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PROJETO cURAGA PESQUISA DE MINERAIS DE COBRE NA PARTE NORTE DO VALE DO RIO curagh - RELATORIO PRELIMINAR DE PESQUISA - TEXTO VOLUME I Gedlogos: Iuiz C. Moraes ~ Jessé F, Silt Herman S.C.Loureiro v COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS AGENCIA SALVADOR 1975 CPRM 4 4 4 “ SUREME SEBCTE 9 ARQUIVO TECNICO Retatro neil. D, Ke do Volumes: vid PH. ONI%0 APRESENTAGAO Dando cumprimento ao que estabelece 0 {tem II, do Art® 25, do Regulamento do Codigo de Mineraco, Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais-CPRM, vem submeter a consideragdo do Departamento Nacional da Produgaéo Mineral-DNPM , o Relatério Preliminar de Pesquisa de Cobre, referente ao conjun to de 19 dreas a ela outogardas na regido do vale do Rio Curagd, norte do Estado da Bahia. endo em vista a sequenciagao dos traba nos empreendidos para as diversas fases da-pesquisa obedece a uma sistematica Unica para o conjunto das dezenove dreas outorga, das, 0 presente relatério refere-se ao progresso dos trabalhos geoldgicos executados no conjunto gas 19 dreas, objetos do atual pedido de prorrogagdo da pesquisa, muito embora quatro areas (correspondentes aos Alvaras 435, 436, 437 e 438) do referido conjunto tenham ainda alvards para serem vencidos no proximo ano vindouro. Os trabalhos geolégicos estiveram sob a coordenagdo dos gedlogos Indcio de Medeiros Delgado, Plinio Mel ghiades de Oliveira Veige e Juiz Carlos de Moraes da Seqio ae Pesquisa Propria - SEPEQ, Agéncia Salvador, sendo assim organiza, @as ds equipes que executaram as diversas fases de trabalho: 0 mapeamento geoldgico na escala 1:10.000 foi executado pelos ged logos Luiz Carlos de Moraes, Jessé Figueiredo da Silva e Herman S. Cathald Loureiro . A prospeecao geoquimica esteve a cargo dos gedlogos Dorival Correia Bruni, Iuiz Antonio Alves de Toledo e Jardo Caetano dos Santos. A prospecgado geofisica esteve a cargo i CPRM dos gedlogos Antonio Carlos Motta, Raymundo Antonio Alves Dias Gomes e Paulo Eduardo Lima da Silva. Os servigos de laboratdrio estiveram a cargo do Laboratério de Andlises Mineraldgicas - LANIN, aa CPRM, no Rio de Janeiro, e do gedlogo Geraldo Vianney Vivas de Souza, do LANAN/Agéncia Salvador. A supervisao operacional esteve a cargo ao Departamento de Pesquisas Proprias, de Superintendéncia de Recursos Minerais, sob a responsabilidade técnica do engenheiro de minas e civil Jodo Batista de Vasconcelos Dias, Diretor da frea de Pesquisa. di PROJETO os CPRM curach RELATORIO PRELIMINAR fnpIcE DOS VOLUMES vol. I - TEXTO VOL. II - ANEXOS Anexo Anexo Anexo Anexo Anexo Amexo Anexo Anexo Amexo ng ne ng ng ng ne ng ne Une Mapa Geolédgico + Folha Norte Mapa Geoldégico - Folha Leste Mapa Geoldgico - Folha Oeste Mapa de Distribuigio de Inafcios de Cobre e Selegio de Areas Prio- ritérias ~ Folha Norte. Mapa de Distribuigfo de Ind{cios de Cobre e Selego de Areas Prio+ ritdérias - Folha Leste. Mapa de Distrituigao de Ind{cios ae Cobre e Seleg&o de Areas Prio- ritérias - Folha Oeste. Secgdes Geolégicas das freas de Pesquisa. Prospeccfo Geoquimica em Solo Re sidual - Mapa de Distribuigao Geo quimica - Folha Norte. Mapa Geoquimico de Média Mével — Folha Norte. iii VoL. III Anexo n® 10 ~ Prospecedio Geoquimica em Solo Re sidual - Mapa de Distribuigo Geo quimica ~ Folha Leste. Anexo n? 11 - ProspecgZo Geoquimica em Solo Re sidual - Mapa de DistribuigZo Geo quimica - Folha Oeste. Anexo n® 12 = Mapa Geoqu{mico de Média Mével — Folha Oeste. Anexo n? 13 - Mapa Geof{sico Isoanémalo ~ Megne tometria Terrestre ~ Campo Total- Folha Norte. Anexo n2 14 - Mapa Geof{sico Isoandmalo - Magne tometria Terrestre - Folha Leste. Anexo n2 15 ~ Mapa Geof{sico Isoanémalo - Magne tometria Terrestre - Folha Oeste. BOLETINS DE ANALISES Andlises Petrogréficas Andlises de DifragZo de Raios-X Andlises Espectrograficas Semi-Quantitativas Andlises Calcograficas Andlises Qu{micas para Cobre pelo Método Espectrofotométrico de Absorgao Atémica. Anélises Qu{micas-Método Quantitativo iv suMARTO RESUHO... 2 ese eeeeececeeecececrersserseeteerseeeeeee 1. 2. 3. De INTRODUGKO......-. Pactieacbiolee Hale oorleecete aele eetelace ate 1.1 ~ Generalidades....... cece cece seen eee ee eee 1.2 - SituagHo Legal.secseeeceeceeeeceecenceees WETODOLOGIA DA PESQUISA ASPECTOS GEOGRAPICOS.......cseeeeeseeeeseceeees 3.1 - Localizag&o © ACESSO+. esse eeseeceeeeceeee 3.2 — Fisiografiasss.scceseeeeesseseeeeeseeeees 3.3 - Aspectos Geomorfoldgicos......+++++ 3.4 - Atividades Sécio-Econémicas.....+6+ GEOLOGIA REGIONAL...... ba tee eee eneeeecetereeees GEOLOGIA LOCAL..... 5.1 - Estratigrafia 5.1.2 - Pés-Precambriano (Cretdceo ?).... 5.1.2.1 - Rochas fgneas de Dique (28 geragdo) pedby..... | 5.1.3 - Precambriano Interior Indiviso... 5.1.3.1 — Rocha: Hidrotermais.... 5.1.3.2 - Rochas fgneas de Dique (18 geragSo) (pedb,).-. 5.1.3.3 - Rochas com Metassomato, se Potdssica....... 5e1.3.3.1 - Migmatitos a,Hornblen, da com ve~ tassomatose Potassica (pemh).... ev a Rew al 12 12 16 18 20 24 23 25 25 a 31. 35 37 5.1.3.3.2 = Gnaisse dig ritico com metassomato se potdssi- ca (pemd).. 5.1.34 - Rochas Anatex{ticas.... 5.1,3.4.1 - Diatexitos de composi- go graniti ca (pad).. 5.1.3+4.2 - Granitos de anatexia,lo calmente pa rautéctones (peag).. 5+1.3.5 ~ Rochas Associadas a0 Em basamento grenul{tico. 5.1.3.5.1 - 54163-5462 = 5.1.3.5.3 = 5e136564 = Rochas mifi, cas de com posigo ga- bvréide a dig rf{tica(pega) As rochas cal cosilicata ~ das (pc)... Os Anfiboli~ tos (pea)... Piroxenitos, Piroxénio - jorblendi tes e hormblendi tos (peum).. 38. 39 39 4 42 43. 49 54 54 5.1.3.5.5 = 0s Serpenti nitos (p€s) 37 5.1.3.5.6 - As Rochasfe ruginosas (pefe)....5 57 5.1.3.6 - Embasamento Granulitico 58 5.1.3.6.1 ~ Enderbitos migmatiza - dos associg aos a niveis e chamockiti ; cos (pégr,) 61 5.1.3.6.2 - Alaskitos granatiferos e charnocki tos (peer, ) localmente granitiza = dos (p€gr). 64 5.2 — Geologia Estrutural...cssececeeeessecnees 65 e@ 5.3 ~ Resultados Obtidos....eeeeeeeessenseeeens 87 54 ~ Resumo da Geologia....esseseeeeserereeees To" 6. PROSPECCAO GEOQUEMICA.....cccsseccuceceeeeccees 13 6.1 ~ Metodologia Empregadas+.ssessesseseeseees 7% 6,2 — Interpretag&o de Dados......5 14 6.3 - Resultados Obtidos. . 73 7. PROSPECGAO GHOFLSICA..........eecceeeeeeeeeeees 88 deed nema peer 89 7.2 — Interpretagho de DadoSsssssessecssceseeee 89 To3 — Resultados Obtidos.....seeseeeeeeeereeees 91 vii DADOS FESICOS DE PRODUGAO.....-s+eseeeeeeee see Bel — Popografias.seceeeeseeeeecseceeesceenees By2 = GeOlOgidsesseesseecseeeecerereeereereess B.3 = Geoquimicas..sssescscceecesenrrrereesers B.4 ~ Ceoflsicassssecsesscessceeeeeseneeersees CONCLUSUES....seeeseeeeeees ~ Sow? GPRIA viii oy Noe? CPRM RESUMO a. enies GPRM As trés técnicas de prospeccfo de~ senvolvidas na drea permitiram o estabelecimento de uma sis temdtica para a condugao dos trabalhos que serdo empreendi dos na pesquisa.de cobre em "Areas Alvos", selecionadas & partir da metodologia empregada. © mapeamento geoldgico de superf{ — cie conseguiu definir uma série de pardmetros geoldgicos vinculados a mineralizagdo de cobre. Supde-se que as) ro= chas m&ficas de composicéio gabréide e dior{tica, rochas cal cosilicatadas e certos tipos de rochas wltraméficas, como Piroxenitos, tém a sua origem ligada ao metamorfigmo de se~ dimentos pelfticos e aulmicos, até a facies metamérfico do granulito. Certos n{veis dessas rochas pogsuem um teor de cobre primdrio, cuja origem esté ligada a época de sua sedi mentagéo. 