produtos “em condição de uso” a mercados
SEGUNDA MÃO mais carentes. Nesse caso, existe um risco de imagem do
fabricante, por não existir controle de seu destino.

CANIBALIZAÇÃO Extração de partes perfeitas de um produto para a fabricação de um


novo ou recondicionamento de um usado

RECICLAGEM Reaproveitamento de materiais de produtos como novo ou em


utilização menos nobre.
REMANUFATURA Volta de produtos “revisados” ao mercado por um preço inferior.
ATERROS Descarte dos produtos em locais administrados pelo poder público
SANITÁRIOS que seguem normas rígidas de segurança e meio ambiente.
PÚBLICOS
ATERROS Descarte dos produtos em locais impróprios, sem fiscalização e que
CLANDESTINOS podem trazer danos ao meio ambiente.
AÇÃO PÚBLICA ”Doações”.
Fonte: Arima, Battaglia (2007) apud Gonçalves (2007, p. 4). Elaborado pelos autores.

Pereira (2012, p.37), propõe que a existência do canal reverso de reuso necessita
que o bem de pós-consumo tenha condições e que a cadeia esteja estruturada para a coleta,
seleção e revalorização, possibilitando que a mesma seja conduzida ao mercado de segunda-
mão. Sendo importante ressaltar que o mercado secundário representa uma considerável fatia
do setor não autorizado não só no Brasil, bem como na grande maioria dos países. Setores de
automóveis (autopeças) e eletrodomésticos adequam-se de maneira positiva a esse tipo de
negócio.
De acordo com Leite (2003, apud SILVA et al. (2006, p.4), estes canais definem-
se como aqueles onde há a extensão de uso de um produto de pós-consumo, mantendo-se a
mesma função que desempenhava.
Silva et al. (2006, p.4), salienta que o desmanche é uma forma de aproveitar os
produtos de pós-consumo, assim, uma série de materiais podem ser adquiridos por meio de
processos de desmontagem de bens de pós-consumo e em seguida reaproveitados, retornando
ao ciclo produtivo, diminuindo o acúmulo de materiais descartados em ambientes urbanos.
Sendo este um processo característico de bens de pós-consumo duráveis.
Para Leite (2003, apud SILVA et al. 2012, p.3), a reciclagem é o canal reverso de
revalorização em que os materiais constituintes dos produtos descartados são extraídos
industrialmente, transformando-se em matérias-primas secundárias ou recicladas que serão
reincorporados à fabricação de novos produtos (LEITE, 2003)
17

Por outro lado, para Pereira et al (2012, p.37), os canais reversos de reciclagem
iniciam quando se encerra o ciclo de revalorização de reuso do bem de pós-consumo, pois, a
reciclagem é possibilitada após a reutilização desse produto até o momento no qual não haja
mais viabilidade de uso.

3.2.2 Processo de reciclagem de geladeira

Uma maneira de contribuir com a redução dos impactos ambientais é por meio de
propostas que possibilitam viabilizar o reaproveitamento dos resíduos sólidos de pós-
consumo, no caso de estudo, o reaproveitamento dos resíduos dos refrigeradores/geladeira. A
Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é bastante atual
e contém instrumentos importantes para permitir o avanço indispensável ao país no
enfrentamento dos fundamentais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do
manejo inadequado dos resíduos sólidos, propiciando o aumento da reciclagem e da
reutilização dos resíduos sólidos, o que permite a valorização econômica para os mesmos e
uma destinação apropriada dos rejeitos 2 (MMA3, 2010).

O reuso é uma técnica na qual os refrigeradores são destinados a novos


usuários. No Brasil, poderão ser reutilizados e reaproveitados pelas classes
“C e D”, já que muitos são descartados ainda em bom estado de
funcionamento. Estima-se que a participação de refrigeradores com idade
superior a 10 anos no estoque em uso seja de aproximadamente 12%,
indicando assim um prolongamento do uso de equipamentos com utilização
de tecnologias ineficientes e com eficiência degradada (MELO e
JANNUZZI, 2008 apud SILVA et al., 2010, p.10).

Os refrigeradores usados podem ser coletados com a ajuda de catadores e retornar


para o mercado na forma de componentes recicláveis ou recondicionados com um preço
atrativo para o consumidor. No entanto, essa alternativa exige espaço físico e pessoal
capacitado para desmontar e testar os componentes (SILVA et al., 2010, p.11).
Uma vez que a geladeira é descartada, a reciclagem de lixo eletrônico implica na
desmontagem e na destruição dos equipamentos para a recuperação de novos materiais, sendo
a separação mecânica dos componentes o primeiro passo (ROBINSON, 2009 apud SILVA,
2010, p.6).

