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SUELI PEREIRA DE SOUSA

Advogada
18 Anos de Atuação
Av.: Teodoro Bernardo do Nascimento, 78
São Miguel Paulista – SP – Cep.: 08150-000
Telefone.: 4112-0441

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CÍVEL DO


FORO DA COMARCA DE ITAQUAQUECETUBA – SP

Processo 1001698-44.2015.8.26.0278
Procedimento Ordinário - Indenização por Dano Material e Moral

SUELY REGINA DOS ANJOS SILVA,já qualificada nos


autos da ação que lhe move PÉRPETUA DA SILVA ANDRADE PEREIRA e MANOEL
MESSIAS RODRIGUES, pela advogada abaixo assinado, procuração já acostada aos autos, vem
a vossa presença apresentar CONTESTAÇÃO aos termos da ação nos seguintes termos:

DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA


Preliminarmente, a demandada, na forma da Lei 1.060/50, com
alterações advindas das Leis 7.510/86 e 7.781/89, e do art. 5º, LXXIV, da Magna Carta, vem, na
presença de Vossa Excelência, pleitear os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, por não
poder arcar com as custas, despesas cartoriais e honorários advocatícios sem comprometer sua
mantença e de sua família.

PRELIMINARES

Falta de Interesse de Agir


Para propor e contestar a ação é necessário ter interesse, isto é,
no sentido tanto de obter do processo uma utilidade, como de ser necessário tomar tal iniciativa
para se evitar um prejuízo em seus direitos.

O interesse processual do autor decorre da utilidade que o


processo lhe oferece e da necessidade de dele se socorrer para fazer valer os seus direitos.
SUELI PEREIRA DE SOUSA
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Se qualquer pessoa usar o processo apenas para chamar o outro


à juízo sem qualquer razão, o processo deverá ser extinto sem julgamento de mérito por falta de
interesse de agir.
No caso vertente, os autores não são titulares de direito algum,
visto que o acidente de trânsito foi causado por culpa exclusiva dos pais da vítima, conforme
restará provado.

Excelência, o menor, a época dos fatos, contava com apenas


03 anos de idade...

ONDE ESTAVAM OS OLHOS DOS PAIS DO MENOR NO


MOMENTO ANTES DO OCORRIDO?

Rui Stoco discorrendo sobre a responsabilidade civil menciona


o seguinte: “O elemento primário de todo ilícito, é uma conduta humana e voluntária no mundo
exterior”.
Subsumindo a fala do doutrinador acima ao caso dos autos,
uma conclusão e bem verdadeira, ou seja, não é imutável a requerida o elemento primário do
ilícito alegado elos autores.
Por óbvio que não se pode atribuir a culpa/respnsabilidade a
um menor (absolutamente incapaz). A CULPA, NESTE CASO CONCRETO, É EXCLUSIVA
DOS PAIS, EMBORA DETENTORES DO DEVER DE GUARADA E VIGILÂNCIA DO
FILHO, PERMITIRAM QUE ELE ANDASSE SOZINHO, PELA RUA OU CALÇADA
EXPOSTO A QALQUER OUTRO PERIGO, COMO SER LEVADO POR ESTRANHOS, SER
ATROPELADO POR VEÍCULOS AO CORRER PARA O MEIO DA RUA SEM PRESTAR
ATENÇÃO (o que é provável em se tratado de uma criança).

Então, a culpa 'in vigilando' que é a falta de diligência,


fiscalização ou vigilância com aquilo que está sob seu cuidado, seja pessoas (no caso do dever de
atenção dos pais para com os filhos) ou animais, objetos e documentos, impõe aqui sua presença,
não importa sob qual ângulo se analisa a situação, a cupa in vigilando aí está., o que exclui, por
completo, a responsabilidade da requerida em relação ao lamentável acidente em tela.

Triste é o caso dos autos, mas faltou um dos elementos


essenciais para a caracterização da responsabilidade da requerida – o nexo causai. Não houve
vínculo entre o acidente e comportamento da requerida. “É fundamental que o dano tenha sido
causado pela culpa do sujeito”, resume Rui Stoco (Tratado de Responsabilidade Civil – 7 ed. SP p.
151).
Nas palavras de René Demogue: “e preciso esteja certo que,
sem este fato (relação de causalidade entre a injuricidade da ação e o mal causado), o dano não
teria acontecido assim, não basta que uma pessoa tenha contravindo a certas regras; é preciso que
sem esta contravenção, o dano não ocorreria” (“Traité des Obligations em General” IV Paris:
Arthur Rousseau Lib, 125 nº 66).
SUELI PEREIRA DE SOUSA
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ante ao exposto, requer assim, a extinção do processo, nos


termos do artigo 301 X, combinado com o artigo 267 VI do Código de processo Civil.

INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL

O autor deixou de juntar aos autos, a prova dos alegados danos sofridos em sua motoneta, ou seja,
não juntou qualquer orçamento que comprovasse o dano de R$ 1.290,00 (um mil e duzentos e
noventa reais).

Dessa forma, falta na inicial documento indispensável para a sua propositura, uma vez que não há
documento que comprove o alegado prejuízo para ser impugnado.

Diante desse fato é manifesta a inépcia da petição inicial, devendo ser julgado extinto o processo
sem julgamento do mérito, nos termos do artigo 267, I do CPC.

