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6550 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A N.° 245 — 23-10-1995 2—O produto das coimas reverte: a) Em 60% para o Estado; 5) Em 20% para a Inspecc&o-Geral das Activida- des Econémicas; ©) Em 20% para 0 Instituto Nacional de Saiide Dr. Ricardo Jorge (INSA) ou para o INFAR- MED, consoante a contra-ordenac&o diga res- peito a dispositivos médicos activos ou ndio ac- tivos. Artigo 12.° Flacalzago Sem prejuizo das competéncias atribuidas por lei a ‘outras entidades, o INFARMED, relativamente aos dis- positivos médicos ndo actives, eo INSA, relativamente aos dispositivos médicos activos, procedem a fiscaliza- ao do cumprimento do disposto no presente diploma. Artigo 13.° Sistemas de viglitucta dos dispostivos médicos 1 — Os fabricantes, os responsdveis pela colocacéo no mercado e pela entrada em servico dos dispositivos, ‘0s médicos e outros técnicos devem comunicar ao INFARMED todas as informagées relativas a inciden- tes ocorridos apés a respectiva colocacdo no mercado dos dispositivos abrangidos pelo presente diploma, no- meadamente: @) Qualquer defeito, avaria ou deterioragao das caracteristicas € ou funcionamento, bem como qualquer imprecisdo na rotulagem ou nas ins- trugdes de um dispositive, que sejam suscepti- veis de causar ou ter causado a morte ou uma deterioragdo grave do estado de saiide de um doente ou utilizador; +b) Qualquer motivo de ordem técnica relacionado com as caracteristicas ou o funcionamento de um dispositivo pelas razdes referidas na alinea anterior que tenham ocasionado a retirada sis- temética do mercado dos dispositivos do mesmo tipo por parte do fabricante, 2 —O sistema de vigilncia dos dispositivos médi- cos serd objecto de portaria conjunta dos Ministros da Indistria e Energia e da Saude. Axtigo 14.° Norma teenies ‘As normas técnicas de execuco do presente diploma vadas por portaria conjunta dos Ministros ¢ Energia e da Saude. Industri Artigo 15.° Contideaciatidade ‘As informagGes transmitidas a todos os intervenien- tes na execucdo do presente diploma sto confidenciais, ficando os funciondrios que delas tenham conhecimento sujeitos a dever de sigilo, sem prejuizo da di das informagSes necessérias a salvaguarda da Pie blica. Artigo 16.° Entrada em vigor 1 —O presente diploma entra em vigor 30 dias apés a data da sua publicagdo, sem prejuizo dos niimeros seguintes. "2. — Os dispositivos provenientes de qualquer Estado membro da Comunidade Europeia que se conformem ‘com as regras relativas ao fabrico, & comercializacdo € @ entrada em servico do respectivo pais de origem, Adata de 31 de Dezembro de 1994, podem ser comer: cializados ¢ utilizados até 29 de Junho de 1998. 3 —O disposto no niimero anterior é aplicdvel aos dispositivos provenientes de paises terceiros que obser- vem as regulamentagdes sobre fabrico, comercializacdo ¢ entrada em servigo em vigor em qualquer dos Esta- dos membros da Unido Europeia, a data de 31 de De- zembro de 1994, Visto ¢ aprovado em Conselho de Ministros de 24 de Agosto de 1995. — Anibal Anténio Cavaco Silva — Luts Fernando Mira Amaral — Adalberto Paulo da Fonseca Mendo. Promulgado em 3 de Outubro de 1995. Publique-se. © Presidente da Repiiblica, MARIO SOARES. Referendado em 6 de Outubro de 1995. Primeiro-Ministro, Anibal Anténio Cavaco Silva. MINISTERIO DO EMPREGO E DA SEGURANGA SOCIAL Decreto-Lel n.° 274/95 de 23 de Outubro © Decreto-Lei n.