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INDICE
CAPÍTULO 1 – 10 PRINCÍPIOS DA ECONOMIA 3
PARTE 1 – INTRODUÇÃO 1.
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são o aumento do conhecimento e o de poder atender melhor o mercado de trabalho.
O prejuízo, além de moradia, alimentação, transporte e mensalidade é o tempo.
Algumas vezes é necessário largar um emprego para se dedicar ao estudo por não
ser possível conciliar os dois. Também explica porque muitos atletas têm baixo nível
de escolaridade: Grande parte do tempo é dedicada ao treinamento (Benefício
financeiro maior do que o estudo) e acabam largando o estudo.
3. PESSOAS RACIONAIS PENSAM NA MARGEM.
Um prejuízo pequeno é melhor do que um grande. Por exemplo: Continuando
com as faculdades, digamos que uma faculdade gaste U$ 15.000,00/mês para
manter uma turma com 50 alunos, e cobre R$350,00/mês por aluno. E que se um
aluno sair da turma os gastos da universidade continuam os mesmos. Se 15 desses
alunos forem carentes e só puderem pagar R$200,00/mês a faculdade estará
operando quase sem lucro, mas deverá aceitar a proposta dos alunos carentes de
R$200,00/mês para não operarem no prejuízo.
4. PESSOAS RESPONDEM A INCENTIVOS
As decisões das pessoas são tomadas analisando os custos e os benefícios.
Por exemplo, até a década de 60 os carros não possuíam cinto de segurança. Até
que o congresso por pressão da população obrigou as montadoras a colocarem
vários itens de segurança nos carros. Os benefícios foram a maior segurança ao
motorista e aos passageiros, mas também houve certos custos. Como os motoristas
se sentiam mais seguros, passaram a dirigir mais imprudentemente, aumentando o
número de acidentes. Os mais prejudicados são os motoristas que continuaram a
dirigir sem o cinto, os pedestres que são cada vez mais atropelados e os
motoqueiros.
PRINCÍPIOS COLETIVOS
5. O COMÉRCIO PODE MELHORAR A SITUAÇÃO DE TODOS.
É só pensar como o comércio atinge uma família quando um membro procura
emprego, ele concorre com membros de outras famílias. Apesar dessa competição,
as famílias não estariam melhores se se isolasse. Pois teria que produzir suas
próprias roupas, comida, etc. O comércio permite que cada pessoa atue na área que
é mais apta. O mesmo ocorre com as empresas, nem sempre a concorrência é ruim,
por exemplo, a Toyota, equipe da F1 corre com motor Ferrari, se corresse com o
Toyota seu desempenho seria inferior.
6. OS MERCADOS SÃO, EM GERAL, UMA BOA FORMA DE
ORGANIZAR A ATIVIDADE ECONÔMICA.
Assim como foi visto no socialismo, o governo não é a melhor forma de
controlar a atividade econômica. Na economia atual ou ECONOMIA DE MERCADO
são as milhões de famílias e empresas que decidem quem contratar, o que produzir,
interagindo no mercado. O maior defeito da economia de mercado é o individualismo.
7. OS GOVERNOS PODEM ÀS VEZES MELHORAR OS RESULTADOS
DO MERCADO.
Dois exemplos: Quando uma indústria está emitindo poluentes em excesso, o
governo pode intervir com uma regulamentação ambiental. Quando um cientista faz
uma descoberta importante, o governo subsidia a pesquisa. O governo, portanto
deve intervir quando há alguma FALHA DE MERCADO (poluição, situações
irregulares, apoio) e quando há PODER DE MERCADO (monopólio, cartel). A
economia de mercado não garante recompensa de acordo com as capacidades das
pessoas, mas sim pelo quanto às pessoas estão dispostas a pagar. Por exemplo, o
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melhor jogador de basquete do mundo ganha mais que o melhor jogador de xadrez,
pois as pessoas pagam mais para ver basquete do que xadrez. Os impostos visam
diminuir um pouco essa desigualdade de rendimentos e promover uma condição
razoável a todos.
A ECONOMIA COMO UM TODO
8. O PADRÃO DE VIDA DE UM PAÍS DEPENDE DE SUA CAPACIDADE
DE PRODUZIR BENS E SERVIÇOS.
Nos Eua a renda anual per capita em média é de U$29.000,00, no México é
de U$8 mil e na Nigéria de U$900,00. Para explicar essas enormes diferenças
baseadas na produtividade é simples, quanto maior a quantidade de bens e serviços
produzidos em uma hora de trabalho, maior é a produtividade e os lucros. Logo
quanto melhores as ferramentas e a tecnologia disponível, o conhecimento do
trabalhador, melhor é a produtividade e a renda para o país e o trabalhador. A maior
causa de os países subdesenvolvidos não investirem em produtividade, é o déficit
que estes possuem, os empréstimos que recebem, “só servem para pagar dívidas e
juros”.
9. OS PREÇOS SOBEM QUANDO O GOVERNO EMITE MOEDA
DEMAIS.
Em janeiro de 1921, um jornal custava 0,30 marco na Alemanha. Em
novembro de 1922, o mesmo jornal custaria 70 milhões de Marcos e todos os outros
produtos subiram de preço no mesmo ritmo. Esse é um dos episódios mais
marcantes da inflação. Na maioria dos casos, o culpado é o aumento na quantidade
de moeda emitida. Isso foi o que ocorreu na Alemanha na década de 20 e o oposto
ocorre hoje com os Eua.
10. A POPULAÇÃO ENFRENTA UM TRADEOFF DE CURTO PRAZO
ENTRE INFLAÇÃO E DESEMPREGO.
Se for tão fácil explicar a inflação, porque não se livrar dela? Porque a inflação
sempre está relacionada com o desemprego, é a chamada Curva de Phillips.