SINTESE DA INICIAL
Alegam os autores que no dia 02/02/2014 (03 anos) aproximadamente, às 16h40 teria atropelado
Manoel Messias Rodrigues Filho, filho dos autores. Houve intervenção cirurgica, sendo que houve
necessidade de colocar fixadores externos na Tibia Esquerda. Sendo que a criança recebeu alta no
dia 04/02/2014.

Alegam os autores que em 28/04/2014, a criança voltou a ser internada em razão de outro episódio
(alheio ao acidente) .Teve o membro engessdo.

Alegam, que em razão do gesso a criança foi acometida de “erixipela”, ficando internada de
12/05/2014 até 19/05/2014, além de repouso.

Alegam que a requerida somente prestou socorro no momento do ocorrido e por duas vezes, levou
a criança no hospital. Entendem que a requerida não prestou o auxílio do modo como entendiam
devidos.

Atribuem todas as interpéries pós acidente, ao fato ocorrido no dia 02/02/2014 (nexo causal).

Alegam que os motoristas devem ser cuidadosos no volante quando crianças estiverem brincando
na calçada por que são imprevisíveis. Entendem devida indenização pautadas nos artigos 927 e do
Código Civil.

Alegam que tiveram gastos com medicação, transporte (táxi), consultas médicas, despesas com
alimentação e que tudo isto diminuiu o patrimônio dos autores e que por isto deve a requerida ser
condenada a indenizá-los pela suposta conduta culposa, no importe de, aproximados R$ 3.000,00
(três mil reais).

Entendem que o fato enseja indenização por danos morais. Isto porque sofreram muito por ver
uma criança de apenas 3 (três) anos ser atropelada, ter que colocar pino, ficar em repouso absoluto,
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se afastar de suas atividades habituais, etc, traz sofrimentos à psique, uma lesão interior, um abalo
sentimental profundo e uma descarga de tristeza intensa, cuja aferição de valor não suplanta a dor.

Acerca dos danos morais, pretendem indenização mínima de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Por fim pugnam pela condenação da requerida nos importe de R$ 3.000,00 (três mil reais) a título
de danos materiais e R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título de danos morais. Além de custas,
despesas processuais e honorários advocatícios.

Da Realidade Fátia
A o c o n t r á r i o d o q u e a l e g a e m s u a i n i c i a l o s f a t o s n ã o ocorreram conforme
narrados, convenientemente pelo autor.

Inicialmente resta à demandada impugnar integralmente o Boletim de Ocorrência colacionado aos


autos, tendo em vista que o autor socorreu-se deste Juizado como forma de compelir a demandada
a pagar uma reparação de danos inexistentes.

Ademais, o Boletim de Ocorrência juntado aos autos, ao contrário do entendimento do autor, não
pode gerar presunção iuris tantum para a veracidade dos fatos narrados, uma vez que apenas
consigna as declarações unilaterais narradas pelos envolvidos, sem atestar a veracidade.

O autor utilizou o referido documento para embasar a pretensão deduzida na inicial, desvirtuando
a realidade dos fatos, procurando dar a interpretação da forma que melhor lhe convém, objetivando
o êxito desta lide.

O que realmente ocorreu foi o abalroamento do veículo conduzido pela demandada pelo veículo
do requerente, quando este em ato que evidencia total imprudência e imperícia manobrou
abruptamente em velocidade acima da máxima permitida para o local e ainda trafegando em pista
exclusiva para ônibus coletivo, colidiu com a demandada.

Vale destacar que o veículo da requerida no momento da colisão transitava sob a forma regular e
condizente com o exigido pelo Código de Trânsito Brasileiro. Por sua vez, o veículo do requerente
seguia de forma completamente desidiosa ocasionando o acidente por negligência e imprudência,
eis que dirigiu seu veículo sem os cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.

O autor pretende compelir a demandada a proceder ao pagamento da importância de R$ 1.290,00


(um mil e duzentos e noventa reais) referente a indenização a título de danos materiais, além de ter
requerido a condenação de indenização por danos morais com valor a ser definido.

Notoriamente, quando é pretendido uma reparação por dano material é fundamental que tenha
ocorrido um ato ilícito, para que então se desencadeie a obrigação de indenizar.
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O autor deixou de narrar a verdade em sua inicial, mencionou que o veículo da demandada
trafegava na faixa exclusiva de ônibus e o atingiu na parte lateral. Contudo, o Laudo Pericial
realizado pelo Instituto de Criminalística expõe a verdade dos fatos que segue narrado adiante:

(Relato do laudo pericial)


Da simples observação do Laudo pericial, principalmente na fls. 04, 06, 07 e croqui de fl.10,
depreende-se que o acidente ocorreu de maneira totalmente contrária ao alegado pelo autor. Ora,
não há como ser atribuída qualquer responsabilidade a demandada pelo evento danoso, haja vista
que foi o autor o causador do acidente, devendo este responder pelos prejuízos sofridos pela
demandada.

A demandada jamais cometeu qualquer ato contrário as leis de trânsito e nunca tinha presenciado
um acidente de trânsito. Ademais, não houve qualquer descaso da demandada, que agiu como
legítima cidadã, telefonou para o SAMU solicitando o resgate do autor e para a CTTU para que
fosse registrado o acidente.