° 441/91, de 14 de Novembro, so- bre os principios gerais de promocdo da seguranca ¢ satide no trabalho, prevé que a respectiva regulamen- tagdo complementar seja derivada, designadamente, da transposicdo para o direito interno de directivas comu- nitérias. ‘Assim sucede com o presente diploma, que transpde para o direito interno as prescrigdes minimas de seguranga e de satide que visam promover uma melhor assisténcia médica a bordo dos navios, adoptadas pela Directiva n,° 92/29/CEE, do Conselhio, de 31 de Marco. exercicio da actividade profissional a bordo de um navio requer especial atendo, dadas as caracteristicas ‘que Ihe so conferidas pelo isolamento geogréfico do navio e pela diversidade dos riscos existentes. Justifica- -se, assim, a necessidade da existéncia a bordo de equi- pamento médico adequado, conservado ¢ mantido em bom estado. ‘© presente diploma estabelece especificacdes que orientam as actuagdes dirigidas & prevencdo da segu- ranga ¢ satide dos trabalhadores através de uma ade- quada assisténcia médica a bordo dos navios, do esta- belecimento de responsabilidades do armador ¢ do comandante neste dominio, de uma formagdo ¢ infor- magdo dos trabalhadores sobre o material e equipa- ‘mento médicos existente a bordo € sobre as medidas de assisténcia médica e de socorro a tomar em caso de acidente ou de urgéncia médica vital. N° 245 — 23-10-1995 DIARIO DA REPUBLICA — 1 SERIE-A 6551 O projecto correspondente ao presente diploma foi publicado, para apreciagdo publica, na separata do Bo- letim do Trabalho e Emprego, n.* 4, de 15 de Margo de 1995, ‘Assim: Nos termos da alinea a) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituigdo, 0 Governo decreta o seguinte: Artigo 1.° Objecto ¢ Ambiio 1 —O presente diploma transpde para a ordem ju- ridica interna a Directiva n.° 92/29/CEE, do Conse- Iho, de 31 de Margo, relativa as prescri¢des minimas de seguranga ¢ de satide, com vista a promover uma melhor assisténcia médica a bordo dos navios. 2—O presente diploma nio se aplica & navegagdo fluvial, aos navios de guerra, as embarcagdes de recreio, exploradas sem fins lucrativos € ndo tripuladas por pro- fissionais e aos rebocadores locais ou de porto. Artigo 2.° Definigdes Para efeitos de aplicagio do presente diploma, entende-se por: 4) Navio — qualquer embarcaco, de propriedade publica ou privada, que arvore bandeira nacio- nal ¢ se dedique & navegacdo maritima ou pra tique a pesca local; b) Trabalhador — qualquer pessoa que exerca uma actividade profissional a bordo de um na- vio, assim como os estagidrios e aprendizes, com excepedo dos pilotos da barra e do pes- soal de terra que efectue trabalhos a bordo de um navio atracado; ©) Armador — o proprietério registado de um na- vio, 0 afretador a casco nu ou a pessoa singu- lar ou colectiva que assegure a gestdo, total ou parcial, de um navio nos termos de um acordo de gestio; 4) Dotagéo médica — medicamentos, antidotos, ‘material ¢ equipamentos que devem integrar as farmacias de bordo; ¢) Antidoto — substncia utilizada para preveni ou tratar os efeitos deletérios, directos ou in: directos, provocados por uma ou mais substan- cias perigosas. Artigo 3.° (Clastifieagto dos navioe Para efeitos de aplicagdo do presente diploma, os na- vios sdo classificados nas seguintes categorias: 4) Navio de categoria A — navio que pratique a navegacdo ou a pesca sem restri¢do de zona; 2) Navio de categoria B — navio que pratique a navegacdo ou a pesca maritima em zonas limi- tadas a menos de 150 milhas maritimas do porto mais préximo ou a menos de 175 milhas maritimas do porto mais préximo desde que se ‘mantenha no Taio de accdo de uma evacuagdo por helicéptero; ©) Navio de categoria C — navio que pratique a navegagdo portudria ¢ ainda a embarcagdo que opere nas imediagdes da costa ou ndo dispo- nha de outros compartimentos, além do reser- vado ao timoneiro. Artigo 4.° Farmécia de bordo 1 — Todos os navios devem possuir permanente- mente uma farmacia de bordo. 2 — A dotaco médica da farmicia de bordo deve ter em conta: 2) A classificagdo do navio estabelecida no artigo anterior; 1) As caracteristicas da viagem, nomeadamente as escalas, os destinos ¢ a sua duragdo; ©) O tipo de trabalho a efectuar durante a viagem; @) As caracteristicas da carga; €) O niimero de trabalhadores'presentes a bordo. 