2
Rejeitos: aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado.
3
Ministério do Meio Ambiente.
18

Para Kossaka (2014, apud Barboza et al., 2011, p. 8), cerca de 90% dos materiais
utilizados em refrigeradores podem ser reciclados, o que traria benefícios significativos se
fossem feitos em larga escala, contudo alguns produtos da linha branca carecem de cuidados
especiais antes do descarte por possuírem componentes químicos e tóxicos, tais como o gás
CFC (Cloro-Fluor-Carbono) que atua diretamente no efeito estufa. Após o desmanche os
materiais são separados por tipos: plásticos, metais ferrosos ou não ferrosos, etc.; O
tratamento mecânico é o mais convencional para os equipamentos da linha branca por possuir
um grande volume, e poucos componentes com predomínio de ferro (ARAÚJO, 2013, p.65).
Depois da fase de completa desmontagem do refrigerador/geladeira é necessária a
desmontagem preliminar. Nesse caso, os materiais perigosos tais como o mercúrio são
segregados para que haja o descarte apropriado, o refrigerador estará completamente
desmontado quando o mesmo não puder ser mais dividido por ferramentas simples.
Igualmente, tantos os fios eletrônicos quanto às bandejas plásticas e de vidro resultantes no
desmanche também podem ser separados (DENG, 2008, apud SILVA, 2010, p.8).
Cada tipo de material é conduzido para um processo de reciclagem específico. Por
exemplo, os resíduos ferrosos podem ser conduzidos para plantas de siderurgia, em geral para
os fornos de arco elétrico, por outro lado os resíduos de cobre e alumínio são reciclados em
fundição. E os rejeitos são dispostos em aterros, tendo em vista a PRNS (ARAÚJO, 2013,
p.66). Conforme a Lei no 12.305/10, definições no art. 3º.

XV – Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as


possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos
disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade
que não a disposição final ambientalmente adequada (FILHO, 2010, p.12);

Depois de todo o processo de desmanche, o corpo do refrigerador carecerá de ser


triturado e transformado. A moagem pode ser feita em um ambiente aberto ou hermético,
sendo que neste último o CFC-11 que se encontra contido dentro da espuma de poliuretano
pode ser recuperado e reciclado após condensação (SILVA et al., 2010 apud BARBOZA,
2011, p.11).
Contudo, o procedimento de manufatura reversa precisa atender os requisitos
mínimos de desmanche e disposição dos resíduos, tendo em vista a redução das emissões no
meio ambiente, de CFCs dentre outras substâncias destruidoras da camada de ozônio.
Portanto, as etapas de reciclagem devem ser realizadas mediante o emprego de equipamentos
19

técnicos adequados com o funcionamento à vácuo para cada fase do processo (ESSENCIS,
2010, apud Silva et al., 2011, p.9).

3.2.2.1 Processo de Reciclagem em uma usina

Machado (2014), descreve o processo de reciclagem de geladeira em uma usina da


seguinte forma de acordo com as etapas:
Pré-desmonte: retirada dos componentes do produto, tais como cabos de força,
condutores, capacitores, vidros, interruptores e lâmpadas;
Esvaziamento do circuito de refrigeração: retirada do fluido de refrigeração e
do óleo compressor, por meio de um equipamento de alta sucção. Esse procedimento deve ser
realizado em uma câmara fechada para impedir o vazamento de gás para o meio ambiente.
Remoção do compressor: o refrigerador ou ar condicionado são removidos e
conduzidos através de uma esteira rolante para um triturador. O processo também é realizado
em um ambiente fechado para evitar o escape de qualquer molécula de substância nociva ao
meio ambiente, tais como o CFC e o Ciclopentano.
Sucção dos gases: o gás é separado através de tubos herméticos fechados,
levando o gás CFC para um equipamento que o liquefaz, separa e condensa pelo processo de
de condensação criogênica.
Separação de metais ferrosos: realizado através de esteiras magnéticas. Os
fragmentos dos metais são triturados, separados de modo que fiquem prontos para a
reciclagem e fabricação de novos materiais.
Separação dos fragmentos de espuma: a espuma passa por um processo de
desgaseificação , sendo em seguida granulada/ peletizada para o reaproveitamento
Os plásticos: são separados para a reciclagem.
20

3.3 Impactos ambientais causados pelo descarte indevido de geladeiras

De acordo com o Ministério Do Meio Ambiente (2011, p.11), o Brasil se


transformou de país agrário em urbano durante os últimos cinquenta anos, concentrando, em
2010, 85% da população nas cidades. Por outro lado, a expansão demográfica não veio
acompanhada de um planejamento de infraestrutura e de serviços urbanos eficientes, dentre
eles o manejo de resíduos sólidos. Contudo, com a Redemocratização e a Constituição de
1988 sucedeu a reformulação institucional e legislativa que propiciou uma melhora no
processo de transformação da vida nas cidades. Por meio do Estatuto da Cidade, aprovado em
2001, foi estabelecido novo marco regulatório e o regulamento de gestão urbana com as leis
de saneamento básico e de resíduos sólidos, incorporando a responsabilidade compartilhada
em relação aos serviços urbanos, permitindo a solução de problemas urbanos causados pela
concentração de atividades nos ambientes urbanos.
Segundo o Artigo 1º da Resolução nº 001/86 do Conselho Nacional de Meio
Ambiente (CONAMA), considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades
físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou
energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente afetam.

i. A saúde, a segurança e o bem-estar da população;


ii. As atividades sociais e econômicas;
iii. A biota;
iv. As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
v. A qualidade dos recursos ambientais.

