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FACULDADE DE TECNOLOGIA
ENGENHARIA QUÍMICA
Manaus – AM
2015
LUIZ HENRIQUE BECKER MOREIRA
Manaus – AM
2015
1 INTRODUÇÃO
O trabalhador agora enfrentava uma nova visão para o seu trabalho. Conforme as
novas máquinas e tecnologias eram implantadas, os trabalhadores eram encaixados em certas
operações específicas. No trabalho de manufatura familiar pré-revolução-industrial, o ofício
era ensinado geralmente em seu todo ao aprendiz: o jovem aprendia todas as etapas
envolvidas, exceto apenas geralmente a parte econômica, que pertencia geralmente ao chefe
de família. Quando as novas máquinas foram postas em prática, não era necessário ensinar ao
trabalhador todas as etapas do trabalho, apenas a parte que era essencial ao trabalhador para
que o processo continuasse a ser desenvolvido. O aumento da quantidade de funcionários nas
fábricas levou à saída do relacionamento aprendiz-instrutor no ambiente de trabalho para uma
relação chefe-funcionário. A dinâmica no gerenciamento de pessoas mudou drasticamente. O
maior número de pessoas levou às divisões que historicamente acontecem quando a dinâmica
de grupo humana necessita da uma ordem para evitar o caos e a anarquia: uma organização
social baseada nos já conhecidos sistemas sociais (democracia, socialismo, totalitarismo etc).
Assim os modelos para as fábricas começaram a se delinear para uma organização baseada na
hierarquia, onde há uma clara divisão entre os componentes do grupo. Agora, os antigos
chefes de família que eram fazendeiros ricos em terras, que cuidavam das economias e trocas
realizadas na antiga arte manufatureira viraram os empresários que tinham em mãos o
dinheiro necessário ao investimento de capital. E os pobres fazendeiros migraram às cidades
por terem sido despojados de suas terras, tudo isso devido também a uma grande revolução na
agricultura na Inglaterra. Por terem esse controle do capital, e pelo capitalismo estar se
desenvolvendo nessa época, as noções de valor do trabalho e igualdade na distribuição das
rendas geradas nas fábricas levaram à uma grande disparidade na situação de empregadores e
empregados. E essa disparidade se estende aos tempos atuais. Qual o valor justo que um
trabalhador deveria receber por seu trabalho prestado?
Essa é uma resposta subjetiva nos tempos atuais. Muitas vezes o salário que
alguém recebe é baseado em seu grau de estudo, em suas qualificações, em seu tempo de
serviço prestado. As pessoas contratadas são muitas vezes pagas em horas, frequentemente
porém a análise de qual trabalho vale mais a hora do que o outro é muito subjetivo. No filme
“Tempos Modernos”, não é permitido a Carlitos usufruir do esforço de seu trabalho em
termos materiais. Todo o seu pesado trabalho não rende frutos financeiros, apenas causando
danos ao personagem e não representando uma melhora significativa em sua vida. A
promessa de uma vida civilizada e feliz através do consumo não se concretiza para Carlitos,
que precisa criar a felicidade a partir de suas experiências “não-materiais”. No caso, de sua
amizade com uma personagem mulher que surge na história. O lapso nervoso do personagem
Carlitos apenas revela o esforço (físico e psicológico) a que eram submetidos os
trabalhadores nas fábricas durante a revolução industrial. A recompensa era mínima, quase
um regime de escravidão disfarçada, onde as classes se distanciavam e a igualdade era cada
vez menor. A abundância e esbanjamento para alguns e nada para outros levou às greves dos
trabalhadores e às melhorias das condições de trabalho. Estas eram tão precárias no início do
trabalho em fábricas que obrigavam os trabalhadores a cargas horárias de até 14 horas,
crianças inclusive, que viviam em um ambiente sujo, quente e próximos a máquinas
perigosas, trabalhando seis dias por semana, com apenas pausa para o almoço, e sem plano
nenhum de ajuda do governo. (Campbell, 2013)
Campbell James W.P. The Industrial Revolution, 1700-1900 [Seção do Livro] // The Library: A World
History. - 2013.
KORSTANJE M The origins of Power, Prosperity and Poverty [Artigo] // Journal of International and
Global Studies. - 2015. - 2. - 2 : Vol. 6.