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CÓDIGO DE ÉTICA DA MAGISTRATURA


NACIONAL

(Aprovado na 68ª Sessão Ordinária do CAPÍTULO II II - de abster-se de emitir opinião sobre


Conselho Nacional de Justiça, do dia 06 INDEPENDÊNCIA processo pendente de julgamento, seu
de agosto de 2008, nos autos do Processo ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre
nº 200820000007337) Art. 4º Exige-se do magistrado que se- despachos, votos, sentenças ou acórdãos,
ja eticamente independente e que não de órgãos judiciais, ressalvada a crítica
O CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no
interfira, de qualquer modo, na atuação nos autos, doutrinária ou no exercício do
exercício da competência que lhe atribuí-
jurisdicional de outro colega, exceto em magistério.
ram a Constituição Federal (art. 103-B, § 4º, I
respeito às normas legais.
e II), a Lei Orgânica da Magistratura Nacional Art. 13. O magistrado deve evitar com-
(art. 60 da LC nº 35/79) e seu Regimento Art. 5º Impõe-se ao magistrado pautar- portamentos que impliquem a busca
Interno (art. 19, incisos I e II); -se no desempenho de suas atividades injustificada e desmesurada por reconhe-
Considerando que a adoção de Código sem receber indevidas influências externas cimento social, mormente a autopromoção
de Ética da Magistratura é instrumento e estranhas à justa convicção que deve em publicação de qualquer natureza.
essencial para os juízes incrementarem a formar para a solução dos casos que lhe
sejam submetidos. Art. 14. Cumpre ao magistrado ostentar
confiança da sociedade em sua autoridade conduta positiva e de colaboração para
moral; Art. 6º É dever do magistrado denunciar com os órgãos de controle e de aferição
Considerando que o Código de Ética da qualquer interferência que vise a limitar de seu desempenho profissional.
Magistratura traduz compromisso institu- sua independência.
cional com a excelência na prestação do CAPÍTULO V
Art. 7º A independência judicial implica INTEGRIDADE PESSOAL E
serviço público de distribuir Justiça e, assim, que ao magistrado é vedado participar de PROFISSIONAL
mecanismo para fortalecer a legitimidade atividade político-partidária.
do Poder Judiciário; Art. 15. A integridade de conduta do ma-
CAPÍTULO III
Considerando que é fundamental para a IMPARCIALIDADE gistrado fora do âmbito estrito da atividade
magistratura brasileira cultivar princípios jurisdicional contribui para uma fundada
éticos, pois lhe cabe também função edu- Art. 8º O magistrado imparcial é aquele confiança dos cidadãos na judicatura.
cativa e exemplar de cidadania em face dos que busca nas provas a verdade dos fatos, Art. 16. O magistrado deve comportar-
demais grupos sociais; com objetividade e fundamento, mantendo -se na vida privada de modo a dignificar
Considerando que a Lei veda ao magis- ao longo de todo o processo uma distân- a função, cônscio de que o exercício da
trado “procedimento incompatível com cia equivalente das partes, e evita todo o atividade jurisdicional impõe restrições e
a dignidade, a honra e o decoro de suas tipo de comportamento que possa refletir exigências pessoais distintas das acometi-
funções” e comete-lhe o dever de “manter favoritismo, predisposição ou preconceito. das aos cidadãos em geral.
conduta irrepreensível na vida pública e Art. 9º Ao magistrado, no desempenho de Art. 17. É dever do magistrado recusar
particular” (LC nº 35/79, arts. 35, inciso VIII, sua atividade, cumpre dispensar às partes benefícios ou vantagens de ente público,
e 56, inciso II); e igualdade de tratamento, vedada qualquer de empresa privada ou de pessoa física que
Considerando a necessidade de minuden- espécie de injustificada discriminação. possam comprometer sua independência
ciar os princípios erigidos nas aludidas Parágrafo único. Não se considera trata- funcional.
normas jurídicas; mento discriminatório injustificado:
RESOLVE aprovar e editar o presente CÓDI-
Art. 18. Ao magistrado é vedado usar para
I - a audiência concedida a apenas uma fins privados, sem autorização, os bens
GO DE ÉTICA DA MAGISTRATURA NACIO- das partes ou seu advogado, contanto que públicos ou os meios disponibilizados para
NAL, exortando todos os juízes brasileiros se assegure igual direito à parte contrária, o exercício de suas funções.
à sua fiel observância. caso seja solicitado;
II - o tratamento diferenciado resultante
Art. 19. Cumpre ao magistrado adotar as
CAPÍTULO I medidas necessárias para evitar que pos-
DISPOSIÇÕES GERAIS de lei.
sa surgir qualquer dúvida razoável sobre
CAPÍTULO IV a legitimidade de suas receitas e de sua
Art. 1º O exercício da magistratura exi- TRANSPARÊNCIA situação econômico-patrimonial.
ge conduta compatível com os preceitos
deste Código e do Estatuto da Magistra- CAPÍTULO VI
Art. 10. A atuação do magistrado deve ser DILIGÊNCIA E DEDICAÇÃO
tura, norteando-se pelos princípios da transparente, documentando-se seus atos,
independência, da imparcialidade, do co- sempre que possível, mesmo quando não
nhecimento e capacitação, da cortesia, da Art. 20. Cumpre ao magistrado velar pa-
legalmente previsto, de modo a favorecer ra que os atos processuais se celebrem
transparência, do segredo profissional, da sua publicidade, exceto nos casos de sigilo com a máxima pontualidade e para que os
prudência, da diligência, da integridade contemplado em lei. processos a seu cargo sejam solucionados
profissional e pessoal, da dignidade, da
honra e do decoro.
Art. 11. O magistrado, obedecido o segre- em um prazo razoável, reprimindo toda e
do de justiça, tem o dever de informar ou qualquer iniciativa dilatória ou atentatória
Art. 2º Ao magistrado impõe-se primar mandar informar aos interessados acerca à boa-fé processual.
pelo respeito à Constituição da República dos processos sob sua responsabilidade, de Art. 21. O magistrado não deve assu-
e às leis do País, buscando o fortalecimento forma útil, compreensível e clara. mir encargos ou contrair obrigações que
das instituições e a plena realização dos
Art. 12. Cumpre ao magistrado, na sua perturbem ou impeçam o cumprimento
valores democráticos. apropriado de suas funções específicas,
relação com os meios de comunicação
Art. 3º A atividade judicial deve desen- social, comportar-se de forma prudente e ressalvadas as acumulações permitidas
volver-se de modo a garantir e fomentar a equitativa, e cuidar especialmente: constitucionalmente.
dignidade da pessoa humana, objetivando I - para que não sejam prejudicados direi- § 1º O magistrado que acumular, de con-
assegurar e promover a solidariedade e a tos e interesses legítimos de partes e seus formidade com a Constituição Federal, o
justiça na relação entre as pessoas. procuradores; exercício da judicatura com o magistério

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Art. 22 CÓDIGO DE ÉTICA DA MAGISTRATURA NACIONAL
deve sempre priorizar a atividade judicial, CAPÍTULO IX Art. 35. O magistrado deve esforçar-se
dispensando-lhe efetiva disponibilidade SIGILO PROFISSIONAL para contribuir com os seus conhecimentos
e dedicação. teóricos e práticos ao melhor desenvol-
§ 2º O magistrado, no exercício do magis- Art. 27. O magistrado tem o dever de vimento do Direito e à administração da
guardar absoluta reserva, na vida pública
tério, deve observar conduta adequada Justiça.
e privada, sobre dados ou fatos pessoais
à sua condição de juiz, tendo em vista Art. 36. É dever do magistrado atuar no
de que haja tomado conhecimento no
que, aos olhos de alunos e da sociedade, sentido de que a instituição de que faz parte
exercício de sua atividade.
o magistério e a magistratura são indisso- ofereça os meios para que sua formação
ciáveis, e faltas éticas na área do ensino Art. 28. Aos juízes integrantes de órgãos
colegiados impõe-se preservar o sigilo de seja permanente.
refletirão necessariamente no respeito à
função judicial. votos que ainda não hajam sido proferidos e CAPÍTULO XI
daqueles de cujo teor tomem conhecimen- DIGNIDADE, HONRA E DECORO
CAPÍTULO VII to, eventualmente, antes do julgamento.
CORTESIA Art. 37. Ao magistrado é vedado proce-
CAPÍTULO X
CONHECIMENTO E CAPACITAÇÃO dimento incompatível com a dignidade, a
Art. 22. O magistrado tem o dever de honra e o decoro de suas funções.
cortesia para com os colegas, os membros
do Ministério Público, os advogados, os
Art. 29. A exigência de conhecimento e Art. 38. O magistrado não deve exercer
de capacitação permanente dos magistra- atividade empresarial, exceto na condição
servidores, as partes, as testemunhas e
dos tem como fundamento o direito dos de acionista ou cotista e desde que não
todos quantos se relacionem com a admi-
jurisdicionados e da sociedade em geral à exerça o controle ou gerência.
nistração da Justiça. obtenção de um serviço de qualidade na
Parágrafo único. Impõe-se ao magistrado administração de Justiça. Art. 39. É atentatório à dignidade do car-
a utilização de linguagem escorreita, poli- go qualquer ato ou comportamento do
da, respeitosa e compreensível. Art. 30. O magistrado bem formado é
magistrado, no exercício profissional, que
o que conhece o Direito vigente e de-
Art. 23. A atividade disciplinar, de correi- senvolveu as capacidades técnicas e as implique discriminação injusta ou arbitrária
ção e de fiscalização serão exercidas sem atitudes éticas adequadas para aplicá-lo de qualquer pessoa ou instituição.
infringência ao devido respeito e conside- corretamente. CAPÍTULO XII
ração pelos correicionados. DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 31. A obrigação de formação contí-
CAPÍTULO VIII nua dos magistrados estende-se tanto às
PRUDÊNCIA matérias especificamente jurídicas quan- Art. 40. Os preceitos do presente Código
to no que se refere aos conhecimentos e complementam os deveres funcionais dos
Art. 24. O magistrado prudente é o que técnicas que possam favorecer o melhor juízes que emanam da Constituição Federal,
busca adotar comportamentos e decisões cumprimento das funções judiciais. do Estatuto da Magistratura e das demais
que sejam o resultado de juízo justificado disposições legais.
Art. 32. O conhecimento e a capacitação
racionalmente, após haver meditado e va- dos magistrados adquirem uma intensi- Art. 41. Os Tribunais brasileiros, por
lorado os argumentos e contra-argumentos dade especial no que se relaciona com ocasião da posse de todo Juiz, entregar-
disponíveis, à luz do Direito aplicável. as matérias, as técnicas e as atitudes que -lhe-ão um exemplar do Código de Ética
Art. 25. Especialmente ao proferir de- levem à máxima proteção dos direitos hu- da Magistratura Nacional, para fiel obser-
cisões, incumbe ao magistrado atuar de manos e ao desenvolvimento dos valores vância durante todo o tempo de exercício
forma cautelosa, atento às consequências constitucionais. da judicatura.
que pode provocar. Art. 33. O magistrado deve facilitar e pro- Art. 42. Este Código entra em vigor, em
Art. 26. O magistrado deve manter atitude mover, na medida do possível, a formação todo o território nacional, na data de sua
aberta e paciente para receber argumen- dos outros membros do órgão judicial. publicação, cabendo ao Conselho Nacional
tos ou críticas lançados de forma cortês e Art. 34. O magistrado deve manter uma de Justiça promover-lhe ampla divulgação.
respeitosa, podendo confirmar ou retificar atitude de colaboração ativa em todas Brasília, 26 de agosto de 2008.
posições anteriormente assumidas nos pro- as atividades que conduzem à formação (Publicado no DJ, páginas 1 e 2, do dia 18
cessos em que atua. judicial. de setembro de 2008)

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legislação complementar Art. 1º

LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996

Estabelece as diretrizes e bases da educação na- TÍTULO III constituída e, ainda, o Ministério Público,
cional. DO DIREITO À EDUCAÇÃO E DO acionar o poder público para exigi-lo. (Re-
O Presidente da República DEVER DE EDUCAR dação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
Faço saber que o Congresso Nacional de- § 1º O poder público, na esfera de sua
creta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 4º O dever do Estado com educação competência federativa, deverá: (Redação
escolar pública será efetivado mediante dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
a garantia de: I - recensear anualmente as crianças e
TÍTULO I adolescentes em idade escolar, bem como
I - educação básica obrigatória e gratuita
DA EDUCAÇÃO dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de os jovens e adultos que não concluíram a
idade, organizada da seguinte forma: (Re- educação básica; (Redação dada pela Lei
Art. 1º A educação abrange os processos dação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) nº 12.796, de 2013)
formativos que se desenvolvem na vida fa- II - fazer-lhes a chamada pública;
a) pré-escola; (Incluído pela Lei nº 12.796,
miliar, na convivência humana, no trabalho, III - zelar, junto aos pais ou responsáveis,
de 2013)
nas instituições de ensino e pesquisa, nos pela freqüência à escola.
b) ensino fundamental; (Incluído pela Lei
movimentos sociais e organizações da so- nº 12.796, de 2013) § 2º Em todas as esferas administrativas, o
ciedade civil e nas manifestações culturais. c) ensino médio; (Incluído pela Lei nº 12.796, Poder Público assegurará em primeiro lugar
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, de 2013) o acesso ao ensino obrigatório, nos termos
que se desenvolve, predominantemen- II - educação infantil gratuita às crianças deste artigo, contemplando em seguida os
te, por meio do ensino, em instituições de até 5 (cinco) anos de idade; (Redação demais níveis e modalidades de ensino,
próprias. dada pela Lei nº 12.796, de 2013) conforme as prioridades constitucionais
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se III - atendimento educacional espe- e legais.
ao mundo do trabalho e à prática social. cializado gratuito aos educandos com § 3º Qualquer das partes mencionadas no
deficiência, transtornos globais do de- caput deste artigo tem legitimidade para
TÍTULO II senvolvimento e altas habilidades ou su- peticionar no Poder Judiciário, na hipótese
DOS PRINCÍPIOS E FINS DA perdotação, transversal a todos os níveis, do § 2º do art. 208 da Constituição Federal,
etapas e modalidades, preferencialmente sendo gratuita e de rito sumário a ação
EDUCAÇÃO NACIONAL
na rede regular de ensino; (Redação dada judicial correspondente.
pela Lei nº 12.796, de 2013) § 4º Comprovada a negligência da autori-
Art. 2º A educação, dever da família e do dade competente para garantir o ofereci-
Estado, inspirada nos princípios de liberda- IV - acesso público e gratuito aos ensinos
fundamental e médio para todos os que mento do ensino obrigatório, poderá ela ser
de e nos ideais de solidariedade humana, imputada por crime de responsabilidade.
tem por finalidade o pleno desenvolvi- não os concluíram na idade própria; (Re-
dação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) § 5º Para garantir o cumprimento da obriga-
mento do educando, seu preparo para o toriedade de ensino, o Poder Público criará
exercício da cidadania e sua qualificação V - acesso aos níveis mais elevados do
formas alternativas de acesso aos diferentes
para o trabalho. ensino, da pesquisa e da criação artística,
níveis de ensino, independentemente da
segundo a capacidade de cada um; escolarização anterior.
Art. 3º O ensino será ministrado com base VI - oferta de ensino noturno regular, ade-
nos seguintes princípios: quado às condições do educando; Art. 6º É dever dos pais ou responsáveis
I - igualdade de condições para o acesso e efetuar a matrícula das crianças na educa-
VII - oferta de educação escolar regular ção básica a partir dos 4 (quatro) anos de
permanência na escola; para jovens e adultos, com características idade. (Redação dada pela Lei nº 12.796,
II - liberdade de aprender, ensinar, pesqui- e modalidades adequadas às suas neces- de 2013)
sar e divulgar a cultura, o pensamento, a sidades e disponibilidades, garantindo-se
arte e o saber; aos que forem trabalhadores as condições Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada,
de acesso e permanência na escola; atendidas as seguintes condições:
III - pluralismo de idéias e de concepções
I - cumprimento das normas gerais da
pedagógicas; VIII - atendimento ao educando, em todas
educação nacional e do respectivo siste-
IV - respeito à liberdade e apreço à tole- as etapas da educação básica, por meio
ma de ensino;
rância; de programas suplementares de material
didático-escolar, transporte, alimentação II - autorização de funcionamento e ava-
V - coexistência de instituições públicas e e assistência à saúde; (Redação dada pela liação de qualidade pelo Poder Público;
privadas de ensino; Lei nº 12.796, de 2013) III - capacidade de autofinanciamento,
VI - gratuidade do ensino público em esta- ressalvado o previsto no art. 213 da Cons-
IX - padrões mínimos de qualidade de en-
belecimentos oficiais; tituição Federal.
sino, definidos como a variedade e quan-
VII - valorização do profissional da educa- tidade mínimas, por aluno, de insumos
ção escolar; indispensáveis ao desenvolvimento do TÍTULO IV
processo de ensino-aprendizagem. DA ORGANIZAÇÃO DA
VIII - gestão democrática do ensino públi- EDUCAÇÃO NACIONAL
co, na forma desta Lei e da legislação dos X - vaga na escola pública de educação
sistemas de ensino; infantil ou de ensino fundamental mais
próxima de sua residência a toda criança a
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito
IX - garantia de padrão de qualidade; Federal e os Municípios organizarão, em
partir do dia em que completar 4 (quatro)
X - valorização da experiência extra-es- regime de colaboração, os respectivos
anos de idade. (Incluído pela Lei nº 11.700,
colar; sistemas de ensino.
de 2008).
§ 1º Caberá à União a coordenação da
XI - vinculação entre a educação escolar, o
Art. 5º O acesso à educação básica obriga- política nacional de educação, articulan-
trabalho e as práticas sociais. tória é direito público subjetivo, podendo do os diferentes níveis e sistemas e exer-
XII - consideração com a diversidade qualquer cidadão, grupo de cidadãos, as- cendo função normativa, redistributiva e
étnico-racial. (Incluído pela Lei nº 12.796, sociação comunitária, organização sindical, supletiva em relação às demais instâncias
de 2013) entidade de classe ou outra legalmente educacionais.

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Art. 9º legislação complementar
§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade ser atendida e os recursos financeiros dis- VI - articular-se com as famílias e a comu-
de organização nos termos desta Lei. poníveis em cada uma dessas esferas do nidade, criando processos de integração
Art. 9º A União incumbir-se-á de: Poder Público; da sociedade com a escola;
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, III - elaborar e executar políticas e planos VII - informar pai e mãe, conviventes ou
em colaboração com os Estados, o Distrito educacionais, em consonância com as di- não com seus filhos, e, se for o caso, os
Federal e os Municípios; retrizes e planos nacionais de educação, responsáveis legais, sobre a frequência e
II - organizar, manter e desenvolver os integrando e coordenando as suas ações rendimento dos alunos, bem como sobre
órgãos e instituições oficiais do sistema e as dos seus Municípios; a execução da proposta pedagógica da
federal de ensino e o dos Territórios; IV - autorizar, reconhecer, credenciar, su- escola; (Redação dada pela Lei nº 12.013,
III - prestar assistência técnica e financeira pervisionar e avaliar, respectivamente, os de 2009)
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Mu- cursos das instituições de educação supe- VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Mu-
nicípios para o desenvolvimento de seus rior e os estabelecimentos do seu sistema nicípio, ao juiz competente da Comarca e
sistemas de ensino e o atendimento prio- de ensino; ao respectivo representante do Ministério
ritário à escolaridade obrigatória, exercen- V - baixar normas complementares para o Público a relação dos alunos que apre-
do sua função redistributiva e supletiva; seu sistema de ensino; sentem quantidade de faltas acima de
IV - estabelecer, em colaboração com os VI - assegurar o ensino fundamental e cinqüenta por cento do percentual per-
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, oferecer, com prioridade, o ensino médio mitido em lei. (Incluído pela Lei nº 10.287,
competências e diretrizes para a educação a todos que o demandarem, respeitado de 2001)
infantil, o ensino fundamental e o ensino o disposto no art. 38 desta Lei; (Redação
médio, que nortearão os currículos e seus dada pela Lei nº 12.061, de 2009)
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
conteúdos mínimos, de modo a assegurar I - participar da elaboração da proposta
VII - assumir o transporte escolar dos alu- pedagógica do estabelecimento de ensi-
formação básica comum; nos da rede estadual. (Incluído pela Lei nº
IV-A - estabelecer, em colaboração com os no;
10.709, de 31.7.2003)
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, II - elaborar e cumprir plano de trabalho,
Parágrafo único. Ao Distrito Federal segundo a proposta pedagógica do esta-
diretrizes e procedimentos para identifi-
aplicar-se-ão as competências referentes belecimento de ensino;
cação, cadastramento e atendimento, na
aos Estados e aos Municípios.
educação básica e na educação superior, III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
de alunos com altas habilidades ou super- Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: IV - estabelecer estratégias de recupera-
dotação; (Incluído pela Lei nº 13.234, de I - organizar, manter e desenvolver os
ção para os alunos de menor rendimento;
2015) órgãos e instituições oficiais dos seus sis-
temas de ensino, integrando-os às políti- V - ministrar os dias letivos e horas-aula
V - coletar, analisar e disseminar informa-
cas e planos educacionais da União e dos estabelecidos, além de participar integral-
ções sobre a educação;
Estados; mente dos períodos dedicados ao plane-
VI - assegurar processo nacional de ava- jamento, à avaliação e ao desenvolvimen-
liação do rendimento escolar no ensino II - exercer ação redistributiva em relação
to profissional;
fundamental, médio e superior, em cola- às suas escolas;
boração com os sistemas de ensino, ob- VI - colaborar com as atividades de articu-
III - baixar normas complementares para o
jetivando a definição de prioridades e a seu sistema de ensino; lação da escola com as famílias e a comu-
melhoria da qualidade do ensino; nidade.
IV - autorizar, credenciar e supervisionar
VII - baixar normas gerais sobre cursos de os estabelecimentos do seu sistema de Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as
graduação e pós-graduação; ensino; normas da gestão democrática do ensino
VIII - assegurar processo nacional de ava- V - oferecer a educação infantil em cre- público na educação básica, de acordo
liação das instituições de educação supe- ches e pré-escolas, e, com prioridade, o com as suas peculiaridades e conforme os
rior, com a cooperação dos sistemas que ensino fundamental, permitida a atua- seguintes princípios:
tiverem responsabilidade sobre este nível ção em outros níveis de ensino somente I - participação dos profissionais da edu-
de ensino; quando estiverem atendidas plenamente cação na elaboração do projeto pedagó-
IX - autorizar, reconhecer, credenciar, su- as necessidades de sua área de competên- gico da escola;
pervisionar e avaliar, respectivamente, os cia e com recursos acima dos percentuais II - participação das comunidades escolar
cursos das instituições de educação supe- mínimos vinculados pela Constituição e local em conselhos escolares ou equiva-
rior e os estabelecimentos do seu sistema Federal à manutenção e desenvolvimento lentes.
de ensino. do ensino.
§ 1º Na estrutura educacional, haverá um VI - assumir o transporte escolar dos alu-
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão
Conselho Nacional de Educação, com fun- às unidades escolares públicas de educação
nos da rede municipal. (Incluído pela Lei
ções normativas e de supervisão e atividade nº 10.709, de 31.7.2003) básica que os integram progressivos graus
permanente, criado por lei. de autonomia pedagógica e administrativa
Parágrafo único. Os Municípios poderão e de gestão financeira, observadas as nor-
§ 2° Para o cumprimento do disposto nos optar, ainda, por se integrar ao sistema
incisos V a IX, a União terá acesso a todos os mas gerais de direito financeiro público.
estadual de ensino ou compor com ele um
dados e informações necessários de todos sistema único de educação básica. Art. 16. O sistema federal de ensino com-
os estabelecimentos e órgãos educacionais. preende:
§ 3º As atribuições constantes do inciso IX Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, I - as instituições de ensino mantidas pela
poderão ser delegadas aos Estados e ao respeitadas as normas comuns e as do seu
União;
Distrito Federal, desde que mantenham sistema de ensino, terão a incumbência de:
I - elaborar e executar sua proposta peda- II - as instituições de educação superior
instituições de educação superior. criadas e mantidas pela iniciativa privada;
gógica;
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de: III - os órgãos federais de educação.
II - administrar seu pessoal e seus recursos
I - organizar, manter e desenvolver os ór-
materiais e financeiros; Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados
gãos e instituições oficiais dos seus siste-
mas de ensino; III - assegurar o cumprimento dos dias leti- e do Distrito Federal compreendem:
II - definir, com os Municípios, formas vos e horas-aula estabelecidas; I - as instituições de ensino mantidas, res-
de colaboração na oferta do ensino fun- IV - velar pelo cumprimento do plano de pectivamente, pelo Poder Público estadu-
damental, as quais devem assegurar a trabalho de cada docente; al e pelo Distrito Federal;
distribuição proporcional das responsa- V - prover meios para a recuperação dos II - as instituições de educação superior
bilidades, de acordo com a população a alunos de menor rendimento; mantidas pelo Poder Público municipal;

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legislação complementar Art. 18
III - as instituições de ensino fundamental CAPÍTULO II a) avaliação contínua e cumulativa do de-
e médio criadas e mantidas pela iniciativa DA EDUCAÇÃO BÁSICA sempenho do aluno, com prevalência dos
privada; aspectos qualitativos sobre os quantitativos
IV - os órgãos de educação estaduais e do e dos resultados ao longo do período sobre
SEÇÃO I
os de eventuais provas finais;
Distrito Federal, respectivamente. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
b) possibilidade de aceleração de estudos
Parágrafo único. No Distrito Federal, as para alunos com atraso escolar;
instituições de educação infantil, criadas e Art. 22. A educação básica tem por
c) possibilidade de avanço nos cursos e
mantidas pela iniciativa privada, integram finalidades desenvolver o educando, asse-
nas séries mediante verificação do apren-
gurar-lhe a formação comum indispensável
seu sistema de ensino. dizado;
para o exercício da cidadania e fornecer-lhe
Art. 18. Os sistemas municipais de ensino meios para progredir no trabalho e em d) aproveitamento de estudos concluídos
compreendem: estudos posteriores. com êxito;
I - as instituições do ensino fundamental, e) obrigatoriedade de estudos de recupe-
Art. 23. A educação básica poderá ração, de preferência paralelos ao período
médio e de educação infantil mantidas organizar-se em séries anuais, períodos letivo, para os casos de baixo rendimento
pelo Poder Público municipal; semestrais, ciclos, alternância regular de escolar, a serem disciplinados pelas ins-
II - as instituições de educação infantil períodos de estudos, grupos não-seriados, tituições de ensino em seus regimentos;
criadas e mantidas pela iniciativa privada; com base na idade, na competência e em VI - o controle de frequência fica a cargo
III – os órgãos municipais de educação. outros critérios, ou por forma diversa de da escola, conforme o disposto no seu
organização, sempre que o interesse do regimento e nas normas do respectivo sis-
Art. 19. As instituições de ensino dos di- processo de aprendizagem assim o reco- tema de ensino, exigida a frequência míni-
ferentes níveis classificam-se nas seguintes mendar. ma de setenta e cinco por cento do total
categorias administrativas: (Regulamento) § 1º A escola poderá reclassificar os alunos, de horas letivas para aprovação;
(Regulamento) inclusive quando se tratar de transferências VII - cabe a cada instituição de ensino
I - públicas, assim entendidas as criadas ou entre estabelecimentos situados no País e expedir históricos escolares, declarações
incorporadas, mantidas e administradas no exterior, tendo como base as normas de conclusão de série e diplomas ou cer-
pelo Poder Público; curriculares gerais. tificados de conclusão de cursos, com as
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se especificações cabíveis.
II - privadas, assim entendidas as mantidas
às peculiaridades locais, inclusive climáti-
e administradas por pessoas físicas ou jurí- § 1º A carga horária mínima anual de que
cas e econômicas, a critério do respectivo
dicas de direito privado. trata o inciso I do caput deverá ser ampliada
sistema de ensino, sem com isso reduzir o de forma progressiva, no ensino médio,
Art. 20. As instituições privadas de ensino número de horas letivas previsto nesta Lei. para mil e quatrocentas horas, devendo
se enquadrarão nas seguintes categorias: Art. 24. A educação básica, nos níveis os sistemas de ensino oferecer, no prazo
I - particulares em sentido estrito, assim fundamental e médio, será organizada de máximo de cinco anos, pelo menos mil
entendidas as que são instituídas e man- acordo com as seguintes regras comuns: horas anuais de carga horária, a partir de
tidas por uma ou mais pessoas físicas I - a carga horária mínima anual será de 2 de março de 2017. (Incluído pela Lei nº
ou jurídicas de direito privado que não oitocentas horas para o ensino fundamen- 13.415, de 2017)
apresentem as características dos incisos tal e para o ensino médio, distribuídas por § 2o Os sistemas de ensino disporão sobre
abaixo; um mínimo de duzentos dias de efetivo a oferta de educação de jovens e adultos
trabalho escolar, excluído o tempo reser- e de ensino noturno regular, adequado
II - comunitárias, assim entendidas as que vado aos exames finais, quando houver;
são instituídas por grupos de pessoas físi- às condições do educando, conforme o
(Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) inciso VI do art. 4º. (Incluído pela Lei nº
cas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, II - a classificação em qualquer série ou 13.415, de 2017)
inclusive cooperativas educacionais, sem etapa, exceto a primeira do ensino funda-
fins lucrativos, que incluam na sua entida- Art. 25. Será objetivo permanente das
mental, pode ser feita:
de mantenedora representantes da comu- autoridades responsáveis alcançar relação
a) por promoção, para alunos que cursa- adequada entre o número de alunos e o
nidade; (Redação dada pela Lei nº 12.020, ram, com aproveitamento, a série ou fase professor, a carga horária e as condições
de 2009) anterior, na própria escola; materiais do estabelecimento.
III - confessionais, assim entendidas as b) por transferência, para candidatos pro- Parágrafo único. Cabe ao respectivo
que são instituídas por grupos de pessoas cedentes de outras escolas; sistema de ensino, à vista das condições
físicas ou por uma ou mais pessoas jurídi- c) independentemente de escolarização disponíveis e das características regionais
cas que atendem a orientação confessio- anterior, mediante avaliação feita pela es- e locais, estabelecer parâmetro para aten-
nal e ideologia específicas e ao disposto cola, que defina o grau de desenvolvimento dimento do disposto neste artigo.
no inciso anterior; e experiência do candidato e permita sua Art. 26. Os currículos da educação infantil,
IV - filantrópicas, na forma da lei. inscrição na série ou etapa adequada, do ensino fundamental e do ensino médio
conforme regulamentação do respectivo devem ter base nacional comum, a ser com-
sistema de ensino; plementada, em cada sistema de ensino e
TÍTULO V III - nos estabelecimentos que adotam a em cada estabelecimento escolar, por uma
DOS NÍVEIS E DAS MODALIDADES progressão regular por série, o regimento parte diversificada, exigida pelas caracte-
DE EDUCAÇÃO E ENSINO escolar pode admitir formas de progres- rísticas regionais e locais da sociedade, da
são parcial, desde que preservada a sequ- cultura, da economia e dos educandos.
ência do currículo, observadas as normas (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
CAPÍTULO I do respectivo sistema de ensino;
DA COMPOSIÇÃO DOS § 1º Os currículos a que se refere o caput
IV - poderão organizar-se classes, ou tur- devem abranger, obrigatoriamente, o estu-
NÍVEIS ESCOLARES mas, com alunos de séries distintas, com do da língua portuguesa e da matemática,
níveis equivalentes de adiantamento na o conhecimento do mundo físico e natural e
Art. 21. A educação escolar compõe-se de: matéria, para o ensino de línguas estran- da realidade social e política, especialmente
I - educação básica, formada pela educa- geiras, artes, ou outros componentes cur- do Brasil.
ção infantil, ensino fundamental e ensino riculares; § 2º O ensino da arte, especialmente em
médio; V - a verificação do rendimento escolar suas expressões regionais, constituirá com-
II - educação superior. observará os seguintes critérios: ponente curricular obrigatório da educação

