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REGIME DE PREVIDENCIA DOS SERVIDORES DO DF (PARTE 01) SUMARIO Sumario . 1 - Consideragées Iniciais . 2 - Aspectos iniciais, Orgao Gestor do Regime e Objetivos 2.1 - Alcance da LC 769/2011 e do RPPS/DF 2.2 - Orgao gestor do RPPS/DF .... 2.3 - Principios e Finalidades... 3 - Beneficidrios. 3.1 - Segurados 3.2 - Dependentes 3.3 - Inscrigdes. 4 - Plano de Beneficios... 4.1 - Aposentadoria compulséria por invalidez permanente... 4.2 — Aposentadoria compulséria por idade .. 4.3 - Aposentadoria voluntaria por idade e tempo de contribuigao ..... 20 4.4 ~ Aposentadoria voluntédria por idade ... 4.5 ~ Aposentadoria especial do professor. 4.6 - Licenca-maternidade ... 4.7 ~ Salario-familia..... 4 - Questées Miiltipla Escolha... 5 - Lista das Questdes de Aula 6 - Gabarito. 7 - Consideragdes Finai Observacaéo important este curso € protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislagao sobre direitos autorais da outras providéncias. Grupos de rateio e pirataria so clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) Olé pessoal, tudo bem? Na aula de hoje, vamos estudar a Lei Complementar 769/2008, que trata do regime de previdéncia dos servidores do Distrito Federal. Contudo, notamos dois problemas ao iniciar a montagem da aula. Primeiro, esta Lei foi cobrada em um Unico concurso até hoje e ele foi realizado pelo Cespe/Unb (e com poucas questées). Além disso, 0 conteUdo da LC é bastante denso e possui varios detalhes importantes. Procuramos, ent&o, fazer a aula da forma mais didatica possivel, incluindo quadros com esquemas e com resumos. Ainda assim, optei por diminuir um pouco do contetido tedrico. Logo, a aula ficaré pequena (até porque teremos poucas questées). Quando eu montar a parte 2, vamos incluir questdes inéditas, ou seja, questdes elaboradas por mim. Com essa estratégia, pretendo tornar esse assunto totalmente novo menos cansativo. Espero que gostem e que compreendam a nossa estratégia. Vale lembrar, teremos apenas duas questées, dai porque a aula ficou menor e o contetido tedrico também foi reduzido. Vamos nesta! REGIME DE PREVIDENCIA DOS SERVIDORES PUBLICOs DO DISTRITO FEDERAL Inicialmente, vamos fazer uma breve analise do regime de previdéncia aplicdvel aos servidores piiblicos. Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a aposentadoria é o direito & inatividade remunerada, assegurado ao servidor em caso de invalidez, idade ou requisitos conjugados de tempo de exercicio no servico ptiblico € no cargo, idade minima e tempo de contribuic&o. Por outro lado, a autora define como pensio o beneficio pago aos dependentes do servidor falecido, nas condigées definidas em lei. Por fim, complementa dizendo que 2 aposentadoria e a pensdo séo beneficios de natureza previdenciaria, de cardter contributivo, nos termos da Constituicéo Federal. No entanto, o regime de previdéncia nao se resume ao pagamento de aposentadorias e pensdes, tanto que veremos outros beneficios previstos na Lei Complementar 769/2008 logo adiante. Porém, é inegavel que a aposentadoria e a pensdo sdo os dois principais beneficios previdenciarios. Nesse contexto, José dos Santos Carvalho Filho define o regime previdencidrio como “o conjunto de regras constitucionais e legais que regem os beneficios outorgados aos servidores ptiblicos em virtude da ocorréncia de fatos especiais expressamente determinados, com o fim de assegurar-lhes e a sua familia ampara, apoio e retribuicgéo pecuniéria’. Na Constituig&o Federal, a base para o pagamento do regime previdencidrio consta no art. 40, vazado nos seguintes termos: [Art 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da Unido, dos Estados, do | | Distrito Federal e dos Municipios, incluidas suas autarquias e fundacées, é assegurado | regime de previdéncia de cardter contributivo e soliddrio, mediante | contribuicao do respectivo ente publico, dos servidores ativos e inativos e dos | pensionistas, observados critérios que preservem 0 equilibrio financeiro e atuarial lu € 0 disposto neste artigo i Vale destacar que a Constituicggo Federal prevé dois regimes previdencidrios principais. O regime geral de previdéncia social e o regime préprio de previdéncia social (também chamado de regime especial). O regime geral de previdéncia social aplica-se, em regra, aos trabalhadores em geral, possuindo o regramento bdsico nos arts. 200 e 201 da Constituigaéo Federal. Com efeito, também se submetem ao regime geral os empreqados ptiblicos, os agentes tempordrios e os servidores ocupantes exclusivamente de cargo em comissdo." Por outro lado, o regime proprio de previdéncia social aplica-se apenas aos servidores ptblicos ocupantes de cargos efetivos. As regras sobre o regime especial devem ser disciplinas em leis de cada ente da Federaco. E ai que entra a Lei Complementar 769/2008, cujo objetivo 6 regulamentar o regime de previdéncia descrita no art. 40 da Constituigéo Federal, ou seja, 0 regime préprio de previdéncia social. Anota-se, ademais, que o art. 40, §§ 14 a 16 da Constituic&o Federal, apresenta a possibilidade de se instituir um regime de previdéncia complementar para os servidores sujeitos ao regime especial. As regras sobre a previdéncia complementar, no ambito do DF, constam na Lei Complementar 932/2017, que nao sera objeto do nosso curso, uma vez que no consta no edital do concurso da CLDF. Além disso, a LC 932 realizou algumas alteragées na LC 769, porém elas nao sero abordadas em nosso curso justamente por terem entrado em vigor apds a publicacao do edital da CLDF (entraram em vigor em 4 de outubro de 2017). Visto