0 teor de cobre singenético & baixo, e por si sé n&o pode constituir depésitos de interesse econdmico. preciso qug tenha havido a influéncia de processos geolégi, cos secundarios para promoverem a concentracao de cobre em escala econdmica. Supde-se que a anatexia tenha sido o a- gente mais importante responsavel pela remobilizaglo de sul fetos do interior de corpos maficos e/ow ultramaficos,e con centragaéo destes em zonas preferenciais (zonas de contato , zonas axiais de dobramentos, microfraturas, etc.), onde se processam trocas metassométicas com maior intensidade. A in fluéncia’do hidrotermalismo como agente formador de deposi tos n&io ficou ainda comprovado. Supde~se, no entanto, que g fluido hidrotermal tenha sido o agente transportador de fons ae cobre do interior de corpos mineralizados para z0- nas de baixa pressio, onde a malaquita é formada pela combi nag&o do fon de cobre com 0 60, do fluido hidrotermal. Fo- ram encontrados 42 indfeios de cobre na regifio, sendo 19 de malaguiva, 5 de bonita e 18 de calcopirita, e selecionados. 22 dreas de interesse para pesquisa de detalhe. A prospecgao geoauimica em solo re sidual (malha 300 x 100m), possibilitou evidenciar a exis = téncia de diyersas faixas sigificativamente anémalas, com teores de até 1.000 ppm de cobre em solo residual; os con trastes foram tanbém significativos, chegando a atingir {n- dices da ordem de 16, 21 a até 61 vezes. Foram seleciona- dos 33 "Alvos Testes" e tragada para cada alvo uma metodolo gia de trabalho. A prospecgo geoffsica por magneto metria terrestre (malha 300 x 100 metros), permitiu,por sua vez, a selegdo de dreasvinculadas a presenca de corpos mafi cos e/ou ultramaficos, que serdo ainda objetos de reavalia— ¢o,em fung&o dos condicionamentos geoldgico-estruturais. “1. INTRODUGKO 1.1 - Generalidades © vale do Rio Curagd é desde mito conhecido como uma regiao promissora 4 pesquisa de minerais de enbre. A presenca de jazimentos e ocorréncias cupriferas seguindo "trends" preferenciais, conduziu ao estabelecimento de dois alinhamentos principais de mineralizagio. Um desses alinhamentos forma uma faixa de direg&o aproximada Norte-Sul, situada nas proximidades da margem leste do Rio Curagd, e on de se acham inseridas, além de outras ocorréncias peauenas , @uas das maiores jazidas da regiio, a de Carafba e a de Suru vim, 0 outro alinhamento, menos significativo que o primei ro, ocorre bem mais para leste, com a mesma diregdo, nele eg tando contidas duas importentes ocorréncias conhecidas como Lagoa da Mina e Cercado Velho. A probabilidade desses alinhamen, tos cupr{feros se prolongarem para norte do paralelo de 9°29 00" cer, levou a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais-CPRM onde as caracter{sticas geoldgicas parecem prevale @ requerer um conjunto de 20 dreas para pesquisa de cobre. 1.2 - Situagio Legal. Do conjunto das 20 dreas _ requeri, » (DNPM n@ 819.959/72) nfo possui alvard de pesquisa. Para as demais foram concedi, das, apenas uma area intitulada "C-2 dos alvarés. 0 quadro que se segue mostra as caracter{sti cas gerais de cada drea e sua situagio legal. AREAS a 7 weer AUurune, c-10 c-11 c-12 o-13 on14 c-15 c-16 c-17 c~18 c-19 DNPM 818.940/72 818.941/72 818.942/72 818.943/72 818.944/72 818.945/72 818.946/72 818.947/72 818.948/72 828.949/72 818.950/72 828.951/72 818.952/72 818,.953/72 818.954/72 818.955/72 818.956/72 818.957/72 818.958/72 ALvarh 1.060 435 1,062 436 1.062 437 438 1.208 1,109 1.10 1.111 1.112 1.213 1.063 1.114 1,115" 1.116 1.117 1.118 DATA 07.08.73 29.03.74 07.08.73 29.03.74 07.08.73 29.03.74 29403674 08.08.73 08.08.73 08.08.73 08.08.73 08.08.73 08.08.73 07.08.73 09.08.73 09.08.73 09.08.73 09.08.73 09.08.73 ae Sot GPRM Area (Ha) 1,000 796,16 1.000 873,30 1.000 709,80 553,79 1,000 1.000 1,000 1,000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1,000 1.000 oa so CPRM 2, METODOLOGIA DA PESQUISA re j 7 oPRM A metodologia empregada na pesquisa das dreas consistiu na associagao de métodos geolégicos dirg tos e indiretos. © Essa diretriz adotada para a pesqui, sa foi calcada em experiéncias anteriores no vale do Rio Cy raga, cujas caracter{sticas da mineralizagao requerem uma ag sociagio de métodos geoldégicos e uma sistematizagao no empre go desses métodos. A sistemética adotada consistiu na realizago em uma mesma escala, e utilizando-se de uma mesma malha padr&o, do levantamento geolégico de superficie, e dos levantamentos magnetométricos e geoquimicos. A escala adotada para os diversos mé todos de prospece%o foi a de 1:10.000, utilizando-se comocon, trole a malha topogréfica de 300 x 100 metros. Os servigos topogréficos foram execu tados utilizando-se teodolito marca "Wild", modelo TA-l. A sistemitica adotada consistiu na abertura de quatro picadas eixos carrogéveis e com acesso para vefculo. Essas picadas foram orientadas na diregao Norte-Sul, sendo duas delas si tuadas no lado oeste do Rio Curagd e as outras duas, no lado leste dc mesmo rio. Perpendicularmente as picadas eixos, fo. ram abertas picadas para servigos de detalhamento de métodos @ serem posteriormente aplicados, Essas picadas secundérias so acess{veis somente por caminhamento a pé e acham-se equi @istantes de 300 metros. Foram cravadas nas picadas secundg vias do sistema B-W, estacas numeradas, com equidistancia de 100 metros. (vide Fig. 1 - Esquema de distribuigao das pica das topogréficas). Para o mapeamento geolégico utilizou ge como apoio fotografias aéreas da LASA ~ Engenharia e Pros pecgdes S/A (1957), escala 1:25,000, e mapas planimétricos a “aa ? / ke Ae UT a x 3 3 a7 a a Pe Dt 3 | . : } e oO ESQUEMA DE PICADAS TOPOGRAFICAS- | coNVENGOES pn PROJETO CURAGA 4 ---- PICADAS SECUNDARIAS Svengied | PICADAS EIXOS CARROGAVEIS is i i ’ = | [5] CONTORNO bas AREAS pega atts: Fig. 4 teen cPRM semi-controlados,compilados pela PROSPEC S/A,escala 1:25,000, projecgio UTM com o meridiano central de 39°W Gr. & partir dos mapas das folhas de Pogo de Fora, Barro Vermelho, Tanque Novo e Jaramataia, obteve-se um mapa base ampliado para a eg cala 1:10.000, cujos acidentes topograficos foram posterior mente corrigidos para a sua verdadeira posigao, como apoio da rede de picadas topogréficas e das fotografias aéreas. Para o levantamento geof{sico utili zou-se o magnetdmetro modelo G-806, da Geometrics Ltda., sen do efetuadas medidas do campo total. No levantamento geoqufmico coletou se amostras ao nfvel do horizonte B, e em casos especiais,ao nfvel do horizonte C. As ,amostras foram dosadas para cobre, pelo método espectrofotométrico de absorgio atémica no Labo ratério de Andlise Mineralégica - LAMIN, da CPRM, no Rio de Janeiro. Adotou-se a seguinte sistemitica pa ra a apresentacdo dos resultados: o conjunto das 19 reas foi dividido em trés partes, formando um total de trés fo- Inas, denominadas de folhas Norte, Leste e Oeste. A sistemd tica adotada teve como objetivo padronizar a apresentagaio das trés técnicas de prospeceZo desenvolvidas (Fig. 2). 0s trabalhos de geologia sao apresen tados seis folhas, nas quais trés sao destinadas a apre sentag&o dos mapas geoldgicos e as outras trés, a apresenta gHo dos indfeios de cobre verificados com a. indicagao das éreas prioritdrias para pesquisa de detalhe. Essas folhas correspondem aos anexos de n®s 1 a 6. Constam ainda cortes geoldgicos da 4rea, acoplados a perfis magnéticos, correspon dendo ao anexo de n? 7. Os trabalhos geoqu{micos s&o apresen tados em cinco folhas, trés correspondentes a mapas de iso ccs gE GPRM teores (anexos 8, 10 e 11), e dois a mapas de média = movel (anexos 9 e 12). Os trabalhos geoff{sicos séo apresen tados em trés folhas (anexos 13, 14 e 15), correspondentes a mapas de isoanomalias gamicas. 