Aumenta a inflação, diminui o desemprego e vice-versa em curto prazo. O que
acontece é que se se reduzir à emissão de moeda, visando diminuir a inflação,
durante um período os preços não se alteram (Curto-Prazo), levam alguns meses até
o restaurante ajustar o preço dos cardápios ou os postos diminuírem os preços dos
combustíveis. Porém a quantidade de dinheiro na sociedade diminui na hora, então
as pessoas gastam menos (já que os preços continuam os mesmos) e as empresas
não vendendo demitem os trabalhadores.
Assim, a redução na quantidade de moeda aumenta o desemprego até que os
preços se ajustem completamente a mudança. Essa mudança pode levar anos.
CAPÍTULO 2 - PENSANDO COMO UM ECONOMISTA
disponíveis.
-O ponto Rosa é ineficiente, pois apresenta um nível de produção abaixo do limite. Exemplo:
-A causa da ineficiência pode ser o desemprego, crise econômica entre vários outros fatores.
-Sempre há um tradeoff na forma e quantidade de produzir
-Os pontos sobre a curva azul representam situações eficientes (no limite de produção)
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Receita MERCADO DE BENS Despesa
E SERVIÇOS:
Bens e serviços Bens e serviços
As empresas vendem
vendidos comprados
As famílias compram
FAMÍLIAS:
EMPRESAS: Compram e
Produzem e vendem consomem bens e
Bens e Serviços serviços.
Contratam e utilizam São proprietárias
fatores de produção de fatores de produção
e os vendem
MERCADOS DE
Insumos FATORES DE Terra, Capital e
PRODUÇÃO: trabalho
As famílias vendem
As empresas compram
Salários, Alugueis e Lucros. Renda
DIAGRAMA DO FLUXO CIRCULAR DE RENDA.
Setas Internas Indicam o fluxo de bens e serviços
Setas externas Indicam o fluxo de dólares.
MICRO E MACROECONOMIA
Microeconomia é o estudo da tomada de decisões individual de famílias e
empresas e sua interação em mercados específicos e a macroeconomia é o estudo
de fenômenos da economia como um todo (inflação, desemprego). É importante
notar que o conjunto de fatos microeconômicos acabam formando um macro. Porém
os dois são bem diferentes e devem ser estudados separadamente.
O ECONOMISTA COMO CONSULTOR DE POLÍTICA ECONÔMICA
Muitas vezes o economista tem que tentar mudar a economia, nestes casos
ele é consultor de políticas. Quando ele simplesmente tem que explicar os
acontecimentos ele é cientista. Também existem 2 tipos de declaração, a positiva
(declaração de como o mundo é) e as normativas (declaração de como deveria ser).
PORQUE OS ECONOMISTAS DISCORDAM?
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DIFERENÇAS NOS VALORES
Suponha que Pedro e Paulo apanham a mesma quantidade de água no poço
da cidade. Para pagar a manutenção, a cidade cobra impostos sobre os residentes.
Pedro tem uma renda de U$50 mil e paga U$5 mil de imposto (10%), Paulo tem uma
renda de U$10 mil e paga U$2 mil (20%). Essa política é justa? Se não for, quem
paga demais e quem paga de menos? Esse exemplo mostra por que às vezes os
economistas discordam no que diz respeito às políticas públicas.
PERCEPÇÃO X REALIDADE
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GRÁFICOS DE UMA ÚNICA VARIAVEL.
Gráfico Pizza
72% Remuneração do
6% 2% trabalho
8%
12% Lucro das
empresas
12% 8% Renda de
propriedade
6% Juros
O gráfico pizza
72% representa como a renda
2% Renda de aluguéis nacional dos Eua se
distribui.
Gráfico de Barras
28740
30000
25000 20520 Eua
PIB per 20000
Reino Unido
capita em 15000
8120 México
U$/Ano 10000
5000 1950 India O gráfico compara a renda
0 média em 4 países.
1
120
100
80
Indice de
60
produtividade O gráfico de série temporal
40 mostra o crescimento da
20 produtividade do setor
0 empresarial dos Eua de 1950 a
1950 1960 1970 1980 1990 2000
2000.
8
Nota
4,5
4 3,9
3,6 3,7
3,5
3,2
3 3
2,5 2,4 Nota
2 2
1,5
1
0,5
0
0 10 20 30 40 50
9
Curva de demanda
12
10 5
9
Preço do livro
8 13
17
6 21
25
4
2
0
0 5 10 15 20 25 30
Quantidade adquiridada de livros
Suponha agora que a renda de Leonardo aumente para U$40 mil ao ano.
Deslocamento na curva de demanda
12
10
Preço dos livros
8 Renda de 20 mil
6 Renda de 30 mil
4 Renda de 40 mil
0
0 10 20 30
Quantidade de livros adquirida
Quanto maior a sua renda mais livros comprará a qualquer preço dado e a
curva de demanda se situará mais à direita. A curva central representa a curva de
demanda inicial de Leonardo, quando sua renda era de 30 mil ao ano. Se sua renda
aumentar a curva se desloca para a direita, de diminuir, para a esquerda.
Há uma maneira simples de saber quando é necessário deslocar uma curva.
Quando o que muda é a variável que não está representada no gráfico (nos eixos x e
y) a curva se desloca. Qualquer mudança que afete os hábitos de compra de
Leonardo, alem da alteração no preço dos livros, resultará em um deslocamento na
curva de demanda. Se por exemplo, a biblioteca fecha e Leonardo tiver que comprar
todos os livros que deseja ler, ele comprará mais livros e a sua curva de demanda se
deslocará para a direita. Já se o preço dos ingressos de cinema cair, e Leonardo
passar a ir mais ao cinema e ler menos livros, ele demandará menos e sua curva de
demanda se deslocará para a esquerda.
