U N I V E R S I D A D E F E D E R AL D E M AT O G R O S S O
FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA
D E P A R T AM E N T O D E E N G E N H A R I A C I V I L
FERROVIAS
1º QUESTIONÁRIO
2 - Cite as razões que tornam os tirefões mais eficientes que os pregos de linha?
Os pregos em linha apresentam baixa resistência ao arrancamento que na maioria das vezes é da
ordem de 2200 kgf; o tirefão por sua vez, apresenta resistência ao arrancamento na ordem de
7000 kgf. A pregação dos tirefões não prejudica a madeira, diferentemente dos pregos em linha
que mesmo com furos necessitam de golpes de marreta para sua perfeita fixação.
A possibilidade ocorrência de folga do prego no patim, poderá ocasionar infiltrações e
consequentemente, danos na estrutura. Essas folgas não ocorrem nos tirefões graças a sua forma
e rosca de fixação.
3 - Que são retensores, qual o princípio de funcionamento que deles se espera e como é o
processo de sua colocação?
4 - Que é descarrilamento? Quais as principais causas, e quais os prejuízos mais
significativos?
Definição: Incidente no qual a roda perde a sustentação provida pelo trilho, podendo ser
classificados como internos (quando a roda se movimenta para dentro da região determinada
pelos trilhos) ou externos (quando a roda se movimenta para fora da região determinada pelos
trilhos). Todas as ocorrências em que o veículo ferroviário abandona os trilhos são tratadas
como descarrilamento, inclusive atropelamentos ou colisões nos casos em que culminem com a
saída dos trilhos.
Principais Causas: Falhas em equipamentos, más condições da via, operações inseguras
dos trens e o excesso nos limites admissíveis da dinâmica dos veículos são considerados as
principais origens de descarrilamento.
Prejuízos: Os prejuízos podem variar, na prática, desde custos diretos mínimos nas
circunstâncias mais simples, até valores substanciais na desobstrução, reparação e reposição das
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grandes avarias em instalações, equipamentos, veículos, linhas e demais sistemas. Além desses
custos diretos, a rigor, outros aspectos precisariam ser considerados, por mais intangíveis que
pareçam, podendo-se destacar: custos com avaria ou perda de carga, no caso de não haver
cobertura de seguro; elevação de franquias ou prêmios de seguros, decorrente de grandes
descarrilamentos redução da vida útil de componentes como rolamentos, rodas, motores de
tração, trilhos, dormentes, etc.
5 - Que são placas de apoio, como funcionam e quais as vantagens da sua adoção?
São chapas de aço dotadas de furos para a passagem dos elementos de fixação, introduzidas entre
o trilho e o dormente para aumentar a área de apoio entre eles. Os furos não são alinhados para
não determinarem o aparecimento de rachaduras nos dormentes de madeira. A placa de apoio
prolonga a vida útil do dormente, evitando seu cisalhamento pela ação das bordas dos patins.
Como o patim encosta nas nervuras, todo o esforço transversal existente na via, é transmitido ao
dormente por via da pregação.
A placa de apoio é projetada com uma inclinação de 1:20, em relação à vertical, para o lado
interno dos trilhos, dispensando-se assim que isto seja efetuado no entalhe dos dormentes,
simplificando o procedimento de entalhação. Isto faz com que o trilho que nela é apoiado,
adquira a mesma inclinação. A inclinação dos trilhos tem a propriedade de reduzir os desgastes
dos boletos dos trilhos, bem como, dos aros e dos frisos das rodas. As dimensões das placas de
apoio variam com as dimensões dos trilhos.
6 - Como evitar os problemas decorrentes das fraturas dos trilhos devidas às elevadas
tensões de tração?
7 - Defina TKB, TKU e densidade de tráfego?
TKB (Tonelada Quilômetro Bruta) é definida pela quantidade de toneladas brutas (peso da carga
+ peso do vagão) transportadas, excluindo-se o peso do veículo trator multiplicadas pela
quilometragem percorrida pelas mesmas. Sua unidade de apresentação é representada pela
expressão (TKB x 10^6 ). Tem periodicidade de apuração em lapso de tempo mensal e sua
aplicabilidade é verificar os planos de transportes no que diz respeito à carga transportada.
TKU (Tonelada Quilômetro Útil) é definida como a quantidade de toneladas úteis (apenas carga)
transportadas multiplicadas pela quilometragem percorrida pelas mesmas, tendo como unidade
de apresentação a expressão (TKU x 10^6 ). A periodicidade de apuração é mensal, podendo
também ser medida para outros períodos de tempo. Sua aplicabilidade está na verificação dos
planos de transportes no que diz respeito à carga transportada.
Densidade de tráfego é a relação entre o volume de tráfego que a ferrovia produz em um trecho
em um intervalo de tempo.
8 - Quais os cuidados que devem ser tomados para impedir uma eventual fratura de um
TLS na sua zona neutra?
9 - Que é período de consolidação da via, e quais os valores usuais observados?
