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ANTIGO REGIME

O Antigo Regime pode ser definido como um sistema de governo que vigorou na Europa, principalmente, entre os
séculos XVI e XVIII.

A principais características do Antigo Regime foram:

- Absolutismo: forma de governo totalmente concentrada na figura do rei. Este exercia seu poder sem utilizar os
métodos democráticos, impondo sua própria vontade na elaboração e aplicação das leis. Grande parte dos recursos
arrecadados com impostos era utilizado para manter os gastos e o luxo da corte.

- Mercantilismo: o estado tinha como objetivos a obtenção de metais precisos (para fabricação de moedas), manutenção
da balança comercial favorável, protecionismo alfandegário, acúmulo de riquezas nas mãos dos reis e ênfase no comércio
marítimo.

Você sabia?

A Revolução Francesa (1789), foi o fato histórico que deu início ao fim do Antigo Regime na Europa, pois tirou do poder a
monarquia absolutista.

ILUMINISMO:

O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu durante o século XVIII na Europa, que defendia o uso da razão
(luz) contra o antigo regime (trevas) e pregava maior liberdade econômica e política.

Este movimento promoveu mudanças políticas, econômicas e sociais, baseadas nos ideais de liberdade, igualdade e
fraternidade.

O Iluminismo tinha o apoio da burguesia, pois os pensadores e os burgueses tinham interesses comuns.

As críticas do movimento ao Antigo Regime eram em vários aspectos como:


- Mercantilismo.
- Absolutismo monárquico.
- Poder da igreja e as verdades reveladas pela fé.
Com base nos três pontos acima, podemos afirmar que o Iluminismo defendia:
- A liberdade econômica, ou seja, sem a intervenção do estado na economia.
- O Antropocentrismo, ou seja, o avanço da ciência e da razão.
- O predomínio da burguesia e seus ideais.

As ideias liberais do Iluminismo se disseminaram rapidamente pela população. Alguns reis absolutistas, com medo de
perder o governo - ou mesmo a cabeça -, passaram a aceitar algumas ideias iluministas.
Estes reis eram denominados Déspotas Esclarecidos, pois tentavam conciliar o jeito de governar absolutista com as ideias
de progresso iluministas.

Alguns representantes do despotismo esclarecido foram: Frederico II, da Prússia; Catarina II, da Rússia; e Marquês de
Pombal, de Portugal.

Alguns pensadores ficaram famosos e tiveram destaque por suas obras e ideias neste período. São eles:

John Locke

John Locke é Considerado o “pai do Iluminismo”. Sua principal obra foi “Ensaio sobre o entendimento humano”, aonde
Locke defende a razão afirmando que a nossa mente é como uma tábula rasa sem nenhuma ideia.

Defendeu a liberdade dos cidadãos e Condenou o absolutismo.

Voltaire

François Marie Arouet Voltaire destacou-se pelas críticas feitas ao clero católico, à inflexibilidade religiosa e à prepotência
dos poderosos.

Montesquieu

Charles de Secondat Montesquieu em sua obra “O espírito das leis” defendeu a tripartição de poderes: Legislativo,
Executivo e Judiciário.

No entanto, Montesquieu não era a favor de um governo burguês. Sua simpatia política inclinava-se para uma monarquia
moderada.

Rousseau

Jean-Jacques Rousseau é autor da obra “O contrato social”, na qual afirma que o soberano deveria dirigir o Estado
conforme a vontade do povo. Apenas um Estado com bases democráticas teria condições de oferecer igualdade jurídica
a todos os cidadãos. Rousseau destacou-se também como defensor da pequena burguesia.

Quesnay

François Quesnay foi o representante oficial da fisiocracia. Os fisiocratas pregavam um capitalismo agrário sem a
interferência do Estado.

Adam Smith

Adam Smith foi o principal representante de um conjunto de ideias denominado liberalismo econômico, o qual é composto
pelo seguinte:
- o Estado é legitimamente poderoso se for rico;
- para enriquecer, o Estado necessita expandir as atividades econômicas capitalistas;
- para expandir as atividades capitalistas, o Estado deve dar liberdade econômica e política para os grupos particulares.
A principal obra de Smith foi “A riqueza das nações”, na qual ele defende que a economia deveria ser conduzida pelo livre
jogo da oferta e da procura

Resumo - Revolução Industrial

A Revolução industrial foi um conjunto de mudanças que aconteceram na Europa nos séculos XVIII e XIX. A principal
particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas.

Até o final do século XVIII a maioria da população europeia vivia no campo e produzia o que consumia. De maneira
artesanal o produtor dominava todo o processo produtivo.
Apesar de a produção ser predominantemente artesanal, países como a França e a Inglaterra, possuíam manufaturas.
As manufaturas eram grandes oficinas onde diversos artesãos realizavam as tarefas manualmente, entretanto
subordinados ao proprietário da manufatura.

A Inglaterra foi precursora na Revolução Industrial devido a diversos fatores, entre eles: possuir uma rica burguesia, o fato
do país possuir a mais importante zona de livre comércio da Europa, o êxodo rural e a localização privilegiada junto ao
mar o que facilitava a exploração dos mercados ultramarinos.

Como muitos empresários ambicionavam lucrar mais, o operário era explorado sendo forçado a trabalhar até 15 horas por
dia em troca de um salário baixo. Além disso, mulheres e crianças também eram obrigadas a trabalhar para sustentarem
suas famílias.

Diante disso, alguns trabalhadores se revoltaram com as péssimas condições de trabalho oferecidas, e começaram a
sabotar as máquinas, ficando conhecidos como “os quebradores de máquinas“. Outros movimentos também surgiram
nessa época com o objetivo de defender o trabalhador.
O trabalhador em razão deste processo perdeu o conhecimento de todo a técnica de fabricação passando a executar
apenas uma etapa.

A Primeira etapa da Revolução Industrial

Entre 1760 a 1860, a Revolução Industrial ficou limitada, primeiramente, à Inglaterra. Houve o aparecimento de indústrias
de tecidos de algodão, com o uso do tear mecânico. Nessa época o aprimoramento das máquinas a vapor contribuiu para
a continuação da Revolução.

A Segunda Etapa da Revolução Industrial

A segunda etapa ocorreu no período de 1860 a 1900, ao contrário da primeira fase, países como Alemanha, França,
Rússia e Itália também se industrializaram. O emprego do aço, a utilização da energia elétrica e dos combustíveis
derivados do petróleo, a invenção do motor a explosão, da locomotiva a vapor e o desenvolvimento de produtos químicos
foram as principais inovações desse período.

A Terceira Etapa da Revolução Industrial

Alguns historiadores têm considerado os avanços tecnológicos do século XX e XXI como a terceira etapa da Revolução
Industrial. O computador, o fax, a engenharia genética, o celular seriam algumas das inovações dessa época.