INCLINAÇÃO
Para calcular a inclinação de uma curva de demanda devemos observar as
alterações nas coordenadas dos eixos x e y, à medida que nos deslocamos do ponto
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(21 livros, U$6,00) ao (13 livros, U$8,00). A inclinação da linha corresponde à razão
entre a alteração da coordenada y (-2) e a alteração na coordenada x (+8) o que dá –
1/4.
Inclinação
12
10 5
9
Preço dos livros
8 13
17
6 21
25
4
2
0
0 5 10 15 20 25 30
Quantidade com prada
Inclinação = Δy/ Δx
Usando outros dois pontos você deverá obter o mesmo resultado (-1/4). Uma
das propriedades da linha reta é que sua inclinação é igual em todos os pontos. Isto
não se aplica a outros tipos de curvas.
É importante notar que uma pequena inclinação significa que a curva de
demanda é quase horizontal, neste caso as compras de livros variam bastante a
mudanças nos preços. Uma inclinação maior significa que a curva de demanda é
quase vertical, ou seja, suas compras de livros variam pouco quando os preços se
alteram.
CAUSA E EFEITO.
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60 Gráfico com Variável Omitida
50 - A curva com inclinação positiva
Risco de câncer
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provocam câncer (variável omitida) e camionetes não provocam filhos (causalidade
reversa) para evitar cair em argumentos econômicos falhos.
Todo o dia você depende de muitas pessoas do mundo, a maioria das quais
você nem conhece (carro japonês, motor alemão, suco americano...) para lhe
fornecer os bens e serviços que você desfruta todos os dias. Essa interdependência
só é possível porque as pessoas comerciam umas com as outras.
Neste capítulo examinaremos o que é que as pessoas ganham quando
negociam entre si? Por que as pessoas escolhem tornar-se interdependentes?
UMA PARÁBOLA DA ECONOMIA MODERNA
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2 kg de batatas 4 kg de batatas carne por 1kg 3 kg de batatas 1 kg de batatas
de batatas
PECUARISTA 20 kg de carne 24 kg de carne Ganha 1 kg de 21 kg de carne 1 kg de carne
2,5kg de batatas 2 kg de batatas batata por 3kg 3,0kg de batatas 0,5kg de batatas
de carne
(1) Produção normal, dedicando 20h a cada atividade.
(2) Ambos acordam mudar sua produção visando o comércio. O pecuarista passa
a dedicar 24h ao gado e 16h as batatas
(3) Ocorre a troca acordada anteriormente, o pecuarista dá 3kg de carne e recebe
1kg de batata.
(4) Indica qual é a nova produção mensal de cada um.
(5) Todos ganham com o comércio, o menos eficiente e o mais eficiente.
O agricultor não parece estar fazendo alguma coisa melhor que o pecuarista.Para
destrinchar o enigma, precisamos recorrer ao princípio da vantagem comparativa. No
exemplo, quem pode produzir batatas a um custo menor?
VANTAGEM ABSOLUTA
É a comparação entre produtores de um bem levando em conta a sua
produtividade. Em nosso exemplo, o pecuarista tem uma vantagem absoluta tanto na
produção de carne quanto na de batatas porque precisa de menos tempo do que o
agricultor para produzir uma unidade de qualquer um dos bens.
CUSTO DE OPORTUNIDADES E VANTAGEM COMPARATIVA.
Custo de oportunidade é aquilo que abrimos mão para obter alguma coisa.
Os economistas utilizam a expressão Vantagem Comparativa quando
descrevem os custos de oportunidade de dois produtores. Diz-se que o produtor que
tem o menor custo de oportunidade de um bem tem uma vantagem comparativa na
produção deste bem. Em nosso exemplo, o agricultor tem um custo de oportunidade
menor do que o do pecuarista no cultivo de batatas e o pecuarista tem um custo de
oportunidade menos na produção de carne. Observe que seria impossível para a
mesma pessoa ter vantagem comparativa nos dois bens.
Custo de oportunidade de 1 kg de:
Carne Batatas 1kg de carne custa 2 de
batata
1 kg de batata custa 0,5
AGRICULTOR 2 1/2 de carne
1 kg de carne custa 1/8
PECUARISTA 1/8 8 kg de batata
1 kg de batata custa
8kg de carne
VANTAGEM COMPARATIVA E DE COMÉRCIO
Diferenças em custos de oportunidade e vantagens comparativas criam os
ganhos do comércio. Quando cada um se especializa naquilo em que tem vantagem
comparativa, a produção total da economia cresce.
Há muito tempo os economistas já entendiam o princípio da vantagem
comparativa. Veja a seguir como o grande economista Adam Smith apresentou o
argumento:
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“Eis uma máxima que todo chefe de família prudente deve seguir: nunca tentar
fazer em casa aquilo que seja mais caro fazer do que comprar. O alfaiate não tenta
fabricar sapatos, mas os compra do sapateiro. Este não tenta confeccionar seu traje,
mas recorre ao alfaiate”.
Os benefícios surgem porque cada pessoa se concentra na atividade em que
seu custo de oportunidade é mais baixo. A moral da história é então: “O comércio
pode beneficiar a todos na sociedade porque permite às pessoas se especializarem
em atividades nas quais têm uma vantagem comparativa”.
APLICAÇÕES DA VANTAGEM COMPARATIVA
Veremos a seguir dois exemplos, um imaginário e um real.
TIGER WOODS DEVERIA CORTAR A GRAMA DE SEU JARDIM?
Woods, além de ser o melhor jogador de golfe do mundo, também é um ótimo
aparador de gramas. Ele é capaz de cortar totó o seu gramado em 2 horas enquanto
seu vizinho cortaria para ele em 4 horas e 20 dólares.
Para responder a pergunta podemos usar os conceitos de custo de
oportunidade e vantagem comparativa. Nessas 2 horas que Woods passaria
aparando a grama, ele poderia gravar um comercial e ganhar U$10 mil. Então neste
exemplo, o custo de oportunidade do corte da grama é de U$ 10 mil para Woods,
mas é de U$20,00 para o vizinho. Woods tem uma vantagem absoluta, pois corta a
grama em menos tempo, mas o vizinho tem vantagem comparativa, pois tem um
custo de oportunidade mais baixo.