10 CPR 3. ASPECTOS GEOGRAFICOS nu O GPRM 3.1 - Localizag&o e Acesso A drea objeto de Pesquisa situa-se na parte norte do Estado da Bahia, sendo cortada pelo parale 1o de 9°30’ © meridiano de 39°50'30". -0 rio Curacd atraves sa praticamente toda a area na diregio Norte-Sul. Com rela gZo aos distritos que a circundam, sua situagao é norte de Pinhdes, noroeste de Pogo de Fora e oeste de Barro Vermelho. (fig. 2,3). 0 acesso a drea pode ser feito tanto pela estrada (BR-235) que liga Juazeiro a Uaud, como pela eg trada asfaltada BR-130 que liga Senhor do Bonfim a Barrinha, continuando pela estrada carrogdvel que liga Barrinha a Pogo de Fora, passando pela Mina Carafba. Partindo-se de Juazeiro pela BR-235, percorre-se 78 quilémetros até o povoado dé Pinhdes, e a par tir deste, tem-se duas alternativas: tomando-se a estrada carrogavel que liga Pinhdes a Tanque Novo, ou pela estrada carrogdvel que também interliga estes dois povoados, ‘passan~ do-se por Pogo de Fora e Barro Vermelho. Na primeira alter= nativa, percorre-se 18 quildémetros, e na segunda, 68 quildme tros. 3.2 - Fisiografia A drea de pesquisa esté localizada no vale do Rio Curagd, onde o clima é semi-drido, do tipo Beh de Koppen (figura n® 4), com insuficiéncia de precipita go, baixe unidade do ar, elevada temperatura e considerdvel evaporagao. Quanto a distribuigHo pluviométrica, esta apresenta~se com certa regularidade nos méses de dezem bro a abril, com esporddicas chuvas fortes e de curto tempo de duragZo (enxurradas); em maio e junho as chuvas séo bas. 12 > eee YZ Z iy eo Joratimana = ~ ™ Quero Nao” % |, .aveimada 4o melo ine | oe ee -Tonquinl ; ys Logradour / epee \fen SITUACAO DAS FOLHAS PROJETO CURAGA ESCALA el ll? Fig.2 CONVENCOES V4 FoLHA NORTE E53 ron Leste ESN FotHa OESTE MAPA DE SITUAGAO DAS AREAS NO ESTADO DA BAHIA PROVETO CURAGA a CONVENCAO WM AREA DO PROVETO ESCALA APROXIMADA saato anton)o 2 sesus CONVENGOES =" « PRE (1) ++ cas cnovoso ovenve « tinoo.smmesenta eagcimactes oumaNtE To0e (0 AND. SENDO MAXKIMAS DE WARGO & AG0STO NAD POSSI teracho seca TT] om cama casvose.ovenre € imioe.aonesents meciPiracBes aanimas o€ er WAREO & AGOSTO POSSU! ESTACKO SECA WOSTMA UM TOTAL ANUAL OE PRECIPITACOES ELEVADO CLIMA OF TRANSICAG ENTRE OS CLIMAS ATE As, a cua omuvoso.qUenre € doo, APnesENte OUKs eBTAGdRS, UMA seca, urna cavcoss, ce acvewenoa sani. & Poe mame sweats OL APRESENTA OUAS ESTACDES UMA SECA.OE GHUVOSA. OE NOVEMBRC 4 ABRIL A PLUVE O8.DADE € INFERIOR 4 750MM ANIAIS iracbEs O4 fu. MKo POs LIMA cHYvOSO, MESOTERMICO E OMID0, APRESE ANTE TOOC © ANC, SENDO MAXIMAS DE NOVE: SU) ESTACRO SECA. MOSTRA VERSES QUENTES. eschva MAPA CLIMATICO DO cee ee ESTADO DA BAHIA (OE ObRAS CONTRA As omocs tw (rate BIBS Ratt cistern steamers oe CPRM tante infrequentes, e nos meses restantes do ano, predomina a época de estiagem,com secas caracteristicas dos sertdes nordestinos. A vegetagio da regido é caracterfs tica de caatinga rasteira, segundo o Mapa Fitogeogrdéfico da Bahia (fig. 5), sendo bastante heterogénea e tipicamente xe réfila. Apresenta~se de trés maneiras distintas: quer co mo serrados de médio a alto corte, as margens dos rios e riachos intermitentes, quer como caatinga de médio porte , abrangendo a maior parte da regio, ou como caatinga aberta de pequeno porte a rala. A distribuig&o desta vegetacio es t& condicionada ao tipo de solo, Nos terragos aluvionares dominam tipos, regionalmente conhecidos como barauna, angi, co, jurema, mata pasto, catingueiras, imburana de cheiro , juazeiros em solos provenientes de rochas maficas-ultramé- ficas ocorrem pinh&o, malva, panela, marmeleiro, cansangao etc.; e-em solos dcidos dominam, entre outros, os seguin tes tipos: catingueira, carquejo, imburana de cheiro, que bra fac&o, cansangfo, mandacaru, juazeiro e favela. Pertencendo a Bacia do Médio — So Francisco, a rede de drenagem da drea, de cardter intermi tente, encontra-se subordinada ao Rio Curagé, cujos afluen tes principais so os riachos do Tanque, Mocd e Barro Verme tho. Certos trechos do curso do Rio Curagd, como de alguns dos seus afluentes, sio controlados por fraturamentos. As lagoas da regiSo, de pequeno porte e temporérias, estao con dicionadas a zonas de fraturamentos ou a presenga de rochas bésicas e/ou ultrebdsicas. 3.3 - Aspectos Geomorfoldgicos Devido ao cardter homogéneo, quanto a resisténcia, as rochas da regido sofreram um desgaste uni 16 CONVENGOES VEGETAGAC LiToneNea Ow (CO) stu Mara Tropical Gwinn MS MATA SECA ~ ct CAATINGA OE TABULEIRO CR CAATINGA RALa $6 CAMPOS GERAIS ESCALA MAPA FITOGEOGRAFICO DO ESTADO DA BAHIA JOLSTIM BAIANO DE 2E0¢mAFIA.00 UNIVERS!OADE FEDERAL D4 O4- apa aria ares asastits pec eae REGION A'S 08 O GPRM forme pela ag&o dos processos intempéricos, configurando um relevo semi-aplainado, cuja monotonia é apenas quebrada pe la presenca de alguns "inselbergs" residuais, destacando-se entre éles, os serrotes de PinhZo Grande e PinhZo Pequeno. As altitudes da regido oscilam em torno de 350 a 400 metros, o que caracteriza uma superf{cie de pediplanizagao, classificada segundo King, de Superf{cie Velhas, do Tercidrio superior. A maior porgio da area encontra ~se coberta por um solo de natureza areno-argilosa, que se de- senvolve sobre rochas dcidas, e cuja espessura é da ordem de centimetros. Subordinadamente, ocorre solo argi, loso, desenvolvido sobre rochas de natureza basica-ultrabd- sica, onde atinge espessuras da ordem de 1,50 metros, tor. nando-se ainda mais espesso em zonas de lagoas. 3.4 = Atividades Sécio-Econémicas Estas atividades, na drea em apre ¢0, encontram-se na dependéncia dos municfpios de Juazeiro, no Estado da Bahia, e de Petrolina, no Estado de Pernambuca Os distritos de Pinhdes, Pogo de "o va e Barro Vermelho, que circundam a drea, sao praticamente desprovidos de condigdes infra-estruturais para que houves se uma aprecidvel atividade nos setores prim4rios da econg mia, : Pode-se citar como principal ativi, dade desenvolvida pela coletividade na regiao, a criag&o de vaprinos, ovinos, e equinos, Muito restritamente, a cria~ gio de bovinos e o plantio de algodao. © comércio, mito restrite, apresen 18 ce) cPRM ta-se mais ativo no Distrito de Pogo de Fora, onde se con- centra todo o operariado das trés companhias de mineragao que estio desenvolvendo trabalhos na regiao. 