REFORMA E CONTRA REFORMA CATOLICA

O processo da reformas religiosas começa no século XIV com a insatisfação frente à Igreja Católica Apostólica Romana.
Tal insatisfação diz respeito aos abusos desta igreja frente e a mudança da visão de mundo que começa a acontecer
simultaneamente.
Com a excessiva acumulação de bens pela igreja, a grande preocupação material desta e a luxuria que parte de seus
sacerdotes viviam. Também havia sérios problemas no respeito às próprias convicções católicas, tendo muitos sacerdotes
entrando em desvios de seus dogmas como o desrespeito ao celibato e o descaso com os cultos e ritos religiosos.
Somando-se a isso havia a venda de indulgências (perdão) por parte do próprio Vaticano para a construção da Basílica
de São Pedro.

Somando-se a isso existe o próprio processo de formação da burguesia comercial, que era condenada pelos padres por
usura e o lucro, causou descontentamento por parte dessa classe emergente.

Além disso, os reis também estavam insatisfeitos com a interferência dos papas nas questões políticas condizente com a
realeza.

Juntando-se a isso o próprio pensamento renascentista leva a um maior questionamento das convicções católicas.
Acontece, conjuntamente com o processo de urbanização, um maior acesso a leitura e a discussão, afinal, homens não
estão tão distantes fisicamente nas cidades como eram nos campos. Com isso começa a surgir um pensamento que vai
a direção do humanismo e do antropocentrismo (que opõe o teocentrismo medieval) e o aparecimento de um pensamento
racional e cientifico, que busca explicar as coisas através de métodos e teorias (opondo-se as explicações espirituais e
teológicas da igreja).

Reforma Luterana

O sacerdote alemão, Martin Lutero (1483-1546), foi o primeiro a opor-se de forma mais elaborada contra a Igreja. Ele fixa
95 teses na porta da Igreja de Wittenberg questionando as posturas tomadas pela Igreja.

Nas 95 teses Lutero condenava principalmente a venda de indulgências e o culto às imagens. Devido a essas teses Lutero
foi excomungado pelo papa.

Lutero foi favorecido em suas pregações devido ao fato de na região da atual Alemanha, onde ele vivia, havia muita miséria
por parte dos camponeses, que condenavam a Igreja por isso. Além disso, havia grande interesse de da nobreza daquela
região pelas terras da Igreja Católica.

Apesar do apoio dos camponeses a Lutero em uma revolta de camponeses, liderada por Thomas Münzer, contra os
sacerdotes ricos e grandes proprietários, Lutero apoiou o massacre dessa revolta, recebendo em troca novas adesões por
parte das camadas mais abastadas.

Reforma Calvinista

João Calvino (1509-1564) entre os primeiros adeptos das idéia de Martin Lutero, mas com o tempo começou a defender
que a salvação vinha pelo trabalho justo e honesto e que o enriquecimento era apenas uma graça divina, não podendo
ser condenado, mas sim que era uma predestinação divina e que nada podia ser feito para mudar isso. Com esse
pensamento Calvino acaba atraindo muitos comerciantes e banqueiros.

Reforma Anglicana

Na primeira metade do século XVI, o rei Henrique VIII (1509-1547), que fora aliado do papa, funda a nova igreja, devido à
negação do papa a seu pedido de divórcio. Tal rompimento teve adesão do alto clero inglês e do parlamento.

Além disso, esse rompimento também foi causado pelo fato da Igreja Católica ser detentora de grande parte das terras
inglesas, o que gerava a cobiça da nobreza inglesa.

Aliando-se a isso, havia a necessidade de enfraquecer o grande poder político da igreja inglesa. Para isso a cobiça da
nobreza pelas terras católicas foi de grande valor a fim de aliar os nobres ingleses contra a Igreja.

Contra-Reforma
Frente aos movimentos de ruptura com a Igreja Católica, esta primeiramente começou um processo de perseguição, que
não teve grandes frutos. Diante a isso começou-se a reconhecer a ruptura protestante e, juntamente a isso, começou um
movimento de moralização e reorganização estrutural da Igreja Católica. Entre essas medidas destacam-se:

Criação da Ordem dos Jesuítas: Fundada em 1534, pelo militar espanhol Inácio de Loyola, os jesuítas consideravam-se
soldados da igreja e possuíam uma estrutura militar, que tinha por função combater o avanço protestante com as armas
do espírito, através da catequização e da conversão ao catolicismo. No âmbito da catequização, destaca-se o trabalho
dos jesuítas nas novas terras descobertas, visando converter os não-cristãos.

Concílio de Trento: em 1545, o papa Paulo III, convocou reuniões entre católicos, realizadas inicialmente na cidade de
Trento. Esse apresentou, ao final de 18 anos, um conjunto de decisões para garantir unidade católica e disciplina
eclesiástica e reafirmando o dogma católico.

Inquisição: O tribunal da Inquisição foi criado em 1231, mas com o tempo foram reduzindo suas atividades. Mas com o
avanço do protestantismo eles foram reativados em meados do século XVI. Entre suas atividades foram criadas listas de
livros proibidos e julgaram os que discordavam da Igreja Católica.

Resumo - O Período entre as duas Guerras Mundiais (1919-1939) - Surgimento do Nazismo e do Fascismo

- saldo (para a Europa) da Primeira Guerra Mundial: prejuízos, destruição, desemprego, crise.
- saldo para os EUA: crescimento econômico, “American Way of Life”
- O Crack da Bolsa de Valores de New York (1929): crise de 1929 afeta o mundo
- Plano New Deal (Roosevelt) – fim da crise: investimento em obras públicas, empregos, controle da produção .

Surgimento do Fascismo e do Nazismo

Nazismo (Alemanha): líder Adolf Hitler


Fascismo (Itália): líder Mussolini

Princípios:
-Totalitarismo
- Nacionalismo
- Militarismo
-Culto à força física
- Propaganda

Fascismo na Itália

-Itália: não recebeu territórios após a Primeira Guerra Mundial


-crise: camponeses e operários
-Mussolini (Duce): prendeu e matou opositores, censura a imprensa e tirou a Itália da crise.

Nazismo na Alemanha

- crise moral e econômica no pós Primeira Guerra Mundial


- 1934: Hitler chega ao poder com a ideia de construir um império
- propaganda nazista, controle da população, perseguição aos judeus, ciganos, opositores

Resumo - A Ascensão do Fascismo e do Nazismo

O período do entreguerras (1919-1939) foi a época do descrédito e da crise da sociedade liberal. Essa sociedade, agora
desacreditada, havia sido forjada no século XIX, com a afirmação do capitalismo como sistema econômico "perfeito". Na
segunda metade deste século, o mundo absorvia os progressos da segunda fase da Revolução Industrial cujo auge se
situa entre 1870 e 1914. O imperialismo e colonialismo europeu deram aos principais países desse continente a hegemonia
do mundo e, por isso, uma ótica de encarar o futuro de forma entusiástica e otimista.
Após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), pólos de poder acabaram (Alemanha, Inglaterra, França, Rússia, etc.). Na
América, os Estados Unidos, com sua economia intacta, se tornaram os "banqueiros do mundo". Na Ásia, após a
Revolução Meiji (1868), o Japão se industrializara se tornou imperialista e aproveitou o conflito mundial para estender seu
poderio na região.