QUEM TEM VANTAGEM COMPARATIVA NA CRIAÇÃO DE CARNEIROS?
O exemplo real fala sobre tarifas sobre as importações.
Os criadores de ovelhas americanos estão protestando contra a importação de
cordeiros da Nova Zelândia. Com inúmeras vantagens comparativas os cordeiros da
Oceania não estão dando chance para os carneiros americanos nos Eua. Então a
associação americana dos criadores de ovelhas exigiu do presidente Clinton uma
medida protecionista (taxas) na importação de ovelhas. Assim o país mais poderoso
do mundo que tanto pede o fim do protecionismo e a livre abertura do comércio
acaba indo contra seus “princípios”. Quem perde com isso é o consumidor, que
recebe um produto muito mais caro (40% tributação) e o vendedor da Nova Zelândia
que perder mercado para os criadores locais dos Eua.
OS ESTADOS UNIDOS DEVERIAM COMERCIAR COM OUTROS PAÍSES
É claro que sim. Suponhamos que os Eua e o Japão produzam carros e
alimentos. Cada trabalhador de cada país produza 1 carro por mês. Já nos alimentos
os Eua levam vantagem, pois tem mais terras e melhor qualidade. Então o americano
produz 2 toneladas por mês e o Japão 1 tonelada.
O princípio da vantagem comparativa afirma que cada bem deve ser produzido
pelo país que tem o menor custo de oportunidade. O custo do automóvel nos Eua é
de 2 toneladas de alimento e no Japão de 1 tonelada (vantagem comparativa na
produção de carros). Portanto o Japão deveria produzir mais carros e exportar. Da
mesma forma que com 1 tonelada de alimentos os Eua comprar 1 carro no Japão,
mas só ½ nos Eua.
Mas no mundo real essas trocas não são tão simples. O comércio
internacional pode prejudicar muitas pessoas, como o agricultor japonês ou o
trabalhador da industria americana.
CAPÍTULO 4 – AS FORÇAS DE MERCADO DA OFERTA E DA DEMANDA
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Oferta e demanda são as palavras que os economistas usam com mais
freqüência. Elas são as forças que movem as economias de mercado. Determinam a
quantidade produzida de cada bem e o preço pelo qual será vendido.
MERCADOS E CONCORRÊNCIA.
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Pense em sua demanda por sorvete. Como você decide quanto sorvete vai
comprar todo o mês e que fatores influem em sua decisão? Aqui estão alguns
PREÇO Se o preço do sorvete aumentar para U$20,00, você compra
menos sorvete. Se o preço cair para U$0,20 você compra muito mais. Já que a
quantidade demandada cai quando o preço sobe e sobe quanto o preço cai, dizemos
que a quantidade demandada se relaciona negativamente com o preço. Esta relação
entre preço e quantidade demandada é valida para a maioria dos bens, e de fato é
tão disseminada que os economistas a chamam de a lei da demanda: tudo o mais
mantido constante, quando o preço de um bem aumenta, a quantidade demandada
cai.
RENDA O que aconteceria com sua demanda por sorvete se você
perdesse seu emprego no verão? Muito provavelmente cairia. Se a demanda por um
bem cai, quando a renda cai, chamamos esse bem de bem normal.
PREÇOS DE PRODUTOS RELACIONADOS Suponha que o preço do
iogurte congelado caia. A lei da demanda diz que você provavelmente comprará
menos sorvete. Uma vez que o sorvete e o iogurte congelado são, ambos
sobremesas frias, cremosas, elas satisfazem desejos semelhantes e por isso recebe
o nome de Bem substituto. Outros pares de bens substitutos são, por exemplo,
cachorros-quentes e hambúrgueres, suéteres de lã e casacos de moletom, ingressos
para o cinema e locação de fitas de vídeo.
Suponha agora que o preço da cobertura de chocolate quente caia. De acordo
com a lei da demanda, você comprará mais sorvete, porque em geral a cobertura e o
sorvete são usados em conjunto. Quando a quedo no preço de um bem aumenta a
demanda por outro bem, os bens são chamados de bens complementares. Outros
pares de bens complementares são gasolina e automóveis, computadores e
software, patins e ingressos para a pista de patinação.
GOSTOS O mais óbvio determinante para sua demanda são seus gostos.
Se você gosta de sorvete você compra mais. Os economistas em geral, não tentam
explicar os gostos das pessoas, porque estes se baseiam em forças históricas ou
psicológicas que estão fora do campo de estudo da economia. Todavia, os
economistas examinam o que acontece quando os gostos mudam.
EXPECTATIVAS Suas expectativas em relação ao futuro podem afetar hoje
a sua demanda por um bem ou serviço. Por exemplo, se você espera um
aumento em sua renda a partir do mês que vem, você pode estar disposto
a gastar parte de sua poupança na compra de sorvetes. Outro exemplo,
se você espera uma queda no preço do sorvete para amanhã, você pode
“CETERISestar menos disposto a comprar hoje um sorvete.
PARIBUS”.
Sempre que vir uma curva de demanda lembre que ela foi traçada mantendo
muitos fatores constantes. Os economistas usam a expressão Ceteris Paribus para
dizer que todas as variáveis relevantes, exceto a que estiver sendo estudada na
ocasião, são mantidas constantes.
Embora a expressão ceteris paribus se refira a uma situação hipotética na qual
algumas variáveis são mantidas constantes, no mundo real muitas coisas se
alteram simultaneamente. Por isso, quando usarmos as ferramentas da oferta e da
demanda para analisar fatos ou políticas, é importante ter em mente o que está
sendo mantido constante e o que está mudando.
DEMANDA DE MERCADO VERSUS DEMANDA INDIVIDUAL.