5
Art. 26-A legislação complementar
básica. (Redação dada pela Lei nº 13.415, indígena. (Redação dada pela Lei nº 11.645, I - creches, ou entidades equivalentes, pa-
de 2017) de 2008). ra crianças de até três anos de idade;
§ 3º A educação física, integrada à proposta § 1º O conteúdo programático a que se II - pré-escolas, para as crianças de 4 (qua-
pedagógica da escola, é componente curri- refere este artigo incluirá diversos aspectos tro) a 5 (cinco) anos de idade. (Redação
cular obrigatório da educação básica, sendo da história e da cultura que caracterizam a dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
sua prática facultativa ao aluno: (Redação formação da população brasileira, a partir
dada pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) desses dois grupos étnicos, tais como o Art. 31. A educação infantil será organi-
I – que cumpra jornada de trabalho igual estudo da história da África e dos africanos, zada de acordo com as seguintes regras
ou superior a seis horas; (Incluído pela Lei a luta dos negros e dos povos indígenas comuns: (Redação dada pela Lei nº 12.796,
nº 10.793, de 1º.12.2003) no Brasil, a cultura negra e indígena bra- de 2013)
sileira e o negro e o índio na formação da I - avaliação mediante acompanhamento
II – maior de trinta anos de idade; (Incluído
sociedade nacional, resgatando as suas e registro do desenvolvimento das crian-
pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
contribuições nas áreas social, econômica ças, sem o objetivo de promoção, mesmo
III – que estiver prestando serviço militar para o acesso ao ensino fundamental; (In-
inicial ou que, em situação similar, estiver e política, pertinentes à história do Brasil.
(Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008). cluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
obrigado à prática da educação física; (In-
cluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) § 2º Os conteúdos referentes à história e II - carga horária mínima anual de 800
cultura afro-brasileira e dos povos indíge- (oitocentas) horas, distribuída por um mí-
IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, nimo de 200 (duzentos) dias de trabalho
nas brasileiros serão ministrados no âmbito
de 21 de outubro de 1969; (Incluído pela
de todo o currículo escolar, em especial nas educacional; (Incluído pela Lei nº 12.796,
Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
áreas de educação artística e de literatura de 2013)
V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, e história brasileiras. (Redação dada pela III - atendimento à criança de, no mínimo,
de 1º.12.2003) Lei nº 11.645, de 2008). 4 (quatro) horas diárias para o turno par-
VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei nº cial e de 7 (sete) horas para a jornada inte-
Art. 27. Os conteúdos curriculares da
10.793, de 1º.12.2003) gral; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
educação básica observarão, ainda, as se-
§ 4º O ensino da História do Brasil levará guintes diretrizes: IV - controle de frequência pela institui-
em conta as contribuições das diferentes I - a difusão de valores fundamentais ao ção de educação pré-escolar, exigida a
culturas e etnias para a formação do povo interesse social, aos direitos e deveres dos frequência mínima de 60% (sessenta por
brasileiro, especialmente das matrizes in- cidadãos, de respeito ao bem comum e à cento) do total de horas; (Incluído pela Lei
dígena, africana e europeia. ordem democrática; nº 12.796, de 2013)
§ 5º No currículo do ensino fundamental, a II - consideração das condições de esco- V - expedição de documentação que per-
partir do sexto ano, será ofertada a língua laridade dos alunos em cada estabeleci- mita atestar os processos de desenvolvi-
inglesa. (Redação dada pela Lei nº 13.415, mento; mento e aprendizagem da criança. (Incluí-
de 2017) III - orientação para o trabalho; do pela Lei nº 12.796, de 2013)
§ 6º As artes visuais, a dança, a música e o
IV - promoção do desporto educacional e
teatro são as linguagens que constituirão SEÇÃO III
apoio às práticas desportivas não-formais.
o componente curricular de que trata o § DO ENSINO FUNDAMENTAL
2º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº Art. 28. Na oferta de educação básica para
13.278, de 2016) a população rural, os sistemas de ensino Art. 32. O ensino fundamental obrigató-
§ 7º A integralização curricular poderá promoverão as adaptações necessárias à rio, com duração de 9 (nove) anos, gratuito
incluir, a critério dos sistemas de ensino, sua adequação às peculiaridades da vida na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis)
projetos e pesquisas envolvendo os temas rural e de cada região, especialmente: anos de idade, terá por objetivo a formação
transversais de que trata o caput. (Redação I - conteúdos curriculares e metodologias
básica do cidadão, mediante: (Redação
dada pela Lei nº 13.415, de 2017) apropriadas às reais necessidades e inte-
dada pela Lei nº 11.274, de 2006)
§ 8º A exibição de filmes de produção resses dos alunos da zona rural;
I - o desenvolvimento da capacidade de
nacional constituirá componente curricu- II - organização escolar própria, incluindo aprender, tendo como meios básicos o
lar complementar integrado à proposta adequação do calendário escolar às fases pleno domínio da leitura, da escrita e do
pedagógica da escola, sendo a sua exibição do ciclo agrícola e às condições climáticas; cálculo;
obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas III - adequação à natureza do trabalho na II - a compreensão do ambiente natural e
mensais. (Incluído pela Lei nº 13.006, de zona rural. social, do sistema político, da tecnologia,
2014) Parágrafo único. O fechamento de es- das artes e dos valores em que se funda-
§ 9º Conteúdos relativos aos direitos hu- colas do campo, indígenas e quilombolas menta a sociedade;
manos e à prevenção de todas as formas de será precedido de manifestação do órgão
violência contra a criança e o adolescente III - o desenvolvimento da capacidade de
normativo do respectivo sistema de ensino, aprendizagem, tendo em vista a aquisição
serão incluídos, como temas transversais, que considerará a justificativa apresentada
nos currículos escolares de que trata o caput de conhecimentos e habilidades e a for-
pela Secretaria de Educação, a análise do mação de atitudes e valores;
deste artigo, tendo como diretriz a Lei nº diagnóstico do impacto da ação e a mani-
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto IV - o fortalecimento dos vínculos de famí-
festação da comunidade escolar. (Incluído
da Criança e do Adolescente), observa- pela Lei nº 12.960, de 2014) lia, dos laços de solidariedade humana e
da a produção e distribuição de material de tolerância recíproca em que se assenta
didático adequado. (Incluído pela Lei nº SEÇÃO II a vida social.
13.010, de 2014) DA EDUCAÇÃO INFANTIL § 1º É facultado aos sistemas de ensino
§ 10. A inclusão de novos componentes desdobrar o ensino fundamental em ciclos.
curriculares de caráter obrigatório na Base Art. 29. A educação infantil, primeira § 2º Os estabelecimentos que utilizam pro-
Nacional Comum Curricular dependerá etapa da educação básica, tem como fi- gressão regular por série podem adotar no
de aprovação do Conselho Nacional de nalidade o desenvolvimento integral da ensino fundamental o regime de progres-
Educação e de homologação pelo Ministro criança de até 5 (cinco) anos, em seus são continuada, sem prejuízo da avaliação
de Estado da Educação. (Incluído pela Lei aspectos físico, psicológico, intelectual e do processo de ensino-aprendizagem, ob-
nº 13.415, de 2017) social, complementando a ação da família servadas as normas do respectivo sistema
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de e da comunidade. (Redação dada pela Lei de ensino.
ensino fundamental e de ensino médio, nº 12.796, de 2013) § 3º O ensino fundamental regular será mi-
públicos e privados, torna-se obrigatório o Art. 30. A educação infantil será ofere- nistrado em língua portuguesa, assegurada
estudo da história e cultura afro-brasileira e cida em: às comunidades indígenas a utilização de

6
legislação complementar Art. 33
suas línguas maternas e processos próprios IV - a compreensão dos fundamentos do ensino médio o educando demonstre:
de aprendizagem. científico-tecnológicos dos processos (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 4º O ensino fundamental será presen- produtivos, relacionando a teoria com a I - domínio dos princípios científicos e tec-
cial, sendo o ensino a distância utilizado prática, no ensino de cada disciplina. nológicos que presidem a produção mo-
como complementação da aprendizagem derna; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
ou em situações emergenciais.
Art. 35-A. A Base Nacional Comum
Curricular definirá direitos e objetivos de II - conhecimento das formas contempo-
§ 5º O currículo do ensino fundamental aprendizagem do ensino médio, conforme râneas de linguagem. (Incluído pela Lei nº
incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que 13.415, de 2017)
diretrizes do Conselho Nacional de Educa-
trate dos direitos das crianças e dos ado- ção, nas seguintes áreas do conhecimento: Art. 36. O currículo do ensino médio se-
lescentes, tendo como diretriz a Lei nº (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) rá composto pela Base Nacional Comum
8.069, de 13 de julho de 1990, que institui I - linguagens e suas tecnologias; (Incluído Curricular e por itinerários formativos, que
o Estatuto da Criança e do Adolescente, pela Lei nº 13.415, de 2017) deverão ser organizados por meio da oferta
observada a produção e distribuição de de diferentes arranjos curriculares, con-
II - matemática e suas tecnologias; (Incluí-
material didático adequado. (Incluído pela forme a relevância para o contexto local
do pela Lei nº 13.415, de 2017)
Lei nº 11.525, de 2007). e a possibilidade dos sistemas de ensino,
III - ciências da natureza e suas tecnolo-
§ 6º O estudo sobre os símbolos nacionais a saber: (Redação dada pela Lei nº 13.415,
gias; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
será incluído como tema transversal nos de 2017)
currículos do ensino fundamental. (Inclu- IV - ciências humanas e sociais aplicadas.
I - linguagens e suas tecnologias; (Redação
ído pela Lei nº 12.472, de 2011). (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 1º A parte diversificada dos currículos II - matemática e suas tecnologias; (Reda-
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula de que trata o caput do art. 26, definida
facultativa, é parte integrante da formação ção dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
em cada sistema de ensino, deverá estar
básica do cidadão e constitui disciplina III - ciências da natureza e suas tecnolo-
harmonizada à Base Nacional Comum Cur-
dos horários normais das escolas públi- gias; (Redação dada pela Lei nº 13.415, de
ricular e ser articulada a partir do contexto
cas de ensino fundamental, assegurado 2017)
histórico, econômico, social, ambiental e
o respeito à diversidade cultural religiosa cultural. (Incluído pela Lei nº 13.415, de IV - ciências humanas e sociais aplicadas;
do Brasil, vedadas quaisquer formas de 2017) (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
proselitismo. (Redação dada pela Lei nº V - formação técnica e profissional. (Inclu-
§ 2º A Base Nacional Comum Curricular
9.475, de 22.7.1997) ído pela Lei nº 13.415, de 2017)
referente ao ensino médio incluirá obriga-
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão toriamente estudos e práticas de educação § 1º A organização das áreas de que trata o
os procedimentos para a definição dos con- física, arte, sociologia e filosofia. (Incluído caput e das respectivas competências e ha-
teúdos do ensino religioso e estabelecerão pela Lei nº 13.415, de 2017) bilidades será feita de acordo com critérios
as normas para a habilitação e admissão estabelecidos em cada sistema de ensino.
§ 3º O ensino da língua portuguesa e da
dos professores. (Incluído pela Lei nº 9.475, (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
matemática será obrigatório nos três anos
de 22.7.1997) I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº
do ensino médio, assegurada às comuni-
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade dades indígenas, também, a utilização das 13.415, de 2017)
civil, constituída pelas diferentes deno- respectivas línguas maternas. (Incluído pela II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº
minações religiosas, para a definição dos Lei nº 13.415, de 2017) 13.415, de 2017)
conteúdos do ensino religioso. (Incluído III – (revogado). (Redação dada pela Lei nº
§ 4º Os currículos do ensino médio inclui-
pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997) 11.684, de 2008)
rão, obrigatoriamente, o estudo da língua
Art. 34. A jornada escolar no ensino fun- inglesa e poderão ofertar outras línguas § 2º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
damental incluirá pelo menos quatro horas estrangeiras, em caráter optativo, prefe- § 3º A critério dos sistemas de ensino,
de trabalho efetivo em sala de aula, sendo rencialmente o espanhol, de acordo com a poderá ser composto itinerário formativo
progressivamente ampliado o período de disponibilidade de oferta, locais e horários integrado, que se traduz na composição de
permanência na escola. definidos pelos sistemas de ensino. (Inclu- componentes curriculares da Base Nacional
§ 1º São ressalvados os casos do ensino ído pela Lei nº 13.415, de 2017) Comum Curricular - BNCC e dos itinerários
noturno e das formas alternativas de or- § 5º A carga horária destinada ao cumpri- formativos, considerando os incisos I a V do
ganização autorizadas nesta Lei. mento da Base Nacional Comum Curricular caput. (Redação dada pela Lei nº 13.415,
§ 2º O ensino fundamental será ministrado não poderá ser superior a mil e oitocentas de 2017)
progressivamente em tempo integral, a horas do total da carga horária do ensino § 4º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
critério dos sistemas de ensino. médio, de acordo com a definição dos § 5º Os sistemas de ensino, mediante dispo-
sistemas de ensino. (Incluído pela Lei nº nibilidade de vagas na rede, possibilitarão
SEÇÃO IV 13.415, de 2017) ao aluno concluinte do ensino médio cursar
DO ENSINO MÉDIO § 6º A União estabelecerá os padrões de mais um itinerário formativo de que trata o
desempenho esperados para o ensino mé- caput. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
Art. 35. O ensino médio, etapa final da dio, que serão referência nos processos § 6º A critério dos sistemas de ensino, a
educação básica, com duração mínima de nacionais de avaliação, a partir da Base oferta de formação com ênfase técnica e
três anos, terá como finalidades: Nacional Comum Curricular. (Incluído pela profissional considerará: (Incluído pela Lei
I - a consolidação e o aprofundamento Lei nº 13.415, de 2017) nº 13.415, de 2017)
dos conhecimentos adquiridos no ensino § 7º Os currículos do ensino médio deverão I - a inclusão de vivências práticas de tra-
fundamental, possibilitando o prossegui- considerar a formação integral do aluno, balho no setor produtivo ou em ambien-
mento de estudos; de maneira a adotar um trabalho voltado tes de simulação, estabelecendo parcerias
II - a preparação básica para o trabalho e para a construção de seu projeto de vida e fazendo uso, quando aplicável, de ins-
a cidadania do educando, para continuar e para sua formação nos aspectos físicos, trumentos estabelecidos pela legislação
aprendendo, de modo a ser capaz de se cognitivos e socioemocionais. (Incluído sobre aprendizagem profissional; (Incluí-
adaptar com flexibilidade a novas condi- pela Lei nº 13.415, de 2017) do pela Lei nº 13.415, de 2017)
ções de ocupação ou aperfeiçoamento § 8º Os conteúdos, as metodologias e as II - a possibilidade de concessão de cer-
posteriores; formas de avaliação processual e formativa tificados intermediários de qualificação
III - o aprimoramento do educando como serão organizados nas redes de ensino por para o trabalho, quando a formação for
pessoa humana, incluindo a formação meio de atividades teóricas e práticas, pro- estruturada e organizada em etapas com
ética e o desenvolvimento da autonomia vas orais e escritas, seminários, projetos e terminalidade. (Incluído pela Lei nº 13.415,
intelectual e do pensamento crítico; atividades on-line, de tal forma que ao final de 2017)

7
Art. 36-A legislação complementar
§ 7º A oferta de formações experimentais Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na nacional e habilitarão ao prosseguimento
relacionadas ao inciso V do caput, em áreas Seção IV deste Capítulo, o ensino médio, de estudos na educação superior. (Incluído
que não constem do Catálogo Nacional atendida a formação geral do educando, pela Lei nº 11.741, de 2008)
dos Cursos Técnicos, dependerá, para sua poderá prepará-lo para o exercício de Parágrafo único. Os cursos de educação
continuidade, do reconhecimento pelo profissões técnicas. (Incluído pela Lei nº profissional técnica de nível médio, nas for-
respectivo Conselho Estadual de Educação, 11.741, de 2008) mas articulada concomitante e subseqüen-
no prazo de três anos, e da inserção no Parágrafo único. A preparação geral para te, quando estruturados e organizados em
Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, no o trabalho e, facultativamente, a habilitação etapas com terminalidade, possibilitarão a
prazo de cinco anos, contados da data de profissional poderão ser desenvolvidas obtenção de certificados de qualificação
oferta inicial da formação. (Incluído pela nos próprios estabelecimentos de ensino para o trabalho após a conclusão, com apro-
Lei nº 13.415, de 2017) médio ou em cooperação com instituições veitamento, de cada etapa que caracterize
§ 8º A oferta de formação técnica e profis- especializadas em educação profissional. uma qualificação para o trabalho. (Incluído
sional a que se refere o inciso V do caput, (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) pela Lei nº 11.741, de 2008)
realizada na própria instituição ou em Art. 36-B. A educação profissional técnica
parceria com outras instituições, deverá SEÇÃO V
de nível médio será desenvolvida nas se- DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ser aprovada previamente pelo Conselho guintes formas: (Incluído pela Lei nº 11.741,
Estadual de Educação, homologada pelo de 2008)
Secretário Estadual de Educação e certi- Art. 37. A educação de jovens e adultos
I - articulada com o ensino médio; (Incluí- será destinada àqueles que não tiveram
ficada pelos sistemas de ensino. (Incluído do pela Lei nº 11.741, de 2008)
pela Lei nº 13.415, de 2017) acesso ou continuidade de estudos no ensi-
II - subsequente, em cursos destinados a no fundamental e médio na idade própria.
§ 9º As instituições de ensino emitirão
quem já tenha concluído o ensino médio. § 1º Os sistemas de ensino assegurarão
certificado com validade nacional, que
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) gratuitamente aos jovens e aos adultos, que
habilitará o concluinte do ensino médio
ao prosseguimento dos estudos em nível Parágrafo único. A educação profissional não puderam efetuar os estudos na idade
superior ou em outros cursos ou formações técnica de nível médio deverá observar: regular, oportunidades educacionais apro-
para os quais a conclusão do ensino médio (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) priadas, consideradas as características do
seja etapa obrigatória. (Incluído pela Lei nº I - os objetivos e definições contidos nas alunado, seus interesses, condições de vida
13.415, de 2017) diretrizes curriculares nacionais estabele- e de trabalho, mediante cursos e exames.
§ 10. Além das formas de organização pre- cidas pelo Conselho Nacional de Educa- § 2º O Poder Público viabilizará e estimulará
vistas no art. 23, o ensino médio poderá ser ção; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) o acesso e a permanência do trabalhador
organizado em módulos e adotar o sistema II - as normas complementares dos res- na escola, mediante ações integradas e
de créditos com terminalidade específica. pectivos sistemas de ensino; (Incluído pe- complementares entre si.
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) la Lei nº 11.741, de 2008) § 3º A educação de jovens e adultos deve-
III - as exigências de cada instituição de rá articular-se, preferencialmente, com a
§ 11. Para efeito de cumprimento das exi-
ensino, nos termos de seu projeto pe- educação profissional, na forma do regula-
gências curriculares do ensino médio, os
dagógico. (Incluído pela Lei nº 11.741, de mento. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
sistemas de ensino poderão reconhecer
competências e firmar convênios com 2008) Art. 38. Os sistemas de ensino manterão
instituições de educação a distância com cursos e exames supletivos, que compreen-
Art. 36-C. A educação profissional técnica derão a base nacional comum do currículo,
notório reconhecimento, mediante as se- de nível médio articulada, prevista no in-
guintes formas de comprovação: (Incluído habilitando ao prosseguimento de estudos
ciso I do caput do art. 36-B desta Lei, será
pela Lei nº 13.415, de 2017) em caráter regular.
desenvolvida de forma: (Incluído pela Lei
I - demonstração prática; (Incluído pela Lei § 1º Os exames a que se refere este artigo
nº 11.741, de 2008)
nº 13.415, de 2017) realizar-se-ão:
I - integrada, oferecida somente a quem
II - experiência de trabalho supervisiona- I - no nível de conclusão do ensino funda-
já tenha concluído o ensino fundamental,
do ou outra experiência adquirida fora mental, para os maiores de quinze anos;
sendo o curso planejado de modo a con-
do ambiente escolar; (Incluído pela Lei nº duzir o aluno à habilitação profissional II - no nível de conclusão do ensino médio,
13.415, de 2017) técnica de nível médio, na mesma insti- para os maiores de dezoito anos.
III - atividades de educação técnica ofe- tuição de ensino, efetuando-se matrícula § 2º Os conhecimentos e habilidades
recidas em outras instituições de ensino única para cada aluno; (Incluído pela Lei nº adquiridos pelos educandos por meios
credenciadas; (Incluído pela Lei nº 13.415, 11.741, de 2008) informais serão aferidos e reconhecidos
de 2017) II - concomitante, oferecida a quem in- mediante exames.
IV - cursos oferecidos por centros ou pro- gresse no ensino médio ou já o esteja cur-
gramas ocupacionais; (Incluído pela Lei nº sando, efetuando-se matrículas distintas CAPÍTULO III
13.415, de 2017) para cada curso, e podendo ocorrer: (In- DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
V - estudos realizados em instituições de cluído pela Lei nº 11.741, de 2008) DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA
ensino nacionais ou estrangeiras; (Incluí- a) na mesma instituição de ensino, aprovei-
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº
do pela Lei nº 13.415, de 2017) tando-se as oportunidades educacionais
11.741, DE 2008)
VI - cursos realizados por meio de edu- disponíveis; (Incluído pela Lei nº 11.741,
cação a distância ou educação presencial de 2008)
Art. 39. A educação profissional e tec-
mediada por tecnologias. (Incluído pela b) em instituições de ensino distintas,
nológica, no cumprimento dos objetivos
Lei nº 13.415, de 2017) aproveitando-se as oportunidades edu- da educação nacional, integra-se aos dife-
§ 12. As escolas deverão orientar os alu- cacionais disponíveis; (Incluído pela Lei nº rentes níveis e modalidades de educação
nos no processo de escolha das áreas de 11.741, de 2008) e às dimensões do trabalho, da ciência e
conhecimento ou de atuação profissional c) em instituições de ensino distintas, da tecnologia. (Redação dada pela Lei nº
previstas no caput. (Incluído pela Lei nº mediante convênios de intercomplemen- 11.741, de 2008)
13.415, de 2017) taridade, visando ao planejamento e ao § 1º Os cursos de educação profissional
desenvolvimento de projeto pedagógico e tecnológica poderão ser organizados
SEÇÃO IV-A unificado. (Incluído pela Lei nº 11.741, de por eixos tecnológicos, possibilitando a
DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 2008) construção de diferentes itinerários forma-
TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO Art. 36-D. Os diplomas de cursos de tivos, observadas as normas do respectivo
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 11.741, educação profissional técnica de nível sistema e nível de ensino. (Incluído pela Lei
DE 2008) médio, quando registrados, terão validade nº 11.741, de 2008)

8
legislação complementar Art. 40
§ 2º A educação profissional e tecnológica integrando os conhecimentos que vão de abrangência ou especialização. (Regu-
abrangerá os seguintes cursos: (Incluído sendo adquiridos numa estrutura intelec- lamento) (Regulamento)
pela Lei nº 11.741, de 2008) tual sistematizadora do conhecimento de Art. 46. A autorização e o reconhecimento
I – de formação inicial e continuada ou cada geração; de cursos, bem como o credenciamento
qualificação profissional; (Incluído pela VI - estimular o conhecimento dos proble- de instituições de educação superior, te-
Lei nº 11.741, de 2008) mas do mundo presente, em particular os rão prazos limitados, sendo renovados,
II – de educação profissional técnica de nacionais e regionais, prestar serviços es- periodicamente, após processo regular
nível médio; (Incluído pela Lei nº 11.741, pecializados à comunidade e estabelecer de avaliação.
de 2008) com esta uma relação de reciprocidade;
§ 1º Após um prazo para saneamento de de-
III – de educação profissional tecnológica VII - promover a extensão, aberta à parti- ficiências eventualmente identificadas pela
de graduação e pós-graduação. (Incluído cipação da população, visando à difusão avaliação a que se refere este artigo, haverá
pela Lei nº 11.741, de 2008) das conquistas e benefícios resultantes da reavaliação, que poderá resultar, conforme
§ 3º Os cursos de educação profissional criação cultural e da pesquisa científica e o caso, em desativação de cursos e habili-
tecnológica de graduação e pós-graduação tecnológica geradas na instituição. tações, em intervenção na instituição, em
organizar-se-ão, no que concerne a obje- VIII - atuar em favor da universalização e suspensão temporária de prerrogativas
tivos, características e duração, de acordo do aprimoramento da educação básica, da autonomia, ou em descredenciamento.
com as diretrizes curriculares nacionais mediante a formação e a capacitação de § 2º No caso de instituição pública, o Poder
estabelecidas pelo Conselho Nacional de profissionais, a realização de pesquisas Executivo responsável por sua manutenção
Educação. (Incluído pela Lei nº 11.741, de pedagógicas e o desenvolvimento de ati-
acompanhará o processo de saneamento
2008) vidades de extensão que aproximem os
e fornecerá recursos adicionais, se neces-
dois níveis escolares. (Incluído pela Lei nº
Art. 40. A educação profissional será de- sários, para a superação das deficiências.
13.174, de 2015)
senvolvida em articulação com o ensino § 3º No caso de instituição privada, além
regular ou por diferentes estratégias de Art. 44. A educação superior abrangerá das sanções previstas no § 1o deste artigo,
educação continuada, em instituições es- os seguintes cursos e programas: o processo de reavaliação poderá resultar
pecializadas ou no ambiente de trabalho. I - cursos sequenciais por campo de sa- em redução de vagas autorizadas e em
(Regulamento)(Regulamento) ber, de diferentes níveis de abrangência, suspensão temporária de novos ingressos
abertos a candidatos que atendam aos e de oferta de cursos. (Incluído pela Lei nº
Art. 41. O conhecimento adquirido na requisitos estabelecidos pelas instituições
educação profissional e tecnológica, in- 13.530, de 2017)
de ensino, desde que tenham concluído o § 4º É facultado ao Ministério da Educação,
clusive no trabalho, poderá ser objeto de ensino médio ou equivalente; (Redação
avaliação, reconhecimento e certificação mediante procedimento específico e com
dada pela Lei nº 11.632, de 2007). aquiescência da instituição de ensino, com
para prosseguimento ou conclusão de es-
II - de graduação, abertos a candidatos vistas a resguardar os interesses dos estu-
tudos. (Redação dada pela Lei nº 11.741,
que tenham concluído o ensino médio ou dantes, comutar as penalidades previstas
de 2008)
equivalente e tenham sido classificados nos §§ 1º e 3º deste artigo por outras medi-
Art. 42. As instituições de educação em processo seletivo; das, desde que adequadas para superação
profissional e tecnológica, além dos seus III - de pós-graduação, compreendendo das deficiências e irregularidades constata-
cursos regulares, oferecerão cursos espe- programas de mestrado e doutorado, cur- das. (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017)
ciais, abertos à comunidade, condicionada sos de especialização, aperfeiçoamento e
a matrícula à capacidade de aproveita- § 5º Para fins de regulação, os Estados e o
outros, abertos a candidatos diplomados Distrito Federal deverão adotar os critérios
mento e não necessariamente ao nível de em cursos de graduação e que atendam às
escolaridade. (Redação dada pela Lei nº definidos pela União para autorização de
exigências das instituições de ensino; funcionamento de curso de graduação
11.741, de 2008) IV - de extensão, abertos a candidatos que em Medicina. (Incluído pela Lei nº 13.530,
atendam aos requisitos estabelecidos em de 2017)
CAPÍTULO IV cada caso pelas instituições de ensino.
DA EDUCAÇÃO SUPERIOR Art. 47. Na educação superior, o ano letivo
§ 1º Os resultados do processo seletivo regular, independente do ano civil, tem, no
referido no inciso II do caput deste artigo
Art. 43. A educação superior tem por serão tornados públicos pelas instituições
mínimo, duzentos dias de trabalho acadê-
finalidade: mico efetivo, excluído o tempo reservado
de ensino superior, sendo obrigatória a
I - estimular a criação cultural e o desen- aos exames finais, quando houver.
divulgação da relação nominal dos classifi-
volvimento do espírito científico e do pen- § 1º As instituições informarão aos interes-
cados, a respectiva ordem de classificação,
samento reflexivo; sados, antes de cada período letivo, os pro-
bem como do cronograma das chamadas
II - formar diplomados nas diferentes áre- para matrícula, de acordo com os critérios gramas dos cursos e demais componentes
as de conhecimento, aptos para a inserção para preenchimento das vagas constantes curriculares, sua duração, requisitos, qualifi-
em setores profissionais e para a partici- do respectivo edital. (Incluído pela Lei nº cação dos professores, recursos disponíveis
pação no desenvolvimento da sociedade 11.331, de 2006) (Renumerado do parágrafo e critérios de avaliação, obrigando-se a
brasileira, e colaborar na sua formação único para § 1º pela Lei nº 13.184, de 2015) cumprir as respectivas condições, e a pu-
contínua; § 2º No caso de empate no processo se- blicação deve ser feita, sendo as 3 (três)
III - incentivar o trabalho de pesquisa e letivo, as instituições públicas de ensino primeiras formas concomitantemente:
investigação científica, visando o desen- superior darão prioridade de matrícula ao (Redação dada pela lei nº 13.168, de 2015)
volvimento da ciência e da tecnologia e candidato que comprove ter renda fami- I - em página específica na internet no
da criação e difusão da cultura, e, desse liar inferior a dez salários mínimos, ou ao sítio eletrônico oficial da instituição de
modo, desenvolver o entendimento do de menor renda familiar, quando mais de ensino superior, obedecido o seguinte:
homem e do meio em que vive; um candidato preencher o critério inicial. (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
IV - promover a divulgação de conheci- (Incluído pela Lei nº 13.184, de 2015) a) toda publicação a que se refere esta Lei
mentos culturais, científicos e técnicos § 3o O processo seletivo referido no in- deve ter como título “Grade e Corpo Do-
que constituem patrimônio da humanida- ciso II considerará as competências e as cente”; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
de e comunicar o saber através do ensino, habilidades definidas na Base Nacional b) a página principal da instituição de
de publicações ou de outras formas de Comum Curricular. (Incluído pela lei nº ensino superior, bem como a página da
comunicação; 13.415, de 2017) oferta de seus cursos aos ingressantes sob
V - suscitar o desejo permanente de aper- Art. 45. A educação superior será minis- a forma de vestibulares, processo seletivo e
feiçoamento cultural e profissional e pos- trada em instituições de ensino superior, outras com a mesma finalidade, deve conter
sibilitar a correspondente concretização, públicas ou privadas, com variados graus a ligação desta com a página específica

