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TAT
TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA
Apostila para fins didáticos
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I - INTRODUÇÃO
II - FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Para criar o TAT, Murray partiu do princípio de que diferentes indivíduos, frente
a uma mesma situação vital, a experimentam cada um a seu modo, de acordo com
sua perspectiva pessoal. Essa forma pessoal de elaborar uma experiência revela a
atitude e a estrutura do indivíduo frente à realidade experimentada. Assim, expondo-se
o sujeito a uma série de situações sociais típicas e possibilitando-lhe a expressão de
sentimentos, imagens, idéias e lembranças vividas em cada uma destas
confrontações, é possível ter acesso à personalidade subjacente. Esse procedimento,
nas situações apresentadas, favorece a projeção do mundo interno do sujeito.
Partindo desse princípio, Murray, com sua assistente Christiana Morgan,
procedeu à escolha do material que viria a constituir o TAT: fotografias de pinturas em
museus, anúncios em revistas, fotos de filmes de cinema e de outras fontes, que
posteriormente foram redesenhados para apresentar um estilo uniforme. O produto
final são reproduções de situações dramáticas, de contornos imprecisos, impressão
difusa e tema inexplícito. Exposto a esse material, o indivíduo, sem perceber,
identifica-se com uma personagem por ele escolhida e, com total liberdade, comunica,
por meio de uma história completa, sua experiência perceptiva, mnêmica, imaginativa
e emocional. Dessa forma, podem-se conhecer quais situações e relações sugerem ao
indivíduo temor, desejos, dificuldades, assim como as necessidades e pressões
fundamentais na dinâmica subjacente de sua personalidade.
Em relação ao conceito de projeção, Murray comenta que o sujeito percebe o
ambiente e responde ao mesmo em função de seus próprios interesses, atitudes,
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Necessidade Definição
Afiliação Tornar-se íntimo a outrem, associar-se a outrem em assuntos comuns (afiliação
associativa).
Fazer amizades e mantê-las. Ligar-se afetivamente e permanecer leal a um amigo
(afiliação emocional).
Agressão Vencer a oposição pela força. Lutar, revidar à injúria. Atacar, injuriar, matar. Opor-se
pela força ou punir a outrem.
Altruísmo Promover as necessidades de pessoas desamparadas, como crianças ou pessoas
fracas, incapazes, fatigadas, inexperientes, enfermas, arruinadas, humilhadas,
abandonadas, aflitas e mentalmente perturbadas. Ajudar alguém que está em perigo.
Alimentar, ajudar, consolar, proteger, curar, confortar, cuidar
Apoio Ter suas necessidades satisfeitas pela ajuda simpática de pessoa amiga; ser
protegido (n.proteção), sustentado, cercado, amado, aconselhado, guiado, perdoado,
consolado. Permanecer ao lado de um devotado protetor. Ter um defensor
permanente
Aquisição Adquirir, comprar algum objeto. É aquisição social, quando o objeto adquirido é
ajustado socialmente; enquanto que, é associal quando o objeto é para um objetivo
desajustado socialmente, tal como para agredir
Autodefesa (física) Evitar a dor, o dano físico, a doença, a morte. Escapar de uma situação perigosa.
Tomar medida de autoprecaução.
(Autodefesa Psíquica): Evitar a humilhação. Fugir de situações embaraçosas ou depreciativas: escárnio,
ridículo, indiferença dos outros.
Reprimir a ação pelo medo do fracasso.
Autonomia Libertar-se, resolver a restrição, romper o confinamento. Resistir à coerção e à
restrição ou mesmo domínio. Romper com as convenções. Não se sentir obrigado a
cumprir ordens superiores. Ser independente e agir segundo o impulso. Não estar
comprometido.
Compreensão Perguntar e responder. Interessar-se por teorias. Especular, formular, analisar,
generalizar.
Conhecimento Saber os fatos aprofundar-se.
Contra-reação Dominar ou vencer o fracasso pelo esforço.
Desfazer a humilhação pela reação. Superar a fraqueza, reprimir o temor. Defender a
honra através de uma ação. Procurar obstáculos e dificuldades a vencer. Manter a
auto-estima e o orgulho em alto nível.