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A demanda de mercado é o somatório de todas as demandas individuais por
um dado bem ou serviço. Assim, a quantidade demandada pelo mercado não
depende apenas do preço do bem, mas também da renda, gostos e expectativas dos
consumidores, bem como dos preços de bens relacionados. Trabalharemos, em
geral, com a curva de demanda de mercado. Ela nos mostra como a quantidade total
demandada de um bem varia quando o preço do bem varia.
ESQUEMA DE DEMANDA E CURVA DE DEMANDA/ DESLOCAMENTOS
NA CURVA DE DEMANDA
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PREÇO Quando o preço do sorvete é alto, a venda de sorvete é lucrativa e,
portanto a quantidade oferecida é grande. E se o preço do sorvete for baixo, seu
negócio será menos lucrativo e você produzirá menos sorvete. Se o preço cair mais
ainda, você poderá achar mais conveniente encerrar as atividades da empresa e a
quantidade oferecida cairá para zero.
Uma vez que a quantidade oferecida aumenta à medida que o preço aumenta
e cai quando o preço se reduz, dizemos que a quantidade oferecida se relaciona
positivamente com o preço do bem. A relação entre preço e quantidade oferecida
é chamada lei da oferta.
PREÇO DOS INSUMOS Para produzir os sorvetes, são necessários vários
insumos como: creme de leite, açúcar, máquinas, aluguel, funcionários. Quando o
preço de um ou mais desses insumos aumenta, a produção de sorvetes se torna
menos lucrativa e a empresa oferecerá menos sorvetes.
TECNOLOGIA A invenção da máquina de sorvetes mecanizada, por
exemplo, reduziu a quantidade de trabalho necessário para fabricar sorvete. Ao
reduzir os custos da empresa, os avanços tecnológicos aumentam a quantidade
oferecida.
EXPECTATIVAS Se você espera que o preço do sorvete aumente no
futuro, você estocará parte do sorvete que está sendo produzido e oferecerá menos
hoje.
ESQUEMA DE OFERTA E CURVA DE OFERTA/OFERTA DE MERCADO
versus OFERTA INDIVIDUAL/ DESLOCAMENTOS DA CURVA DE
OFERTA
19
Equilibrio
14
12
10
Curva de Oferta
8
Preço
6
Curva de
4
demanda
2
0
-2 0 1 2 3 4
Quantidade
20
como o deslocamento afeta preço e quantidade de equilíbrio. Para mostrar como
esta receita é usada, vejamos vários fatos que poderiam afetar o mercado de
sorvetes.
EXEMPLO: UMA MUDANÇA NA DEMANDA Suponha que em um
determinado verão faça muito calor. Vejamos as 3 etapas.
1. O clima altera a quantidade de sorvete que as pessoas desejam
consumir a qualquer preço. A curva de oferta permanece inalterada
porque o clima não afeta diretamente as empresas que vendem sorvete.
2. Como com o calor aumenta o consumo de sorvete, a curva de demanda
se desloca para a direita.
3. O aumento na demanda aumenta o preço de equilíbrio de U$2,00 para
U$2,50 e a quantidade de equilíbrio de 7 para 10 casquinhas.
DESLOCAMENTO DAS CURVAS VERSUS MOVIMENTOS AO LONGO
DAS CURVAS.
Observe que quando o calor impulsiona o aumento dos preços de sorvete,
a quantidade de sorvete oferecida pelas empresas aumenta, embora a curva de
oferta se mantenha a mesma. Neste caso os economistas dizem que ocorreu um
aumento na quantidade oferecida, mas não uma alteração na oferta.
EXEMPLO: UMA MUDANÇA NA OFERTA Suponha que num outro
verão, um terremoto destrói várias fábricas de sorvete. Vejamos os 3 passos para
analisar uma alteração do equilíbrio.
1. Ao reduzir o número de vendedores, o terremoto altera a quantidade de
sorvete produzido.
2. A curva de oferta se desloca para a esquerda porque, a qualquer preço,
a quantidade total de sorvete que as empresas desejam e podem
vender é menor.
3. O deslocamento da curva de oferta provoca um aumento do preço de
equilíbrio de U$2,00 para U$2,50 e reduz a quantidade de equilíbrio de
7 para 4 casquinhas.
EXEMPLO: UMA MUDANÇA SIMULTÃNEA NA OFERTA E NA
DEMANDA Agora imaginemos que a onde de calor e o terremoto ocorram
simultaneamente.
1. A onda de calor afeta a curva de demanda e o terremoto afeta a curva
de oferta.
2. A curva de demanda se desloca para a direita e a curva de oferta para a
esquerda
3. Há dois resultados possíveis. Um é que a demanda aumenta
significativamente, enquanto a redução na oferta é pequena e a
quantidade de equilíbrio aumenta. O outro é que a oferta se reduz
substancialmente enquanto a demanda aumenta ligeiramente e a
quantidade de equilíbrio diminui. Portanto, estes fatos certamente
aumentam o preço do sorvete, mas seu impacto sobre a quantidade de
sorvete vendido é ambíguo.
NENHUMA UM AUMENTO UMA REDUÇÃO
MUDANÇA NA DA OFERTA DA OFERTA
OFERTA
NENHUMA MUDANÇA NA P igual P cai P aumenta
DEMANDA Q igual Q aumenta Q cai
UM AUMENTO DA P aumenta P ambíguo P aumenta
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DEMANDA Q aumenta Q aumenta Q ambígua
UMA REDUÇÃO DA P cai P cai P ambíguo
DEMANDA Q cai Q ambígua Q cai
Q = quantidade P= Preço
DOS JORNAIS
22
o preço dos veleiros aumenta, a quantidade demandada de veleiros cai
substancialmente. A classificação de um bem como necessário ou supérfluo não
depende das propriedades intrínsecas do bem, mas das preferências do comprador.
