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INTRODUÇÃO
Est resumo foi extraído a partir da Obra do Autor Gesiel de Souza Oliveira: "Sinopse
histórico-geográfica do Amapá", ao copiar conteúdo, favor citar a fonte
www.papojuridiques.com.br, caso queira receber a obra na integralidade em forma de e-
book enviar solicitação para o e-mail laiana.mimosinha@gmail.com
A área que hoje pertence ao Amapá, nem sempre teve sua configuração cartográfica
como hoje, na verdade seu espaço foi fruto de muita discussão diplomática envolvendo
até mesmo conflitos pela posse da área.
Origem etimológica: Sua origem, embora controversa, parece vir do tupi ama'pa, nome
de uma árvore das Apocynaceae
A denominação Amapá : uma outra versão, pelo que tudo indica mosta que o termo é
originado do lago homônimo, cuja designação aparece documentada no século XVIII.
Portugal ainda fazia parte da União Ibérica, e esta faixa de terra foi doada a Bento
Maciel Parente.
O Rei Felipe IV, também o nomeou como Governador do Estado do Maranhão e Grão-
Pará, criado em 1621, com sede em São Luís.
Assim em 30 de maio de 1639, Bento Maciel foi empossado da Capitania do cabo Norte,
e logo após levantou um fortim: o do Desterro(em Almerim), localizado a seis léguas da
foz do Rio Paru, que ficou conhecido como “Forte do Paru”.
Bento M. Parente pouco fez para procurar efetivar o plano de colonização e ocupação
destas terras, sempre ocupado com os problemas administrativos do Estado do qual era
governador
em 1641: caiu em mãos dos holandeses que se apoderaram de são Luís, onde se
encontrava Bento M. Parente, e onde veio a falecer pouco depois em 1645.
Seu sucessor foi seu filho Bento Maciel Parente Júnior, também experimentado
sertanista e conhecedor, no entanto, como o seu pai, também não se ocupou da
Capitania, e logo após a sua Morte teve a sucessão Vital Maciel Parente, que também
pouco realizou. Retornando assim a concessão para o domínio português que a anexou
à capitania do Grão-Pará
Tratado de Ultrech-1713: definiu, que a fronteira do Brasil com a França era delimitada
pelo Rio Oiapoque.
A segunda fase deste embate Luso-Francês, agora diplomático, tem início já no séc.
XVIII, após a instalação dos franceses em Caiena, a partir desta fase, a pretensão
francesa foi dominar a margem norte da Foz do Amazonas;
Advogado brasileiro: Barão do Rio Branco (José da Silva Paranhos Júnior). Foto abaixo:
laudo favorável à tese brasileira através da sentença que efetivou o Rio Oiapoque como
limite perene entre o Brasil e França
árbitro da questão foi a Suíça, essa sentença foi prolatada pelo Presidente da
Confederação Suíça (Walter Hauser); este documento pôs fim ao conflito de fronteiras
com a França
Artigo II – A partir da cachoeira principal deste rio Oiapoque até a fronteira holandesa, a
linha de divisão das águas da Bacia Amazônica, que nesta região é constituída da
quase totalidade pela linha do fastígio da Serra de Tumucumaque, forma o limite interior.
1.3-FORTIFICAÇÕES:
A finalidade das construções de fortes na Amazônia eram voltadas, ente outras razões
para impedir a invasão da região por outros povos não portugueses; fiscalizar a coleta
das chamadas drogas do sertão e dominar os pontos estratégicos dos rios, facilitando a
fiscalização dos impostos ao tesouro português, fiscalizando, no caso da fortaleza de
São José de Macapá e o Forte do Presépio(1616) a desembocadura do Rio Amazonas,
entrada da Amazônia.