A demandada somente foi embora da cena do acidente quando o agente da CTTU a liberou, haja
visto que a família do autor estava a agredindo verbalmente e o autor já tinha sido levado para o
hospital.

Ademais, a demandada foi até o hospital visitar o autor e o informou que ele teria que arcar com o
conserto do veículo dela. Contudo, o autor reconheceu seu erro, informou que estava
desempregado e trabalhava fazendo "bicos" e não tinha dinheiro nem para comprar remédios, que
era a segunda vez que sofria um acidente com fratura naquela mesma perna, e que dessa vez teria
que fazer uma cirurgia no fêmur.

O autor aproveitando-se da ingenuidade e solidariedade da demandada, ainda teve a ousadia de


solicitar a quantia de R$100,00 (cem reais) para comprar remédios para ele, já que o mesmo estava
desempregado.

DO DIREITO
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Da ausência de culpa da requerida

Da Culpa Concorrente

DA INEXISTENCIA DE COMPROVAÇÃO DA CULPA DA REQUERIDA PELO


EVENTO DANOSO E CONSEQUENTE EXCLUDENTE DE CAUSUALIDADE
CONSISTENTE EM CULPA EXCLUSIVA DA VITIMA OU AINDA CULPA
CONCORRENTE:

Realmente conduzia a requerida o veículo envolvido no fatídico incidente ocorrido em 16


(dezesseis) de abril de 2.010 (dois mil e dez), nesta cidade de ________________, Estado de
_________________, porém, ao contrário do que alegam os requerentes, os fatos não se deram
como narrados na inicial, sendo estes, ao que se extraí da prova dos autos os únicos responsáveis
pelo evento danoso.

Desta feita, inicialmente, resta à requerida impugnar integralmente o Boletim de Ocorrência


colacionado aos autos, tendo em vista que este, ao contrário do entendimento dos requerentes, não
pode gerar presunção iuris tantum da veracidade dos fatos narrados, uma vez que apenas consigna
as declarações unilaterais narradas pelos envolvidos, sem atestar que tais afirmações sejam
verdadeiras.

No sentido do afastamento de tal presunção, em caso análogo, assim já se posicionou o STJ,


mutatis mutandis:

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. FURTO DE VEÍCULO EM


ESTACIONAMENTO. SEGURADORA. SUB-ROGAÇÃO LEGAL. REQUISITOS.
AUSÊNCIA. BOLETIM DE OCORRÊNCIA. PROVA INSUFICIENTE. INEXISTÊNCIA DE
PRESUNÇÃO JURIS TANTUM. PRECEDENTES DA CORTE. RECURSO DESACOLHIDO.
(...)
IV - O boletim de ocorrência policial não gera presunção juris tantum da veracidade dos fatos
narrados, uma vez que apenas consigna as declarações unilaterais narradas pelo interessado, sem
atestar que tais afirmações sejam verdadeiras. Em outras palavras, o documento apenas registra
que as declarações foram prestadas, sem consignar, todavia, a veracidade do seu conteúdo.
(STJ; QUARTA TURMA; RESP - RECURSO ESPECIAL – 174353; REL. MIN. SÁLVIO DE
FIGUEIREDO TEIXEIRA; DJ DATA:17/12/1999 PÁGINA:374)
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Notoriamente, quando se fala em reparação é necessário que haja um ato ilícito a ser reputado ao
agente causador deste, para que então se desencadeie a obrigação de indenizar por tais danos. No
caso em questão, não resta dúvida que o agente causador do dano foi o requerente, a suposta
vítima da lide em questão.
A explicação do que é ato ilícito pode ser encontrada no Código Civil em seu artigo 186, senão
vejamos:

Art. 186. Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Na responsabilidade civil, o centro de exame é o ato ilícito. O dever de indenizar vai repousar
justamente no exame da transgressão ao dever de conduta que constitui o ato ilícito.