Defesa Defender-se do ataque, da crítica, da censura. Ocultar ou justificar um mal feito, um
fracasso, uma humilhação. Reinvidicar o ego.
Deferência Admirar e apoiar um superior. Louvar, honrar, elogiar. Imitar um modelo. Sujeitar-se,
avidamente, à influência de pessoa aliada. Conformar-se com os costumes.
Degradação Diminuir a auto-estima, desvalorizar-se.
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Pressão Tipo
Falta de Apoio (família) a) discordância cultural
b) discordância familiar
c) disciplina instável
d) separação dos pais
e) ausência de um dos pais
f) enfermidade de um dos pais
g) morte de um dos pais
h) inferioridade de um dos pais
i) dissemelhança () entre os pais
I) pobreza
l) lar desorientado
Perigo Físico: a) Desproteção física
b) através da água
c) abandono e escuridão
d) intempéries, relâmpagos
e) através do fogo
f) através de acidente
g) animal
Falta ou Perda: a) de alimentos
b) de recursos
c) de companhia
d) de mudança (monotonia)
Afiliação: a) associativa (amizades)
b) emocional
Agressão: a) emocional
b) verbal
c) física
d) social
e) associal
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f) destruição de propriedade
g) mau trato de mais velhos (homem ou mulher)
h) mau trato de companheiros
i) desavença com companheiros
Dominação: a) coerção
b) restrição
c) indução, sedução
d) proibição
e) disciplina
f) orientação religiosa
Inferioridade: a) física
b) social
c) intelectual
Sexo: a) exibicionismo
b) sedução (homo/heterossexual)
Apoio, dar afeto
Criação, indulgência
Decepção, ou traição
Deferência, louvor, reconhecimento
Nascimento de irmão
Rejeição, desprezo
Retenção de objetos
Rival, competidor
1) PRIMEIRA SÉRIE
PRANCHA 1
O MENINO E O VIOLINO
Um rapaz está contemplando um violino colocado sobre a mesa à sua frente.
C) Clichês:
Temas que manifestam atitude do sujeito frente ao dever e com freqüência as
suas aspirações:
D) Distorções:
Interpreta o menino como sendo cego ou que está dormindo; em relação ao
violino ou o percebe mal, ou uma das cordas está solta; confusão do objeto
identificado como sendo um livro.
E) Omissões:
Não consegue ver o arco ou o violino, ou ambos.
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F) Simbolizações:
1. O herói está preocupado porque uma corda está solta ou arrebentada, portanto
intocável: freqüente em sujeitos que tem sentimento de culpa devido à masturbação
ou que sofrem de ansiedade de castração.
PRANCHA 2
A ESTUDANTE NO CAMPO
Cena campestre: no primeiro plano está uma jovem com livros na mão; ao
fundo, um homem está trabalhando no campo e uma mulher mais idosa assiste.
C) Clichês:
Revelam as reações do herói (a jovem do primeiro plano ou o homem do
fundo) frente ao ambiente pouco cordial ou que não a (o) estimula, ou diante dos
problemas enraizados pelas dificuldades de relacionamento familiar. Denuncia como o
paciente vê seu ambiente, seu nível de aspiração e suas atitudes frente a seus pais.
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PRANCHA 3 RH
C) Clichês:
Histórias que expressam depressão; rejeição e suicídio. O rapaz foi injustiçado
e o mesmo acaba tendo mal procedimento. Mais especificamente denunciam as
situações que o sujeito considera sendo frustradores de seus desejos, assim como
suas reações e seu estilo na resolução dos problemas.
D) Distorções:
1. O jovem é visto como moça, pelos sujeitos com fortes tendências femininas;
2. O revolver é visto como um brinquedo ou outra coisa menos hostil, pelos sujeitos
incapazes de expressar sua agressão de forma manifesta.
E) Omissão:
Do revolver
PRANCHA 3 MF
A JOVEM NA PORTA
Uma jovem está de pé e cabisbaixa cobrindo o rosto com a mão direita. Seu
braço esquerdo está estendido para frente, apoiando-se numa porta de madeira.