A partir do início do século XVII duas importantes medidas foram tomadas pelas coroas:
FORTES:
a) Ingleses:
Em 1623, no vale do Rio Cajari, denominadas de TILLETITE e UARIMUAÇÁ
-1630, estabeleceram-se ainda ente os rios Manacapuru (Vila Nova) e Matapi com o
Forte Felipe;
Nos dezoito anos de trabalhos na construção, muitas vidas foram consumidas, entre as
duas classes de mão-de-obra: a mão-de-obra livre, representada pelos oficiais, e
soldados do exército, capatazes e mestres de ofício; e a mão-de-obra compulsória,
representada em seu maior contigente por Indígenas capturados oficialmente na região,
seguida pelos negros africanos comprados pelo governo da capitania e forçados a
transportarem enormes blocos de rochas do Rio Pedreira para a construção da
Fortaleza de São José de Macapá. Foto abaixo:
BASE AÉREA DO AMAPÁ
O decreto que o criou (Decr. -lei nº5.812 de 13/09/43) estabeleceu também os três
primeiros Municípios: Macapá, Amapá e Mazagão
em 1995 foi criado o último Município chamado de Vitória do Jari, definido a atual
configuração do espaço territorial Amapaense. Abaixo amapá e seus 16 municípios.
Com esse objetivo, o Governo do Amapá abriu concorrência internacional que atraiu
vários grupos, inclusive estrangeiros, sendo declarada vencedora a Indústria e Comércio
de Minério do Amapá-ICOMI, empresa brasileira sediada em Belo Horizonte –MG.
ICOMI
ICOMI se associou, em 1949, à empresa americana Bethlehem Steel Corporation, mas
atendendo às exigências estabelecidas no contrato de concessão, a companhia
brasileira manteve o controle acionário do empreendimento
CAEMI
2.2 – O GRUPO CAEMI: do Quadrilátero Ferrífero ao Manganês do Amapá
Quando o projeto ICOMI deixou o Amapá, deixou para trás um rastro de problemas
ambientais, que vão do desmatamento da floresta nativa (seu plano de reflorestamento
não atingiu sequer 30% do previsto), imensos depósitos de resíduos de manganes,
contaminados por Arsênio, que provocou um grande pol6emica visto a possibiloidade de
contaminação dos solos, rios e águas subterrâneas, mormente nos povoados contíguos
às montanhas de depósitos depejadas próximo ao porto de Santana. Veja foto. A
pol6emica só encerrou quando os rejeitos foram vendidos para um empresa estrangeira
coma finalidade de servir para aquecer os altos fornos e movimentar termelétricas.
2.2.2- AMCEL
Esta empresa foi vendida pelo Grupo CAEMI à CHAMPION Papel e Celulose em 1996
2.2.3-CODEPA
CADAM
2.2.4-CADAM
A CADAM já pertenceu ao Grupo Mitsui e atualmente pertence à Cia Vale do Rio Doce;
explora o Caulim (rocha sedimentar orgânica) que é um tipo especial de argila e que
pode ser utilizado em diversos produtos, entre eles, na indústria farmacêutica, de tintas,
e no revestimento do papel
JARI
2.3- JARI FLORESTAL
Em 1967, a então Jari Indústria e Comercio S/A, como era denominada, foi vendida a
um magnata norte-americano Daniel Keith Ludwig
Localização do projeto
A Fábrica que nunca pára. A sua atividade é ininterrupta. A poluição gerada por ela, por
meio de uma neblina de fumaça, gera graves problemas respiratórios e epidermicos na
população de Vitória do jari, do outro lado do rio Jari , no estado do Amapá.
As crianças ficam expostas à poluição gerada pelo projeto
Implantado no Amapá, às margens do Rio Jarí, o projeto cobre uma área de 1,2
milhão de hectares.
O projeto Jari tinha como objetivo inicial produzir a rizicultura (arroz), bubalinocultura
(búfalos), suinocultura (porcos) e celulose, no entanto só este último vigorou com
eficiência.
Muitas críticas foram levantadas contra o projeto em relação à poluição do ar, água e
solo.