9
Art. 48 legislação complementar
prevista neste inciso; (Incluída pela lei nº validade nacional como prova da formação II - fixar os currículos dos seus cursos e
13.168, de 2015) recebida por seu titular. programas, observadas as diretrizes ge-
c) caso a instituição de ensino superior não § 1º Os diplomas expedidos pelas univer- rais pertinentes;
possua sítio eletrônico, deve criar página sidades serão por elas próprias registra- III - estabelecer planos, programas e pro-
específica para divulgação das informações dos, e aqueles conferidos por instituições jetos de pesquisa científica, produção ar-
de que trata esta Lei; (Incluída pela lei nº não-universitárias serão registrados em tística e atividades de extensão;
13.168, de 2015) universidades indicadas pelo Conselho IV - fixar o número de vagas de acordo
d) a página específica deve conter a data Nacional de Educação. com a capacidade institucional e as exi-
completa de sua última atualização; (Inclu- § 2º Os diplomas de graduação expedi- gências do seu meio;
ída pela lei nº 13.168, de 2015) dos por universidades estrangeiras serão V - elaborar e reformar os seus estatutos
II - em toda propaganda eletrônica da ins- revalidados por universidades públicas e regimentos em consonância com as nor-
tituição de ensino superior, por meio de que tenham curso do mesmo nível e área mas gerais atinentes;
ligação para a página referida no inciso I; ou equivalente, respeitando-se os acor- VI - conferir graus, diplomas e outros tí-
(Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) dos internacionais de reciprocidade ou tulos;
III - em local visível da instituição de en- equiparação. VII - firmar contratos, acordos e convênios;
sino superior e de fácil acesso ao público; § 3º Os diplomas de Mestrado e de Dou- VIII - aprovar e executar planos, progra-
(Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) torado expedidos por universidades es- mas e projetos de investimentos referen-
IV - deve ser atualizada semestralmente trangeiras só poderão ser reconhecidos tes a obras, serviços e aquisições em geral,
ou anualmente, de acordo com a duração por universidades que possuam cursos de bem como administrar rendimentos con-
das disciplinas de cada curso oferecido, pós-graduação reconhecidos e avaliados, forme dispositivos institucionais;
observando o seguinte: (Incluído pela lei na mesma área de conhecimento e em nível IX - administrar os rendimentos e deles
nº 13.168, de 2015) equivalente ou superior. dispor na forma prevista no ato de consti-
a) caso o curso mantenha disciplinas com Art. 49. As instituições de educação su- tuição, nas leis e nos respectivos estatutos;
duração diferenciada, a publicação deve perior aceitarão a transferência de alunos X - receber subvenções, doações, he-
ser semestral; (Incluída pela lei nº 13.168, regulares, para cursos afins, na hipótese de ranças, legados e cooperação financeira
de 2015) existência de vagas, e mediante processo resultante de convênios com entidades
b) a publicação deve ser feita até 1 (um) mês seletivo. públicas e privadas.
antes do início das aulas; (Incluída pela lei Parágrafo único. As transferências ex § 1º Para garantir a autonomia didático-
nº 13.168, de 2015) officio dar-se-ão na forma da lei. -científica das universidades, caberá aos
c) caso haja mudança na grade do curso seus colegiados de ensino e pesquisa de-
ou no corpo docente até o início das aulas, Art. 50. As instituições de educação supe-
cidir, dentro dos recursos orçamentários
os alunos devem ser comunicados sobre rior, quando da ocorrência de vagas, abrirão
disponíveis, sobre: (Redação dada pela Lei
as alterações; (Incluída pela lei nº 13.168, matrícula nas disciplinas de seus cursos a nº 13.490, de 2017)
de 2015) alunos não regulares que demonstrarem I - criação, expansão, modificação e extin-
V - deve conter as seguintes informações: capacidade de cursá-las com proveito, me- ção de cursos; (Redação dada pela Lei nº
(Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) diante processo seletivo prévio. 13.490, de 2017)
a) a lista de todos os cursos oferecidos pela Art. 51. As instituições de educação su- II - ampliação e diminuição de vagas; (Re-
instituição de ensino superior; (Incluída perior credenciadas como universidades, dação dada pela Lei nº 13.490, de 2017)
pela lei nº 13.168, de 2015) ao deliberar sobre critérios e normas de III - elaboração da programação dos cur-
b) a lista das disciplinas que compõem a seleção e admissão de estudantes, levarão sos; (Redação dada pela Lei nº 13.490, de
grade curricular de cada curso e as res- em conta os efeitos desses critérios sobre a 2017)
pectivas cargas horárias; (Incluída pela lei orientação do ensino médio, articulando-se IV - programação das pesquisas e das ati-
nº 13.168, de 2015) com os órgãos normativos dos sistemas vidades de extensão; (Redação dada pela
c) a identificação dos docentes que minis- de ensino. Lei nº 13.490, de 2017)
trarão as aulas em cada curso, as discipli- Art. 52. As universidades são instituições V - contratação e dispensa de professores;
nas que efetivamente ministrará naquele pluridisciplinares de formação dos quadros (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017)
curso ou cursos, sua titulação, abrangendo profissionais de nível superior, de pesquisa, VI - planos de carreira docente. (Redação
a qualificação profissional do docente e o de extensão e de domínio e cultivo do saber dada pela Lei nº 13.490, de 2017)
tempo de casa do docente, de forma total, humano, que se caracterizam por: § 2º As doações, inclusive monetárias,
contínua ou intermitente. (Incluída pela lei I - produção intelectual institucionalizada podem ser dirigidas a setores ou projetos
nº 13.168, de 2015) mediante o estudo sistemático dos temas específicos, conforme acordo entre doa-
§ 2º Os alunos que tenham extraordinário e problemas mais relevantes, tanto do dores e universidades. (Incluído pela Lei
aproveitamento nos estudos, demonstrado ponto de vista científico e cultural, quanto nº 13.490, de 2017)
por meio de provas e outros instrumentos regional e nacional; § 3º No caso das universidades públicas,
de avaliação específicos, aplicados por os recursos das doações devem ser diri-
II - um terço do corpo docente, pelo me-
banca examinadora especial, poderão ter gidos ao caixa único da instituição, com
nos, com titulação acadêmica de mestra-
abreviada a duração dos seus cursos, de destinação garantida às unidades a serem
do ou doutorado;
acordo com as normas dos sistemas de beneficiadas. (Incluído pela Lei nº 13.490,
ensino. III - um terço do corpo docente em regime
de tempo integral. de 2017)
§ 3º É obrigatória a frequência de alunos
e professores, salvo nos programas de Parágrafo único. É facultada a criação de Art. 54. As universidades mantidas pelo
universidades especializadas por campo Poder Público gozarão, na forma da lei, de
educação a distância.
do saber. estatuto jurídico especial para atender às
§ 4º As instituições de educação superior peculiaridades de sua estrutura, organiza-
oferecerão, no período noturno, cursos Art. 53. No exercício de sua autonomia, ção e financiamento pelo Poder Público,
de graduação nos mesmos padrões de são asseguradas às universidades, sem pre- assim como dos seus planos de carreira e
qualidade mantidos no período diurno, juízo de outras, as seguintes atribuições: do regime jurídico do seu pessoal.
sendo obrigatória a oferta noturna nas I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, § 1º No exercício da sua autonomia, além
instituições públicas, garantida a necessária cursos e programas de educação superior das atribuições asseguradas pelo artigo an-
previsão orçamentária. previstos nesta Lei, obedecendo às nor- terior, as universidades públicas poderão:
Art. 48. Os diplomas de cursos superiores mas gerais da União e, quando for o caso, I - propor o seu quadro de pessoal docen-
reconhecidos, quando registrados, terão do respectivo sistema de ensino; te, técnico e administrativo, assim como

10
legislação complementar Art. 55
um plano de cargos e salários, atendidas a sua integração nas classes comuns de ções previstas neste artigo. (Redação dada
as normas gerais pertinentes e os recursos ensino regular. pela Lei nº 12.796, de 2013)
disponíveis; § 3º A oferta de educação especial, dever
II - elaborar o regulamento de seu pessoal constitucional do Estado, tem início na TÍTULO VI
em conformidade com as normas gerais faixa etária de zero a seis anos, durante a DOS PROFISSIONAIS DA
concernentes; educação infantil. EDUCAÇÃO
III - aprovar e executar planos, programas Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão
e projetos de investimentos referentes a aos educandos com deficiência, transtor- Art. 61. Consideram-se profissionais da
obras, serviços e aquisições em geral, de nos globais do desenvolvimento e altas educação escolar básica os que, nela es-
acordo com os recursos alocados pelo res- habilidades ou superdotação: (Redação tando em efetivo exercício e tendo sido
pectivo Poder mantenedor; dada pela Lei nº 12.796, de 2013) formados em cursos reconhecidos, são:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
IV - elaborar seus orçamentos anuais e
educativos e organização específicos, pa- I – professores habilitados em nível médio
plurianuais;
ra atender às suas necessidades; ou superior para a docência na educação
V - adotar regime financeiro e contábil infantil e nos ensinos fundamental e mé-
que atenda às suas peculiaridades de or- II - terminalidade específica para aqueles
dio; (Redação dada pela Lei nº 12.014, de
ganização e funcionamento; que não puderem atingir o nível exigido
2009)
VI - realizar operações de crédito ou de para a conclusão do ensino fundamental,
em virtude de suas deficiências, e acele- II – trabalhadores em educação portado-
financiamento, com aprovação do Poder res de diploma de pedagogia, com habi-
competente, para aquisição de bens imó- ração para concluir em menor tempo o
programa escolar para os superdotados; litação em administração, planejamento,
veis, instalações e equipamentos; supervisão, inspeção e orientação edu-
VII - efetuar transferências, quitações e III - professores com especialização ade-
cacional, bem como com títulos de mes-
tomar outras providências de ordem orça- quada em nível médio ou superior, para
trado ou doutorado nas mesmas áreas;
mentária, financeira e patrimonial neces- atendimento especializado, bem como
(Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
sárias ao seu bom desempenho. professores do ensino regular capacitados
para a integração desses educandos nas III – trabalhadores em educação, portado-
§ 2º Atribuições de autonomia universitária classes comuns; res de diploma de curso técnico ou supe-
poderão ser estendidas a instituições que rior em área pedagógica ou afim. (Incluído
IV - educação especial para o trabalho,
comprovem alta qualificação para o ensino pela Lei nº 12.014, de 2009)
visando a sua efetiva integração na vida
ou para a pesquisa, com base em avaliação IV – profissionais com notório saber re-
em sociedade, inclusive condições ade-
realizada pelo Poder Público. conhecido pelos respectivos sistemas de
quadas para os que não revelarem capa-
Art. 55. Caberá à União assegurar, anual- cidade de inserção no trabalho competi- ensino, para ministrar conteúdos de áreas
mente, em seu Orçamento Geral, recursos tivo, mediante articulação com os órgãos afins à sua formação ou experiência pro-
suficientes para manutenção e desen- oficiais afins, bem como para aqueles que fissional, atestados por titulação específi-
volvimento das instituições de educação apresentam uma habilidade superior nas ca ou prática de ensino em unidades edu-
superior por ela mantidas. áreas artística, intelectual ou psicomotora; cacionais da rede pública ou privada ou
das corporações privadas em que tenham
Art. 56. As instituições públicas de edu- V - acesso igualitário aos benefícios dos
programas sociais suplementares dispo- atuado, exclusivamente para atender ao
cação superior obedecerão ao princípio da
níveis para o respectivo nível do ensino inciso V do caput do art. 36; (Incluído pela
gestão democrática, assegurada a existên-
regular. lei nº 13.415, de 2017)
cia de órgãos colegiados deliberativos, de
que participarão os segmentos da comuni- V - profissionais graduados que tenham
Art. 59-A. O poder público deverá insti- feito complementação pedagógica, con-
dade institucional, local e regional. tuir cadastro nacional de alunos com altas forme disposto pelo Conselho Nacional
Parágrafo único. Em qualquer caso, os habilidades ou superdotação matriculados de Educação. (Incluído pela lei nº 13.415,
docentes ocuparão setenta por cento na educação básica e na educação superior, de 2017)
dos assentos em cada órgão colegiado e a fim de fomentar a execução de políticas
comissão, inclusive nos que tratarem da Parágrafo único. A formação dos profis-
públicas destinadas ao desenvolvimento
elaboração e modificações estatutárias sionais da educação, de modo a atender
pleno das potencialidades desse alunado.
e regimentais, bem como da escolha de às especificidades do exercício de suas
(Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015)
dirigentes. atividades, bem como aos objetivos das di-
Parágrafo único. A identificação precoce
ferentes etapas e modalidades da educação
Art. 57. Nas instituições públicas de edu- de alunos com altas habilidades ou super-
básica, terá como fundamentos: (Incluído
cação superior, o professor ficará obrigado dotação, os critérios e procedimentos para
pela Lei nº 12.014, de 2009)
ao mínimo de oito horas semanais de aulas. inclusão no cadastro referido no caput
I – a presença de sólida formação básica,
deste artigo, as entidades responsáveis
que propicie o conhecimento dos funda-
CAPÍTULO V pelo cadastramento, os mecanismos de
mentos científicos e sociais de suas com-
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL acesso aos dados do cadastro e as políticas
petências de trabalho; (Incluído pela Lei nº
de desenvolvimento das potencialidades
12.014, de 2009)
Art. 58. Entende-se por educação espe- do alunado de que trata o caput serão
definidos em regulamento. II – a associação entre teorias e práticas,
cial, para os efeitos desta Lei, a modalidade
mediante estágios supervisionados e ca-
de educação escolar oferecida preferen- Art. 60. Os órgãos normativos dos siste- pacitação em serviço; (Incluído pela Lei nº
cialmente na rede regular de ensino, para mas de ensino estabelecerão critérios de 12.014, de 2009)
educandos com deficiência, transtornos caracterização das instituições privadas
globais do desenvolvimento e altas habi- III – o aproveitamento da formação e ex-
sem fins lucrativos, especializadas e com
lidades ou superdotação. (Redação dada periências anteriores, em instituições de
atuação exclusiva em educação especial,
pela Lei nº 12.796, de 2013) ensino e em outras atividades. (Incluído
para fins de apoio técnico e financeiro pelo
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços pela Lei nº 12.014, de 2009)
Poder Público.
de apoio especializado, na escola regular, Parágrafo único. O poder público adotará, Art. 62. A formação de docentes para
para atender às peculiaridades da clientela como alternativa preferencial, a ampliação atuar na educação básica far-se-á em nível
de educação especial. do atendimento aos educandos com defi- superior, em curso de licenciatura plena,
§ 2º O atendimento educacional será feito ciência, transtornos globais do desenvolvi- admitida, como formação mínima para o
em classes, escolas ou serviços especializa- mento e altas habilidades ou superdotação exercício do magistério na educação in-
dos, sempre que, em função das condições na própria rede pública regular de ensino, fantil e nos cinco primeiros anos do ensino
específicas dos alunos, não for possível independentemente do apoio às institui- fundamental, a oferecida em nível médio,

11
Art. 62 legislação complementar
na modalidade normal. (Redação dada pela público, tenham pelo menos três anos de § 1º A experiência docente é pré-requisito
lei nº 13.415, de 2017) exercício da profissão e não sejam porta- para o exercício profissional de quaisquer
§ 1º A União, o Distrito Federal, os Estados dores de diploma de graduação. (Incluído outras funções de magistério, nos termos
e os Municípios, em regime de colaboração, pela Lei nº 13.478, de 2017) das normas de cada sistema de ensino.
deverão promover a formação inicial, a § 2º As instituições de ensino responsáveis (Renumerado pela Lei nº 11.301, de 2006)
continuada e a capacitação dos profissio- pela oferta de cursos de pedagogia e outras § 2º Para os efeitos do disposto no § 5º do
nais de magistério. (Incluído pela Lei nº licenciaturas definirão critérios adicionais art. 40 e no § 8º do art. 201 da Constitui-
12.056, de 2009). de seleção sempre que acorrerem aos cer- ção Federal, são consideradas funções de
§ 2º A formação continuada e a capacitação tames interessados em número superior ao magistério as exercidas por professores e
dos profissionais de magistério poderão de vagas disponíveis para os respectivos especialistas em educação no desempenho
utilizar recursos e tecnologias de educação cursos. (Incluído pela Lei nº 13.478, de 2017) de atividades educativas, quando exercidas
a distância. (Incluído pela Lei nº 12.056, § 3º Sem prejuízo dos concursos seletivos em estabelecimento de educação básica
de 2009). a serem definidos em regulamento pelas em seus diversos níveis e modalidades,
§ 3º A formação inicial de profissionais universidades, terão prioridade de ingresso incluídas, além do exercício da docência,
de magistério dará preferência ao ensino os professores que optarem por cursos de as de direção de unidade escolar e as de
presencial, subsidiariamente fazendo uso licenciatura em matemática, física, química, coordenação e assessoramento pedagó-
de recursos e tecnologias de educação biologia e língua portuguesa. (Incluído pela gico. (Incluído pela Lei nº 11.301, de 2006)
a distância. (Incluído pela Lei nº 12.056, Lei nº 13.478, de 2017) § 3º A União prestará assistência técni-
de 2009). ca aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Art. 63. Os institutos superiores de edu-
§ 4º A União, o Distrito Federal, os Estados e Municípios na elaboração de concursos
cação manterão:
os Municípios adotarão mecanismos facili- públicos para provimento de cargos dos
I - cursos formadores de profissionais para
tadores de acesso e permanência em cursos profissionais da educação. (Incluído pela
a educação básica, inclusive o curso nor-
de formação de docentes em nível superior Lei nº 12.796, de 2013)
mal superior, destinado à formação de do-
para atuar na educação básica pública.
(Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) centes para a educação infantil e para as
TÍTULO VII
primeiras séries do ensino fundamental;
§ 5º A União, o Distrito Federal, os Estados DOS RECURSOS FINANCEIROS
e os Municípios incentivarão a formação II - programas de formação pedagógica
de profissionais do magistério para atuar para portadores de diplomas de educação Art. 68. Serão recursos públicos destina-
na educação básica pública mediante pro- superior que queiram se dedicar à educa- dos à educação os originários de:
grama institucional de bolsa de iniciação ção básica; I - receita de impostos próprios da União,
à docência a estudantes matriculados em III - programas de educação continuada dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
cursos de licenciatura, de graduação plena, para os profissionais de educação dos di- nicípios;
nas instituições de educação superior. (In- versos níveis. II - receita de transferências constitucio-
cluído pela Lei nº 12.796, de 2013) nais e outras transferências;
Art. 64. A formação de profissionais de
§ 6º O Ministério da Educação poderá es-
educação para administração, planeja- III - receita do salário-educação e de ou-
tabelecer nota mínima em exame nacional
mento, inspeção, supervisão e orientação tras contribuições sociais;
aplicado aos concluintes do ensino médio
educacional para a educação básica, será IV - receita de incentivos fiscais;
como pré-requisito para o ingresso em
feita em cursos de graduação em pedago- V - outros recursos previstos em lei.
cursos de graduação para formação de
gia ou em nível de pós-graduação, a critério
docentes, ouvido o Conselho Nacional Art. 69. A União aplicará, anualmente,
da instituição de ensino, garantida, nesta
de Educação - CNE. (Incluído pela Lei nº nunca menos de dezoito, e os Estados,
formação, a base comum nacional.
12.796, de 2013) o Distrito Federal e os Municípios, vinte
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.796, Art. 65. A formação docente, exceto para e cinco por cento, ou o que consta nas
de 2013) a educação superior, incluirá prática de
respectivas Constituições ou Leis Orgâ-
§ 8º Os currículos dos cursos de formação ensino de, no mínimo, trezentas horas.
nicas, da receita resultante de impostos,
de docentes terão por referência a Base Art. 66. A preparação para o exercício compreendidas as transferências constitu-
Nacional Comum Curricular. (Incluído pela do magistério superior far-se-á em nível cionais, na manutenção e desenvolvimento
lei nº 13.415, de 2017) de pós-graduação, prioritariamente em do ensino público.
Art. 62-A. A formação dos profissionais a programas de mestrado e doutorado. § 1º A parcela da arrecadação de impos-
que se refere o inciso III do art. 61 far-se-á Parágrafo único. O notório saber, reco- tos transferida pela União aos Estados, ao
por meio de cursos de conteúdo técnico- nhecido por universidade com curso de Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos
-pedagógico, em nível médio ou superior, doutorado em área afim, poderá suprir a Estados aos respectivos Municípios, não
incluindo habilitações tecnológicas. (Inclu- exigência de título acadêmico. será considerada, para efeito do cálculo
ído pela Lei nº 12.796, de 2013) Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão previsto neste artigo, receita do governo
Parágrafo único. Garantir-se-á formação a valorização dos profissionais da educa- que a transferir.
continuada para os profissionais a que se ção, assegurando-lhes, inclusive nos termos § 2º Serão consideradas excluídas das recei-
refere o caput, no local de trabalho ou em dos estatutos e dos planos de carreira do tas de impostos mencionadas neste artigo
instituições de educação básica e superior, magistério público: as operações de crédito por antecipação de
incluindo cursos de educação profissional, I - ingresso exclusivamente por concurso receita orçamentária de impostos.
cursos superiores de graduação plena ou público de provas e títulos; § 3º Para fixação inicial dos valores corres-
tecnológicos e de pós-graduação. (Incluído pondentes aos mínimos estatuídos neste
II - aperfeiçoamento profissional continu-
pela Lei nº 12.796, de 2013) artigo, será considerada a receita estima-
ado, inclusive com licenciamento periódi-
Art. 62-B. O acesso de professores das co remunerado para esse fim; da na lei do orçamento anual, ajustada,
redes públicas de educação básica a cursos quando for o caso, por lei que autorizar a
III - piso salarial profissional;
superiores de pedagogia e licenciatura será abertura de créditos adicionais, com base
efetivado por meio de processo seletivo IV - progressão funcional baseada na ti- no eventual excesso de arrecadação.
diferenciado. (Incluído pela Lei nº 13.478, tulação ou habilitação, e na avaliação do § 4º As diferenças entre a receita e a des-
de 2017) desempenho; pesa previstas e as efetivamente realizadas,
§ 1º Terão direito de pleitear o acesso pre- V - período reservado a estudos, planeja- que resultem no não atendimento dos
visto no caput deste artigo os professores mento e avaliação, incluído na carga de percentuais mínimos obrigatórios, serão
das redes públicas municipais, estaduais trabalho; apuradas e corrigidas a cada trimestre do
e federal que ingressaram por concurso VI - condições adequadas de trabalho. exercício financeiro.

12
legislação complementar Art. 70
§ 5º O repasse dos valores referidos neste função ou em atividade alheia à manuten- I - comprovem finalidade não-lucrativa e
artigo do caixa da União, dos Estados, do ção e desenvolvimento do ensino. não distribuam resultados, dividendos,
Distrito Federal e dos Municípios ocorrerá bonificações, participações ou parcela de
imediatamente ao órgão responsável pela
Art. 72. As receitas e despesas com ma-
seu patrimônio sob nenhuma forma ou
nutenção e desenvolvimento do ensino
educação, observados os seguintes prazos: pretexto;
I - recursos arrecadados do primeiro ao serão apuradas e publicadas nos balanços
do Poder Público, assim como nos relató- II - apliquem seus excedentes financeiros
décimo dia de cada mês, até o vigésimo em educação;
dia; rios a que se refere o § 3º do art. 165 da
Constituição Federal. III - assegurem a destinação de seu pa-
II - recursos arrecadados do décimo pri- trimônio a outra escola comunitária, fi-
meiro ao vigésimo dia de cada mês, até o Art. 73. Os órgãos fiscalizadores exami-
lantrópica ou confessional, ou ao Poder
trigésimo dia; narão, prioritariamente, na prestação de
Público, no caso de encerramento de suas
III - recursos arrecadados do vigésimo pri- contas de recursos públicos, o cumprimen-
atividades;
meiro dia ao final de cada mês, até o déci- to do disposto no art. 212 da Constituição
Federal, no art. 60 do Ato das Disposições IV - prestem contas ao Poder Público dos
mo dia do mês subsequente.
Constitucionais Transitórias e na legislação recursos recebidos.
§ 6º O atraso da liberação sujeitará os
concernente. § 1º Os recursos de que trata este artigo
recursos a correção monetária e à respon-
Art. 74. A União, em colaboração com poderão ser destinados a bolsas de estudo
sabilização civil e criminal das autoridades
os Estados, o Distrito Federal e os Muni- para a educação básica, na forma da lei,
competentes.
cípios, estabelecerá padrão mínimo de para os que demonstrarem insuficiência
Art. 70. Considerar-se-ão como de ma- oportunidades educacionais para o ensino de recursos, quando houver falta de va-
nutenção e desenvolvimento do ensino as gas e cursos regulares da rede pública de
fundamental, baseado no cálculo do cus-
despesas realizadas com vistas à consecu- domicílio do educando, ficando o Poder
to mínimo por aluno, capaz de assegurar
ção dos objetivos básicos das instituições Público obrigado a investir prioritariamente
ensino de qualidade.
educacionais de todos os níveis, compre- na expansão da sua rede local.
endendo as que se destinam a: Parágrafo único. O custo mínimo de que
trata este artigo será calculado pela União § 2º As atividades universitárias de pes-
I - remuneração e aperfeiçoamento do quisa e extensão poderão receber apoio
pessoal docente e demais profissionais da ao final de cada ano, com validade para o
ano subsequente, considerando variações financeiro do Poder Público, inclusive
educação;
regionais no custo dos insumos e as diver- mediante bolsas de estudo.
II - aquisição, manutenção, construção e
sas modalidades de ensino.
conservação de instalações e equipamen- TÍTULO VIII
tos necessários ao ensino; Art. 75. A ação supletiva e redistributiva DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
III – uso e manutenção de bens e serviços da União e dos Estados será exercida de
vinculados ao ensino; modo a corrigir, progressivamente, as dis-
paridades de acesso e garantir o padrão
Art. 78. O Sistema de Ensino da União,
IV - levantamentos estatísticos, estudos e com a colaboração das agências federais
pesquisas visando precipuamente ao apri- mínimo de qualidade de ensino.
de fomento à cultura e de assistência aos
moramento da qualidade e à expansão do § 1º A ação a que se refere este artigo
índios, desenvolverá programas integra-
ensino; obedecerá a fórmula de domínio público
dos de ensino e pesquisa, para oferta de
que inclua a capacidade de atendimento
V - realização de atividades-meio neces- educação escolar bilíngue e intercultural
e a medida do esforço fiscal do respectivo
sárias ao funcionamento dos sistemas de aos povos indígenas, com os seguintes
Estado, do Distrito Federal ou do Município
ensino; objetivos:
em favor da manutenção e do desenvolvi-
VI - concessão de bolsas de estudo a alu- I - proporcionar aos índios, suas comuni-
mento do ensino.
nos de escolas públicas e privadas; dades e povos, a recuperação de suas me-
§ 2º A capacidade de atendimento de cada
VII - amortização e custeio de operações mórias históricas; a reafirmação de suas
governo será definida pela razão entre os
de crédito destinadas a atender ao dispos- identidades étnicas; a valorização de suas
recursos de uso constitucionalmente obri-
to nos incisos deste artigo; línguas e ciências;
gatório na manutenção e desenvolvimento
VIII - aquisição de material didático-esco- do ensino e o custo anual do aluno, relativo II - garantir aos índios, suas comunidades
lar e manutenção de programas de trans- ao padrão mínimo de qualidade. e povos, o acesso às informações, conhe-
porte escolar. cimentos técnicos e científicos da socie-
§ 3º Com base nos critérios estabeleci-
dade nacional e demais sociedades indí-
Art. 71. Não constituirão despesas de dos nos §§ 1º e 2º, a União poderá fazer
a transferência direta de recursos a cada genas e não-índias.
manutenção e desenvolvimento do ensino
aquelas realizadas com: estabelecimento de ensino, considerado Art. 79. A União apoiará técnica e fi-
I - pesquisa, quando não vinculada às ins- o número de alunos que efetivamente nanceiramente os sistemas de ensino no
tituições de ensino, ou, quando efetivada frequentam a escola. provimento da educação intercultural às
fora dos sistemas de ensino, que não vise, § 4º A ação supletiva e redistributiva não comunidades indígenas, desenvolvendo
precipuamente, ao aprimoramento de sua poderá ser exercida em favor do Distrito programas integrados de ensino e pes-
qualidade ou à sua expansão; Federal, dos Estados e dos Municípios se quisa.
II - subvenção a instituições públicas ou estes oferecerem vagas, na área de ensino § 1º Os programas serão planejados com
privadas de caráter assistencial, desporti- de sua responsabilidade, conforme o inciso audiência das comunidades indígenas.
vo ou cultural; VI do art. 10 e o inciso V do art. 11 desta § 2º Os programas a que se refere este
III - formação de quadros especiais para a Lei, em número inferior à sua capacidade artigo, incluídos nos Planos Nacionais de
administração pública, sejam militares ou de atendimento. Educação, terão os seguintes objetivos:
civis, inclusive diplomáticos; Art. 76. A ação supletiva e redistributiva I - fortalecer as práticas socioculturais e a
IV - programas suplementares de alimen- prevista no artigo anterior ficará condi- língua materna de cada comunidade indí-
tação, assistência médico-odontológica, cionada ao efetivo cumprimento pelos gena;
farmacêutica e psicológica, e outras for- Estados, Distrito Federal e Municípios do II - manter programas de formação de
mas de assistência social; disposto nesta Lei, sem prejuízo de outras pessoal especializado, destinado à edu-
V - obras de infraestrutura, ainda que rea- prescrições legais. cação escolar nas comunidades indígenas;
lizadas para beneficiar direta ou indireta- Art. 77. Os recursos públicos serão des- III - desenvolver currículos e programas
mente a rede escolar; tinados às escolas públicas, podendo ser específicos, neles incluindo os conteúdos
VI - pessoal docente e demais trabalha- dirigidos a escolas comunitárias, confes- culturais correspondentes às respectivas
dores da educação, quando em desvio de sionais ou filantrópicas que: comunidades;

