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Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto


Abril / 2006 ISBN 85-86686-36-0
Protensão e Industrialização de Estruturas de Concreto
Trabalho SIMP0076 - p. 2002-2014

UTILIZAÇÃO DE PILARES PRÉ-MOLDADOS PROTENDIDOS NAS


EDIFICAÇÕES MULTI PISO

The use of Precast and Prestressed Concrete Columns for Multi-Storey Buildings

MOTA, Joaquim Eduardo (1);

(1) Doutorando, Departamento de Engenharia de Estruturas-EESC-USP


email: joaquim@sc.usp.br
Escola de Engenharia de São Carlos – USP
Departamento de Engenharia de Estruturas – Fone:0xx1633739474
Av. Trabalhador Sancarlense, 400
CEP: 13566-590
São Carlos – SP.
Brasil

Resumo
Na elaboração do projeto de edificações multi-piso pré-moldadas de concreto, a tradicional utilização de
ligações articuladas viga-pilar impõe à estrutura uma esbeltez elevada, com efeitos não lineares físicos e
geométricos importantes. Resulta que, na maioria dos casos, são necessários pilares de concreto armado
com seções transversais bem maiores que as utilizadas no caso de estruturas similares moldadas in loco.
Essa desvantagem econômica e arquitetônica acaba por limitar a altura destas estruturas pré-moldadas.
Alternativas como a utilização de ligações viga-pilar do tipo rígidas e semi-rígidas têm sido propostas para
aumentar a rigidez global destas estruturas e ampliar o seu campo de utilização. Examina-se neste trabalho
as vantagens de se combinar armaduras ativas e passivas nos pilares destas estruturas. Normalmente a
rigidez secante, de pilar de concreto armado, utilizada na análise não linear, destas estruturas, corresponde
a 40% da rigidez bruta da seção. Mostra-se, neste trabalho, que a presença da protensão pode elevar este
percentual para a ordem de até 70%, representando assim um significativo enrijecimento global da
estrutura. Um exemplo numérico é então apresentado evidenciando a eficácia desta alternativa de projeto.
Palavras-Chave: concreto pré-moldado, pilar protendido, instabilidade global, edifícios multi-pisos.

Abstract

This paper discuss the advantage in the use of prestressed columns for precast multi-storey buildings.
In precast buildings, we normally use pinned beam-column connection. In this situation, the secant flexural
rigidity for a common reinforced column, at ultimate state, is about 40% of the gross cross section rigidity.
We will show that the combination of the passive reinforcement with prestressing steel can increase this
percentage just a value about 70%. This gain in rigidity is very important for the global stability analysis. A
numeric example is also presented to demonstrate the effectiveness of this design strategy.

Keywords: precast concrete, prestressed columns, global instability, multi-storey buildings.

Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 2002


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1 Introdução
Na elaboração do projeto de edificações multi-piso pré-moldadas de concreto, a
verificação da estabilidade global da estrutura ou de elemento isolado é freqüentemente a
etapa mais delicada do processo. A tradicional utilização de ligações articuladas viga-pilar
impõe à estrutura uma esbeltez elevada. Como conseqüência, o projetista se vê obrigado
a utilizar pilares de concreto armado com seções transversais bem maiores que as
utilizadas no caso de estruturas similares moldadas in loco. Essa desvantagem
econômica e arquitetônica acaba por limitar a altura destas estruturas pré-moldadas.
Alternativas como a utilização de ligações viga-pilar do tipo rígidas e semi-rígidas têm sido
propostas para aumentar a rigidez global destas estruturas e ampliar o seu campo de
utilização.
Examina-se neste trabalho as vantagens de se combinar armaduras ativas e
passivas nos pilares destas estruturas visando o aumento da sua rigidez.
Normalmente a rigidez secante, de pilar de concreto armado, utilizada na análise
não linear destas estruturas, corresponde a 40% da rigidez bruta da seção. Isto se dá pelo
fato do pilar trabalhar em balanço com momentos fletores elevados comparados com a
força normal. A utilização da protensão é, portanto, uma estratégia que visa aumentar
artificialmente a sua compressão mobilizando mais área de concreto na composição de
sua rigidez no estado limite último.1
Na análise deste tipo de estrutura é obrigatória a consideração tanto da não
linearidade física como da geométrica no modelo
A consideração completa da não linearidade física, passa pela determinação da
relação força normal-momento fletor-curvatura (NMC), das várias seções transversais dos
elementos que compõem a estrutura. Isto implica na necessidade de pré-fixação de uma
armadura para estas seções, na implementação computacional das relações constitutivas
dos materiais e dos critérios de ruína para o comportamento conjunto aço-concreto. Tudo
isto, porque o equilíbrio interno na seção deve agora ser estabelecido levando em conta a
fissuração, a fluência e ainda o escoamento da armadura que são os fatores básicos da
não linearidade física do concreto armado.
Mantida a hipótese de seções planas, vê-se na figura 1 o conjunto de forças
internas mobilizadas para uma dada curvatura f da seção com encurtamento máximo do
M
concreto igual a e1. A rigidez secante é dada por: EI sec =
ϕ
1
Rs1
Rc
Rs2
M M
R
CG Rs3
1
N N
Rs4 1+ 2 1
= =
H R
Rs5
M= E I sec x
2