Na descrença dessa sociedade pós-guerra, os valores liberais (liberdade individual), política, religiosa, econômica, etc.
começaram a ser colocados sob suspeita por causa da impotência dos governos para fazer frente a crise econômica
capitalistas que empobrecia cada vez mais exatamente o setor social que mais defendia os valores liberais: a classe média.

Concomitantemente, as várias crises provocaram o recrudescimento dos conflitos sociais e, o mundo assiste
imediatamente após a guerra, uma série de movimentos de esquerda e um fortalecimento dos sindicatos. O movimento
operário já havia se cindido entre socialistas ou social-democratas (marxistas que haviam abandonado a tema de luta
armada e aderiram à prática político-partidária do liberalismo) e comunistas (formados por frações que se destacaram do
movimento operário seguindo os métodos bolchevistas vitoriosos na Rússia (1917). Esse dois grupos eram antagônicos.

Toda a euforia e otimismo foi substituído por um pessimismo que beirava o descontrole após a guerra. Esse pessimismo
era sentido entre os intelectuais de classe média, e se manifestou principalmente no antiplarlamentarismo, no
irracionalismo, no nacionalismo agressivo e na proposta de soluções violentas e ditatoriais para solucionar os problemas
oriundos da crise.

Os países mais afetados pela política social-democrata foram a Alemanha (derrotada), a Itália (mesmo vitoriosa, insatisfeita
com os resultados da guerra) onde, a crise se manifestou de forma mais violenta. Nesses países o liberalismo não
conseguira se enraizar. Ambos possuíam problemas nacionais latentes, por isso, a formação de grupos de extrema-direita,
compostos por ex-militares, profissionais liberais, estudantes, desempregados, ex-combatentes, etc., elementos que
pertenciam a uma classe média que se desqualificava socialmente e eram mais sensíveis aos temas antiliberais,
nacionalistas, racistas, etc.

Na Itália, Mussolini e na Alemanha, Hitler formavam organizações paramilitares que utilizavam a violência para dissolver
comícios e manifestações operárias e socialistas, com a conivência das autoridades, que viam no apoio discreto ao
fascismo um meio de esmagar o "perigo vermelho", representado por organizações de extrema-esquerda, mesmo as
moderadas como os socialistas.

De início, esses grupos que eram mais ou menos marginalizados se valiam de tentativas golpistas para a tomada do poder
como foi o caso do "putsh" de Munique, dado pelo Partido Nazista na Alemanha.

À medida que a crise se aprofundava e o Estado não a debelava assim como se mostrava incapaz de sufocar as agitações
operárias, essas organizações fascistas e nazistas viam aumentar seus quadros de filiação partidária. Os detentores do
capita passaram a financiar essas organizações de direita, vendo na ascensão delas um meio de esmagar as
reivindicações da esquerda e a possibilidade de se posta em prática uma política imperialista no sentido de abertura de
novos mercados. Por essa atitude dos capitalistas entende-se porque tanto Mussolini quanto Hitler chegaram ao poder
por vias legais.
Resumo - A Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

Causas

- Partilha da África e Ásia (insatisfação da Itália e Alemanha)


- Concorrência econômica e armamentista
- Nacionalismos (pan-germanismo e pan-eslavismo)

Início da Guerra

- Estopim : assassinato do príncipe do Império Austro-Hungaro Francisco Ferdinando


- A guerra espalha-se pelo mundo.
- Formação de Alianças: Entente (Inglaterra, França e Rússia) x Aliança ( Itália, Alemanha e Império Austro-Húngaro)
- Brasil participa ao lado da Tríplice Entente
- Guerra de Trincheiras

Novas Tecnologias de Guerra

A participação das mulheres como operárias na indústria de armamentos

O Fim da Guerra

- 1917 : entrada dos EUA e derrota da Tríplice Aliança (Alemanha e Império Austro-Húngaro)
- O Tratado de Versalhes: imposições aos derrotados
- Resultado da Guerra : 10 milhões de mortos / cidades destruídas / Campos arrasados

Resumo - O que foi a Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial foi um conflito bélico que ocorreu na primeira metade do século XX, envolveu mais de setenta
nações, opondo os Aliados às Potências do Eixo. A guerra teve início em 1 de setembro de 1939 com a invasão da Polônia
pela Alemanha e as subsequentes declarações de guerra da França e da Grã-Bretanha, estendendo-se até 2 de setembro
de 1945.

Esta guerra mobilizou mais de 100 milhões de militares, e acarretou a morte de, aproximadamente, setenta milhões de
pessoas (aproximadamente 2% da população mundial da época), a maior parte foram civis. É considerado o maior e mais
sangrento conflito de toda a história da humanidade.

As principais nações que lutaram pelo Eixo foram: Itália, Japão e Alemanha. As que lutaram pelos Aliados foram
especialmente: França, Grã-Bretanha, Estados Unidos e União Soviética.

A guerra terminou com a rendição das nações do Eixo, seguindo-se a criação da ONU (Organização das Nações Unidas),
o início da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética (que saíram do conflito como superpotências mundiais) e
a aceleração do processo de descolonização da Ásia e da África.

Resumo - A Revolução Francesa (1789)

França antes da revolução:

- Absolutista: poder concentrado nas mãos dos reis (exemplo de rei absolutista: Luis XVI)
- Clero e nobreza (isentos de impostos e luxo)
- Camponeses e burgueses: pagavam impostos
- clima de descontentamento e revolta na França
- Queda da Bastilha (prisão política e símbolo do absolutismo)

Os jacobinos no poder da França


- período do Terror
- liderado por Robespierre
- mudanças radicais na França
- nobres foram guilhotinados

Napoleão no poder da França

• pacificou a França e melhorou a economia


• tentou transformar a França numa potência
• Guerras: conquista de territórios
• Bloqueio Continental a Inglaterra
• Campanha na Rússia: fracasso

REGIMES TOTALITARIOS

Os regimes totalitários estão baseados num Estado centralizador, antidemocrático e autoritário.


Esses governos surgiram após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) em diversos países da Europa a partir da crise do
capitalismo e do liberalismo.
Resumo
O totalitarismo foi uma reação conservadora à democracia e ao liberalismo político e econômico. Assim, depois do desastre
da Primeira Guerra Mundial, surgiu a ideia de que os governos deveriam ser fortes para serem eficientes.
Caberia aos cidadãos seguirem os passos de um chefe carismático que se encarregaria de conduzir a política nacional.
Os partidos políticos não deveriam existir, pois eram a expressão da discórdia.
Essas ideias foram defendidas pela direita, mas Josef Stalin, na União Soviética, utilizou o totalitarismo a fim de implantar
o socialismo.
No regime
totalitário é preciso controlar as mentes de toda a população pela força e pela propaganda

As características do totalitarismo são:


 Governo centralizado
 Nacionalismo extremado
 Anti-liberalismo
 Militarismo
 Organizações militaristas para a juventude
 Culto ao líder
 Partido único
 Expansionismo territorial

ANO DE 1968

O ano que (quase) mudou o mundo

Esse � um dos temas da 4a Semana de Ci�ncias Sociais, que vai debater os fatos que marcaram o ano de 1968

CLAUDIA COSTA
O ano de 1968 é lembrado como um conjunto complexo de movimentos de mobilização e contestação social, época de
rebeliões estudantis na França, da luta armada na América Latina, da guerra de libertação do Vietnã, da Contracultura na
Europa, questionando os valores instituídos e pregando a expressão libertária. Para discutir a questão, passados 40

anos, um grupo de alunos do Centro Acadêmico organiza a quarta edição da Semana de Ciências Sociais, que acontece
de segunda a sexta, incluindo mesas-redondas, debates, exposição, mostra de filmes, além de depoimentos de pessoas
que viveram aquele momento.