C) Clichês:
Dá lugar à expressão de sentimento de desespero e culpa
PRANCHA 4
C) Clichês:
Histórias de conflitos (discussão ou drama de um eterno triângulo amoroso) do
casal que está no primeiro plano. A figura seminua no fundo é a amante ou noiva do
homem. O homem deseja desvencilhar-se da mulher para realizar algum plano, mas
ela quer retê-lo. Traduzem as dificuldades do sujeito em sua vida matrimonial ou suas
atitudes frente às mulheres e o sexo.
D) Omissão: -
Da mulher semidespida.
PRANCHA 5
D) Distorções:
A mulher é vista como sendo homem; a mulher examinando a parte externa da
casa; dois quartos ao invés de um; o abajur como sendo uma cortina.
PRANCHA 6RH
C) Clichês:
Filho solicita a sua mãe permissão para levar ao cabo um projeto largamente
planejado, abandonar seu local para ir trabalhar numa outra cidade; casar-se ou
alistar-se no exército. Seus desejos quase sempre estão em conflito com os da mãe.
Revela a atitude do sujeito frente à figura materna (sentimentos de culpa, dependência
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PRANCHA 6 MF
MULHER SURPREENDIDA
Uma mulher jovem, sentada na borda de um sofá, olha para trás, por cima do
ombro, para um homem mais velho, com um cachimbo na boca, que parece dirigir-lhe
a palavra.
PRANCHA 7RH
PAI E FILHO
Um homem grisalho está olhando para um jovem que contempla o espaço com
semblante carrancudo.
C) Clichês:
O jovem recorre ao velho em busca de conselhos; ou ambos discutem um
problema de mútuo interesse. Reflete a atitude do sujeito frente ao pai; aos adultos e
à autoridade em geral (dependência, obediência, rejeição, desafio). Pode expressar
as tendências anti-sociais e a atitude do sujeito frente à terapia.
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PRANCHA 7MF
MOÇA E BONECA
Mulher idosa sentada num sofá, próxima de uma menina, falando-lhe ou lendo-
lhe. A menina, que está com uma boneca no regaço olha para longe.
PRANCHA 8RH
A INTERVENÇÃO CIRÚRGICA
Um adolescente olha diretamente para fora do quadro. O cano de um rifle é
visível a um lado e, ao fundo, a cena nebulosa de uma operação cirúrgica, como a
imagem de uma divagação.
C) Clichês:
Em geral o adolescente é o herói.
1. O cenário ao fundo representa sua fantasia ou desejo de ser médico, em cujo
caso se delata a ambição do sujeito.
2. Atirou contra a pessoa que está sobre a mesa e agora aguarda o resultado da
operação: história que expressa as tendências agressivas do sujeito em dadas
ocasiões dirigidas contra uma determinada pessoa.
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D) Omissão:
Do rifle.
E) Simbolizações:
Se amputar a perna da pessoa que está à mesa, geralmente, reflete ansiedade
de castração.
PRANCHA 8 MF
MULHER PENSATIVA
Uma jovem está sentada com o queixo apoiado sobre a mão, seus olhos estão
distantes.
PRANCHA 9RH
GRUPO DE VAGABUNDOS
Quatro homens de macacão estão deitados sobre o gramado, repousando.
PRANCHA 9MF
PRANCHA 10
O ABRAÇO
A cabeça de uma mulher encostada no ombro de um homem.
D) Distorções:
A idade é confundida e sexo do homem e da mulher as sombras faciais são
interpretadas de diferentes maneiras.
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2) SEGUNDA SÉRIE
PRANCHA 11
C) Clichês:
Em geral, reflete a atitude do sujeito frente ao perigo e sua maneira de
experimentar a ansiedade. As figuras obscuras (homens ou animais) são vistas como
se estivessem sendo atacadas pelo dragão e normalmente descrevem suas técnicas
defensivas: indica o temor do sujeito à agressão e os meios desencadeados para
vencê-lo.
O personagem masculino pode ser um cientista ou um explorador das regiões
desconhecidas: revela sua curiosidade ou desejo de experimentar situações novas ou
perigosas.
D) Distorções
Esta prancha oferece a maior quantidade de possibilidades aos erros
perceptivos: o dragão é visto como um caminho; a cabeça do dragão como sua
margem; o fundo como uma cascata; as paredes do abismo como sendo o castelo; as
pedras como sendo cabeças humanas. A confusão do grupo de homens com o inseto
é comum e não constitui um indicador especial.