Disponibilidade de substitutos próximos bens que dispõem de
substitutos próximos tendem a ter uma demanda mais elástica porque pe mais fácil
para os consumidores trocar um bem por outro. Por exemplo, manteiga e margarina
são substitutos próximos. Por outro lado, como os ovos não têm substituto muito
próximo, a demanda por ovos é provavelmente menos elástica que a demanda por
manteiga.
Definição de mercado Mercados definidos de forma restrita tendem a
ter uma demanda mais elástica do que mercados definidos de forma ampla. por
exemplo, comida, uma categoria ampla, tem uma demanda bastante inelástica
porque não há cons substitutos para comida. Sorvete, uma categoria restrita, tem
uma demanda mais elástica porque é fácil substituir o sorvete por outras
sobremesas. O sorvete de baunilha, uma categoria muito mais restrita, tem uma
demanda muito elástica porque outros sabores são substitutos quase que perfeitos
para o sorvete de baunilha.
Horizonte temporal Quando o preço da gasolina aumenta, a demanda
cai pouco nos primeiros meses. Com o passar do tempo, contudo, as pessoas
compram carros que consomem menos gasolina. Em alguns anos, a quantidade
demandada da gasolina cai substancialmente.
CALCULANDO A ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA.
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o preço cai 40% e a quantidade aumenta 40%. Em ambas as direções à elasticidade-
preço da demanda é igual a 1. Para calcular a variação é só pegar a diferença (6-4) e
dividir pelo valor inicial (4 ou 6).
24
8
Elasticidade
7
menor do
6 que 1
4 Elasticidade
maior do
3 que 1
2
0
0 5 10 15
DOS JORNAIS
Como é que uma empresa privada que opera uma rodovia deveria fixar o
pedágio cobrado?
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Agora mesmo, os responsáveis por uma nova rodovia privada estão à procura
de um ponto mágico. O grupo considerou inicialmente que poderia cobrar cerca de
U$2 pelo trajeto de 14 milhas, e atrair algo em torno de 34 mil viagens ao dia de
pessoas que fugiriam de rodovias públicas congestionadas. Mas depois de gastar
U$350 milhões para construir a muito anunciada “GreenWay”, descobriram com
desgosto que apenas um terço desse contingente estava disposto a pagar aquela
quantia para poupar 20 minutos. Somente quando a empresa em desespero baixou a
taxa de pedágio para U$1, ela conseguiu atrair o trânsito desejado.
A receita média total alcança, hoje, cerca de U$22 mil, em comparação com os
U$14.875 anteriores. Afinal, quando o preço foi reduzido em 45% na primavera
passada, o volume de tráfego aumentou 200% trem meses depois. Se a mesma
razão se aplicar novamente, a redução de outros 25% no pedágio faria com que o
movimento passasse para 38 mil viagens ao dia e a receita para U$29 mil. O
problema é que obviamente a mesma razão não se aplica a cada ponto de preço e
por isso a tarefa de fixar preços é tão complexa. No ano passado, dois economistas
realizaram uma pesquisa de mercado.
A conclusão é que as pessoas que atribuíam maior valor à redução de seu
tempo de transporte já o tinham feito: a mudança para uma residência mais próxima
ao local de trabalho ou à escolha de empregos que permitissem o deslocamento em
horários alternativos. Por outro lado, aquelas que percorriam distâncias significativas
entre o lar e o trabalho eram mais tolerantes aos congestionamentos e só estavam
dispostas a pagar 20% de sua remuneração horária para poupar uma hora de seu
tempo. A pesquisa indicou que apenas pessoas que ganhavam em torno de U$30
por hora estariam dispostas a pagar U$2 para poupar 20 minutos.
OUTRAS ELASTICIDADES DA DEMANDA.
Como foi visto no capítulo 4, a maior parte dos bens é bem normal. Os bens
normais têm elasticidade-renda positiva. Alguns poucos bens, como passagens de
ônibus, são bens inferiores, os bens inferiores têm elasticidade-renda negativa.
Mesmo entre os bens normais, as elasticidades-renda variam
substancialmente em intensidade. Produtos básicos, como alimentos e vestuário,
tendem a ter elasticidades-renda baixas porque os consumidores, por mais baixa que
seja sua renda, compram alguns bens dessa categoria. Bens supérfluos, como caviar
e casacos de pelo, tendem a ter grande elasticidade-renda porque os consumidores
consideram que podem passar sem eles se sua renda for muito baixa.
Elasticidade cruzada da demanda Os economistas recorrem à
elasticidade cruzada da demanda para medir como varia a quantidade demandada
de um bem quando o preço de outro varia.
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Variação % no preço do bem 2
27
TRÊS APLICAÇÕES DA OFERTA, DA DEMANDA E DA
ELASTICIDADE.
o acréscimo da quantidade oferecida, 100%, é maior que o aumento do preço, 33%,
a elasticidade da oferta neste trecho da curva é grande. Já no ponto em que o preço
aumenta de u$12 para U$ 15, a quantidade aumenta de 500 para 525. Como o
aumento da quantidade é de 5%, é menor do que do preço, 25%, neste trecho a
curva de oferta é inelástica.
28
vez que considera o preço de mercado um dado. Mas se todos os agricultores agirem
da mesma forma, cada um deles estará em melhor situação.
Ao analisar os efeitos da tecnologia ou da política agrícolas, é importante ter
em mente que o que é bom para os agricultores não é, necessariamente bom para a
sociedade como um todo. Melhorias na tecnologia agrícola podem ser prejudiciais
aos agricultores, mas sem dúvida favorecem aos consumidores que pagam menos
pelos alimentos. Da mesma forma, uma política destinada a reduzir a oferta de
produtos agrícolas pode aumentar a renda dos produtores rurais, mas o faz a
expensas do consumidor.
