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Autores
Vítor Santos1, Elsa Menoita2, Cláudia Gomes3, Ana Sofia Santos4, José Testas5
1Enfermeiro Especialista, MsC, Centro Hopitalar Oeste Norte (CHON); 2Enfermeira Especialista, MsC, Hospital Curry Cabral
(HCC) 3Enfermeira HCC, 4Enfermeira CHON, 5Enfermeiro Especialista, HCC. Corresponding Author: 10459chon@gmail.com
Resumo
ABSTRACT
Knowledge of the physiological processes involved in wound healing is essential for the professionals involved. It
is not only essential to identify the key cellular and molecular processes of wound healing, but also understand
the fundamental differences between acute and chronic wounds. Although the wound bed preparation uses
appropriate standard methods, some fail wounds to heal wound or heal slowly due to an unresolved inflammatory
phase. The bioactive treatment leads to reversal of some cellular and molecular defects that exist in chronic
wounds, allowing to restart healing. The understanding of the physiology behind these events and their correct
approach is vital for a health system that has be the most cost-effective as possible, and has a target population
growing older and with more co-morbidities.
“a contracção da ferida só ocorre quando seu Status Quo, estando portanto a ser
a sua base consiste em tecido de granulação, o substituído por ferida complexa ou complicada
que explica o facto de não ocorrer diminuição do (MAJNO, 2006). Uma ferida crónica/complexa é
tamanho da ferida até que a sua base tenha aquela que permanece estagnada em qualquer
sido trazida até à superfície. As feridas uma das fases do processo de cicatrização por
profundas demoram um tempo considerável a um período de seis semanas ou mais
contrair e a apresentar cicatrização. A (COLLIER, 2003 citado por GOUVEIA, 2003).
contracção parece ser responsável por 40% a Hart citado por Jones et al (2006) define quatro
80% do fecho da ferida.” factores que podem induzir à cronicidade de
Nesta fase a ocorrência predominante é a uma ferida: corpos estranhos, isquémia, trauma
substituição da matriz básica composta por físico repetido e/ou bioburden elevado. Assim,
fibrina, fibronectina, por ácido hialurónico e as feridas sujeitas a factores que podem induzir
colagénio – proteína responsável por conferir a à cronicidade, ficam estagnadas numa fase da
arquitectura da pele. Por fim, os factores de cicatrização (STEPHEN-HAYNES e HAMPTON,
crescimento vão também estimular as células sd).
epiteliais, que migram só para tecidos viáveis A Contrariamente às feridas agudas, não existe
epitelização caracteriza-se portanto pela um equilíbrio entre os níveis de MMP’s e os
migração horizontal das células epitelias basais TIMP’s (ENOCH e PRICE, 2004; JIE LI et al,
– Salto de Rã dos bordos da ferida, apêndices 2007; SCHULTZ et al, 2009). Numa fase
epidérmicos e anexos cutâneos, e ainda pela inflamatória prolongada, existe um estímulo pró-
contracção da ferida através dos miofibroblastos inflamatório constante, e consequentemente as
(MENDONÇA e NETO, 2009). células leucocitárias produzem mais MMP’s que,
A última fase da cicatrização é a remodelação, essenciais para a cicatrização em feridas
onde ocorre a tentativa de reestruturação das agudas, se tornam prejudiciais nas crónicas,
fibras de colagénio (com substituição quando em excesso, destruindo ou
progressiva do colagénio III, que vai sofrendo corrompendo continuamente as proteínas
uma degradação, por colagénio I) (JIE LI et al, essenciais da ECM (JIE LI et al, 2007; KANE,
2007) e diminuição de todos os elementos 2007; SCHULTZ et al, 1998; SCHULTZ et al,
celulares pelo processo de apoptose (HUANG et 2009). Adicionalmente, as proteinases captam
al, 2003; MENDONÇA e NETO, 2009). Este os factores de crescimento, tornando-os
processo pode prolongar-se até dois anos após indisponíveis para o processo de cicatrização.
o encerramento da lesão (DEALEY, 2007 e Assim, a bioactividade do exsudado das feridas
STEPHEN-HAYNES e HAMPTON, sd, p.3). complexas é bioquimicamente diferente do das
feridas agudas (TARNUZZER e SCHULTZ,
2. PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO DAS 1999), e inibe a proliferação das células
FERIDAS COMPLEXAS endoteliais, essenciais para a fase de
Primeiramente, é de advertir que o conceito angiogénese; de fibroblastos, com impacto na
ferida crónica está a entrar em desuso, pois com formação de colagénio essencial para a
o seu recurso parece que há uma resignação do formação da nova ECM e ainda a proliferação
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