E) Omissão
Do dragão
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F) Simbolizações:
O monstro geralmente constitui uma representação simbólica das exigências
instintivas que ameaçam seu interior. As histórias que se referem às dificuldades para
dominar o animal e aquelas em que o herói é perseguido pelos animais, podem refletir
dificuldades de se controlar ou se adaptar aos impulsos e tensões sexuais.
PRANCHA 12H
O HIPNOTIZADOR
Um jovem está deitado num sofá com os olhos fechados. Debruçado sobre ele,
a forma esguia de um homem idoso, a sua mão estendida para o rosto da figura
recostada.
E) Simbolizações:
As histórias em que o jovem que está deitado está se submetendo ou pode ter
sido forçado a ser hipnotizado pelo homem maduro, geralmente denunciam tendências
homossexuais latentes ou experiências homossexuais encobertas.
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PRANCHA 12 F
A CELESTINA
Retrato de uma mulher jovem. Ao fundo uma velha misteriosa, com xale sobre
a cabeça faz caretas.
C) Clichês:
Proporciona oportunidade de expressar a atitude frente à figura da mãe ou da
filha, e envelhecimento e o matrimônio.
D) Distorções:
Nos casos psicóticos raros, a jovem é vista como um homem.
PRANCHA 12RM
O BOTE ABANDONADO
Um barco a remo está parado à margem de um rio que corre entre o arvoredo
de uma floresta. Não há figuras humanas no quadro.
PRANCHA 13 HF
C) Clichês:
Quase sempre traduzem a atitude do sujeito frente às mulheres e ao sexo, às
vezes frente aos sentimentos de culpa e a atitude frente ao alcoolismo. Histórias mais
freqüentes: temas sexuais.
D) Distorções:
Grande variedade, incluindo especulações acerca do fundo e dos objetos sobre
a mesa.
E) Omissões:
Da mulher que está sobre a cama.
PRANCHA 13R
PRANCHA 13M
PRANCHA 14
HOMEM À JANELA
A silhueta de um homem (ou mulher) contra uma janela iluminada. O resto do
quadro é totalmente negro.
PRANCHA 15
NO CEMITÉRIO
Um homem negro, de mãos unidas, está em pé entre sepulturas.
C) Clichês:
A figura delgada reza ante a tumba de um morto. Descreve seus sentimentos e
atitudes, passados e presentes frente à mesma. A pessoa morta geralmente
representa a pessoa a quem dirige ou experimenta uma forte agressividade.
D) Distorções:
O Homem é visto como sendo uma mulher. Em suas mãos retém uma lâmpada
ou um livro; os túmulos como sendo platéia de um teatro.
PRANCHA 16
PRANCHA EM BRANCO
C) Clichês:
Na maioria das vezes gira em torno dos problemas interiores de grande
importância, ou deixa manifestar a atitude frente ao examinador.
PRANCHA 17RH
O ACROBATA
Um homem nu está suspenso em uma corda. Está para galgar ou descer pela
corda.
A) Área que explora:
- Nível de aspiração
- Exibicionismo ou narcisismo
- Masturbação
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C) Clichês:
Em geral não provoca nenhum tema significativo. O homem da corda é visto como:
D) Distorções:
Quanto ao fundo, ao homem
E) Simbolizações:
O herói que sobe e desce pela corda: preocupação masturbatória.
PRANCHA 17MF
A PONTE
Uma ponte sobre a água. Uma figura feminina debruça-se do parapeito. Ao
fundo estão altos edifícios e pequenas figuras de homem.
C) Clichês:
Com freqüência provoca:
1. Fortes sentimentos de dúvida e a tendência do sujeito a manter a esperança ou a
ceder (suicídio).
D) Distorções:
A ponte é vista como balcão da casa, a mulher como homem; perspectivas
equivocadas.
E) Omissões:
Da mulher ou do grupo de trabalhadores.
PRANCHA 18 RH
C) Clichês:
Histórias estereotipadas relacionadas a roubos, ou à bebida, que expressam
atitudes frente aos vícios (alcoolismo ou ingestão de drogas). Podem, assim mesmo,
expressar a ansiedade do paciente frente à agressão dirigida contra o terapeuta.