POR QUE A OPEP NÃO CONSEGUIU MANTER ALTOS OS PREÇOS DO
PETRÓLEO?
Na década de 1970 os membros da Organização dos países exportadores de
petróleo (OPEP) decidiram aumentar o preço mundial do petróleo para aumentar a
renda de seus países. Para atingir tal objetivo reduziram conjuntamente a quantidade
oferecida de oferecida de petróleo. O preço do petróleo aumentou mais de 50% 3 a 4
anos depois. Alguns anos depois, a OPEP fez o mesmo outra vez. O preço do
petróleo aumentou 14% em 1979, 34% em 1980 e mais 34% em 1981.
Contudo, a OPEP encontrou dificuldades para manter a elevação dos preços.
De 1982 a 1985 os preços do petróleo registraram um declínio constante de cerca de
10% ao ano. Seguiu-se um período de insatisfação e desorganização entre os países
da OPEP. Em 1986 a cooperação entre os países da OPEP estava destruída e os
preços do petróleo caíram 45%. Em 90 o preço do petróleo tinha voltado aos níveis
de 1970 e assim permaneceu na maior parte da década. O episódio mostra como a
oferta e a demanda podem ter comportamentos distintos no curto e no longo prazo.
No curto prazo, tanto a oferta quanto à demanda do petróleo são bastante
inelásticas. A oferta porque a quantidade conhecida de reservas petrolíferas e a
capacidade de extração não podem ser alteradas rapidamente. A demanda é
inelástica porque os hábitos de compra não respondem imediatamente às variações
de preço. Muitos proprietários de carros antigos, bebedores de gasolina, por
exemplo, continuaram a pagar os preços mais altos.
A situação é diferente em longo prazo. Os consumidores procuram conservar
mais o combustível, substituindo, por exemplo, os carros mais velhos e ineficientes
por novos automóveis mais eficientes.
A REPRESSÃO ÀS DROGAS AUMENTA OU DIMINUI OS CRIMES
RELACIONADOS A DROGAS?
O uso de drogas provoca vários efeitos adversos. Os dependentes
freqüentemente se voltam para o roubo e outros crimes violentos para obter o
dinheiro necessário ao sustento da droga.
Imagine que o governo aumento o número de agentes federais
O preço de equilíbrio da droga aumenta, enquanto a quantidade de equilíbrio se
reduz. A queda na quantidade de equilíbrio mostra que o combate às drogas reduz
seu uso. Mas o que ocorre com o número de crimes relacionados às drogas? Para
responder a esta questão, imagine o montante total que os usuários gastam com a
droga. Como poucos usuários abandonarão seu hábito destrutivo em resposta ao
aumento no preço, é provável que a demanda por drogas seja inelástica. Se a se a
demanda é inelástica, então o aumento no preço aumenta a receita total do mercado
de drogas.
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Viciados que já tinham que roubas para sustentar seu vício precisarão ainda
mais de dinheiro rápido. Portanto, o combate às drogas poderia aumentar a
incidência de crimes relacionados às drogas.
Em função deste efeito adverso do combate às drogas, alguns analistas
defendem um tratamento alternativo para o problema da droga. Em lugar de tentar
reduzir a oferta de drogas, seria preferível tentar reduzir a demanda através de uma
política educacional específica. Um programa educativo bem-sucedido desloca a
curva de demanda para a esquerda, a quantidade de equilíbrio cai e o preço de
equilíbrio se reduz.
Os defensores do combate às drogas poderiam argumentar: A demanda por
drogas é, provavelmente inelástica no curto prazo, mas a demanda pode ser mais
elástica a longo prazo, porque os preços mais altos desestimulam a experimentação
de drogas por parte dos mais jovens e, com o passar do tempo, levariam à redução
do número de viciados. Sendo assim, o combate às drogas aumentaria os crimes
relacionados a elas no curto prazo, mas os reduziria no longo prazo.
CAPÍTULO 6 - OFERTA, DEMANDA E POLÍTICAS ECONÔMICAS
DO GOVERNO.
Os economistas exercem dois papéis. Como cientistas, desenvolvem e testam
teorias para explicar o mundo que os cerca. Como formuladores de políticas públicas,
usam suas teorias para tentar mudar e melhorar o mundo. Os dois capítulos
anteriores se concentram em aspectos da ciência. Vimos como a oferta e a demanda
determinam o preço e a quantidade de um bem vendido. Também observamos como
alguns fatos deslocam a oferta e a demanda e, portanto, alteram preço e quantidade
de equilíbrio.
Este Capítulo é nossa primeira incursão no campo da política econômica. Em
primeiro lugar observaremos as políticas que controlam preços de forma direta. Por
exemplo, as leis que regulamentam os aluguéis estabelecem o teto máximo que
pode ser cobrado dos inquilinos. A legislação trabalhista determina o salário mínimo
que as empresas podem pagar a seus trabalhadores. Os controles de preço são
aplicados, em geral, quando os formuladores de políticas acreditam que o preço de
mercado de um bem ou serviço é injusto para o comprador ou para o vendedor.
Contudo, como veremos, essas políticas podem gerar outras injustiças.
Depois de examinar os controles de preço, passaremos ao impacto dos
impostos. Os formuladores de política econômica usam a tributação para influir sobre
resultados de mercado e para obter receita para atender a finalidades públicas.
Embora o predomínio dos impostos na economia dos Estados Unidos seja óbvio,
seus impactos não o são. Por exemplo, quando o governo fixa um imposto sobre os
salários que as empresas pagam a seus funcionários, quem carrega o ônus do
tributo, a empresa ou os trabalhadores? A resposta não é clara – até serem
aplicadas as poderosas ferramentas da oferta e da demanda.
CONTROLES DE PREÇO
Para ver como os controles de preço afetam os resultados de mercado,
observemos novamente o mercado de sorvetes. Imaginemos que o preço de
equilíbrio da casquinha de sorvete seja de U$3,00.