- Denomina-se linha não consolidada aquela que foi objeto de implantação ou de serviços de
manutenção com alívio de tensões dos trilhos e desguarnecimento do lastro, e que só depois de
determinado tempo passará à condição de linha consolidada. Esse limite é dado por tonelagem
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mínima medida pela passagem das composições sem restrições de carga ou velocidade. No caso
de lastro socado com emprego de socaria mecânica e equipamento pesado, a consolidação ocorre
após 24 h de tráfego normal ou algo em torno de 30.000 t. Quando a soca é manual esse prazo se
estende para um mínimo de 48 h e uma tonelagem de 100.000 t.
Na fixação cujos valores de temperatura podem variar; surgindo maiores tensões de tração e de
compressão. Pode ocorrer no plano horizontal e no plano vertical de uma linha; é combatido com
lastros bem dimensionados e conservados com comprimento suficiente, ou seja, aumentar a
resistência ao deslocamento transversal da via.
O tratamento químico da madeira consiste em tornar tóxico aos fungos e insetos, através de sua
impregnação com antissépticos, os alimentos procurados pelos mesmos.
Os antissépticos mais utilizados podem ser classificados em dois grupos:
1) Preservativos oleosos
a) Creosoto (subproduto da hulha)
O tratamento com produtos oleosos é, especialmente, recomendado para dormentes
que estarão em permanente contato com o solo (umidade).
b) Pentaclorofenol
É um dos mais poderosos fungicidas existentes. E extremamente, tóxico para todos os
agentes biológicos destruidores da madeira. E produzido à base de “Pó da China” que
é, comprovadamente, cancerígeno, sendo por isso de utilização, rigorosamente,
proibida no Brasil.
2) Preservativos hidrossolúveis.
OBS: Todos os preservativos citados acima são aplicados na madeira com o auxílio do autoclave
que é uma câmara de pressão para auxiliar a impregnação da madeira.
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12 - Fale sobre o emprego dos dormentes de madeira nas vias ferroviária e metroviária,
destacando: a) principais características; b) dormentes especiais; c) medidas para aumento
da vida útil.
a) Características principais:
Vantagens:
Menor custo inicial; - resistem a grandes cargas por eixo; - grande flexibilidade; - rolamento
suave; - elasticidade; - fácil manuseio; - bom isolamento elétrico; - permite instalação nas juntas;
- aceita Trilho Longo Soldado (TLS) ou Trilho Contínuo Soldado (TCS); - absorve melhor as
consequências de um descarrilamento; - permite o uso de bitola mista; - aceita reutilização em
outras bitolas diferentes; - permite o uso de todos os tipos de fixação; - possibilita a mudança do
perfil do trilho sem troca do dormente.
Desvantagens:
Necessita de tratamento; - é inflamável; - necessita de grandes áreas e de mobilização de
razoável capital, para secagem e tratamento; - necessita de um política de reflorestamento
consistente e constante; - Perda gradativa de resistência ao deslocamento das fixações rígidas; -
maior interferência com manutenção de via; - vida útil decrescente; - crescente escassez da
matéria prima.
b) Dormentes Especiais
Produzidos para serem utilizados como:
Dormente para ponte ou viaduto que requerem maiores dimensões que um dormente normal, por
exercerem função estrutural mais relevante;
Dormente para Aparelho de Mudança de Via – AMV, com comprimento variável de acordo com
o ângulo de abertura do aparelho, visando cobrir a aproximação e separação de vias convergentes
e divergentes que afluem a um AMV;
durabilidade;
c) desvantagens: dificuldade de manejo e estocagem; recomendável apenas para linhas de
alto padrão; não é recuperável em caso de descarrilamento.
a) Os chamados Trilhos Longos Soldados são constituídos por duas partes nas extremidades
denominadas zonas de respiração, sujeitas às tensões geradas pela dilatação, e uma parte
central denominada zona neutra, a qual se mantém inalterada devido ao estado máximo
de tensão.
b) As vantagens do TLS são: menor custo de conservação da via devido a eliminação das
juntas de dilatação; movimento mais suave da marcha do trem; maior velocidade devido
a suavidade da marcha; apresenta resistência adequada aos esforços gerados pela
dilatação dos trilhos.
c) Esse método apresenta vantagens pois o custo de conservação da via permanente, devido
à eliminação das juntas de dilatação, é menor e assegura um movimento mais suave da
marcha do trem, dificultando o surgimento de esforços que tendem a desenvolver
esforços de reação da via. Além disso, a soldagem dos trilhos permite uma maior
velocidade devido à suavidade da marcha.
d) A dilatação limitada consiste em impedir a dilatação livre do trilho, através do sistema
trilho-lastro-dormente, de modo que se reduzam as folgas necessárias à dilatação dos
trilhos. Isso pode ser obtido com qualquer extensão dos trilhos soldados através do
retensionamento.
e) O TLS não tem limite de extensão, porém seu comprimento mínimo deve atender à
condição:
TLS ≥ 2ld
sendo ld a zona de respiração do trilho.
f) A temperatura de assentamento é a temperatura medida no ato da fixação dos trilhos, sua
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20 - Defina talas de junção, diga para que servem e destaque: a) elementos integrantes; b)
cuidados na instalação; c) tipos de assentamentos e vantagens; d) furação do trilho no
campo.