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SARDINHA
SONGBOOK
1
EDIÇÃO ESPECIAL
Prefácio
Para mim, é uma grande honra inaugurar o projeto dos Songbooks Tremembé com o
mestre Tarcísio Sardinha, uma das minhas maiores referências como músico e compositor.
Ganhou o apelido Sardinha ainda na infância, pelas semelhanças física e virtuosística com outro
gênio das cordas: Garoto - Anibal Augusto Sardinha.
Desde garoto, Tarcísio, frequentava as rodas de choro por estímulo do seu pai, Seu
Carvalho, e foi logo se profisionalizando tocando: violão, guitarra, cavaquinho e piano. Na família
também temos o maestro Gladson Carvalho - Orquestra Filarmônica do Ceará e a pianista Patrícia
Carvalho.
Sardinha foi muito importante na formação de novos músicos que hoje se destacam no
cenário estadual e nacional, entre eles: Cainã Cavalcante, Chico do Cavaco, Freitas Filho, Giltácio
Santos e Samuel Rocha. Influenciou direta e indiretamente o atual movimento de choro em
Fortaleza propiciando o contato de jovens com essa linguagem que muito bem representa a
cultura brasileira.
No quintal de sua casa - José Sombra 251 - Parquelândia, Sardinha tinha um bar onde
aconteceram rodas de choro memoráveis que varavam a madrugada. Músicos, jornalistas,
escritores e boêmios em geral frequentavam ostensivamente o espaço, e quando o choro
começava gritava-se; "FECHA O BAR" para que as pessoas fizessem silêncio e ouvissem a música
que se executava sem amplificação, microfones ou caixas de som.
Eu tive a sorte de participar desse espaço, comecei como garçom do bar, mas logo larguei
a bandeja para ficar "grudado" na mesa dos músicos com o violão ou o bandolim. Essas vivências
foram extremamente importantes para minha formação musical e profissional. Além de aprender
a linguagem do choro e da música brasileira em geral, fiz muitos amigos com os quais começei a
me apresentar como instrumentista. Esquina Brasil, Fulô de Araçá, e Murmurando são exemplos
de grupos que beberam na fonte da "escola" Tarcísio Sardinha.
Pesquisar, registrar e divulgar Tarcísio Sardinha é importante não só pelo que ele já
contribuiu para a música cearense, mas para que possa seguir influenciando novos chorões pelo
Ceará e pelo Brasil.
Pedro Madeira
EDIÇÃO ZERO 2017
Obras originais de Tarcísio Sardinha
Projeto Tremembé
Concepção e Produção:
Luis Ramom
Apoio:
Porto Iracema das Artes
Apresentação
Tremembé em Tupi Guarani significa água afamada, água boa para a saúde. É o nome de
uma Tribo que ocupava o Nordeste Brasileiro, e hoje ainda resiste em alguns aldeamentos no
estado do Ceará. Também é o nome de uma bela praia de Icapuí formada por uma colônia de
pescadores. O Torém é uma dança do povo Tremembé que resistiu ao processo de aculturação
iniciado na colonização brasileira. Dança-se em roda, e ao decorrer da festa os participantes
bebem e cantam músicas utilizando-se da antiga língua Tremembé.
Outra roda cada vez mais comum aqui no Ceará, a Roda de Choro, vem juntando novos e
velhos chorões para essa riquíssima manifestação da cultura brasileira. O choro nasceu no Rio de
Janeiro, então capital do Brasil, e é um ótimo exemplo da miscigenação cultural de nosso país.
Diversas nações africanas, europeias e indígenas misturam-se em um país do tamanho de um
continente. O choro, filho dessa mistura, é vivo em todas as partes do país, alimentado por
gerações que se seguem na manutenção da tradição e reinvenção da linguagem.
Villa Lobos frequentou as rodas de choro, que começaram com encontros informais em
quintais e bares do Rio de Janeiro. Pesquisou sons e músicas tradicionais de todo o país e compôs
uma extensa obra que carrega a identidade brasileira. Continuando nessa linha de maestros da
música brasileira, chegamos a Radamés Gnatalli que (re)orquestrou o choro e seus mestres na
Súite Retratos. Radamés dirijiu e regeu diversas orquestras populares em rádios e até televisão,
essas orquestras misturavam o regional de choro e os instrumentos de orquestra para
acompanhar cantores e solistas.
Sem dúvida, Pixinguinha foi o compositor de choro mais importante, sendo o maior
responsável pela cristalização do estilo. Músicas de Ernesto Nazareth, Jacob do Bandolim e Waldir
Azevedo também não faltam em nenhuma roda. Chiquinha Gonzaga, pianista e compositora,
muito bem representa as mulheres que participam efetivamente dessa construção. Garoto foi o
primeiro gênio das cordas. Esses e muitos outros nomes são pilares da nossa música e estudar
suas composições e interpretações é pre-requisito fundamental para desenvolver o "sotaque
brasileiro".
Diversas publicações trazem partituras, fotos e histórias desses compositores,
propiciando a transmissão de seu legado para as gerações futuras. O choro vem conquistando
cada vez mais espaço com novos instrumentistas que veem organizando rodas, até no Japão
encontramos grupos executando o choro brasileiro. No Ceará não é diferente, diversos grupos
vem se formando para continuar a tradição.
Trazer mestres da música cearense para mídias digitais e livros, facilita a transmissão de
seus saberes para as próximas gerações. Tradicionalmente esses saberes foram transferidos pela
convivênvia e pela oralidade. O Tremembé e a Orquestra Popular do Nordeste pretendem
amplificar essa transmissão de conhecimentos.
www.tremembe.me
índice
6
Conversa de Bêbado(pág.2)
7
Fim de Tarde
Tarcísio Sardinha
8
Fim de Tarde(pág.2)
9
Joãozinho
Tarcísio Sardinha
10
Jumenta com Qualhada
Tarcísio Sardinha
11
Sardinha ao Leite
Tarcísio Sardinha
12
Sardinha ao Leite(pág.2)
13
Tou só Dizendo
Tarcísio Sardinha
14
Tou só Dizendo(pág.2)
15
Violão Vagabundo
Tarcísio Sardinha
16
Violão Vagabundo(pág.2)
17
Parafuso Drink's
Tarcísio Sardinha
Pedro Madeira
18
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TARC ÍSIO
SARDINHA
SONGBOOK
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Sardinha foi muito importante na formação de novos músicos que hoje se destacam no
cenário estadual e nacional. Influenciou direta e indiretamente o atual movimento de
choro em Fortaleza propiciando o contato de jovens com essa linguagem que muito bem
representa a cultura brasileira.
Trazer mestres da música cearense para mídias digitais e livros, facilita a transmissão de
seus saberes para as próximas gerações. Tradicionalmente esses saberes foram
transferidos pela convivênvia e pela oralidade. O Tremembé e a Orquestra Popular do
Nordeste pretendem amplificar essa transmissão de conhecimentos.
Pesquisar, registrar e divulgar Tarcísio Sardinha é importante não só pelo que ele já
contribuiu para a música cearense, mas para que possa seguir influenciando novos
chorões pelo Ceará e pelo Brasil.
Pedro Madeira