13
Art. 79-A legislação complementar
IV - elaborar e publicar sistematicamente Art. 83. O ensino militar é regulado em IV - integrar todos os estabelecimentos
material didático específico e diferencia- lei específica, admitida a equivalência de de ensino fundamental do seu território
do. estudos, de acordo com as normas fixadas ao sistema nacional de avaliação do ren-
§ 3º No que se refere à educação superior, pelos sistemas de ensino. dimento escolar.
sem prejuízo de outras ações, o atendimen- Art. 84. Os discentes da educação superior § 4º (Revogado). (Redação dada pela lei
to aos povos indígenas efetivar-se-á, nas poderão ser aproveitados em tarefas de nº 12.796, de 2013)
universidades públicas e privadas, median- ensino e pesquisa pelas respectivas insti- § 5º Serão conjugados todos os esforços ob-
te a oferta de ensino e de assistência estu- tuições, exercendo funções de monitoria, jetivando a progressão das redes escolares
dantil, assim como de estímulo à pesquisa públicas urbanas de ensino fundamental
de acordo com seu rendimento e seu plano
e desenvolvimento de programas especiais. para o regime de escolas de tempo integral.
de estudos.
(Incluído pela Lei nº 12.416, de 2011) § 6º A assistência financeira da União
Art. 79-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com
aos Estados, ao Distrito Federal e aos
a titulação própria poderá exigir a abertura
10.639, de 9.1.2003) Municípios, bem como a dos Estados aos
de concurso público de provas e títulos para
Art. 79-B. O calendário escolar incluirá seus Municípios, ficam condicionadas ao
cargo de docente de instituição pública
o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional cumprimento do art. 212 da Constituição
de ensino que estiver sendo ocupado por
da Consciência Negra’. (Incluído pela Lei nº Federal e dispositivos legais pertinentes
professor não concursado, por mais de seis
10.639, de 9.1.2003) pelos governos beneficiados.
anos, ressalvados os direitos assegurados
Art. 80. O Poder Público incentivará o pelos arts. 41 da Constituição Federal e 19 Art. 87-A. (VETADO). (Incluído pela lei nº
desenvolvimento e a veiculação de pro- do Ato das Disposições Constitucionais 12.796, de 2013)
gramas de ensino a distância, em todos Transitórias. Art. 88. A União, os Estados, o Distrito
os níveis e modalidades de ensino, e de Federal e os Municípios adaptarão sua
Art. 86. As instituições de educação su-
educação continuada. legislação educacional e de ensino às dis-
perior constituídas como universidades
§ 1º A educação a distância, organizada posições desta Lei no prazo máximo de
integrar-se-ão, também, na sua condição
com abertura e regime especiais, será ofe- um ano, a partir da data de sua publicação.
de instituições de pesquisa, ao Sistema Na-
recida por instituições especificamente § 1º As instituições educacionais adaptarão
cional de Ciência e Tecnologia, nos termos
credenciadas pela União. seus estatutos e regimentos aos dispositi-
da legislação específica.
§ 2º A União regulamentará os requisitos vos desta Lei e às normas dos respectivos
para a realização de exames e registro de sistemas de ensino, nos prazos por estes
TÍTULO IX
diploma relativos a cursos de educação estabelecidos.
a distância. DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
§ 2º O prazo para que as universidades
§ 3º As normas para produção, controle cumpram o disposto nos incisos II e III do
e avaliação de programas de educação a Art. 87. É instituída a Década da Educação,
a iniciar-se um ano a partir da publicação art. 52 é de oito anos.
distância e a autorização para sua imple-
mentação, caberão aos respectivos siste- desta Lei. Art. 89. As creches e pré-escolas existen-
mas de ensino, podendo haver cooperação § 1º A União, no prazo de um ano a partir tes ou que venham a ser criadas deverão, no
e integração entre os diferentes sistemas. da publicação desta Lei, encaminhará, ao prazo de três anos, a contar da publicação
§ 4º A educação a distância gozará de tra- Congresso Nacional, o Plano Nacional de desta Lei, integrar-se ao respectivo sistema
tamento diferenciado, que incluirá: Educação, com diretrizes e metas para os de ensino.
I - custos de transmissão reduzidos em ca- dez anos seguintes, em sintonia com a Art. 90. As questões suscitadas na tran-
nais comerciais de radiodifusão sonora e Declaração Mundial sobre Educação para sição entre o regime anterior e o que se
de sons e imagens e em outros meios de Todos. institui nesta Lei serão resolvidas pelo Con-
comunicação que sejam explorados me- § 2º (Revogado). (Redação dada pela lei nº selho Nacional de Educação ou, mediante
diante autorização, concessão ou permis- 12.796, de 2013) delegação deste, pelos órgãos normativos
são do poder público; (Redação dada pela § 3º O Distrito Federal, cada Estado e Mu- dos sistemas de ensino, preservada a auto-
Lei nº 12.603, de 2012) nicípio, e, supletivamente, a União, devem: nomia universitária.
II - concessão de canais com finalidades (Redação dada pela Lei nº 11.330, de 2006) Art. 91. Esta Lei entra em vigor na data
exclusivamente educativas; I - (revogado); (Redação dada pela lei nº de sua publicação.
III - reserva de tempo mínimo, sem ônus 12.796, de 2013)
para o Poder Público, pelos concessioná- Art. 92. Revogam-se as disposições das
a) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº
rios de canais comerciais. Leis nºs 4.024, de 20 de dezembro de 1961,
11.274, de 2006)
e 5.540, de 28 de novembro de 1968, não
Art. 81. É permitida a organização de b) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº alteradas pelas Leis nºs 9.131, de 24 de no-
cursos ou instituições de ensino experimen- 11.274, de 2006) vembro de 1995 e 9.192, de 21 de dezembro
tais, desde que obedecidas as disposições c) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº de 1995 e, ainda, as Leis nºs 5.692, de 11 de
desta Lei. 11.274, de 2006) agosto de 1971 e 7.044, de 18 de outubro
Art. 82. Os sistemas de ensino estabele- II - prover cursos presenciais ou a distân- de 1982, e as demais leis e decretos-lei
cerão as normas de realização de estágio cia aos jovens e adultos insuficientemente que as modificaram e quaisquer outras
em sua jurisdição, observada a lei federal escolarizados; disposições em contrário.
sobre a matéria. (Redação dada pela Lei nº III - realizar programas de capacitação Brasília, 20 de dezembro de 1996; 175º da
11.788, de 2008) para todos os professores em exercício, Independência e 108º da República.
Parágrafo único. (Revogado). (Redação utilizando também, para isto, os recursos FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
dada pela Lei nº 11.788, de 2008) da educação a distância; DOU de 23.12.1996

14
legislação complementar Art. 1°

LEI Nº 9.472, DE 16 DE JULHO DE 1997

Dispõe sobre a organização dos serviços de tele- diretamente decorrente de sua utilização ções que, na celebração de contratos de
comunicações, a criação e funcionamento de um ou por descumprimento de condições fornecimento de bens e serviços, adotar
órgão regulador e outros aspectos institucionais, contratuais; práticas que possam limitar, falsear ou, de
nos termos da Emenda Constitucional nº 8, de 1995.
VIII - ao prévio conhecimento das condi- qualquer forma, prejudicar a livre concor-
O Presidente da República ções de suspensão do serviço; rência ou a livre iniciativa.
Faço saber que o Congresso Nacional de- IX - ao respeito de sua privacidade nos
creta e eu sanciono a seguinte Lei: documentos de cobrança e na utilização LIVRO II
de seus dados pessoais pela prestadora DO ÓRGÃO REGULADOR E DAS
LIVRO I do serviço; POLÍTICAS SETORIAIS
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
X - de resposta às suas reclamações pela
prestadora do serviço; TÍTULO I
Art. 1° Compete à União, por intermédio
do órgão regulador e nos termos das políti- XI - de peticionar contra a prestadora do DA CRIAÇÃO DO ÓRGÃO
cas estabelecidas pelos Poderes Executivo serviço perante o órgão regulador e os or- REGULADOR
e Legislativo, organizar a exploração dos ganismos de defesa do consumidor;
serviços de telecomunicações. XII - à reparação dos danos causados pela Art. 8° Fica criada a Agência Nacional de
violação de seus direitos. Telecomunicações, entidade integrante
Parágrafo único. A organização inclui, da Administração Pública Federal indireta,
entre outros aspectos, o disciplinamento e Art. 4° O usuário de serviços de teleco- submetida a regime autárquico especial
a fiscalização da execução, comercialização municações tem o dever de: e vinculada ao Ministério das Comunica-
e uso dos serviços e da implantação e fun- I - utilizar adequadamente os serviços, ções, com a função de órgão regulador das
cionamento de redes de telecomunicações, equipamentos e redes de telecomunica- telecomunicações, com sede no Distrito
bem como da utilização dos recursos de ções; Federal, podendo estabelecer unidades
órbita e espectro de radiofrequências. II - respeitar os bens públicos e aqueles regionais.
Art. 2° O Poder Público tem o dever de: voltados à utilização do público em geral; § 1º A Agência terá como órgão máximo o
I - garantir, a toda a população, o acesso às III - comunicar às autoridades irregulari- Conselho Diretor, devendo contar, também,
telecomunicações, a tarifas e preços razo- dades ocorridas e atos ilícitos cometidos com um Conselho Consultivo, uma Procura-
áveis, em condições adequadas; por prestadora de serviço de telecomu- doria, uma Corregedoria, uma Biblioteca e
II - estimular a expansão do uso de redes nicações. uma Ouvidoria, além das unidades especia-
e serviços de telecomunicações pelos ser- lizadas incumbidas de diferentes funções.
Art. 5º Na disciplina das relações eco-
viços de interesse público em benefício da nômicas no setor de telecomunicações § 2º A natureza de autarquia especial
população brasileira; observar-se-ão, em especial, os princípios conferida à Agência é caracterizada por
III - adotar medidas que promovam a constitucionais da soberania nacional, independência administrativa, ausência
competição e a diversidade dos serviços, função social da propriedade, liberdade de subordinação hierárquica, mandato
incrementem sua oferta e propiciem pa- fixo e estabilidade de seus dirigentes e
de iniciativa, livre concorrência, defesa do
drões de qualidade compatíveis com a autonomia financeira.
consumidor, redução das desigualdades
exigência dos usuários; regionais e sociais, repressão ao abuso Art. 9° A Agência atuará como autori­
IV - fortalecer o papel regulador do Esta- do poder econômico e continuidade do dade administrativa independente,
do; serviço prestado no regime público. assegurando-se-lhe, nos termos desta Lei,
V - criar oportunidades de investimento e as prerrogativas necessárias ao exercício
Art. 6° Os serviços de telecomunicações
estimular o desenvolvimento tecnológico adequado de sua competência.
serão organizados com base no princípio da
e industrial, em ambiente competitivo; livre, ampla e justa competição entre todas Art. 10. Caberá ao Poder Executivo instalar
VI - criar condições para que o desenvol- as prestadoras, devendo o Poder Público a Agência, devendo o seu regulamento,
vimento do setor seja harmônico com as atuar para propiciá-la, bem como para cor- aprovado por decreto do Presidente da
metas de desenvolvimento social do País. rigir os efeitos da competição imperfeita e República, fixar-lhe a estrutura organiza-
reprimir as infrações da ordem econômica. cional.
Art. 3° O usuário de serviços de teleco- Parágrafo único. A edição do regula-
municações tem direito: Art. 7° As normas gerais de proteção à
mento marcará a instalação da Agência,
I - de acesso aos serviços de telecomuni- ordem econômica são aplicáveis ao setor de
investindo-a automaticamente no exercício
cações, com padrões de qualidade e re- telecomunicações, quando não conflitarem
de suas atribuições.
gularidade adequados à sua natureza, em com o disposto nesta Lei.
qualquer ponto do território nacional; § 1º Os atos envolvendo prestadora de Art. 11. O Poder Executivo encaminhará
serviço de telecomunicações, no regime ao Congresso Nacional, no prazo de até
II - à liberdade de escolha de sua presta-
público ou privado, que visem a qualquer noventa dias, a partir da publicação desta
dora de serviço;
forma de concentração econômica, inclu- Lei, mensagem criando o quadro efetivo
III - de não ser discriminado quanto às de pessoal da Agência, podendo rema-
sive mediante fusão ou incorporação de
condições de acesso e fruição do serviço; nejar cargos disponíveis na estrutura do
empresas, constituição de sociedade para
IV - à informação adequada sobre as con- exercer o controle de empresas ou qualquer Ministério das Comunicações.
dições de prestação dos serviços, suas ta- forma de agrupamento societário, ficam Art. 12. (Revogado pela Lei nº 9.986, de
rifas e preços; submetidos aos controles, procedimentos 18.7.2000)
V - à inviolabilidade e ao segredo de sua e condicionamentos previstos nas normas
comunicação, salvo nas hipóteses e con- Art. 13. (Revogado pela Lei nº 9.986, de
gerais de proteção à ordem econômica.
dições constitucional e legalmente pre- 18.7.2000)
§ 2° Os atos de que trata o parágrafo an-
vistas; terior serão submetidos à apreciação do Art. 14. (Revogado pela Lei nº 9.986, de
VI - à não divulgação, caso o requeira, de Conselho Administrativo de Defesa Econô- 18.7.2000)
seu código de acesso; mica - CADE, por meio do órgão regulador. Art. 15. A fixação das dotações orçamen-
VII - à não suspensão de serviço presta- § 3º Praticará infração da ordem econômica tárias da Agência na Lei de Orçamento
do em regime público, salvo por débito a prestadora de serviço de telecomunica- Anual e sua programação orçamentária e

15
Art. 15 legislação complementar
financeira de execução não sofrerão limites V - editar atos de outorga e extinção de di- XXIV - adquirir, administrar e alienar seus
nos seus valores para movimentação e reito de exploração do serviço no regime bens;
empenho. público; XXV - decidir em último grau sobre as
Art. 16. Fica o Poder Executivo autorizado VI - celebrar e gerenciar contratos de con- matérias de sua alçada, sempre admitido
a realizar as despesas e os investimentos cessão e fiscalizar a prestação do serviço recurso ao Conselho Diretor;
necessários à instalação da Agência, po- no regime público, aplicando sanções e XXVI - formular ao Ministério das Comuni-
dendo remanejar, transferir ou utilizar realizando intervenções; cações proposta de orçamento;
saldos orçamentários, empregando como VII - controlar, acompanhar e proceder à XXVII - aprovar o seu regimento interno;
recursos dotações destinadas a atividades revisão de tarifas dos serviços prestados XXVIII - elaborar relatório anual de suas
finalísticas e administrativas do Ministério no regime público, podendo fixá-las nas atividades, nele destacando o cumpri-
das Comunicações, inclusive do Fundo de condições previstas nesta Lei, bem como mento da política do setor definida nos
Fiscalização das Telecomunicações - FISTEL. homologar reajustes; termos do artigo anterior;
Parágrafo único. Serão transferidos à VIII - administrar o espectro de radiofre- XXIX - enviar o relatório anual de suas ati-
Agência os acervos técnico e patrimonial, quências e o uso de órbitas, expedindo as
vidades ao Ministério das Comunicações
bem como as obrigações e direitos do respectivas normas;
e, por intermédio da Presidência da Repú-
Ministério das Comunicações, correspon- IX - editar atos de outorga e extinção do blica, ao Congresso Nacional;
dentes às atividades a ela atribuídas por direito de uso de radiofrequência e de ór-
XXX - rever, periodicamente, os planos
esta Lei. bita, fiscalizando e aplicando sanções;
enumerados nos incisos II e III do artigo
Art. 17. A extinção da Agência somente X - expedir normas sobre prestação de anterior, submetendo-os, por intermédio
ocorrerá por lei específica. serviços de telecomunicações no regime do Ministro de Estado das Comunicações,
privado; ao Presidente da República, para aprova-
TÍTULO II XI - expedir e extinguir autorização para ção;
DAS COMPETÊNCIAS prestação de serviço no regime privado, XXXI - promover interação com adminis-
fiscalizando e aplicando sanções; trações de telecomunicações dos países
Art. 18. Cabe ao Poder Executivo, obser- XII - expedir normas e padrões a serem do Mercado Comum do Sul - MERCOSUL,
vadas as disposições desta Lei, por meio cumpridos pelas prestadoras de serviços com vistas à consecução de objetivos de
de decreto: de telecomunicações quanto aos equipa- interesse comum.
I - instituir ou eliminar a prestação de mo- mentos que utilizarem;
dalidade de serviço no regime público, XIII - expedir ou reconhecer a certificação TÍTULO III
concomitantemente ou não com sua pres- de produtos, observados os padrões e DOS ÓRGÃOS SUPERIORES
tação no regime privado; normas por ela estabelecidos;
II - aprovar o plano geral de outorgas de XIV - expedir normas e padrões que as-
serviço prestado no regime público; segurem a compatibilidade, a operação CAPÍTULO I
III - aprovar o plano geral de metas para integrada e a interconexão entre as redes, DO CONSELHO DIRETOR
a progressiva universalização de serviço abrangendo inclusive os equipamentos
prestado no regime público; terminais; Art. 20. O Conselho Diretor será compos-
IV - autorizar a participação de empresa XV - realizar busca e apreensão de bens no to por cinco conselheiros e decidirá por
brasileira em organizações ou consórcios âmbito de sua competência; maioria absoluta.
intergovernamentais destinados ao provi- XVI - deliberar na esfera administrativa Parágrafo único. Cada conselheiro votará
mento de meios ou à prestação de servi- quanto à interpretação da legislação de com independência, fundamentando seu
ços de telecomunicações. telecomunicações e sobre os casos omis- voto.
Parágrafo único. O Poder Executivo, le- sos; Art. 21. As sessões do Conselho Diretor
vando em conta os interesses do País no XVII - compor administrativamente con- serão registradas em atas, que ficarão ar-
contexto de suas relações com os demais flitos de interesses entre prestadoras de quivadas na Biblioteca, disponíveis para
países, poderá estabelecer limites à partici- serviço de telecomunicações; conhecimento geral.
pação estrangeira no capital de prestadora XVIII - reprimir infrações dos direitos dos § 1º Quando a publicidade puder colocar
de serviços de telecomunicações. usuários; em risco a segurança do País, ou violar
Art. 19. À Agência compete adotar as XIX - exercer, relativamente às telecomu- segredo protegido ou a intimidade de al-
medidas necessárias para o atendimento do nicações, as competências legais em ma- guém, os registros correspondentes serão
interesse público e para o desenvolvimento téria de controle, prevenção e repressão mantidos em sigilo.
das telecomunicações brasileiras, atuando das infrações da ordem econômica, res- § 2º As sessões deliberativas do Conselho
com independência, imparcialidade, lega- salvadas as pertencentes ao Conselho Ad- Diretor que se destinem a resolver pen-
lidade, impessoalidade e publicidade, e ministrativo de Defesa Econômica - CADE; dências entre agentes econômicos e entre
especialmente: estes e consumidores e usuários de bens
XX - propor ao Presidente da República,
I - implementar, em sua esfera de atribui- e serviços de telecomunicações serão pú-
por intermédio do Ministério das Comuni-
ções, a política nacional de telecomunica- blicas, permitida a sua gravação por meios
cações, a declaração de utilidade pública,
ções; eletrônicos e assegurado aos interessados o
para fins de desapropriação ou instituição
de servidão administrativa, dos bens ne- direito de delas obter transcrições.
II - representar o Brasil nos organismos
internacionais de telecomunicações, sob cessários à implantação ou manutenção Art. 22. Compete ao Conselho Diretor:
a coordenação do Poder Executivo; de serviço no regime público; I - submeter ao Presidente da República,
III - elaborar e propor ao Presidente da XXI - arrecadar e aplicar suas receitas; por intermédio do Ministro de Estado das
República, por intermédio do Ministro de XXII - resolver quanto à celebração, alte- Comunicações, as modificações do regu-
Estado das Comunicações, a adoção das ração ou extinção de seus contratos, bem lamento da Agência;
medidas a que se referem os incisos I a IV como quanto à nomeação, exoneração II - aprovar normas próprias de licitação e
do artigo anterior, submetendo previa- e demissão de servidores, realizando os contratação;
mente a consulta pública as relativas aos procedimentos necessários, na forma em III - propor o estabelecimento e alteração
incisos I a III; que dispuser o regulamento; das políticas governamentais de teleco-
IV - expedir normas quanto à outorga, XXIII - contratar pessoal por prazo deter- municações;
prestação e fruição dos serviços de teleco- minado, de acordo com o disposto na Lei IV - editar normas sobre matérias de com-
municações no regime público; nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993; petência da Agência;

16
legislação complementar Art. 23
V - aprovar editais de licitação, homolo- cargo exercido, sob pena de incorrer em Art. 39. Ressalvados os documentos e
gar adjudicações, bem como decidir pela improbidade administrativa. os autos cuja divulgação possa violar a
prorrogação, transferência, intervenção Art. 31. (Revogado pela Lei nº 9.986, de segurança do País, segredo protegido ou
e extinção, em relação às outorgas para 18.7.2000) a intimidade de alguém, todos os demais
prestação de serviço no regime público, permanecerão abertos à consulta do públi-
obedecendo ao plano aprovado pelo Po- Art. 32. Cabe ao Presidente a represen- co, sem formalidades, na Biblioteca.
der Executivo; tação da Agência, o comando hierárquico
Parágrafo único. A Agência deverá garan-
sobre o pessoal e o serviço, exercendo todas
VI - aprovar o plano geral de autorizações tir o tratamento confidencial das informa-
as competências administrativas corres-
de serviço prestado no regime privado; ções técnicas, operacionais, econômico-
pondentes, bem como a presidência das
VII - aprovar editais de licitação, homolo- sessões do Conselho Diretor. -financeiras e contábeis que solicitar às
gar adjudicações, bem como decidir pela empresas prestadoras dos serviços de tele-
Parágrafo único. A representação judicial
prorrogação, transferência e extinção, em comunicações, nos termos do regulamento.
da Agência, com prerrogativas processu-
relação às autorizações para prestação de ais de Fazenda Pública, será exercida pela Art. 40. Os atos da Agência deverão ser
serviço no regime privado, na forma do Procuradoria. sempre acompanhados da exposição for-
regimento interno; mal dos motivos que os justifiquem.
VIII - aprovar o plano de destinação de CAPÍTULO II Art. 41. Os atos normativos somente pro-
faixas de radiofrequência e de ocupação DO CONSELHO CONSULTIVO duzirão efeito após publicação no Diário
de órbitas; Oficial da União, e aqueles de alcance par-
IX - aprovar os planos estruturais das re- Art. 33. O Conselho Consultivo é o órgão ticular, após a correspondente notificação.
des de telecomunicações, na forma em de participação institucionalizada da socie-
dade na Agência.
Art. 42. As minutas de atos normativos
que dispuser o regimento interno; serão submetidas à consulta pública, for-
X - aprovar o regimento interno; Art. 34. O Conselho será integrado por malizada por publicação no Diário Oficial
XI - resolver sobre a aquisição e a aliena- representantes indicados pelo Senado Fe- da União, devendo as críticas e sugestões
ção de bens; deral, pela Câmara dos Deputados, pelo merecer exame e permanecer à disposição
Poder Executivo, pelas entidades de classe do público na Biblioteca.
XII - autorizar a contratação de serviços de
das prestadoras de serviços de telecomuni-
terceiros, na forma da legislação em vigor.
cações, por entidades representativas dos Art. 43. Na invalidação de atos e contratos,
Parágrafo único. Fica vedada a realização usuários e por entidades representativas será garantida previamente a manifestação
por terceiros da fiscalização de competên- da sociedade, nos termos do regulamento. dos interessados.
cia da Agência, ressalvadas as atividades Parágrafo único. O Presidente do Con- Art. 44. Qualquer pessoa terá o direito
de apoio. selho Consultivo será eleito pelos seus de peticionar ou de recorrer contra ato da
Art. 23. Os conselheiros serão brasileiros, membros e terá mandato de um ano. Agência no prazo máximo de trinta dias,
de reputação ilibada, formação universi- Art. 35. Cabe ao Conselho Consultivo: devendo a decisão da Agência ser conhe-
tária e elevado conceito no campo de sua I - opinar, antes de seu encaminhamento cida em até noventa dias.
especialidade, devendo ser escolhidos pelo ao Ministério das Comunicações, sobre o Art. 45. O Ouvidor será nomeado pelo
Presidente da República e por ele nomea- plano geral de outorgas, o plano geral de Presidente da República para mandato
dos, após aprovação pelo Senado Federal, metas para universalização de serviços de dois anos, admitida uma recondução.
nos termos da alínea f do inciso III do art. prestados no regime público e demais Parágrafo único. O Ouvidor terá aces-
52 da Constituição Federal. políticas governamentais de telecomuni- so a todos os assuntos e contará com o
Art. 24. O mandato dos membros do cações; apoio administrativo de que necessitar,
Conselho Diretor será de cinco anos. (Re- II - aconselhar quanto à instituição ou eli- competindo-lhe produzir, semestralmente
dação dada pela Lei nº 9.986, de 18 de minação da prestação de serviço no regi- ou quando oportuno, apreciações críticas
julho de 2000) me público; sobre a atuação da Agência, encaminhan-
Parágrafo único. Em caso de vaga no curso III - apreciar os relatórios anuais do Con- do-as ao Conselho Diretor, ao Conselho
do mandato, este será completado por selho Diretor; Consultivo, ao Ministério das Comunica-
sucessor investido na forma prevista no IV - requerer informação e fazer proposi- ções, a outros órgãos do Poder Executivo e
artigo anterior, que o exercerá pelo prazo ção a respeito das ações referidas no art. ao Congresso Nacional, fazendo publicá-las
remanescente. 22. para conhecimento geral.