A culpa é a violação de um dever jurídico. José de Aguiar Dias (1979, v. 1: 136) apud Silvio de
Salvo Venosa assevera:
“A culpa é falta de diligência na observância da norma de conduta, isto é, o desprezo, por parte do
agente, do esforço necessário para observá-la, com resultado não objetivado, mas previsível, desde
que o agente se detivesse na consideração das conseqüências eventuais de sua atitude. “
Da mesma forma, Rui Stoco (1999: 66):
“A culpa, genericamente entendida, é, pois, fundo animador do ato ilícito, da injúria, ofensa ou má
conduta imputável. Nessa figura encontram-se dois elementos: o objetivo, expressado na
iliciedade, e o subjetivo, do mau procedimento imputável.”
Também o nexo de causal ou nexo de causalidade é o liame que une a conduta do agente ao dano.
Assim, é por meio da análise do nexo de causalidade que identificamos quem foi o causador do
dano. Ressalte-se que se o dano ocorreu por culpa exclusiva da vítima, por caso fortuito ou de
força maior, não há o dever de indenizar.
A culpa exclusiva da vítima elide o dever de indenizar, porque impede o nexo causal, conforme se
pode auferir pela dicção do artigo 945 do Código Civil.
Pelo exposto, resta sobejamente comprovada a culpa exclusiva dos requerentes, não havendo de
prosperar o pedido inicial, não havendo ainda de se falar em indenização em danos por parte do
requerido.
Caso assim não entenda Vossa Excelência, há de ser reconhecida a culpa concorrente, eis que,
então, ambos os veículos desrespeitaram a norma legal.
Razão pela qual, e o que desde já requer, a IMPROCEDENCIA é o único fim plausível para a
presente ação.
Ad argumentandum, em que pese a ausência de casualidade, em virtude dos fatos e por mera
liberalidade, sem qualquer reconhecimento de culpa, imediatamente após a ocorrência fora o
socorro acionado pela própria requerida, além do que, esta, juntamente com seu pai, avô e
namorado, acompanharam o atendimento dos requerentes até sua alta do hospital.
Ato continuo, a requerida, junto com os requerentes, entrou em contato com a Sra. ___________,
proprietária da drogaria Drogão, disponibilizando aos mesmos todos os medicamentos que se
fizessem necessários em virtude de seus ferimentos.
Finalizando, a requerente determinou a reforma total do veículo dos requerentes junto às empresas
Motos Reformadas, ambas desta cidade, o que comprovam os documentos em anexo, arcando com
os gastos de R$ 1.401,90 (um mil, quatrocentos e um e noventa reais), além do que, entregou aos
requerentes R$ 300,00 (trezentos reais) em espécie para que estes regularizassem a documentação
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do veículo, eis que, em virtude da troca de peças e total recomposição de seu status, foi necessária
a realização de vistoria junto ao DETRAN.
Como se não bastasse, todos os dias o primeiro requerente telefonava para o pai da requerida, seja
em sua residência, seja em seu celular, seja no trabalho, exigindo dinheiro para despesas do lar e
com remédios, tornando sua vida um verdadeiro martírio.
Pelo que Excelência, se observa ser totalmente fantasiosa a versão dos requerentes, onde
nitidamente visam se utilizar de um fato corriqueiro, decorrente de um pequeno acidente de
transito, mesmo não comprovada a culpa do suposto agente, para usufruir de vantagens indevidas,
alterando a verdade dos fatos e omitindo pontos essenciais dos mesmos, razão pela qual, restando
configurada, desde já requer sua condenação nas penas de litigantes de má-fé.
DOS DANOS MATERIAIS
Pois bem, é cediço que o valor da indenização por danos materiais deve guardar correlação exata
com a extensão dos danos causados, recompondo o patrimônio do lesado para que volte ao estado
anterior ao evento danoso. A condenação em indenização superior ao efetivo prejuízo equivale a
enriquecimento sem causa.
Se os danos morais devem ser arbitrados segundo critérios de forma prudente pelo julgador,
valendo-se de critérios de razoabilidade, a indenização por danos materiais tem verdadeiro intuito
de ressarcir, fazendo a esfera patrimonial voltar ao status quo ante, o que é impossível quando os
danos são de ordem emocional e psíquica. Justifica-se, portanto, que o ressarcimento obedeça a
critérios concretos e objetivos, exigindo prova efetiva da diminuição patrimonial e de sua
extensão, para que a indenização lhe seja equivalente, sendo ônus do autor comprovar esse
prejuízo.
Rui Stoco tece considerações pertinentes sobre a matéria:
"Não obstante seu caráter subsidiário, a indenização em dinheiro é a mais freqüente, dadas as
dificuldades opostas na prática à reparação natural pelas circunstâncias e, notadamente, em face do
dano, pela impossibilidade de restabelecer a rigor a situação anterior ao evento danoso (Aguiar
Dias, citado, p. 244).
Toda reparação se efetiva no sentido da restauração do estado anterior à lesão e isto é
especialmente certo em relação à reparação natural." (Tratado de Responsabilidade Civil. 6a ed.
São Paulo: RT, 2004. p. 1183)
Alegam os requerentes haverem experimentados danos materiais no importe equivalente à 11
(onze) salários mínimos, consubstanciados na perda da renda que o primeiro requerente deixou de
auferir, aproximadamente R$ 450,00 (quatrocentos e cinqüenta reais), haja visto seu afastamento