Consoante Gouveia (2012, p.2), o aumento populacional e o desenvolvimento


econômico e tecnológico trazem consigo inúmeros fatores relacionados à produção de
resíduos sólidos, pois esta alteração acarreta numa mudança no estilo de vida e nos modos de
produção e consumo da população. Os resíduos produzidos atualmente são compostos por
elementos sintéticos que são perigosos ao ecossistema e à saúde humana.
A constante inovação no segmento de eletroeletrônico acarreta na alteração dos
padrões produtivos a nível mundial, deste modo, devido a essas inovações constantes, os
21

produtos de Linha Branca acabam por influenciar nos problemas de pós-consumo


relacionados ao seu descarte no meio ambiente (SILVA et al. ,2010).
Conforme Alcântara et al. (2008 apud Silva et al., 2010), os equipamentos da
linha Branca recebem este nome pois os mesmos são produzidos, geralmente, na cor branca.
Neste segmento estão incluídos refrigeradores, freezers verticais, congeladores horizontais,
lavadoras automáticas, secadoras de roupa, fogões, condicionadores de ar e fornos micro-
ondas. De acordo com Silva et al. (2010), a indústria de Linha Branca está atuando no
mercado brasileiro desde o final da década de quarenta, e tem contribuído significativamente
para a economia do país nos últimos anos.
Costa et al. (2009 apud Silva et al., 2010) descreve que o ciclo de vida de um
produto é constituído de por diversas etapas, sendo estas a extração, o processamento da
matéria prima, manufatura, transporte, distribuição, uso, reuso e disposição final. Ao entender
o ciclo de vida de cada produto é possível fazer uma análise das etapas do processo produtivo,
consumo e destinação final dos produtos, além de identificar os prováveis impactos
ambientais gerados ao meio ambiente numa tentativa de minimizá-los por meio da
identificação das medidas mais adequadas do ponto de vista ambiental e econômico.
Para Silva et al. (2010, p.5), ao analisar o ciclo de vida de um refrigerador mais de
80% do impacto ambiental total é ocasionado durante o uso do produto na forma do consumo
de eletricidade e na forma emissão do (dióxido de carbono). De acordo com o Instituto de
Defesa do Consumidor (2013), dentre os eletrodomésticos, as geladeiras e os freezers são os
itens que possuem a maior média de vida útil, cerca de metade das geladeiras ou freezers dos
consumidores possui 10 anos ou mais.
O refrigerador é formado por um corpo, um meio de funcionamento entre outras
partes e acessórios sendo que seu corpo é constituído por alumínio, plástico, ferro, poliuretano
e borracha. Por outro lado, os meios de funcionamento apresentam óleos de compressor, o gás
refrigerante (CFC-12) e agente de formação de espuma do poliuretano (CFC-11). As demais
partes constituem-se em capacitores de mercúrio, que provavelmente contêm PCB’s
(Bifenilpoliclorados), que é incluído no refrigerador, os acessórios do refrigerador são:
compressor, as bandejas plásticas, as bandejas de vidro, os fios elétricos e outros artigos
subordinados (DENGE et al.,2008 apud BARBOZA et al.,2011).
Dos componentes existentes nas geladeiras, os principais contaminantes estão
relacionados com os óleos lubrificantes, o CFC ou HCFC, o poliuretano e o mercúrio. Os
óleos lubrificantes minerais e sintéticos são utilizados nos compressores, oferecendo um risco
mínimo à saúde, além de possuir baixo risco de inflamação devido à baixa combustão,
22

entretanto se os mesmos não tiverem um tratamento adequado podem contaminar o solo


(SEABRA,2013, p.28).

A Figura1 apresenta a relação do consumo de substância destruidoras da camada


de ozônio de 1992 a 2009 realizado pelo Instituto de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA.

Figura 1- Consumo industrial de substâncias destruidoras da camada de ozônio


no Brasil entre 1992 e 2009

Fonte: Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e disponibilizadas pelo
Ministério do Meio Ambiente - MMA, pela Coordenação de Proteção da Camada de Ozônio.2016, adaptado.

O uso prolongado do óleo lubrificante acabado resulta na sua deterioração parcial,


que gera compostos tais como ácidos orgânicos, compostos aromáticos polinucleares
potencialmente cancerígenos, resinas e lacas. A ABNT NBR 10004, de acordo com a
classificação dos resíduos sólidos, considera o óleo lubrificante usado como resíduo perigoso
por apresentar toxicidade. Assim, o descarte de óleo lubrificante usado ou contaminado no
solo ou cursos de água acarreta em graves danos ambientais, bem como a combustão dos
óleos lubrificantes gera gases residuais nocivos ao meio ambiente e a saúde pública
(CONAMA, 2005).
Os clorofluorcarbonos (CFC’s) são substâncias artificiais que foram por muito
tempo utilizadas nas indústrias de refrigeração e ar condicionado, espuma, aerossóis e
extintores de incêndio. Porém, os únicos produtos fabricados com CFC’s atualmente são os
23