A Estrada de Ferro Jari foi construída para transportar a madeira cultivada das áreas
plantadas para a fabrica de celulose e também madeira nativa de segunda qualidade
resultante das áreas desmatadas para implantação da floresta cultivada, necessária
para a alimentação da usina termoelétrica que gera toda a energia do projeto. Dos 220
km projetados inicialmente foram construídos apenas 68 km.
Após 1981, o empresário, desgostoso com várias questões, resolveu suspender o fluxo
de capital que havia mantido durante tantos anos, e o governo brasileiro, decidiu então
convocar um grupo de 23 empresas brasileiras para assumir o controle do projeto
Augusto Antunes atuou como mediador entre Ludwig e o consórcio brasileiro, tendo
conseguido resolver o impasse de maneira razoável para todos, o que resultou na
tomada de posse do empreendimento pelo grupo brasileiro e a constituição, em 22 de
janeiro de 1982, da empresa Companhia do Jari, que assumiu o controle total do
empreendimento inclusive suas dívidas em Ienes, relativa ao financiamento das
plataformas no Japão
O grupo Caemi, principal empresa privada que assumiu então 40% das ações do Jari,
transferiu sua parte para o grupo Orsa.
Objetivo: consiste basicamente na Implantação de uma via navegável que cruze a ilha
de Marajó, da baía do Marajó ao braço sul do rio Amazonas, propiciando uma ligação
mais direta entre Belém e Macapá
Vai reduzir o percurso e o tempo entre o Amapá e o Pará, em até 1/3 do atual percurso
fluvial
Via: ligação dos rios Atuá e Anajás: canal artificial com 31,42km, da margem esquerda
do rio Anajás à margem esquerda do rio Atua
O projeto pretende explorar o ouro por sete anos, numa área de 800 hectares
A Transguianense:
permitirá ligar Macapá à Manaus e Caracas, passando por Caiena, Paramaribo,
Georgetown e Boa Vista.
Dos 590 km que separam Macapá de Oiapoque, somente 157 km estão asfaltados.
Esta é uma das estratégias que poderá tirar o Amapá do isolacionismo geográfico
MMX AMAPÁ: O Sistema MMX Amapá compreende a Mina Amapá e a Estrada de Ferro
do Amapá. O projeto também prevê a construção de uma planta de ferro gusa, uma
unidade de produtos semi-acabados e um terminal portuário no município de Santana
(Terminal Portuário de Santana).
A Mina Amapá tem potencial para produzir até 6,5 milhões de toneladas de minério de
ferro por ano. O início das operações inicou-se no segundo semestre de 2007. A
estimativa para a produção de ferro gusa é de 2 milhões de toneladas anuais, a partir de
abril de 2008. Desse total, 500 mil toneladas serão destinadas à produção de semi-
acabados e o restante (1,5 milhão de toneladas) à exportação. O terminal portuário
deverá entrar em operação em dezembro de 2007 e permitirá o armazenamento de até
500 mil toneladas de minério de ferro e a operação de navios do tipo Cape Size
(capacidade igual ou superior a 80 mil toneladas). Com uma jazida de minério de ferro
de padrão “world class” - com mais de 400 milhões de toneladas -, o Sistema possui
localização privilegiada para exportação, devido a sua proximidade aos mercados
europeu e norte-americano. A implantação do projeto provocou uma forte imigração
para a área, sendo os Municípios de Serra do navio e Pedras Branca do Amapari os
mais atingidos.