Na abertura, nesta segunda, pessoas que atuaram e lutaram em 68 iniciam suas falas e reflexões sobre a luta armada e
as organizações clandestinas, e como

Pra Frente Brasil, de Roberto Faria, filme que se passa durante a ditadura

vivenciaram aquela época. Entre os depoimentos, estão o de Bernardino Ribeiro de Figueiredo (presidente do Centro
Acadêmico de Filosofia, em 1968), João Quartim de Moraes (integrante da Vanguarda Popular Revolucionária, 68) e
Leonel Itaussu de A. Mello (presidente do DCE-USP, 1968-1969). Ainda no mesmo dia serão realizadas duas mesas:
Contexto Histórico do Brasil, com a presença de Alexandre Fortes, Francisco de Oliveira e Maria Aparecida de Aquino; e
Contexto Histórico Mundial, apresentado por Robert Sean Purdy, Ruy Braga e Sebastião C. Velasco e Cruz.

No segundo dia, na terça, os temas são Terceiro Mundo e Revolução, com Bernardo Ricupero, Leonel Itaussu de A. Mello
e Luiz Bernardo Pericás; Juventude: Ator Político e Social, com Helena Abramo e José Guilherme C. Magnani, assunto
que ganha destaque “já que a existência da juventude como grupo social distinto dos demais é algo recente, e 68 foi
marcante para apontá-lo como protagonista de muitos embates sociais e políticos”, como informa uma das organizadoras
Camila Rocha; e Contracultura e Indústria Cultural, com Henrique Carneiro, Marcelo Ridenti, Paulo Menezes e Vladimir
Safatle.

Na quarta, a primeira mesa Reforma Universitária no Brasil e na América Latina vai abordar as reformas realizadas na
própria Universidade de São Paulo e ainda a Reforma de Córdoba, na Argentina, que tinha reivindicações em comum com
o movimento estudantil da USP. Participam Gabriel Cohn e Maria Ligia Coelho Prado. O tema 1968, o ano que (quase)
mudou o mundo é debatido por Heloisa Fernandes, Paulo Arantes e Theotonio dos Santos e também é assunto do dossiê
da revista Margem Esquerda, número 11, que será lançada ao lado do livro O Poder das Barricadas, de Tariq Ali. E o
último debate trata dos Movimentos Sociais, com Alipio Freire e Maria Célia Paoli.
A exposição que integra o evento traz a instalação 1968, Presente!, da artista plástica Fulvia Molina

Na quinta, as discussões giram em torno da Emergência do Movimento Negro nos EUA e no Brasil, com participação de
João Baptista Borges Pereira e Teresinha Bernardo; e Estudos Urbanos e Conflito Social, com Eduardo Marques, Fraya
Frehse e Heitor Frúgoli. No encerramento, na sexta, os direitos humanos são abordados por Ana Lúcia Pastore, Dalmo
Dallari e Rossana Rocha Reis, além de “1968: Debate da Nova Esquerda/Velha Esquerda”, com Álvaro Bianchi, Gildo
Marçal Brandão e Ricardo Musse; e na mesa Legados de 1968, o professor Franklin Leopoldo e Silva, que também
participou ativamente na época, fala tanto como ator político como intelectual, refletindo sobre o legado daquele ano para
gerações presentes e futuras.

Paralelamente, acontece uma exposição da artista plástica Fulvia Molina, apresentando a instalação 1968: Presente!.
Estudante na época, apesar de não ter participado de nenhuma organização, acompanhou e vivenciou aquele momento
de intenso embate social e político, e também dá depoimento durante a abertura do evento. E ainda é exibida uma mostra
de filmes, selecionados por Paulo Menezes, com sessões a partir das 18h30: Pra Frente Brasil (1983), de Roberto Farias,
na segunda; A Sociedade do Espetáculo (1973), de Guy Debord, na terça; Universidade em Crise (1966), de Renato
Tapajós, 15 Filhos (1966), de Maria Oliveira e Marta Nehring, e Barra 68 – Sem Perder a Ternura (2000), de Vladimir
Carvalho, na quarta; Ação Entre Amigos (1998), de Beto Brant, na quinta; e Quase Dois Irmãos (2005), de Lucia Murat,
na sexta, mostrando como a arte e o cinema retratam ou rememoram aquele ano.

Fim da Guerra Fria

A Guerra Fria começou a esfriar durante a década de 1980. Em 1989, a queda do muro de Berlim foi o ato simbólico que
decretou o encerramento de décadas de disputas econômicas, ideológicas e militares entre o bloco capitalista, comandado
por Estados Unidos e o socialista, dirigido pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Na sequência deste
fato, ocorreu a reunificação da Alemanha (Ocidental com Oriental).

Podemos afirmar que a crise nos países socialistas funcionou como um catalisador do fim da Guerra Fria. Os países do
bloco socialistas, incluindo a União Soviética, passavam por uma grave crise econômica na década de 1980. A falta de
concorrência, os baixos salários e a falta de produtos causaram uma grave crise econômica. A falta de democracia também
gerava uma grande insatisfação popular.

No começo da década de 1990, o presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev começou a implementar a Glasnost
(reformas políticas priorizando a liberdade) e a Perestroika (reestruturação econômica). A União Soviética estava pronta
para deixar o socialismo, ruma a economia de mercado capitalista, com mais abertura política e democrática. Na
sequência, as diversas repúblicas que compunham a União Soviética foram retomando sua independência política. Futuros
acordos militares entre Estados Unidos e Rússia garantiriam o início de um processo de desarmamento nuclear.

Na década de 1990, sem a pressão soviética, os outros países socialistas (Polônia, Hungria, Romênia, Bulgária, entre
outros) também foram implementando mudanças políticas e econômica no sentido do retorno da democracia e
engajamento na economia de mercado.