Inaladores de Dose Medida (MDI), empregados no tratamento de asma e foram utilizados até
julho de 2010 (MMA,2008).
Por cerca de 70 anos, o CFC-12 fora usado como agente refrigerante, e o CFC-12
como agente de expansão de espuma, tais substâncias foram absolutas no seguimento de
refrigeração doméstica e comercial leve. Contudo, os fluidos tiveram um declínio, em 1974,
quando o Prof. Sherwood Rowland e o Dr. Mario Molina associaram os CFC’s à redução da
camada de ozônio da estratosfera. Como consequência do Protocolo de Montreal a maioria
das aplicações domésticas e comercial leve passou a adotar o HCFC-134a como refrigerante e
o HCFC-141b como agente expansor de espuma (MELO, 2011, p.49).
Os principais vilões dessa degradação são os produtos químicos como Halon,
Tetracloreto de Carbonato (CTC), Hidroclorofluorocarbono (HCFC), Clorofluorocarbono
(CFC), e Brometo de Metila, substâncias que são controladas pelo Protocolo de Montreal e
que são denominadas Substâncias Destruidoras da Camada de Ozônio – SDOs. Estas quando
liberadas no meio ambiente, deslocam-se na atmosfera acima, degradando a camada de
ozônio (MMA,2016).
A preocupação ambiental relativa aos fluidos refrigeradores é o seu elevado
potencial de aquecimento global, conhecido como Efeito Estufa, o que se aplica também aos
substitutos dos CFC’s e HCFC’s, os chamados Hidrofluorcarbonos (HCFC’s), por essa razão
são incluídos na lista das substâncias visadas no Protocolo de Quioto (SILVA, 2011, p.13). Os
Hidrofluorcarbonos (HCFC’s) são apenas uma solução interina, com eliminação total em
2040 (Silva, 2011, p.14).
Por meio do Protocolo de Montreal e o Protocolo de Quioto diversas alternativas
foram desenvolvidas para minimizar o impacto ambiental, gerados a partir de instalações de
refrigeração de maneira direta ou indireta (SÜFFERT et al., 2011, p.36). Em junho de 1994, o
Governo Brasileiro formalizou o compromisso junto ao Secretariado do Protocolo de
Montreal que estabelece a eliminação gradativa do consumo das Substâncias que Destroem a
Camada de Ozônio (CONAMA,2000).

3.4 Legislação

A sensibilidade quanto a uma legislação, tanto mundial quanto em cada nação,


que fosse voltada apenas para as questões ambientais se mostrou necessária com a evolução
24

da humanidade. Diversos fatores ambientais antes ignorados passaram a necessitar de uma


legislação específica para que fosse mantida sua manutenção e preservação.
A atual legislação ambiental brasileira pode ser considerada uma das mais
avançadas e estruturadas se comparando com outras nações. Apesar de algumas leis terem
sido criadas nos anos 60 foi na Constituição Federal de 1988 que uma atenção maior surgiu.
A Constituição possui um capítulo dedicado exclusivamente para o meio ambiente. Segundo
o Art. 225:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso


comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preserva-lo para os
presentes e futuras gerações.

O artigo se estratifica em seis parágrafos com alcance suficiente sobre todos os


fatores que influenciam direto e indiretamente o meio ambiente. Destacando, conforme o Art.
225, parágrafo 1º, CF/88 é responsabilidade do Poder Público:

I - Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o


manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
V - Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida
e o meio ambiente;
VI - Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies
ou submetam os animais a crueldade.

A Constituição também impõe penalidades àqueles que possam direta ou


indiretamente gerar danos ao meio ambiente. Embora enfatize a atuação preventiva, traz
também uma série de medidas repressivas, ao exigir a recuperação do ambiente degradado por
atividades regulares, e especialmente ao sujeitar condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente a sanções penais e administrativas. Ainda conforme o artigo 225, parágrafo 3º,
CF/88: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de
reparar os danos causados”.
25

Com a aprovação da Lei de Crimes Ambientais, ou Lei da Natureza (Lei Nº 9.605


de 13 de fevereiro de 1998), a sociedade brasileira, os órgãos ambientais e o Ministério
Público passaram a contar com um mecanismo para punição aos infratores do meio ambiente.
A Lei de Crimes Ambientais reordenou a legislação ambiental brasileira no que se
refere às infrações e punições. Apontar que a responsabilidade das pessoas jurídicas não
exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras da infração. Entretanto, é evidente que o Brasil
ainda carece de instrumentos e mecanismos de fiscalização e apuração dos crimes. As
dificuldades de aplicação da lei pela inexistência de recursos e capacidade técnica para a
execução da lei em sua plenitude, tornou-se uma explicação corriqueira dos órgãos
responsáveis.
Nesse sentido mais amplo da legislação brasileira onde é dada a devida atenção
para os distintos segmentos dentro do meio ambiente se destaca a recente Política Nacional
dos resíduos sólidos (PNRS). Política que gera impactos diretos no setor logístico nacional e
internacional, uma vez que empresas estrangeiras são compelidas a respeitar as leis presentes
na constituição brasileira. De acordo com a Lei Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos reúne o conjunto de princípios,


objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações adotados pelo Governo
Federal, isoladamente ou em regime de cooperação com Estados, Distrito
Federal, Municípios ou particulares, com vistas à gestão integrada e ao
gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos.

A Lei Nº 12.305, de agosto de 2010, aplica-se sobre as diretrizes relativas à gestão


integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, principalmente aqueles que são mais
nocivos ao meio ambiente. O objetivo da mesma é orientar sobre as responsabilidades dos
geradores e do poder público, bem como, aos instrumentos econômicos aplicáveis que
sofrerão as medidas corretivas e sancionatórias as pessoas físicas ou jurídicas, do poder
público ou privado, sendo responsável direto ou indiretamente, pela geração de resíduos
sólidos. Assim, todo e qualquer segmento é responsável pelo resíduo sólido produzido. Na
definição I, capítulo II, Art.3ª, tem-se o acordo setorial: ato de natureza contratual firmado
entre o poder o público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciante, visando a
implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto. De acordo com
a lei, capítulo II, Art.3ª. VII, define-se:

A destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que


inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o
aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos
26

competentes do Sisnama4, do SNVS e do Suasa5, entre elas a disposição


final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou
riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais
adversos.

