Você está na página 1de 1

Sintoma

Para a psicanálise, o sintoma seria tal como uma metáfora. Uma metáfora que tem
sua origem posta no conflito entre o Eu e as pulsões que são recalcadas por serem
incompatíveis com as exigências do Eu. Assim, atuando por meio de deslocamentos e
formações inconscientes, o sintoma tem por função possibilitar ao sujeito uma satisfação de
um desejo insuportável a consciência. Nota-se, portanto, seu caráter paradoxal, pois ao
mesmo tempo que o sintoma possibilita uma realização de desejo, ele impede que este
mesmo desejo se realize.
Sendo o sintoma uma satisfação de um desejo sexual ou impeditivo dessa
satisfação, há uma formação de compromisso entre as duas forças em choque. No campo
da fantasia, não importa se um evento traumatico de fato aconteceu, o que importa é a
representação que o sujeito cria, ou seja, sua realidade psiquica. Assim, o caráter
traumático não é algo intrínseco a um acontecimento, mas emerge a posteriori, numa
interpretação da cena vivida. Deste modo, o sintoma possui um sentido. Sentido este que
se define pela relação que o sujeito estabelece com o seu modo de ser, via linguagem –
ainda que seja da ordem do desconhecido.
Para a psicanálise, o sintoma só se completa na relação com o outro, na
transferência. De modo que, ao se queixar do sintoma, o analisando o reatualiza na relação
com o analista, tal como observado no caso Katharina, que revela o método clínico do uso
da fala como instrumento de cura.

Você também pode gostar