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The use of Precast and Prestressed Concrete Columns for Multi-Storey Buildings
Resumo
Na elaboração do projeto de edificações multi-piso pré-moldadas de concreto, a tradicional utilização de
ligações articuladas viga-pilar impõe à estrutura uma esbeltez elevada, com efeitos não lineares físicos e
geométricos importantes. Resulta que, na maioria dos casos, são necessários pilares de concreto armado
com seções transversais bem maiores que as utilizadas no caso de estruturas similares moldadas in loco.
Essa desvantagem econômica e arquitetônica acaba por limitar a altura destas estruturas pré-moldadas.
Alternativas como a utilização de ligações viga-pilar do tipo rígidas e semi-rígidas têm sido propostas para
aumentar a rigidez global destas estruturas e ampliar o seu campo de utilização. Examina-se neste trabalho
as vantagens de se combinar armaduras ativas e passivas nos pilares destas estruturas. Normalmente a
rigidez secante, de pilar de concreto armado, utilizada na análise não linear, destas estruturas, corresponde
a 40% da rigidez bruta da seção. Mostra-se, neste trabalho, que a presença da protensão pode elevar este
percentual para a ordem de até 70%, representando assim um significativo enrijecimento global da
estrutura. Um exemplo numérico é então apresentado evidenciando a eficácia desta alternativa de projeto.
Palavras-Chave: concreto pré-moldado, pilar protendido, instabilidade global, edifícios multi-pisos.
Abstract
This paper discuss the advantage in the use of prestressed columns for precast multi-storey buildings.
In precast buildings, we normally use pinned beam-column connection. In this situation, the secant flexural
rigidity for a common reinforced column, at ultimate state, is about 40% of the gross cross section rigidity.
We will show that the combination of the passive reinforcement with prestressing steel can increase this
percentage just a value about 70%. This gain in rigidity is very important for the global stability analysis. A
numeric example is also presented to demonstrate the effectiveness of this design strategy.
1 Introdução
Na elaboração do projeto de edificações multi-piso pré-moldadas de concreto, a
verificação da estabilidade global da estrutura ou de elemento isolado é freqüentemente a
etapa mais delicada do processo. A tradicional utilização de ligações articuladas viga-pilar
impõe à estrutura uma esbeltez elevada. Como conseqüência, o projetista se vê obrigado
a utilizar pilares de concreto armado com seções transversais bem maiores que as
utilizadas no caso de estruturas similares moldadas in loco. Essa desvantagem
econômica e arquitetônica acaba por limitar a altura destas estruturas pré-moldadas.
Alternativas como a utilização de ligações viga-pilar do tipo rígidas e semi-rígidas têm sido
propostas para aumentar a rigidez global destas estruturas e ampliar o seu campo de
utilização.
Examina-se neste trabalho as vantagens de se combinar armaduras ativas e
passivas nos pilares destas estruturas visando o aumento da sua rigidez.
Normalmente a rigidez secante, de pilar de concreto armado, utilizada na análise
não linear destas estruturas, corresponde a 40% da rigidez bruta da seção. Isto se dá pelo
fato do pilar trabalhar em balanço com momentos fletores elevados comparados com a
força normal. A utilização da protensão é, portanto, uma estratégia que visa aumentar
artificialmente a sua compressão mobilizando mais área de concreto na composição de
sua rigidez no estado limite último.1
Na análise deste tipo de estrutura é obrigatória a consideração tanto da não
linearidade física como da geométrica no modelo
A consideração completa da não linearidade física, passa pela determinação da
relação força normal-momento fletor-curvatura (NMC), das várias seções transversais dos
elementos que compõem a estrutura. Isto implica na necessidade de pré-fixação de uma
armadura para estas seções, na implementação computacional das relações constitutivas
dos materiais e dos critérios de ruína para o comportamento conjunto aço-concreto. Tudo
isto, porque o equilíbrio interno na seção deve agora ser estabelecido levando em conta a
fissuração, a fluência e ainda o escoamento da armadura que são os fatores básicos da
não linearidade física do concreto armado.
Mantida a hipótese de seções planas, vê-se na figura 1 o conjunto de forças
internas mobilizadas para uma dada curvatura f da seção com encurtamento máximo do
M
concreto igual a e1. A rigidez secante é dada por: EI sec =
ϕ
1
Rs1
Rc
Rs2
M M
R
CG Rs3
1
N N
Rs4 1+ 2 1
= =
H R
Rs5
M= E I sec x
2
M
N=N d = cte
Mu Ruína
(ELU)
Serviço
(ELS)
Ms
M N
CG
EIsec
EIsec
De uma forma geral, a redução se dá na rigidez à flexão dos elementos e pode ser
expressa por:
EI sec = α × E c I [1]
onde:
α = fator de redução da inércia .