do trabalho pelo período de 15 (quinze) dias, quando a segunda requerente teve que arcar sozinha
com as despesas do lar; na renda que a segunda requerente, autônoma, deixou de auferir
mensalmente de aproximadamente R$ 500,00 (quinhentos reais); nos gastos que despenderam com
medicamentos no importe de R$ 550,00 (quinhentos e cinqüenta reais), e, no prejuízo de R$
4.355,00 (quatro mil trezentos e cinqüenta e cinco reais) que tiveram com relação a “perda total”
do veículo de sua propriedade envolvido no acidente.
No que diz respeito ao afastamento do primeiro requerente de seu trabalho por quinze dias, não
existe nos autos qualquer comprovação neste sentido, razão pela qual, resta integralmente
impugnado tal pedido, porém, à título de ilustração, cabe-nos asseverar que, se real fosse tal
assertiva, o afastamento do trabalho por 15 (quinze) dias, nenhum prejuízo traria ao mesmo, eis
que, conforme as normas trabalhistas, o afastamento por tal período, tem o ônus suportado pelo
empregador, em nada modificando, e nem podendo modificar, os rendimentos do obreiro. Portanto
Excelência, inexistiu tal afastamento, mas, caso existente, certo é que nenhum prejuízo material
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fora experimentado em virtude de tal fato, razão pela qual, há de ser considerado improcedente tal
pedido.
Da mesma forma, razão não assiste os requerentes quanto a cessação de rendimentos em virtude da
paralisação das atividades da segunda requerente, de uma, porque tal paralisação e o nexo causal
desta com o acidente não se encontram comprovados nos autos, de duas, porque tais rendimentos
também não se encontram comprovados, alias, nem mesmo se comprova a existência da ocupação
por estes alegada, e por fim, porque a mera possibilidade de ganho não é suficiente para dar ensejo
à indenização. Necessário que seja comprovado o não auferimento de ganhos por descumprimento
de obrigações ou não aquisição de direitos em decorrência do ato ilícito do agente. O conjunto
probatório dos autos, consubstanciado em meras alegações e perspectivas, portanto, não é
suficiente para provar efetivamente o prejuízo sofrido pelo requerente.
Insista-se, é indispensável a prova dos compromissos anteriormente assumidos que não puderam
ser honrados em virtude da ação ilícita e culpável do agente. Assim, as decisões dos Tribunais:
"AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO DO JULGADOR -
DANOS MATERIAIS - DANOS MORAIS - CARACTERIZADOS - LUCROS CESSANTES
INDEVIDOS - QUANTUM INDENIZATÓRIO - CRITÉRIOS - Caracterizada a culpa exclusiva
do agente, assim como o nexo de causalidade entre a culpa e a lesão sofrida, dúvida não há sobre a
responsabilidade indenizatória, sendo que o prejuízo moral decorre da dor sofrida pela vítima, por
ocasião do acidente e do tratamento médico a que tem que se submeter. - Não é devida a
indenização por lucros cessantes pelo evento danoso, quando não restar inequivocamente
demonstrado o prejuízo material sofrido pelo requerente. - A indenização pecuniária é uma forma
de amenizar, compensar o mal causado e não deve ser usada como fonte de enriquecimento ou
abusos, devendo ser fixada com razoabilidade." (TAMG. Apelação Cível: 410215-2. Rel. Juiz
Mauro Soares de Freitas. Oitava Câmara Cível. Data de Julgamento: 05/03/2004.) (grifo nosso)
"INDENIZAÇÃO. LUCROS CESSANTES. DEPRECIAÇÃO DO VEÍCULO. NECESSIDADE
DE PROVAS DA EXISTÊNCIA E QUANTIFICAÇÃO. SUCUMBÊNCIA PARCIAL.
APENAÇÃO PARA OS PERDEDORES EM PROPORÇÃO. RECURSO PROVIDO PARA
TANTO. 1- Os LUCROS CESSANTES, para o seu deferimento, requerem prova específica em
cada caso, somente sendo atendida a pretensão quando ocorra induvidosa caracterização,
sobretudo quanto ao valor correto e certo. 2- Também a depreciação do valor do veículo envolvido
em acidente não se presume, somente tornando-se procedente o pedido ante prova incontroversa,
inclusive no tocante ao quantum, pois isto varia de caso para caso. 3- As vitórias e derrotas
acontecidas no processo devem proporcionar apenação das partes envolvidas, não se podendo
aceitar que, por comodidade, a sentença diga que cada um pagará seu advogado. 4- Pleito
secundário, em recurso, a que se dá provimento para o devido acertamento." (TAMG. Apelação
Cível nº 406654-0, Quinta Câmara Cível. Rel. Juiz: Francisco Kupidlowsk. Data Julgamento:
09/10/2003). (grifo nosso)
Em suma, não conseguiram os requerentes comprovar nem o exercício da atividade que alegam,
nem a paralisação da atividade, nem o nego causal entre tal paralisação e o acidente, e, o que se
dirá dos lucros que deixaram de aferir em virtude desta, razão pela qual, há de ser considerado
improcedente tal pedido.
Quanto aos gastos com medicamentos, estes também não restaram comprovados, haja visto que,
todos os poucos medicamentos utilizados, conforme assertivas dos próprios requerentes, foram
cedidos pelo Sistema Único de Saúde ou pelo Município, sendo portanto indevida qualquer verba
nesse sentido.
Por fim, no que diz respeito a perda total de seu veículo, esta nunca ocorreu, haja visto que,
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conforme comprovam os documentos em anexo, o veículo fora totalmente recuperado às expensas