isso, vamos iniciar 0 estudo propriamente dito da LC 769/2008. Vamos TOS INICIAIS, ORGAO 2.1 - ALCANCE DA LC 769/2011& Do RPPS/DF O Regime Préprio de Previdéncia Social do Distrito Federal - RPPS/DF, previsto no art. 40 da CF, foi regulamentado pela Le’ Complementar 769/2008. Nesse contexto, a LC 769 estabelece que séio obrigatoriamente filiados ao RPPS/DF: (i) todos os servidores titulares de cargos efetivos ativos e inativos ¢ (ii) os pensionistas, na qualidade de segurados, bem como seus respectivos dependentes, dos seguintes drgaos ou entidades do Distrito Federal (art. 1°): * Poder Executivo; * Poder Legislativo, + Tribunal de Contas do Distrito Federal + as autarquias e as fundagdes Por outro lado, no integram o RPPS/DF os servidores (art. 19, § 1°): a) ocupantes, exclusivamente, de cargos em comissao, declarados em lei de livre nomeagao e exoneracéo; b) 08 ocupantes de outros cargos tempordrios; CF. art. 40, § 13: “ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissio deciarado em lel de livre nomeacdo e exoneracéo bem como de outro cargo temporario ou de emprego piblico, aplica- se 0 regime geral de previdéncia social”, ©) 0s ocupantes de empregos puiblicos; d) 0s militares e os policiais civis do DF, em razéo das peculiaridades dispostas na Constituico Federal e na legislacao, que terao regulamentacao no Regime Proprio de Previdéncia Social do Distrito Federal definida em lei complementar especifica. Podemos notar que hd um caso especial aplicdvel aos militares e aos policiais civis, uma vez que a Constituigaéo Federal determina que a Uniao devera “organizar e manter a policia civil, a policia militar e 0 corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assisténcia financeira ao Distrito Federal para a execugao de servicos ptiblicos, por meio de fundo préprio” (CF, art. 21, XIV). Logo, o regime de previdéncia desses agentes puiblicos nao consta na LC 769/2008, uma vez que deve ser objeto de lei complementar especifica. Cumpre anotar que a LC 769 determina a aplicagio subsididria das “normas do regime juridico dos servidores publicos civis do Distrito Federal”, ou seja, se alguma situac3o no estiver totalmente resolvida na LC 769, poderd ser adotada de forma subsidiaria (complementar) a LC 840/2011, que dispée sobre o Estatuto dos Servidores PUblicos do DF (art. 19}§1°); Por fim, a LC 769, basicamente reproduzindo a determinag3o constitucional do art. 40, § 20, veda a existéncia de mais de um regime préprio de previdéncia social e de mais de uma unidade gestora do regime préprio no Ambito do Distrito Federal (art. 2°).2 Portanto, no ambito do DF, somente pode existir um regime proprio de previdéncia, que é o RPPS/DF, existindo também um Unico érgao gestor, que é 0 Iprev/DF, conforme vamos observar no tépico seguinte. 2.2 - OrcAo cestor DO RPPS/DF ALC 769 instituiu 0 érgao gestor tinico do RPPS/DF, sob a denominasao de Instituto de Previdéncia dos Servidores do Distrito Federal - Iprev/DF, que é uma autarquia em regime especial, com personalidade juridica de direito publico, dotada de autonomia administrativa, financeira e patrimonial. O Iprev/DF é vinculado a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestao do Distrito Federal (art. 3°).2 A principal atribuigio do Iprev/DF é captar e capitalizar os recursos necessdrios 4 garantia de pagamento dos beneficios previdenciarios atuais e futuros dos segurados e dependentes do Regime. Essa atividade deve ocorrer por meio de uma gestdo participativa, transparente, eficiente eficaz, dotada de credibilidade e exceléncia no atendimento (art. 4°). Em 2 CF, art. 40, § 20. Fica vedada a existéncia de mais de um regime préprio de previdéncia social para 08 servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado 0 disposto no art. 142, § 3°, X. 20 Iprev/DF fol criado em substituicéo ao Instituto de Previdéncia e Assisténcia dos Servidores do Distrito Federal - Ipasfe. termos simples, portanto, 0 Iprev/DF deve receber e gerir os recursos para fins de custeio de todo o RPPS/DF. Para realizar a sua atribuicdo, incumbem ao Ibrev/DF gerenciamento e a operacionalizacao do RPPS/DF, incluindo (art. 4°, § 19): (i) a arrecadacdo e a gest&o de recursos financeiros e previdenciarios; (ii) a concessao, 0 pagamento e a manutengao dos beneficios previdencidrios devidos aos segurados e seus dependentes. Vamos analisar adiante como ¢ feito 0 custeio dos beneficios previdencidrios pagos pelo Iprev/DF. Desde ja, no entanto, podemos adiantar que hé uma importante participagao do Distrito Federal. Nessa linha, a legislacao dispoe que o Distrito Federal constitui-se em garantidor das obrigacées do Iprev/DF, respondendo subsidiariamente pelo custeio dos beneficios previdencidrios devidos aos seus segurados e dependentes, cobrindo qualquer insuficiéncia financeira do Regime Proprio de Previdéncia Social do Distrito Federal. Portanto, a obrigacdo do DF é subsidiaria, vale dizer: quem responde primariamente é o Iprev/DF, mas na falta de recursos deste seré o DF encarregado de cobrir a insuficiéncia financeira. 