Figura 1 – Equilíbrio Interno na Seção

Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 2003


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Na prática, tem-se procurado contornar o problema acima, adotando-se uma


redução na rigidez bruta das seções como alternativa para simular a não linearidade física
do material. Procura-se, assim, estimar uma rigidez secante para o nível de solicitação
que se pretende analisar. Podemos ter então uma rigidez secante para um nível de carga
de serviço, quando se deseja examinar estados limites de utilização, por exemplo,
deslocamentos excessivos; ou ainda trabalhar com uma rigidez secante para um nível de
carga de ruína para as verificações de estado limite último, conforme ilustrado na figura 2.

M
N=N d = cte
Mu Ruína
(ELU)

Serviço
(ELS)
Ms
M N
CG

EIsec
EIsec

1/R s 1/R u 1/R

Figura 2 – Relação Força Normal – Momento – Curvatura e Rigidez Secante

De uma forma geral, a redução se dá na rigidez à flexão dos elementos e pode ser
expressa por:
EI sec = α × E c I [1]
onde:
α = fator de redução da inércia .
Ec = módulo de elasticidade do concreto, normalmente o tangente inicial.
I = momento de inércia à flexão da seção bruta de concreto.

2. Relação Força Normal - Momento - Curvatura


Do ponto de vista teórico, a rigidez secante de uma seção de concreto deve ser
obtida diretamente da relação Força Normal – Momento – Curvatura (NMC), conforme
pode ser visto na Fig 2. A geração da curva NMC é assunto já bem desenvolvido na
literatura. 5, 6, 7, 8 Os passos básicos são os seguintes:

a) Estabelecimento da relação Tensão-Deformação do Concreto

Pode-se adotar o diagrama parábola retângulo da NBR6118-03, como visto na


figura 3:

Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 2004


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Figura 3 – Relação Tensão x Deformação no Concreto

⎡ ⎛ ε c ⎞2 ⎤
σ c = β × f cd × ⎢1 − ⎜1 − ⎟ ⎥ [2]
⎢⎣ ⎝ 2 ⎠ ⎥⎦

O parâmetro b dependerá do tipo de análise que se deseja. Para determinação do


momento último (Mu) tomaremos b=0,85 para levar em conta o efeito de cargas de longa
duração. Para a obtenção da rigidez secante a NBR6118 indica b=1,10 porque agora
estamos examinando o elemento como um todo e não apenas a sua seção crítica. 2,4

b) Relação Tensão-Deformação dos Aços

Adotam-se os diagramas de cálculo das figuras 4 e 5.

Figura 4 - Diagrama com patamar de escoamento para o aço passivo CA-50A

Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 2005


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Figura 5 - Diagrama bilinear para o aço de protensão (ativo) CP190-RB:

No caso do aço de protensão deve-se fornecer o valor do pré-alongamento que


corresponde ao estiramento do mesmo, na situação de peça descarregada e no tempo
infinito (t=∞), considerando, portanto, as perdas imediatas e diferidas. Este valor (epo) é
menor que o alongamento inicial do aço na pista de protensão e normalmente vale de 5 a
6,5 mm/m.