Art. 25. Os mandatos dos primeiros mem- Art. 46. A Corregedoria acompanhará
Art. 36. Os membros do Conselho Con-
bros do Conselho Diretor serão de três, permanentemente o desempenho dos ser-
sultivo, que não serão remunerados, terão
quatro, cinco, seis e sete anos, a serem vidores da Agência, avaliando sua eficiência
mandato de três anos, vedada a recon-
e o cumprimento dos deveres funcionais
estabelecidos no decreto de nomeação. dução.
e realizando os processos disciplinares.
Art. 26. (Revogado pela Lei nº 9.986, de § 1° Os mandatos dos primeiros mem-
18.7.2000) bros do Conselho serão de um, dois e três TÍTULO V
Art. 27. O regulamento disciplinará a anos, na proporção de um terço para cada DAS RECEITAS
substituição dos conselheiros em seus im- período.
pedimentos, bem como durante a vacância. § 2° O Conselho será renovado anualmente Art. 47. O produto da arrecadação das
em um terço. taxas de fiscalização de instalação e de
Art. 28. (Revogado pela Lei nº 9.986, de
Art. 37. O regulamento disporá sobre o funcionamento a que se refere a Lei nº
18.7.2000)
funcionamento do Conselho Consultivo. 5.070, de 7 de julho de 1966, será destinado
Art. 29. Caberá também aos conselheiros ao Fundo de Fiscalização das Telecomuni-
a direção dos órgãos administrativos da cações - FISTEL, por ela criado.
TÍTULO IV
Agência.
DA ATIVIDADE E DO CONTROLE Art. 48. A concessão, permissão ou auto-
Art. 30. Até um ano após deixar o cargo, rização para a exploração de serviços de
é vedado ao ex-conselheiro representar Art. 38. A atividade da Agência será juridi- telecomunicações e de uso de radiofrequ-
qualquer pessoa ou interesse perante a camente condicionada pelos princípios da ência, para qualquer serviço, será sempre
Agência. legalidade, celeridade, finalidade, razoabi- feita a título oneroso, ficando autoriza-
Parágrafo único. É vedado, ainda, ao lidade, proporcionalidade, impessoalidade, da a cobrança do respectivo preço nas
ex-conselheiro utilizar informações pri- igualdade, devido processo legal, publici- condições estabelecidas nesta Lei e na
vilegiadas obtidas em decorrência do dade e moralidade. regulamentação, constituindo o produto

17
Art. 48 legislação complementar
da arrecadação receita do Fundo de Fis- b) o produto das operações de crédito que sessenta dias após a notificação da Agência
calização das Telecomunicações - FISTEL. contratar, no País e no exterior, e rendimen- determinará a caducidade da concessão,
§ 1º Conforme dispuser a Agência, o tos de operações financeiras que realizar; permissão ou autorização, sem que caiba
pagamento devido pela concessionária, c) relativas ao exercício do poder conce- ao interessado o direito a qualquer inde-
permissionária ou autorizada poderá ser dente dos serviços de telecomunicações, nização.
feito na forma de quantia certa, em uma no regime público, inclusive pagamentos ...........................................................................
ou várias parcelas, ou de parcelas anuais, pela outorga, multas e indenizações; .........."
sendo seu valor, alternativamente: d) relativas ao exercício da atividade orde- "Art. 13. São isentos do pagamento das
I - determinado pela regulamentação; nadora da exploração de serviços de tele- taxas do FISTEL a Agência Nacional de
II - determinado no edital de licitação; comunicações, no regime privado, inclusive Telecomunicações, as Forças Armadas, a
III - fixado em função da proposta ven- pagamentos pela expedição de autorização Polícia Federal, as Polícias Militares, a Polícia
cedora, quando constituir fator de julga- de serviço, multas e indenizações; Rodoviária Federal, as Polícias Civis e os
mento; e) relativas ao exercício do poder de ou- Corpos de Bombeiros Militares."
torga do direito de uso de radiofreqüên-
IV - fixado no contrato de concessão ou no Art. 52. Os valores das taxas de fiscali-
cia para qualquer fim, inclusive multas e
ato de permissão, nos casos de inexigibili- zação de instalação e de funcionamento,
indenizações;
dade de licitação. constantes do Anexo I da Lei n° 5.070, de 7
f) taxas de fiscalização; de julho de 1966, passam a ser os da Tabela
§ 2º Após a criação do fundo de universa- g) recursos provenientes de convênios,
lização dos serviços de telecomunicações do Anexo III desta Lei.
acordos e contratos celebrados com enti- Parágrafo único. A nomenclatura dos
mencionado no inciso II do art. 81, parte do dades, organismos e empresas, públicas ou
produto da arrecadação a que se refere o serviços relacionados na Tabela vigorará
privadas, nacionais ou estrangeiras;
caput deste artigo será a ele destinada, nos até que nova regulamentação seja editada,
h) doações, legados, subvenções e outros com base nesta Lei.
termos da lei correspondente. recursos que lhe forem destinados;
Art. 49. A Agência submeterá anualmente i) o produto dos emolumentos, preços ou Art. 53. Os valores de que tratam as alíneas
ao Ministério das Comunicações a sua pro- multas, os valores apurados na venda ou i e j do art. 2° da Lei n° 5.070, de 7 de julho
posta de orçamento, bem como a do FISTEL, locação de bens, bem assim os decorren- de 1966, com a redação dada por esta Lei,
que serão encaminhadas ao Ministério do tes de publicações, dados e informações serão estabelecidos pela Agência.
Planejamento e Orçamento para inclusão técnicas, inclusive para fins de licitação;
no projeto de lei orçamentária anual a que j) decorrentes de quantias recebidas pela TÍTULO VI
se refere o § 5º do art. 165 da Constituição aprovação de laudos de ensaio de produtos DAS CONTRATAÇÕES
Federal. e pela prestação de serviços técnicos por
§ 1º A Agência fará acompanhar as órgãos da Agência Nacional de Teleco- Art. 54. A contratação de obras e serviços
municações; de engenharia civil está sujeita ao procedi-
propostas orçamentárias de um quadro
l) rendas eventuais." mento das licitações previsto em lei geral
demonstrativo do planejamento plurianual
"Art. 3° Além das transferências para o para a Administração Pública.
das receitas e despesas, visando ao seu
equilíbrio orçamentário e financeiro nos Tesouro Nacional e para o fundo de uni- Parágrafo único. Para os casos não pre-
cinco exercícios subsequentes. versalização das telecomunicações, os vistos no caput, a Agência poderá utilizar
recursos do Fundo de Fiscalização das Tele- procedimentos próprios de contratação,
§ 2º O planejamento plurianual preverá comunicações - FISTEL serão aplicados pela nas modalidades de consulta e pregão.
o montante a ser transferido ao fundo de
Agência Nacional de Telecomunicações Art. 55. A consulta e o pregão serão dis-
universalização a que se refere o inciso II
exclusivamente: ciplinados pela Agência, observadas as
do art. 81 desta Lei, e os saldos a serem
........................................................................... disposições desta Lei e, especialmente:
transferidos ao Tesouro Nacional.
........ I - a finalidade do procedimento licitatório
§ 3º A lei orçamentária anual consignará d) no atendimento de outras despesas é, por meio de disputa justa entre interes-
as dotações para as despesas de custeio correntes e de capital por ela realizadas sados, obter um contrato econômico, sa-
e capital da Agência, bem como o valor no exercício de sua competência." tisfatório e seguro para a Agência;
das transferências de recursos do FISTEL "Art. 6° As taxas de fiscalização a que se II - o instrumento convocatório identifi-
ao Tesouro Nacional e ao fundo de uni- refere a alínea f do art. 2° são a de instalação cará o objeto do certame, circunscreverá
versalização, relativos ao exercício a que e a de funcionamento. o universo de proponentes, estabelecerá
ela se referir.
§ 1° Taxa de Fiscalização de Instalação é critérios para aceitação e julgamento de
§ 4º As transferências a que se refere o a devida pelas concessionárias, permis­ propostas, regulará o procedimento, indi-
parágrafo anterior serão formalmente feitas sionárias e autorizadas de serviços de cará as sanções aplicáveis e fixará as cláu-
pela Agência ao final de cada mês. telecomunicações e de uso de radiofre- sulas do contrato;
Art. 50. O Fundo de Fiscalização das Te- qüência, no momento da emissão do III - o objeto será determinado de forma
lecomunicações - FISTEL, criado pela Lei certificado de licença para o funciona- precisa, suficiente e clara, sem especifica-
n° 5.070, de 7 de julho de 1966, passará mento das estações. ções que, por excessivas, irrelevantes ou
à administração exclusiva da Agência, a § 2° Taxa de Fiscalização de Funciona- desnecessárias, limitem a competição;
partir da data de sua instalação, com os mento é a devida pelas concessionárias, IV - a qualificação, exigida indistintamente
saldos nele existentes, incluídas as receitas permissionárias e autorizadas de serviços dos proponentes, deverá ser compatível e
que sejam produto da cobrança a que se de telecomunicações e de uso de radiofre- proporcional ao objeto, visando à garantia
refere o art. 14 da Lei nº 9.295, de 19 de qüência, anualmente, pela fiscalização do do cumprimento das futuras obrigações;
julho de 1996. funcionamento das estações." V - como condição de aceitação da pro-
Art. 51. Os arts. 2°, 3°, 6° e seus parágrafos, "Art. 8° A Taxa de Fiscalização de Funcio- posta, o interessado declarará estar em
o art. 8° e seu § 2°, e o art. 13, da Lei n° namento será paga, anualmente, até o situação regular perante as Fazendas Pú-
5.070, de 7 de julho de 1966, passam a ter dia 31 de março, e seus valores serão os blicas e a Seguridade Social, fornecendo
a seguinte redação: correspondentes a cinqüenta por cento seus códigos de inscrição, exigida a com-
"Art. 2° O Fundo de Fiscalização das Tele- dos fixados para a Taxa de Fiscalização provação como condição indispensável à
comunicações - FISTEL é constituído das de Instalação. assinatura do contrato;
seguintes fontes: ........................................................................... VI - o julgamento observará os princípios
a) dotações consignadas no Orçamento ............ de vinculação ao instrumento convoca-
Geral da União, créditos especiais, transfe- § 2° O não-pagamento da Taxa de Fisca- tório, comparação objetiva e justo preço,
rências e repasses que lhe forem conferidos; lização de Funcionamento no prazo de sendo o empate resolvido por sorteio;

18
legislação complementar Art. 56
VII - as regras procedimentais assegura- LIVRO III cuja existência, universalização e conti-
rão adequada divulgação do instrumento DA ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS nuidade a própria União comprometa-se
DE TELECOMUNICAÇÕES a assegurar.
convocatório, prazos razoáveis para o pre-
Parágrafo único. Incluem-se neste caso as
paro de propostas, os direitos ao contra-
diversas modalidades do serviço telefônico
ditório e ao recurso, bem como a transpa- TÍTULO I fixo comutado, de qualquer âmbito, desti-
rência e fiscalização; DISPOSIÇÕES GERAIS nado ao uso do público em geral.
VIII - a habilitação e o julgamento das pro- Art. 65. Cada modalidade de serviço será
postas poderão ser decididos em uma úni- CAPÍTULO I destinada à prestação:
DAS DEFINIÇÕES I - exclusivamente no regime público;
ca fase, podendo a habilitação, no caso de
II - exclusivamente no regime privado; ou
pregão, ser verificada apenas em relação Art. 60. Serviço de telecomunicações é III - concomitantemente nos regimes pú-
ao licitante vencedor; o conjunto de atividades que possibilita a blico e privado.
IX - quando o vencedor não celebrar o oferta de telecomunicação.
§ 1° Não serão deixadas à exploração ape-
contrato, serão chamados os demais parti- § 1° Telecomunicação é a transmissão,
nas em regime privado as modalidades de
emissão ou recepção, por fio, radioeletri-
cipantes na ordem de classificação; serviço de interesse coletivo que, sendo
cidade, meios ópticos ou qualquer outro
essenciais, estejam sujeitas a deveres de
X - somente serão aceitos certificados de processo eletromagnético, de símbolos,
universalização.
registro cadastral expedidos pela Agên- caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou
informações de qualquer natureza. § 2° A exclusividade ou concomitância a
cia, que terão validade por dois anos, de- que se refere o caput poderá ocorrer em
§ 2° Estação de telecomunicações é o
vendo o cadastro estar sempre aberto à conjunto de equipamentos ou aparelhos, âmbito nacional, regional, local ou em áreas
inscrição dos interessados. dispositivos e demais meios necessários determinadas.
à realização de telecomunicação, seus Art. 66. Quando um serviço for, ao mesmo
Art. 56. A disputa pelo fornecimento de acessórios e periféricos, e, quando for o tempo, explorado nos regimes público
bens e serviços comuns poderá ser feita caso, as instalações que os abrigam e com- e privado, serão adotadas medidas que
em licitação na modalidade de pregão, plementam, inclusive terminais portáteis. impeçam a inviabilidade econômica de sua
restrita aos previamente cadastrados, que Art. 61. Serviço de valor adicionado é a prestação no regime público.
serão chamados a formular lances em ses- atividade que acrescenta, a um serviço de Art. 67. Não comportarão prestação no
são pública. telecomunicações que lhe dá suporte e com regime público os serviços de telecomu-
o qual não se confunde, novas utilidades nicações de interesse restrito.
Parágrafo único. Encerrada a etapa com- relacionadas ao acesso, armazenamento, Art. 68. É vedada, a uma mesma pessoa
petitiva, a Comissão examinará a melhor apresentação, movimentação ou recupe- jurídica, a exploração, de forma direta ou
oferta quanto ao objeto, forma e valor. ração de informações. indireta, de uma mesma modalidade de
§ 1º Serviço de valor adicionado não serviço nos regimes público e privado, salvo
Art. 57. Nas seguintes hipóteses, o pre- constitui serviço de telecomunicações, em regiões, localidades ou áreas distintas.
gão será aberto a quaisquer interessados, classificando-se seu provedor como usu-
independentemente de cadastramento, ário do serviço de telecomunicações que CAPÍTULO III
verificando-se a um só tempo, após a etapa lhe dá suporte, com os direitos e deveres DAS REGRAS COMUNS
inerentes a essa condição.
competitiva, a qualificação subjetiva e a
§ 2° É assegurado aos interessados o uso Art. 69. As modalidades de serviço serão
aceitabilidade da proposta: das redes de serviços de telecomunicações definidas pela Agência em função de sua fi-
I - para a contratação de bens e serviços para prestação de serviços de valor adicio- nalidade, âmbito de prestação, forma, meio
comuns de alto valor, na forma do regula- nado, cabendo à Agência, para assegurar de transmissão, tecnologia empregada ou
mento; esse direito, regular os condicionamen- de outros atributos.
tos, assim como o relacionamento entre
II - quando o número de cadastrados na Parágrafo único. Forma de telecomuni-
aqueles e as prestadoras de serviço de
cação é o modo específico de transmitir
classe for inferior a cinco; telecomunicações.
informação, decorrente de características
III - para o registro de preços, que terá va- particulares de transdução, de transmissão,
CAPÍTULO II
lidade por até dois anos; de apresentação da informação ou de com-
DA CLASSIFICAÇÃO
binação destas, considerando-se formas de
IV - quando o Conselho Diretor assim o
telecomunicação, entre outras, a telefonia,
decidir. Art. 62. Quanto à abrangência dos in- a telegrafia, a comunicação de dados e a
teresses a que atendem, os serviços de
transmissão de imagens.
Art. 58. A licitação na modalidade de telecomunicações classificam-se em ser-
consulta tem por objeto o fornecimento viços de interesse coletivo e serviços de Art. 70. Serão coibidos os comportamen-
interesse restrito. tos prejudiciais à competição livre, ampla
de bens e serviços não compreendidos e justa entre as prestadoras do serviço, no
Parágrafo único. Os serviços de interesse
nos arts. 56 e 57. restrito estarão sujeitos aos condiciona- regime público ou privado, em especial:
Parágrafo único. A decisão ponderará o mentos necessários para que sua explo- I - a prática de subsídios para redução arti-
ração não prejudique o interesse coletivo. ficial de preços;
custo e o benefício de cada proposta, con-
Art. 63. Quanto ao regime jurídico de sua II - o uso, objetivando vantagens na com-
siderando a qualificação do proponente. petição, de informações obtidas dos con-
prestação, os serviços de telecomunicações
Art. 59. A Agência poderá utilizar, me- classificam-se em públicos e privados. correntes, em virtude de acordos de pres-
diante contrato, técnicos ou empresas Parágrafo único. Serviço de telecomu- tação de serviço;
nicações em regime público é o prestado III - a omissão de informações técnicas e
especializadas, inclusive consultores in-
mediante concessão ou permissão, com comerciais relevantes à prestação de ser-
dependentes e auditores externos, para viços por outrem.
atribuição a sua prestadora de obrigações
executar atividades de sua competência, de universalização e de continuidade. Art. 71. Visando a propiciar competição
vedada a contratação para as atividades de
Art. 64. Comportarão prestação no regi- efetiva e a impedir a concentração eco-
fiscalização, salvo para as correspondentes me público as modalidades de serviço de nômica no mercado, a Agência poderá
atividades de apoio. telecomunicações de interesse coletivo, estabelecer restrições, limites ou condições

19
Art. 71 legislação complementar
a empresas ou grupos empresariais quanto TÍTULO II I - subsídio entre modalidades de serviços
à obtenção e transferência de concessões, DOS SERVIÇOS PRESTADOS de telecomunicações ou entre segmentos
permissões e autorizações. EM REGIME PÚBLICO de usuários;
II - pagamento de adicional ao valor de
Art. 72. Apenas na execução de sua ati- interconexão.
vidade, a prestadora poderá valer-se de CAPÍTULO I
informações relativas à utilização individual DAS OBRIGAÇÕES DE Art. 82. O descumprimento das obriga-
do serviço pelo usuário. UNIVERSALIZAÇÃO E DE ções relacionadas à universalização e à
CONTINUIDADE continuidade ensejará a aplicação de san-
§ 1° A divulgação das informações indivi-
ções de multa, caducidade ou decretação
duais dependerá da anuência expressa e
Art. 79. A Agência regulará as obriga- de intervenção, conforme o caso.
específica do usuário. ções de universalização e de continuidade
§ 2° A prestadora poderá divulgar a tercei- atribuídas às prestadoras de serviço no CAPÍTULO II
ros informações agregadas sobre o uso de regime público. DA CONCESSÃO
seus serviços, desde que elas não permi- § 1° Obrigações de universalização são
tam a identificação, direta ou indireta, do as que objetivam possibilitar o acesso de SEÇÃO I
usuário, ou a violação de sua intimidade. qualquer pessoa ou instituição de interesse DA OUTORGA
público a serviço de telecomunicações,
Art. 73. As prestadoras de serviços de independentemente de sua localização
telecomunicações de interesse coletivo Art. 83. A exploração do serviço no regime
e condição socioeconômica, bem como público dependerá de prévia outorga, pela
terão direito à utilização de postes, dutos, as destinadas a permitir a utilização das Agência, mediante concessão, implicando
condutos e servidões pertencentes ou con- telecomunicações em serviços essenciais esta o direito de uso das radiofrequências
trolados por prestadora de serviços de de interesse público. necessárias, conforme regulamentação.
telecomunicações ou de outros serviços § 2° Obrigações de continuidade são as Parágrafo único. Concessão de serviço
de interesse público, de forma não discri- que objetivam possibilitar aos usuários dos de telecomunicações é a delegação de
minatória e a preços e condições justos serviços sua fruição de forma ininterrupta, sua prestação, mediante contrato, por
e razoáveis. sem paralisações injustificadas, devendo os prazo determinado, no regime público,
serviços estar à disposição dos usuários, em sujeitando-se a concessionária aos ris-
Parágrafo único. Caberá ao órgão regu-
condições adequadas de uso. cos empresariais, remunerando-se pela
lador do cessionário dos meios a serem
utilizados definir as condições para ade- Art. 80. As obrigações de universalização cobrança de tarifas dos usuários ou por
serão objeto de metas periódicas, conforme outras receitas alternativas e respondendo
quado atendimento do disposto no caput.
plano específico elaborado pela Agência e diretamente pelas suas obrigações e pelos
Art. 74. A concessão, permissão ou au- aprovado pelo Poder Executivo, que deverá prejuízos que causar.
torização de serviço de telecomunicações referir-se, entre outros aspectos, à disponi- Art. 84. As concessões não terão caráter
não isenta a prestadora do atendimento bilidade de instalações de uso coletivo ou de exclusividade, devendo obedecer ao
às normas de engenharia e às leis muni- individual, ao atendimento de deficientes plano geral de outorgas, com definição
cipais, estaduais ou distritais relativas à físicos, de instituições de caráter público quanto à divisão do País em áreas, ao nú-
ou social, bem como de áreas rurais ou de mero de prestadoras para cada uma delas,
construção civil. (Redação dada pela Lei
urbanização precária e de regiões remotas. seus prazos de vigência e os prazos para
nº 13.116, de 2015)
§ 1º O plano detalhará as fontes de financia- admissão de novas prestadoras.
Art. 75. Independerá de concessão, mento das obrigações de universalização, § 1° As áreas de exploração, o número de
permissão ou autorização a atividade de que serão neutras em relação à competição, prestadoras, os prazos de vigência das con-
telecomunicações restrita aos limites de no mercado nacional, entre prestadoras. cessões e os prazos para admissão de novas
uma mesma edificação ou propriedade mó- § 2º Os recursos do fundo de universaliza- prestadoras serão definidos considerando-
vel ou imóvel, conforme dispuser a Agência. ção de que trata o inciso II do art. 81 não -se o ambiente de competição, observados
poderão ser destinados à cobertura de o princípio do maior benefício ao usuário e
Art. 76. As empresas prestadoras de custos com universalização dos serviços o interesse social e econômico do País, de
serviços e os fabricantes de produtos de que, nos termos do contrato de concessão, modo a propiciar a justa remuneração da
telecomunicações que investirem em pro- a própria prestadora deva suportar. prestadora do serviço no regime público.
jetos de pesquisa e desenvolvimento no Art. 81. Os recursos complementares § 2° A oportunidade e o prazo das outorgas
Brasil, na área de telecomunicações, obte- destinados a cobrir a parcela do custo ex- serão determinados de modo a evitar o
rão incentivos nas condições fixadas em lei. clusivamente atribuível ao cumprimento vencimento concomitante das concessões
das obrigações de universalização de pres- de uma mesma área.
Art. 77. O Poder Executivo encaminhará
ao Congresso Nacional, no prazo de cen- tadora de serviço de telecomunicações, que Art. 85. Cada modalidade de serviço será
não possa ser recuperada com a exploração objeto de concessão distinta, com clara
to e vinte dias da publicação desta Lei,
eficiente do serviço, poderão ser oriundos determinação dos direitos e deveres da
mensagem de criação de um fundo para o das seguintes fontes: concessionária, dos usuários e da Agência.
desenvolvimento tecnológico das teleco- I - Orçamento Geral da União, dos Estados,
municações brasileiras, com o objetivo de Art. 86. A concessão somente poderá ser
do Distrito Federal e dos Municípios;
outorgada a empresa constituída segundo
estimular a pesquisa e o desenvolvimento II - fundo especificamente constituído pa- as leis brasileiras, com sede e administração
de novas tecnologias, incentivar a capaci- ra essa finalidade, para o qual contribuirão no País, criada para explorar exclusivamen-
tação dos recursos humanos, fomentar a prestadoras de serviço de telecomunica- te serviços de telecomunicações. (Redação
geração de empregos e promover o acesso ções nos regimes público e privado, nos dada pela Lei nº 12.485, de 2011)
de pequenas e médias empresas a recursos termos da lei, cuja mensagem de criação Parágrafo único. Os critérios e condi-
de capital, de modo a ampliar a competição deverá ser enviada ao Congresso Nacio- ções para a prestação de outros serviços
na indústria de telecomunicações. nal, pelo Poder Executivo, no prazo de de telecomunicações diretamente pela
cento e vinte dias após a publicação desta concessionária obedecerão, entre outros,
Art. 78. A fabricação e o desenvolvimento Lei. aos seguintes princípios, de acordo com
no País de produtos de telecomunicações Parágrafo único. Enquanto não for cons- regulamentação da Anatel: (Redação dada
serão estimulados mediante adoção de tituído o fundo a que se refere o inciso II pela Lei nº 12.485, de 2011)
instrumentos de política creditícia, fiscal do caput, poderão ser adotadas também I - garantia dos interesses dos usuários,
e aduaneira. as seguintes fontes: nos mecanismos de reajuste e revisão das

20
legislação complementar Art. 87
tarifas, mediante o compartilhamento dos menor tarifa, maior oferta pela outorga, como as provenientes de projetos asso-
ganhos econômicos advindos da raciona- melhor qualidade dos serviços e melhor ciados;
lização decorrente da prestação de outros atendimento da demanda, respeitado IX - os direitos, as garantias e as obriga-
serviços de telecomunicações, ou ainda sempre o princípio da objetividade; ções dos usuários, da Agência e da con-
mediante a transferência integral dos ga- IX - o empate será resolvido por sorteio; cessionária;
nhos econômicos que não decorram da X - as regras procedimentais assegurarão X - a forma da prestação de contas e da
eficiência ou iniciativa empresarial, ob- a adequada divulgação do instrumento fiscalização;
servados os termos dos §§ 2o e 3o do art. convocatório, prazos compatíveis com o XI - os bens reversíveis, se houver;
108 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.485, preparo de propostas e os direitos ao con-
de 2011) XII - as condições gerais para intercone-
traditório, ao recurso e à ampla defesa. xão;
II - atuação do poder público para pro-
piciar a livre, ampla e justa competição, Art. 90. Não poderá participar da licitação XIII - a obrigação de manter, durante a
reprimidas as infrações da ordem econô- ou receber outorga de concessão a empresa execução do contrato, todas as condições
mica, nos termos do art. 6o desta Lei; (In- proibida de licitar ou contratar com o Po- de habilitação exigidas na licitação;
cluído pela Lei nº 12.485, de 2011) der Público ou que tenha sido declarada XIV - as sanções;
inidônea, bem como aquela que tenha
III - existência de mecanismos que assegu- XV - o foro e o modo para solução extraju-
sido punida nos dois anos anteriores com
rem o adequado controle público no que dicial das divergências contratuais.
a decretação de caducidade de concessão,
tange aos bens reversíveis. (Incluído pela Parágrafo único. O contrato será publi-
permissão ou autorização de serviço de
Lei nº 12.485, de 2011) cado resumidamente no Diário Oficial da
telecomunicações, ou da caducidade de
Art. 87. A outorga a empresa ou grupo em- direito de uso de radiofrequência. União, como condição de sua eficácia.
presarial que, na mesma região, localidade Art. 91. A licitação será inexigível quando, Art. 94. No cumprimento de seus deve-
ou área, já preste a mesma modalidade de mediante processo administrativo conduzi- res, a concessionária poderá, observadas
serviço, será condicionada à assunção do do pela Agência, a disputa for considerada as condições e limites estabelecidos pela
compromisso de, no prazo máximo de de- inviável ou desnecessária. Agência:
zoito meses, contado da data de assinatura § 1° Considera-se inviável a disputa quando I - empregar, na execução dos serviços,
do contrato, transferir a outrem o serviço apenas um interessado puder realizar o equipamentos e infraestrutura que não
anteriormente explorado, sob pena de sua serviço, nas condições estipuladas. lhe pertençam;
caducidade e de outras sanções previstas II - contratar com terceiros o desenvolvi-
§ 2° Considera-se desnecessária a disputa
no processo de outorga. nos casos em que se admita a exploração mento de atividades inerentes, acessórias
Art. 88. As concessões serão outorgadas do serviço por todos os interessados que ou complementares ao serviço, bem como
mediante licitação. atendam às condições requeridas. a implementação de projetos associados.
Art. 89. A licitação será disciplinada § 3° O procedimento para verificação da § 1° Em qualquer caso, a concessionária
pela Agência, observados os princípios inexigibilidade compreenderá chama- continuará sempre responsável perante a
constitucionais, as disposições desta Lei mento público para apurar o número de Agência e os usuários.
e, especialmente: interessados. § 2° Serão regidas pelo direito comum as
I - a finalidade do certame é, por meio de Art. 92. Nas hipóteses de inexigibilida- relações da concessionária com os terceiros,
disputa entre os interessados, escolher de de licitação, a outorga de concessão que não terão direitos frente à Agência,
quem possa executar, expandir e univer- dependerá de procedimento administra- observado o disposto no art. 117 desta Lei.
salizar o serviço no regime público com tivo sujeito aos princípios da publicidade, Art. 95. A Agência concederá prazos
eficiência, segurança e a tarifas razoáveis; moralidade, impessoalidade e contra- adequados para adaptação da concessio-
II - a minuta de instrumento convocatório ditório, para verificar o preenchimento nária às novas obrigações que lhe sejam
será submetida a consulta pública prévia; das condições relativas às qualificações impostas.
III - o instrumento convocatório identi- técnico-operacional ou profissional e eco-
nômico-financeira, à regularidade fiscal e
Art. 96. A concessionária deverá:
ficará o serviço objeto do certame e as I - prestar informações de natureza téc-
condições de sua prestação, expansão às garantias do contrato.
nica, operacional, econômico-financeira
e universalização, definirá o universo Parágrafo único. As condições deverão ser
e contábil, ou outras pertinentes que a
de proponentes, estabelecerá fatores e compatíveis com o objeto e proporcionais
Agência solicitar;
critérios para aceitação e julgamento de a sua natureza e dimensão.
II - manter registros contábeis separados
propostas, regulará o procedimento, de-
SEÇÃO II por serviço, caso explore mais de uma mo-
terminará a quantidade de fases e seus
DO CONTRATO dalidade de serviço de telecomunicações;
objetivos, indicará as sanções aplicáveis
e fixará as cláusulas do contrato de con- III - submeter à aprovação da Agência a
cessão; Art. 93. O contrato de concessão indicará: minuta de contrato-padrão a ser celebra-
I - objeto, área e prazo da concessão; do com os usuários, bem como os acordos
IV - as qualificações técnico-operacional
II - modo, forma e condições da prestação operacionais que pretenda firmar com
ou profissional e econômico-financeira,
do serviço; prestadoras estrangeiras;
bem como as garantias da proposta e do
contrato, exigidas indistintamente dos III - regras, critérios, indicadores, fórmulas IV - divulgar relação de assinantes, obser-
proponentes, deverão ser compatíveis e parâmetros definidores da implantação, vado o disposto nos incisos VI e IX do art.
com o objeto e proporcionais a sua natu- expansão, alteração e modernização do 3°, bem como o art. 213, desta Lei;
reza e dimensão; serviço, bem como de sua qualidade; V - submeter-se à regulamentação do ser-
V - o interessado deverá comprovar situa- IV - deveres relativos à universalização e à viço e à sua fiscalização;
ção regular perante as Fazendas Públicas e continuidade do serviço; VI - apresentar relatórios periódicos sobre
a Seguridade Social; V - o valor devido pela outorga, a forma e o atendimento das metas de universaliza-
VI - a participação de consórcio, que se as condições de pagamento; ção constantes do contrato de concessão.
constituirá em empresa antes da outorga VI - as condições de prorrogação, incluin- Art. 97. Dependerão de prévia aprovação
da concessão, será sempre admitida; do os critérios para fixação do valor; da Agência a cisão, a fusão, a transformação,
VII - o julgamento atenderá aos princípios VII - as tarifas a serem cobradas dos usu- a incorporação, a redução do capital da
de vinculação ao instrumento convocató- ários e os critérios para seu reajuste e re- empresa ou a transferência de seu controle
rio e comparação objetiva; visão; societário.
VIII - os fatores de julgamento poderão VIII - as possíveis receitas alternativas, Parágrafo único. A aprovação será con-
ser, isolada ou conjugadamente, os de complementares ou acessórias, bem cedida se a medida não for prejudicial à