2.3 - PRINCIPIOS E FINALIDADES Ademais, 0 Iprev/DF, no cumprimento de suas finalidades, atenderd, obrigatoriamente, aos seguintes principios (art. 5°): a) provimento de regime de previdéncia social de carater contributivo e Solidério aos segurados e dependentes; b) caréter democratico e eficiente de gestéo, com a participacéo de representantes: (i) do Poder Publico do Distrito Federal; (ii) dos segurados e dependentes; ¢)_ transparéncia na gestao de seus recursos financeiros e previdenciérios; d) gestéo administrativo-financeira auténoma em relacao ao Distrito Federal; ) custeio da previdéncia social, mediante contribuigdes dos dragos e dos Servidores ativos e inativos e pensionistas, segundo critérios socialmente Justos e atuarialmente compativeis; f)_ preservacéo do equilibrio financeiro e atuarial; 9) proibic&o da criacéo, majoracéo ou extenséo de quaisquer beneficics ou servicos, sem a correspondente fonte de custeio total. Em geral, tais principios séio autoexplicativos, sendo vejamos: o carater contributivo e solidaério decorre da propria natureza do regime previdencidrio adotado no Brasil, no qual todos os envolvidos contribuem para 0 pagamento do beneficio (carter contributivo), que nao se destina unicamente ao pagamento do seu proprio beneficio, mas sim de todo o regime (carater social). Merece destaque também a autonomia que deve ser concedida ao Iprev/DF, motivo pelo qual o Instituto é entidade autérquica, devendo possuir autonomia para que sua gestéio nao sofra com as ingeréncias politicas. Por fim, também devemos observar 0 equilibrio financeiro e atuarial do regime, motivo pelo qual ndo podem ser criados, majorados ou estendidos beneficios sem a correspondente fonte de custeio. Finalmente, a LC 769 fecha a parte inicial dispondo que o RPPS/DF, gerido pelo Iprev/DF, visa a dar cobertura aos eventos a que esto sujeitos os seus beneficidrios e compreende um conjunto de beneficios que atendem as seguintes finalidades (art. 6°): 2) garantir meios de subsisténcia nos eventos de invalidez, acidente em servico, idade avancada, recluséo e morte; b) proteco a familia. As finalidades (objetivos) do RPPS/DF sio eS PeSTE MAIS — garantir meios de subsisténcia nos casos de ATENGAO! idade avangada, invalidez, morte, etc., bem como proteger a familia. Bee gue Os beneficiarios séo as pessoas filiadas ao RPPS/DF, subdivididas em dois grupos (art. 7°): a) 0s segurados; b) os seus dependentes. Um tema importante abordado na legislacao trata da filiago de servidores cedidos, afastados ou licenciados; bem como da situacdo de servidores requisitados de outros entes. Tais temas so esclarecidos, respectivamente, nos arts. 8° e 9° da LC. Nessa linha, permanece filiado ao RPPS/DF, na qualidade de segurado, 0 servidor titular de cargo efetivo que estiver: @) cedido a 6rg4o ou entidade da Administracao Direta e Indireta de outro Ente federativo, com ou sem énus para o Distrito Federal; b) afastado ou licenciado, inclusive para o exercicio de mandato classista, desde que observados os prazos previstos em lei e desde que 0 tempo de licenciamento seja considerado como de efetivo exercicio no cargo; ©) Iicenciado para tratar de interesses particulares; d) durante o afastamento para o exercicio de mandato eletivo; e) durante o afastamento do pals por cesso ou licenca remunerada. Portanto, se um servidor do DF é cedido, por exemplo, para um érgao da Unio, ele continuara filiado ao RPPS/DF, independentemente de quem ficar encarregado de pagar a sua remuneracao. Da mesma forma, se o servidor for afastado ou licenciado, e tal periodo contar como efetivo exercicio do cargo,* continuara o servidor filiado ao + As regras sobre a contagem do tempo de servico constam nos arts. 163 a 166 da LC 840/2011. RPPS/DF. No caso de licenga para interesse particular, a legislac3o nao prevé a contagem de tempo de exercicio, no entanto mesmo assim, por expressa determinagao legal, o servidor deve continuar filiado ao RPPS/DF. Por outro lado, o servidor efetivo requisitado da Unido, de Estado ou de Municipio permanece filiado ao regime previdencidrio de origem (art. 9°). Portanto, quando o DF cede um servidor seu para outro ente da Federacéo, © servidor continuaré filiado ao RPPS/DF. Por outro lado, quando o DF requisita um servidor de outro ente da Federacao, ele nao seré filiado ao RPPS/DF, mas sim ao regime préprio de previdéncia do ente da Federac&o de origem. Por exemplo: Paulo é servidor da Unido filiado ao regime especial de previdéncia dos servidores federais; ele foi cedido pela Unido ao DF (ou seja, foi requisitado pelo DF). Nesse caso, Paulo nao seré filiado ao RPPS/DF, mas continuard filiado ao regime especial de previdéncia dos servidores federais. & RESUMINDO Beneficidrios > Segurados; dependentes. permanece cedido a outros érgaos/entidades; filiado afastados ou licenciados, quando contar como tempo de exercicio stamento para mandate eletivo stamento do pais por cessio ou licenga remunera > = > — licenga para interesses particulares = > rs servidor requisitado de outros entes (permanece filiado ao regime de origem) Nao ¢ filiado 3.1-SEGURADOS Os servidores publicos titulares de cargos efetivos, ativos e inativos, do Poder Executivo e do Poder Legislativo do Distrito Federal, incluindo o TCDF, das autarquias e das fundacées séo obrigatoriamente filiados ao RPPS/DF, ainda que estejam em disponibilidade (art. 10, caput). Com efeito, pela leitura do art. 19 da LC 769, também séio segurados do RPPS/DF os pensionistas. Na hipétese de acumulacao de cargo remunerado, o servidor ptiblico serd segurado obrigatério em relagéio a cada um dos cargos ocupades (art. 10). Portanto, para cada um dos cargos, o servidor teré um vinculo com 0 regime de previdéncia. E possivel, inclusive, que o servidor mantenha um vinculo com 0 RPPS/DF, em virtude de um cargo efetivo no DF, e outro vinculo com um regime especial, em virtude de um cargo em outro ente da Federac&o, ou até mesmo com o regime geral de previdéncia. Imagine, por exemplo, que um servidor do DF acumule o cargo puiblico distrital com um emprego ptblico; nesse caso, ele sera filiado ao RPPS/DF, em relacéio ao cargo, e ao regime geral de previdéncia, em relacdo ao emprego ptiblico. Na mesma linha, 0 segurado que exerca, concomitantemente, cargo efetivo e mandato eletivo de vereador filia-se ao RPPS/DF, pelo cargo efetivo, e ao RGPS, pelo mandato eletivo (art. 10, § 1°). Sobre esse assunto, lembra-se que a Constituicdo Federal admite a acumulacéio do cargo de vereador com o exercicio do cargo efetivo, desde que haja compatibilidade de hordrios (CF, art. 38, I).