Assim sendo, o alongamento final do aço de protensão será dado por:

ε p = ε p1 +ε p 0 [3]
onde
ep1 = Alongamento suplementar do aço de protensão provocado pelas cargas
externas e devido a sua aderência com o concreto.

c) Montagem das Equações de Equilíbrio Interno e Estabelecimento dos


Critérios de Ruína

Conhecido o valor de uma curvatura f e o encurtamento máximo do concreto ec é


possível determinar os esforços internos (N e M) conforme o esquema da figura 6, abaixo.
c
Rs1 Rp 1
p1,1
Rc
Rs2 Yp 1
Yc
M
Ys2
CG Rs3
H

c + s* N
=
Rs4 H

Armadura Ativa (CP190-RB)


Armadura Passiva (CA-50A)
Rs5 Rp 2
s= p1,2

s*
N = Rc + (Rsi + Rpi)

M Rc x
= Yc + (Rsi x Ysi + Rpi x Ypi)

Figura 6 – Equilíbrio Interno da Seção

Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 2006


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As posições limites que caracterizam as situações de ruína estão representadas


pelos pólos A,B e C do conhecido diagrama de deformação do ELU apresentado na figura
7 abaixo.

Figura 7 – Deformação para Estado Limite Último – Solicitações Normais

d) Implementação Computacional

A obtenção da curva NMC é feita por programa computacional gerando-se tabelas


ou ábacos. Na figura 8 abaixo temos um diagrama de bloco para a implementação
computacional do processo.
c
INICIO
2 3,5
B
Dados: 3/7H
Seção
Material
Nd*

3 C
10 H/R [0, 15]

c [0, 3.5]

Cálculo de Nd

Não
Nd=Nd*
A

Sim 10 M
Ruína
Cálculo de Md (ELU)
Obtém-se um par Mu
[1/R,Md]

CURVA
N-M-1/r

Não E.L.U.

Sim

FIM
3
10 H/R

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Figura 8 – Fluxograma para Implementação Computacional


3. A Rigidez Secante Conforme a Nova NBR6118-03
Primeiramente, devemos observar, que para uma análise não linear, a nossa
norma de Ações e Segurança, a NBR-8681, estabelece, que as ações crescem até o
valor máximo dado por:

γ f × Fk
Fmáx = [4]
γ f3
Uma solicitação obtida numa análise não linear para o nível de ação máxima (Fmáx),
será designada por Smáx e o seu valor de cálculo para o dimensionamento será dado por:

S d = γ f 3 × S máx [5]

A NBR-6118-03 considera então gf3 =1,1 e define a rigidez secante pela inclinação
de uma reta AB, onde A está na origem e B é o ponto correspondente à ordenada
M=MRd/1,1 sobre a curva NMC da seção considerada, conforme a figura 9 abaixo.

Figura 9 – Obtenção da Rigidez Secante conforme a NBR 6118-03

A obtenção de EIsec passa então primeiro pela determinação do momento resistente Mrd,
por meio da curva NMC com b=0,85; e em seguida pela construção da curva NMC com
b=1,1 até encontrarmos o ponto B: [(1/r)*;(Mrd/1,1)]. A rigidez secante será, portanto:

M Rd / 1,1
EI sec = [6]
(1 / r ) *

Foi desenvolvido então um programa computacional denominado de RIGSEC para


o cálculo da rigidez secante, seguindo o roteiro da NBR6118-03, para pilares de seção
retangular considerando a presença de armaduras ativas e passivas.

Pode-se definir ainda a rigidez secante adimensional dada por:

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EI sec
κ= [7]
( Ac h 2 f cd )

O interesse na rigidez secante adimensional é que ela pode ser apresentada como
um novo parâmetro nos conhecidos ábacos de interação força normal-momento fletor -
armadura da seção.

Na figura 10, temos um ábaco (n-m-w-k) retirado da referência [4], para o caso
de seção retangular com arranjo de armadura uniformemente distribuída.

O ábaco nos permitirá estabelecer algumas conclusões importantes sobre a rigidez


secante e os parâmetros que intervêm no seu valor.

Primeiramente podemos escrever uma expressão relacionando a e k.

12k f ck
α= [8]
7840

Ac × h 2
Esta expressão decorre de tomarmos em [7] : E = 5.600 f ck ; I =
12
Considerando agora, que por questões de instabilidade e limitação dos esforços de
P π 2 Ec I
2ª ordem, que a força normal máxima não deva ultrapassar crit = 0,20 , nem o
5 (l e ) 2
valor de P0 (carga centrada máxima para rmáx= As/Ac=4%), teremos para nmáx:

Nd 15680 25
ν máx = = 2 ou (0,85 + ) [9]
Ac × f cd λ f ck f ck

Tabela 2 – Relação lxn para fck=40 MPa


l 40 60 90 120
nmáx 1,48 0,69 0,31 0,17

Tomando ainda uma taxa de armadura máxima no pilar igual a 4% (rmáx = 4%)
teremos então:
25
ω máx ≅ [10]
f ck

Analisemos agora, utilizando o ábaco, o caso de uma coluna com l=40, portanto
sem efeito de 2ª ordem local importante. Poderíamos ir até n=1,48. Tomando n=1, por
exemplo, teríamos no ábaco, para w=0,6 , um valor de k=85 que corresponde a um a=0,82.
Mesmo para w=0,3 , teríamos k=65 e a=0,63.