21
Art. 98 legislação complementar
competição e não colocar em risco a exe- Art. 103. Compete à Agência estabelecer de tributos ou encargos legais e de novas
cução do contrato, observado o disposto a estrutura tarifária para cada modalidade regras sobre os serviços.
no art. 7° desta Lei. de serviço. § 4º A oneração causada por novas regras
Art. 98. O contrato de concessão poderá § 1° A fixação, o reajuste e a revisão das sobre os serviços, pela álea econômica
ser transferido após a aprovação da Agência tarifas poderão basear-se em valor que extraordinária, bem como pelo aumento
desde que, cumulativamente: corresponda à média ponderada dos va- dos encargos legais ou tributos, salvo o
I - o serviço esteja em operação, há pelo lores dos itens tarifários. imposto sobre a renda, implicará a revisão
§ 2° São vedados os subsídios entre modali- do contrato.
menos três anos, com o cumprimento re-
gular das obrigações; dades de serviços e segmentos de usuários, Art. 109. A Agência estabelecerá:
ressalvado o disposto no parágrafo único I - os mecanismos para acompanhamento
II - o cessionário preencha todos os re-
do art. 81 desta Lei. das tarifas praticadas pela concessionária,
quisitos da outorga, inclusive quanto às
§ 3° As tarifas serão fixadas no contrato de inclusive a antecedência a ser observada
garantias, à regularidade jurídica e fiscal
concessão, consoante edital ou proposta na comunicação de suas alterações;
e à qualificação técnica e econômico-
apresentada na licitação. II - os casos de serviço gratuito, como os
-financeira;
§ 4° Em caso de outorga sem licitação, as de emergência;
III - a medida não prejudique a competi- tarifas serão fixadas pela Agência e cons-
ção e não coloque em risco a execução do III - os mecanismos para garantir a publici-
tarão do contrato de concessão. dade das tarifas.
contrato, observado o disposto no art. 7°
desta Lei. Art. 104. Transcorridos ao menos três
anos da celebração do contrato, a Agência SEÇÃO V
Art. 99. O prazo máximo da concessão poderá, se existir ampla e efetiva com- DA INTERVENÇÃO
será de vinte anos, podendo ser prorro- petição entre as prestadoras do serviço,
gado, uma única vez, por igual período, submeter a concessionária ao regime de Art. 110. Poderá ser decretada interven-
desde que a concessionária tenha cumprido liberdade tarifária. ção na concessionária, por ato da Agência,
as condições da concessão e manifeste § 1° No regime a que se refere o caput, em caso de:
expresso interesse na prorrogação, pelo a concessionária poderá determinar suas I - paralisação injustificada dos serviços;
menos, trinta meses antes de sua expiração. próprias tarifas, devendo comunicá-las à II - inadequação ou insuficiência dos ser-
§ 1° A prorrogação do prazo da concessão Agência com antecedência de sete dias viços prestados, não resolvidas em prazo
implicará pagamento, pela concessionária, de sua vigência. razoável;
pelo direito de exploração do serviço e § 2° Ocorrendo aumento arbitrário dos lu- III - desequilíbrio econômico-financeiro
pelo direito de uso das radiofrequências cros ou práticas prejudiciais à competição, decorrente de má administração que co-
associadas, e poderá, a critério da Agência, a Agência restabelecerá o regime tarifário loque em risco a continuidade dos servi-
incluir novos condicionamentos, tendo em anterior, sem prejuízo das sanções cabíveis. ços;
vista as condições vigentes à época. Art. 105. Quando da implantação de IV - prática de infrações graves;
§ 2° A desistência do pedido de prorroga- novas prestações, utilidades ou comodi- V - inobservância de atendimento das me-
ção sem justa causa, após seu deferimento, dades relativas ao objeto da concessão, tas de universalização;
sujeitará a concessionária à pena de multa. suas tarifas serão previamente levadas à VI - recusa injustificada de interconexão;
§ 3° Em caso de comprovada necessidade Agência, para aprovação, com os estudos
VII - infração da ordem econômica nos
de reorganização do objeto ou da área da correspondentes.
termos da legislação própria.
concessão para ajustamento ao plano geral Parágrafo único. Considerados os interes-
de outorgas ou à regulamentação vigente, ses dos usuários, a Agência poderá decidir Art. 111. O ato de intervenção indicará
poderá a Agência indeferir o pedido de por fixar as tarifas ou por submetê-las ao seu prazo, seus objetivos e limites, que
prorrogação. regime de liberdade tarifária, sendo ve- serão determinados em função das razões
dada qualquer cobrança antes da referida que a ensejaram, e designará o interventor.
SEÇÃO III aprovação. § 1° A decretação da intervenção não afe-
DOS BENS Art. 106. A concessionária poderá cobrar tará o curso regular dos negócios da con-
tarifa inferior à fixada desde que a redução cessionária nem seu normal funcionamento
Art. 100. Poderá ser declarada a utilidade se baseie em critério objetivo e favoreça e produzirá, de imediato, o afastamento de
pública, para fins de desapropriação ou indistintamente todos os usuários, vedado seus administradores.
instituição de servidão, de bens imóveis ou o abuso do poder econômico. § 2° A intervenção será precedida de
móveis, necessários à execução do serviço, procedimento administrativo instaurado
Art. 107. Os descontos de tarifa somen- pela Agência, em que se assegure a ampla
cabendo à concessionária a implementação
te serão admitidos quando extensíveis a
da medida e o pagamento da indenização defesa da concessionária, salvo quando
todos os usuários que se enquadrem nas
e das demais despesas envolvidas. decretada cautelarmente, hipótese em que
condições, precisas e isonômicas, para sua
o procedimento será instaurado na data
Art. 101. A alienação, oneração ou subs- fruição.
da intervenção e concluído em até cento
tituição de bens reversíveis dependerá de Art. 108. Os mecanismos para reajuste e oitenta dias.
prévia aprovação da Agência. e revisão das tarifas serão previstos nos § 3° A intervenção poderá ser exercida por
Art. 102. A extinção da concessão trans- contratos de concessão, observando-se, no um colegiado ou por uma empresa, cuja
mitirá automaticamente à União a posse que couber, a legislação específica. remuneração será paga com recursos da
dos bens reversíveis. § 1° A redução ou o desconto de tarifas concessionária.
Parágrafo único. A reversão dos bens, não ensejará revisão tarifária. § 4° Dos atos do interventor caberá recurso
antes de expirado o prazo contratual, im- § 2° Serão compartilhados com os usuários, à Agência.
portará pagamento de indenização pelas nos termos regulados pela Agência, os § 5° Para os atos de alienação e disposição
parcelas de investimentos a eles vinculados, ganhos econômicos decorrentes da mo- do patrimônio da concessionária, o inter-
ainda não amortizados ou depreciados, que dernização, expansão ou racionalização ventor necessitará de prévia autorização
tenham sido realizados com o objetivo de dos serviços, bem como de novas receitas da Agência.
garantir a continuidade e atualidade do alternativas. § 6° O interventor prestará contas e res-
serviço concedido. § 3° Serão transferidos integralmente aos ponderá pelos atos que praticar.
usuários os ganhos econômicos que não
SEÇÃO IV decorram diretamente da eficiência em- SEÇÃO VI
DAS TARIFAS presarial, em casos como os de diminuição DA EXTINÇÃO

22
legislação complementar Art. 112
Art. 112. A concessão extinguir-se-á por concessionária ou mediante outorga de TÍTULO III
advento do termo contratual, encampação, nova concessão. DOS SERVIÇOS PRESTADOS EM
caducidade, rescisão e anulação. Parágrafo único. Permissão de serviço de REGIME PRIVADO
Parágrafo único. A extinção devolve à telecomunicações é o ato administrativo
União os direitos e deveres relativos à pelo qual se atribui a alguém o dever de
CAPÍTULO I
prestação do serviço. prestar serviço de telecomunicações no DO REGIME GERAL DA
Art. 113. Considera-se encampação a regime público e em caráter transitório, até EXPLORAÇÃO
retomada do serviço pela União durante que seja normalizada a situação excepcio-
o prazo da concessão, em face de razão nal que a tenha ensejado. Art. 126. A exploração de serviço de te-
extraordinária de interesse público, me- Art. 119. A permissão será precedida de lecomunicações no regime privado será
diante lei autorizativa específica e após o procedimento licitatório simplificado, ins- baseada nos princípios constitucionais da
pagamento de prévia indenização. taurado pela Agência, nos termos por ela atividade econômica.
Art. 114. A caducidade da concessão será regulados, ressalvados os casos de inexi- Art. 127. A disciplina da exploração dos
decretada pela Agência nas hipóteses: gibilidade previstos no art. 91, observado serviços no regime privado terá por obje-
I - de infração do disposto no art. 97 desta o disposto no art. 92, desta Lei. tivo viabilizar o cumprimento das leis, em
Lei ou de dissolução ou falência da con- especial das relativas às telecomunicações,
cessionária; Art. 120. A permissão será formalizada
à ordem econômica e aos direitos dos con-
mediante assinatura de termo, que indicará:
II - de transferência irregular do contrato; sumidores, destinando-se a garantir:
I - o objeto e a área da permissão, bem co-
III - de não-cumprimento do compromis- I - a diversidade de serviços, o incremento
mo os prazos mínimo e máximo de vigên-
so de transferência a que se refere o art. de sua oferta e sua qualidade;
cia estimados;
87 desta Lei; II - a competição livre, ampla e justa;
II - modo, forma e condições da prestação
IV - em que a intervenção seria cabível, III - o respeito aos direitos dos usuários;
do serviço;
mas sua decretação for inconveniente, IV - a convivência entre as modalidades de
inócua, injustamente benéfica ao conces- III - as tarifas a serem cobradas dos usuá-
serviço e entre prestadoras em regime pri-
sionário ou desnecessária. rios, critérios para seu reajuste e revisão e vado e público, observada a prevalência
as possíveis fontes de receitas alternativas; do interesse público;
§ 1° Será desnecessária a intervenção
quando a demanda pelos serviços objeto IV - os direitos, as garantias e as obriga- V - o equilíbrio das relações entre presta-
da concessão puder ser atendida por outras ções dos usuários, do permitente e do doras e usuários dos serviços;
prestadoras de modo regular e imediato. permissionário; VI - a isonomia de tratamento às presta-
§ 2° A decretação da caducidade será V - as condições gerais de interconexão; doras;
precedida de procedimento administra- VI - a forma da prestação de contas e da VII - o uso eficiente do espectro de radio-
tivo instaurado pela Agência, em que se fiscalização; frequências;
assegure a ampla defesa da concessionária.
VII - os bens entregues pelo permitente à VIII - o cumprimento da função social do
Art. 115. A concessionária terá direito à administração do permissionário; serviço de interesse coletivo, bem como
rescisão quando, por ação ou omissão do VIII - as sanções; dos encargos dela decorrentes;
Poder Público, a execução do contrato se IX - o desenvolvimento tecnológico e in-
tornar excessivamente onerosa. IX - os bens reversíveis, se houver;
dustrial do setor;
Parágrafo único. A rescisão poderá ser X - o foro e o modo para solução extrajudi-
X - a permanente fiscalização.
realizada amigável ou judicialmente. cial das divergências.
Parágrafo único. O termo de permissão Art. 128. Ao impor condicionamentos
Art. 116. A anulação será decretada pela administrativos ao direito de exploração
Agência em caso de irregularidade insa- será publicado resumidamente no Diário
Oficial da União, como condição de sua das diversas modalidades de serviço no
nável e grave do contrato de concessão.
eficácia. regime privado, sejam eles limites, encar-
Art. 117. Extinta a concessão antes do gos ou sujeições, a Agência observará a
termo contratual, a Agência, sem prejuízo Art. 121. Outorgada permissão em decor- exigência de mínima intervenção na vida
de outras medidas cabíveis, poderá: rência de procedimento licitatório, a recusa privada, assegurando que:
I - ocupar, provisoriamente, bens móveis e injustificada pelo outorgado em assinar o I - a liberdade será a regra, constituindo
imóveis e valer-se de pessoal empregado respectivo termo sujeitá-lo-á às sanções exceção as proibições, restrições e interfe-
na prestação dos serviços, necessários a previstas no instrumento convocatório. rências do Poder Público;
sua continuidade; II - nenhuma autorização será negada, sal-
Art. 122. A permissão extinguir-se-á pe-
II - manter contratos firmados pela con- lo decurso do prazo máximo de vigência vo por motivo relevante;
cessionária com terceiros, com funda- estimado, observado o disposto no art. III - os condicionamentos deverão ter
mento nos incisos I e II do art. 94 desta Lei, 124 desta Lei, bem como por revogação, vínculos, tanto de necessidade como de
pelo prazo e nas condições inicialmente adequação, com finalidades públicas es-
caducidade e anulação.
ajustadas. pecíficas e relevantes;
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II Art. 123. A revogação deverá basear-se
IV - o proveito coletivo gerado pelo con-
deste artigo, os terceiros que não cumpri- em razões de conveniência e oportunidade
dicionamento deverá ser proporcional à
rem com as obrigações assumidas respon- relevantes e supervenientes à permissão. privação que ele impuser;
derão pelo inadimplemento. § 1° A revogação, que poderá ser feita
V - haverá relação de equilíbrio entre os
a qualquer momento, não dará direito a deveres impostos às prestadoras e os di-
CAPÍTULO III indenização. reitos a elas reconhecidos.
DA PERMISSÃO § 2° O ato revocatório fixará o prazo para
o permissionário devolver o serviço, que Art. 129. O preço dos serviços será livre,
Art. 118. Será outorgada permissão, não será inferior a sessenta dias. ressalvado o disposto no § 2° do art. 136
pela Agência, para prestação de serviço desta Lei, reprimindo-se toda prática pre-
Art. 124. A permissão poderá ser mantida, judicial à competição, bem como o abuso
de telecomunicações em face de situação
mesmo vencido seu prazo máximo, se per- do poder econômico, nos termos da legis-
excepcional comprometedora do funciona-
sistir a situação excepcional que a motivou. lação própria.
mento do serviço que, em virtude de suas
peculiaridades, não possa ser atendida, Art. 125. A Agência disporá sobre o regi- Art. 130. A prestadora de serviço em re-
de forma conveniente ou em prazo ade- me da permissão, observados os princípios gime privado não terá direito adquirido
quado, mediante intervenção na empresa e objetivos desta Lei. à permanência das condições vigentes

23
Art. 130 legislação complementar
quando da expedição da autorização ou IV - não ser, na mesma região, localidade de atividade objeto da autorização ou a
do início das atividades, devendo observar ou área, encarregada de prestar a mesma suprimir a exploração no regime privado.
os novos condicionamentos impostos por modalidade de serviço. § 1° A edição das normas de que trata o
lei e pela regulamentação. caput não justificará o decaimento senão
Art. 134. A Agência disporá sobre as
Parágrafo único. As normas concederão quando a preservação das autorizações já
condições subjetivas para obtenção de
prazos suficientes para adaptação aos no- expedidas for efetivamente incompatível
autorização de serviço de interesse restrito.
vos condicionamentos. com o interesse público.
Art. 135. A Agência poderá, excepcional- § 2° Decretado o decaimento, a prestado-
Art. 130-A. É facultado às prestadoras mente, em face de relevantes razões de
de serviço em regime privado o aluguel ra terá o direito de manter suas próprias
caráter coletivo, condicionar a expedição atividades regulares por prazo mínimo de
de suas redes para implantação de sistema de autorização à aceitação, pelo interes-
de localização de pessoas desaparecidas. cinco anos, salvo desapropriação.
sado, de compromissos de interesse da
(Incluído pela Lei nº 12.841, de 2013) coletividade. Art. 142. Renúncia é o ato formal unila-
Parágrafo único. O sistema a que se refere Parágrafo único. Os compromissos a que teral, irrevogável e irretratável, pelo qual
o caput deste artigo está sujeito às regras se refere o caput serão objeto de regula- a prestadora manifesta seu desinteresse
de mercado, nos termos do art. 129 desta mentação, pela Agência, observados os pela autorização.
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.841, de 2013) princípios da razoabilidade, proporciona- Parágrafo único. A renúncia não será causa
lidade e igualdade. para punição do autorizado, nem o deso-
CAPÍTULO II nerará de suas obrigações com terceiros.
DA AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇO DE Art. 136. Não haverá limite ao número de
TELECOMUNICAÇÕES autorizações de serviço, salvo em caso de Art. 143. A anulação da autorização será
impossibilidade técnica ou, excepcional- decretada, judicial ou administrativamente,
mente, quando o excesso de competidores em caso de irregularidade insanável do ato
SEÇÃO I puder comprometer a prestação de uma que a expediu.
DA OBTENÇÃO modalidade de serviço de interesse co- Art. 144. A extinção da autorização me-
letivo. diante ato administrativo dependerá de
Art. 131. A exploração de serviço no § 1° A Agência determinará as regiões, procedimento prévio, garantidos o con-
regime privado dependerá de prévia au- localidades ou áreas abrangidas pela limi- traditório e a ampla defesa do interessado.
torização da Agência, que acarretará direito tação e disporá sobre a possibilidade de a
de uso das radiofrequências necessárias. prestadora atuar em mais de uma delas. TÍTULO IV
§ 1° Autorização de serviço de telecomuni- § 2° As prestadoras serão selecionadas me- DAS REDES DE
cações é o ato administrativo vinculado que diante procedimento licitatório, na forma TELECOMUNICAÇÕES
faculta a exploração, no regime privado, estabelecida nos arts. 88 a 92, sujeitando-se
de modalidade de serviço de telecomuni- a transferência da autorização às mesmas Art. 145. A implantação e o funciona-
cações, quando preenchidas as condições condições estabelecidas no art. 98, desta mento de redes de telecomunicações
objetivas e subjetivas necessárias. Lei. destinadas a dar suporte à prestação de
§ 2° A Agência definirá os casos que inde- § 3° Dos vencedores da licitação será exigi- serviços de interesse coletivo, no regime
penderão de autorização. da contrapartida proporcional à vantagem público ou privado, observarão o disposto
§ 3° A prestadora de serviço que independa econômica que usufruírem, na forma de neste Título.
de autorização comunicará previamente à compromissos de interesse dos usuários. Parágrafo único. As redes de telecomuni-
Agência o início de suas atividades, salvo
Art. 137. O descumprimento de condições cações destinadas à prestação de serviço
nos casos previstos nas normas corres-
ou de compromissos assumidos, associados em regime privado poderão ser dispen-
pondentes.
à autorização, sujeitará a prestadora às sadas do disposto no caput, no todo ou
§ 4° A eficácia da autorização dependerá sanções de multa, suspensão temporária em parte, na forma da regulamentação
da publicação de extrato no Diário Oficial ou caducidade. expedida pela Agência.
da União.
SEÇÃO II Art. 146. As redes serão organizadas co-
Art. 132. São condições objetivas para mo vias integradas de livre circulação, nos
obtenção de autorização de serviço: DA EXTINÇÃO
termos seguintes:
I - disponibilidade de radiofrequência
I - é obrigatória a interconexão entre as re-
necessária, no caso de serviços que a uti- Art. 138. A autorização de serviço de tele-
comunicações não terá sua vigência sujeita des, na forma da regulamentação;
lizem;
a termo final, extinguindo-se somente por II - deverá ser assegurada a operação in-
II - apresentação de projeto viável tec-
cassação, caducidade, decaimento, renún- tegrada das redes, em âmbito nacional e
nicamente e compatível com as normas
cia ou anulação. internacional;
aplicáveis.
Art. 139. Quando houver perda das III - o direito de propriedade sobre as re-
Art. 133. São condições subjetivas para des é condicionado pelo dever de cumpri-
obtenção de autorização de serviço de condições indispensáveis à expedição ou
manutenção da autorização, a Agência po- mento de sua função social.
interesse coletivo pela empresa:
derá extingui-la mediante ato de cassação. Parágrafo único. Interconexão é a ligação
I - estar constituída segundo as leis brasi-
Parágrafo único. Importará em cassação entre redes de telecomunicações funcional-
leiras, com sede e administração no País;
da autorização do serviço a extinção da mente compatíveis, de modo que os usuá-
II - não estar proibida de licitar ou contra- rios de serviços de uma das redes possam
autorização de uso da radiofrequência
tar com o Poder Público, não ter sido de- comunicar-se com usuários de serviços de
respectiva.
clarada inidônea ou não ter sido punida, outra ou acessar serviços nela disponíveis.
nos dois anos anteriores, com a decreta- Art. 140. Em caso de prática de infrações
ção da caducidade de concessão, permis- graves, de transferência irregular da auto- Art. 147. É obrigatória a interconexão às
são ou autorização de serviço de teleco- rização ou de descumprimento reiterado redes de telecomunicações a que se refere o
municações, ou da caducidade de direito de compromissos assumidos, a Agência art. 145 desta Lei, solicitada por prestadora
de uso de radiofrequência; poderá extinguir a autorização decretando- de serviço no regime privado, nos termos
III - dispor de qualificação técnica para -lhe a caducidade. da regulamentação.
bem prestar o serviço, capacidade eco- Art. 141. O decaimento será decretado Art. 148. É livre a interconexão entre
nômico-financeira, regularidade fiscal e pela Agência, por ato administrativo, se, em redes de suporte à prestação de serviços
estar em situação regular com a Segurida- face de razões de excepcional relevância de telecomunicações no regime privado,
de Social; pública, as normas vierem a vedar o tipo observada a regulamentação.

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legislação complementar Art. 149
Art. 149. A regulamentação estabelecerá TÍTULO V § 1° Radiocomunicação é a telecomunica-
as hipóteses e condições de interconexão DO ESPECTRO E DA ÓRBITA ção que utiliza frequências radioelétricas
a redes internacionais. não confinadas a fios, cabos ou outros
meios físicos.
Art. 150. A implantação, o funcionamento CAPÍTULO I
e a interconexão das redes obedecerão § 2° É vedada a utilização de equipamentos
DO ESPECTRO DE emissores de radiofrequência sem certifi-
à regulamentação editada pela Agência, RADIOFREQUÊNCIAS
assegurando a compatibilidade das redes cação expedida ou aceita pela Agência.
das diferentes prestadoras, visando à sua § 3° A emissão ou extinção da licença relati-
Art. 157. O espectro de radiofrequências va à estação de apoio à navegação marítima
harmonização em âmbito nacional e in- é um recurso limitado, constituindo-se em
ternacional. ou aeronáutica, bem como à estação de
bem público, administrado pela Agência. radiocomunicação marítima ou aeronáu-
Art. 151. A Agência disporá sobre os Art. 158. Observadas as atribuições de tica, dependerá de parecer favorável dos
planos de numeração dos serviços, as- faixas segundo tratados e acordos inter- órgãos competentes para a vistoria de
segurando sua administração de forma nacionais, a Agência manterá plano com embarcações e aeronaves.
não discriminatória e em estímulo à com- a atribuição, distribuição e destinação de
petição, garantindo o atendimento aos radiofrequências, e detalhamento necessá- CAPÍTULO II
compromissos internacionais. rio ao uso das radiofrequências associadas DA AUTORIZAÇÃO DE USO
Parágrafo único. A Agência disporá sobre aos diversos serviços e atividades de teleco- DE RADIOFREQUÊNCIA
as circunstâncias e as condições em que a municações, atendidas suas necessidades
prestadora de serviço de telecomunica- específicas e as de suas expansões. Art. 163. O uso de radiofrequência, tendo
ções cujo usuário transferir-se para outra § 1° O plano destinará faixas de radiofre- ou não caráter de exclusividade, dependerá
prestadora será obrigada a, sem ônus, quência para: de prévia outorga da Agência, mediante au-
interceptar as ligações dirigidas ao antigo I - fins exclusivamente militares; torização, nos termos da regulamentação.
código de acesso do usuário e informar o II - serviços de telecomunicações a serem § 1° Autorização de uso de radiofrequência
seu novo código. prestados em regime público e em regime é o ato administrativo vinculado, associado
Art. 152. O provimento da interconexão privado; à concessão, permissão ou autorização
será realizado em termos não discrimina- III - serviços de radiodifusão; para prestação de serviço de telecomu-
tórios, sob condições técnicas adequadas, IV - serviços de emergência e de seguran- nicações, que atribui a interessado, por
garantindo preços isonômicos e justos, ça pública; prazo determinado, o direito de uso de
atendendo ao estritamente necessário à V - outras atividades de telecomunica- radiofrequência, nas condições legais e
prestação do serviço. ções. regulamentares.
Art. 153. As condições para a inter- § 2° Independerão de outorga:
§ 2° A destinação de faixas de radiofrequên-
conexão de redes serão objeto de livre I - o uso de radiofrequência por meio de
cia para fins exclusivamente militares será
equipamentos de radiação restrita defini-
negociação entre os interessados, median- feita em articulação com as Forças Armadas.
dos pela Agência;
te acordo, observado o disposto nesta Lei Art. 159. Na destinação de faixas de radio-
e nos termos da regulamentação. II - o uso, pelas Forças Armadas, de radio-
frequência serão considerados o emprego frequências nas faixas destinadas a fins
§ 1° O acordo será formalizado por contrato, racional e econômico do espectro, bem
cuja eficácia dependerá de homologação exclusivamente militares.
como as atribuições, distribuições e con-
pela Agência, arquivando-se uma de suas signações existentes, objetivando evitar § 3° A eficácia da autorização de uso de
vias na Biblioteca para consulta por qual- interferências prejudiciais. radiofrequência dependerá de publicação
quer interessado. de extrato no Diário Oficial da União.
Parágrafo único. Considera-se inter-
§ 2° Não havendo acordo entre os inte-
ferência prejudicial qualquer emissão, Art. 164. Havendo limitação técnica
ressados, a Agência, por provocação de ao uso de radiofrequência e ocorrendo
irradiação ou indução que obstrua, degrade
um deles, arbitrará as condições para a o interesse na sua utilização, por parte
seriamente ou interrompa repetidamente
interconexão. de mais de um interessado, para fins de
a telecomunicação.
Art. 154. As redes de telecomunicações expansão de serviço e, havendo ou não,
Art. 160. A Agência regulará a utilização concomitantemente, outros interessados
poderão ser, secundariamente, utilizadas eficiente e adequada do espectro, poden-
como suporte de serviço a ser prestado por em prestar a mesma modalidade de serviço,
do restringir o emprego de determinadas observar-se-á:
outrem, de interesse coletivo ou restrito. radiofrequências ou faixas, considerado o I - a autorização de uso de radiofrequência
Art. 155. Para desenvolver a competição, interesse público. dependerá de licitação, na forma e condi-
as empresas prestadoras de serviços de Parágrafo único. O uso da radiofrequência ções estabelecidas nos arts. 88 a 90 desta
telecomunicações de interesse coletivo será condicionado à sua compatibilidade Lei e será sempre onerosa;
deverão, nos casos e condições fixados pela com a atividade ou o serviço a ser prestado, II - o vencedor da licitação receberá, con-
Agência, disponibilizar suas redes a outras particularmente no tocante à potência, à
forme o caso, a autorização para uso da
prestadoras de serviços de telecomunica- faixa de transmissão e à técnica empregada.
radiofrequência, para fins de expansão do
ções de interesse coletivo. Art. 161. A qualquer tempo, poderá ser serviço, ou a autorização para a prestação
Art. 156. Poderá ser vedada a conexão de modificada a destinação de radiofrequ- do serviço.
equipamentos terminais sem certificação, ências ou faixas, bem como ordenada a
expedida ou aceita pela Agência, no caso alteração de potências ou de outras carac- Art. 165. Para fins de verificação da ne-
das redes referidas no art. 145 desta Lei. terísticas técnicas, desde que o interesse cessidade de abertura ou não da licitação
público ou o cumprimento de convenções prevista no artigo anterior, observar-se-á o
§ 1° Terminal de telecomunicações é o
ou tratados internacionais assim o deter- disposto nos arts. 91 e 92 desta Lei.
equipamento ou aparelho que possibilita
o acesso do usuário a serviço de telecomu- mine. Art. 166. A autorização de uso de radio-
nicações, podendo incorporar estágio de Parágrafo único. Será fixado prazo ade- frequência terá o mesmo prazo de vigência
transdução, estar incorporado a equipa- quado e razoável para a efetivação da da concessão ou permissão de prestação
mento destinado a exercer outras funções mudança. de serviço de telecomunicações à qual
ou, ainda, incorporar funções secundárias. Art. 162. A operação de estação trans- esteja vinculada.
§ 2° Certificação é o reconhecimento da missora de radiocomunicação está sujeita Art. 167. No caso de serviços autoriza-
compatibilidade das especificações de de- à licença de funcionamento prévia e à dos, o prazo de vigência será de até vinte
terminado produto com as características fiscalização permanente, nos termos da anos, prorrogável uma única vez por igual
técnicas do serviço a que se destina. regulamentação. período.

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Art. 168 legislação complementar
§ 1° A prorrogação, sempre onerosa, po- § 2° Se inexigível a licitação, conforme § 1° Na aplicação de multa serão conside-
derá ser requerida até três anos antes do disposto nos arts. 91 e 92 desta Lei, o direito rados a condição econômica do infrator
vencimento do prazo original, devendo o de exploração será conferido mediante e o princípio da proporcionalidade entre
requerimento ser decidido em, no máximo, processo administrativo estabelecido pela a gravidade da falta e a intensidade da
doze meses. Agência. sanção.
§ 2° O indeferimento somente ocorrerá § 3° Havendo necessidade de licitação, § 2° A imposição, a prestadora de serviço
se o interessado não estiver fazendo uso observar-se-á o procedimento estabeleci- de telecomunicações, de multa decorrente
racional e adequado da radiofrequência, do nos arts. 88 a 90 desta Lei, aplicando-se, de infração da ordem econômica, observará
se houver cometido infrações reiteradas no que couber, o disposto neste artigo. os limites previstos na legislação especifica.
em suas atividades ou se for necessária § 4º O direito será conferido a título one- Art. 180. A suspensão temporária será
a modificação de destinação do uso da roso, podendo o pagamento, conforme imposta, em relação à autorização de ser-
radiofrequência. dispuser a Agência, fazer-se na forma de viço ou de uso de radiofrequência, em caso
quantia certa, em uma ou várias parcelas, de infração grave cujas circunstâncias não
Art. 168. É intransferível a autorização bem como de parcelas anuais ou, comple-
de uso de radiofrequências sem a cor- justifiquem a decretação de caducidade.
mentarmente, de cessão de capacidade, Parágrafo único. O prazo da suspensão
respondente transferência da concessão,
conforme dispuser a regulamentação. não será superior a trinta dias.
permissão ou autorização de prestação do
serviço a elas vinculada.
TÍTULO VI Art. 181. A caducidade importará na extin-
Art. 169. A autorização de uso de radio- DAS SANÇÕES ção de concessão, permissão, autorização
frequências extinguir-se-á pelo advento de de serviço ou autorização de uso de radio-
seu termo final ou no caso de sua transfe- frequência, nos casos previstos nesta Lei.
rência irregular, bem como por caducidade, CAPÍTULO I Art. 182. A declaração de inidoneida-
decaimento, renúncia ou anulação da au- DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS de será aplicada a quem tenha praticado
torização para prestação do serviço de atos ilícitos visando frustrar os objetivos
telecomunicações que dela se utiliza. Art. 173. A infração desta Lei ou das de licitação.
demais normas aplicáveis, bem como a Parágrafo único. O prazo de vigência
CAPÍTULO III inobservância dos deveres decorrentes da declaração de inidoneidade não será
DA ÓRBITA E DOS SATÉLITES dos contratos de concessão ou dos atos superior a cinco anos.
de permissão, autorização de serviço ou
Art. 170. A Agência disporá sobre os requi- autorização de uso de radiofrequência, CAPÍTULO II
sitos e critérios específicos para execução sujeitará os infratores às seguintes sanções, DAS SANÇÕES PENAIS
de serviço de telecomunicações que utilize aplicáveis pela Agência, sem prejuízo das
satélite, geoestacionário ou não, indepen- de natureza civil e penal: Art. 183. Desenvolver clandestinamente
I - advertência; atividades de telecomunicação:
dentemente de o acesso a ele ocorrer a
partir do território nacional ou do exterior. II - multa; Pena - detenção de dois a quatro anos,
III - suspensão temporária; aumentada da metade se houver dano a
Art. 171. Para a execução de serviço de terceiro, e multa de R$ 10.000,00 (dez mil
telecomunicações via satélite regulado IV - caducidade;
V - declaração de inidoneidade. reais).
por esta Lei, deverá ser dada preferência
ao emprego de satélite brasileiro, quando Parágrafo único. Incorre na mesma pena
Art. 174. Toda acusação será circunstan- quem, direta ou indiretamente, concorrer
este propiciar condições equivalentes às ciada, permanecendo em sigilo até sua
de terceiros. para o crime.
completa apuração.
§ 1° O emprego de satélite estrangeiro Art. 184. São efeitos da condenação penal
somente será admitido quando sua con-
Art. 175. Nenhuma sanção será aplicada transitada em julgado:
sem a oportunidade de prévia e ampla I - tornar certa a obrigação de indenizar o
tratação for feita com empresa constituída
defesa. dano causado pelo crime;
segundo as leis brasileiras e com sede e
Parágrafo único. Apenas medidas caute-
administração no País, na condição de re- II - a perda, em favor da Agência, ressalva-
lares urgentes poderão ser tomadas antes
presentante legal do operador estrangeiro. do o direito do lesado ou de terceiros de
da defesa.
§ 2° Satélite brasileiro é o que utiliza re- boa-fé, dos bens empregados na ativida-
cursos de órbita e espectro radioelétrico Art. 176. Na aplicação de sanções, serão de clandestina, sem prejuízo de sua apre-
notificados pelo País, ou a ele distribuídos considerados a natureza e a gravidade da ensão cautelar.
ou consignados, e cuja estação de controle infração, os danos dela resultantes para Parágrafo único. Considera-se clandestina
e monitoração seja instalada no território o serviço e para os usuários, a vantagem a atividade desenvolvida sem a competente
brasileiro. auferida pelo infrator, as circunstâncias concessão, permissão ou autorização de
agravantes, os antecedentes do infrator e serviço, de uso de radiofrequência e de
Art. 172. O direito de exploração de saté- a reincidência específica.
lite brasileiro para transporte de sinais de exploração de satélite.
Parágrafo único. Entende-se por rein-
telecomunicações assegura a ocupação da cidência específica a repetição de falta Art. 185. O crime definido nesta Lei é
órbita e o uso das radiofrequências destina- de igual natureza após o recebimento de de ação penal pública, incondicionada,
das ao controle e monitoração do satélite notificação anterior. cabendo ao Ministério Público promovê-la.
e à telecomunicação via satélite, por prazo
de até quinze anos, podendo esse prazo ser Art. 177. Nas infrações praticadas por LIVRO IV
prorrogado, uma única vez, nos termos da pessoa jurídica, também serão punidos DA REESTRUTURAÇÃO E DA
regulamentação. com a sanção de multa seus administra- DESESTATIZAÇÃO
dores ou controladores, quando tiverem DAS EMPRESAS FEDERAIS DE
§ 1º Imediatamente após um pedido para
agido de má-fé. TELECOMUNICAÇÕES
exploração de satélite que implique uti-
lização de novos recursos de órbita ou Art. 178. A existência de sanção anterior
espectro, a Agência avaliará as informa- será considerada como agravante na apli- Art. 186. A reestruturação e a deses­
ções e, considerando-as em conformidade cação de outra sanção. tatização das empresas federais de
com a regulamentação, encaminhará à Art. 179. A multa poderá ser imposta telecomunicações têm como objetivo
União Internacional de Telecomunicações isoladamente ou em conjunto com ou- conduzir ao cumprimento dos deveres
a correspondente notificação, sem que tra sanção, não devendo ser superior a constantes do art. 2º desta Lei.
isso caracterize compromisso de outorga R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de Art. 187. Fica o Poder Executivo auto-
ao requerente. reais) para cada infração cometida. rizado a promover a reestruturação e a