da requerida, restando integralmente recomposto o patrimônio dos requerentes.
Diante do exposto, não havendo experimentado qualquer dano material, a improcedência deste
pedido é de rigor e o que desde já requer.

DA PENSÃO MENSAL VITALICIA

Pleiteiam os requerentes o recebimento de pensão mensal vitalícia complementar, na importância


mensal igual ao salário atual do cargo que exercia a segunda requerente.
Tal pretensão, data maxima venia, é integralmente desmedida, pretensiosa, e seria
verdadeiramente cômica, se trágica não fosse, eis que, demonstra claramente o verdadeiro intuito
dos requerentes, qual seja, e como já mencionado, é de se aproveitarem de fato corriqueiro e banal,
consistente em um pequeno acidente de transito com poucos danos, para angariar mudança de
vida.

Em momento algum restou comprovada a incapacidade laborativa da segunda requerida, ainda que
parcial e temporária, e ainda, se comprovada estivesse, não existe comprovação do nexo causal
entre esta e o acidente ocorrido.
Diante de tais fatos não comprovada a incapacidade laborativa da segunda requerente, bem como o
nexo causal entre tal incapacidade e o acidente, ou ainda sua ocupação e reais rendimentos, não há
o que se falar em indenização material a título de pensionamento mensal vitalício.
Diante do exposto, não havendo incapacidade laborativa comprovada, nem mesmo comprovação
do nexo causal entre esta incapacidade e a conduta da requerida, a improcedência deste pedido é
de rigor e o que desde já requer.

DOS DANOS MORAIS


Como sabido, o dano moral se caracteriza pela violação dos direitos integrantes da personalidade
do indivíduo, atingindo valores internos e anímicos da pessoa, tais como a dor, a intimidade, a
vida privada, a honra, dentre outros.
Para restar configurado o dano moral mostra-se necessário um acontecimento que fuja à
normalidade das relações cotidianas e interfira no comportamento psicológico da pessoa de forma
significativa. As contrariedades e os problemas da vida em comunidade não podem redundar
sempre em dano moral, sob pena de banalização do instituto.
Nesse sentido, a doutrina de Sérgio Cavalieri Filho:
“(...)Nessa linha de princípio, só deve ser reputado como dano moral a dor, vexame, sofrimento ou
humilhação que, fugindo à normalidade, interfira intensamente no comportamento psicológico do
indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar. Mero dissabor,
aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada estão fora da órbita do dano moral,
porquanto, além de fazerem parte da normalidade do nosso dia-a-dia, no trabalho, no trânsito,
entre os amigos e até no ambiente familiar, tais situações não são intensas e duradouras, a ponto de
romper o equilíbrio psicológico do indivíduo. Se assim não se entender, acabaremos por banalizar
o dano moral, ensejando ações judiciais em busca de indenizações pelos mais triviais
aborrecimentos.(...)”
Os requerentes afirmam que o evento danoso gerou prejuízos morais, tais quais a dor física que
sofreram e vem sofrendo e a deformidade física que experimentam, o que lhes causa
constrangimento, vergonha e conseqüente abalo psicológico, afirmando ser justa a indenização
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nesse sentido afim de que lhes seja devolvida a compensação da dor com alegria.

Porém, não são críveis trais prejuízos ante a dinâmica do evento.


Os requerentes não comprovaram nenhuma circunstância que ultrapassasse os meros
aborrecimentos que devem ser tolerados na vida em comunidade e que não são capazes de
produzir dor à alma e à personalidade do indivíduo.
Quanto à pretensa indenização por danos morais, à razão de 100 (cem) salários mínimos, há de ser
esta afastada pelo douto Juizo, não eis que resulta tal pedido em simples adesão à "indústria" das
indenizações por danos morais, crise endêmica que se alastra, utilizada como panacéia dos males
financeiros, na busca de lucro fácil e sem causa, já repelida por nossos Tribunais e nos Pretórios
Superiores, assentando-se, verbi gratia:
"É de repudiar-se a pretensão dos que postulam exorbitâncias inadmissíveis com arrimo no dano
moral, que não tem escopo de favorecer enriquecimento indevido". (STJ - 4ª Turma, ARAI
108.823-SP; Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJU 29/10/96).
"A indenização por dano moral tem por escopo recompor danos psicológicos sofridos, não
recompensar ou punir, não se destinando a reparar a morte ou danos fisiológicos restados, nem
enriquecer os vivos". (TJMG - Ap. Cível n.º 1.0702.96.015925-0/001, j. 15/06/2004, Rel. Des.
ORLANDO CARVALHO).
Caso comprovado o liame de causualidade entre a conduta da requerida e a culpa pelo evento
danoso, e reconheça este E. Juízo o dever de indenização em danos morais, oportuno lembrar a
lição de Maria Helena Diniz (in "Curso de Direito Civil Brasileiro", São Paulo, Saraiva, 1990, v. 7
p "Responsabilidade Civil", 5ª ed. p. 78/79):
"A fixação do quantum competirá ao prudente arbítrio do magistrado de acordo com o
estabelecido em lei, e nos casos de dano moral não contemplado legalmente a reparação
correspondente será fixada por arbitramento (CC, art. 1553, RTJ, 69: 276, 67: 277). Arbitramento
é o exame pericial tendo em vista determinar o valor do bem, ou da obrigação, a ele ligado, muito
comum na indenização dos danos. É de competência jurisdicional o estabelecimento do modo
como o lesante deve reparar o dano moral, baseado em critérios subjetivos (posição social ou
política do ofendido, intensidade do ânimo de ofender; culpa ou dolo) ou objetivos (situação
econômica do ofensor, risco criado, gravidade e repercussão da ofensa). Na avaliação do dano
moral o órgão judicante deverá estabelecer uma reparação eqüitativa, baseada na culpa do agente,
na extensão do prejuízo causado e na capacidade econômica do responsável. Na reparação do dano
moral o juiz determina, por eqüidade, levando em conta as circunstâncias de cada caso, o quantum
da indenização devida, que deverá corresponder à lesão e não se equivalente, por ser impossível tal
equivalência."
In casu, entendemos que, reconhecido o direito a indenização por dano moral, deverão, quando de
seu arbitramento, ser levadas em conta além da falta de gravidade da ocorrência, pintada na inicial
com cores bem mais vibrantes que a real, a situação econômica da requerida, professora que perfaz
mensalmente quantia inferior a 03 (três) salários mínimos, e ainda, as condições dos próprios
requerentes.
Ou seja, na valoração da verba indenizatória a título de danos morais, caso imposta, deve-se levar
em conta a dupla finalidade da reparação, buscando um efeito repressivo e pedagógico e propiciar
à vítima uma satisfação, sem que isto represente um enriquecimento sem causa. É a lição de Caio
Mário da Silva Pereira:
"É certo, como visto acima, que a indenização em termos gerais, não pode ter o objetivo de
provocar o enriquecimento ou proporcionar, ao ofendido, um avantajamento, por mais forte razão
SUELI PEREIRA DE SOUSA
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deve ser equitativa a reparação do dano moral, para que se não converta o sofrimento em móvel de
captação de lucro (de lucro capiendo)" - "Responsabilidade Civil", 2ª edição, Rio de Janeiro,
Editora Forense, 1.990, nº 252, p. 339.
Oportuna, também, a lição de Humberto Theodoro Júnior, para quem
"... nunca poderá, o juiz, arbitrar a indenização do dano moral, tomando por base tão somente o
patrimônio do devedor. Sendo, a dor moral, insuscetível de uma equivalência com qualquer padrão
financeiro, há uma universal recomendação, nos ensinamentos dos doutos e nos arestos dos
tribunais, no sentido de que 'o montante da indenização será fixado eqüitativamente pelo Tribunal'
(Código Civil Português, art. 496, inc. 3). Por isso, lembra, R. Limongi França, a advertência
segundo a qual 'muito importante é o juiz na matéria, pois a equilibrada fixação do quantum da
indenização muito depende de sua ponderação e critério' (Reparação do Dano Moral, RT 631/36)"
- "Dano Moral", Editora Oliveira Mendes, 1ª edição, 1.998, São Paulo, p. 44).
Diante do que, entendendo a requerida pela inexistência de danos morais pelo simples
aborrecimento e nenhum reflexo que pudesse afetar os direitos de personalidade dos requerentes,
pugna pela improcedência de tal pedido, porém, à título de argumentação, entende que caso
imposto o pagamento de tal indenização, este não poderá ser causa de enriquecimento aos
requerentes em detrimento ao prejuízo da requerido, sugerindo para fixação valor não superior à
02 (dois) salários mínimos.