A definição X do capítulo II, Art.3ª, promove o gerenciamento de resíduos


sólidos, ou seja, ações que exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte,
transbordo e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos e dos rejeitos, que devem
ser regidas conforme com o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, bem
como, com o plano de gerenciamento de resíduos da lei supracitada.
Por outro lado, promove-se também a logística reversa conforme a definição XII,
capítulo II, Art.3ª:
Portanto, a Lei nº. 12.305/2010 aborda diretrizes que responsabiliza todos os
setores privados ou públicos, diretos ou indiretos, pelo descarte ambiental adequado do pós-
consumo dos resíduos sólidos gerados e pelo ciclo de vida dos mesmos, promovendo
alternativas que visam o desenvolvimento ambiental, econômico e sustentável do Brasil.
Anteriormente a política nacional citada, o estado de Minas Gerais decretou em 12
de janeiro de 2009, a Lei nº. 18.031, que dispõe da Política Estadual de Resíduos Sólidos
(GOVERNO DE MINAS GERAIS, 2009). Entretanto, a Constituição de 1988 prevê em seu
art. 24 que a competência legislativa concorrente, na qual a federação estabelecerá as normas
gerais e os estados e municípios as normas suplementares (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
CASA CIVIL, 1988). Portanto, A Política Estadual não se exclui, mas se ajusta conforme as
disposições da nova Política Nacional.
As leis em vigência no estado de Minas Gerais e no município de Teófilo Otoni
não apresentam disposições específicas no que se refere a geladeiras como resíduo. Contudo,
pode-se destacar algumas disposições que a Política Nacional determina que os estados
desenvolvam. Segundo capítulo V, da Lei nº. 18.031/2009, do estado de Minas Gerais, as
obrigações e responsabilidades são de toda a comunidade, desde a extração dos insumos ao
consumo. Em seu art. 33, determina que os fabricantes e importadores busquem adotar
tecnologias que reduza, reutilize, reaproveite ou recicle resíduos especiais. O mesmo artigo
ainda determina que os produtos devam conter marcações claras e de fácil visualização, com
informações sobre as possibilidades de reutilização e tratamento.

4
Sistema Nacional de Meio Ambiente
5
Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
27

A lei estadual segue a Política Nacional, nos dispostos de obrigações e


responsabilidades, para a articulação integrada entre fabricantes, comerciantes, distribuidores,
revendedores e o poder público a coleta e implementação da estrutura necessária para garantir
o fluxo de retorno de resíduos.
Vale destacar ainda, uma nova emenda ao Protocolo de Montreal. Segundo a
Organização das Nações Unidas no Brasil (2016), as partes do Protocolo laçaram mão de uma
emenda, em Kigali, Ruanda, no dia 15 de outubro de 20016, que dispõe da eliminação gradual
do gás HFC. A nova emenda divide os países em três grupos para reduzir o consumo e a
produção de HFCs, sendo o prazo para os países mais desenvolvidos menor do que para as
nações em desenvolvimento. Apesar de não produzir o gás e ter seu consumo baseado nas
quantidades importadas, o Brasil terá até 2045 para cumprir a meta de redução do uso do gás.
A redução terá que ser equivalente a 20% dos níveis utilizados na média dos anos de 2020-
2022. Apesar do país não produzir o gás e ter seu consumo baseado nas quantidades
importadas.
28

4 METODOLOGIA

A escolha do método e da técnica de coleta de dados que melhor se encaixe ao


estudo é fundamental para estabelecer os devidos rumos da pesquisa. Segundo Barros e
Lehfeld (2007. p. 02) a metodologia relaciona-se a um conjunto de procedimentos que
serão utilizados para obter conhecimento. É a aplicação do método, mediante técnicas e
processos, que tornam o conhecimento adquirido legítimo. Portanto, é importante que não
se faça uma escolha equivocada do método e da técnica, segundo Bertuccci (2013, p. 45) a
escolha incorreta da metodologia comprometerá toda a etapa de coleta e análise de dados e,
consequentemente, a pesquisa.
Para Bertucci (2013, p. 45) é no capítulo da metodologia que deverão ser
definidos o tipo de pesquisa, procedimentos adotados para a realização da pesquisa, como
serão analisados e tratados os dados e juntamente informações que possam ser relevantes
para conferir a cientificidade da pesquisa.
A presente pesquisa foi desenvolvida seguindo-se uma ordem de atividades
visando atingir os objetivos traçados e seguindo-se as diretrizes da metodologia científica e
as normas técnicas da ABNT, bem como buscando-se também o cumprimento dos prazos e
obrigações estabelecidos pelo Curso de Graduação em Bacharelado em Ciência e
Tecnologia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.
A seguir serão determinadas a características da pesquisa, a delimitação do estudo
e as técnicas utilizadas para a coleta de dados.

