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D. A.

CARSON – RESUMO

1Co 12.3 - Paulo estabelece um critério para identificar quem tem o Espírito
Santo.

No Versículo 7 Paulo agrupa dons, Ministérios e realizações debaixo da única


expressão "a manifestação do Espírito".

A cada crente é dada uma manifestação do Espírito. Nenhum Dom se


manifesta mais que outro.

O versículo elimina o uso dos dons para engrandecimento pessoal ou mera


satisfação pessoal, ele não elimina a possibilidade de benefício individual
desde que o resultado final seja o benefício comum.

Nas listas de dons espirituais Paulo coloca a língua como o último não por ser
o menor dos dons Mas por que os leitores estavam exaltando esse dom em
particular.

Palavra de sabedoria e a palavra de conhecimento: não é claro como esses


dons de ferem um do outro ou até mesmo se eles diferem entre si.
Provavelmente aqueles que foram capacitados por esses dons falavam, por
intermédio do Espírito Santo, uma palavra â congregação. Essa palavra não é
uma profecia, mas é associada comumente com o conhecimento de Deus.

Fé: nesse texto não se refere a fé salvífica. É fé para execução de algo


extraordinário. Essa fé capacita o crente a confiar que Deus fará certas coisas
prometidas ou não nas Escrituras.

Dons de curar: curas miraculosas em diferentes dons. Pessoas com esses


dons poderiam curar doenças específicas ou uma variedade de doenças, mas
somente em determinados momentos.

Realização de milagres: (ou poderes) também pode ter a mesma diversidade


dos dons de cura. Eles podem incluir exorcismos, milagres que afetam a
natureza, e outras demonstrações de poder.
Habilidade de discernir os espíritos: capacidade para discernir entre forças
demoníacas e o Espírito Santo. A capacidade pode ser dada de forma especial
ou, se 1Jo 4.1-6 for um texto relacionado a esse dom, sua atuação pode, em
algumas situações, ser decorrência de um profundo discernimento doutrinário.

Dons de ajuda e dons de administração: representam a capacidade


espiritual necessária para os ofícios de diácono e Bispo, respectivamente.
Entretanto, esses dois não são restritos às pessoas que servem nesses ofícios.

Os dons são distribuídos para cada indivíduo, ninguém fica sem dom. O
Espírito os distribui conforme ele deseja.

O ato de procurar com zelo os melhores dons deve ser entendido sobre a
relação da Soberania Divina e a responsabilidade humana conforme nas
escrituras.

Capítulo 13

"Vos mostrarei um caminho muito superior": o amor que Paulo falará não pode
ser classificado como um dom como os outros mencionados, mas sim um estilo
de vida transcendente. Isso não significa que os dons não são importantes,
mas dar muita atenção a eles pode fazer o crente esquecer do modo de vida
que o caracteriza. Sem este modo de vida todos os dons são considerados
sem valor. É esse modo de vida que atribui sentido a qualquer dom.

Em Gl 5.22-23 o amor encabeça a lista de virtudes que formam o caráter


cristão e evidenciam a presença do Espírito.

13.1 - o foco de Paulo é simples: não importa quão maravilhoso seja seu dom
de línguas, sem amor ele não é nada mais que o metal que soa.

Não apenas o dom, mas eu também sou como um metal que soa. Como se
minha atitude tenha me deixado com menos valor, algo que não deveria ser.
"metal que soa": algo vazio, sem sentido.

"O amor é paciente": não sugere somente a disposição de esperar, mas


também de suportar prejuízo sem retaliação.
"O amor é benigno": pronto para pagar de volta com bondade o que foi
recebido com sofrimento.

Capítulo 14 – línguas e interpretação

Definição de "estático": em êxtase, condição de exaltação emocional, onde a


pessoa está mais ou menos inconsciente e, até certo ponto, perde sua
autoconsciência e capacidade de pensamento racional e autocontrole.

Xenoglossia: falar em um idioma humano sem aprendizado prévio. Glossolalia:


falar padrões vocálicos que não podem ser identificados em nenhum idioma
humano.

As línguas em Atos exerceram algumas funções diferentes das exercidas em


1Coríntios.

Paulo considerava o dom de línguas um dom de idiomas existentes, línguas


que eram cognitivas, fossem elas de homens ou de anjos.

Há concordância universal entre os linguistas quê as pessoas atuais que falam


em línguas não falam em nenhum idioma humano. Os poucos exemplos de
casos de xenoglossia atuais são tão mal atestados que nenhum peso pode ser
colocado neles.

