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HEAD COACH BRASIL – FUTEBOL AMERICANO INTELIGENTE 3 de maio de 2017

“Stunts para um Front 4-3”


George Perles
Nós rodamos o mesmo tipo de defesa que eu rodei enquanto era coordenador defensivo dos grandes
times do Pittsburgh Steelers – a 4-3 stunting. É diferente e eu não conheço muitas pessoas que usam isso.

Algumas pessoas irão dizê-lo que você não pode jogar com a 4-3 Stunt sem ter um Joe Greene no elenco.
Nós raramente temos esse tipo de jogador, mas a defesa ainda funciona.

ALINHAMENTO 4-3
Nós levamos o nosso DT do lado forte ao gap entre o center e guard. Ele entra na stance, que o permite
abraçar a bola. Ele mantém sua perna de dentro para trás num ponto onde nós não nos preocupamos sobre
alinhar offside. Normalmente, nós podemos abraçar a bola tanto quanto quisermos. O center não pode recuar a
bola, então ele não pode fazer muito sobre isso.

O tackle (DT) entra num ângulo com sua extremidade traseira no sentido do guard. O middle linebacker
(MLB) está também atrás de nosso tackle. O strong end joga numa 5-tech no ombro externo do offensive tackle.
O strong side linebacker (SLB) joga tanto head-up (cabeça a cabeça) quando por fora do ombro do tight end,
dependendo da responsabilidade de apoio. O tackle do lado fraco joga por fora do olho do guard, naquele que
nós chamamos de 2-gap technique. O defensive end do lado fraco está numa 5-tech, com o WLB no lado de fora.

Na defesa, alguém precisa cuidar de dois gaps. Numa 4-3, o MLB é responsável por dois gaps. O que nós
tentamos fazer é dar aos nossos DTs um gap e meio para cada. O que pode ir contra essa teoria é se o ataque
continuamente correr com o fullback no gap interno. De qualquer maneira, o ataque usualmente não tem o
personnel ou paciência para fazer isso.

STUNTS
Quando as pessoas vêem o que nós estamos fazendo, eles nos dão grandes splits entre Center e Guard.
Quando isso acontece, nós não podemos cobrir os gaps internos com nossos tackle. Nós vamos então para um
stunt automático chamado “Tom game”. Nesse stunt, nós slantamos nosso DT do lado fraco pra dentro do gap
entre center e guard e fazendo um loop com nosso DT do lado forte pra dentro do guard do lado fraco (ver figura
1).

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Pessoas tentam correr uma Isolation por dentro de nosso lado forte. Eles dobram em cima do tackle,
bloqueiam o DE e isolam o linebacker. Nosso coaching point para o linebacker é preencher o buraco, pegando o
fullback com o ombro de fora e fazendo o running back correr para cima do lineman que está bloqueando sozinho
o DE. Se eles tentarem fazer um reach block no DT e liberar o guard liderando a corrida na direção do backer,
nossa técnica é diferente. Ele pega o fullback com o ombro de fora dele num down block. Fazendo isso, ele força
o back a correr para dentro do reach block do center em nosso DT – porém esse é um bloqueio extremamente
complicado para o center e bom para nós.

Além disso, nós rodamos o “three game” contra jogadas Iso. Nós chamamos de “three game” porque é
para o lado fraco. Essa técnica é como o Tom game, exceto que o DE também faz uma slant para dentro. Isso nos
dá uma grande penetração por causa do esquema de reach block corrido pelo ataque. Você precisa ter
penetração. Há apenas um problema com penetração: o trap. Se você está indo penetrar, faça isso numa slant
interna com pessoas vindo lado de fora (ver figura 2).

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Quando nós estávamos entre os profissionais, a bola estava no meio do campo todo tempo. Mesmo
quando a bola estava na hash mark, estava sempre há poucas jardas do meio do campo. Num jogo universitário,
nós definitivamente temos um lado curto, assim como temos um lado aberto do campo. Para esse tipo de jogo,
nós desenvolvemos o “Open Scheme” (esquema aberto). Isso simplesmente significa que nós estacamos (stack) e
invertemos a defesa para o lado aberto da formação.