4.1 Caracterização da pesquisa

Para a presente pesquisa, os princípios utilizados foram da pesquisa qualitativa de


caráter exploratório e descritivo. Segundo Andrade (2010, p. 112) a pesquisa exploratória, em
muitos casos, é constituída em um trabalho preparatório ou preliminar para outra pesquisa. Gil
(2007, p. 40) complementa, afirmando que seu planejamento é flexível, de modo que torna
possível considerar os mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Ainda segundo Gil
(1967 apud Selltiz et al., p. 63, 2007), na maioria dos casos as pesquisas exploratórias
envolvem: levantamento bibliográfico, entrevistas e análise de exemplos. Já a pesquisa
descritiva, segundo Andrade (2010, p. 112), os fatos são observados, registrados, analisados,
classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira ou manipule-os. Vale ressaltar
que os tipos de pesquisa não são mutuamente excludentes (VERGARA, 2009).
29

Com base nas considerações de Gill (2007) e Andrade (2010), em um primeiro


momento a presente pesquisa é de caráter exploratório, pois são examinados o ambiente e a
teoria de logística reversa na empresa, buscando o embasamento necessário para o
desenvolvimento do trabalho. Posteriormente considera-se este estudo como descritivo, uma
vez que se pretende identificar e compreender, na prática da empresa pesquisa, o processo
utilizado.
A escolha da técnica de pesquisa segundo Bertucci (2013, p. 51) é importante
devido a cada uma apresentar vantagens e limitações. A mesma autora destaca que o
pesquisador deve levar em consideração as possibilidades que terá em termos de acesso a
informação, tamanho e complexidade da fonte de pesquisa, o tempo disponível, a existência
de eventuais custos de deslocamento e outras questões que impactariam a pesquisa. Portanto,
partindo da conclusão de Bertucci (2013) o estudo de caso foi a técnica que se encaixou
adequadamente na presente pesquisa.
Considera-se esta pesquisa um estudo de caso com base nas afirmações de Yin
(2010, p. 39), que define este como uma investigação empírica de um fenômeno
contemporâneo da vida real dentro de seu contexto, especialmente quando os limites entre
fenômeno e o contexto não são definidos. Vergara (2009, p.44), simplifica, considerando o
estudo de caso um estudo com certa profundidade e detalhamento sobre uma ou poucas
unidades, compreendidas, por exemplo, como pessoas, empresa, comunidade ou país podendo
ser ou não ser realizado no campo. Na presente pesquisa é estudada a realidade particular de
uma empresa na sua área de logística reversa, procurando identificar e compreender o
processo de reaproveitamento e/ou correto descarte de geladeiras.

4.2 Universo e amostra

Definir o universo e a amostra, baseado no que afirma Vergara (2009, p. 46),


resume-se em definir toda população e população amostral, sendo que, deve-se compreender
população como um conjunto de elementos (empresas, pessoas, produto, por exemplo) que
possuem as características que serão objeto de estudo e compreender por população amostral
como parte da população (universo) escolhida segundo algum critério de representatividade.
Na presente pesquisa o universo considerado foi o corpo de funcionários da empresa X. A
população-alvo (amostra) restringiu-se ao funcionário 01 que detinha funções de
gerenciamento e ao funcionário 02 que detinha funções técnicas. No total, a população-alvo
da presente pesquisa soma 02 pessoas. A amostra foi constituída por indicação do grupo de
foco e dos próprios entrevistados sobre os funcionários que deveriam ser ouvidos na pesquisa.
30

5 COLETA E ANÁLISE DE DADOS

5.1 Coleta de dados

Segundo Barros e Lehfeld (2007, p.105), a coleta de dados é a fase da pesquisa


em que se indaga a realidade e se obtêm os dados pela aplicação de técnicas. Em pesquisas, é
comum se utilizar de questionários e entrevistas, sendo que a escolha do instrumento de
pesquisa depende do tipo de informação que se deseja obter ou do tipo de objeto de estudo.
A entrevista, determina Gil (2013, p.63), é uma técnica eficiente para obtenção de
dados em profundidade acerca dos diversos aspectos da vida social, sendo a técnica de coleta
de dados a mais flexível de que se dispões as ciências sociais. Para Bertucci (2013, p.63) a
entrevista consiste em uma indagação direta, realizada no mínimo entre duas pessoas com o
objetivo de conhecer a perspectiva do entrevistado sobre um ou variados assuntos.
Na coletada de dados pode-se optar por adequar e recolher as informações através
de um questionário. Vergara (2013, p. 52) salienta que o questionário se caracteriza por uma
série de questões apresentadas ao respondente por escrito. O questionário pode ser aberto,
pouco ou não estruturado, ou fechado, estruturado. No questionário aberto as respostas são
livres dadas pelos respondentes, enquanto no fechado o respondente faz escolhas ou pondera,
diante de alternativas apresentadas.
O método empregado na pesquisa constituiu-se de entrevista não estruturada por
meio de um questionário aberto, pois, conforme Barros (2007, p.107), na entrevista não
estruturada o pesquisador busca conseguir, por meio da conversação, dados que possam ser
aplicados em análise qualitativa, isto é, os aspectos avaliados mais relevantes de um problema
de pesquisa.

