RESUMO
A mais recente técnica de melhoria de solos por injecção – jet grouting – tem sofrido nos últimos anos
um rápido desenvolvimento, sendo utilizada em diversas situações, incluindo obras provisórias e
definitivas, nomeadamente, escavações, reforço de fundações, cortinas impermeáveis e túneis. A
utilização crescente desta técnica foi acompanhada de um importante desenvolvimento ao nível dos
sistemas de injecção, carecendo, todavia, de regras de dimensionamento e de controlo da qualidade.
ABSTRACT
In the last years, the most recent soil improvement technique by grouting - jet grouting - has been
subject to rapid development. It is used in the most diversified situations, including provisional and
definitive works, namely in excavations, in underpinning, in the execution of cut-off and in tunnels.
The increasing use of this technique has been followed by the development of injection method.
Anyway, design and execution control procedures need to be much improved.
In this paper are identified the principal parameters of the jet grouting technique, their influence on the
geometry of the consolidated body and on the final characteristics of the treated material – strength,
deformability and permeability – and the major conclusions about this subject from numerous studies.
At last, several studies aiming the development, in the future, of the technique designing rules and the
quality control are proposed.
1- INTRODUÇÃO
O jet grouting é uma técnica de melhoria de solos realizada directamente no interior do terreno sem
escavação prévia, utilizando para tal um ou mais jactos horizontais de grande velocidade (cerca de
250 m/s) que aplicam a sua elevada energia cinética na desagregação da estrutura do terreno natural e
na mistura de calda de cimento com as partículas de solo desagregado, dando origem a um material de
melhores características mecânicas do que o inicial e de menor permeabilidade.
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VII Congresso Nacional de Geotecnia
A etapa seguinte difere de acordo com o tipo de geometria pretendida. Assim, no caso de se pretender
obter um corpo cilíndrico, imprime-se à vara um movimento rotacional e inicia-se a bombagem de
calda no seu interior, ao mesmo tempo que a vara é elevada através do furo com uma velocidade
constante, por forma a que a cada período de tempo corresponda uma ascensão da vara de um
comprimento fixo, designado por passo vertical. Concluída a execução do corpo cilíndrico retira-se a
vara do furo, preenchendo aquele de calda por gravidade até ao seu topo. No caso de se pretender
realizar um corpo de geometria plana (painel) o processo é idêntico ao descrito, mas com uma
diferença que consiste na ascensão da vara sem movimento rotacional.
A aplicação da técnica de jet grouting em obras geotécnicas é actualmente ponderada como uma das
soluções possíveis, em particular nos países com um desenvolvimento significativo na área dos túneis
em zonas urbanas, ou na construção de estruturas em zonas densamente habitadas, ou ainda naqueles
em que reabilitação das edificações em zonas históricas tem sofrido um acréscimo considerável nos
últimos anos.
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Melhoramento de Solos
A versatilidade do jet grouting no que respeita ao tipo de solos passíveis de serem tratados por esta
técnica, à geometria do tratamento e, ainda, aos locais a partir dos quais a técnica pode ser implemen-
tada, traduz-se por um aumento progressivo da sua utilização desde a sua origem até aos dias de hoje.
No Quadro 1 faz-se a síntese do tipo de aplicações mais comuns de jet grouting e situações em que a
sua utilização poderá constituir uma solução técnica e económica mais vantajosa relativamente às
soluções convencionais. Para além das aplicações referidas no quadro, refere-se ainda a selagem de
depósitos de materiais contaminantes, a execução de ancoragens, o aumento da resistência ao
carregamento de aterros de estradas ou ferrovias, entre outras.
A técnica de jet grouting subdivide-se, essencialmente, em três métodos que se baseiam no mesmo
processo físico e que se representam na Fig. 2. São designados por sistema de jacto simples ou JET1,
sistema de jacto duplo, ou JET2, e sistema de jacto triplo, ou JET3.
Com o sistema de jacto simples são utilizados um ou mais jactos horizontais de calda de cimento, a
grande velocidade, para simultaneamente desagregar e misturar com as partículas de solo.
O seu campo de aplicação - JET1 - encontra-se restringido aos solos coesivos com valores do ensaio
SPT inferiores a 5 a 10 pancadas e a solos incoerentes com valores de SPT inferiores a 20. Esta
restrição é explicável pela resistência oposta pelos solos de maior consistência ou mais densos à acção
do jacto. Efectivamente, na desagregação/corte dos terrenos é necessário empregar um esforço
energético que é demasiado elevado em terrenos que não se enquadram nos limites anteriores,
tornando o processo pouco eficiente e demasiado dispendioso.