3 — A lista do material médico minimo que deve in- tegrar as farmécias de bordo, tendo em conta a cla: ficagdo dos navios, é aprovada por portaria conjunta dos Ministros do Emprego da Seguranga Social, da Satide ¢ do Mar. 4 — O contetido da dotagdo médica deve ser regis. tado em fichas apropriadas, cujos modelos sero apro- vados pela portaria referida no ntimero anterior Artigo 5.° Embarcapbes de salvamento 1 — As embarcagdes de salvamento existentes nos navios devem possuir uma caixa-farmécia estanque, de contetido igual a dotacdo médica prevista para os na- vios de categoria C. 2 — 0 contetido da caixa-farmacia deve ser registado em ficha apropriada, de acordo com 0 n.° 4 do artigo, anterior. Artigo 6.° Local de presasto de culdados méicos 1 — O navio com capacidade superior a $00 t bru- tas que tenha uma tripulacdo de 15 ou mais trabalha. dores € que efectue viagens de duracao superior a trés dias deve possuir um local destinado A prestagdo de cui- dados médicos. 2 — 0 local destinado a prestacdo de cuidados mé- dicos deve ser de facil acesso ¢ ter boas condigdes de higiene € de salubridade. Artigo 7.° Médico © navio com mais de 100 trabalhadores a bordo ¢ que efectue um trajecto internacional de mais de trés dias deve ter um médico a bordo encarregado da as- sisténcia médica. Artigo 8.° Antidotos 1 — Os navios que facam o transporte de matérias perigosas, constantes do anexo I ao presente diploma, que dele faz parte integrante, devem ter na sua dota: 6552 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A N° 245 — 23-10-1995 iv médica os antidotos previstos na portaria a que se refere a.n.° 3 do artigo 4.° 2 = Os navios cujas condigdes de exploracdo nado ‘pvicam um conhecimento prévio da natureza das m: © perigosas a transportar devem ter na sua dot 0 médica o§ antidotos previstos na portaria a que se eo mimero anterior. > — Nas linhas de transportes regulares que preve- jagens de duragdo inferior a duas horas, os anti- ‘sos podem ser limitados aos que, em situago de ur- ja, devem ter de ser administrados no mesmo odo. Artigo 9.° Responsabildade do armador © armador deve tomar as medidas necessérias para intir- que: 4) O fornecimento e a renovagéo da dotagao mé- dica do navio sejam feitos com a periodicidade norma +) Seja colocada sob a responsabilidade do coman- dante a dotagéo médica existente a bordo; ©) A dotagdo médica seja mantida em bom estado, completada e renovada prioritariamente nas operagdes de reabastecimento do navio € sem- pre que necessério; a) Em caso de urgéncia médica verificada pelo co- mandante e, na medida do possivel, confirmada por um parecer médico, sejam obtidos o mais rapidamente possivel os medicamentos, 0 ma- terial médico € os antidotes necessérios no existentes a bordo. Artigo 10.° Responsabilidade do comandante Sem prejuizo da responsabilidade que Ihe esté atri- buida na gestio da dotagdo médica, 0 comandante pode delegar @ sua utilizagdo € manuten¢o num ou vs trabalhadores designados especialmente para 0 ‘eto, de acordo com a sua competéncia. Artigo 11.° Informagto 1 — 0 armador deve tomar as medidas necessérias para que a dotagdo médica existente a bordo seja acom- panada de um guia que indique o modo de utilizagao ios medicamentos, do material e do equipamento mé- dios, Nos casos referidos no artigo 8.°, o guia de ut lizagao deve conter uma referéncia especifica aos anti- dotos existentes a bordo. Artigo 12.° Formato | — Os trabalhadores com formag%o profissional maritima que prestem servigo a bordo devem possuir uma formagao de base sobre as medidas de assisténcia médica e de socorro a tomar em caso de acidente ou die urgéncia médica vital. ‘© comandante € todos 0s outros trabalhadores uue, nos termos do artigo 10.°, tenham a seu cargo a conservacao ¢ a utilizagdo da dotacio médica devem possuir uma formagdo especifica sobre as matérias constantes do anexo Il ao presente diploma, que dele faz parte integrante, e de acordo com a legisiagao apli- cdvel. Artigo 13.° Consultas médicas vin ridio 1 — Nos termos do Decreto-Lei n.° 234/81, de 3 de ‘Agosto, e do Decreto-Lei n.