5.2 Análises de dados

O estudo de caso como estratégia de pesquisa compreende um método que


abrange tudo – com a lógica de planejamento incorporando abordagens específicas à coleta de
dados e à análise de dados (YIN, 2001, apud PRODANOV e FREITAS, 2013, p.62).
O processo de análise de dados, conforme Gil (2010, p. 125), envolve diversos
procedimentos, tais como: codificação de respostas, tabulações dos dados e cálculos
estatísticos, sendo possível ocorrer à interpretação de dados, que consiste em estabelecer a
ligação entre os resultados obtidos com outros já conhecidos, quer sejam derivados de teorias,
quer seja por estudos realizados.
31

Uma vez que os dados foram coletados, no estudo atual, por meio de entrevista
não estruturada, empregou-se, assim, as comparações dos dados obtidos com a teoria
fundamentada de modo a verificar a estrutura e os procedimentos de logística reversa
adotados pela empresa X.
O capítulo apresentado tem o objetivo de compreender e organizar de forma
coerente os dados coletados através do questionário não estruturado a única empresa
autorizada filiada as marcas que compõem a Whirlpool e outras marcas existentes da região
que abrange a cidade de Teófilo Otoni- Minas Gerais, estendendo-se até o município de
Teixeira de Freitas - Bahia, analisando-os de forma a atender os objetivos relacionados à
compreensão sobre a logística reversa de geladeiras no município de Teófilo Otoni-MG pela
empresa X.
Tendo em vista que os entrevistados possuem habilitações necessárias para
conceder as informações as quais permite assimilar o processo de logística reversa existente
em Teófilo Otoni, sendo assim, por motivo de sigilo denominamos os entrevistados de
entrevistados01 e entrevistado02 e empresa X.
A presente análise considerou as informações fornecidas na empresa X por se
tratar da única autorizada do município, não levando em considerações os outros seguimentos
informais, tais como: ferros-velhos e as empresas locais de assistência técnica, etc.
Durante a realização da entrevista foi possível observar que os entrevistados
possuíam ampla experiência no âmbito dos seus respectivos cargos. A obtenção de resultados
mais precisos e técnicos, pode-se concluir, estão relacionados ao perfil dos entrevistados. Ao
finalizar a entrevista, foi presumível notar que existe uma hierarquia tanto nas funções quanto
no fluxo de informações de cada funcionário, caracterizando uma cultura de não integração
dos dados. Todavia, é importante destacar que os profissionais, ao conhecerem melhor a
organização, estão mais propícios a identificarem possíveis oportunidades de inovação e
criação de novas formas de abordagem, conforme se verá mais adiante.
32

6 ANÁLISE DA LOGÍSTICA REVERSA DE GELADEIRAS DA EMPRESA X

O capítulo a ser apresentado tem a finalidade de descrever de maneira detalhada o


processo de logística reversa adotado pela empresa X, apresentando os resultados alcançados
pela pesquisa.

6.1 O Processo de Logística Reversa da Empresa

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos e as diretrizes da Lei Nº


12.305, de 2 de agosto de 2010 por meio da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de
vida, busca-se orientar os geradores a correta destinação de resíduos por reciclagem, por
recuperação ou por reuso de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a
minimizar os impactos ambientais. A empresa X possui um processo de recolhimento
geladeiras entre outros produtos que compõem a linha branca no segmento de refrigeração
levando em consideração a logística reversa de pós-consumo.
Para Leite (2003, apud NOVAES, 2007, p.54), através do canal reverso de pós-
consumo produtos de vida útil variável depois de um tempo de utilização perdem as
características básicas de funcionamento e tem de ser reparados, descartados, revendidos, ou
desmontados, e seus componentes podem ser comercializados separadamente num processo
de reciclagem.
Consoante, a empresa X, a rotina de atividades se inicia após a recepção da
geladeira entregue pelo cliente, em seguida, o equipamento passa por um processo de
avaliação para que se possa verificar o estado de funcionamento do mesmo, se o mesmo pode
ser reaproveitado, reciclado ou descartado. Entretanto, o descarte não pode ser realizado caso
a geladeira seja condenada, tendo em vista uma liminar judicial que impede a empresa de
fazê-lo. A empresa relatou que um de seus clientes entrou com processo judicial após retornar
a empresa depois de anos e cobrar o equipamento que não se encontrava mais em posse da
autorizada, uma vez que o mesmo havia sido repassado a terceiros, pois as acomodações
estavam lotadas.
Segundo Arima e Battaglia (2007, apud Gonçalves, 2007, p. 4), com o fim do
ciclo de vida, os produtos podem ser remanufaturados ou reciclados. Assim, a empresa X recicla
parte dos resíduos sólidos para os ferros-velhos, principalmente os compressores estragados, pois são
os mais comuns de serem trocados e não reaproveitados.
Costa et al. (2009 apud Silva et al., 2010) descreve que o ciclo de vida de um
produto é constituído por diversas etapas, sendo estas a extração, o processamento da matéria
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prima, manufatura, transporte, distribuição, uso, reuso e disposição final. De acordo com o
Instituto de Defesa do Consumidor (2013), dentre os eletrodomésticos, as geladeiras e os
freezers são os itens que possuem a maior média de vida útil, cerca de metade das geladeiras
ou freezers dos consumidores possui 10 anos ou mais. Contudo, a companhia relatou que os
ciclos de vida médios das geladeiras que chegam até a empresa são de 10 a 15 anos, mas
houve caso que algumas geladeiras datavam mais de 50 anos de uso.
Em média, conforme as informações coletadas, são recebidas a quantidade de 100
geladeiras por mês, provenientes da cidade e da região. Porém, o Censo demográfico do IBGE
de 2010, como indicado na figura 2 a seguir, indica que foram consumidos cerca de mais de
quarenta mil geladeiras por unidade domésticas em Teófilo Otoni, ou seja, um volume
relativamente alto para um processo de logística reversa que ainda está em andamento.