O sistema JET2 difere do simples pela utilização de ar comprimido a envolver o jacto de calda. A
acção desagregadora e de mistura / aglutinação é de igual forma exercida pelo jacto de calda de ele-
vada velocidade, sendo a envolvente de ar comprimido responsável pelo aumento do alcance do jacto.
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Melhoramento de Solos
O procedimento é em tudo idêntico ao do sistema de jacto simples, utilizando-se porém duas varas
coaxiais. Na fase de injecção, a calda de cimento circula pela vara interior a elevada pressão e o ar
comprimido, gerado por um compressor, passa pelo espaço anelar definido pelas duas varas. Na saída
do bico comum ocorre o envolvimento do jacto de calda por ar comprimido, aumentando
significativamente o seu alcance. Durante a fase de perfuração a água circula pelo tubo interno e o ar
comprimido é mantido com um reduzido caudal para evitar a ocorrência de obstruções.
O método de jacto duplo pode ser utilizado em vários tipos de terrenos, desde argilas, a areias e a solos
com cascalho. No entanto, em solos coesivos, é habitual limitar a sua utilização aos terrenos com
valores de SPT inferiores a 10.
O princípio básico do método de jacto triplo consiste na separação das acções de erosão e de
preenchimento e/ou mistura com o solo desagregado. Assim, o sistema triplo é constituído por três
jactos com as funções que se indicam subsequentemente.
• Jacto de água: é utilizado para destruir a estrutura do terreno. Parte da água injectada sai através
do furo trazendo algum do solo erodido.
• Jacto de ar: o ar é injectado através do mesmo bico de injecção de água envolvendo-a e
aumentando o efeito desagregador daquela. O jacto de ar também provoca a emulsão da mistura
água – solo erodido, reduzindo a sua densidade e facilitando a sua saída para o exterior.
• Jacto de calda: a calda, injectada através de um segundo bico posicionado abaixo do bico de
injecção de água e ar, mistura-se com o terreno que permanece na cavidade após a passagem do
jacto de água e ar, dando origem a um corpo solidificado.
Para o efeito são utilizadas três varas coaxiais que separam a água, o ar e a calda. O método pode ser
aplicado sem restrições em qualquer tipo de solo, no entanto, em solos coesivos a sua aplicação tem
sido feita, na generalidade dos casos, a solos com valores de SPT inferiores a 15.
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O método de melhoria de terrenos – jet grouting – é regido por uma série de parâmetros que variam
consoante o sistema escolhido para a realização do tratamento. Da escolha correcta de cada um dos
valores a atribuir aos parâmetros depende a eficiência do processo, a geometria do corpo de solo
consolidado, a sua resistência, deformabilidade e permeabilidade. Os parâmetros comuns aos três
métodos são a i) pressão do fluído aglutinante; ii) caudal do fluído aglutinante; iii) número de bicos de
injecção; iv) diâmetros dos bicos de injecção; v) relação água / cimento do fluído aglutinante; vi)
velocidade de subida da vara e vii) velocidade de rotação da vara.
Alguns dos parâmetros anteriores são função do tipo de equipamento pertença da empresa que executa
o trabalho, estando, portanto, condicionados pelas capacidades e/ou características desse equipamento.
Nesta situação incluem-se o número de bicos de injecção e respectivo diâmetro, a pressão e caudal do
fluído.
No que respeita ao método de jacto triplo, há que definir os parâmetros relacionados com o jacto de
fluído que tem como função a erosão do terreno constituído por água e ar. Assim, para além dos
parâmetros indicados anteriormente, para o método de jacto duplo, dever-se-ão definir a pressão e o
caudal da água, o número e diâmetro dos bicos de injecção.
Em algumas situações particulares, o tratamento é efectuado em duas fases, sendo a primeira de pré –
furação, mediante a utilização de um jacto de água a elevada pressão com movimento ascendente e
rotacional, seguindo-se o procedimento normal de jet grouting, que poderá ser realizado através de
qualquer um dos sistemas – jacto simples, duplo ou triplo. Neste caso específico, é necessário definir
os parâmetros da pré – furação que incluem o número de bicos e o respectivo diâmetro, assim como o
caudal e a pressão de injecção da água.
No que concerne aos valores usualmente adoptados, indicam-se no Quadro 3, os limites máximos e
mínimos daqueles parâmetros, de acordo com o sistema utilizado no tratamento e que resultaram da
compilação dos valores indicados na bibliografia da especialidade.
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Melhoramento de Solos
Os parâmetros do procedimento são dependentes entre si. Da pressão de injecção e da secção dos bicos
de injecção, função do número de bicos e do respectivo diâmetro, depende o valor máximo de caudal
de fluído injectado. No que respeita à velocidade de rotação (Vr), esta deve ser definida a partir do
passo, do número mínimo de rotações da vara em cada passo (em geral duas por passo para um só bico
de injecção) e do tempo gasto na injecção em cada passo. Assim:
2
Vr = (rpm) (1)
1
× passo
Vs
em que: Vs é a velocidade de subida da vara (m/min).