Nós ainda temos o Tom game, que agora é rodado para o lado forte da defesa. Nós tivemos o nosso Three
game, mas agora é chamado “Four game”, rodado para o lado equilibrado (even) da defesa. O que isso faz é
trazer quatro homens para dentro do lado forte numa stunt. Esse esquema elimina o trap blocking, isolation e
corridas de cutback. Essa defesa é excelente contra I-formation. O DT que faz o stunt não o faz na direção do
upfield. Ele está fazendo stunt na direção de um homem, de modo que ele possa ler o down block e ficar atento
contra traps (ver figura 3).

Outro tipo de chamada que nós rodamos é chamada “Storm”. Isso é como o nosso Four game, exceto que
o OLB vem numa slant interna (ver figura 4).

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Nós temos um número de combinação que podem ser rodadas. Para o lado aberto, nós rodamos a “Ram”.
Isso envolve o DE do fraco e linebacker. O DE e o linebacker no stunt para dentro, com o MLB numa scrape,
técnica de raspagem partindo do meio para as pontas (ver figura 5).

Nós usamos o código “me” entre o DE do lado fraco e o linebacker. Todos esses stunts são usados para
penetração; De qualquer maneira, você não pode penetrar sem estar coberto no backside ou você irá tomar uma
trap. E, a qualquer momento que você envolva um de seus OLBs numa stunt de corrida, então uma de suas zonas
de passe raso vai ser deixada descoberta. Nós tentamos fugir para com isso para o lado fraco. Se nós chamamos
“open me”, isso envolve o DE do lado forte e o DT. Na stunt, ele dá a passada na direção do ataque e então faz
um loop para fora enquanto o linebacker vem numa slant interna (ver figura 6).

Se nós queremos rodar para o lado forte, nós chamamos o código “open”. Uma boa coisa sobre isso e que
nos permite jogar contra I-formation, mesmo em situações de passe. Quando nós rodamos o Tom game, o guard
do bloqueio e o fullback são responsabilidade do DT do stunt. Coaches não gostam que seus fullbacks bloqueiem

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DTs, especialmente se o defensor for alguém como Ernie Holmes. Isso nos ajuda quando encontramos times que
gostam de rodar passes para o lado forte (ver figura 7).

A “Open Storm” é boa contra passes de play-action para o lado forte. Você entrega a flat do lado forte,
mas nós conseguimos pressionar e deixar o strong safety jogar ambas as zonas no perímetro (ver figura 8).

O stunt Ram pode ser rodado com vários outros stunts. O Ram pode ser rodados com o Tom, 4 game ou
Open me. O MLB nesse esquema permanece livre.

Lembre-se, técnica é uma das chaves para jogar nessa defesa. O DT se posiciona o mais próximo da bola
possível. O center só vai poder faz três coisas. Ele pode bloquear reto. Quando o center tiver que fazer o snap e
bloquear reto, nós usualmente temos uma vantagem. É difícil por causa de o DT estar quase que abraçando a bola
pelo alinhamento. Outra coisa que o center pode fazer é o slip block. Nesse bloqueio, o center desliza passando
do DT e bloqueia o MLB. A última coisa que o center pode fazer é tentar fazer o reach block no tackle. Para isso,

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ele precisa dar a passada, abrir o quadril e se mover pela linha. Nós treinamos esses três bloqueios várias vezes
até que nossos DTs aprendam como a reagir a eles.

O MLB está lendo o triângulo entre center, guard e QB. O guard não pode tomar um split diferente para
bloquear o MLB. Nós temos stunts onde ambos DT e LB vem numa stunt, então se torna perigoso abrir muito o
split. Quando o guard diminui seu split para proteger o gap, a bunda do DT está no caminho do guard e ele não
pode chegar ao linebacker. Isso é o porquê de nós angularmos o tackle. Às vezes, nós colocamos ambos os tackles
dentro de gaps e deixamos o MLB se mover logo após o snap saindo de um stack para outro, de modo que
confunda o ataque sobre quem está envolvido no stunt (ver figura 9).