Se a mesma seção agora pertence a um pilar com l=120, portanto, com efeito de
2ª ordem local importante, poderíamos ir apenas até n=0,17. Para (n=0,15; w=0,6) temos
k= 47 e, portanto a=0,46, sendo este, praticamente, o maior valor de a possível.
Diminuindo a armadura: (n=0,15; w=0,2), temos k=25 e a=0,24.

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Figura 10 – Ábaco de Dimensionamento e de Rigidez Secante

Anais do VI Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto. 2010


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Verifica-se, assim, que para pilares esbeltos somos obrigados a trabalhar com
valores de n mais baixos, o que acarreta a diminuição da rigidez secante. Para melhorar
esta situação, devemos aumentar o esforço normal sem tornar mais crítica a estabilidade.
Isto poderá ser feito, por exemplo, de forma indireta por meio de uma protensão, o que
será visto no exemplo seguinte.

O ábaco não dispensa, contudo, a utilização de processos iterativos quando a não


linearidade geométrica estiver presente.

5. Exemplo
Trata-se de um pilar típico de estrutura pré-moldada para edifício tipo multi-piso,
com ligação viga-pilar articulada e uma altura total de 12m. Considerou-se a carga vertical
dos pavimentos e uma carga horizontal de vento, conforme se observa na figura 11
abaixo.
P
qh P = 500 kN qh = 3,5 kN/m
12,00
5
fck = 40MPa
Ec = 35,4GPa
3m

P Seção Transversal:
9,00
4

21,5
3m

P 10,5
6,00
3
h=55

0
3m

-10,5
P
3,00 -21,5
2

b=55
3m

Ac = 0,3025m2
0,00 1 I = 0,0076m4
As,tot = 16Ø20 = 50,24cm2
r = 1,66%

Figura 11 – Esquema de carga e seção transversal

A não linearidade geométrica foi tratada pelo programa desenvolvido na referência


[9]. O método utilizado trabalha com o conceito de matriz de rigidez geométrica e obtém a
resposta não linear pela superposição dos primeiros modos de flambagem da estrutura.
Numa 1ª análise com rigidez bruta total EI encontramos, a partir da 1ª carga crítica, um
comprimento efetivo de flambagem l e = 16m ⇒ λ = 101.

A carga axial total de cálculo no trecho inicial 1-2 será:

Nd
N d = 1,4 × 4 P = 1,4 × 4 × 500 = 2800kN ; N máx = = 2545kN
1,1

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2545 50,24 × f yd
ν= = 0,29 (ν max = 0,25) ; ω = = 0,25
0,3025 × f cd 55 × 55 × f cd

Como o valor de n ultrapassou o máximo recomendado o problema deve


apresentar elevado efeito de 2ª ordem.

Para os dados acima temos:

Tabela 1 – Valores de a
Formulação NBR6118 ÁBACO
a 0,40 0,39 (k=40)

Fazendo então uma análise não linear geométrica com EI sec = 0,4 EI ; obtemos:

Tabela 2 – Momentos Fletores na Base


Análise Momento na Base
(kNxm)
1ª Ordem 320
1ª+2ª Ordem 668

Observa-se que o problema é fortemente não linear sendo o momento total da


ordem do dobro do momento de 1ª ordem.

Verificando o dimensionamento da seção da base, temos:

N d = 2800 ν = 0,32
⇒ ω = 0,20 → As ,tot = 39,7cm 2 < As ,existente (OK !)
M d = 1,1 × 668 = 734,8 µ = 0,15

Algumas iterações ainda poderiam ser feitas aproximando a armadura existente


com a calculada, entretanto a diminuição de armadura acarretaria uma nova queda da
rigidez secante.