Figura 2 - Censo Demográfico de Unidades de Geladeiras doméstica em


Teófilo Otoni.

FONTE: IBGE, Censo Demográfico, 2010.

Conforme a Lei no 12.305/10, definições no art. 3º, os rejeitos, os resíduos sólidos


depois de esgotada as possiblidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos
disponíveis, não apresentam outra disposição senão a disposição final ambientalmente
adequada (FILHO, 2010, p.12). Contudo, a empresa não possui uma política de logística reversa bem
estrutura, não só pelo fator judicial existente, bem como pela falta de políticas municipais
conciliadoras que promovam o descarte correto previsto pela legislação. Relata-se também a não
existência de parcerias que trabalhem com a coleta e reciclagem dessas geladeiras e/ou resíduos.
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Portanto, a companhia não tem alternativa que não seja depositar os rejeitos em um galpão da empresa
ou enviá-las para algum ferro-velho para que seus componentes possam ser reciclados.
Evidenciou-se, portanto, que o sistema de logística reversa no segmento ainda está
em desenvolvimento, tendo em vista a deficiência de parcerias que atuam no processo de
reciclagem do equipamento condenado, bem como a existência de uma gestão de logística
reversa ainda mal estruturada não apenas em relação a empresa estuda, mas também uma
política municipal de resíduos sólidos.
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7 CONCLUSÃO

Ao analisar o processo de logística reversa da empresa X, bem como a literatura


científica do tema de logística reversa de pós-consumo estudado, pode-se constatar que apesar
da legislação vigente, Lei Federal de nº 12.305/10, legislação essa que possui diretrizes que
objetivam orientar os geradores e o poder público quanto a responsabilidade compartilhada
pelo ciclo de vida dos resíduos sólidos da geladeira, de modo a evitar os danos à saúde
pública e ao meio ambiente, no contexto atual pesquisado, não existe uma gestão eficiente
de planos logística reversa de geladeiras. Sendo que o cenário onde se encontra a empresa X
carece de técnicas mais eficientes para empregar o sistema de logística reversa de geladeiras e
de parcerias especializadas que possam desenvolver projetos de reciclagem de componentes
de refrigeradores, além de locais ambientalmente adequados para o descarte.
Ressalta-se também a ausência de um plano municipal que possa conciliar a coleta
seletiva e o recolhimento diferenciado de resíduos sólidos previamente selecionados nas
fontes geradoras, como aquela estabelecida pela legislação estadual, Lei 18.031 de janeira de
2009, como afirma a empresa X, tendo em vista a deficiência de parcerias que ajudem na
disposição final correta dos rejeitos. Além da liminar judicial vigente, no munícipio, que
impede o descarte do equipamento condenado, promovendo o acumulo do mesmo no galpão
da empresa situado fora do município.
Por conseguinte, gera-se uma indagação em relação à disposição final dos futuros
resíduos sólidos e rejeitos, isto é, como evitar os danos à saúde e ao meio ambiente envolvido
se ainda não existe um plano de logística reversa de geladeira bem estruturado, tendo em vista
a quantidade de geladeiras consumidas pela população de Teófilo Otoni em 2010, como
revelado pelo censo do IBGE de 2010, o clico de vida de um refrigerador, que data uma
média de 10 anos e a carência de projetos mais específicos referentes a destinação final
ambientalmente adequada dos equipamentos que surgirão num futuro próximo.
Portanto, o estudo realizado atingiu o objetivo geral almejado, quanto à
compreensão do processo de descarte de geladeiras através da logística reversa. Alcançou-se
também os objetivos específicos que eram compreender as leis que regem o processo de
reaproveitamento de geladeiras, a verificação do processo de descarte de refrigerados de uma
empresa voltados ao sistema logístico reverso vigente pela Lei Federal 12.305/10 e a Lei
Estadual 18.031/09 que tem por objetivo a gestão integrada de resíduos sólidos e a
responsabilidade compartilhada do ciclo de vida do produto.
36

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ANEXO I – QUESTIONÁRIO QUE NORTEOU A ENTREVISTA DA EMPRESA X

1. Além desta unidade, existe alguma outra autorizada em Teófilo Otoni?

2. Quais marcas estão filiadas a autorizada?

4. Como funciona o processo logístico desde a recepção, o repasse ou descarte das geladeiras?

5. Não há meios conciliadores que permitam a autorizada a se isentar dos processos judiciais,
visto que não são obrigados a depositar uma geladeira por tempo indeterminado, ou são?

6. Qual o destino das geladeiras e/ou resíduos?

7. Existe alguma parceria que trabalha na coleta dessas geladeiras ou resíduos?

8. Qual a política de reciclagem ou a unidade trabalha apenas com peças novas?

9. Qual a média de geladeiras que atendem?

10. Qual o ciclo de vida os técnicos poderiam supor que uma geladeira possui?

11. Como são armazenadas as geladeiras, uma vez que o volume de descarte é relativamente
alto?

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