Portanto, a década de 1990 marcou o fim da Guerra Fria e também da divisão do mundo em dois blocos ideológicos. O
temor de uma guerra nuclear e as disputas armamentistas e ideológicas também foram sepultadas.
Revolta no Haiti em 1791 marca data de resistência à escravidão

25/08/2016 12:41
Quadro "Batalha em São Domingo", por January Schudolski

Na noite de 23 de agosto de 1791, africanos escravizados iniciaram a Revolução Haitiana, uma revolta na antiga colônia
francesa de São Domingo que culminou com a independência do Haiti. De todas as lutas e revoltas de africanos
escravizados, essa foi a única que terminou com a independência de um país, que passou a ser governado por aqueles
que estavam submetidos à escravidão. Essa data em agosto foi escolhida para marcar o "dia internacional para relembrar
o tráfico de escravos e sua abolição".
Proclamação da abolição nas colônias francesas, 1849, de François Auguste Biard. Reprodução

Do Por Dentro da África:

A coragem dos homens e mulheres que em agosto de 1791 se revoltaram contra a escravidão no Haiti “criou obrigações
para nós”, disse a chefe da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Irina
Bokova, no Dia Internacional para Relembrar o Tráfico de Escravos e sua Abolição, completando que “toda a humanidade
é parte dessa história” e dos esforços para a construção de um futuro melhor.

“A revolta foi um ponto de mudança na história da humanidade, afetando fortemente o estabelecimento de direitos
humanos universais, para os quais estamos todos em dívida”, disse as diretora-geral da Unesco em comunicado para o
dia lembrado anualmente em 23 de agosto em memória à noite de 1791, quando africanos vendidos como escravos se
revoltaram contra o sistema escravocrata para obter liberdade e independência do Haiti, conquistada em 1804. Segundo
Bokova, o Dia Internacional foi criado para prestar uma homenagem àqueles que lutaram por sua liberdade e lembrar sua
história e seus valores. “A história do tráfico de escravos e da escravidão criou uma tempestade de raiva, crueldade e
amargura que não foi até hoje reduzida”, disse a diretora-geral. “Mas a coragem daqueles homens e mulheres criou
obrigações para nós”.

Nesse mesmo sentido, as Nações Unidas proclamaram a Década Internacional dos Afrodescendentes (2015-2024). A
Unesco colabora por meio de seus programas educacionais, culturais e científicos, de forma a promover a contribuição
dos afrodescendentes para construir sociedades modernas e assegurar dignidade e igualdade para todos os seres
humanos, sem distinção, segundo Bokova.

POLITICA ERTERNA BRASILEIRA

A política externa brasileira ao longo do último século destacou-se pela busca de autonomia e desenvolvimento do país.
Ainda que a estratégia de desenvolvimento adotada tenha sido variada – modelo agro exportador no começo do século
XX; industrialização com forte proteção do Estado em seguida; orientação pela lógica de mercado no final do século
passado; e, atualmente, um modelo que mantém a orientação anterior somada a uma posição fortemente direcionada para
a produção de bens primários – essas duas orientações perpassaram todos os períodos desde a Proclamação da
República.
Mas as questões referentes à relação com os outros países e aos temas internacionais permaneceram relativamente
isoladas do debate público na história do Brasil. O insulamento das estruturas da política externa no Estado, como o
Itamaraty, resultou em uma dinâmica na qual os assuntos de natureza internacional pouco envolviam ou entravam na
agenda dos atores políticos domésticos, criando uma falsa independência entre assuntos internos e externos. Superar
esse insulamento é um dos desafios postos para a sociedade civil brasileira neste início de século XXI.

Dentre as transformações da política externa brasileira nos últimos vinte anos, observa-se a superação de uma análise
que via na atuação dos países chamados periféricos um mero reflexo resultado das ações empreendidas pelas grandes
potências. Além disso, também se observa um afastamento do tradicional histórico brasileiro de alinhamento com os
Estados Unidos. Embora esse alinhamento tenha se dado de maneira pendular ao longo da história, ora orientado por
uma aproximação mais ideológica, ora por uma relação mais instrumental, apenas nos últimos anos esse alinhamento
automático tem se enfraquecido na medida em que o Brasil ascende como potência emergente e amplia suas parcerias
com outros países do sul global.

Os anos 1990 representaram, internamente, a redemocratização do país e, externamente, assistem aos impactos do fim
da Guerra Fria e a elevação dos Estados Unidos à condição de potência hegemônica. Esses impactos se traduziram na
adoção de um modelo de desenvolvimento ancorado na liberalização econômica, na promoção da democracia e de temas
relacionados aos direitos humanos e meio ambiente. Observa-se um movimento, na política externa brasileira, de
intensificar a participação no Brasil em foros internacionais. Em 1992 é realizada a Conferência das Nações Unidas para
o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Eco-92 no Rio de Janeiro, e o Brasil passa a apoiar a construção de uma agenda
para o desenvolvimento na ONU, além de defender a reforma dessa organização e de se candidatar para um assento
permanente no Conselho de Segurança da organização.

Durante o governo Fernando Henrique Cardoso o aprofundamento da globalização financeira conduz, internamente, à
abertura econômica, liberalização de regras de comércio e privatizações. Ainda que o Brasil permanecesse buscando a
autonomia da sua política externa, os anos 1990 foi um período de busca de credibilidade internacional, então abalada
pela crise financeira e inflação crônica que atingia o país. A estabilização macroeconômica alcançada com o Plano Real
recuperou a credibilidade da comunidade financeira internacional no país. Continuando a agenda de intensificação da
participação brasileira nos espaços multilaterais, o país passou a se envolver mais não só na ONU, mas também na
Organização Mundial do Comércio (OMC).

Para Leticia Pinheiro (2004), inaugura-se nesse período um novo paradigma na política externa brasileira, que ela
denomina de “institucionalismo pragmático”. “Institucionalismo porque a política externa brasileira se revestiu de uma visão
que justificava e estimulava a adesão aos regimes internacionais […] como solução para os problemas de ação coletiva.
Em nome da diminuição dos custos de transação, redução de incertezas e busca da maximização de ganhos (absolutos)
buscou-se o reforço da cooperação. No entanto, paralelamente a essa vertente, sobreviveu a visão realista clássica que
percebe as relações internacionais como calcadas no princípio do auto interesse e na busca por ganhos relativos” [1] .

Na definição do então Ministro das Relações Exteriores durante o governo FHC, Luiz Felipe Lampreia, “a política externa
do Presidente Fernando Henrique Cardoso buscava a autonomia pela integração, ou seja, ao invés de uma autonomia
isolacionista, uma autonomia articulada com o meio internacional ” [2]. Embora esse conceito pudesse parecer uma
contradição, o ex-ministro defendeu sua formulação no sentido de que, ao mesmo tempo em que os países sacrificam
parcialmente sua autonomia nacional ao assumir compromissos internacionais os benefícios econômicos gerados,
somados aos efeitos positivos de caráter político-diplomático, compensam a perda de autonomia decorrente do processo
de integração. Além disso, espaços como o MERCOSUL colaboravam para aumentar a capacidade dos países em
desenvolvimento, como o Brasil, em atuarem de modo mais participativo nos arranjos internacionais.
Com a entrada do Partido dos Trabalhadores no governo, através da eleição de Luís Inácio Lula da Silva em 2003, a
política externa passa a ocupar um lugar mais estratégico na agenda do governo. Como destacam Monica Hisrt, Regina
de Lima e Leticia Pinheiro, a política externa durante o governo Lula pode ser definida como “pró-ativa e pragmática” [3] .
O governo promoveu um alargamento da agenda buscando se posicionar frente a temas sensíveis como a pobreza, fome,
saúde, educação e armas nucleares, abriu espaço para uma pluralização de atores envolvidos com a política internacional
e diversificou seu mapa de atuação ampliando os investimentos na América do Sul, África e Ásia, assim como as relações
comerciais com China, Rússia e Índia.