Seja agora o mesmo pilar, porém com armadura ativa conforme a figura 12 abaixo.

fck=40MPa
As=8Ø16=16,08cm2
Ap= 16Ø12.7=16cm2
Cordoalha - CP 190RB
p0= 6,5mm/m
55

Figura 12 – Seção Transversal – Caso II


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Para representar a protensão no ábaco consideramos um aumento da carga


externa correspondente à força instalada de protensão tomada igual a:

∆N = 120 × 1,4 × 16 = 2688 kN


2545 + 2688 16,08 × f yd
ν= = 0,61 ; ω = = 0,08
0,3025 × f cd 55 × 55 × f cd

Este novo valor de n não deve ser comparado com máximo recomendado, pois a
ação da protensão aderente não produz efeito de 2ª ordem.

Com este acréscimo de carga, encontramos:

Tabela 3 – Valores de a
Formulação NBR6118 ÁBACO
a 0,60 (*) 0,64 (k=67)
(*) Obtido pelo RIGSEC que admite armaduras ativas e passivas, manteve-se neste
caso a força normal igual à força real externa.

A análise não linear geométrica com EI sec = 0,6 EI , nos fornece:

Tabela 4 – Momentos Fletores na Base


Análise Momento na Base
(kNxm)
1ª Ordem 320
1ª+2ª Ordem 479

O momento total agora é da ordem de uma vez e meia o momento de 1ª ordem


indicando que houve uma redução do grau de não linearidade do problema.

Verificando o dimensionamento da Seção da Base também pelo programa


RIGSEC, temos:

N d = 2800 N u = 2800
M d = 1,1 × 479 = 526,9 M Rd = 625 > M d (OK !)

Como se sabe, a utilização de armadura ativa em peças comprimidas diminui o seu


momento resistente porque estas armaduras ficam sempre alongadas. Por outro lado,
ocorre um aumento da rigidez secante. No caso em estudo, o aumento foi de 50%:
α = 0,40 → 0,60 . Com o aumento da rigidez o momento de 2ª ordem diminui fazendo cair
o momento total o que acaba compensando a queda do momento resistente da seção.

Outras vantagens da utilização de armadura ativa em pilares seriam a prevenção


eficiente do aparecimento de fissuras nas fases de transporte e montagem e a redução
dos deslocamentos horizontais em serviço.

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6. Conclusões
A utilização da protensão pode melhorar a estabilidade de colunas esbeltas pré-
moldadas, viabilizando, assim, soluções não admissíveis em concreto armado.

Esta técnica em combinação com outras estratégias, como a utilização de


ligações semi-rígidas, pode ampliar o campo de aplicação das estruturas pré-moldadas
tornando-as uma solução atraente tanto do ponto de vista arquitetônico como econômico.

Os ábacos (n-m-w-k) permitem uma boa visualização gráfica do problema da


obtenção da rigidez secante e da influência dos diversos parâmetros; contendo, assim,
valiosas informações para a orientação do projetista.

7. Referências
1. AHMED,B.S; NAAMAN,A.E. “ A New Design Methodology for the Ultimate Capacity of
Slender Prestressed Concrete Columns”; PCI Journal (January-February 2003).
2. FRANÇA, Ricardo Leopoldo e Silva; “Contribuição ao estudo dos efeitos de segunda
ordem em pilares de concreto armado; Tese de Doutorado, EPUSP; 1991
3. BUCHAIM, Roberto; “Efeitos de Segunda Ordem e Estado Limite Último de
Instabilidade em Pilares de Concreto”; Tese de Mestrado, EPUSP,1979.
4. OLIVEIRA, Patrícia Helena de Andrade Sartori; “Processo Aproximado Para
Consideração da Não Linearidade Física de Pilares em Concreto Armado” ; Tese de
Mestrado, EPUSP, 2004.
5. SANTOS, Lauro Modesto; “ Sub-Rotinas Básicas do Dimensionamento de Concreto
Armado”; THOT Editora Ltda – São Paulo, 1994.
6. SUSSEKIND, José Carlos; “Curso de Concreto- vol II”; Editora Globo – Rio de
Janeiro, 1987.
7. FUSCO, Péricles Brasiliense; “Estruturas de Concreto: Solicitações Normais –Estados
Limites Últimos – Teoria de Aplicações” ; Ed. Guanabara Dois,1981, Rio de janeiro.
8. SANTOS, Lauro Modesto; “Estado Limite Último de Instabilidade”; Publicação avulsa
do Capítulo M do Volume 3 da obra “Cálculo de Concreto Armado”; EPUSP, 1987, São
Paulo.
9. MOTA, J.E; “Aplicação do Método da Superposição Modal na Análise Estática Não
Linear de Estruturas”; Tese de Mestrado – COPPE/UFRJ, 1986, Rio de Janeiro.

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