° Por outro lado, nas demais hipéteses de exercicio de mandato eletivo, torna-se necessério o afastamento do cargo efetivo. Por conseguinte, a LC 769 dispde que “o segurado do RPPS/DF mantém a sua filiagao a esse regime durante o afastamento do cargo efetivo para 0 exercicio de mandato eletivo” (art. 10, § 3°). Ademais, salienta-se que 0 segurado inativo vinculado ao RPPS/DF que exerca ou venha a exercer cargo em comissao, cargo temporario ou emprego publico vincula-se, obrigatoriamente, ao Regime Geral de Previdéncia Social ~ RGPS (art. 10, § 2°). Na verdade, a leitura que deve ser feita é que o servidor que é segurado inativo, além do vinculo com o RPPS/DE, teré um vinculo com o RGPS em relacdo ao cargo em comissao, cargo temporério ou emprego piiblico que vier a desempenhar. Por fim, a perda da condicéo de segurado do RPPS/DF ocorrera nas hipéteses de (art. 11): a) morte; b) exoneragao; ou c) demisséo. O entendimento, nesse caso, é bastante logico, uma vez que a morte, 2 exoneracgaéo e a demissdo encerram o vinculo do servidor com o Poder Publico. No entanto, no caso de morte, pode ser encerrado o vinculo do servidor, mas iniciar-se um novo vinculo, relativo ao pensionista que sobrevier. Logo, 0 servidor perderia a condicéo de segurado, mas outra pessoa poderia surgir como novo segurado do programa pela percepcao da pensao. ° CF, Art. 38, Ao servidor publico da administracSo direta, autarquica fundacional, no exercicio de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposicoes: [...] Ill - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horarios, perceberé as vantagens de seu cargo, ‘emprego ou funsio, sem prejuizo da remunerac&o do cargo eletivo, ¢, no havendo compatibilidade, sera aplicada a norma do inciso anterior. mon RESUMINDO — servidores titulares de cargos efetivos (ativo ou inativo) Obrigatérios > pensionistas Mais deum —> mais de um cargo efetivo: vinculado ao regime em cada um vinculo > inativo que exercer cargo em comissdo, cargo temporério ou emprego piblico: ser vinculado ao RGPS (em relacéo a estes) > cargo efetivo + mandato de vereador: RPPS/DF p/ efetivo e RGPS pare o cargo de vereador > afastado para mandato eletivo: mantém a filiago ao RPPS/OF as > morte condicsode > exoneragio di aereee > demissio 3.2 — DEPENDENTES So beneficidrios do RPPS/DF, na condicéo de dependente do segurado (art. 12): a) 0s pais; b) 0 irm&o n&o-emancipado, de qualquer condig&o, menor de vinte e um anos ou invalido. c) © cénjuge, a companheira, 0 companheiro e o filho nio emancipado, de qualquer condigéo, menor de vinte e um anos ou lnvdlido. No entanto, temos que analisar alguns aspectos para ver quem efetivamente seré o dependente do beneficidrio. Inicialmente, a LC dispde que a existéncia de dependente indicado na letra “e" acima exclui do direito ao beneficio os indicados nas letras “a” e“b” (art. 12, § 29). Portanto, se houver cénjuge, companheira(o) e filho (n&o emancipado, menor de 21 anos ou invélido), nao ser&o beneficiados os pais € 0 irmao. Dessa forma, os dependentes da letra "c” so os dependentes primérios, que possuem precedéncia do direito em relagdo aos demais. Além disso, a dependéncia econémica dos dependentes da letra “c” é presumida, ao passo que dos demais deve ser comprovada (art. 12, § 1°). Por exemplo: se houver cénjuge, a situag&o de dependéncia econémica para fins de concess&o do beneficio nao precisaré ser comprovada, pois se presume; por outro lado, se os pais forem os Unicos dependentes do servidor, serd obrigatéria a comprovacao da condicao de dependéncia econémica para fins de concess8o do beneficio. A LC 769 apresenta condigées para moo ras identificar quem sao os companheiros FUNDO! (as), vejamos: considera se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, comprove uniao estavel com o segurado ou segurada; equiparam-se @ condicéo de companheira ou companheiro, os parceiros homoafetivos, que mantenham relacionamento civil permanente, desde que devidamente comprovado, aplicando-se para configuracéo deste, no que couber, os preceitos legais incidentes sobre a uniao estavel entre parceiros de sexos diferentes. Anota-se, ademais, que a legislagao assegura, aos servidores publicos do Distrito Federal, titulares de cargo efetivo, 0 direito de averbago junto & autoridade competente, para fins previdenciérios, da condicSo de Parceiros homoafetivos. Além disso, equiparam-se aos filhos, mediante declaragdo escrita do segurado € desde que comprovada a dependéncia econémica, o enteado e o menor que esteja sob sua tutela e ndo possua bens suficientes para o préprio sustento e educacéio (art. 13, caput).