O passo é definido de acordo com o tipo de solo. Em terrenos incoerentes o jacto tende a dispersar-se
desagregando as partículas numa área de influência superior. Em solos coesivos o jacto tende a
concentrar-se, devendo por esse motivo reduzir-se o passo, evitando desta forma que porções de argila
permaneçam incorporadas na coluna. Em solos argilosos é habitual considerar para o passo valores da
ordem de 4 cm. No que respeita a solos arenosos, este valor pode ser superior, da ordem de 8 cm.
Relativamente à relação dos parâmetros referidos com outras variáveis do tratamento, é possível
indicar as seguintes:
PRESSÃO DE INJECÇÃO
IMPACTO DINÂMICO
DIÂMETRO DO BICO
PRESSÃO DE INJECÇÃO
CAUDAL ENERGIA DE INJECÇÃO
VELOCIDADE DE SUBIDA
VELOCIDADE DE SUBIDA
CAUDAL CONSUMO DE CIMENTO
RELAÇÃO ÁGUA / CIMENTO
O impacto dinâmico é um dos factores que intervém no mecanismo físico do jacto sendo expresso pela
seguinte fórmula (Hachich et al, 1996):
π × D 02
I = 2× ×P (2)
4
em que:D0 é o diâmetro do bico de injecção (m);
P é a pressão de injecção (MPa).
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P×Q
E= (MJ/m) (3)
Vs
em que:P é a pressão de injecção (MPa);
Q é o caudal do fluído (m3/min);
Vs é a velocidade de subida da vara (m/min).
No que respeita ao consumo de cimento, a sua quantificação pode ser efectuada através da seguinte
expressão:
Q × (1/Vs )× γ calda
C= (kg/m) (4)
1+ a c
em que:Q é o caudal do fluído (m3/min);
Vs é a velocidade de subida da vara (m/min);
γcalda é o peso específico da calda (kg/m3);
a/c é a relação água / cimento da calda.
O peso específico da calda é fornecido pela seguinte expressão, função dos pesos específicos do
cimento e da água e da relação água / cimento da calda:
1
γ c × (1 + )
ac
γ calda = (kN/m3) (5)
γ ×a c
1+ c
γw
A dificuldade referida resulta, principalmente, desta técnica conduzir não a uma substituição total do
solo, mas sim à mistura da substância aglutinante com o terreno. Desta forma, o resultado depende das
características iniciais do terreno e da percentagem de substituição ocorrida, assim como da
uniformidade de execução do tratamento em profundidade.
Para além dos factores já referidos, as características finais do solo tratado dependem também dos
parâmetros do procedimento, entre os quais se distinguem a pressão e caudal do fluído de injecção, a
velocidade de subida da vara e a velocidade de rotação. Estes parâmetros são estabelecidos de acordo
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Melhoramento de Solos
com os resultados pretendidos, sendo em geral aferidos, previamente à construção, através de um gru-
po de colunas de ensaio, realizadas em condições idênticas às que ocorrem nas colunas definitivas.
No que respeita à geometria do corpo consolidado refere-se que os parâmetros que influenciam esta
característica são as condições e características iniciais do terreno, designadamente a sua compacidade
ou consistência, o tipo de sistema utilizado – jacto simples, duplo ou triplo – e os parâmetros do
procedimento, entre os quais se distinguem a pressão de injecção, o caudal do fluído que procede à
desagregação do solo e a velocidade de subida da vara.
i) O diâmetro das colunas realizadas em solos incoerentes e coesivos pelo sistema de jacto
simples é inferior ao resultante da aplicação do sistema de jacto duplo. Os maiores diâmetros
resultam da aplicação do sistema de jacto triplo.
ii) O diâmetro das colunas realizadas em solos incoerentes é superior ao das colunas efectuadas
em solos coesivos, para o mesmo valor de SPT e qualquer que seja o sistema utilizado.
iii) Os limites máximos e mínimos de variação do diâmetro das colunas com o valor de NSPT são
expressos pelos gráficos das Figuras 3 e 4 elaborados com base nos gráficos fornecidos por
diversos autores, nomeadamente Tornaghi, Miki, Botto, Nisio e JJGA.
iv) O diâmetro das colunas realizadas, quer em solos coesivos quer em solos incoerentes, cresce
com o aumento da pressão de injecção, quando se utiliza o sistema de jacto simples.
v) Com o aumento da velocidade de subida da vara decresce o valor do diâmetro, em qualquer
tipo de solo e com qualquer sistema de jet grouting.
vi) Com o aumento do diâmetro da coluna reduz-se o valor da energia por unidade de volume de
material tratado despendido na formação da coluna.
vii) A energia por unidade de volume de material tratado necessária à execução de colunas pelo
sistema triplo é superior à despendida pelo sistema duplo que, por sua vez, é superior à gasta
pelo sistema de jacto simples em colunas com o mesmo diâmetro.