26
legislação complementar Art. 187
desestatização das seguintes empresas Art. 188. A reestruturação e a desestati- pública, será aprovado pelo Presidente da
controladas, direta ou indiretamente, pela zação deverão compatibilizar as áreas de República, ficando a coordenação e o acom-
União, e supervisionadas pelo Ministério atuação das empresas com o plano geral panhamento dos atos e procedimentos
das Comunicações: de outorgas, o qual deverá ser previamente decorrentes a cargo de Comissão Especial
I - Telecomunicações Brasileiras S.A. - TE- editado, na forma do art. 84 desta Lei, bem de Supervisão, a ser instituída pelo Ministro
LEBRÁS; como observar as restrições, limites ou con- de Estado das Comunicações.
II - Empresa Brasileira de Telecomunica- dições estabelecidas com base no art. 71. § 1° A execução de procedimentos opera-
ções - EMBRATEL; Art. 189. Para a reestruturação das em- cionais necessários à desestatização poderá
III - Telecomunicações do Maranhão S.A. presas enumeradas no art. 187, fica o Poder ser cometida, mediante contrato, a institui-
Executivo autorizado a adotar as seguintes ção financeira integrante da Administração
- TELMA;
medidas: Federal, de notória experiência no assunto.
IV - Telecomunicações do Piauí S.A. - TE-
I - cisão, fusão e incorporação; § 2° A remuneração da contratada será
LEPISA;
II - dissolução de sociedade ou desativa- paga com parte do valor líquido apurado
V - Telecomunicações do Ceará - TELECE- nas alienações.
ARÁ; ção parcial de seus empreendimentos;
III - redução de capital social. Art. 196. Na reestruturação e na deses-
VI - Telecomunicações do Rio Grande do tatização poderão ser utilizados serviços
Norte S.A. - TELERN; Art. 190. Na reestruturação e desesta- especializados de terceiros, contratados
VII - Telecomunicações da Paraíba S.A. - tização da Telecomunicações Brasileiras mediante procedimento licitatório de rito
TELPA; S.A. - TELEBRÁS deverão ser previstos me- próprio, nos termos seguintes:
VIII - Telecomunicações de Pernambuco canismos que assegurem a preservação I - o Ministério das Comunicações manterá
S.A. - TELPE; da capacidade em pesquisa e desenvolvi- cadastro organizado por especialidade,
mento tecnológico existente na empresa. aberto a empresas e instituições nacio-
IX - Telecomunicações de Alagoas S.A. -
Parágrafo único. Para o cumprimento do nais ou internacionais, de notória espe-
TELASA;
disposto no caput, fica o Poder Executivo cialização na área de telecomunicações e
X - Telecomunicações de Sergipe S.A. - TE- autorizado a criar entidade, que incorporará na avaliação e auditoria de empresas, no
LERGIPE; o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da planejamento e execução de venda de
XI - Telecomunicações da Bahia S.A. - TE- TELEBRÁS, sob uma das seguintes formas: bens e valores mobiliários e nas questões
LEBAHIA; I - empresa estatal de economia mista ou jurídicas relacionadas;
XII - Telecomunicações de Mato Grosso do não, inclusive por meio da cisão a que se II - para inscrição no cadastro, os inte-
Sul S.A. - TELEMS; refere o inciso I do artigo anterior; ressados deverão atender aos requisitos
XIII - Telecomunicações de Mato Grosso II - fundação governamental, pública ou definidos pela Comissão Especial de Su-
S.A. - TELEMAT; privada. pervisão, com a aprovação do Ministro de
XIV - Telecomunicações de Goiás S.A. - TE- Art. 191. A desestatização caracteriza-se Estado das Comunicações;
LEGOIÁS; pela alienação onerosa de direitos que as- III - poderão participar das licitações ape-
XV - Telecomunicações de Brasília S.A. - seguram à União, direta ou indiretamente, nas os cadastrados, que serão convocados
TELEBRASÍLIA; preponderância nas deliberações sociais e mediante carta, com a especificação dos
XVI - Telecomunicações de Rondônia S.A. o poder de eleger a maioria dos administra- serviços objeto do certame;
- TELERON; dores da sociedade, podendo ser realizada IV - os convocados, isoladamente ou em
mediante o emprego das seguintes moda- consórcio, apresentarão suas propostas
XVII - Telecomunicações do Acre S.A. - TE- lidades operacionais: em trinta dias, contados da convocação;
LEACRE; I - alienação de ações; V - além de outros requisitos previstos na
XVIII - Telecomunicações de Roraima S.A. II - cessão do direito de preferência à subs- convocação, as propostas deverão conter
- TELAIMA; crição de ações em aumento de capital. o detalhamento dos serviços, a metodo-
XIX - Telecomunicações do Amapá S.A. - Parágrafo único. A desestatização não logia de execução, a indicação do pessoal
TELEAMAPÁ; afetará as concessões, permissões e auto- técnico a ser empregado e o preço preten-
XX - Telecomunicações do Amazonas S.A. rizações detidas pela empresa. dido;
- TELAMAZON; VI - o julgamento das propostas será reali-
Art. 192. Na desestatização das empresas
XXI - Telecomunicações do Pará S.A. - TE- a que se refere o art. 187, parte das ações zado pelo critério de técnica e preço;
LEPARÁ; poderá ser reservada a seus empregados VII - o contratado, sob sua exclusiva res-
XXII - Telecomunicações do Rio de Janeiro e ex-empregados aposentados, a preços ponsabilidade e com a aprovação do con-
S.A. - TELERJ; e condições privilegiados, inclusive com a tratante, poderá subcontratar parcialmen-
XXIII - Telecomunicações de Minas Gerais utilização do Fundo de Garantia por Tempo te os serviços objeto do contrato;
S.A. - TELEMIG; de Serviço - FGTS. VIII - o contratado será obrigado a acei-
XXIV - Telecomunicações do Espírito San- Art. 193. A desestatização de empresas ou tar, nas mesmas condições contratuais,
to S.A. - TELEST; grupo de empresas citadas no art. 187 im- os acréscimos ou reduções que se fizerem
plicará a imediata abertura à competição, necessários nos serviços, de até vinte e
XXV - Telecomunicações de São Paulo S.A.
na respectiva área, dos serviços prestados cinco por cento do valor inicial do ajuste.
- TELESP;
no regime público. Art. 197. O processo especial de deses-
XXVI - Companhia Telefônica da Borda do
Campo - CTBC; Art. 194. Poderão ser objeto de alienação tatização obedecerá aos princípios de
XXVII - Telecomunicações do Paraná S.A. conjunta o controle acionário de empresas legalidade, impessoalidade, moralidade e
- TELEPAR; prestadoras de serviço telefônico fixo co- publicidade, podendo adotar a forma de
mutado e o de empresas prestadoras do leilão ou concorrência ou, ainda, de venda
XXVIII - Telecomunicações de Santa Cata- de ações em oferta pública, de acordo com
serviço móvel celular.
rina S.A. - TELESC; o estabelecido pela Comissão Especial de
Parágrafo único. Fica vedado ao novo
XXIX - Companhia Telefônica Melhora- controlador promover a incorporação ou Supervisão.
mento e Resistência - CTMR. fusão de empresa prestadora do serviço Parágrafo único. O processo poderá
Parágrafo único. Incluem-se na autori- telefônico fixo comutado com empresa comportar uma etapa de pré-qualificação,
zação a que se refere o caput as empresas prestadora do serviço móvel celular. ficando restrita aos qualificados a partici-
subsidiárias exploradoras do serviço móvel Art. 195. O modelo de reestruturação pação em etapas subsequentes.
celular, constituídas nos termos do art. 5° e desestatização das empresas enumera- Art. 198. O processo especial de deses-
da Lei n° 9.295, de 19 de julho de 1996. das no art. 187, após submetido a consulta tatização será iniciado com a publicação,

27
Art. 198 legislação complementar
no Diário Oficial da União e em jornais não poderá ser efetuada enquanto tal im- Art. 208. As concessões das empresas
de grande circulação nacional, de avisos pedimento for considerado, pela Agência, prestadoras de serviço móvel celular abran-
referentes ao edital, do qual constarão, necessário ao cumprimento do plano. gidas pelo art. 4º da Lei nº 9.295, de 19 de
obrigatoriamente: § 2° A restrição à transferência da conces- julho de 1996, serão outorgadas na forma
I - as condições para qualificação dos pre- são não se aplica quando efetuada entre e condições determinadas pelo referido
tendentes; empresas atuantes em uma mesma área artigo e seu parágrafo único.
II - as condições para aceitação das pro- do plano geral de outorgas. Art. 209. Ficam autorizadas as transferên-
postas;
Art. 203. Os preços de aquisição serão cias de concessão, parciais ou totais, que
III - os critérios de julgamento; pagos exclusivamente em moeda corren- forem necessárias para compatibilizar as
IV - minuta do contrato de concessão; te, admitido o parcelamento, nos termos áreas de atuação das atuais prestadoras
V - informações relativas às empresas do edital. com o plano geral de outorgas.
objeto do processo, tais como seu passi- Art. 204. Em até trinta dias após o encerra- Art. 210. As concessões, permissões e au-
vo de curto e longo prazo e sua situação mento de cada processo de desestatização, torizações de serviço de telecomunicações
econômica e financeira, especificando-se e de uso de radiofrequência e as respectivas
a Comissão Especial de Supervisão publi-
lucros, prejuízos e endividamento interno licitações regem-se exclusivamente por
cará relatório circunstanciado a respeito.
e externo, no último exercício; esta Lei, a elas não se aplicando as Leis n°
VI - sumário dos estudos de avaliação; Art. 205. Entre as obrigações da institui- 8.666, de 21 de junho de 1993, n° 8.987, de
ção financeira contratada para a execução
VII - critério de fixação do valor mínimo 13 de fevereiro de 1995, n° 9.074, de 7 de
de alienação, com base nos estudos de de atos e procedimentos da desestatização,
julho de l995, e suas alterações.
avaliação; poderá ser incluído o fornecimento de as-
sistência jurídica integral aos membros Art. 211. A outorga dos serviços de ra-
VIII - indicação, se for o caso, de que será diodifusão sonora e de sons e imagens
da Comissão Especial de Supervisão e aos
criada, no capital social da empresa objeto fica excluída da jurisdição da Agência, per-
demais responsáveis pela condução da
da desestatização, ação de classe especial, manecendo no âmbito de competências
desestatização, na hipótese de serem de-
a ser subscrita pela União, e dos poderes do Poder Executivo, devendo a Agência
especiais que lhe serão conferidos, os mandados pela prática de atos decorrentes
do exercício de suas funções. elaborar e manter os respectivos planos de
quais deverão ser incorporados ao esta- distribuição de canais, levando em conta,
tuto social. Art. 206. Os administradores das em- inclusive, os aspectos concernentes à evo-
§ 1° O acesso à integralidade dos estu- presas sujeitas à desestatização são lução tecnológica.
dos de avaliação e a outras informações responsáveis pelo fornecimento, no Parágrafo único. Caberá à Agência a fis-
confidenciais poderá ser restrito aos qua- prazo fixado pela Comissão Especial de calização, quanto aos aspectos técnicos,
lificados, que assumirão compromisso de Supervisão ou pela instituição financeira das respectivas estações.
confidencialidade. contratada, das informações necessárias à
§ 2° A alienação do controle acionário, se instrução dos respectivos processos. Art. 212. O serviço de TV a Cabo, inclusive
quanto aos atos, condições e procedimen-
realizada mediante venda de ações em
oferta pública, dispensará a inclusão, no DISPOSIÇÕES FINAIS E tos de outorga, continuará regido pela Lei
edital, das informações relacionadas nos TRANSITÓRIAS n° 8.977, de 6 de janeiro de 1995, ficando
incisos I a III deste artigo. transferidas à Agência as competências atri-
Art. 207. No prazo máximo de sessenta buídas pela referida Lei ao Poder Executivo.
Art. 199. Visando à universalização dos
serviços de telecomunicações, os editais de dias a contar da publicação desta Lei, as atu- Art. 213. Será livre a qualquer interessado
desestatização deverão conter cláusulas de ais prestadoras do serviço telefônico fixo a divulgação, por qualquer meio, de listas
compromisso de expansão do atendimento comutado destinado ao uso do público em de assinantes do serviço telefônico fixo
à população, consoantes com o disposto geral, inclusive as referidas no art. 187 desta comutado destinado ao uso do público
no art. 80. Lei, bem como do serviço dos troncos e suas em geral.
conexões internacionais, deverão pleitear a § 1º Observado o disposto nos incisos VI
Art. 200. Para qualificação, será exigida e IX do art. 3° desta Lei, as prestadoras
celebração de contrato de concessão, que
dos pretendentes comprovação de capa-
será efetivada em até vinte e quatro meses do serviço serão obrigadas a fornecer, em
cidade técnica, econômica e financeira,
a contar da publicação desta Lei. prazos e a preços razoáveis e de forma não
podendo ainda haver exigências quanto
§ 1° A concessão, cujo objeto será determi- discriminatória, a relação de seus assinantes
a experiência na prestação de serviços de
nado em função do plano geral de outor- a quem queira divulgá-la.
telecomunicações, guardada sempre a ne-
cessária compatibilidade com o porte das gas, será feita a título gratuito, com termo § 2º É obrigatório e gratuito o fornecimen-
empresas objeto do processo. final fixado para o dia 31 de dezembro de to, pela prestadora, de listas telefônicas
Parágrafo único. Será admitida a partici- 2005, assegurado o direito à prorrogação aos assinantes dos serviços, diretamente
pação de consórcios, nos termos do edital. única por vinte anos, a título oneroso, desde ou por meio de terceiros, nos termos em
que observado o disposto no Título II do que dispuser a Agência.
Art. 201. Fica vedada, no decurso do Livro III desta Lei.
processo de desestatização, a aquisição, Art. 214. Na aplicação desta Lei, serão
por um mesmo acionista ou grupo de acio- § 2° À prestadora que não atender ao dis- observadas as seguintes disposições:
nistas, do controle, direto ou indireto, de posto no caput deste artigo aplicar-se-ão I - os regulamentos, normas e demais re-
empresas atuantes em áreas distintas do as seguintes disposições: gras em vigor serão gradativamente subs-
plano geral de outorgas. I - se concessionária, continuará sujeita ao tituídos por regulamentação a ser editada
contrato de concessão atualmente em vi- pela Agência, em cumprimento a esta Lei;
Art. 202. A transferência do controle gor, o qual não poderá ser transferido ou
acionário ou da concessão, após a de- II - enquanto não for editada a nova regu-
prorrogado; lamentação, as concessões, permissões e
sestatização, somente poderá efetuar-se
quando transcorrido o prazo de cinco anos, II - se não for concessionária, o seu direito autorizações continuarão regidas pelos
observado o disposto nos incisos II e III do à exploração do serviço extinguir-se-á em atuais regulamentos, normas e regras;
art. 98 desta Lei. 31 de dezembro de 1999. III - até a edição da regulamentação de-
§ 1° Vencido o prazo referido no caput, a § 3° Em relação aos demais serviços pres- corrente desta Lei, continuarão regidos
transferência de controle ou de concessão tados pelas entidades a que se refere o pela Lei nº 9.295, de 19 de julho de 1996, os
que resulte no controle, direto ou indire- caput, serão expedidas as respectivas au- serviços por ela disciplinados e os respec-
to, por um mesmo acionista ou grupo de torizações ou, se for o caso, concessões, tivos atos e procedimentos de outorga;
acionistas, de concessionárias atuantes em observado o disposto neste artigo, no que IV - as concessões, permissões e autoriza-
áreas distintas do plano geral de outorgas, couber, e no art. 208 desta Lei. ções feitas anteriormente a esta Lei, não

28
legislação complementar Art. 215
reguladas no seu art. 207, permanecerão ser feita quando tiver havido a adaptação IV - os arts. 1°, 2°, 3°, 7°, 9°, 10, 12 e 14, bem
válidas pelos prazos nelas previstos; prevista no inciso anterior. como o caput e os §§ 1° e 4° do art. 8°, da
Lei n° 9.295, de 19 de julho de 1996;
V - com a aquiescência do interessado, Art. 215. Ficam revogados:
I - a Lei n° 4.117, de 27 de agosto de 1962, V - o inciso I do art. 16 da Lei nº 8.029, de 12
poderá ser realizada a adaptação dos ins-
salvo quanto a matéria penal não tratada de abril de 1990.
trumentos de concessão, permissão e au-
nesta Lei e quanto aos preceitos relativos Art. 216. Esta Lei entra em vigor na data
torização a que se referem os incisos III e IV
à radiodifusão; de sua publicação.
deste artigo aos preceitos desta Lei;
II - a Lei n°. 6.874, de 3 de dezembro de Brasília, 16 de julho de 1997; 176º da
VI - a renovação ou prorrogação, quando 1980; Independência e 109º da República.
prevista nos atos a que se referem os in- III - a Lei n°. 8.367, de 30 de dezembro de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
cisos III e IV deste artigo, somente poderá 1991; DOU de 17.7.1997

29
Art. 1º legislação complementar

LEI Nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000

Estabelece normas gerais e critérios básicos para a plena e efetiva na sociedade em igualda- necessidade de adaptação ou de projeto
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de de condições com as demais pessoas; específico, incluindo os recursos de tecno-
de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) logia assistiva. (Incluído pela Lei nº 13.146,
outras providências.
IV - pessoa com mobilidade reduzida: de 2015)
O Presidente da República aquela que tenha, por qualquer motivo,
Faço saber que o Congresso Nacional de- dificuldade de movimentação, perma- CAPÍTULO II
creta e eu sanciono a seguinte Lei: nente ou temporária, gerando redução DOS ELEMENTOS DA
efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da URBANIZAÇÃO
CAPÍTULO I coordenação motora ou da percepção, in-
DISPOSIÇÕES GERAIS cluindo idoso, gestante, lactante, pessoa Art. 3º O planejamento e a urbanização
com criança de colo e obeso; (Redação das vias públicas, dos parques e dos demais
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais dada pela Lei nº 13.146, de 2015) espaços de uso público deverão ser conce-
e critérios básicos para a promoção da V - acompanhante: aquele que acompa- bidos e executados de forma a torná-los
acessibilidade das pessoas portadoras de nha a pessoa com deficiência, podendo acessíveis para todas as pessoas, inclusive
deficiência ou com mobilidade reduzida, ou não desempenhar as funções de aten- para aquelas com deficiência ou com mo-
mediante a supressão de barreiras e de dente pessoal; (Redação dada pela Lei nº bilidade reduzida. (Redação dada pela Lei
obstáculos nas vias e espaços públicos, no 13.146, de 2015) nº 13.146, de 2015)
mobiliário urbano, na construção e reforma VI - elemento de urbanização: quaisquer Parágrafo único. O passeio público, ele-
de edifícios e nos meios de transporte e de componentes de obras de urbanização, mento obrigatório de urbanização e parte
comunicação. tais como os referentes a pavimentação, da via pública, normalmente segregado e
Art. 2º Para os fins desta Lei são estabe- saneamento, encanamento para esgotos, em nível diferente, destina-se somente à
lecidas as seguintes definições: distribuição de energia elétrica e de gás, circulação de pedestres e, quando possível,
I - acessibilidade: possibilidade e condição iluminação pública, serviços de comuni- à implantação de mobiliário urbano e de
de alcance para utilização, com seguran- cação, abastecimento e distribuição de vegetação. (Incluído pela Lei nº 13.146,
ça e autonomia, de espaços, mobiliários, água, paisagismo e os que materializam as de 2015)
equipamentos urbanos, edificações, indicações do planejamento urbanístico; Art. 4º As vias públicas, os parques e os
transportes, informação e comunicação, (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) demais espaços de uso público existentes,
inclusive seus sistemas e tecnologias, VII - mobiliário urbano: conjunto de ob- assim como as respectivas instalações de
bem como de outros serviços e instala- jetos existentes nas vias e nos espaços serviços e mobiliários urbanos deverão
ções abertos ao público, de uso público públicos, superpostos ou adicionados ser adaptados, obedecendo-se ordem de
ou privados de uso coletivo, tanto na zo- aos elementos de urbanização ou de edi- prioridade que vise à maior eficiência das
na urbana como na rural, por pessoa com ficação, de forma que sua modificação modificações, no sentido de promover mais
deficiência ou com mobilidade reduzida; ou seu traslado não provoque alterações ampla acessibilidade às pessoas portadoras
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) substanciais nesses elementos, tais como de deficiência ou com mobilidade reduzida.
II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, semáforos, postes de sinalização e simila- Parágrafo único. No mínimo 5% (cinco por
atitude ou comportamento que limite ou res, terminais e pontos de acesso coletivo cento) de cada brinquedo e equipamento
impeça a participação social da pessoa, às telecomunicações, fontes de água, lixei- de lazer existentes nos locais referidos no
bem como o gozo, a fruição e o exercício ras, toldos, marquises, bancos, quiosques caput devem ser adaptados e identificados,
de seus direitos à acessibilidade, à liberda- e quaisquer outros de natureza análoga; tanto quanto tecnicamente possível, para
de de movimento e de expressão, à comu- (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) possibilitar sua utilização por pessoas com
nicação, ao acesso à informação, à com- VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técni- deficiência, inclusive visual, ou com mobi-
preensão, à circulação com segurança, ca: produtos, equipamentos, dispositivos, lidade reduzida. (Redação dada pela Lei nº
entre outros, classificadas em: (Redação recursos, metodologias, estratégias, práti- 13.443, de 2017)
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) cas e serviços que objetivem promover a
funcionalidade, relacionada à atividade e
Art. 5º O projeto e o traçado dos elemen-
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas
tos de urbanização públicos e privados de
vias e nos espaços públicos e privados aber- à participação da pessoa com deficiência
uso comunitário, nestes compreendidos os
tos ao público ou de uso coletivo; (Redação ou com mobilidade reduzida, visando à
itinerários e as passagens de pedestres, os
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) sua autonomia, independência, qualidade
percursos de entrada e de saída de veículos,
b) barreiras arquitetônicas: as existentes de vida e inclusão social; (Incluído pela Lei
as escadas e rampas, deverão observar os
nos edifícios públicos e privados; (Redação nº 13.146, de 2015)
parâmetros estabelecidos pelas normas
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) IX - comunicação: forma de interação técnicas de acessibilidade da Associação
c) barreiras nos transportes: as existentes dos cidadãos que abrange, entre outras Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
nos sistemas e meios de transportes; (Re- opções, as línguas, inclusive a Língua Bra-
dação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) sileira de Sinais (Libras), a visualização de Art. 6º Os banheiros de uso público exis-
d) barreiras nas comunicações e na in- textos, o Braille, o sistema de sinalização tentes ou a construir em parques, praças,
formação: qualquer entrave, obstáculo, ou de comunicação tátil, os caracteres jardins e espaços livres públicos deverão
atitude ou comportamento que dificulte ampliados, os dispositivos multimídia, ser acessíveis e dispor, pelo menos, de um
ou impossibilite a expressão ou o recebi- assim como a linguagem simples, escrita sanitário e um lavatório que atendam às es-
mento de mensagens e de informações por e oral, os sistemas auditivos e os meios pecificações das normas técnicas da ABNT.
intermédio de sistemas de comunicação de voz digitalizados e os modos, meios e Art. 7º Em todas as áreas de estacionamen-
e de tecnologia da informação; (Redação formatos aumentativos e alternativos de to de veículos, localizadas em vias ou em
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) comunicação, incluindo as tecnologias da espaços públicos, deverão ser reservadas
III - pessoa com deficiência: aquela que informação e das comunicações; (Incluído vagas próximas dos acessos de circulação
tem impedimento de longo prazo de na- pela Lei nº 13.146, de 2015) de pedestres, devidamente sinalizadas,
tureza física, mental, intelectual ou senso- X - desenho universal: concepção de pro- para veículos que transportem pessoas
rial, o qual, em interação com uma ou mais dutos, ambientes, programas e serviços a portadoras de deficiência com dificuldade
barreiras, pode obstruir sua participação serem usados por todas as pessoas, sem de locomoção.