Ainda que o governo Lula não tenha significado uma ruptura com a agenda do governo FHC, dando continuidade a
algumas iniciativas anteriores baseadas, principalmente, na busca de desenvolvimento econômico, o novo governo
incorporou a agenda social na política externa aliada a uma posição mais assertiva em relação à reforma de instituições
multilaterais e participação na produção de regras orientadoras dos regimes internacionais.

As transformações ocorridas no cenário internacional caracterizadas, de maneira geral, pela ascensão de potências
emergentes como China, Índia e Brasil, e pela crise financeira de 2008 que impactou seriamente os Estados Unidos e a
zona do Euro, somadas a uma conjuntura interna de melhoria das condições econômicas, colaborou para que essa agenda
internacional ganhasse impulso. A Cooperação Sul-Sul tem representado um instrumento de política externa de crescente
importância para os países emergentes, assim como o surgimento de novos espaços multilaterais que têm provocado
mudanças na distribuição de poder e na definição dos arranjos internacionais.

O surgimento de grupos com interesses econômicos e trajetórias de desenvolvimento similares tais como os BRICS (Brasil,
Rússia, Índia e África do Sul) e o IBAS (Índia, Brasil e África do Sul) representam novas relações e influências no sistema
internacional. A crescente importância do MERCOSUL (Mercado Comum do Sul), a UNASUL (União Sul-Americana de
Nações), a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a Cúpula América do Sul-Países Árabes (ASPA), a
Cúpula América do Sul-África, a União Africana, o fortalecimento do G20 em detrimento do G8 são alguns dos exemplos
de coalizões caracterizadas pela presença ativa de países do sul global.

O forte relacionamento com o continente africano incentivado durante o governo Lula, o crescente aumento da cooperação
internacional brasileira, assim como a aproximação diplomática com a abertura de mais de 16 novas embaixadas nesse
continente, têm resultado no gradual aumento das transações comerciais entre Brasil e África. A América Latina e Caribe
junto com a África representaram o destino de 91,68% dos gastos do governo federal brasileiro, em 2010, com cooperação
técnica, cooperação científica e tecnológica, cooperação educacional e cooperação humanitária[4].

O esforço de ampliar a participação e influência do Brasil, tanto nas organizações multilaterais como nas negociações
econômicas globais, tem se baseado no aprofundamento dos vínculos do país com a região sul-americana e africana. O
envolvimento direto do Brasil na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH), em 2004, inseriu
o país como player ativo nas questões internacionais e insere-se nas expectativas de uma reforma no Conselho de
Segurança das Nações Unidas.

Em relação aos Estados Unidos, durante o governo Lula a parceria entre Washington e Brasília, embora não tenha sido
exatamente conflituosa, apresentou pontos de divergência que refletiam uma posição de não submissão – como a
oposição ao golpe de estado em Honduras, a reincorporação de Cuba à OEA e o apoio do Brasil ao programa de
enriquecimento de uranio para fins pacíficos do governo iraniano. A busca de autonomia maior na cena internacional, a
opção pela diversificação de parceiros e a formação de novas coalizações compostas, em grande parte, por países do sul,
demonstram a estratégia brasileira de fortalecer polos alternativos de poder em um mundo uni-multipolar[5]. O ministro
Celso Amorim ao qualificar a política externa do governo Lula a definiu como “ativa e altiva”. Nas palavras no ministro,
“Altiva, pois não devemos nos submeter a outras potências mais poderosas, mas sim devemos expor e lutar pelos nossos
pontos de vista. E ativa porque a política externa não se resume a ficar reagindo diante de situações, mas promover
assuntos e agendas novas”[6] .

O governo Dilma Roussef tem dado continuidade à opção pela busca de autonomia e diversificação de parceiros,
mantendo a Cooperação Sul-Sul como estratégica para o protagonismo brasileiro na cena internacional. Evento recente
que estremeceu a relação entre o Brasil e Estados Unidos, e reforçou a posição brasileira de não submissão às ações de
Washington, foi o cancelamento da visita oficial de Dilma aos EUA em resposta às denúncias de que mensagens da
Presidência e de empresas estratégicas nacionais, como a Petrobrás, teriam sido monitoradas pela Agência Nacional de
Segurança Americana (NSA). Em discurso proferido na abertura do Debate Geral na 68a Assembleia-Geral das Nações
Unidas, realizado em setembro último, Dilma abordou a questão da espionagem e repudiou o ocorrido. Nas palavras da
presidenta, “Estamos diante de um caso grave de violação dos direitos humanos e das liberdades civis; da invasão e
captura de informações sigilosas relativas às atividades empresariais e, sobretudo, de desrespeito à soberania nacional
do meu país”[7].

Observa-se, portanto, que a política externa brasileira refletiu um movimento mais acentuado no sentido de diversificação
dos parceiros internacionais, com destaque para a Cooperação Sul-Sul e para a integração latino-americana. Trata-se de
uma postura direcionada para a redução de assimetrias nas relações externas e para o aumento da sua capacidade de
negociação em foros internacionais.

O aumento da presença brasileira no cenário internacional tem impulsionado a participação externa de diferentes atores e
agências burocráticas nacionais para além do Itamaraty, com o envolvimento de Ministérios como os da Educação, Saúde,
e Industria e Comércio. Entretanto, ainda permanece como grande desafio a ampliação do debate para outros atores além
do governo e do setor empresarial. É preciso ampliar os espaços de participação e diálogo para alterar o tradicional
caminho insulado da política externa brasileira e aproximá-la da lógica das políticas públicas.

A apropriação da sociedade civil dos temas e instrumentos da política externa colabora para a democratização do país e
do sistema internacional. Propostas de criação de um Conselho de Política Externa no Brasil ou órgão institucional similar
que garanta a permanente consulta, participação e diálogo têm permeado o debate e diversas iniciativas entre os
movimentos e organizações da sociedade civil que acompanham a agenda internacional e compreendem a importância
de democratizar as estruturas promotoras de política externa[8].

GUERRA FRIA NO ARTICO

Nova guerra fria começa a despontar no Ártico

Militarização e planos de industrialização da Rússia preocupam países limítrofes e esgarçam o consenso diplomático sobre

essa região estratégica


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PILAR BONET

5 ABR 2015 - 00:01 CEST

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A cooperação e a rivalidade coexistem em proporções variáveis no Círculo Polar Ártico, a região que pode se tornar a

maior fonte de petróleo e gás do planeta e na qual a Rússia tem o grosso de suas reservas de hidrocarbonetos (exploráveis

e potenciais), além de 20.000 quilômetros de fronteira marítima.