19 4 oPRM GEOLOGIA REGIONAL 20 O CPR 0 Vale do Rio Curacd tem sido alvo de numerosos estudos, dentre os quais, podemos destacar 0 trabalho de Ladeira e Brocker Jr. (1968), apresentado pela primeira vez no sentido de se estabelecer una estratigrafia para o Grupo Carafba, e em fase de relatério final, aqueles relacionados ao Projeto Cobre-Curagd, pelo convénio CPRM - DNEM. A geologia sobre a qual descorrere mos aqui, serd de maneira suscinta e limitada a figura 6. Na porgfo central, a leste do Rio Curagd, mais ou menos de sul a norte, predominam rochas gra nulfticas, principalmente do tipo charnock{tico, além dos anfibélio-biotita granulitos, piroxnio~anfibélio granuli, tos, granulitos félsicos, etc. Tangenciando este mesmo rio, tem-se biotita-maisses migmatizados, com frequentes intercalagdes de rochas calcosilicatadas, quartzitos ferrfferos, anfiboli, tos, kinzigitos, etc, e biotita-gaisses, biotita-hornblen- da gnaisses, parcialmente migmatizados e com ‘intercalagdes de nfveis de anfibolitos. Contornando os diferentes tipos li, toldgicos jd citados, predominam biotita-hornblenda gnaig ses, bandeados e migmatizados, qmaisses félsicos, e suborii nadamente, granulitos, além das intercalagSes de anfiboli tos,rochas calcosilicatadas e piroxenitos. Na porg&o oeste desta figura, é marcante a predominancia de quartzitos fu- chs{ticos, As vezes feldspatizados, quartzo-feldspato-grana da gaisses, gaisses kinzigfticos, com intercalagées delga das de anfibolitos, quartzitos ferrfferos e calcosilicata das. Na porgfo leste, ocorrem migmatitos 2 Aluviéo Eluvio + Sdixos. de Quort z0 Gronito Gadidsico Grosseiro @ Horadlende « diotita Biotitc GadiMPePortirobidsticn « biotite -norn ble da Gnolsse Sienito Gndissico Pogo de Fora Quartizite Fuehsltico, QuertzerFeldspeto~ Gronede tized, Kinzigito, com nivels de iH jo ferrifero « a Soee08 Quertzo Feldspeto & Biotita-Horn bienda Gnoisse © GranvlitosyMigmatitos com Aiveis de Anti am. menor escola de Roche Calco~ silicade ¢ Firoxénito E Migmatitos listrado a biotite, uwbordinadomente e horn bienda ¢ biotita,com niveis delgades de onfibolito Biotite- Gncisse Migmotitice jo—Hor biendo-Gnalsse Migmotitico com intercclagdes deigodas de onfidolito Roches Granulfticos Gadro Otftice Rocha Caleosilicate da oe ae 14 GPRM ESBOCO DA GEOLOGIA REGIONAL PROJETO CURACA escaca Fig. 6 1250 __ 25003750 5000 m ee —— cS 22 <8 GPR listrados a biotita, e subordinadamente, a hornblenda e big tita, com intercalagdes de anfibolitos. No canto sudeste desta mesma figu~ ra, destacat-se o Sienito Gndissico Pogo de Fora, além de calcosilicatadas e anfibélio-biotita guaisses. A noroeste, tem-se uma larga faixa de granitos gdissicos, grosseiros , a hornblenda e biotita. Cortando praticamente toda a drea, é constatada a presenga de um digue de gabro of{tico. Estruturalmente, a area encontra~se representada por um braquianticlinério, cujo eixo bordeja a margem leste do Rio Curagd, onde os conjuntos de dobramen tos sao dos tipos abertos e revirados, Com referéncia ao sistema de falhas e didclases, predomina a direg&o nordeste. 23 CPRM 5. GEOLOGIA LOCAL 24 C3 CPRM 5.1 ~ Estratigrafia © estabelecimento de uma estratigra fia dentro da drea de pesquisa foi enormemente dificultada ‘pelo elevado grau metamérfico atingido’ pelas rochas da re giao, em sua maior extensdo impostas aos efeitos da agao hi drotermal, responsdvel pela obliterag&o das caracter{sticas originais da facies metamérfico, 0 que dificultou, sobrema— neira, a interpretag&o da continuidade e situagdo espacial dos diversos tipos litoldgicos que ocorrem na regizo. Os resultados do mapeamento geoldgi, co, permitiram o estabelecimento de uma ordenacgao relativa, do ponto de vista eronoldgico, para as rochas da regiiio. A fig.Trefere-se a coluna geoldgica proposta para a drea localizada neste relatério. 5.1.1 - Quaterndrio - Qal © Quatern4rio na drea de pesquisa é representado pelas aluvides e terragos aluvionares (Qal). Alcangam maior expressividade ao longo do Rio Curagd, prin cipal rio que drena a area, chegendo a atingir uma largura média de 650 metros. Outros riacnos, como os riachos do fanque, Barro Vermelho e Ipueira, afluentes do Rio Curagd ,- apresentam-se também com leitos alargados em forma de "U" , devido a formagao de terragos. 5.1.2 = Fos-Precambriano (Cretdéceo ?) 5.1.2.1 ~ Rochas {gneas de dique (28 gerag&o) pedbs, As rochas {meas relacionadas ao pe rf{odo Pés-Precambriano sfo os diabdésios com coloragao cinza médio a escuro, textura afan{tica a microfemerf{tica, que aparecem cortando as diversas unidades litolégicas precam— 25 Aluvido @ terraces cluvioneres. QUATERNARIO DEPOSITOS ALUVIONARES: PRECAMBIANO| -- "(CRETACEO?) * ROCHAS IGNEAS DE ‘Ao DIQUE 29 GERAG, bd Foghas, | idrotermoimente Lilia com predomioancia de tipos 4 Quartzo de veio, as vezes com twmalina (aftorante) Roledos do quartzo. ROCHAS HIDROTE RMAIS _hombléndica (pha). “ INDIVISO ROCHAS iGNEAS DE al] @ ae Migmatito:a homblenda com metassomatose potissica _ INFERIOR 1 ROCHAS 4 Oo a 8 5 - = Gnaisse dioritico com metassomotoee potdesice Diatexitos de composicdo granitica ROCHAS WNMBASAMENTO GRANULITICO. ~ ||ANATEXITICAS| = aa Gronitos de anatexia, focalmente paroutéctones. édorrinantemente rochas de composico gatnide a doriica. Suborénoda Ye, piroxenitos, serpentinitos, onfibolitos, chornockitos @ calco- siicatados. T ae Predominontemente: cakco-slicatadas. Subordinadamente rochos gobro-dioriticos , | Piroxenitos, serpentinitos, antiboltos © rochas ferruginosas. PREC AMBRIANO Anfibolitos Piroreritos, hornblenditos « picoxtnio- hornblendites Serpentinitos. . t ROCHAS ASSOCIADAS AO T : Fredominontemente rochas ferruginosas. Subordinadamente, calco- sticatadas | © granulitos, \ Predominantemente enderbitoe migmatizados. Subordinadamente rivets chore Aockiticos © de granuiticos intermedidrios Predominantemente olaskitos e chamockitos. (P@gr;), locakmants. granitizodos {PE gn). Subordinadomente. nivels: de gronulites intermedicrics, EMBASAMENTO - ~ GRANULITICO 7 1 Fig, 7- -Coluna geoldgica da drea de pesquisa i © CPRA brianas da regifo. Ocorrem preenchendo falhas e didclases de diregao NE-SW e, menos frequentemente, ENE-WSW, sempre a presentando um padrfo retilfneo de colocagao, com excessao dos corpos diabdsicos situados ao sul da drea 0-16, ao lon go da picada EW-42, nas vizinhangas do piquete 62, onde apa. recem deformados. Petrograficamente, sao rochas cons= tituidas de piroxénios (augita) e plagiocldésios. 0 pirox’ nio encontra-se parcialmente alterado para uralita eo pla giocldsio bastante, saussuritizado. Como varietal, as vezes ocorre hornblenda e como acessérios apatita, carbonato, leu coxénio, opacos; magnetita, epidoto, clorita, biotita, seri cita, ete (fig. 8). Andlises espectrograficas realize das em amostras de diabdsios (fig. 9) revelaram uma média de valores anémalos, para mais, com respeito a Ferro (20 4%) e Bario (906 ppm), e para menos, com respeito a Estréncio (300 ppm), quando comparados com as médias mundiais para ro chas fqmeas méficas e de basaltos (fig. 10). A soma das mé dias para Célcio + Ferro + Magéeio foi de 27,5 %, compatt, vel com a de rochas basdlticas, que se situam entre 20 a 30%, Os diabasios apresentam fraca disse minagio em sulfetos (pirita). : A sua posigZo na coluna geoldgica ainda é duvidosa. 4 provdvel que a época de colocagio des ses corpos seja posterior ao Precambriano, devido ao fatode apresentarem padroes texturais contrastantes com as rochas metamérficas encaixantes, como fraca deformagio,auséncia de texturas lineares e/ou planares e fraca alteragio hidroter nal. 5.1.3 - Precambriano Inferior Indiviso 27 Mi OMA. Ct OS DIQUE NA REGIA NORTE 00 VALE DO RIO CURAGA (PROJETO CURAGA 1975) Fig, B- Andvses rerrocraricas NOS MiGWATITOS — ROCHAS DE DIQUE ROCHAS OE LEUCOKENIO PIGEONITA SERPENTINA MALAQUITA | MINE RAIS cLoriTa (m-038 & | o1ABASIO 200 a00|20. 000 weDIA 00S TEORES AMOSTRAS: 200000\20 900 t 50.000 | >10 000| 2000 re 1500 150 t 1 r 20 v0 |< 19.090 ‘300 | weal 300) 708 FA\KA 00S TEORES 200.000] a |s0 0900 @ a 30 000 10-000 |2000 alt 100] 180 CR OF ELEMENTOS PRINCIPA'S F SFCUNDARIOS (EM PPM) FM AMOSTRAS OF CeRovera cURagA F205 0 sr 213 PIROXEN/O~ SERPENTINITO | 150 000) 2000 150 000) PIROKENIO- SERPENTINITO ps 000/100 ooo soo 4 45008 ! 