° Portanto, a despeito da equiparagdo, no caso de menor sobre tutela e enteado deve ocorrer a comprovacao da condic&o de dependéncia econémica. Ademais, o menor sob tutela’ somente poderé ser equiparado aos filhos do segurado mediante apresentacao de termo de tutela (art. 13, paragrafo Unico). Vimos até agora quem s&o os dependentes. Resta, entdo, analisar quando a pessoa perde a condicao de dependente, vejamos (art. 14): a) quanto ao cénjuge. (i) pela separac&o judicial ou divércio, enquanto no Ihe for assequrada 2 prestac&o de alimentos, (ii) pela anulacao do casamento; b) quanto ao companheiro ou companheira, pela cessa¢ao da uniao estdvel com 0 segurado; ©) quanto a0 filho e equiparados e ao irm&o, de qualquer condic&o, ao completarem 21 anos ou pela emancipacée, salvo se invélidos; © € interessante observar que o art. 13, ao felar dos filhos, dispSe que a equiparacdo deve ocorrer “nas condigées do inciso I do art. 12". Ocorre, todavia, que o art. 12, I, foi vetado. ” Atutela é um instituto que tem o objetivo de proteger 0 menor cujos pals feleceram, forem julgados ausentes ou decairam do poder familiar (Cédigo Civil, art. 1.728, Te I). Nesse caso, é nomeado 0 tutor, que se encerrega de dirigir a educacéo, defender e sustentar o menor, além de outras atribuigées constantes nos arts. 1.740 e 1.741 do Cédigo Civil. d) pela cessagéo da invalidez dos filhos, equiparados ou irmos maiores de 21 anos; e) pela cessagao da dependéncia econémica; f) pela acumulagao ilicita de pensso; 9) pelo falecimento ou pela perda de qualquer uma das condic¢ées que Ihe garantam o direito ao beneficio. &. RESUMINDO Beneficiarios Perda da condicéo > pais > irmao n&o-emancipado, menor de 21 anos ou invélido > cénjuge, companheira(o) e 0 filho no emancipado, menor de 21 anos ou invalido (dependéncia econdmica presumida) ~ existindo cénjuge, companheiro ou filho (nas condicdes acima): exclui-se o direito dos demais > companheiro(a): parceiros homoafetivos ~ filhos: enteados, menor sob tutela > cénjuge: separaca0, divércio (salvo alimentos), anulagao casamento > companheiro(a): cessacao da unido estavel ~ filho, equiparados e irmao: aos 21 anos ou pela emancipacao > invalidos: cessacdo de invelidez > cessago da dependéncia econémica —> acumulacio ilicita de pensio — falecimento ou perda das condi¢des que assegurem 0 direito 3.3 - INSCRICOES A inscrigéo do segurado é automatica e ocorre quando da investidura no cargo efetivo, mediante cadastro no RPPS/DF (art. 15). Portanto, vocé serd automaticamente inscrito como segurado no RPPS/DF assim que tomar posse no cargo ptiblico efetivo, uma vez que a investidura em cargo publico ocorre com a posse. Por outro lado, a inscrig&io dos dependentes nao é automética. Por isso, incumbe ao segurado a inscricéo de seus dependentes, os quais poder&o promové-la caso ele faleca sem té-la efetivado (art. 16, caput). Em relag&io aos segurados, encontramos ainda as seguintes previsées legais: a) a inscricéo de dependente invalido requer sempre a comprovacéo dessa condicéo por inspecéo médica; b) as informages referentes aos dependentes deverio ser comprovadas documentalmente. ©) @perda da condigao de segurado implica 0 automético cancelamento da inscrigao. d) 0 segurado devera informar a modificacao do seu grupo de dependentes por incluso, excluso ou alteracdo, 0 que 56 produzira efeito a partir da data de entrada do respective requerimento, se homologado. Conforme consta acima, a inscrigéo do dependente, em regra, é realizada pelo segurado. No entanto, se este falecer antes disso, os prdprios dependentes poder3o promover suas inscrigdes. Por exemplo: Luciana é servidora do DF e passou a ter unido estavel com Otavio. Ocorre, no entanto, que Luciana n3o entregou a documentacao para inscriggo do seu companheiro e, em determinado dia, sofreu um acidente e veio a ébito. Nesse caso, o proprio Otavio poderd promover a sua inscrigéo, caso deseje perceber os beneficios da condi¢éo de dependente. Essa inscrigS0, porém, deve ser realizada com brevidade. Por isso, a LC prevé que a inscrig&o de dependente ocorrida apés 30 (trinta) dias do falecimento do segurado somente produzira efeitos a partir da data do protocolo do requerimento. Vamos voltar ao exemplo de Otavio. Se, durante um ano, Otavio nao solicitar a inscric&o, quando ele encaminhar a documentac&o somente teré direito aos beneficios a partir da data do protocolo do requerimento de inscrigo. No entanto, essa regra vale apenas se a inscri¢Sio ocorrer depois de 30 dias do falecimento. Se, por outro lado, a inscrigéo ocorrer logo nos 30 primeiros dias, os efeitos da inscrigéio valerdo desde logo. Por exemplo: ele teria direito 4 pens&o (desde que preenchidos os demais requisitos legais), desde a data do dbito da companheira). 4 — PLANO DE BENEFICIOS Agora vamos efetivamente estudar os beneficios que podem ser concedidos pelo RPPS/DF. Os dois principais beneficios so a aposentadoria e a pensao. No entanto, existem outros beneficios, como a licenga-maternidade e 0 auxilio-reclusdo. Nesse contexto, 0 RPPS/DF assegura aos beneficidrios que preencham os requisitos legais os seguintes beneficios (art. 17): 2 quanto ao segurado: a) aposentadoria compulséria por invalidez permanente; b) aposentadoria compulséria por idade; ©) aposentadoria voluntaria por idade e tempo de contribui¢éo; d) aposentadoria voluntéria por idade; e) aposentadoria especial do professor; f) aposentadoria especial nos casos previstos em lei complementar federal, nos termos do art. 40, § 4°, da Constituicao Federal; 9) licenca-maternidade; 1h) salério-familia; > quanto aos dependentes dos segurados: a) pensdo por morte; b) auxilio-reclusao. Vamos comecar a falar de cada um desses beneficios. Antes, porém, alguns aspectos devem ser analisados. ALC 769 dispée que o segurado pode renunciar a qualquer desses beneficios (art. 17, pardgrafo tinico). Além disso, 0 art. 40, § 4°, da Constituicéo Federal, mencionado na letra “f" acima, veda a adocéo de requisitos e critérios diferenciados para a concessao de aposentadoria aos servidores abrangidos pelo regime proprio de previdéncia social, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: a) com deficiéncia; b) que exercam atividades de risco; e ©) que exercam atividades sob condigSes especiais que prejudiquem a satide ou a integridade fisica. Essas regras de aposentadoria especial devem ser disciplinadas em leis complementares de 4mbito nacional. Ocorre, todavia, que até hoje essas leis complementares néo foram editadas. Até hoje, as leis complementares previstas no art. 40, § 4°, da CF nao foram anne editadas. No entanto, no ambito do regime geral de previdéncia social, j4 foram editadas algumas leis sobre esses temas. Em relagéo 4 aposentadoria de pessoas que exercam atividades em condicgées especiais que prejudiquem a satde ou a integridade fisica, ha disposigdo especial no art. 57 da Lei 8.213/1991. Por conseguinte, em virtude da mora legislativa, o STF determinou, nos mandados de injuncéo 721 e 795, que fosse a do o art. 57 da Lei 8.213/1991 (aplicavel ao regime geral de previdéncia social) aos servidores publicos que atuem nessas condicdes que prejudiquem a saide ou a integridade fisica. Portanto, em virtude da auséncia de lei, passou a izada uma lei do RGPS aos servidores submetidos ao RPPS. Esse tema, inclusive, consta na Sdmula Vinculante 33 do STF: [paeren erence no que couber, as regras do regime geral | previdéncia social ae ae 40's 4, ‘nciso IIT da, Consttuigho Federal, até a edigho, de Lcomplementar especifica. i Em relagao ao inciso I do art. 40, § 4°, foi editada, para o regime geral de previdéncia social, a Lei Complementar 142/2013, que trata da aposentadoria da pessoa com deficiéncia. Assim, em virtude da auséncia de lei regulamentando o mesmo direito para os servidores do RPPS, o Procurador Geral da Republica ajuizou a Agéo Direta de Inconstitucionalidade por Omissao,® solicitando que o STF determine a aplicacéo da Lei Complementar 142/2013 aos servidores com deficiéncia, até que seja editada a lei complementar especifica para o RPPS. No entanto, até hoje, néo ha decisdo de efeitos gerais do STF sobre o assunto. Por fim, em relag&o ao inciso II do art. 40 da ConstituicSo Federal (servidores que exercem atividade de risco), o tema nao esté bem definido. Existem algumas regras para o regime geral de previdéncia social (a exemplo da Lei 5.890/1973; ou do préprio art. 57 da Lei 8.213/1991), e também regras especiais aplicéveis apenas aos policiais (Lei Complementar 51/1985, com redacao dada pela Lei Complementar 1144/2014). No entanto, nao existe regulamentagao especifica do art. 40, § 49, II. Assim, diante da auséncia de lei requlamentando o art. 40, § 4°, II, da Constituicéo Federal, questionando a mora legislativa e pleiteando a aplicagéo de regras especiais de aposentadoria para servidores que atuam em atividade de risco. O STF, no entanto, j4 negou a aplicagdo desse direito especial aos oficiais de justiga, uma vez que nao caberia ao Poder Judiciari estabelecer os requisitos que enquadrem determinada atividade profissional como atividade de risco.? Logo, atualmente, hé que se esperar que 0 legislativo aprove lei complementar para tratar desse tema. Apés essa andlise inicial, vamos estudar os tipos de aposentadoria constantes na Lei Complementar 769/2008. 4.1 - APOSENTADORIA COMPULSORIA POR INVALIDEZ PERMANENTE Inicialmente, devemos tomar muito cuidado com o titulo que a Lei Complementar 769 deu para esse tipo de aposentadoria. Na verdade, a LC prevé duas formas de “aposentadoria compulséria”: (i) por invalidez permanente; (ii) por idade. A aposentadoria “compulséria por invalidez permanente” equivale ao que @ Constituigéo Federal chama apenas de “aposentadoria por invalidez”. Por * apo 32. 9 MI 833 e MI.844, outro, a “aposentadoria compulséria por idade” é 0 que a Constituicso Federal chama simplesmente de “aposentadoria compulséria”. Portanto, a LC incluiu um qualificador no titulo da aposentadoria por invalidez, uma vez que tal aposentadoria ocorre independentemente da vontade do servidor. Isso pode causar um pouco de confus&o, sobretudo se vocé ja estudou o tema em direito constitucional ou em geral na disciplina de direito administrativo. Porém, n&o se esqueca, a aposentadoria compulséria por invalidez permanente nada mais é do que a aposentadoria por invalidez descrita no art. 40, § 19, I, da Constituicg&0 Federal. “por invalidez permanente” “compulséria por invalidez (CF, art. 40, § 19, 1) permanente” (LE 769, art. 17, 1, "2”) “compulsoriamente” “compulséria por idade” (CF, art. 40, § 19, II) (LC 769, art. 17, I, “b”) Agora, vamos efetivamente estudar a aposentadoria (compulséria) por invalidez. A aposentadoria por invalidez é devida ao segurado que for considerado incapaz de readaptacao para o exercicio das atribuicgées do cargo, de forma compativel com a limitacéio que tenha sofrido, e deve ser paga, com base na legislacao vigente, a partir da data da publicacdo do respectivo ato e enquanto o servidor permanecer nessa condicdo (art. 18, caput). Note, portanto, que antes de simplesmente se aposentar o servidor por invalidez deve ser analisada a possibilidade de readaptacao. Além disso, a aposentadoria por invalidez é passivel de revers&o quando o servidor deixar de ter as condicdes que justificaram a aposentadoria por invalidez (vide art. 34, I, da LC 840/201). Antes de analisarmos como ocorre a definic&io dos proventos da aposentadoria por invalidez, vamos citar o dispositivo constitucional que trata dessa modalidade de aposentadoria: ‘Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos [...] é assegurado regime de | | | previdéncia de cardter contributive e solidério[...]