30
legislação complementar Art. 8º
Parágrafo único. As vagas a que se refere o sinalizadas, para veículos que transpor- percentual mínimo do total das habitações,
caput deste artigo deverão ser em número tem pessoas portadoras de deficiência conforme a característica da população
equivalente a dois por cento do total, garan- com dificuldade de locomoção perma- local, para o atendimento da demanda de
tida, no mínimo, uma vaga, devidamente nente; pessoas portadoras de deficiência ou com
sinalizada e com as especificações técnicas II – pelo menos um dos acessos ao interior mobilidade reduzida.
de desenho e traçado de acordo com as da edificação deverá estar livre de barrei-
normas técnicas vigentes. ras arquitetônicas e de obstáculos que im- CAPÍTULO VI
peçam ou dificultem a acessibilidade de DA ACESSIBILIDADE NOS VEÍCULOS
CAPÍTULO III pessoa portadora de deficiência ou com DE TRANSPORTE COLETIVO
DO DESENHO E DA LOCALIZAÇÃO mobilidade reduzida;
DO MOBILIÁRIO URBANO III – pelo menos um dos itinerários que Art. 16. Os veículos de transporte coletivo
comuniquem horizontal e verticalmente deverão cumprir os requisitos de acessibi-
Art. 8º Os sinais de tráfego, semáforos, todas as dependências e serviços do edifí- lidade estabelecidos nas normas técnicas
postes de iluminação ou quaisquer outros cio, entre si e com o exterior, deverá cum- específicas.
elementos verticais de sinalização que de- prir os requisitos de acessibilidade de que
vam ser instalados em itinerário ou espaço trata esta Lei; e CAPÍTULO VII
de acesso para pedestres deverão ser dis- IV – os edifícios deverão dispor, pelo me- DA ACESSIBILIDADE NOS SISTEMAS
postos de forma a não dificultar ou impedir nos, de um banheiro acessível, distribuin- DE COMUNICAÇÃO E SINALIZAÇÃO
a circulação, e de modo que possam ser do-se seus equipamentos e acessórios de
utilizados com a máxima comodidade. maneira que possam ser utilizados por Art. 17. O Poder Público promoverá a
Art. 9º Os semáforos para pedestres ins- pessoa portadora de deficiência ou com eliminação de barreiras na comunicação
talados nas vias públicas deverão estar mobilidade reduzida. e estabelecerá mecanismos e alternativas
equipados com mecanismo que emita sinal técnicas que tornem acessíveis os sistemas
Art. 12. Os locais de espetáculos, confe- de comunicação e sinalização às pessoas
sonoro suave, intermitente e sem estridên-
rências, aulas e outros de natureza similar portadoras de deficiência sensorial e com
cia, ou com mecanismo alternativo, que
deverão dispor de espaços reservados para dificuldade de comunicação, para garantir-
sirva de guia ou orientação para a travessia
pessoas que utilizam cadeira de rodas, e -lhes o direito de acesso à informação, à
de pessoas portadoras de deficiência visual,
de lugares específicos para pessoas com comunicação, ao trabalho, à educação, ao
se a intensidade do fluxo de veículos e a
deficiência auditiva e visual, inclusive transporte, à cultura, ao esporte e ao lazer.
periculosidade da via assim determinarem.
acompanhante, de acordo com a ABNT, Art. 18. O Poder Público implementará
Parágrafo único. Os semáforos para de modo a facilitar-lhes as condições de
pedestres instalados em vias públicas de a formação de profissionais intérpretes
acesso, circulação e comunicação. de escrita em braile, linguagem de sinais
grande circulação, ou que deem acesso
aos serviços de reabilitação, devem obri- Art. 12-A. Os centros comerciais e os esta- e de guias-intérpretes, para facilitar qual-
gatoriamente estar equipados com meca- belecimentos congêneres devem fornecer quer tipo de comunicação direta à pessoa
nismo que emita sinal sonoro suave para carros e cadeiras de rodas, motorizados ou portadora de deficiência sensorial e com
orientação do pedestre. (Incluído pela Lei não, para o atendimento da pessoa com dificuldade de comunicação.
nº 13.146, de 2015) deficiência ou com mobilidade reduzida. Art. 19. Os serviços de radiodifusão so-
(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) nora e de sons e imagens adotarão plano
Art. 10. Os elementos do mobiliário urba-
no deverão ser projetados e instalados em de medidas técnicas com o objetivo de
CAPÍTULO V permitir o uso da linguagem de sinais ou
locais que permitam sejam eles utilizados DA ACESSIBILIDADE NOS
pelas pessoas portadoras de deficiência ou outra subtitulação, para garantir o direito
EDIFÍCIOS DE USO PRIVADO de acesso à informação às pessoas porta-
com mobilidade reduzida.
doras de deficiência auditiva, na forma e no
Art. 10-A. A instalação de qualquer Art. 13. Os edifícios de uso privado em que prazo previstos em regulamento.
mobiliário urbano em área de circulação seja obrigatória a instalação de elevadores
comum para pedestre que ofereça risco de deverão ser construídos atendendo aos CAPÍTULO VIII
acidente à pessoa com deficiência deverá seguintes requisitos mínimos de acessi- DISPOSIÇÕES SOBRE
ser indicada mediante sinalização tátil de bilidade: AJUDAS TÉCNICAS
alerta no piso, de acordo com as normas I – percurso acessível que una as unidades
técnicas pertinentes. (Incluído pela Lei nº habitacionais com o exterior e com as de- Art. 20. O Poder Público promoverá a
13.146, de 2015) pendências de uso comum; supressão de barreiras urbanísticas, arqui-
II – percurso acessível que una a edifica- tetônicas, de transporte e de comunicação,
CAPÍTULO IV ção à via pública, às edificações e aos ser- mediante ajudas técnicas.
DA ACESSIBILIDADE NOS EDIFÍCIOS viços anexos de uso comum e aos edifícios
PÚBLICOS OU DE USO COLETIVO Art. 21. O Poder Público, por meio dos
vizinhos;
organismos de apoio à pesquisa e das
III – cabine do elevador e respectiva porta agências de financiamento, fomentará
Art. 11. A construção, ampliação ou re- de entrada acessíveis para pessoas porta-
forma de edifícios públicos ou privados programas destinados:
doras de deficiência ou com mobilidade I – à promoção de pesquisas científicas
destinados ao uso coletivo deverão ser reduzida. voltadas ao tratamento e prevenção de
executadas de modo que sejam ou se tor-
Art. 14. Os edifícios a serem construídos deficiências;
nem acessíveis às pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida. com mais de um pavimento além do pavi- II – ao desenvolvimento tecnológico
Parágrafo único. Para os fins do disposto mento de acesso, à exceção das habitações orientado à produção de ajudas técnicas
neste artigo, na construção, ampliação ou unifamiliares, e que não estejam obrigados para as pessoas portadoras de deficiência;
reforma de edifícios públicos ou privados à instalação de elevador, deverão dispor III – à especialização de recursos humanos
destinados ao uso coletivo deverão ser de especificações técnicas e de projeto em acessibilidade.
observados, pelo menos, os seguintes que facilitem a instalação de um elevador
requisitos de acessibilidade: adaptado, devendo os demais elementos CAPÍTULO IX
I – nas áreas externas ou internas da edi- de uso comum destes edifícios atender aos DAS MEDIDAS DE FOMENTO À
ficação, destinadas a garagem e a esta- requisitos de acessibilidade. ELIMINAÇÃO DE BARREIRAS
cionamento de uso público, deverão ser Art. 15. Caberá ao órgão federal res-
reservadas vagas próximas dos acessos ponsável pela coordenação da política Art. 22. É instituído, no âmbito da Se-
de circulação de pedestres, devidamente habitacional regulamentar a reserva de um cretaria de Estado de Direitos Humanos

31
Art. 22 legislação complementar
do Ministério da Justiça, o Programa Na- Parágrafo único. A implementação das histórico-artístico, desde que as modifi-
cional de Acessibilidade, com dotação adaptações, eliminações e supressões de cações necessárias observem as normas
orçamentária específica, cuja execução barreiras arquitetônicas referidas no caput específicas reguladoras destes bens.
será disciplinada em regulamento. deste artigo deverá ser iniciada a partir do
primeiro ano de vigência desta Lei. Art. 26. As organizações representativas
de pessoas portadoras de deficiência terão
CAPÍTULO X Art. 24. O Poder Público promoverá cam- legitimidade para acompanhar o cumpri-
DISPOSIÇÕES FINAIS panhas informativas e educativas dirigidas
mento dos requisitos de acessibilidade
à população em geral, com a finalidade
estabelecidos nesta Lei.
Art. 23. A Administração Pública federal de conscientizá-la e sensibilizá-la quanto
direta e indireta destinará, anualmente, à acessibilidade e à integração social da Art. 27. Esta Lei entra em vigor na data
dotação orçamentária para as adaptações, pessoa portadora de deficiência ou com de sua publicação.
eliminações e supressões de barreiras ar- mobilidade reduzida. Brasília, 19 de dezembro de 2000; 179º da
quitetônicas existentes nos edifícios de Art. 25. As disposições desta Lei aplicam- Independência e 112º da República.
uso público de sua propriedade e naqueles -se aos edifícios ou imóveis declarados FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
que estejam sob sua administração ou uso. bens de interesse cultural ou de valor DOU de 20.12.2000

32
legislação complementar Art. 1º

DECRETO Nº 9.094, DE 17 DE JULHO DE 2017

Dispõe sobre a simplificação do atendimento pres- expressa do usuário, exceto nas situações Art. 9º Exceto se existir dúvida fundada
tado aos usuários dos serviços públicos, ratifica a previstas em lei. quanto à autenticidade ou previsão legal,
dispensa do reconhecimento de firma e da autenti- fica dispensado o reconhecimento de firma
cação em documentos produzidos no País e institui
Parágrafo único. Quando não for possível
a Carta de Serviços ao Usuário. a obtenção dos documentos a que a que se e a autenticação de cópia dos documentos
refere o art. 2º diretamente do órgão ou da expedidos no País e destinados a fazer
O Presidente da República, no uso da atri- entidade responsável pela base de dados prova junto a órgãos e entidades do Poder
buição que lhe confere o art. 84, caput, oficial, a comprovação necessária poderá Executivo federal.
inciso VI, alínea “a”, da Constituição, decreta: ser feita por meio de declaração escrita e Art. 10. A apresentação de documentos
Art. 1º Os órgãos e as entidades do Poder assinada pelo usuário dos serviços públicos, por usuários dos serviços públicos poderá
Executivo federal observarão as seguintes que, na hipótese de declaração falsa, ficará ser feita por meio de cópia autenticada,
diretrizes nas relações entre si e com os sujeito às sanções administrativas, civis e dispensada nova conferência com o do-
usuários dos serviços públicos: penais aplicáveis. cumento original.
I - presunção de boa-fé; Art. 4º Os órgãos e as entidades res- § 1º A autenticação de cópia de documen-
II - compartilhamento de informações, ponsáveis por bases de dados oficiais da tos poderá ser feita, por meio de cotejo
nos termos da lei; administração pública federal prestarão da cópia com o documento original, pelo
III - atuação integrada e sistêmica na ex- orientações aos órgãos e às entidades servidor público a quem o documento deva
pedição de atestados, certidões e docu- públicos interessados para o acesso às in- ser apresentado.
mentos comprobatórios de regularidade; formações constantes das bases de dados, § 2º Constatada, a qualquer tempo, a falsi-
IV - racionalização de métodos e procedi- observadas as disposições legais aplicáveis. ficação de firma ou de cópia de documento
mentos de controle; público ou particular, o órgão ou a entidade
Art. 5º No atendimento aos usuários dos do Poder Executivo federal considerará
V - eliminação de formalidades e exigên- serviços públicos, os órgãos e as entidades não satisfeita a exigência documental
cias cujo custo econômico ou social seja do Poder Executivo federal observarão as respectiva e, no prazo de até cinco dias,
superior ao risco envolvido; seguintes práticas: dará conhecimento do fato à autoridade
VI - aplicação de soluções tecnológicas I - gratuidade dos atos necessários ao competente para adoção das providências
que visem a simplificar processos e pro- exercício da cidadania, nos termos da Lei administrativas, civis e penais cabíveis.
cedimentos de atendimento aos usuários nº 9.265, de 12 de fevereiro de 1996;
dos serviços públicos e a propiciar melho- CAPÍTULO II
II - padronização de procedimentos refe-
res condições para o compartilhamento DA CARTA DE SERVIÇOS AO USUÁRIO
rentes à utilização de formulários, guias e
das informações; outros documentos congêneres; e Art. 11. Os órgãos e as entidades do Poder
VII - utilização de linguagem clara, que III - vedação de recusa de recebimento de Executivo federal que prestam atendi-
evite o uso de siglas, jargões e estrangei- requerimentos pelos serviços de protoco- mento aos usuários dos serviços públicos,
rismos; e lo, exceto quando o órgão ou a entidade direta ou indiretamente, deverão elaborar
VIII - articulação com os Estados, o Distrito for manifestamente incompetente. e divulgar Carta de Serviços ao Usuário,
Federal, os Municípios e os outros Poderes § 1º Na hipótese referida no inciso III do no âmbito de sua esfera de competência.
para a integração, racionalização, dispo- caput, os serviços de protocolo deverão § 1º A Carta de Serviços ao Usuário tem por
nibilização e simplificação de serviços prover as informações e as orientações objetivo informar aos usuários dos serviços
públicos. necessárias para que o interessado possa prestados pelo órgão ou pela entidade
Parágrafo único. Usuários dos serviços dar andamento ao requerimento. do Poder Executivo federal as formas de
públicos são as pessoas físicas e jurídicas, § 2º Após a protocolização de requerimen- acesso a esses serviços e os compromissos
de direito público ou privado, diretamente to, caso o agente público verifique que o e padrões de qualidade do atendimento
atendidas por serviço público. órgão ou a entidade do Poder Executivo ao público.
federal é incompetente para o exame ou § 2º Da Carta de Serviços ao Usuário, de-
CAPÍTULO I
DA RACIONALIZAÇÃO DE EXIGÊNCIAS a decisão da matéria, deverá providenciar verão constar informações claras e precisas
E DA TROCA DE INFORMAÇÕES a remessa imediata do requerimento ao sobre cada um dos serviços prestados, es-
órgão ou à entidade do Poder Executivo pecialmente as relativas:
Art. 2º Salvo disposição legal em contrário, federal competente. I - ao serviço oferecido;
os órgãos e as entidades do Poder Executivo § 3º Quando a remessa referida no § 2º II - aos requisitos e aos documentos neces-
federal que necessitarem de documentos não for possível, o interessado deverá ser sários para acessar o serviço;
comprobatórios da regularidade da situa- comunicado imediatamente do fato para III - às etapas para processamento do ser-
ção de usuários dos serviços públicos, de adoção das providências necessárias. viço;
atestados, de certidões ou de outros docu- IV - ao prazo para a prestação do serviço;
mentos comprobatórios que constem em
Art. 6º As exigências necessárias para o
requerimento serão feitas desde logo e de V - à forma de prestação do serviço;
base de dados oficial da administração pú-
blica federal deverão obtê-los diretamente uma só vez ao interessado, justificando-se VI - à forma de comunicação com o solici-
do órgão ou da entidade responsável pela exigência posterior apenas em caso de tante do serviço; e
base de dados, nos termos do Decreto nº dúvida superveniente. VII - aos locais e às formas de acessar o
8.789, de 29 de junho de 2016, e não po- Art. 7º Não será exigida prova de fato já serviço.
derão exigi-los dos usuários dos serviços comprovado pela apresentação de docu- § 3º Além das informações referidas no §
públicos. mento ou informação válida. 2º, a Carta de Serviços ao Usuário deverá,
Art. 3º Na hipótese dos documentos a que Art. 8º Para complementar informações para detalhar o padrão de qualidade do
se refere o art. 2º conterem informações ou solicitar esclarecimentos, a comunica- atendimento, estabelecer:
sigilosas sobre os usuários dos serviços ção entre o órgão ou a entidade do Poder I - os usuários que farão jus à prioridade no
públicos, o fornecimento pelo órgão ou Executivo federal e o interessado poderá atendimento;
pela entidade responsável pela base de da- ser feita por qualquer meio, preferencial- II - o tempo de espera para o atendimento;
dos oficial fica condicionado à autorização mente eletrônico. III - o prazo para a realização dos serviços;

33
Art. 12 legislação complementar
IV - os mecanismos de comunicação com II - a especificação do serviço objeto da CAPÍTULO VII
os usuários; simplificação; DA AVALIAÇÃO E DA MELHORIA DOS
III - o nome do órgão ou da entidade pe- SERVIÇOS PÚBLICOS
V - os procedimentos para receber, aten-
der, gerir e responder às sugestões e re- rante o qual o serviço foi solicitado;
Art. 20. Os órgãos e as entidades do Poder
clamações; IV - a descrição dos atos ou fatos; e Executivo federal deverão utilizar ferramen-
VI - as etapas, presentes e futuras, espera- V - facultativamente, a proposta de me- ta de pesquisa de satisfação dos usuários
das para a realização dos serviços, incluí- lhoria. dos seus serviços, constante do Portal de
das a estimativas de prazos; Serviços do Governo federal, e do Sistema
Art. 15. Ato conjunto dos Ministros de
VII - os mecanismos para a consulta pelos Estado da Transparência e Controlado- de Ouvidoria do Poder Executivo federal, e
usuários acerca das etapas, cumpridas e ria-Geral da União e do Planejamento, utilizar os dados como subsídio relevante
pendentes, para a realização do serviço Desenvolvimento e Gestão disciplinará o para reorientar e ajustar a prestação dos
solicitado; procedimento aplicável à Solicitação de serviços.
VIII - o tratamento a ser dispensado aos Simplificação. § 1º Os canais de ouvidoria e as pesquisas
usuários quando do atendimento; de satisfação objetivam assegurar a efeti-
CAPÍTULO V va participação dos usuários dos serviços
IX - os elementos básicos para o sistema DAS SANÇÕES PELO
de sinalização visual das unidades de públicos na avaliação e identificar lacunas
DESCUMPRIMENTO
atendimento; e deficiências na prestação dos serviços.
X - as condições mínimas a serem obser- Art. 16. O servidor público ou o militar § 2º Os órgãos e as entidades do Poder
que descumprir o disposto neste Decreto Executivo federal deverão dar ampla di-
vadas pelas unidades de atendimento, em
estará sujeito às penalidades previstas, vulgação aos resultados das pesquisas de
especial no que se refere à acessibilidade,
respectivamente, na Lei nº 8.112, de 11 de satisfação.
à limpeza e ao conforto;
XI - os procedimentos para atendimento dezembro de 1990, e na Lei nº 6.880, de 9 CAPÍTULO VIII
de dezembro de 1980. DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
quando o sistema informatizado se en-
contrar indisponível; e Parágrafo único. Os usuários dos serviços
públicos que tiverem os direitos garantidos Art. 21. O Ministério da Transparência e
XII - outras informações julgadas de inte- neste Decreto desrespeitados poderão re- Controladoria-Geral da União terá prazo
resse dos usuários. presentar ao Ministério da Transparência e de cento e oitenta dias, contado da data
CAPÍTULO III Controladoria-Geral da União. de publicação deste Decreto, para dispo-
DA RACIONALIZAÇÃO DAS NORMAS Art. 17. Cabe ao Ministério da Transpa- nibilizar os meios de acesso à Solicitação
rência e Controladoria-Geral da União e de Simplificação e ao Simplifique!.
Art. 12. A edição e a alteração das normas aos órgãos integrantes do sistema de con- Art. 22. Os Ministros de Estado da Transpa-
relativas ao atendimento dos usuários dos trole interno do Poder Executivo federal rência e Controladoria-Geral da União e do
serviços públicos observarão os princípios zelar pelo cumprimento do disposto neste Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
da eficiência e da economicidade e con- Decreto e adotar as providências para a poderão expedir normas complementares
siderarão os efeitos práticos tanto para a responsabilização dos servidores públicos ao disposto neste Decreto.
administração pública federal quanto para e dos militares, e de seus superiores hierár-
os usuários.
Art. 23. O Decreto nº 8.936, de 2016, passa
quicos, que praticarem atos em desacordo vigorar com as seguintes alterações:
CAPÍTULO IV com suas disposições.
“Art. 3º ............................................................
DA SOLICITAÇÃO DE SIMPLIFICAÇÃO CAPÍTULO VI ...........................................................................
DA DIVULGAÇÃO AOS USUÁRIOS ..................
Art. 13. Os usuários dos serviços públicos DOS SERVIÇOS PÚBLICOS V - .....................................................................
poderão apresentar Solicitação de Simpli- ...........................................................................
ficação, por meio de formulário próprio Art. 18. A Carta de Serviços ao Usuário, a ...................
denominado Simplifique!, aos órgãos e forma de acesso, as orientações de uso e
b) tempo médio de atendimento;
às entidades do Poder Executivo federal, as informações do formulário Simplifique!
deverão ser objeto de permanente divul- c) grau de satisfação dos usuários; e
quando a prestação de serviço público não
observar o disposto neste Decreto. gação aos usuários dos serviços públicos, d) número de Solicitações de Simplificação
e mantidos visíveis e acessíveis ao público: relativas ao serviço.”
§ 1º A Solicitação de Simplificação deverá
ser apresentada, preferencialmente, por I - nos locais de atendimento; Art. 24. Este Decreto entra em vigor na
meio eletrônico, em canal único oferecido II - nos portais institucionais e de presta- data de sua publicação.
pela Ouvidoria-Geral da União, do Ministé- ção de serviços na internet; e Art. 25. Ficam revogados:
rio da Transparência e Controladoria-Geral III - no Portal de Serviços do Governo fe- I - o Decreto nº 6.932, de 11 de agosto de
da União. deral, disponível em www.servicos.gov.br. 2009; e
§ 2º Sempre que recebida por meio físico, II - o Decreto nº 5.378, de 23 de fevereiro
Art. 19. As informações do formulário
os órgãos e as entidades deverão digitalizar de 2005.
Simplifique!, de que trata o art. 14, serão
a Solicitação de Simplificação e promover a divulgadas no painel de monitoramento do Brasília, 17 de julho de 2017;
sua inserção no canal a que se refere o § 1º. desempenho dos serviços públicos pres- 196º da Independência e 129º da Repú-
Art. 14. Do formulário Simplifique! deverá tados a que se refere o inciso V do caput blica.
constar: do art. 3º do Decreto nº 8.936, de 19 de MICHEL TEMER
I - a identificação do solicitante; dezembro de 2016. DOU de 18.7.2017

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LEI Nº 13.432, DE 11 DE ABRIL DE 2017 Art. 1º

LEI Nº 13.432, DE 11 DE ABRIL DE 2017

Dispõe sobre o exercício da profissão de detetive III - natureza do serviço; I - preservar o sigilo das fontes de infor-
particular. mação;
IV - relação de documentos e dados forne-
O Presidente da República. Faço saber que cidos pelo contratante; II - respeitar o direito à intimidade, à priva-
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono V - local em que será prestado o serviço; cidade, à honra e à imagem das pessoas;
a seguinte Lei: VI - estipulação dos honorários e sua for- III - exercer a profissão com zelo e probi-
Art. 1º (VETADO). ma de pagamento. dade;
Art. 2º Para os fins desta Lei, considera- Parágrafo único. É facultada às partes a IV - defender, com isenção, os direitos e as
-se detetive particular o profissional que, estipulação de seguro de vida em favor prerrogativas profissionais, zelando pela
do detetive particular, que indicará os be- própria reputação e a da classe;
habitualmente, por conta própria ou na
forma de sociedade civil ou empresarial, neficiários, quando a atividade envolver V - zelar pela conservação e proteção de
planeje e execute coleta de dados e in- risco de morte. documentos, objetos, dados ou informa-
formações de natureza não criminal, com Art. 9º Ao final do prazo pactuado para a ções que lhe forem confiados pelo cliente;
conhecimento técnico e utilizando recursos execução dos serviços profissionais, o dete- VI - restituir, íntegro, ao cliente, findo o
e meios tecnológicos permitidos, visando tive particular entregará ao contratante ou contrato ou a pedido, documento ou ob-
ao esclarecimento de assuntos de interesse a seu representante legal, mediante recibo, jeto que lhe tenha sido confiado;
privado do contratante. relatório circunstanciado sobre os dados e VII - prestar contas ao cliente.
§ 1º Consideram-se sinônimas, para efeito informações coletados, que conterá:
I - os procedimentos técnicos adotados;
Art. 12. São direitos do detetive particular:
desta Lei, as expressões “detetive particu- I - exercer a profissão em todo o território
lar”, “detetive profissional” e outras que II - a conclusão em face do resultado dos nacional na defesa dos direitos ou inte-
tenham ou venham a ter o mesmo objeto. trabalhos executados e, se for o caso, a in- resses que lhe forem confiados, na forma
§ 2º (VETADO). dicação das providências legais a adotar; desta Lei;
Art. 3º (VETADO). III - data, identificação completa do dete- II - recusar serviço que considere imoral,
tive particular e sua assinatura. discriminatório ou ilícito;
Art. 4º (VETADO).
Art. 10. É vedado ao detetive particular: III - renunciar ao serviço contratado, caso
Art. 5º O detetive particular pode cola- I - aceitar ou captar serviço que configure gere risco à sua integridade física ou mo-
borar com investigação policial em curso, ou contribua para a prática de infração pe- ral;
desde que expressamente autorizado pelo nal ou tenha caráter discriminatório;
contratante. IV - compensar o montante dos honorá-
II - aceitar contrato de quem já tenha dete- rios recebidos ou recebê-lo proporcional-
Parágrafo único. O aceite da colaboração tive particular constituído, salvo: mente, de acordo com o período trabalha-
ficará a critério do delegado de polícia, que
a) com autorização prévia daquele com o do, conforme pactuado;
poderá admiti-la ou rejeitá-la a qualquer
tempo. qual irá colaborar ou a quem substituirá; V - (VETADO);
b) na hipótese de dissídio entre o contra- VI - reclamar, verbalmente ou por escrito,
Art. 6º Em razão da natureza reservada tante e o profissional precedente ou de perante qualquer autoridade, contra a
de suas atividades, o detetive particular, no omissão deste que possa causar dano ao inobservância de preceito de lei, regula-
desempenho da profissão, deve agir com contratante; mento ou regimento;
técnica, legalidade, honestidade, discrição, III - divulgar os meios e os resultados da VII - ser publicamente desagravado,
zelo e apreço pela verdade. coleta de dados e informações a que tiver quando injustamente ofendido no exercí-
Art. 7º O detetive particular é obrigado acesso no exercício da profissão, salvo em cio da profissão.
a registrar em instrumento escrito a pres- defesa própria;
tação de seus serviços. IV - participar diretamente de diligências Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data
policiais; de sua publicação.
Art. 8º O contrato de prestação de serviços Brasília, 11 de abril de 2017;
do detetive particular conterá: V - utilizar, em demanda contra o contra-
196º da Independência e
I - qualificação completa das partes con- tante, os dados, documentos e informa-
129º da República.
tratantes; ções coletados na execução do contrato.
MICHEL TEMER
II - prazo de vigência; Art. 11. São deveres do detetive particular: DOU de 12.4.2017

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Art. 1º legislação complementar

RESOLUÇÃO Nº 459, DE 5 DE OUTUBRO DE 2017

Dispõe sobre a regulamentação dos procedimentos a data da decisão homologatória da auto- e) Valor de exercícios anteriores
relativos à expedição de ofícios requisitórios pelos composição; X - órgão a que estiver vinculado o ser-
Centros Judiciais de Solução de Conflitos e Cidadania
II - se a Fazenda Pública tiver expressa- vidor público civil ou militar da adminis-
- CEJUSCONs e pelas demais unidades de conciliação,
em procedimentos pré-processuais, no âmbito da mente renunciado à oposição da impug- tração direta, quando se tratar de pro-
Justiça Federal de primeiro e segundo graus. nação, será considerada a data da decisão cedimento de natureza salarial, com a
homologatória da autocomposição como indicação da condição de ativo, inativo ou
A Presidente do Conselho da Justiça Fede-
do decurso de prazo para impugnação à pensionista;
ral, no uso das atribuições legais, e
execução; XI - valor da contribuição para o Plano de
CONSIDERANDO as diretrizes da Política Ju-
diciária Nacional de tratamento adequado III - nos casos de inexistência de renúncia Seguridade Social do Servidor Público Ci-
dos conflitos de interesses, estabelecidas expressa ao prazo recursal ou de inexis- vil - PSS, quando couber.
pelo Conselho Nacional de Justiça por tência de renúncia expressa à oposição
Art. 5º Havendo verba de natureza tri-
meio da Resolução CNJ n. 125, de 29 de da impugnação, deverá ser observado o
butária e não tributária em uma mesma
novembro de 2010; transcurso dos prazos processuais previs-
autocomposição homologada pelo juízo da
CONSIDERANDO as atribuições conferidas tos em lei;
conciliação, deverão ser expedidas requi-
às unidades de conciliação e mediação para Art. 4º Para expedição de ofício re- sições de pagamento distintas, que serão
expedição de requisições de pagamento, quisitório em processo decorrente de somadas para definição da modalidade do
nos termos do § 4º do art. 7º da Resolu- procedimentos pré-processuais, a auto- requisitório (precatório ou RPV).
ção n. CJF-RES-2016/00398, que define a composição homologada pelo juízo da
política judiciária de solução consensual
Art. 6º O juízo da conciliação deverá dis-
conciliação deverá conter as seguintes ponibilizar o teor do ofício requisitório
dos conflitos de interesses no âmbito da informações:
Justiça Federal; às partes antes do encaminhamento ao
I - nome das partes e do procurador da tribunal. Parágrafo único. Até que haja a
CONSIDERANDO o reconhecimento da parte autora (se houver), bem como o res- comunicação pela entidade financeira res-
natureza de título executivo judicial das pectivo número de inscrição no CPF ou no
ponsável sobre o depósito correspondente,
decisões homologatórias judiciais ou ex- CNPJ;
o processo ficará suspenso.
trajudiciais em casos de autocomposição, II - nome dos beneficiários do ofício requi-
previsto nos incisos II e III, respectivamente, sitório e respectivos números de inscrição Art. 7º Havendo incidentes processuais
do caput do art. 515 da Lei n. 13.105, de no CPF ou no CNPJ, inclusive quando fo- após a expedição do ofício requisitório,
16 de março de 2015 (Código de Processo rem advogados, incapazes, espólios, mas- o juízo da conciliação deverá encaminhar
Civil - CPC); sas falidas, menores e outros; o processo judicial de homologação da
CONSIDERANDO os procedimentos admi- transação extrajudicial à livre distribuição.
III - natureza do crédito (comum ou ali-
nistrativos em uso nos tribunais regionais mentar); § 1º Distribuído o processo, o juízo com-
federais para a realização de pagamentos petente processará e decidirá os incidentes
de quantia certa decorrente de condena- IV - sendo o crédito de natureza alimentar,
apresentados.
ção da Fazenda Pública, consolidados na a data de nascimento do beneficiário e a
§ 2º É também considerado incidente pro-
Resolução n. CJF-RES-2017/00458; informação sobre eventual doença grave,
cessual, a justificar a remessa do processo
na forma da lei;
CONSIDERANDO o decidido no Processo n. à livre distribuição, qualquer ocorrência
CJF-PPN2013/00069, na sessão realizada no V - nas autocomposições de natureza não que gere a necessidade de bloqueio da
dia 18 de setembro de 2017, resolve: tributária, o valor total a ser requisitado e, requisição de pagamento e posterior ex-
se for o caso, o valor do principal corrigido
Art. 1º A expedição de ofício requisitório pedição de alvará.
e dos juros, individualizado por benefici-
ao tribunal regional federal decorrente de ário; Art. 8º Havendo acordo homologado pelo
homologação de autocomposição realiza- juízo da conciliação, em processo judicial
VI - nas autocomposições de natureza tri-
da em procedimentos pré-processuais de remetido por vara federal à unidade de
butária, o valor total a ser requisitado e, se
responsabilidade dos Centros Judiciários conciliação, o tribunal poderá estabelecer
for o caso, o valor do principal, juntamen-
de Solução de Conflitos e Cidadania - CE- a competência para expedição do ofício
te com as demais verbas tributárias, e o va-
JUSCONs ou de unidade de conciliação requisitório à vara de origem.
lor SELIC, individualizado por beneficiário;
equivalente, no âmbito da Justiça Federal Parágrafo único. No caso de expedição de
de primeiro e segundo graus, deve obser- VII - data-base considerada para a atuali-
zação monetária dos valores; ofício requisitório pelo juízo da conciliação,
var os procedimentos estabelecidos nesta após a realização deste ato processual, o
resolução. VIII - caso seja necessário expedir preca-
processo será devolvido à vara de origem,
Art. 2º Após formalizada a autocompo- tório cujos valores estejam submetidos à
que decidirá qualquer incidente processual.
sição em procedimento pré-processual, o tributação na forma de rendimentos rece-
bidos acumuladamente (RRA), prevista no Art. 9º Para os fins desta resolução, os
juízo da conciliação deverá providenciar
art. 12-A da Lei n. 7.713, de 22 de dezembro Centros Judiciários de Solução de Conflitos
a alteração da classe Pré-Processual para
de 1988: a) Número de meses (NM); b) Va- e Cidadania - CEJUSCONs e demais unida-
Processual com a adoção do código da
lor das deduções da base de cálculo. des de conciliação ou de autocomposição
Classe da Tabela de Assuntos do Conselho
IX - em se tratando de RPV cujos valores equivalentes são considerados juízos da
Nacional de Justiça relativa à homologação
estejam submetidos à tributação na forma conciliação e equiparados a vara federal
de transação extrajudicial.
de rendimentos recebidos acumulada- para efeito de cadastro junto ao Sistema
Art. 3º Exarada a decisão de homologação mente (RRA), prevista no art. 12-A da Lei Integrado de Administração Financeira do
da autocomposição, no processo judicial Governo Federal - SIAFI.
n. 7.713/1988:
resultante da alteração de classe, o juízo
da conciliação expedirá o ofício requisitório a) Número de meses (NM) do exercício Art. 10. Comunicada, pela instituição
dos valores devidos pela Fazenda Pública, corrente; financeira, a realização do depósito dos
observando: b) Número de meses (NM) de exercícios valores requisitados, o processo será ar-
I - se as partes expressamente tiverem anteriores; quivado.
renunciado ao prazo recursal, será consi- c) Valor das deduções da base de cálculo; Art. 11. Os ofícios requisitórios expedi-
derada como data do trânsito em julgado d) Valor do exercício corrente; dos com base nesta resolução seguem

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legislação complementar Art. 11
as regras estabelecidas na Resolução n.
CJF-RES2017/00458.

Art. 12. Esta resolução entra em vigor na


data de sua publicação.
Min. LAURITA VAZ
DOU de 09.10.2017

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