Paulo traça uma relação extremamente íntima entre o dom de línguas e o dom
de interpretação. Essa relação próxima exige a conclusão de que as línguas
em Corinto carregavam conteúdo cognitivo. Se não fosse assim o dom de
interpretação seria avaliado como indistinguível do dom de profecia.

A justificativa de que Deus dá diferentes interpretações é um grande absurdo


pois o conteúdo cognitivo para as línguas é unívoco.

Apóstolos

Por "apóstolos" entende-se como um grupo exclusivo (os Doze e Paulo), cujas
posições ou funções não podem ser repetidas após o seu fim. Por ser um dos
dons que acabou na primeira geração, há um precedente para se perguntar se
houve outros dons que podem não estar em exercício em nossos dias.
Não podemos utilizar o apostolado de Paulo com um argumento para novos
apóstolos hoje, por ter sido chamado à parte dos Doze. Paulo viu seu
apostolado em pé de igualdade com o dos Doze. A única área na qual ele
admitia não ser digno de ser comparado com os outros tinha a ver com sua
conversão, com seu chamado tardio e seu passado de perseguidor (1Co 9; 15;
Gl 1-2).

Então, qual o sentido de "apóstolo" em 1Co 12? A palavra esclarecedora é


"primeiramente". Ele poderia estar empregando esse termo em designação
cronológica (ordem histórica): Deus primeiro designou os apóstolos, em
seguida, os profetas no Pentecostes e, depois, os mestres. Dessa forma fica
claro que o dom do apostolado não é transferível em nossos dias. Talvez seja
por isso que a profecia, e não o apostolado, seja o assunto central da
discussão no capítulo 13.

Mestre

Em geral, o NT trata a autoridade do mestre acima da autoridade do profeta,


ainda que "profeta" preceda "mestre" em 1Co 12.28. Os mestres, apesar de ser
intrínseco ao ofício de apóstolo e bispo, provavelmente eram cristãos maduros
que instruíam outros nas implicações morais e significativas da fé.
Possivelmente expunham o significado do AT.

Profecia

O que estava incluído sob o rótulo de “profecia” no Novo Testamento? Há uma


tradição que identifica a profecia do Novo Testamento com o que chamamos
hoje de pregação ou exposição da Escritura. Grudem baseia sua definição de
profecia como sendo a recepção e subsequente transmissão de uma revelação
espontânea e divinamente originada.

Para Paulo, os herdeiros e sucessores legítimos dos profetas do Antigo


Testamento, pelo menos no que diz respeito ao status de autoridade, não eram
os profetas do Novo Testamento, mas sim os apóstolos. Os oráculos dos
profetas do Novo Testamento são juloados com cuidado (14.29; assim também
lTs 5.19-21). A palavra διακρίνω (diakrinõ) sugere que a profecia seja avaliada,
e não simplesmente aceita como totalmente verdadeira ou como totalmente
falsa.

O Antigo Testamento, por exemplo, registra a existência de “escolas” de


profetas; e não fica nem um pouco claro se todos os profetas de uma “escola”
específica desfrutavam do status de Amós ou Isaías. N a verdade, sugeriu-se
de forma convincente que Números 12.6-8 e 11.29 dão evidências no Antigo
Testamento da existência de dois tipos de profecia — uma “carismática e
enigmática” e a outra “mosaica”. O tipo “carismático e enigmático” é
mencionado pela profecia de Joel que Pedro diz ter sido cumprida no dia de
Pentecostes (At 2.16ss.).

O fato de Paulo restringir seu foco de discussão a profecia e falar em línguas


sugere que havia alguma disputa ou incerteza quanto aos dois na igreja em
Corinto. Nesse capítulo, Paulo estabelece uma distinção entre os dois dons e
reverte a ordem de importância, baseando-se naquilo que mais edifica a igreja.

A principal preocupação de Paulo é o peso relativo dado à profecia e ao falar


em línguas. Isso significa que Paulo pode não estar dizendo que o falar em
línguas é o pior dos dons, mas somente que é menos importante do que a
profecia; do mesmo modo, pode ser que Paulo não esteja falando que a
profecia é o melhor dos dons, mas somente que é mais importante do que o
falar em línguas. O valor relativo da profecia em relação ao apostolado, ao
ensino ou à contribuição, por exemplo, não é a questão principal. Tal
observação não fica comprometida por 12.31a, que encoraja os coríntios a
desejarem os melhores dons. A principal objeção de Paulo não é tanto à
prática da glossolalia, mas sim à estima dada a essa prática.

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