Possui um litoral com 242 Km de extensão, vai do Cabo Orange ao Cabo Norte
Fronteira:2.398Km
Pontos extremos: ao norte :Cabo Orange; ao Sul: foz do Rio Jari; a Leste O Cabo Norte;
a Oeste : a nascente do Rio Jari(na Serra do Tumucumaque)
Trata-se de uma fenômeno em que os raios do sol, no seu movimento aparente, incidem
diretamente sobre a linha do Equador.
a) uma interna, de relevo suavemente ondulado, com alturas médias de 100 a 200m,
mas que podem atingir extremos de 500m, constituída por rochas cristalinas
metamórficas e cobertas de floresta densa, onde encontramos os planaltos cristalinos
(porção oste do Estado) com grandes extensões de colinas e morros dominados por
cristais montanhosos como: a serra do tumucumaque (540m), Serra Lombarda, serra
Estrela, Serra Agaminuara ou Uruaitu, Serra do Naucouru, Serra do Navio, Serra do
Irataupuru, serra das Mungubas, Serra da Pancada, Serra do acapuzal, Serra do Culari,
serra do Aru, dentre outras.
b) A outro porção é formada por região costeira de planície, que se estende até o
Atlântico, ao leste e até o Amazonas, ao sul, formada por terrenos baixos e alagadiços e
por planícies aluviais nos baixos e médios cursos dos Rios. O relevo do Estado do
Amapá é pouco acidentado,
Hidrografia:
O Estado possui uma rica e vasta rede hidrográfica concentração de lagos ao norte do
Rio Araguari, (região de lagos- com cerca de 300 Km²)
Um dos espetáculos naturais fica no rio jari, a cachoeira de Santo Antonio. Veja foto:
Os lagos têm sua origem em antigas depressões limitadas por barreiras, que foram se
formando pela deposição de sedimento que estancaram a água.
À medida que a sedimentação continua, esses lagos deverão tornar-se, mesmo que
muito lentamente,cada vez mais rasos.
Pororoca:
Vegetação:
Formações florestados
ainda não apresenta um quadro crítico, tendo em vista a abrangência territorial desse
ecossistema
Floresta de Várzea:
configuram um ambiente primário florestal, de alto porte em plantas trepadeiras e
epífitas.
Ex. o Açaí, Bacaba, andiroba, buriti, Ucuúba ou Virola, seringueira, ubuçu, arumã, etc...
Economicamente é pressionada pela extração seletiva de madeiras, de palmitos e de
outros elementos típicos
compreende o canal do Norte do Rio Amazonas e áreas dos principais rios da região
sujeitas à inundações por ocasião do movimento das marés.
Manguezal:
Ocupa 2% do Estado.
Mata de Igapó:
São representados por áreas disjuntas, de difícil precisão de seus limites e dimensões,
com grandes limitações naturais em termos de uso e ocupação, e por conseqüência,
não ressentindo, até o momento de grandes pressões. Caracteriza-se pelo regime de
alagamento permanente ou pelo menos com alto grau de encharcamento do solo
durante a maior parte do ano.
vegetação esparsa,
estrato herbáceo-arbustivo
Os campos de Várzea são influenciados pelas águas das chuvas e pelo regime de
marés
áreas deprimidas,interligada por uma intensa rede de canais com inúmeros pequenos
lagos temporários ou permanentes.
Ocorre com maior intensidade na região que vai do Rio Araguari até o Cabo Orange, no
Oiapoque.
Esses índios não vivem isolados. Recebem todo tipo de apoio governamental: da
assistência saúde à orientação para melhorar a qualidade de vida através de novas
alternativas econômicas.
A luta dos índios para garantir a terra em que vivem e defender a sua cultura tem
chamado a atenção de Ongs, governos estrangeiros com o alemão e o apoio de
personalidades como Danielle Miterrand. A viúva do ex-presidente François Miterrand e
presidente da Fundação France Libertés visitou o Amapá em abril de 1996. Além de
oferecer apoio político, ela condenou duramente o decreto do governo federal que
permite contestação no processo de demarcação de terras indígenas.
A palavra Galibi designava os índios que viviam no litoral da Guiana francesa. Hoje são
encontrados no Amapá em apenas 3 aldeias. A língua original, Karib, foi substituída pelo
patoá, francês creolo da Guiana e o português, falado pela maioria dos homens adultos.