SOLOS INCOERENTES
2.00
Diâmetro (m)
1.50
1.00
0.50
0.00
0 10 20 30 40 50 60
NSPT
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SOLOS COESIVOS
Jacto simples
Jacto duplo
3.00
Jacto triplo
2.50
Experiência Brasileira
(JET1)
Diâmetro (m)
2.00
1.50
1.00
0.50
0.00
0 2 4 6 8 10 12 14 16
NSPT
A resistência e deformabilidade do material tratado também são condicionadas pelas condições iniciais
do terreno, das respectivas características mecânicas e hidráulicas e pelo tipo de sistema adoptado na
realização do tratamento. Os parâmetros do procedimento que mais contribuem para o valor final
destas características incluem a velocidade de rotação, a relação água / cimento da calda, a velocidade
de subida da vara e o caudal, dos quais depende a quantidade de cimento existente no volume de
material tratado. A resistência e deformabilidade do solo tratado são as características que apresentam
maior dispersão, diferindo substancialmente de autor para autor.
No que concerne à resistência mecânica dos materiais tratados pela técnica de jet grouting sublinham-
se os aspectos qualitativos indicados nos itens subsequentes.
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Durante a recolha de dados relativos à aplicação da técnica de jet grouting, foi observada uma elevada
dispersão dos valores das características dos materiais tratados que resulta, principalmente, das
diferentes condições em que os tratamentos foram realizados, uma vez que cada autor traduz,
naturalmente, a sua própria experiência na aplicação da técnica.
O estudo das características do terreno tratado deve ser efectuado individualmente para cada tipo de
sistema e para diferentes tipos de solos, tendo presente que a divisão dos tipos de solos em solos
incoerentes e solos coesivos não é suficiente. Com efeito, a influência dos diversos parâmetros
intervenientes no processo sobre os resultados obtidos não é, em princípio, idêntica para solos soltos e
solos densos ou para solos moles e solos rijos.
No que respeita à geometria do tratamento, para cada tipo de sistema e tipo de solo, a influência da
pressão de injecção, do caudal de fluído de corte, da velocidade de subida e da energia específica, deve
ser analisada, fazendo variar o parâmetro em questão e mantendo os restantes constantes. Assim, se se
pretender determinar a forma como a pressão de injecção influencia o diâmetro da coluna, devem ser
mantidos constantes os valores do caudal, da velocidade de subida, da velocidade de rotação, etc. Este
estudo deve ser efectuado para diversos valores dos parâmetros referidos e para diferentes tipos de
solo.
Obviamente que a obtenção dos valores especificados no projecto dependem de um controlo rigoroso
da qualidade, desde a fase de projecto, através de uma campanha de prospecção geotécnica adequada
aos objectivos pretendidos, passando pela execução do tratamento e terminando no controlo das
características do material tratado. No que respeita ao controlo de execução, refere-se que a aquisição
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de dados contínua e em tempo real de alguns parâmetros do procedimento é já prática comum de todos
os empreiteiros especializados na técnica de jet grouting.
Relativamente às aplicações típicas do jet grouting, o desenvolvimento da técnica deve permitir que o
dimensionamento das soluções não seja feito com bases empíricas, traduzindo-se por um sobre -
dimensionamento e um aumento dispensável dos custos.
Uma referência final para a necessidade de proceder à observação das obras e à realização de ensaios
que permitam resolver as incógnitas de dimensionamento existentes. Refere-se, em particular, o caso
de reforço de fundações, ou mesmo de fundações, para os quais um adequado sistema de observação e
uma campanha de ensaios de carga poderão ajudar a esclarecer a sua interacção com o terreno e com a
superestrutura.
7– CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
A autora deseja agradecer ao Eng.º Rui Correia pela orientação e interesse demonstrados durante a
realização da Tese de Mestrado e à Teixeira Duarte por toda a informação gentilmente facultada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Baumann, V.; Dupeuble, P. (1984). The jet grouting process and its utilization in some European
countries. Colectânea da Teixeira Duarte, S.A.
Miki, G. (1985). Soil improvement by jet grouting. 3rd International Geotechnical Seminar on Soil
Improvement Methods, Singapore, pp. 1-5
Paviani, A. (1989). Panelist Contribution. XII International Conference on Soil Mechanics and
Foundation Engineering, Rio de Janeiro, pp. 3019-3024
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