100 O00 { 200. 000 2000 | 1 $00 | 1.000 200] 1500 150! >3s00] < 6 Pee aie etek sn J Le ia 1.730 | nie a | Dos TEORES 175 000/100 000 cistpipuigdo. Ge vauinica OF ELEWENTOS PRINCIEAIS € SECUMDARWS (Em PPM) EM AMOSTRAS DE ROCHAS UTRAMAFICASNA REGIZO NORTE 0D VALE 90 -RIO CURAGA ( PROVETO CURAGA 1975) ELEMENTOS pes ‘ mentos principais SECUNDARIOS Elementos secundorios ( trogos) rros_raros) LiTOLOGIAsS ~~ N Ti cu Co v | Moa | ze - Ba | Sr La _— 4. 7m ji x»! * * * * cr) * “ ROCHAS uLTRAMAricas | 2.000" | 1200! 3 o00| 80° | 200°] 140°] 1.300] 30 Poe) re ° oe + oe if xe * *x < “| rocwas maricas 300" ec'| s.000| 1 40 100 | 270 | 440 2 alze } < |2 2[ easatto si at ex ee e ¥ er} eH % ote . = Pe tcaak be tana 430 3 /20.000| 176 100 | 120° | 800 2 1. - a = “| BasaLTo TOLEITICO eR ee ee ** ee ee z | vas. TERCIARIAS (IRLANDA) ise" ‘ 30 i e700} 180 700 | 1380 | 1280 | - « . * * x! xx * * | < CALCARIO E DOLOMITO 5 | 3-10| 400} 8-20 19 |20-200| 610 1s0co} — _ ask ERR ae baat ie | fee f wile < * * * * «| * a |< £| arenito 10-100] 240% 3.000'| 10-40 22% j}o0-808 | 2B" 7 | sr ood) — sy =. hie - 4 jos * * * * lo 3! FOLMELHO 19-400 | 20-100] 4 400°] So450 — |300-600) —— a0 ae cs ‘ eae w * %) FOLMELHO eTO 10-800 |20 300) — |20-300 — |aso-roo| — Fig. 10 — auaono companarivo DAS MEDIAS GEOQUIMICAS DE ELEMEMTOS PRINC € SECUNDARIOS EM ROCHAS EAS £ SEDIMENTARES OF DIVERSAS PARTES 00 MUNDO (# SEGUNDO VINCERADOY 1986 #% SEGUNDO VINOGRADOY 19) vere) IN WAWKES ET IN K@AUSKOPF 30 © CPRM 5.1.3.1 - Rochas Hidrotermais As rochas desta classe ocorren em grande extensdo areal na regiao, sendo o resultado da agao de fluidos hidrotermais que percolaram.zonas de falhamentos e adjacéncias, onde as rochas apresentam-se cisalhadas, fa cilitando uma maior mobilidade dos fluidos, devido a wn au mento na sua permeabilidade. Andlises espectrograficas em rochas com acentuada alteracaio hidrotermal, revelaram uma media de teores andmalos de elementos tragos com relagdo a Titanio (8.333 ppm), Bario (1.366 ppm), Estréncio (980 ppm) e Lanta nium (68 ppm). (fig. 11). Macroscopicamente, apresentam-se com coloragdo esverdeada, que nos tipos provenientes de rochas maficas e/ou ultramificas, torna-se caracteristicamente a- centuada, devido a intensa saussuritizagfio do plagiocldsio num agregado de minerais’ de retrometamorfismo, onde em maior predomin@ncia se encontram a clorita e o epidoto. As vezes, a alteragdo é tao intensa, que a rocha se transforma em verdadeiros clorititos e epidotitos . Para os tipos provenientes de | ro~ chas félsicas (pehe), a influéncia do hidrotermalismo acar~ reta a formag&o de manchas esverdeadas na rocha, onde se no ta palhetas de clorita, granulos e até cristais de epidoto @isseminados. A fig. -12 mostra o resultado de andlises pe trograéficas realizadas nas rochas desta classe. Nas zonas enriquecidas em biotita , a transformagao desta para clorita, libera grande quantida de de fons de potdssio, ocasionando uma contaminagao pronun ciada deste fon nas rochas circunvizinhas, originando ro- chas hidrotermais monomineraldégicas (péhf) quase que exclu 31 - eames a pecs 10.000 5 | 20 800! so 2008 <104 2004) 1A 104 3008) 304 munciraie « secunodmos (6 fcunage. (router. ROCHAS HIDROTERMAIS ROCHAS CALCOSILICATADAS MINERAIS micro PLagiocLasio ‘Quant z0 FeLosraro MAL AguITs Muscovita oO GPRM sivamente constituidas de feldspato potassico réseo, onde se nota alguns raros pontos de clorita e/ou epidoto e algum quartzo. Ocorrem também, notadamente nas vizinhangas de 20 ma de falha, rochas hidrotermais c/disseminagao de hornblen da, parcialmente alterada para tremolita-actinolita(péha). As rochas hidrotermais constituem gaias importantes na localizactio de depésitos de cobre. Pe lo fato de ter sido constatado em diversos pontos a presen ga de malaquita associada a estas rochas, chegou-se a con clusio de que os fluidos hidrotermais seriam os agentes de condug&o de fons de cobre do interior de corpos mdificos por tadores do sulfeto de cobre, e que, em zonas de pH favord vel, 0 didxido de carbone (CO,) do fluido reagiria com 0 fon de cobre e precipitar-se-ia o carbonato hidratado (mala quita). Andlises petrogréficas de rochas hidrotermalmente alteradas e portadoras de malaquita, demonstraram estar eg ta englobando poiquiliticamente, além de outros minerais n&o identificados, cristais diminutos de quartzo. Este fa to reforga a hipdtese, para determinados casos, da origem da malaquita estar ligada a présenga do fluido’ hidrotermal como agente transportador, e nfo a agdo do processo de oxi dag&o do sulfeto de cobre originul. 7 Este processo passa entiio a reves tir-se de especial importancia, pois atesta que nem sempre a malagquita esta ligada a oxidac&o do sulfeto de cobre, e assim sendo, nem sempre a toda zona de malaquita correspon de necessariamente a presenca de wm corpo mafico subjacente e portador de sulfetos de cobre. A malaquita ent&io torna~ se significamente, na maioria dos casos, ‘como guia na selg ¢Ho de dreas prioritérias, associada a outros parametros geolégicos, nos quais é imprescind{vel a presenga do corpo méfico nas vizinhangas do local do ind{cio deste mineral. 34 ey GPRM © poder de mobilidade de fluidos hi drotermais é ainda desconhecida na regio, e somente com um estudo de detalKe péder-se-4 chegar a uma conclusao com res peito a distancia de corpos mineralizados com zonas afasta— das do corpo e portadoras de malaquita. © quartzo de veio (pCa) é ainda ou tro agente de manifestagSo hidrotermal na regiéo. Geralmen te encontra-se preenchendo falhas e didclases. As vezes , sua influéncia é t&o pronunciada que chega a formar serrg tes alinhados e pontiagudos, que constituem feigdes geomér ficas distintas na regiao. 0 quartzo de veio, quando associade a corpos maficos e/ou ultraméficos na regio, constitui po deroso guia na identificagao de mineralizacio em nfveis in feriores do corpo, encontrando-se quase sempre "manchado ” de malaquita quando o corpo est4 mineralizado. 5.1.3.2 - Rochas fgneas de Dique (18 geragfo) (pea, ) Nesta categoria estado incluidas as rochas que constituem o grande dique que segue o mesmo "trend" regional dos diabdsios da 22 geragio, anteriormente discutidos. A sua drea de ocorréncia limita-se as folhas Oeste e Leste (vide anexos de n®s 2 e 3), ou mais exatamente, & partir das proximidades do ponto EW-39/NS-55, toma a diregéio N45°E,*seguindo aproximadamente a estrutura regional das rochas encaixentes, cruza o Rio Curagd, ganha a folha Leste, onde corta obliquamente a direcgio das rochas, sendo observado até as proximidades do ponto EW-114/NS-139. Apresenta na 4rea investigada uma largura média de afloramento varidvel de 100 a 200 metros , 35 oO : GPRM que pode coincidir aproximadamente com a sua espessura mé- dia, devido o dique ter postura subvertical, com caimento forte (80 graus) para sudeste. Macroscopicamente, sao gabros de granulometria grossa, textura of{tica, apresentando-se, qua se sempre, com um grau de alterag&o hidrotermal e intempéri ca muito acentuadas. Sio desprovidos de padrées direcio- nais lineares e/ou planares. Petrograficamente, sao constituidos de piroxénios (augita ou pigeonita), em grande parte clori tizados e plagiocldsios, que podem se apresentar bem preser, vados ou com elevado grau de saussuritizagio. A amostra JE-079, retirada no ponto ,EW~39/NS-66,5, revelou a presenga de olivina e de pigeonita. Nas amostras analisadas existem abundantes minerais de transformacgao. (fig. 8). As evidéncias de campo mostram que estes gabros em certos locais, esto associados na sua peri, feria a corpos diab&sicos afan{ticos a microfaner{ticos, si, milares texturalmente dqueles da 28 gerago, e que nas vi-~ zinhangas do ponto EW-69/NS-83, na Folha Oeste (anexo 3) 0 grande dique de gabro grosseiro é seccionado por um corpo diabdsico da 28 gerago. 