Modelo Bertrand
Oligopólio
É o tipo de mercado no qual apenas algumas empresas competem entre si e há impedimento para a
entrada de novas empresas.
Em mercados oligopolistas, os produtos podem ou não ser diferenciados. O importante é que apenas
algumas empresas sejam responsáveis pela maior parte ou por toda a produção.
Esse conceito foi explicado claramente pela primeira vez, em 1951, pelo matemático John Nash.
De acordo com o conceito do Equilíbrio de Nash, cada empresa está fazendo o melhor que pode em
função daquilo que os concorrentes estão fazendo.
Concorrência de preços
Em muitos setores oligopolistas, a concorrência se dá em termos de preços. Cada um escolhe seu
preço tendo os concorrentes em mente.
As empresas determinam seus preços em vez de quantidades, principal característica que diferencia
o modelo Bertrand do modelo Cournot.
Embora característico de duopólio, o modelo de Bertrand poderia ser utilizado para explicar situações
com um maior número de empresas.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SISTEMAS DE ENERGIA
ANDRÉ DA S. SILVEIRA, MÁRCIO J. DUARTE E VICTÓRIA R. DUARTE TURMA SN6
As hipóteses subjacentes são as mesmas do modelo de Cournot, ou seja: produto homogêneo, custos
de produção idênticos e nulos, o comportamento dos duopolistas é análogo no sentido de maximizarem os
lucros e não há acordo entre eles. Os produtores estão aptos a produzir tanto quanto os consumidores
desejarem adquirir, e cada produtor supõe que o procedimento do rival é constante e fixo.
A figura 1 apresenta as curvas de reação (ORA e ORB) dos dois oligopolisstas A e B. Se o produtor
B for o primeiro a entrar no mercado oferecendo um preço OP1, o duopolista A entra no mercado pretendendo
suplantar o rival, estabelecendo o preço menor OP2, correspondendo ao ponto 1 em sua curva de reação.
Sendo os produtos homogêneos, a este preço o produtor A poderá conquistar todo o mercado e, portanto, o
duopolista B, supondo inalterado este nível de preços, estabelecerá um novo preço, inferior a OP3,
correspondente ao ponto 2 em sua curva de reação.
O processo continuará até ser atingido um equilíbrio num ponto em que os preços se igualarem aos
custos de produção, correspondente ao ponto O; desde que abaixo desse preço, as receitas serão inferiores
aos custos e um dos produtores abandonará o mercado.
O modelo possui falhas, uma vez que, mesmo que as empresas fixem preços e termine optando pelo
mesmo preço, como prevê o modelo, ele não demonstra qual a fatia das vendas caberá a cada empresa.
Porém é útil, porque nos mostra de que forma o equilíbrio resultante em um oligopólio pode depender de
modo crucial da escolha feita pelas empresas sobre qual deverá ser a variável estratégica, preço ou
quantidade.
Uma abordagem alternativa é assumir que firmas competem por preços e isto leva a resultados
diferentes. Vamos apresentar um exemplo em que duas firmas produzem um produto idêntico, por exemplo
água. As firmas escolhem os preços em que eles vendem a água, mas cada firma tem um custo marginal
constante de R$10, considerando a demanda por mercado é Q = 100 – 2P.
Precisamos derivar a demanda para cada firma, sendo que a demanda é condicional dado o preço
cobrado por outra firma. Tome a firma 2 e assuma que a firma 1 tem um preço a R$25, mas se a firma 2 faz
um preço maior do que R$25 ela não venderá nada. Se o preço é menor do que R$25 ela toma todo o mercado,
mas se a firma 2 faz o preço igual a R$25 os consumidores são indiferentes entre as duas firmas e assim, o
mercado é dividido, presumidamente 50:50. Assim, derivamos a demanda para a firma 2 onde:
q 2 = 0 se p 2 > p1 = R$25
q 2 = 100 - 2p 2 se p 2 < p1 = R$25
q 2 = 0.5(100 - 50) = 25 se p 2 = p1 = R$25
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O lucro da firma 2 é:
π 2(p1,, p 2) = 0 se p 2 > p1
π 2(p1,, p 2) = (p 2 - 10)(100 - 2p 2) se p 2 < p1
π 2(p1,, p 2) = (p 2 - 10)(50 - p 2) se p 2 = p1
Claramente isto depende de p1.
Considerando que a melhor resposta da firma 2 para qualquer preço determinado pela firma 1 seja:
– p* 2 = $30 se p1 > $30
– p* 2 = p1 - “algo pequeno” se $10 < p1 < $30
– p* 2 = $10 se p1 < $10
Temos uma melhor resposta simétrica para a firma 1
– p*1 = $30 se p 2 > $30
– p*1 = p 2 - “algo pequeno” se $10 < p 2 < $30
– p*1 = $10 se p 2 < $10
O modelo de Bertrand deixa claro que a competição em preços é muito diferente da competição em
quantidades.
Brittanica vs Encarta
Então ela decidiu entrar no mercado de enciclopédia digital vendendo o acesso online a Britannica
digital a 2000 USD por ano e em 1995, entra no mercado doméstico vendendo o acesso online a 120 USD
por ano, em 1996, o CD passou a ser vendido a 200 USD, em 2001, o CD da Britannica estava sendo
anunciado 59.95, e com um desconto de 10 USD usando mail-in-rebate. Enquanto a Encarta está sendo
anunciada a 74.95.
Modificações
Os problemas da abordagem de Bertrand para o equilíbrio p = custo marginal, ambas as firmas
necessitam capacidade suficiente para fazer p = MC e quando ambas fazem p = c, ambas dividem o mercado,
ambas deveriam ter uma capacidade ociosa muito grande e isto chama a atenção para a escolha de
capacidade e escolher capacidade é escolher quantidade. A competição por preço incita as firmas a fazer
diferenciação de produtos fugindo do equilíbrio padrão de Bertrand.
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Referências Bibliográficas
MORAES, Cássia Roberta de Oliveira; SILVA, Jefferson Rangel da; MANHÃES, Nathália Eccard. Modelos
Clássicos. 2010. Universidade Estadual do Norte Fluminense. Disponível em:
<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA7sUAL/modelos-classicos-oligopolio>. Acesso em: 22 mar. 2018.