DOS DANOS ESTÉTICOS


Hodiernamente o dano estético vem sendo considerado pela jurisprudência brasileira como uma
forma autônoma de dano extrapatrimonial, ou seja, como um dano diferente do dano moral. Nesse
sentido, o enquanto o dano moral se caracterizaria pela ofensa injusta causada à pessoa (como dor
e sofrimento, por exemplo, mas também visto como desrespeito à dignidade da pessoa), o dano
estético se caracteriza pela ofensa direta à integridade física da pessoa humana.
Pois bem, muito embora aleguem o requerentes o fato de ser devida indenização por dano estético
a segunda requerente, certo é que, em momento algum comprovam tal dano, haja visto a
inexistencia destes, pois é impossível a simples fratura descrita em sua inicial gerar danos estéticos
permanentes.
Referentemente a tal dano estético, entende a requerida que não pode o pleito ser acolhido, pois
em verdade, verifica-se que, caso existente, o que deverá ser apurado, este seria diminuto,
tratando-se de mera cicatriz utilizada para a correção dos danos à clavícula, não configurando
deformação ou imperfeição capaz de gerar qualquer vilipêndio a sua beleza ou desconforto
intrínseco. Tampouco se localiza em parte do corpo que impute posição de inferioridade ou
vexatória no trato social ou mesmo íntimo.
Neste sentido:
"A pedra de toque da deformidade é o dano estético. Assentou-se na jurisprudência deste Tribunal,
com respaldo em Hungria, A. Bruno e outros, que o conceito de deformidade repousa na estética e
só ocorre quando causa uma impressão, se não de repugnância, pelo menos de desagrado,
acarretando vexame ao seu portador (RJTJRS 16/63 e 20/64). Na espécie, não ficou provada a
deformidade, com essas características. Trata-se de pequeno afundamento do osso malar, que nem
se sabe se é aparente(RT 470/420)."
Diante do que, entendendo a requerida pela inexistência de danos estéticos, pugna pela
improcedência de tal pedido, porém, à título de argumentação, entende que caso imposto o
pagamento de tal indenização, este não poderá ser causa de enriquecimento aos requerentes em
detrimento ao prejuízo da requerido, sugerindo para fixação valor não superior à 02 (dois) salários
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mínimos.
DOS PEDIDOS:
Diante do exposto, requer:
(a) A TOTAL IMPROCEDÊNCIA da ação ante a não comprovação da culpa pela requerida, pela
culpa exclusiva da vitima ou ainda pela culpa concorrente.
(b) No caso de procedência da ação, pugna pela IMPROCEDENCIA do pleito de reparação em
danos materiais, eis que, mesmo sem o reconhecimento de culpa, restou integralmente
restabelecido o patrimônio dos requerentes sob as expensas da requerida.

(c) Pugna pela IMPROCEDENCIA da condenação em pensionamento mensal vitalício, haja certo
a não comprovação da incapacidade laborativa da segunda requerida, ainda que parcial e
temporária, e ainda, se comprovada estivesse, não existe comprovação do nexo causal entre esta e
o acidente ocorrido, nem mesmo sobre a ocupação em si.