. | § 10 Os servidores abrangidos pelo regime de previdéncia de que trata este artigo | Serdo aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na | forma dos §§ 3° e 17: I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais a0 tempo de | contribuicso, exceto se decorrente de acidente em servico, moléstia | | profissional ou doenca grave, contagiosa ou incurdvel, na forma da Portanto, a Constituicéo Federal prevé que a aposentadoria por invalidez permanente, em regra, ocorrera com proventos proporcionais ao tempo de contribuigéo. No entanto, a Constituicéo néo definiu como deveré ocorrer 0 célculo dos proventos no caso de: (i) acidente em servico; (ii) moléstia profissional; ou (iii) doenca grave, contagiosa ou incuravel. Nessas trés situag6es, o calculo dos proventos sera definido “na forma da lei”. E isso que faz a LC 769/2008, ou seja, ela estabelece os critérios para definicdo dos valores dos proventos do servidor que se enquadrar nessas trés condigées. Vejamos! —m regra, os proventos da aposentadoria por invalidez serao proporcionais ao tempo de contribuicao. Por outro lado, se a invalidez decorrer de acidente em servico, moléstia profissional ou doenca grave, contagiosa ou incuravel, os proventos serao integrais, observado, quanto ao seu calculo, o disposto no art. 46 (art. 18, § 19).10 Com efeito, acidente em servico é aquele ocorrido no exercicio do cargo, que se relacione, direta ou indiretamente, com as atribuigdes deste, provocando leséio corporal ou perturbacéio funcional que cause a perda ou redugdo, permanente ou temporaria, da capacidade para o trabalho (art. 18, § 2°). Ademais, equiparam-se ao acidente em servico (art. 18, § 3°): a) 0 acidente ligado ao servico que, embora nao tenha sido a causa Unica, haja contribuido diretamente para a redugao ou perda da sua capacidade pare © trabalho, ou produzido leséo que exija atengao médica para a sua recuperacao; b) 0 acidente sofrido pelo sequrado no local e no horério do trabalho, em consequéncia de: (i) ato de agresséo, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de servico; (ii) ofensa fisica intencional, inclusive de terceiro, por motivo de dispute relacionada ao servico; (ili) ato de imprudéncia, de negligéncia ou de impericia de terceiro ou de companheiro de servico; (iv) ato de pessoa privada do uso da razo; (v) desabamento, inundagao, incéndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de forca maior; ©) @ doenca proveniente de contaminacao acidental do segurado no exercicio do cargo; d) 0 acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e hordrio de servico: (i) na execugie de ordem ou na realizacéo de servico relacionado 20 cargo; (ii) _na prestacao esponténea de qualquer servico ao Distrito Federal para Ihe evitar prejuizo ou proporcionar proveito; 29 Vamos estudar a forma de calculo dos proventos da aposentadoria na nossa préxima aula. Portanto, o art. 46 sera estudado oportunamente. (ii) em viagem a servico, inclusive para estudo, quando financiada pelo Distrito Federal dentro de seus planos para melhor capacitagao da mao- de-obra, independentemente do meio de locomoséo utilizado, inclusive veiculo de propriedade do segurado; (iv) no percurso da residéncia para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja 0 meio de locomogao, inclusive veiculo de propriedade do segurado. Ademais, os periodos destinados a refeigao ou descanso, ou por ocasiao da satisfacao de outras necessidades fisiolégicas, no local do trabalho ou durante este, o servidor é considerado no exercicio do cargo (art. 18, § 4°). Portanto, se o servidor se acidentar nessas condigées, também sera considerado que houve acidente em servigo. Agora, vamos tratar da aposentadoria por moléstia profissional, doenca grave, contagiosa ou incuravel. Nesses casos, a aposentadoria também serd integral, adotando-se a forma de calculo do art. 46, e considerando- se como moléstia profissional ou doencas graves, contagiosas ou incuraveis, as seguintes (art. 18, § 5°): tuberculose ativa; hanseniase; leucemia; pénfigo foliéceo; alienacSo mental; neoplasia maligna; cegueira posterior a0 ingresso no servico publico; paralisia irreversivel e incapacitante; cardiopatia grave; doenga de Parkinson; espondiloartrose anquilosante; nefropatia grave; estado avancado da doenca de Paget (osteite deformante); sindrome da deficiéncia imunolégica adquirida - Aids; neuropatia grave; esclerose miultipla; contaminac&o por radiagao, com base em conclusao da medicina especializada; e hepatopatia, aplicando-se ainda, No que couber, os critérios estabelecidos pelo Regime Geral de Previdéncia Social. Agora, pense na seguinte situagéo: o servidor aposenta-se por invalidez seguindo a regra geral, ou seja, percebendo provento proporcional ao tempo de contribuicdo. No entanto, ja aposentado, ele é acometido por alguma das moléstias indicadas acima. O que deve acontecer? Nessa situagao, a LC 769 prevé que o servidor aposentado com provento proporcional ao tempo de contribuic&o, mas que vier a ser acometido de qualquer das moléstias especificadas acima, deveré passar a perceber provento integral, calculado com base no fundamento legal de concessdo da aposentadoria (art. 18, § 9°). Por outro lado, a doenca, les&o ou deficiancia de que o servidor publico era portador ao ingressar no cargo piiblico nao Ihe confere o direito a aposentadoria por invalidez, salvo quando sobrevier incapacidade por motivo de progressao ou agravamento das causas de deficiéncia (art. 18, § 10). Além disso, se 0 aposentado voltar a exercer atividade laboral, tera ele a aposentadoria por invalidez permanente cessada, a partir da data do retorno, inclusive em caso de exercicio de cargo eletivo (art. 18, § 8°) Imagine, por exemplo, que o servidor se aposentou por invalidez e, apds isso, candidatou-se ao cargo de deputado distrital, vindo a vencer o pleito e assumindo 0 mandato. Nesse caso, a aposentadoria por invalidez seré cessada. Dispde a legislagéo que o pagamento do beneficio de aposentadoria por invalidez decorrente de doenga mental seré feito somente ao curador do segurado, condicionado a apresentacio do termo de curatela, ainda que provisorio (art. 18, § 7°). Fechando o assunto, determina a legislag’o que a concesséo de aposentadoria por invalidez dependerd da verificacéio da condigéo de incapacidade, mediante exame médico-pericial do 6rgéo competente (art. 18, § 6°). 