2. O herói está sendo atacado pelas costas, e as mãos pertencem aos seus
agressores.
D) Distorções:
Os dedos das mãos como correntes; da expressão facial, posição e estado da
pessoa do fundo.
E) Simbolizações:
Geralmente denunciam as tendências homossexuais latentes ou experiências
homossexuais encobertas do sujeito.
PRANCHA 18MF
C) Clichês:
Oferece dificuldade: os pacientes a consideram como fantasmagórica. A
cabana está cercada pela neve, mas seus habitantes estão acomodados. Descreve-se
o estado destes e como superam a situação, reflete o desejo de segurança do sujeito
e o modo como enfrenta as circunstâncias frustradoras de seu próprio meio.
D) Simbolizações:
A preocupação pelos "olhos" (as aberturas da cabana) pode denunciar os
sentimentos de culpa do paciente.
PRANCHA 20
C) Clichês:
A figura medita sobre diversos problemas interiores, de relativa importância:
aguarda a noiva (ou o noivo), ou planeja o ataque a uma vítima. Revela os temas que
preocupam seus problemas, atitudes heterossexuais e as tendências agressivas do
sujeito.
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Preparação do Sujeito
A maioria dos sujeitos não precisa de nenhum preparo, além de algum motivo
razoável para se submeter ao teste. Mas, para os que forem muito limitados, pouco
responsivos, resistentes ou desconfiados, bem como aqueles que nunca passaram por
provas escolares ou testes psicológicos, é melhor que se comece com uma tarefa
menos exigente antes de ser submetido ao TAT. As crianças, geralmente, produzem
melhor depois de algumas sessões dedicadas à expressão de suas fantasias,
verbalizadas por meios de brinquedos e brincadeiras.
Ambiente de teste
O ambiente de cordialidade, o aspecto do consultório e de seu mobiliário,
assim como o sexo, a idade, as atitudes e a personalidade do psicólogo, são capazes
de afetar a liberdade, vivacidade e a direção da atividade imaginativa do sujeito. A
meta do psicólogo é conseguir maior quantidade de material, com a melhor qualidade
possível, conforme as condições circunstanciais. Dado que a execução depende
totalmente da boa vontade e criatividade momentâneas do sujeito, e também que a
criatividade é um processo delicado, fundamentalmente involuntário, que não pode ser
forçado, nem irá desabrochar num clima áspero, frio, intelectualmente arrogante ou de
algum modo não empático, é importante que o sujeito tenha bons motivos para sentir
que o ambiente é acolhedor e que capte que estão presentes a receptividade, a boa
vontade e o apreço por parte do psicólogo.
Instruções
I – Primeira sessão
O sujeito deve sentar-se numa cadeira confortável ou, então, reclinar-se num
divã. As instruções serão lidas para ele devagar, utilizando-se uma das seguintes
formas:
Forma A (aconselhável para adolescentes e adultos de grau médio de
inteligência e cultura): “Este é um teste de imaginação que é uma das formas da
inteligência. Vou mostrar-lhe algumas pranchas, uma de cada vez, e a sua tarefa será
inventar, para cada uma delas, uma história com o máximo de ação possível. Conte-
me o que levou ao fato mostrado na prancha, descreva o que está acontecendo no
momento, o que as personagens estão sentindo e pensando. Conte depois como
termina a história. Procure expressar seus pensamentos conforme eles forem
ocorrendo em sua mente. Você compreendeu? Como você tem cinqüenta minutos
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para as 10 pranchas, você pode utilizar cerca de 5 minutos para cada história. Aqui
está a primeira prancha”.
II – Segunda sessão
É desejável que haja um intervalo de, pelo menos, um dia entre a primeira e a
segunda sessão. Nessa segunda parte, o procedimento é semelhante ao utilizado na
anterior, salvo num aspecto: a ênfase nas instruções sobre a completa liberdade da
imaginação.
A prancha 16 é dada com uma instrução especial: “Veja o que você pode ver
nesta prancha em branco. Imagine alguma cena aí e descreva-a em detalhe”. Se o
sujeito não conseguir, o examinador deve dizer: “Feche os olhos e imagine alguma
coisa”. Depois que o sujeito der uma descrição completa daquilo que imaginou, o
psicólogo deve dizer: “Agora me conte uma história sobre isso”.