Assim como os Palikur, os Galibi também escolhem o chefe da aldeia por eleição direta.
Vivem da agricultura cujo principal produto é a mandioca brava, caça, pesca e
comercializam o excedente. Possuem também uma pequena indústria de construção
naval que produz pequenos barcos para toda a região.O governo do Estado proporciona
assistência na área, infra estrutura e mantém ainda escola bilíngue nas aldeias. Essa
sociedade vivia originalmente na Guiana Francesa e sua principal característica é o
instinto guerreiro. No século XVII, lutaram muito contra os índios Palikur e os franceses.
No século XVIII, com a chegada dos jesuítas, formaram o maior grupo das missões.
Quando os padres foram expulsos, eles se dispersaram.
No Brasil mora apenas um grupo, que chegou ao país em 1950. Vivem da caça e da
pesca e, como fonte de recurso, comercializam produtos agrícolas.
Todas as aldeias têm escolas administradas pelo governo do Estado. Possuem também
uma pequena indústria de construção naval que produz barcos para toda a região.
Próxima á reserva fica Oiapoque. Esta cidade, situada no ponto mais extremo do Brasil,
é a primeira da país a eleger um prefeito índio. A história dessa comunidade é marcada
por uma constante migração. Ora ocupavam a bacia de Uaçá sua área de origem, ora
se mudavam para a Guiana Francesa. Só no final da década de 80, com a demarcação
da reserva e a expulsão dos não-índios, é que a população começou a se fixar. Duas
aldeias ocupam essa área: a Juminã, com remanescentes dos índios Karipuna e Uaçá,
índios Galibi-Marworno.
Os índios Karipuna se consideram católicos mas não abrem mão das festas religiosas
tradicionais. O "Turé", por exemplo, tem ritos essencialmente indígenas que inclui
danças e cantos na língua maruane. Comercializam produtos agrícolas como cítricos,
café, inhame, banana e cana. A caça e a pesca são utlizados exclusivamente para o
consumo local. A migração tem aumentado por causa do crescimento da população. No
entanto, os homens ficam fora apenas por alguns períodos, enquanto as mulheres
raramente retornam às aldeias. Os Palikur têm uma miscigenação rara entre os índios.
Entre 1930 e 1940, chegaram à aldeia famílias negras vindas da Guiana Francesa e
seus descendentes assumem a identidade da tribo. Mesmo com esse contato, os índios
mantém a tradição de se organizar em clãs formados a partir da linhagem paterna.
Dessa forma, os filhos de pais não mestiços são aceitos pela comunidade mas não
podem pertencer a nenhum clã. Os Palikur estão localizados no Estado do Amapá e na
Guiana Francesa, no Amapá eles habitam ao longo do rio Urukaua, situado na bacia do
rio Uaca, na região do município do Oiapoque; na Guiana Francesa eles habitam em
bairros nas cidades de Caiena e Saint Georges e as margens do rio Oiapoque. Dentre
as tres etnias que habitam ao longo da bacia do Uacá - Galibi-Marworno, Karipuna e
Palikur -, os Palikur são os únicos procedentes da própria região e também são os
únicos que mantiveram sua língua original. Esta etnia é mencionada nos relatos
históricos desde 1513. Durante mais de três séculos, os povos indígenas da região do
norte do Amapá mantiveram intensas trocas com os comerciantes franceses a ponto de
despertar a preocupação da coroa portuguesa, que passou a exercer uma caça sem
tréguas aos índios identificados como aliados franceses. Neste contexto, os Palikur,
apesar de considerados "amis de francois", são das poucas etnias, das diversas que
existiam na região, que conseguem sobreviver a perseguição empreendida pelos
portugueses. Atualmente, os Palikur são, em sua maioria, crentes. Foram evangelizados
por missionários protestantes no final da década de 40 e por conta da religião cristã não
realizam mais suas festas tradicionais, como a festa de Ture e do Tambor. Assim como