Em 2007, o político Artur Chilingárov fincou no leito marinho do Polo Norte uma bandeira russa feita de titânio. Moscou

ratificava assim sua reivindicação sobre uma área submarina reclamada em 2001, a partir da Convenção Internacional

sobre o Direito do Mar da ONU (1982). Depois da anexação da Crimeia, que representa uma violação de tratados

internacionais assinados pela Rússia, o gesto teatral de Chilingárov ganhou novo significado, e a desconfiança vem

ganhando terreno sobre a cooperação, cujo modelo é o Conselho do Ártico, organização que integra os oito Estados

limítrofes (Rússia, Canadá, Dinamarca, Noruega, Suécia, Islândia, Finlândia e Estados Unidos), cinco deles membros da

aliança militar OTAN.

MAIS INFORMAÇÕES
 Viagem à última fronteira do mundo
 2.000 anos de história da América do Sul escritos no gelo
 2014 foi o ano mais quente desde 1880, quando começaram os registros
 Elevação do nível do mar se acelerou mais do que se pensava
Desde 2008, as empresas Rosneft e Gazprom, controladas pelo Estado russo, têm o monopólio da exploração de

hidrocarbonetos no Ártico e são parceiros compulsórios para todos os projetos na região. Em 9 de agosto de 2014, Igor

Sechin, chefe da petroleira russa Rosneft, e Glenn Waller, diretor da norte-americana ExxonMobil na Rússia, mostravam-

se otimistas em relação aos planos conjuntos criados em 2011. Naquele dia, no mar de Kara, Sechin e Waller inauguraram

a perfuração submarina de petróleo mais ao Norte feita pela Rússia. De Sochi, no mar Negro, o presidente Vladimir Putin

deu o sinal de partida e elogiou a cooperação internacional como motor do “sucesso comercial”. Tratava-se do

“acontecimento mais importante do ano para a indústria de petróleo e gás”, nas palavras de Sechin, e o poço recém-

perfurado foi batizado como Pobeda (vitória), por ser uma “vitória conjunta” da Rússia e de um grupo de “amigos e

parceiros” internacionais. De Pobeda jorrou o primeiro fluxo de petróleo, mas no final de setembro, devido às sanções

norte-americanas, a ExxonMobil teve que selar o poço e abandonar seus projetos na Rússia.

A Rosneft quis continuar sozinha, mas as sanções ocidentais dificultaram os projetos russos no Ártico, ao restringir a venda

de tecnologia para a perfuração submarina e limitar o acesso ao capital. Os políticos e analistas russos se dividem entre

os que acreditam que seja preciso forçar a exploração do Ártico para quando o preço do petróleo subir e os que

recomendam que se concentre na Sibéria Ocidental, onde já existe infraestrutura de exploração e transporte.

Moscou restabelece a rede de bases que a URSS tinha no Ártico e constrói novas

A exploração do Ártico é a locomotiva das regiões setentrionais, estimulando o desenvolvimento da produção inovadora e

a infraestrutura de transporte, incluindo o Corredor Marítimo do Norte, e não deve ser interrompida, escreveu o

jornal Rossískaia Gazeta. Para o Kremlin, o Ártico é uma região de interesse estratégico que pela primeira vez foi

incorporada de forma explícita na nova concepção da doutrina militar da Rússia, estabelecida por Putin em dezembro.

Com nuances, Moscou retomou a política da União Soviética no Ártico, depois da decadência dos anos noventa, o que se

traduz em militarização, adaptada aos novos tempos, e industrialização, em grande parte ainda a ser definida.

Vilarejos abandonados por seus habitantes, submarinos nucleares convertidos em perigosos focos de radiação,

equipamento militar enferrujado, docas erodidas pelo mar e pistas de pouco inutilizáveis são a herança dos anos noventa,

que Putin quer deixar para trás, e também cenário de algumas impressionantes obras do cinema russo atual. “A região

tem grande importância estratégica para os Estados possuidores de frota de submarinos nucleares. Das posições

submarinas no Nordeste do mar de Barents é possível alcançar a maioria dos alvos mais importantes do mundo, porque

por ali passa a trajetória mais curta para os mísseis balísticos em qualquer hemisfério da Terra”, destaca uma monografia

do Instituto Russo de Pesquisas Estratégicas.


ampliar fotoNavio quebra-

gelo canadense navega pela baía Resolute, em Nunavut, território autônomo do Canadá.REUTERS

A Rússia criou um novo comando militar para melhorar a coordenação e o alcance no Ártico e planeja a alocação de 6.000

soldados em duas brigadas de infantaria motorizada. Moscou está restabelecendo a rede de bases que a URSS tinha no

Ártico, a região geográfica mais próxima aos EUA, mas também constrói novas bases, uma delas no arquipélago de

Novosibirsk (ao Norte da Sibéria Oriental) e outra na ilha de Wrangler, uma reserva natural protegida pela Unesco. A pista

de pouso do arquipélago de Nóvaia Zemliá foi reformada para poder receber caças de nova geração, além de ganhar

novos sistemas de defesa antiaérea, e o Serviço Federal de Segurança aumenta o efetivo de vigilância das fronteiras.

Em março, a Rússia fez manobras militares para testar a capacidade de combate da frota do Norte, mobilizando cerca de

40.000 soldados, 41 navios e 15 submarinos, segundo a agência Ria-Novosti. O ministro da Defesa, Serguei Shoigú,

afirmou então que os “novos desafios e ameaças militares exigem um aumento da capacidade das Forças Armadas”. Na

semana passada, o Parlamento russo discutiu a necessidade de criar legislação sistemática sobre a região de interesse

estratégico no Ártico. Viacheslav Shtyrov, presidente do conselho de especialistas em Ártico e Antártica, disse na ocasião

que existe “uma grande possibilidade de que o Ártico russo seja a primeira linha de defesa em caso de um conflito militar

global, porque essa é a direção mais provável de um ataque com mísseis nucleares do adversário”.

Tratado de Tordesilhas - 1494, resumo, o que foi

O que foi, contexto histórico, a divisão de terras entre Portugal e Espanha em 1494, história
Mapa de 1502 mostrando a linha do Tratado de Tordesilhas

Contexto histórico

Logo após a chegada de Cristóvão Colombo à América (1492), a corte espanhola começou a se preocupar em proteger
legalmente as terras descobertas na América. O rei espanhol procurou o papa Alexandre VI, que através da Bula Inter
Coetera estabeleceu a posse de todas as terras descobertas a 100 léguas a oeste de Cabo Verde à Espanha. Através
deste documento, Portugal ficaria sem a possibilidade de ter a posse de territórios na recém-descoberta América. O limite
estabelecido também dificultaria as navegações portuguesas no Oceano Atlântico.

Como Portugal, assim como a Espanha, era uma potência militar e econômica da época, para evitar conflitos, espanhóis
e portugueses resolveram abrir negociações para o estabelecimento de um novo tratado. Este deveria contemplar os
interesses de ambos os reinos no tocante a descoberta, exploração e colonização das “novas terras”.

O que foi

O Tratado de Tordesilhas foi um acordo firmado em 4 de junho de 1494 entre Portugal e Espanha. Ganhou este nome,
pois foi assinado na cidade espanhola de Tordesilhas. O acordo tinha como objetivo resolver os conflitos territoriais
relacionados às terras descobertas no final do século XV.

