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5.

OBJETIVOS

5.1 Objetivo Geral


 Entender o funcionamento do comércio no metrô do Recife.

5.2 Objetivos Específicos

 Descrever e analisar os arranjos sociais forjados na prática do comércio no metrô.


 Identificar as disposições que fundamentam as habilidades desenvolvidas pelos ambulantes
para o exercício de sua ocupação.
 Descrever as dimensões morais que permeiam as relações dos ambulantes no comércio no
metrô do Recife.
 Identificar os motivos pelos quais os indivíduos optaram por atuar como ambulante no
metrô do Recife.

6. METODOLOGIA
Como metodologia, escolhemos utilizar-se das ferramentas propostas pela etnografia, que é
caracterizada como um informa descritivo da vida cultural em um sistema social específico com
base em observações detalhadas do que as pessoas realmente fazem (Johnson, apud Mainardes,
2009).
As primeiras etapas da pesquisa etnográfica serão realizadas através de um processo
exploratório do cenário e de seus atores (Goffman, 1985). Esse procedimento será feito através de
visitas nas estações de metrô no sentido subúrbio centro na linha Camaragibe-Recife. As principais Commented [BF1]: Justificar a escolha desta linha de
metro.
estações de observação serão as estações: Camaragibe, Rodoviária, Barro e Joana Bezerra. As
razões para tais recortes se originam pelo fluxo de passageiros e, consequentemente, de ambulantes,
pois estas estações possuem integração terminal rodoviário – metrô e os passageiros não precisam
pagar outra passagem para sair de um espaço para outro.
O objetivo desta etapa exploratória é identificar as ações destes ambulantes no dia a dia: os
grupos formados nas estações, as estratégias de negociação entre os ambulantes com outros
ambulantes, clientes e funcionários, as maneiras de anunciação de seus produtos (performances)
tanto nas estações como dentro do metrô. Consiste numa etapa de ênfase descritiva das ações. Para
este fim o pesquisador adotará duas estratégias de observação: 1. Observação completa, 2.
Observação participante (Mainardes, 2009).
Na primeira, o pesquisador a campo sem se revelar para os sujeitos pesquisados. O objetivo
de utilizar esta estratégia é descrever como os ambulantes se relacionam com outros ambulantes,
com os clientes/passageiros e com os agentes do metrô, e também como estes atuam nas
plataformas e nos metrôs do Recife. Estas observações serão realizadas em tanto nas plataformas de
embarque e desembarque das estações do Barro, Camaragibe, Rodoviária e Joana Bezerra quanto
dentro do próprio metrô. É uma etapa exploratória que permitirá ao observador mapear formas de
associação e as negociações abertas entre os ambulantes. (idem)
Na segunda, o pesquisador participa nas atividades, porém, o seu principal papel é a coleta
de dados. Nesse caso, o pesquisador é um observador que não é membro do grupo e está interessado
em participar como uma forma de entender as atividades do grupo. Neste caso, o pesquisador e
falará sobre os seus objetivos com a pesquisa. O objetivo desta prática é o aprofundamento no
campo. O pesquisador deve mostrar-se diferente do grupo pesquisado. Seu papel de pessoa de fora
terá que ser afirmado e reafirmado. Após a identificação, o pesquisador pedirá que para acompanhar
o cotidiano de alguns ambulantes aos quais tentará se relacionar no decorrer da pesquisa, chegando
a outros ambulantes serão obtidos através de indicações no formato “Bola de Neve”, onde um
ambulante indica outro e assim por diante. Planeja-se, inicialmente, uma amostra de, no máximo, 6
ambulantes acompanhados no decorrer da pesquisa. Além do acompanhamento dos ambulantes
durante o período de meia jornada de trabalho – duas vezes por semana, durante duas ou três
semanas – o pesquisador procurará ajudar o ambulante em sua ocupação, de forma que consiga se
inserir parcialmente no mundo do sujeito observado e sentir na pele os efeitos da atividade
(Wacquant, 2002).
Durante a observação (total e participante), o pesquisador registrará os dados no que se
denomina como diário de campo. Neste documento, o pesquisador escreverá o que considerar
importante para a pesquisa no próprio local de pesquisa, no caso nas plataformas das estações de
metrô e no metrô, registrando também o horário, data da observação, descrições sobre o espaço
físico, as pessoas envolvidas, as atividades realizadas, objetos utilizados, objetivos das atividades e
emoções expressadas ou sentidas pelos participantes (Mainardes, 2009). Estas observações em
horários diversos – no caso da observação acompanhando os ambulantes, as observações
dependerão dos horários destes. Ao sair do campo, o pesquisador completará as anotações feitas no
local com anotações mais estendidas, com o objetivo de registrar fatos e percepções que poderão ser
uteis na fase da análise de dados.
Além das conversas realizadas durante as etapas de obversação, serão realizadas entrevistas
semiestruturadas com outros atores sociais que utilizam o metrô. Dentro deste grupo estão os
passageiros, os funcionários do METROREC e os responsáveis pela segurança do metrô. Nesta
entrevista leva-se em consideração que as interpretações dos indivíduos sobre o fenômeno estudado.
Estes conhecimentos incluem suposições que são explícitas e imediatas as quais o entrevistado pode
expressar-se espontaneamente ao responder a uma pergunta aberta, e que são complementadas por
suposições implícitas (Flick, 2004). A proposta, portanto, objetiva descrever e analisar as
perspectivas destes indivíduos sobre a atividade ambulante no metrô e sobre os próprios ambulantes.
Durante o período de coletas dos dados através da etnografia, o pesquisador procurará
também coletar dados fora do campo de pesquisa através de pesquisa bibliográfica sobre o comércio
ambulante no metrô. O objetivo é fazer comparações e sugerir explicações para os fenômenos
observados no campo. (Mainardes, 2009) Os dados obtidos através da pesquisa de campo serão
organizados cronologicamente e agrupados por categorias.
A etapa da análise dos dados ocorre paralelamente ao da pesquisa de campo. Iniciando pela
identificação das ações regulares, ou seja, dos aspectos que se repetiram durante a observação,
como também distinguir inconsistências e questões que ficaram obscuras. Seguindo este caminho, o
pesquisador poderá selecionar e caracterizar categorias preliminares e conceitos que podem ser
desenvolvidos. Para a caracterização das categorias e conceitos que serão analisados no final da
pesquisa, faz-se necessário, voltar aos objetivos do trabalho e ao referencial teórico, além de
estabelecer comparações entre os dados, assim como relacionar os dados com o contexto social
mais amplo.

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