Ec = módulo de elasticidade do concreto, normalmente o tangente inicial.
I = momento de inércia à flexão da seção bruta de concreto.
⎡ ⎛ ε c ⎞2 ⎤
σ c = β × f cd × ⎢1 − ⎜1 − ⎟ ⎥ [2]
⎢⎣ ⎝ 2 ⎠ ⎥⎦
ε p = ε p1 +ε p 0 [3]
onde
ep1 = Alongamento suplementar do aço de protensão provocado pelas cargas
externas e devido a sua aderência com o concreto.
c + s* N
=
Rs4 H
s*
N = Rc + (Rsi + Rpi)
M Rc x
= Yc + (Rsi x Ysi + Rpi x Ypi)
d) Implementação Computacional
3 C
10 H/R [0, 15]
c [0, 3.5]
Cálculo de Nd
Não
Nd=Nd*
A
Sim 10 M
Ruína
Cálculo de Md (ELU)
Obtém-se um par Mu
[1/R,Md]
CURVA
N-M-1/r
Não E.L.U.
Sim
FIM
3
10 H/R
γ f × Fk
Fmáx = [4]
γ f3
Uma solicitação obtida numa análise não linear para o nível de ação máxima (Fmáx),
será designada por Smáx e o seu valor de cálculo para o dimensionamento será dado por:
S d = γ f 3 × S máx [5]
A NBR-6118-03 considera então gf3 =1,1 e define a rigidez secante pela inclinação
de uma reta AB, onde A está na origem e B é o ponto correspondente à ordenada
M=MRd/1,1 sobre a curva NMC da seção considerada, conforme a figura 9 abaixo.
A obtenção de EIsec passa então primeiro pela determinação do momento resistente Mrd,
por meio da curva NMC com b=0,85; e em seguida pela construção da curva NMC com
b=1,1 até encontrarmos o ponto B: [(1/r)*;(Mrd/1,1)]. A rigidez secante será, portanto:
M Rd / 1,1
EI sec = [6]
(1 / r ) *
EI sec
κ= [7]
( Ac h 2 f cd )
O interesse na rigidez secante adimensional é que ela pode ser apresentada como
um novo parâmetro nos conhecidos ábacos de interação força normal-momento fletor -
armadura da seção.
Na figura 10, temos um ábaco (n-m-w-k) retirado da referência [4], para o caso
de seção retangular com arranjo de armadura uniformemente distribuída.
12k f ck
α= [8]
7840
Ac × h 2
Esta expressão decorre de tomarmos em [7] : E = 5.600 f ck ; I =
12
Considerando agora, que por questões de instabilidade e limitação dos esforços de
P π 2 Ec I
2ª ordem, que a força normal máxima não deva ultrapassar crit = 0,20 , nem o
5 (l e ) 2
valor de P0 (carga centrada máxima para rmáx= As/Ac=4%), teremos para nmáx:
Nd 15680 25
ν máx = = 2 ou (0,85 + ) [9]
Ac × f cd λ f ck f ck
Tomando ainda uma taxa de armadura máxima no pilar igual a 4% (rmáx = 4%)
teremos então:
25
ω máx ≅ [10]
f ck
Analisemos agora, utilizando o ábaco, o caso de uma coluna com l=40, portanto
sem efeito de 2ª ordem local importante. Poderíamos ir até n=1,48. Tomando n=1, por
exemplo, teríamos no ábaco, para w=0,6 , um valor de k=85 que corresponde a um a=0,82.
Mesmo para w=0,3 , teríamos k=65 e a=0,63.
Se a mesma seção agora pertence a um pilar com l=120, portanto, com efeito de
2ª ordem local importante, poderíamos ir apenas até n=0,17. Para (n=0,15; w=0,6) temos
k= 47 e, portanto a=0,46, sendo este, praticamente, o maior valor de a possível.
Diminuindo a armadura: (n=0,15; w=0,2), temos k=25 e a=0,24.
Verifica-se, assim, que para pilares esbeltos somos obrigados a trabalhar com
valores de n mais baixos, o que acarreta a diminuição da rigidez secante. Para melhorar
esta situação, devemos aumentar o esforço normal sem tornar mais crítica a estabilidade.