0 exame das fotografias aéreas na regio de Carcard, j4 fora da érea mapeada, mostra que as relagdes de discordancia do grande dique para com os diabd sios da 1" gerac&o ainda continuam a existir. Apesar de nfo ter sido constatada a incidéncia de outros diques de gabros grosseiros, julgamos que os mesmos pertencgam a uma fase de colocagao mais antiga em relag&o aos diabdsios da 2® gerago, pelos motivos dé discutidos e resumidos a seguir: a) composigtio mineralégi ca diferente (presenga de olivina); b) relagdes discordan- 36 q GPRM tes, em certos locais, com os diabdsios da 28 geragfio; c) textura grossa e claramente off{tica; d) maior grau de alte ragao hidrotermal. © 5.1.3.3 - Rochas com Metassomatose Potdssica 5.1.3.3.1 - Migmatitos a Homblenda com Metassomatose Potas sica (pEmh). A referide wnidade ocorre ao norte do riacho do Tanque, ou mais precisamente a noroeste da d= rea C-14 e bordo oeste da drea C-13. Apresenta-se constituida por rochas de colorag&o levemente rosada, granulometria grossa, text va porfirobldstica, foliac&o irregular e algo difusa em eg cala de afloramento, porém perfeitamente distinta ém amos — tras de mao. Petrograficamente, essas rochas sao constituidas predominantemente de microclina, quartzo,e pla gioclasio dcido, Hornblenda e vbiotita aparecem como mine~ rais varietais. Opacos, alanita, leucoxénio, apatita, seri cita, clorita e epidoto-zoisita, como acessérios. # comum encontra-se no seio dess2s. rochas xenoblastos lenticulares e descont{nuas de gnaisses de coloragio cinza, granulometria fina 4 grossa, petrografi. camente com a mesma composigio mineralédgica, acrescentando- se apenas a presenga de massas de uralita e éxido de ferro, que podem ser resultantes de antigos cristais de piroxénios. Ainda como fato relevante encontrou se em associagao {ntima com essas rochas, ao longo da pica da EW-141, nas vizinhangas do ponto 43, intercalagdes con- cordantes de potentes n{veis de charnokitos (ponto LM-146), 37 © OPRM petrograficamente com a mesma composigZ0 das rochas que ora se discute, com a diferenga somente na presenga de hipersté nio como ferromagnesiano principal. Por outro lado, nas vi zinhangas do ponto 50, a0 longo da picada EW-147, estas ro chas esto mignatizadas com as texturas méveis "schlieren " e nebulftica, inclusive apresentando perfeitas dobras ptig maticas. Pelos fatos expostos, toma-se evi~ dente que essas rochas resultaram de processos de anatexia atuantes sobre rochas da facies metamérfico do granulito. Muito embora seja um fato ainda pouco estudado a atuagao do processo de migmatizago em rochas da facies granulito, as evidéncias de campo comprovam-no, Poder-se~ia explicar por um decréscimo nas condigdes de temperatura e pressdo dentro da facies granulito. Fosteriormente ao processo de migmati, zagho, que impds a rocha um aspecto textural semi-isotrépi- co (diatexitos), a rocha foi submetida a um processo de blastese pot4ssica, em condigdes de temperatura e pressio muito mais inferiores, o que é denotado pela presenga de pérfiros euhédricos e com orientag&o difusa de microclina. 541.3.3.2 - Gnaisse dioritico com metassomatose potdssi, ca (pemd). As rochas pertencentes a esta uni+ dade ocorrem mito subordinadamente e de uma maneira des— continua nas folhas Leste e Oeste (anexos ns 2 e 3). Tem a sua maior distribuigio nas areas C-5 e C-6, notadamente nesta ultima, e com mito menor frequéncia, no canto NE da drea (+2 e a leste da drea 0-9. Acham-se relacionadas a terrenos fg tograficamente "manchados", ocorrendo frequentemente asso— 38 co CPRM ciadas a rochas de natureza gabréide a quartzo~dior{tica, e também a rochas calcosilicatadas. A sua formagHo esté condicionada a -influéncia de processos metassom4ticos que atuam notadamen te nas zonas mais conturbadas, como aquelas relacionadas a eixos de dobramentos. Macroscopicamente, sao rochas de co lorag%o cinza, granulometria fina, textura mdissica, com porfiros pequenos de feldspatos orientados na direg&o da fo liagao. fndlises petrogréficas realizadas em amostras desta facies, mostraram que essas rochas apre- sentam composigao semelhante a de quartzo-dioritos e grang dioritos, estando quase sempre com um grau de alteragZo hi drotermal mito acentuado. Apresentam em certos locais(pon tos EW~105/NS-86,3 e EW-114/NS-132) disseminacZo de sulfe~ tos de cobre (calcopirita) e impregnago de malaquita em mi, cro-fraturas. Conclui-se das observagdes de cam~ po, ser o processo metassomético um agente ligado a concen- tragdo de minerais de cobre e deve ser utilizado como um pa rametro-guia, associado a outros fatores geoldégicos, na se. legio de areas com possibilidades de conterem mineralizacio. 5.1.3.4 - Rochas Anatexfticas 5.1.3.4.1 - Diatexitos de composigao 7 granitica (péad) As rochas desta unidade ocorrem . na parte central da drea 0-13, a sudeste do riacho do Tanque , e parte norte das dreas C-14 e 0-15. A érea de distribuigio dessas ro~ 39 on Co CPRM chas tem uma forma arredondada, forma esta adquirida pela influéncia de processos anatex{ticos com alto grau de mobi lidade mec4ncica (diatexitos). Macroscopicamente, sao rochas de co. loragao cinza, com manchas rosadas, granulometria fina a mé dia, semi-isotrépicas a fracamente foliadas, as vezes com a foliagao difusa e irregular, onde se nota ainda"schlierens" orientados e retorcidos de biotita gaisses, contomados pr um envoltério estreito de biotita. Sao essencialmente quartzo-feldspdticas, com disseminagio de magmetita e algu mas palhetas de biotite cloritizada. Nota-se que para os bordos as rochas adquirem um aspecto textural de granulitos, onde apresentam um maior grau de recristalizagao. Anélise petrogréfica da rocha situa da na’parte central do corpo, revelou composigdo similar a de granitos, epresentando como constituintes principais mi, eroclina, plagiocldsio, quartzo e biotita (geralmente clori tizada). Opacos, zirc&o, e alanita, como acessérios ( amos tra IM-123, ponto EV-117/NS-135). Para os bordos, a rocha adquire um aspecto textural granobldstico fortemente orica~ tado. A composicao é idéntica, com a caracter{stica de o0- correr abundantes formas de interpenetragao dos graos, onde é frequente o intercrescimento mirmequitico (amostra LN-1%6, ponto EW~123/NS-59). Possuen no seu seio restos de migne titos méveis (diatexftos) a biotita, e de rochas méficas , predominantemente com composigdo de quartzo-gabros. As relagdes de campo mostram que es sas rochas séo derivadas de fendmenos de anatexia, em uma facies mais enriquecida em biotite, possivelmente na zona de interfacies metamérfico granulito~anfibolito, onde ° 40 Co GPRM teor de dgua foi suficiente para gerar um estdgio de alta mobilidade mec&nica nas rochas, fornecendo grandes quantida des de fundidos anatéticos méveis e de natureza quartzo = feldspitica. As rochas méficas que aparecem no corpo deg sas rochas representam granulitos basicos originais que re sistiram ao processo de migmatizacao, devido ao alto teor de anortita do plagioclasio. Tudo indica, pelas relagdes de cam po, também ser os processos anatéticos agentes de remobili zagio e de concentrag&o de minérios de cobre. Pontos de ma laquita em zonas hidrotermalmente elteradas e relacionadas a corpos m&ficos encaixados em rochas anatex{ticas, sugerem a existéncia de sulfetos de cobre em nfveis inferiores deg ses corpos, cuja concentracdo deve estar ligada provavelmen te a influéncia de fendmenos de anatexia. 