os outros povos indígenas do Uaca, os Palikur vivem da caça, pesca e da
comercialização da farinha nas cidades do Oiapoque, Caiena e Saint George. Para fugir
da catequização dos jesuítas os índios Waiapi, no século XVII, abandonaram sua área
de origem, baixo Xingu no estado do Pará, e ocuparam o ponto mais extremo do Brasil,
entre os rios Oiapoque, Jari e Amapari. Os Waiapi quase foram extintos no começo do
século por causa do contato com os extrativistas como os seringueiros. Na década de
70 enfrentaram o mesmo problema com os garimpeiros que invadiram a área, a partir da
recém-chegada Rodovia Perimetral Norte. Nos anos 80, os Waiapi conseguiram
expulsar os invasores e, desde então, mantêm constante vigilância nos limites de sua
terra. Nesse período assumiram a faiscação de ouro aluvionar, uma atividade que eles
realizam dentro do seu ciclo tradicional de atividades extrativistas e que atende a
algumas de suas necessidades (armamento, tecidos, redes). Nos garimpos controlados
pelos índios, não se usa mercúrio e as áreas trabalhadas são convertidas em
plantações de frutíferas. Além disso, os waiapi estão na agro-silvicultura em alguns
trechos das picadas da demarcação . Hoje, eles são
Muita polêmica em torno do maior parque de floresta tropical do mundo a ser criado no
Amapá por Decreto-Lei. O anúncio da criação do Parque Nacional de Tumucumaque,
pelo presidente Fernando Henrique, durante o lançamento da Agenda 21: uma carta
com propostas para o desenvolvimento sustentável do Brasil. A agenda de
compromissos com o meio ambiente reúne ações que vão do combate ao desperdício
de recursos naturais ao combate à pobreza. Foram cinco anos de atividades para se
chegar à Agenda 21 brasileira. Quarenta mil pessoas, entre especialistas do setor
público e de organizações não governamentais, participaram do trabalho.O Parque de
Tumucumaque fica no Amapá, na fronteira do Brasil com Guiana Francesa e o
Suriname. Com 3,8 milhões hectares de área, quase do tamanho do Rio de Janeiro,
será o maior parque de floresta tropical do mundo, tamanho maior que o da Bélgica.
Polêmica
Houve uma pressão contra parque gigante em função de que o Amapá quer uma
compensação pelo Parque Tumucumaque. O Conselho Estadual do Meio Ambiente do
Amapá (Coema) tentou pedir ao então presidente Fernando Henrique Cardoso a
suspensão da assinatura do decreto que criou o Parque Nacional do Tumucumaque, a
maior área de proteção ambiental do mundo com 3,8 milhões de hectares, território
maior que a Bélgica. O Coema propôs ao Ministério do Meio Ambiente que realize
consultas públicas para discutir a inclusão no projeto de medidas compensatórias para o
Estado, já que o novo parque consumirá 26% da área total do Amapá. O governo e
outros organismos ambientais estão preocupados com possíveis impactos econômicos
e sociais negativos porque o Parque do Tumucumaque e outras áreas de preservação já
existentes comprometem mais de 50% da área total do Estado do Amapá. Assim temos
que pensar na preservação ambiental conciliando a agenda social e econômica do
Estado, já que essa área não poderá sofrer ocupação, uma idéia seria a criação do
ICMS Ecológico para manter a reserva classificada como de alta relevância de
biodiversidade, conforme entendem alguns analistas. A justificativa oficial é que "Além
da criação da reserva, o Amapá irá se credenciar em nível internacional para o
recebimento de investimentos pelos serviços ambientais que estará prestando ao
mundo". O parque está situado numa área especial de preservação da biodiversidade
em floresta tropical, e terá setores específicos para ecoturismo e pesquisa ambiental.
"A única coisa que se coloca entre um homem e o que ele quer na vida é normalmente e
meramente a vontade de tentar e a fé para acreditar que aquilo é possível."( Richard M.
Devos