Multiplicidade de heróis:
Tal multiplicidade pode "resultar do deslocamento da identificação e revelar
importantes fases, ou aspectos contraditórios, ou uma dissociação mais ou menos
forte da personalidade do sujeito".
Suas Necessidades
Caracterizar as necessidades do herói (ver lista)
B. OUTROS PERSONAGENS
C. AMBIENTE/ PRESSÃO
Caracterizar o ambiente e as pressões (ver lista)
D - OMISSÃO/ DISTORÇÃO
E - ELEMENTOS DE COMPORTAMENTO
Exclamações - Comentários
Digressão
###Sujeitos ansiosos que se põem eles mesmos as perguntas e tem desejos de confirmação para
continuar sua narração, e que se beneficiam com a intervenção do examinador.
Sujeitos que, malgrado às múltiplas perguntas, não chegam a sobrepujar sua incapacidade de
###construir uma história. Suas defesas, quer de ordem neurótica ou psicóticas, são muito mais
estruturadas do que as do sujeito da primeira categoria.
Necessidade de aprovação
Toda expressão que tenha por finalidade atrair a atenção do examinador. Ex.:
"está bem feito? "A necessidade de aprovação se encontra nos sujeitos ansiosos e
que, além do mais, têm tendência a uma emotividade lábil. Um de seus mecanismos
de defesa consiste em procurar segurança por meio de uma série de reinvidicações
afetivas.
Ansiedade manifesta
Observações críticas
Cinismo
Recusa
Insistência no passado
F - ELEMENTOS DE LINGUAGEM
um nível cultural pouco elevado. Pode ser observado, igualmente, nos casos de
psicose orgânica e de problemas de origem psicossomáticas, com forte rebaixamento
de eficiência (nos hipertensos, por exemplo).
Estilo rebuscado
Expressões surrealistas
Efeitos verbais que não levam em conta a lógica da língua. Ex.: "dois caminhos
(ou retas) que se encontra e gritam: "viva o Lula". As expressões surrealistas ou
poético-herméticas, sem procura voluntária de originalidade se encontram
essencialmente na esquizofrenia, e são acompanhados, freqüentemente de
neologismo.
Neologismo
Fluidez verbal
G - RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Relações tensas
Relações inconsistentes
Solução adaptada
Compromisso viável
Hipotética
Toda solução positiva do conflito sendo remetida para o futuro, sob condição.
Exemplo: "Eles se casarão um dia, se tudo correr bem".
Placada ou moralização
Soluções múltiplas
Ausência de solução
1. Funcionamento cognitivo
A inteligência pode ser estimada a partir do vocabulário usado nas histórias.
A percepção da realidade pode ser avaliada verificando se o indivíduo percebe
ou não as figuras de modo adequado e se as histórias são ou não realistas. O
pensamento pode ser avaliado verificando se as histórias são organizadas ou não.
2. Afeto
Analisar as principais emoções atribuídas aos personagens e as situações que
despertam essas emoções. A adequação dos afetos às situações deve ser analisada.
3 Auto-imagem e auto-estima.
As características dos heróis expressam a auto-imagem do indivíduo. Os heróis
são competentes ou incompetentes para lidar com as situações? Como reagem ao
cometerem erros? Como são vistos pelos outros personagens?
4 Relacionamentos interpessoais.
As histórias do TAT são uma importante fonte de dados sobre os
relacionamentos interpessoais do sujeito. Além disso, considerar o modo de o sujeito
se relacionar com o examinador durante a testagem. As atitudes frente a diferentes
tipos de pessoas, tais como os pais, companheiros amorosos, amigos e colegas de
trabalho devem ser descritas. Relações com a figura materna costumam ser
expressas nas respostas às figuras 2, 5, 6BM e 7GF. Relações com a figura paterna
costumam ser expressas nas respostas às figuras 6GF e 7 BM. Relações com
pessoas da mesma idade, do mesmo sexo e do sexo oposto, costumam ser expressas
nas respostas às figuras 9BM, 9GF, 4 e 13 MF.
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