5.1.3+4.2 - Granitos de anatexia, 1g calmente parautéctones (peag). Os corpos granfticos que ocorrem em diversos pontos da drea de pesquisa s&o resultantes de pro cessos de anatexia. Apresentam coloragtio varidvel de cinza a cosada, podendo aparecer num mesmo afloramento com as duas tonalidades. “Predominantemente, possuem granulome= tria fina, podendo esta variar para média a grosseira, e as vezes até pegmat{tica, em partes restritas do corpo. Wacroscopicamente, sao constituidos predominantemente por quartzo e feldspatos réseos e cinzas, Biotita aparece em certos locais como mineral varietal e om outros como acessério, encontrando-se comumente cloritizada. Opacos, epidoto, clorita ocorrem como acessérios. 41 C3 OPRI fexturalmente apresentam-se como ro chas semi-isotrépicas, podendo as vezes observar uma ténue orientagio mineralégica, marcada pela presenga de minerais placéides. Ocorrem quer esporadicamente,ou for mando "trends" descontinuos. Acham-se com maior frequéncia relacionados a terrenos migmatizados e com alto estégio de mobilidade mecinica (mignatitos "schlierens"). Possuem em geral parametros concordantes a semi-concordantes com os migmatitos encaixantes, que so reconhecidos _petrografica mente pertencerem, em certos locais, a facies do anfibolito, e em outros, a facies do granulito (unidade PCEr,)» mais adiante discutida. Mnglobam frequentemente xenoblastos (en claves) retorcidos dos mignatitos encaixantes. Hncontrou - se, em certos locais, relagdes claras de discordfncia dos granitos em relago ao "trend" regional das rochas encaixan tes, evidenciando que a anatexia nao foi um processo pure — mente estdtico, e que, em determinadas zonas, o fundido ana tético foi deslocado do local onde se formou, e introduzido obliquamente ao “trend” regional das rochas envolventes. A credita-se que os deslocamentos foram pequenos, daf nossa tendéncia de enquadré-los na clacse dos granitos parautécto nes. As evidéncias de campo mostram que os granitos de anatexia, intimamente associados aos migmati tos com alta mobilidade mec&nica, constituem agentes impor tantes na remobilizagao de material e no fornecimento de condigdes especiais para que se estabelega uma concentracao de sulfetos de cobre em zonas preferenciais dos corpos méfi cos, portadores de sulfetos disseminados, mediante trocas metassomaticas. 5.1.3.5 - Rochas associadas ao embasamento granulf{tico. 42 © oPRM 5.1.3.5.1 — Rochas maficas de compo- sigto gabrdide a diorfti ca (pega). As rochas méficas de composigio ga préide a dior{tica revestem-se de especial importéncia na geologia do vale do Rio Curagd, porque constituem, juntamen te com os corpos ultraméficos, as rochas hospedeiras das mi neralizagdes cupr{feras de maior poténcia. As rochas maéficas de maior porte fo ram mapeadas com o auxflio de fotografias aéreas existentes na escala 1:25.000, onde possuem caracter{sticas fotogeolé— gicas distintas, No campo, a associac#o dos fatores pedold gicos e de vegetacao, associados e presenga de fragmentos residuais espalhados, serviram para a demarcagaéo aproximada dos seus contatos com as rochas encaixantes. Convém saliea tar, que devido as caracterfsticas de relevo aplainado da area, os fragmentos residueis om superf{cie constituiram um parametro geolégico para a qualificagdo do tipo de rocha mi, fica dominante, evidenciada pelo maior grau de predomina&n- cia dos diversos tipos de fragnentos. Seguindo este crité- rio, as zonas mapeadas como rochas méficas de composig&o ga rdide e diorftica, contém em maior frequéncia fragnentos: desses tipos litolégicos, podendo ocorrer associados outras variedades de fragmentos de rochas maficas e/ou ultramafi - cas, e até mesmo rochas félsicas. Dessa maneira, pode-sein ferir que os corpos méficos mapeados como de composigSo ga brdide e diorftica, nao sio homogéneos em sua integridade , podendo ocorrer variagdes transicionais para outros tipos néficos e/ou ultraméficos, inclusive podendo até existir in tercalagées dentro do préprio corpo de rochas félsicas. Convém salientar ainda, que nfo foi poss{vel pelas caracter{sticas supra citadas, como também 43 o GPRM pela impossibilidade de identificagdo macroscépica do piro- xénio, selecionar as variedades de gabros a hipersténio (ng ritos) das variedades de gabros a augita. Pode-se apenas acrescentar que as duas variedades existem intimamente asso ciedas, e somente com estudos de trincheiras ena fase de sondagem, poder-se~4, com um controle petrogréfico acurado, ter condigées de separagio das facies gabréides dentro dos complexos méficos-ultramaéficos. Macroscopicamente essas rochas apre sentam-se com coloragio cinza, granulometria fina a média , muito fracamente foliadas, predominantemente constituidas de piroxénios e plagiocldsios, 4s vezes com o trago da fo- liagHo marcada pela presenga de ni{veis estreitos quartzosos Granada aparece comumente nas rochas gabréides e, em certos locais, ocorrem até zonas predominantemente granat{feras. Andlises petrogréficas realizadas em amostras de rochas de composiga&o gabréide, revelaram a- centuada proporcgao de hornblenda entre os minerais maficos, dasicidade elevada do plagioclasio, o ortopiroxénio dominan do 0 clinopiroxénio, quartzo com wn percentual anémalo para rochas méficas, biotita em baixa proporgiio e geralmente com colovag&o avermelhada. Entre os acessérios, destacam - se o zire&o como mineral prim4rio, ¢ que aparece com uma cer ta consténcia. Granada, esfeno e apatita ocorrem em algu — mas amosiras. Também encontram=se abundentes minerais de retrometamorfismo, como clorita, epidoto, sericita, carbona tos, leucoxénio, tremolita-actinolita e talco (fig. 13). Andlises espectrogréficas semi-quan titativas para 30 elementos (fig. 14), revelaram uma média de teores ligeiramente anémalos, para mais, com respeito a Ferro (13), Baério (388 ppm), Vanddio (322 ppm), Cobalto(67 ppm) e Cromo (347 ppm), e para menos, com respeito a Estron a RO c 4 A s ™ ucioe-8 [oucita fewsizo-ajucize |wi-oze moze |wcois [w-o« [wt-o98 oP F ' ¢ a s [iw-106-aftw—100 [iw jwu- ter [or-1ze [ar-t91 [or-200 [ar-230 [ve aa7 vfalely tale Wont pu-0z6 fun ozs [ru-ose fim-oee- oh fape i lately[«loly [ale] ]a le ar 286-8 [iucdse-a uw aseahueie-a|ew zoo Oly fete [= fey [> fo felalfole= MINERAIS iu -o20-| ole fell tlt late ple fe ble] dal Typed pe folep ately yal] vle lo [e eal [x [va EWOA x} | fe x [prastoetasvo x xB ay a eT fe 7 aL ‘ouantz0 ia erigoro x x x C sioviva F APATIT A = a [ke oracos x xl) ie aPaniT A x11 t EARBOMATO. ee penrcita cers zincko | x la = [ei| ie zlele wuscovira ESF ENO euNOFinO xe MicRocuina, T RIO GRANADA x} [x Coe | 1 SAUSSURITA x Pl pionira xx x x] ‘onTorInoxéMto I x [x ti ceomit a I ch : Guo oe reno | |] 1 Theu, AeTinOL, oq mpensté mio i LEUCOXE Wo ! | [ aueia Taueo ooo FEUDS PATO + + j Ld F ig. 13 — ancuises rernosnarichs oe nocnas wincas com comrosisio easnciot a sionmca sa . atGHo" wont so vive sons, ‘Conagd” “Crassere usage tre) | | | | | awostRas| -RocHAS re | me | co | tr | mm] oe | co | ce | ew} m| se | v [ze rots laces eamrzocmomyo |1#0220|80.000 [70.000| 10.000] 100] soo | ree | se0| re | 100] z00 | 00 100 me ire weTasaeno €/ TRAGOS Ty 6 5 oco 0 |r0.0 . oo ° ' 0 cad meracaono ¢/rRaGo8 | 109.000|20.000 | 30.000| 3.000] 1g00) 100 | 20 130 70 | 200 | 200 | 10 M=170 oe _caucorinira et atoms fe] metndanae. a ee Sonic aang ee | Yeuppen-.