Isto poderá ser feito, por exemplo, de forma indireta por meio de uma protensão, o que
será visto no exemplo seguinte.
5. Exemplo
Trata-se de um pilar típico de estrutura pré-moldada para edifício tipo multi-piso,
com ligação viga-pilar articulada e uma altura total de 12m. Considerou-se a carga vertical
dos pavimentos e uma carga horizontal de vento, conforme se observa na figura 11
abaixo.
P
qh P = 500 kN qh = 3,5 kN/m
12,00
5
fck = 40MPa
Ec = 35,4GPa
3m
P Seção Transversal:
9,00
4
21,5
3m
P 10,5
6,00
3
h=55
0
3m
-10,5
P
3,00 -21,5
2
b=55
3m
Ac = 0,3025m2
0,00 1 I = 0,0076m4
As,tot = 16Ø20 = 50,24cm2
r = 1,66%
Nd
N d = 1,4 × 4 P = 1,4 × 4 × 500 = 2800kN ; N máx = = 2545kN
1,1
2545 50,24 × f yd
ν= = 0,29 (ν max = 0,25) ; ω = = 0,25
0,3025 × f cd 55 × 55 × f cd
Tabela 1 – Valores de a
Formulação NBR6118 ÁBACO
a 0,40 0,39 (k=40)
Fazendo então uma análise não linear geométrica com EI sec = 0,4 EI ; obtemos:
N d = 2800 ν = 0,32
⇒ ω = 0,20 → As ,tot = 39,7cm 2 < As ,existente (OK !)
M d = 1,1 × 668 = 734,8 µ = 0,15
Seja agora o mesmo pilar, porém com armadura ativa conforme a figura 12 abaixo.
fck=40MPa
As=8Ø16=16,08cm2
Ap= 16Ø12.7=16cm2
Cordoalha - CP 190RB
p0= 6,5mm/m
55
Este novo valor de n não deve ser comparado com máximo recomendado, pois a
ação da protensão aderente não produz efeito de 2ª ordem.
Tabela 3 – Valores de a
Formulação NBR6118 ÁBACO
a 0,60 (*) 0,64 (k=67)
(*) Obtido pelo RIGSEC que admite armaduras ativas e passivas, manteve-se neste
caso a força normal igual à força real externa.
N d = 2800 N u = 2800
M d = 1,1 × 479 = 526,9 M Rd = 625 > M d (OK !)
6. Conclusões
A utilização da protensão pode melhorar a estabilidade de colunas esbeltas pré-
moldadas, viabilizando, assim, soluções não admissíveis em concreto armado.
7. Referências
1. AHMED,B.S; NAAMAN,A.E. “ A New Design Methodology for the Ultimate Capacity of
Slender Prestressed Concrete Columns”; PCI Journal (January-February 2003).
2. FRANÇA, Ricardo Leopoldo e Silva; “Contribuição ao estudo dos efeitos de segunda
ordem em pilares de concreto armado; Tese de Doutorado, EPUSP; 1991
3. BUCHAIM, Roberto; “Efeitos de Segunda Ordem e Estado Limite Último de
Instabilidade em Pilares de Concreto”; Tese de Mestrado, EPUSP,1979.
4. OLIVEIRA, Patrícia Helena de Andrade Sartori; “Processo Aproximado Para
Consideração da Não Linearidade Física de Pilares em Concreto Armado” ; Tese de
Mestrado, EPUSP, 2004.
5. SANTOS, Lauro Modesto; “ Sub-Rotinas Básicas do Dimensionamento de Concreto
Armado”; THOT Editora Ltda – São Paulo, 1994.
6. SUSSEKIND, José Carlos; “Curso de Concreto- vol II”; Editora Globo – Rio de
Janeiro, 1987.
7. FUSCO, Péricles Brasiliense; “Estruturas de Concreto: Solicitações Normais –Estados
Limites Últimos – Teoria de Aplicações” ; Ed. Guanabara Dois,1981, Rio de janeiro.
8. SANTOS, Lauro Modesto; “Estado Limite Último de Instabilidade”; Publicação avulsa
do Capítulo M do Volume 3 da obra “Cálculo de Concreto Armado”; EPUSP, 1987, São
Paulo.
9. MOTA, J.E; “Aplicação do Método da Superposição Modal na Análise Estática Não
Linear de Estruturas”; Tese de Mestrado – COPPE/UFRJ, 1986, Rio de Janeiro.