Nem todo mundo ficará feliz com o desfecho deste processo de livre mercado.
Digamos que a Associação dos Consumidores de Sorvete se queixe de que o preço
de U$3,00 é demasiado alto para que todos possam usufruir de uma casquinha de
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sorvete por dia (dieta recomendada pela associação). Ao mesmo tempo, a
Organização dos Produtores de Sorvete afirma que o preço de U$3 – resultado de
uma “concorrência feroz” – está deprimindo a receita de seus associados. Cada um
desses lobbies reivindica do governo leis destinadas a alterar o resultado do mercado
através de um controle direto dos preços.
Naturalmente, como os consumidores de qualquer bem querem preços
menores e os vendedores desejam preços maiores, há um conflito entre os
interesses dos dois grupos. Se os consumidores de sorvete forem bem-sucedidos em
suas pressões, o governo fixará um teto para o preço da venda do sorvete, isto é, um
preço máximo. Se os produtores de sorvete forem atendidos, o governo aprovará um
piso para o preço do sorvete, ou seja, um preço mínimo. Vejamos as conseqüências
de cada uma destas políticas.
COMO OS PREÇOS MÁXIMOS AFETAM OS RESULTADOS DE MERCADO:
Quando o governo, em resposta às reivindicações dos consumidores de
sorvete fixa um preço máximo para o mercado de sorvetes, há duas conseqüências
possíveis. O governo fixando um preço máximo de U$4,00 para a casquinha de
sorvete. Neste caso, como o preço que equilibra a oferta e a demanda está abaixo do
máximo, este não se torna compulsório. As forças de mercado deslocarão,
naturalmente, a economia em direção ao equilíbrio e o preço máximo não terá
conseqüências.
A outra possibilidade, bem mais interessante. Neste caso, o governo
estabelece um preço máximo de U$2. Como o preço de equilíbrio está acima do
preço máximo, este se torna compulsório. As forças da oferta e da demanda tendem
a movimentar o preço a seu nível de equilíbrio, mas quando o preço de mercado bate
no teto representado pelo preço máximo, não pode continuar sua ascensão.
Portanto, o preço de mercado se iguala ao preço máximo. A este preço, a quantidade
demandada de sorvete, excede a quantidade oferecida. Há uma escassez de
sorvete.
Quando uma escassez de sorvete é provocada por esse preço máximo, terá
de se desenvolver naturalmente algum mecanismo de racionamento de sorvete. Esse
mecanismo pode tomar a forma de longas filas: os compradores dispostos a chegar
cedo e esperar na fila conseguem o sorvete, os que não estiverem, ficam sem
sorvete. Ou os vendedores podem racionar o sorvete de acordo com suas
idiossincrasias, vendendo-o apenas para amigos, familiares ou pessoas de seu grupo
étnico ou racial.
Este exemplo mostra um resultado geral: quando o governo fixa um preço
máximo compulsório em um mercado competitivo, surge escassez do bem, e os
vendedores precisam racionar o bem escasso entre o grande número de
compradores potenciais.
ESTUDO DE CASO: FILAS NOS POSTOS DE GASOLINA.
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gasolina não teria ocorrido. Contudo, os economistas culparam a regulamentação
governamental que limitava o preço que as empresas poderiam cobrar pela gasolina.
Antes que a OPEP aumentasse o preço do petróleo cru, o preço de equilíbrio
da gasolina, estava abaixo do preço máximo. Portanto, os controladores de preço
não causavam qualquer impacto. Quando o preço do petróleo cru aumentou, a
situação se alterou. O aumento do preço do petróleo cru elevou o custo de produção
da gasolina, e isto reduziu a sua oferta. A curva de oferta se deslocou, em um
mercado não regulamentado, este deslocamento da oferta teria aumentado o preço
de equilíbrio e nenhuma escassez teria se manifestado. Mas o preço máximo impediu
que o preço aumentasse para seu nível de equilíbrio.
DOS JORNAIS: Uma seca provoca necessariamente falta de água?
A seca no leste foi culpada pela falta dágua, mas isso é caluniar a mãe
natureza. Certamente a seca é a causa imediata, mas os verdadeiros culpados são
os regulamentos que não permitem que mercados e preços equilibrem demanda e
oferta.
Cidades estão restringindo o uso da água; algumas foram ao ponto de proibir
os restaurantes de servir água exceto aos clientes que solicitassem expressamente
um copo do líquido. As forças do mercado poderiam assegurar farta disponibilidade
de água mesmo em anos de seca. Nos países em desenvolvimento, apesar do
crescimento populacional, o percentual de água com acesso à água potável
aumentou de 44% em 1980 para 74% em 1994. O aumento da renda proporcionou a
esses países os meios de oferecer água potável.
A oferta também, aumenta quando os usuários já existentes têm um incentivo
para conservar o excedente à disposição do mercado. O banco permite aos
agricultores fazer um leasing de água de outros usuários nos períodos de seca. O
preço foi de U$125 por 1,23 milhões de litros, a oferta de água superou a demanda
na proporção de dois para um. Isto é, muito mais pessoas queriam vender água do
que compra-la.
Infelizmente, os consumidores de água do leste não pagam preços realistas
pela água. De modo ainda mais geral, a legislação regional proíbe às pessoas
comprar e vender água.
A transformar a água em uma commodity e liberar as forças de mercado, os
formuladores de políticas públicas não fariam as secas sumirem, mas reduziriam os
sacrifícios por elas impostos ao permitir que a bomba invisível aguasse os mercados.
Finalmente, as leis que regulamentavam o preço da gasolina foram revogadas.
Os legisladores entenderam que eles eram responsáveis, em parte, pelas muitas
horas que os americanos perderam nas filas à espera da gasolina. Hoje, quando há
alterações no preço do petróleo cru, o preço da gasolina pode ajustar-se para
equilibrar a oferta e a demanda.
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