| 108 | oan_| cone | 20 maenasate sreeene} aE r vou aera Webers foaseal aeake | 2aeh | vocal con [veal cea] aan lores | teen [vom wéoia 00S TEORES 133.900 j29.400 >8.333 633 seo eT aar | see fuss Crnosere ‘cunAge 1978) 46 (3 GPRM cio (188 ppm), Cobre (105 ppm) e Manganés (1.633 ppm), quan do comparados com a média mndial em rochas maficas de ori, gem f{qmea (fig. 10). Apenas o elemento tita@nio situa-se nu ma faixa de teor equivalente aquela encontrada para as ro~ chas {gneas maficas. Comparando esses valores anémalos pa ra com aqueles encontrados em rochas sedimentares das clas- ses dos folhelhos pretos, caledrios e dolomitos (mesma fig.) verifica-se as seguintes similiaridades para alguns desses elementos andmalos: Bario (450 a 700 ppm em folhelhos pre tos, compat{vel com o valor encontrado de 388 ppm para as rochas da area); Vanddio (50-2.000 ppm em folhelhos pretos e 322 ppm em amostras da drea); Cromo (10 a 500 ppm em fo- Ihelhos pretos, 100-400 ppm em folhelhos e 300 ppm em amos~ tras da area); N{quel (20-300 ppm em folhelhos pretos e 110 ppm em amostras da drea); Cobre (20-300 ppm em folhelhos pre tos, 30-150 ppm em folhelhos e 110 ppm em amostras da drea e Manganés (1300 ppm em calcdrios e dolomitos e 1.633 ppm em amostras da rea). Com respeito 20 valor muito alto de Tit&nio na rochas da area (8.333 ppm), quando comparado com © valor encontrado em folnelhos (4.400 ppm), pode~se expli- car mediante um processo de contaminagdo da “rocha méfica de le resultante por fluidos hidrotermais. Esta afirmativa de ve-se ao fato das rochas hidrotermais terem apresentado teg res de Tit&nio da ordem de 8,333 ppm (fig. 11). Desde quan do nZo existe incompatibilidade idnica do elemento Titanio (vi34) para com o Ferro (Fe°"), é bem provavel que tenha ha 2 3* na estrutura da big vido uma substituigio do Fe“? por Ti tita. Este fato jd parcialmente comprovado pelas andlises petrogréficas, ind@icam que a cor avermelhada da biotita nas rochas maficas e nos granulitos intermedidrios da regio provém do Titanio. Pelo que foi visto, 6 vidvel que as 47 rochas méficas da regido tenham sido derivadas de folhelhos pretos margosos e com impurezas de matéria organica, conten do variagdes facioldgicas para margas e/ou dolomitos impu- ros. Essas rochas foram posteriormente levadas ao metamor~ fismo de catazona, atingindo a facies do granulito, onde fo ram totalmente transformadas para rochas méficas de composi, go gabréide a diorftica, que nada mais s%o do que granuli- tos basicos. Outras evidéncias de campo conduzem ao estabelecimento de uma hipétese mais provdvel ligada a sedimentos, uma vez que intimamente associadas a estas ro- chas encontram-se niveis de rochas calcosilicatadas (diopsi, ditos e qaisses), e de rochas dcidas grafitosas, ou mesmo grafititos, Também em {ntima associagao ocorrem niveis de granulitos intermedidrios a plagiocldsio, e nfveis mais es treitos de piroxenitos muitas vezes serpentinizados, hom- dlenditos, anfibolitos e piroxénio-homblenditos. Tanto as rochas maficas como os gra nulitos intermedidrios possuem disseminag3o de sulfetos; no tadamente ao longo dos planos de foliagio. Entre os sulfe tos, encontram-se em maior predominancia pirita, pirrotita, arseno-pirita e, em menor quantidade, calcopirita e bonita, Andlise calcogréfica realizada em uma amostra de gabro (Lii-113-B, ponto EW-105/NS-29,5), revelou predomin&ncia te arsenopirita sobre pirita. Pelo que se péde obter das relagdes de campo, achou~se provavel que a origem priméria do cobre é singenética com a deposigao dos sedimentos dos quais re sultaram as rochas méficas, como também certos tipos de ro chas ultremfficas da regifo. Por outro lado, supde-se que o teor de cobre singenético é baixo, e por si sé, 6 insuficiente 48 Co GPRM para formar depésitos de interesse econémico. A possibili @ade de existéncia de minério de cobre na regizo deve estar controlada por fatores geoldgicos secunddrios, que funcio - nam como agentes de remobilizag&o e de concentragao em zo- nas preferenciais. Mais adiante no cap{tulo " Resulta- dos Obtidos", serd feita uma breve discuss%o dos principais parémetros geolégicos provavelmente responsaveis pela forma gBo de depésitos de cobre. 5.1.3.5.2 - As rochas calcosilicata- das (pec). As rochas calcosilicatadas consti tuem outro fator marcante na geologia da regiao norte do va le do Rio Curagd. : A sua distribuigao é bem frequente na drea mapeada, encontrando-se quase sempre associadas a anfibolitos ou a rochas méficas de composicio gabrdide a dior{tica, anteriormente discutidas, como também a rochas ferruginosas. Em menor frequéncia a corpos estreitos de ro chas ultramaficas, como piroxenitos e piroxténio-serpentini- tos. As rochas calcosilicatadas apresen- tam=se cum coloragao cinza a cinza-esverdeada, granulometria fina, textura granobldstica a mito fracamente orientada nos tipos predominantemente piroxénicos (diopsiditos), po- dendo também ocorrer como gnaisses formados por bandas quartzo-feldspiticas e bandas enriguecidas em clinopiroxé- nio e hornblenda. A fig. 12 mostra andlises petrogréficas dessas rochas. imdlises espectrograficas semi-quan titativas para 30 elementos em amostras de rochas calcosili 49 eatadas (fig. 15), revelaram teores andmalos em relagdo a B4rio (1.983 ppm), Mangan&s (3.250 ppm), Ferro (12,5%) Vand dio (283 ppm) e-Titanio (7.000 ppm), quando comparados com os valores registrados para rochas {gneas maficas, mas que so perfeitamente compativeis com aqueles registrados para sedimentos da classe dos folhelhos pretos, calcdrios e dolo mitos (fig. 10) com excess&o do elemento Titaénio, cujo va- lor continua a dar muito elevado para sedimentos, mas cuje presenga pode ser explicada por uma contaminagao por ago de fluidos hidrotermais, j4 comprovados serem portadores em excesso do elemento Tit&nio, pelos resultados das andlises espectrogréficas realizadas em rochas hidrotermalmente alte radas (fig. 11). Parece vidvel, portanto, serem as rochag calcosilicatadas provenientes do metamorfismo sobre folhelhos margosos intercelados a dolomitos impuros, perten, cendo, portanto, ao mesmo ciclo de sedimentagZo das rochas néficas da regio, como também das rochas ferruginosas, que mais adiante serao abordadas. © teor de sulfetos nas rochas regis trou-se muito baixo, com excessio de uma amostra de rocha calcosilicatada, recolhida no ponto EW-123/NS-98, que 22 sou por espectrografia semi-quantitativa, teor equivalente a 1.000 ppm de cobre, Na amostra a rocha apresenta dissed nagdo de pontos de calcopirita. : N&o se pode até o momento estabele cer um diagndstico preciso com respeito a possibilidade das rochas calcosilicatadas virem a conter mineralizagdes de co bre em escala econdmica. Pode~se inferir, no entanto, que esta possibilidade depende exclusivamente do teor de sulfe~ tos de cobre no sedimento original de onde elas provieram , e da agSo de fatores geolégicos secunddrios para a remobili 50 awostnas| ROCHAS aerate 8

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