Isso confunde a linha ofensiva e nós conseguimos big plays no backfield. Isso destrói a determinação de
bloqueios. Isso não é algo que eu sonhei a noite passada. Esse esquema tem sido testado e muitos grandes
coaches tiveram a oportunidade de bater essa defesa e fracassaram.

4-3 CONTRA SETS OFENSIVOS


Quando nós enfrentamos um set com halfbacks, nós não gostamos de rodar o Three game. A razão é que
o halfback pode chegar ao perímetro muito fácil e rapidamente, antes do DT do stunt.

Se nós rodamos o Tom game e o ataque correr para longe do stunt, nós ainda estamos em ótima forma.
As regras do center o fazem fazer reach block nesse tipo de jogada. Quanto mais ele se move de sua posição
inicial, mais penetração nós conseguimos pelo backside (ver figura 10). Isso não faz nenhuma diferença se o
ataque corre para longe da stunt. Não há um treinador nessa sala que irá ensinar seu center a desconsiderar o
tackle no gap do playside e bloquear para trás. Coaches não irão mudar seu esquema de bloqueio por uma stunt.

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Se nós enfrentamos um halfback num set strong, nós nos ajudamos diferentemente (ver figura 11). O DT
do lado forte alinha-se no gap e vem upfield. O MLB se move para uma posição stack atrás do DE do lado forte. O
DT do lado fraco vem alinhado diretamente na direção do guard. O DE do lado fraco abre um pouco mais e o OLB
do lado fraco se move para trás do tackle.

O ajuste para a formação split envolve alguns stunts automáticos. Nós não precisamos nos ajustar na
direção do tight end porque nós já estamos alinhados para o lado forte desse jeito. O lado fraco não tem um forte
ataque terrestre e a única jogada que nós olhamos para ele lado são as sprint draws. No lado fraco, nós usamos o
código “your”. Essa chamada envolve o DT e DE do lado fraco. É o oposto do Me. O tackle faz um loop pra dentro
de um OT e o DE cruza por trás e para dentro (ver figura 12).

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Dessa defesa, nós temos os códigos: open tom, open four game, storm, me e qualquer combinação entre
esses stunts. O “open, RAM, Tom” é uma combinação mostrada na figura 13.

Nós podemos rodar o Tom game na formação. O fato que um running back está alinhado tão
profundamente nos dá essa flexibilidade. Quando o center tenta fazer o reach block, isso abre o centro da linha
para stunts de slant e elimina a bolha no meio na qual os running back buscam para o cutback. Earl Campbell era
um corredor de cutbacks. Nós jogamos contra ele dez vezes enquanto eu estava em Pittsburgh e ele conseguiu 42
jardas terrestres de média apenas. Nosso esquema podia penetrar e o manter longe dos cutbacks.

Se um time joga com dois tight ends, nós fazemos nosso ajuste com nossa galera da secundária. Nós ou
jogamos num 4-3 regular e movemos o weak safety numa posição de linebacker ou vamos para o código Open
com o strong safety na posição de linebacker (ver figura 14).

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Com um backfield de um back e tight end duplos, nós vamos num 4-3 regular e rodamos todos os tipos de
stunts com nossos DTs e DEs. Se o back único estiver no meio, nós rodamos os stunts de 4-3 e jogamos normal.

JOGADAS PROBLEMA PARA O STUNTING 4-3


A jogada que nos causa problema é o que chamamos de 36 Power. Isso é duro para o MLB. O ataque
bloqueia e faz o pull do guard na direção do buraco off-tackle. O OT e TE fazem um esquema de bloqueio em
nosso DE que permite que o TE saia e bloqueie nosso MLB. Nós temos um coaching point para este defensor. Se o
TE estiver esperando pelo linebacker no buraco off-tackle, nós corremos com o linebacker na direção do gap
entre guard e tackle (ver figura 15).

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Outra grande jogada que é rodada a partir da I-formation é a counter sweep com o backside guard e
tackle fazendo pull (ver figura 16). Se nós jogarmos contra essa jogada, os coaching points para o MLB são os
mesmos. De qualquer maneira, nós não vamos jogar contra I-formation direto muito freqüentemente.

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