° 326/91, de 31 de Agosto, © atendimento, a orientacéo médica ¢ 0 encaminha- mento dos pedidos de socorro que, em matéria de satide, sejam provenientes de embarcacdes ou navios devem, independentemente do lugar onde se encontrem ‘ou da sua nacionalidade, ser cometidos ao Centro de Orientagdo de Doentes Urgentes de Lisboa. 2 — Os trabalhadores podem autorizar que os dados relativos a sua ficha individual de satide facam parte do ficheiro informatico existente no Centro de Orien- tagho de Doentes Urgentes de Lisboa para possibilitar, em situagdo de emergéncia, a prestagdo de uma assis- téncia médica mais qualificada. 3 — Nos casos referidos no mimero anterior, deve ser garantida a confidencialidade dos dados da ficha individual. Artigo 14° Controlo ¢ fiscalizagto — Deve ser assegurado um controlo anual das far- mécias de bordo existentes nos navios ¢ nas embarca- des de salvamento, de modo a garantir: @) A conformidade da dotagdo médici }) A adequacdo da ficha de controlo; ©) A qualidade das condigdes de conservacao; ) O respeito pelos prazos de validade. 2 —O controlo e a fiscalizagdo do cumprimento do disposto no presente diploma ¢ na portaria referida no 1n.° 3 do artigo 4.°, bem como a aplicagao das corres- pondentes sangdes, competem a Direccao-Geral de Por- tos, Navegagdo e Transportes Maritimos. Artigo 15.° Contra-ordenscies 1 — Constitui contra-ordenagdo, punivel com coima: 4) De 20 000$ a 100 0008 por cada tripulante da embarcacdo, a violagdo do disposto no ar- tigo 12.°; b) De 25 000$ a 125 0005, a violacdo do disposto no n.° 4 do artigo 4.°, no n.° 2 do artigo 5.° © no artigo 6. ©) De 35 ‘cos 175 0008, a violacao do disposto coal * 2 e 3 do artigo 4.°, no n.° 1 do ar- ° © nos artigos 9.° € '11.°; 4) De 30 0008 2 250 0008, a violagdo do disposto nto n.° 1 do artigo 4.°'¢ nos artigos 7.° ¢ 8.° 2—O produto das coimas reverte: a) Em 60% para o Estado; +) Em 20% para o Fundo de Garantia ¢ Actuali zacdo de Pensdes; ) Em 20% para a entidade que aplica a coima, nos termos do artigo 4.° do Decreto-Lei N, ° 285 — 23-10-1995 n.° 491/85, de 26 de Novembro, na redacglo dada pelo Decreto-Lei n.° 255/89, de 10 de Agosto. Visto ¢ aprovado em Conselho de Ministros de 24 de Agosto de 1998. — Anibal Antonio Cavaco Silva ~ José Carlos Lopes Martins — José Bernardo Veloso Falco e Cunha — Anténio Baptista Duarte Silva, Promulgado em 3 de Outubro de 1995, Publique-se. © Presidente da Republica, MARIO SOARES. Referendado em 6 de Outubro de 1995, Primeiro-Ministro, Antbal Anténio Cavaco Silva. ANEXO I Matérlas porigosas wideradas matétias perigosas as constantes no. presente anexo, Sei qual for o estado em que forem embarcadas, mesmo que onstituam detritos ou residuos de carga: Matérias e objectos explosivos: Gases comprimidos, liqueteitas ou dissolvides sob presso; DIARIO DA REPUBLICA 1 SERIE-A Substancias liquidas inflaméveis; Substdncias s6lidas inflamdveis, Substincias sujeitas a combustdo espontinea; Substdnclas que, em contacto com a 4gua, liertem ga dei ‘Substincias comburentes; Perdxidos orgdnic Substincias tOxicas; SubstAncias infeociosas; Substancias radioactivas; Substdncias corrosivas; Substincias perigosas diversas, isto é, todas as ouicas si» cas que jé tenbam demonstrado ou aie postam vir J trar que apresentam eardcterperigoso pelo que a dis ddo artigo 8.° Ihes deveriam Ser aplicaveis ANEXO IL ‘Aquisigho de conhecimentos de base em fisiologia, semivioi € terapeutica ‘Aquisigo de elementos de preveneio sanitéria, nomeadas fm matéria de higiene individual ecolectva, e de elementos lacionados com eventuais medidas profilicticas ‘Aauisicdo de conhecimentos priticos sobre os actos tera cos estencinis as modalidades de evacvagio sanitaria ‘A formagHo pritica dos responsaveis pelos cuidados midis 1 bordo dos navios da categoria A deverd ser feta, se poss fem meio hospitalar ‘Aquisiplo de bons conhecimentos das modalidades de stil ‘Ho dos meios de consulta médica & distincia

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