O que estabelecia o Tratado de Tordesilhas

De acordo com o Tratado de Tordesilhas, uma linha imaginária a 370 léguas de Cabo Verde serviria de referência para a
divisão das terras entre Portugal e Espanha. As terras a oeste desta linha ficaram para a Espanha, enquanto as terras a
leste eram de Portugal.

Tratado de Madri

O Tratado de Tordesilhas deixou de vigorar apenas em 1750, com a assinatura do Tratado de Madri, onde as coroas
portuguesa e espanhola estabeleceram novos limites de divisão territorial para suas colônias na América do Sul. Este
acordo visava colocar fim as disputas entre os dois países, já que o Tratado de Tordesilhas não havia sido respeitado por
ambas as partes.

Contexto histórico

Logo após a chegada de Cristóvão Colombo à América (1492), a corte espanhola começou a se preocupar em proteger
legalmente as terras descobertas na América. O rei espanhol procurou o papa Alexandre VI, que através da Bula Inter
Coetera estabeleceu a posse de todas as terras descobertas a 100 léguas a oeste de Cabo Verde à Espanha. Através
deste documento, Portugal ficaria sem a possibilidade de ter a posse de territórios na recém-descoberta América. O limite
estabelecido também dificultaria as navegações portuguesas no Oceano Atlântico.

Como Portugal, assim como a Espanha, era uma potência militar e econômica da época, para evitar conflitos, espanhóis
e portugueses resolveram abrir negociações para o estabelecimento de um novo tratado. Este deveria contemplar os
interesses de ambos os reinos no tocante a descoberta, exploração e colonização das “novas terras”.

O que foi

O Tratado de Tordesilhas foi um acordo firmado em 4 de junho de 1494 entre Portugal e Espanha. Ganhou este nome,
pois foi assinado na cidade espanhola de Tordesilhas. O acordo tinha como objetivo resolver os conflitos territoriais
relacionados às terras descobertas no final do século XV.

O que estabelecia o Tratado de Tordesilhas


De acordo com o Tratado de Tordesilhas, uma linha imaginária a 370 léguas de Cabo Verde serviria de referência para a
divisão das terras entre Portugal e Espanha. As terras a oeste desta linha ficaram para a Espanha, enquanto as terras a
leste eram de Portugal.

Tratado de Madri

O Tratado de Tordesilhas deixou de vigorar apenas em 1750, com a assinatura do Tratado de Madri, onde as coroas
portuguesa e espanhola estabeleceram novos limites de divisão territorial para suas colônias na América do Sul. Este
acordo visava colocar fim as disputas entre os dois países, já que o Tratado de Tordesilhas não havia sido respeitado por
ambas as partes.

Tratado de Madrid (1750)


Por Fernando Roque Fernandes

Mestre em História (UFAM, 2015)


Graduado em História (Uninorte, 2012)

[...] o Tratado de Madri, assinado em 1750, impôs uma nova agenda à administração colonial portuguesa em relação às
suas colônias na América, particularmente àquelas conquistadas no século anterior. Debatendo-se com a escassez de
recursos, própria do período, a Metrópole teve de encontrar alternativas para povoar e tornar economicamente
interessantes as vastas áreas que compreendiam todo o território ao Norte e a Oeste da América Portuguesa.(Coelho,
2016).

Da assinatura do Tratado de Tordesilhas (1494) à assinatura do Tratado de Madri (1750), os contornos do território
português na América cresceram significativamente. Apesar da expansão agropecuária na região nordestina, foi a busca
por metais preciosos e mão de obra indígena na região Centro-Oeste e a busca pelas chamadas Drogas do Sertão e mão
de obra indígena na Amazônia que se constituíram elementos centrais da expansão territorial lusa em direção ao interior
do vasto território. As operações de Entradas, Bandeiras, Guerras Justas, Resgates e Descimentos de Índios,
empreendidas pelos portugueses desde o início da colonização, desempenharam papel central neste fenômeno. Além
desses fatores, a evangelização dos índios foi um fenômeno igualmente importante. Muitos aldeamentos se tornaram
verdadeiras instituições de fronteira.

Deste modo, o Tratado de Madri (1750) pode ser pensado com a oficialização do processo de expansão territorial
portuguesa iniciado pouco mais de duzentos anos antes. Firmado em Madri, na Espanha, pelos monarcas D. João V
(Portugal) e D. Fernando VI (Espanha) tal tratado geopolítico teve como principal objetivo o fim das disputas territoriais
entre os Estados Ibéricos. Os novos limites demarcatórios foram baseados no Mapa das Cortes (1749), elaborado
especialmente para servir de base ao Tratado. Montanhas e rios serviram como indicadores das demarcações de limites,
a partir de uma espécie de delimitação por fronteiras naturais. Além disso, o princípio romano do uti possidetis, que pode
ser traduzido pela ideia de que “o território é de quem nele habita” foi utilizado pelos portugueses para reivindicar aqueles
espaços.
Mapa das Cortes, 1749.
A assinatura do Tratado de Madri reflete um importante processo de demarcação territorial iniciado no contexto do Período
Pombalino (1750-1777). Os contornos geopolíticos do atual território brasileiro foram dimensionados por este tratado
(apesar de não se resumirem a ele). Pode-se dizer que ele evidencia um processo de (re)definição das fronteiras coloniais.
Para pesquisadores como Mauro Cezar Coelho e Nádia Farage, a assinatura do Tratado de Madri concorreu para o
redimensionamento da função dos povos indígenas no processo de manutenção e defesa do território português na
América. Tal tratado dialogava com a política pombalina, justamente por resultar de uma estratégia de defesa e
consolidação dos limites territoriais. O principal interesse dos portugueses era assegurar os territórios do Mato Grosso e
Grão-Pará, potencializando a exploração dos recursos que ali haviam, nos quais se incluía a força de trabalho indígena.
Conforme aponta Íris Kantor, surgiram desse processo dois grandes problemas. O primeiro eram os diferentes nomes
dados à lugares estratégicos das demarcações, como aldeias, vilas e lugares. O segundo eram as populações indígenas
que, muitas vezes, não tinham nenhum contato com os colonizadores. Para resolver tais problemas, os demarcadores
renomearam lugares, dando-lhes nomes portugueses de modo a homogeneizar a toponímia da região; transformaram
aldeamentos missionários em povoações civis; empreenderam novos projetos de integração das populações indígenas,
transformando-os em vassalos da Coroa Portuguesa; deram-lhes sobrenomes portugueses e financiaram a miscigenação
entre índios e colonos através de casamentos; proibiram as línguas indígenas e atribuíram aos novos súditos a função de
defesa das fronteiras coloniais. Bem, se havia necessidade de defesa das fronteiras, isto significa que os conflitos
geopolíticos não foram resolvidos com a assinatura daquele tratado.

A América do Sul em 1750, conforme mapa do cartógrafo francês Robert de Vaugondy (domínio público / via Wikimedia
Commons)

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