(d) Pugna pela IMPROCEDENCIA da condenação em danos morais, haja certo a inocorrência
destes, e, no caso de condenação, sejam arbitrados conforme o douto arbítrio deste E. Juizo,
levando em conta as peculiaridades do caso, tais como dinâmica do evento, extensão dos danos e
situação econômica das partes.

(e) Pugna pela IMPROCEDENCIA da condenação em danos estéticos, haja certo a inocorrência
destes, e, no caso de condenação, sejam arbitrados conforme o douto arbítrio deste E. Juizo,
levando em conta as peculiaridades do caso, tais como dinâmica do evento, extensão dos danos e
situação econômica das partes.

(f) Requer a produção de prova pericial consistente em exame médico por experto de confiança
deste E. Juízo, a título de ilustração da existência ou não de incapacidade laborativa, se tal
incapacidade, se existente, é temporária ou permanente, total ou parcial, ou ainda se existe nexo
causal entre a mesma e o acidente que dá azo a presente ação. Requer ainda, prova pericial visando
a existência de dano estético e qual a extensão do dano.
(g) Requer seja determinado aos requerentes a juntada das 03 (três) ultimas declaração do imposto
de renda da segunda requerente, e cópia reprográfica autentica de sua CTPS, documentos
indispensáveis à finalização da tese da requerida, aos quais esta não tem acesso por outro meio. No
caso de justificativa no sentido de não possuí-los, quanto as declarações de imposto de renda
requer seja determinada a apresentação desta pela Receita Federal, e no caso da CTPS, seja
oficiado o MTE, com regional em Ribeirão Preto – SP., para que apresente os dados cadastrais da
segunda requerente naquele órgão. Pretende se provar com tais documentos o fato de que nunca
exerceu a segunda requerente a atividade de cabeleireira e ainda, o fato de que esta nunca obteve
rendimentos mensais, razão pela qual, não apresentando justificativa e, recusando-se a apresentá-
los, requer sejam considerados como verdadeiros tais fatos.

(h) Requer os benefícios da gratuidade processual, eis que hipossuficiênte, conforme comprovam
seus comprovantes de rendimento.

(i) Requer a condenação dos requerentes em todos os ônus sucumbenciais.


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(j) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito permitidos, notadamente as já
requeridas, depoimento pessoal de ambos os requeridos, oitiva de testemunhas, juntada de novos
documentos e tudo mais que se fizer necessário.

Termos em que,
Pede deferimento.

________________ – ____., 06 de dezembro de 2.010

DOS PEDIDOS CONTRAPOSTOS


Com efeito, devido o acidente de trânsito a demandada foi obrigada a desembolsar a importância
de R$ 925,00 (novecentos e vinte e cinco reais) à título de franquia de seguro para pagamento das
reparações feitas em seu automóvel e R$ 139,00 (cento e trinta e nove reais) a título de reposição
de placas refletivas estabelecido pelo DETRAN, conforme comprovante juntado aos autos.
Não obstante, no período em que foram realizadas as reparações do automóvel, a demandada ficou
impossibilitado de utilizar o veículo por 30 (trinta) e durante o período das festas natalinos,
impedindo-a também de levar a sua mãe ao médico.
FACE AO EXPOSTO, reiterando-se as argumentações de mérito relatadas na contestação, requer-
se a procedência do condenação do autor no pagamento de R$ 1.064,00 (um mil e sessenta e
quatro reais) à título de indenização por dano material.

DOS REQUERIMENTOS FINAIS


Diante de todo exposto requer:
A) O benefício da justiça gratuita, uma vez que não tem condições financeiras de arcar com as
custas do processo e honorários advocatícios;
B) O acolhimento das preliminares para que seja declarada a extinção do processo, conforme art.
267 do CPC;
C) A Total improcedência da ação ante a culpa exclusiva da vítima;
D) Pugna pela improcedência da reparação em danos materiais haja certa a inocorrência destes, eis
que não há qualquer comprovação de dano material provocado pela demandada;
E) Pugna pela improcedência dos danos morais, eis que não houve indícios ou comprovações da
ocorrência de violação a honra, abalo psicológico, descaso ou constrangimento do autor;
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F) Requer seja determinada ao autor a juntada das 03 (três) ultimas declaração do imposto de
renda e cópia autenticada de sua CTPS, documentos indispensáveis à finalização da tese da
demandada. No caso de justificativa no sentido de não possuí-los, quanto as declarações de
imposto de renda requer seja determinada a apresentação pela Receita Federal, e no caso da CTPS,
seja oficiado o MTE para que apresente os dados cadastrais do autor. Pretende-se provar com tais
documentos o fato de que o autor era desempregado e que exercia “bicos”;
G) Requer a condenação dos autores no pagamento de indenização por danos materiais causados à
demandada no valor de R$1.064,00 (um mil e sessenta e quatro reais);
H) Requer a condenação dos requerentes em todos os ônus do processo, a condenação por
litigância de má-fé e pagamento de honorários advocatícios na ordem de 20% do valor da causa;
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito permitidos, notadamente as já
requeridas, depoimento pessoal de ambos os requeridos, oitiva de testemunhas, juntada de novos
documentos e tudo mais que se fizer necessário.
Nestes Termos,

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