4.2 - APOSENTADORIA COMPULSORIA POR IDADE Essa é a aposentadoria que normalmente chamamos, simplesmente, de “aposentadoria compulséria”. Nesse contexto, o segurado, homem ou mulher, sera aposentado compulsoriamente no limite de idade estabelecido na Const igao Federal, com proventos proporcionais ao tempo de contribuicao, calculados na forma estabelecida no art. 46, néo podendo ser inferiores ao valor do salario minimo (art. 19). Com efeito, a Constituiggo Federal determina que o servidor seré aposentado “compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuigéo, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar” (CF, art. 40, § 19, II). Além disso, a Lei Complementar 152/2015, que regulamenta esse dispositive constitucional, dispée que a aposentadoria compulséria dos servidores titulares de cargo efetivo ocorreré aos 75 anos de idade. me A aposentadoria compulséria por idade ATENCAO!! corre aos 75 anos. A aposentadoria sera declarada por ato da autoridade competente, com vigéncia a partir do dia imediato aquele em que o servidor atingir a idade-limite de permanéncia no servico. Deve-se observar que a aposentadoria compulséria é vinculante para a Administrac&o e para o servidor, ou seja, nao existe escolha por parte dos envolvidos, uma vez que no dia em que completar 75 anos o servidor seré aposentado compulsoriamente. JURISPRUDENCIA Ao julgar 0 RE 786.540, o STF firmou a seguinte tese com repercussao geral: ‘ocupantes de cargo de provimento efetivo, inexistindo também qualquer idade limite para fins de nomeacao a cargo em comisséo. la - Ressalvados impedimentos de ordem infraconstitucional, néo hé ébice | Constitucional a que 0 servider efetivo aposentado compulsoriamente | permaneca no cargo comissionado que j4 desempenhava ou a que seja nomeado para cargo de livre nomeacao e exoneracao, uma vez que néo se trata |.ge continuidade ou criacao de vinculo efetive com a Administracdo. J Portanto, primeiramente cumpre anotar que a aposentadoria compulséria por idade nao se aplica ao servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissao. Além disso, salvo se houver vedacao legal, o servidor titular de cargo efetivo pode continuar ocupando ou vir a ocupar um novo cargo em comiss&o apés atingir a idade da aposentadoria compulséria. 4.3 - APOSENTADORIA VOLUNTARIA POR IDADE E TEMPO DE CONTRIBUICAO 1 - 5 ro Agora, vamos passar a estudar a aposentadoria voluntaria. A Constituicdo Federal prevé duas formas de aposentadoria voluntaria (CF, art. 40, § 19, III): (i) pela combinag&o da idade com o tempo de contribuicS0; (ii) pela idade. Em qualquer caso, no entanto, o servidor deveré cumprir no minimo 10 anos de efetivo exercicio no servico publico e 5 anos no cargo efetivo em que se daré a aposentadoria. Superada essa parte, vamos analisar as condicdes especificas para 2 concess&o da aposentadoria voluntéria pela combinacéo da idade e do tempo de contribuicao. A LC 769 dispde que o segurado faré jus @ aposentadoria voluntaria por idade e tempo de contribuigdo, desde que preencha, cumulativamente, os seguintes requisitos (art. 20): a) tempo minimo de 10 anos de efetivo exercicio no servigo publico federal, estadual, distrital ou municipal; b) tempo minimo de 5 anos de efetivo exercicio no cargo em que se dara 2 aposentadoria; ¢) se homem: 60 anos de idade e 35 anos de tempo de contribuicao; d) se mulher: 55 anos de idade e 30 anos de tempo de contribuigao. A forma de calculo dos proventos dessa aposentadoria consta no artigo 46 da LC 769 e sera objeto de estudo da nossa préxima aula. mon RESUMINDO aa > aposentadoria voluntaria decorrente da combinacdo de critérios de idade e de tempo de contribuicao. > 10 anos de efetivo exercicio no servico puiblico (qualquer ente da “Somne Federacéo) —> 5 anos de efetivo exercicio no cargo da aposentadoria Homens —> 60 anos de idede > 35 de contribuigs 2 Mulheres — 55 anos de idade > 30 de contribuicso 4.4 - APOSENTADORIA VOLUNTARIA POR IDADE. Também € possivel que o servidor se aposente voluntariamente em razéo da idade, percebendo nesse caso proventos proporcionais ao tempo de contribuicéo, desde que preencha, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) tempo minimo de 10 anos de efetivo exercicio no servico ptiblico federal, estadual, distrital ou municipal; b) tempo minimo de 5 anos de efetivo exercicio no cargo em que se daré a aposentadoria; ¢) se homem: 65 anos de idade d) se mulher: 60 anos de idade. Vale reforgar que, nesse caso, a aposentadoria seré proporcional ao tempo de contribuic&o, conforme a forma de calculo do art. 46. & RESUMINDO nee > aposentadoria voluntaria decorrente da idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuicao. Requisitos > 10 anos de efetivo exercicio no servico pubblico (qualquer ente da ania Federacao) > S anos de efetivo exercicio no cargo da aposentadoria

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